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GIL BRANDAO Re 127 Também chamada popularmente de saia godé guarda-chuva, a saia godé em roda inteira é cortada em dois panos com a forma de meio circulo ou em quatro panos com a forma de um quario de circulo que, ‘ao serem unidos, completam um circulo inteiro. Esta saia, depois de pronta, apresenta uma roxda bem maior que as anteriores e. por isso mesmo, é a mais bonita de todas. FIO RETO ATRAVESSADO (Exqueme 1) ~ 0 tragado do molde da saia godé em toda in- teira continua a ser exatamente igual ao das saias anteriores, em um quario © em meia roda. A nica diferenca entre os diversos tracados reside apenas no calcul Ga distancia OA ou OE, quer di- zer, 0 raio da cintura que, aqui, € igual & medida da cinura dividida por 6 ¢ subraindo-se (Sem 0 re- sultado. Se, por exemplo, a cintura ESQUEMA 1 medir 66cm. OA ¢ OE medirio ambos 10,5em, porque 66 + 6 = 11 ~ 0,5 = 10,5cm. Calculada a distancia OA ¢ OF, ambas iguais, marque-as perpen cularmente uma a outra, aprov tando 0 Angulo do papel. Prolon- gue as duas linhas de maneira que AA’ e EE’ tenham ambas 0 com- primento desejado para a saia. Feito isso, resta unir Aa Ee A’a E" por duas curvas regulares, a pri- meira da cintura ¢ a segunda da bainha. Para facilitar © tragado destas curvas, leia 0 que foi ensi- nado na ligio 9. ‘Uma vez terminado o molde, 4 linha da cintura AE medira um quarto da sua medida total. Con- seqientemente, para obter a me- dida completa da cintura, é neces. sirio repetir 0 molde quatro vezes, com 0 que teremos entio o cir culo inteiro da sala. Para isso ha varios modos de cortar os panos na fazenda, como vamos ver. Disposigao dos moldes no t — Ha quatro maneiras bisicas de dispor sobre 0 tecido os moldes de uma saia godé em roda inteira Primeira maneira (fig.1) — O molde € cortado com 0 papel do- brado por um dos lados retos, de maneira a transformalo num se- micirculo. Disponha o molde duas veres sobre 0 tecido, como mostra a fig. 1, ou seja, em téte-béche, com um molde para cima ¢ 0 outro para baixo, a fim de economizar te cido. E evidente que esta maneira de cortar ndo pode ser utilizada quando o tecido tem listras ou es- tamparia com pé no sentido da largura, porque, assim, uma me- tade da saia fica de cabera para baixo. Com esta disposicao tere- mos apenas duas costuras de unio das duas pegas, que tanto podem ficar nos lados como uma na frente € outra nas costas. O zi- per deverd ficar na lateral cs- querda ou na central das costas. Segunda mancira (fig.2) — Aqui, usamos 0 molde dobrado em se- micirculo apenas uma vez para a frente. e, de cada lado. colocamos © molde simples duas vezes para as costas. Note que ficamos assim com trés pecas, dispostas de modo que os lados retos coincidam sem- pre com o fio reto do tecido, seja no sentido da urdidura (longitudi- nal), seja no da trama (transver- sal). Para melhor queda da saia, € aconselhavel que as costuras de unio sejam ‘feitas sempre no mesmo sentido do fio. Destas cos- turas, duas ficardo nos lados © uma no meio das costas, onde ser montado 0 ziper. Por outro lado, esta disposicio aproveita melhor 0 tecido, nao desperdigando os an- gulos de tecido, L\ ° : SAIAS GODE 129 Terceira maneira (fig. 3) — Os moldes, cortados simplesmente, sem dobra no papel, so coloca: dos quatro vezes sobre o tecido, de maneira que AA’ ¢ EE’ coinci- dam com 0 fio reto, um dos lados colocando-se sempre paralelo a ourela. Distribua os moldes de acordo com a fig. 3, para maior economia de tecido. Nestas condi- Ges, a saia terd quatro costuras de Unio, todas @ fio reto. Como no caso anterior, para um bom cai- mento da saia, faga as costuras, juntando os dois lados que estejam no mesmo sentido do fio, isto é, urdidura com urdidura e trama com trama. Geralmente, as costu- ras se situam em ambos os lados, uma no meio da frente e outra no meio das costas, o que ndo impede ‘que se dé uma torcio na saia, de modo que fiquem duas na frente e uas nas costas, se voce assim 0 quiser por exigéncias do modelo. ‘Quarta maneira (fig. 4) — Esta quarta disposigio € a escolhida quando 0 tecido ¢ estreito demais para 0 comprimento da saia ou quando se trata de tecidos listra- dos, em que se deseja que as listras se encontrem nas costuras for- mando um V. E idéntica & terceira maneira da saia anterior, em meia roda, com os moldes simples, dis- postos em tétebéche ¢ todas as costuras em pleno viés. Note que, se as listras forem longitudinais — paralelas 4 ourela — e irregulares, nado havera coincidéncia das listras as costuras se a distribui¢do for em téte-béche. Os moldes deverdo ficar todos no mesmo sentido, 0 que forcosamente provocard um desperdicio de tecido e um conse- qiiente aumento de metragem. Observago — Como na saia em roda inteira 0 raio da cin- tura OA tem uma medida pe- quena, menor do que nas outras saias godé, ela geralmente pode ser Cortada em tecidos de 0,90m de largura, em qualquer distribuigdo, desde que seja curta. Quando a saia for longa, tera entio de recorer largos, com |.40m aos tecidos de largura. 130 O QUE SE DEVE SABER SOBRE OS TECIDOS-5 Estudamos até aqui os tecidos ndo-eldsticos ou firmes. Esta fir meza € resultante do entrelaga- mento de dois fios, perpendicular- mente um ao outro. Jd os tecidos de malha so constituidos por uma série de lagadas em SSS sucessi- vos, interligadas umas nas outras, do que resulta uma estrutura flexi- vel € elistica. Embora a elastici- dade seja a caracteristica domi- nante em todos os tecidos de ma- Iha, ela aparece, em varios graus, desde a malha extremamente elis. tica até a malha que estica Go pouco a ponto de comportar-se quase como um tecido firme. Por outro lado, enquanto a maioria das malhas s6 apresenta elastici- dade no sentido da largura — como a suedine, a meia-malha, o plush, etc. —, outras a apresentam em todos os sentidos — como a lycra —,0 que as torna espe mente indicadas para a confeccao de maids, collants, malhas de bai- larinas ou de ginastas, ete. ‘A malharia usa um processo de tecer a fazenda, que utiliza um simples fio ou um grupo de fios movendo-se numa so direcdo. Em vez de dois flos que se cruzam per- pendicularmente, como na tecela- gem _comum, aqui temos apenas uum fio que vai formando alas em S, entrelagadas consigo_mesmas em cadeias sucessivas. Estas ca deias ou fileiras se enlagam uma apés outra para formar 0 tecido. Quando a malharia ou tricota- gem é feita manualmente, com Tongas agulhas, cada alga ¢ elabo- rada separadamente para formar uma fileira de pontos através da largura do tecido. Esta lileira ¢ en- Zo conectada com a fileira se- guinte, & medida que o tricotador vai trabalhando. No entanto, ra malharia, ou tricotagem, meci- nica, cada fileira é feita de uma vez 36, a maquina dispondo de uma agulha para cada alga. As agulhas sio controladas por discos ~ cams — que as movem adeque- damente. A cadeia de lagadas que corre através da largura do tecido chama-se fileira e corresponde i trama dos tecidos de tear. A ca deia longitudinal de lacadas chama-se gomo e corresponde 4 COSTURA X_131 Maquina plana de maharia — Colosagio das bebnas do fos, urdidura dos tecidos de tear. O niimero de malhas ou lagadas por centimetro quadrado — 0 que se chama de gauge — determina a es- trutura do tecido de malha, que pode ser apertada ou frouxa. Quanto a fabricagdo, as malhas podem ser abertas ou tubulares. As Primeiras sao fabricadas em mé- Quinas planas, cujas agulhas so disposias em linha reta, sobre uma base plan, movendo'se de um lado para outro ou de cima para baixo, medida que os pontos se desenvolvem. A malha assim duzida é aberta e se assemelha aos tecidos de tear. Possuem sempre 130m a 1,60m de largura. Haum modelo sofisticado deste tipo de miquina, que automaticamente acrescenta ou suprime pontos a fim de dar uma forma especifica & malha, de acordo com um plano predeterminado. As pegas assim fabricadas so mais tarde costura- das para constituir a roupa final Suéteres, meias, echarpes, linge Tie, vestidos sdo geralmente feitos com malhas produzidas neste tipo de maquina, ‘As malhas tubulares so fabri- cadas em maquinas circulares, cu- js agulhas sao dispostas em circu- Jos sobre um cilindro rotativo. En- quanto a maquina gira, as agulhas tricotam fileiras de lagadas ¢ 0 te- cido vai surgindo como um largo tubo cireular O mba pode ser fa- bricado num diametro determi- nado € € freqientemente usado As malhas também podem sewir pare roupas mais quentes, adequadas para 0 para roupas internas ¢ vestides inmemo 182 COSTURA X que nao levam costuras. Na maio- ria das vezes, porém, a malha tubu- lar é aberta por um corte e depois trabalhada em confeccdo como qualquer outro tecido. As maqui- nas circulares sio bem mais velo- zes que as maquinas planas, Quanto a estrutura, as malhas também podem ser de dois tipos, dependendo da direc&io em que correnios fios:as malhasde trama as malhas de teia ou de urdidura. Malhas de trama — Constituem a grande maioria de todas as malhas fabricadas hoje em dia. Um tecido de malha de trama é constituido apenas com um fio que forma car~ reiras continuas de pontos no sen- tido horizontal ou da trama. Como 0s pontos da maquina imitam basi- camente os pontos feitos a mio, as caracteristicas destas malhas so as mesmas dos tricds manuais. A elasticidade € maior no sentido da largura do que no do compri- mento ¢ uma lagada que se rompe vai libertar outras no mesmo gomo vertical. E 0 fio que corre, como se costuma dizer. Existem dois tipos distintos de malha de trama: a simples ¢ a Ama Iha simples apresenta trés varieda- des — a malha simples de jérsei, a malha de liga ¢ a malha sanfonada =, que possuem uma larga varia- a0 de elasticidade, o que as torna muito agraddvel ao uso. Mesmo assim, quando so feitas com fios de algodio, se deformam com fa- cilidade nas zonas sujeitas a es- Be Ht MALHA SIMPLES DE JERSE! ~€ a estru- tura mais simples. A esquerda, 0 desenho mostra 0 lado do direito, que 6 liso com corddes trancados no sentido longitud- fal, enquanto a direita 0 desenbo mostra 0 lado do avesso, com filas transrersals de seinmuivalus. see waltuia prudue 'eur dos macios ¢ 6 usada numa variedade enorme de mathas e em todos 0s tipos de {Ersei, Possui maior elasticdade no sent- 0 da largura do que no do comorimento. MALHA DE LIGA~€ uma eswututa sien ples que se diferencia da malhalde\iérse, porque. enquanto nesta’ 2s lacades se for- ‘mam aoenas no lado do avesso, equi elas se forrram alternademente no diteito eno ‘2v0990, do que resulta um ponte de ge fom ambos 08 lados do tecido, As mathas fabricadas com essa esirutura apresen- tam a mesma elasticidade nos dois senti- dos, transversal e longitudinal, 0, que as Torna excelentes para 25 roupas de ginas tiea ou de danga MALHA SANFONADA ~ € uma consiu- Zo simples, em que as filas de porto de JérSei @ as de ponto de liga se dispdem de Tal maneita que ambos cs lados do tec do, dirito © avesso, 66 tornam iddrticos, ‘com a formac3o de carreiras em rolevo no ‘sentido longitudinal. As malhas sanfona- das, por serem de grande elasticidade e [pouco deformaveis no sentico transversal ‘ecto especialmente indicades pera pu inhos. golas © cbs. forco. A malha dupla. ao con- trario, tem a elasticidade reduzida, € encorpada ¢ estavel, sendo, por tudo isso, muito eparentada como tecido firme de tear. Malhas de teia ou de urdidura — Sao obtidas a partir de varios fios que formam lacadas simultanea- ‘mente no sentido do comprimento (urdidura). A cada fio corres- ponde uma agulha que o controla € 0 entrelaca com os fios adjacen- tes, de acordo com um tragadoem vaivém. Este sistema de entrelage- mento produz tecidos em que a clasticidade ¢ quase nula, pelo que 56 podemos inclui-los entre as me Ihas por causa da sua estrutura. Como esta estrutura ¢ complexe, em todos os seus tipos, as malhes de teia s6 podem ser fabricadas 4 maquina. Os tipos mais comurs so as malhas de tricd e as malhas raschel. As malhas de tricd consis tem num sanfonado fino no lado direito, ¢ fileiras planas, em espi- ha, no lado avesso. A’ estrutura de teia pode ser simples, dupla ou tripla, utilizando tanto 0s fios sin- téticos quanto os de algodao. As malhas Taschel compreenidem un largo Ieque de tecidos, desde a malhas leves até as mais espessas ou com pélos. O padrao mais co- mum é formado por uma estrutura aberta, onde fias grossos e finos se alternam para constituir desenhos. Muitas vezes, estas malhas to- mamo nome das maquinas que a produzem, como a malha milanesa, com um desenho en diagonal; a malha simplex, em JAALHA DUPLA~ € uma esteutura que re sulta do funcionamento simuliéneo ot dois sistemas ce fi-agulha. As mahes duplas s80 bem encorpadas e possven puue viesicitaue. De cuauy Wut Ope dr80, © ayesso e 0 dieto podem se iguais ou dferentes. Algumas malhas du. plas presenta desenhos Jacquard ov em relevo. tricd duplo que permite uma “double-face”; a malha marrati, que é umamaiha milanesa tubular, € muitas outras, Até pouco tempo atrés, as ma- thas eram raramente encontradas a varejo nas lojas de tecido. Esta- vam sempre reservadas para a confecgao industrial. Hoje em dia, clas ja sdo vendidas a metro nas lojas, enquanto para 0 consumo industrial elas sio adquiridas a peso. Por isso, vale a pena arrema- {ar o assunto com algumas infor mages sobre 0 comportamento das malhas durante 0 seu manu- seio. 1. As malhas dotadas de pouca ‘ou nenhuma elasticidade podem sit trabalhadas em méquinas re- tas, como se fossem tecidos co- muns de tear. 2. As maihas eldsticas com- portam-se de maneira bem dife- reat doa tecidos firmes © por isso exigem processos de corte € costura especificos, utilizando mé- quinas especiais. A mais comum destas miquinas & a de overlock, que trabaiha normalmente com trés fios e é usada para fechar as costuras de montagens das roupas de malha. Sua grande vantagem sobre a miquina de costura reta & que a miquina de overlock, além de fechar e arrematar simultanea- mente as costuras, trabalha os pontos de tal maneira que as cos- furas ficam elisticas, cedendo com 0 esticamento da malha. Isto permite, por exemplo, que deco- les estreitos com golas roulés se alarguem para a passagem da ca- bega 3. Além da overlock de trés fios, ainda existe a overlock de cinco fios, s6 usada para fechar costuras ndo-sujeitas a tenses € a espicha- mentos. Outra maquina muito usada em malharia ¢ a de colarette, que faz bonitas bainhas e € muito uti para a montagem de arrema- tes sanfonados ou no, em deco- tes, bolsos, ete. 4, Antes de serem cortadas, as malhas devem “descansar” aber- tas, Sobre a mesa de corte, durante toda a noite, para que adquiram a IRA X 133 NNestas duas roupas de verdo um tipico exempio da utlizago da maiha no vestuéto. sua elasticidade normal. Isto é in- dispensivel em confec¢ao indus- tral, quando se faz o enfesto (dis- posi¢ao do tecido amontoado em camadas para receber o corte si- multineo de muitas pecas). 5. Use tesouras ou maquinas de cortar com laminas extremamente afiadas. 6. Use linhas de algodiio ou seda para as malhas de fibras naturais e linhas sintéticas para as malhas de fibras artificiais, como 0 orlon, 0 dralon, etc. 7. Em roupas folgadas de ma- ha, as medidas dos moldes se- guem © mesmo proceso para 0 corte de moldes em tecidos co- muns. Em roupas colantes, entre- tanto, as medidas circulares do corpo sao sempre menores nos moldes. 8. Nao coloque jamais roupas de malha em miquinas de lavar roupa. Nao as esfregue, ndo as torga, nem as pendure. Esprema- as com cuidado, enxugue-2s com a toalha e deixe-as secar ao vento, alisadas com cuidado sobre uma superficie felpuda. Com isso, suas malhas terao uma vida bem mais longa e nao se deformardo. 9. Use sabao em pé suave, neu- tro, 10, Muitas malhas, principal- mente as sintéticas, dispensam a passagem a ferro, quando lavadas corretamente. Se, porém, vocé ti- ver de passé-las, regule 0 calor do ferro de acordo com a natureza de seus fios. 11, Guarde suas malhas sempre dobradas, jamais penduradas. O cabide pode deixar marcas desa- gradaveis e a acdo da gravidade pode esticar e deformar a roupa, principalmente em malhas de al” godao ou de ma qualidade. INTERPRETACAO DE MODELOS, UM VESTIDO GODE Se soe vem estudando com atengdo todas as nossas ligées, este estido realmente é a coisa mais facil de cortar e costurar que existe. Para que tenha wm methor caimento, cortado em quatro panos godé presos a uma barrinka, que coutorna 0 decote. Para sustenté-los, duas aalras da mesma largura da barrinka, @ ela fixadas com plicplacs. O vestido € fechado por um ziper colocado na costura do meio das coxtas. Bolsos embutidos nas costuras laterais. Ha sértas opcodes para este modelo. Comu no desenho, os panos podem ser cortados ent das cores diferentes preto e cinza-esverdeado — enquanto barra e alvas sao feitas em wermelho. Se voeé & wma pessoa mais discreta, pode fazer 0 vestido todo numa cor ot no mesmo estampado. Quando muito, pode ‘optar apenas por barra e alcas em som diferente. Por outro iado, 0 vestido pode ser usado solto — 0 que & muito fresco num verao forte ou smuico eGmudo para wma gravide: adiantada — ou preso por wm cinto, colocado ao nivel da cintura normal ou na ponta dos quads. MATERIAL ‘Algodio médio, género pope- lina, se 0 vestido for despreten- soso. Se for mais fino, use 0 crepe. Quatro plic-placs, um ziper de 40cm, entretela fina de colar. | METRAGEM: Para cada cor, a metragem sera igual «uma altura do vestido, mais ametade desta altura (acrescente costura e bainha, cerca de 20cm), num tecido de 1,40m de largura. Para a barra e as algas, acrescente mais 30cm de tecido, ° A a4 Vestido (esquema 2) ~ Trace 0 molde de um godé em meia-roda igo 10), utilizando porém as se- ‘guintes medidas: para o calcul de OA, em vez de usar 2 medida da cintura, use 0 contorno do torax & para AA’, em vez do compri- mento da Saia, coloque o compri- mento do yestido desde 0 decote até a altura desejada nas pernas. Tire 0 contorno do torax, pas- sando a fita métrica por baixo das axilas, em volta do trax, acima do cS H ESQUEMA 2 INTERPRETAGAO DE MODELOS_135, busto. A medida deve ser feita sem apertar a fita métrica, nem deixé Ia frouxa. Desta maneira, as medi- das sério: ‘OA e OF = contorno do térax, dividido por trés e diminuindo-se Jem ao resultado. ‘AA’ ¢ EE’ = comprimento do vestido. Trace a curva do decote AE ea da bainha A’E’ usando um dos Processos ensinados na saia em um quarto de roda (ligao 9). Assim tragado, 0 molde corresponde a metade’do vestido, que poderia ser cortado nestes dois panos, um a 196 INTERPRETAGAO DE MODELOS une, para a frente ¢ outro para as cos- tasjmas, neste caso, uma das cos- turas laterais ficaria no sentido da urdidura enquanto a outra ficaria no sentido da trama, 0 que, de certa forma, prejudicaria a ‘boa queda do vestido, Para um cai- mento correto, dobre 0 molde ao meio © corte-o em duas partes iguais, que serde colocadas sobre © tecido aberto, na disposigao in- dicada na fig. 1, tanto para a frente ‘como para as costas. Assim sendo, teremos as costuras laterais a fio reto no sentido da urdidura ¢ cos- turas centrais em pleno viés, 0 que dé ao vestido uma queda flexivel ¢ harmoniosa, S use 0 molde in- teiro para a frente e para as costas se ndo quiser costuras centrais, 6 2 ' IH . B J ESQUEMA 3 Fig. 1 Fundo do bolso (esquema 3) ~ Trace a vertical GH com lécm e, do ponto H, lance a horizontal Hi com l6cm e perpendicular é GH. Do meio de HI, desca a vertical LI com 10cm. Ligue os pontos G, I,J eH pela curva de contorno do fundo do bolso. Corte quatro ve- z¢5 no tecido (duas em cada sen- tido) ou entiio duas vezes em cada cor se 0 vestido for feito em dois tons, Barra do decote (esquema 4) — Trace o retangulo BDBD, em que BD ¢ igual a metade da medida do contorno do térax e BB mede 6cm, Corte uma vez no tecido do- brado pela extremidade. ‘Alka (esquema 5) — Trace 0 re- tangulo MNPQ, em que MN deve ESQUEMA 4 A M N ae Pp a ESQUEMA 5 ter 0 comprimento da alga (tire a medida no corpo) e MP a mesma medida da barra, ou seja, 6em. MONTAGEM 1. Feche as costuras centrais da frente € das costas, as mesmas co- res para cada lado, a no ser que seja tudo da mesmia cor, Na cos tura central das costas, deixe uma abertura de 40cm para o ziper. Se quiser, pode monté-io. 2. Monte cada parte do fundo do bolso em cada costura lateral, em alturas rigorosamente iguais, ou seja, Scm abaixo da linha da cintura CD, na marcagio GH (es- quema 2). Para tracar a linha da cintura, basta medir no corpo a distancia do decote a cintura marcé-la em AC e ED. 3. Feche as costuras laterais, deixando a entrada dos bolsos aberta. Feche depois o fundo dos bolsos com uma costura em volta © rebata-os para frente antes de passar a ferro. 4. Dobre a barra do decote ao meio, dircito contra direito. Sobre um dos lados, cole a entretela, que deve ser cortada sem margens de costura e com a metade da largura da barra. Costure as extremidades, vire a barra para o direito, passe 4 ferro e monte no decote’ do ves- tido, costurando primeiro a parte de cima € rebatendo a de baixo so- bre a costura feita, prendendo-a com pontos & mio, Feche o meio das costas da barra com colchetes. 5, Pegue cada alga, dobre ao meio, direito contra direito, cole a entretela no avesso de um dos la- dos (como na barra), costure 20 longo da borda aberta ¢ uma das extremidades. Vire para o direito, passe a ferro, regule o tamanho de cada alca e mande colocar os plic- placs, um dos seus lados na barra do decote ¢ 0 outro na extremi- dade da alga. jirsei sio extremamente diferen- tes entre si, o que torna uma tarefa mngrata tentar agrupa-los sobre 0 mesmo denominador comum. O jérsei espesso, pesado, fabricado quase sempre em 1d pura € ut zado para a confecedo de costu- mes, mantés, calgas, saias, etc. ado se parece em nada com 0 jér- sei luido ¢ fexivel, fabricado em seda, algodio ou triacetato, liso ou estampado, que se usa para a fabricagdo dé vestidos, blusas, conjuntos leves, chemisiers, etc. O que eles t¢m em comm, sendo a maneira com que sdo manufatura dos, pelo menos a técnica de trico- lagem ¢ as qualidades que disso re- sultam: flexibilidade, elasticidade ¢ conforto. Modelos apropriados — Pelas suas caracteristicas de flexibili- dade, o jérsei se presta maravilho- samente para os vestidos molen- gos, drapeados, ¢ franzidos. Por marcarem demasiadamente as li- nhas do corpo, evite os vestidos muito aderentes, a menos que a sua silhueta seja perfeita. Pela di ficuldade de confecciond-los em jérsei, ndo escolha modelos com muitos detalhes, como bolsos, go- las, ete Umedecimento e passagem a ferro — Se 0 jérsei é feito de 1a pura, seja sua qualidade leve ou pesida, & preciso passi-lo com 0 ferro a vapor, ou com o ferro bem quente através de um pano tmido. Se € misto, por precausao, faa uma_experiéncia_ num’ retalho. Vocé deverd entao estudar-Ihe a reagio 20 calor e & umidade, por- que muitos desses jérseis ndo en- colhem e por isso nao precisam ser umedecidos. Para evitar as marcas do ferro nos jérscis de seda, coloque papel de embrulho por baixo das costuras. Precaugies a tomar — Um jérsei de boa qualidade, é, em principio, indeformavel. Por este motivo, é entdo preferivel ndo forrar 0 ves- tido para lhe conservar a flexil dade e a queda natural. Para cor- tar 0 jérsei, coloque todas as pegas do molde no mesmo sentido, Em jérseissintéticos, evite colocar moldes que caiam sobre 2 dobra central, uma vez que poderd ser dificil apagi-la com o ferro de pas- sar. Se vocé vai utilizar o jérsei no vies, suspenda-o algumas horas an- (cs Uo Uabalho, para obrigé-lo a distender-se a0 maximo. Contudo, recomenda-se colocar por dentro das saias um fundo ou forro intei- ramente livre, montado apenas na linha da cintura, Para consolidar a parte superior de uma blusa ou de um vestido, sem que a roupa perca 0 seu cai- mento, pode-se fazer um forro de fazenda fina, na forma de uma pala interna, Corte esta pala, usando 0 mesmo molde da parte superior da roupa (fig. 1) € monte- a inicialmente como se fosse um arremate de decote, direito contra 137 direito. A seguir, rebata-a para o avesso e alinhave a pala nas costuras dos ombros das cavas, deixando-a livre embaixo. O mesmo sistema continua vilido para um forro de vestido, quando se trata de um jérsei muito fino, que ameaga aderir a0 corpo, além de ser, com freqiiéneia, transpa- rente, Entretanto, a solugo mais correntemente empregada, ¢ a de se procurar um forro de vestido, cor de carne, indeformavel. Este fundo cor de carne deve ser opaco, mesmo sob um vestido de jérsei branco tansparente. euidado com as costuras — Ao costurar 0 jérsei, use linha sinté- tica, de poliéster ou algodao mer- cerizado n* 50, Na maquina, colo- que uma agutha n° $0 04 90(I1 ou 14) de ponta arredondada para malhas e regule 0 comprimento do ponto para 1,5 — 2mm. Por causa de sua propria elas cidade, todos os jérseis tém ten- déncia a espichar, as costuras se desconsendo freqiientemente. Para evitar este inconveniente, di minua a tensio do ponto da mi- quina e costure com um ponto re- gulado em funcdo da espessura do jersei. Quando a costura estd su- a tensdes — com 0 perigo de espichar — é aconselhavel passar a maquina duas vezes, ou entdo consolidi-la, como acontece na costura dos ombros ou das cavas. Para isso, coloque um cadargo por baixo do tragado da costura, em contato com o lado das costas, de modo que 0 tragado fique no cen- tro do cadargo. Faga a costura, prendendo tudo. © cadargo man: {era o jétsei, impedindo que ele se distenda (tig. 2). Por tudo isso, vale @ pena pendurar a roupa durante toda a noite, apesar de fazer a bai- nha para que ela atinja 0 seu com- primento natural, ‘Acahamentos internos — Ao cor- lar os moldes no jérsei, deixe uma margem para costura com um mi nimo de 2em de largura para no enrolarem. Suas bordas devem ser arrematadas. com um pequeno viés de fazenda delicada ou um contraforte quando se tratar de Jérseis. mais espessos. O mesmo 138_TRUQUES E CONSELHOS trabalho deve ser feito também nas bordas internas dos arremates e das bainhas (fig. 3). Por outro lado, se vocé niio esta mento © cada vez mais larga, medida que o embebimento ar menta, até atingir os limites é franzido. Este modo de procedt pode conduzir-nos a uma mang que nao seja exatamente aque que 0 modelo exige, ou seja, mai larga ou mais estreita do que! desejado, Para evitar este pw blema, usamos normalmente 0 ¢ ceiro ‘processo, segundo 0 gd escolhemos em primeire lug manga exata que desejamos. As guir, tragamos 0 molde da rou ‘e, por fim, modificaraos a cat aumentando-a ou diminuindos para receher a manga com oti de montagem que quisermos, ct ou sem embebimento. Este t¢ ceiro processo sera abordado » proxima ligdo. 203 INTERPRETACAO A LINHA SEXY Quando os termémetros marcam temperaturas elevadas, é sinal de verdo, tempo de mostrar peles bronzeadas no maior mimero de reas que a moral vigente permit. Ow a sua auddcia. Este modelo é asim: ousado, mas ndo tanuo. Unt bocado sexy, mas que exige uma certa harmonia de formas que 0 valorizem, jd que 0 sew corte ajustado faz sobressair ax linhas do corpo. Ideal para os dias quentes A frente do vestido, sem nenhum detalhe, contrasta com as costas, onde 0 decote, formando pontas abotoadas com dois grandes plic- placs, liberia um grande espago triangular até a cintura. A saia reta, Justa, cbrese no meio das costas ‘numa longa fenda, que acentua a sensualidade do modelo. 208 INTERPRETACAO DE MODELOS MATERIAL Linho preto. Dois plic-placs grandes, um ziper de 20cm de comprimento e um cinto largo, de verniz ou plistico, na cor que se desejar, colocado’ bem justo na cintura, METRAGEM Duas alturas de blusa e duas alturas de saia (inclua costuras e bainhas no célculo) de um linho ‘com 0,90m de largura, MOLDE E CORTE NO TECIDO Frente da blusa — Trace a base da frente da blusa (ligio 13) € depois diminua a profundidade da ence vertical em Tem no lado direito, retragando 0 lado OA (esquema |). Com isso, teremos a frente da cintura aumentada em lem. Isso feito, corte 0 cixo da pence BO coma tesoura e fecha a Pence horizontal, dobrando-a cuidadosamente no papel (cs- quema 2) mantendo-a fechada com pedagos de fita durex. Com isso, havera 0 desaparecimento da pence horizontal e 0 afastamento das bordas do corte, aumentando a profundidade da pence vertical Marque Icm para cima da extremidade do ombro e de- termine 0 ponto G. Trace a no- va linha do ombro, ligando a ponta do decote ao ponto G por uma eta e prolongando-a até encontrar 0 lado do retangulo no ponto H. Meca 3cm a partir do decote e marque 0 ponto F. Trace ‘© novo decote, ligando F ao meio da frente, no ponto I do decote basico, por uma linha curva, Para a nova cava, desga do ponto H uma reta perpendicular a linha do ombro e encurve-a inferiormente para atingir 0 ponto E na extremidade da antiga cava. Costas da blusa (esquema 3) - Trace as costas da base da blusa (igo 14) na sua variago sem pence. Diminua lem na medida da cintura antes de marcé-le em baixo, para equilibrar 0 aumento de lcm na frente. Deste modo, « cintura ficard 2cm maior na frente do que nas costas para igualar ada sai. INTERPRETACAO DE MODELOS 205 ESQUEMA 4 ESQUEMA 5 ‘Como na frente, levante Icm acima da extremidade do ombro e marque 0 ponto G. Trace 0 novo ‘ombro, ligando a ponta do decote ao ponto G por uma reta e .prolongando-a até H, de modo que tenha o mesmo comprimento do ombro da frente. Marque 0 ponto F a 3em de distancia do decote. Para a nova cava, des¢a do ponto H uma reta_per- pendicular 4 linha do ombro ¢ encurve-a_inferiormente _para atingir © ponto E na extremidade da antiga cava, Marque 0 ponto M no meio das costas, cerca de 3,Scm acima da linha da cava, Do ponto M, lance a horizontal MN com Tem. Ligue v punt N, por uma teta, ao ponte Crna extremidade da cintura com a costura lateral. Seja Q 0 ponto em que a reta NC cruza com o meio das costas. Mega MQ e, com esta medida, marque para ‘cima MP. Ligue N a P por uma reta € encurve-a ligeiramente antes de chegar ao ponto F no ombro. Se a reta NP ndo puder atingir o ombro com esta disposicdo, por causa das proporgdes do seu corpo, suba ou desca 0 ponto M até consegui-lo. Lembre-se que as distncias PM e MQ sio scnere iguais, em qualquer _ hi jue a ponta a ser'abotoada nao fique torta. ‘Arremate do decote da frente (esquema 4) — No préprio mode da frente (esquema 2) trace 0 arremate por uma linha paralela ao decote, a uma distancia costante de dem. Transfira 0 molde para outro papel com a carretilha ou ent3o copie-o por transparéncia em papel manteiga. Arremate do decote das costas (esquema 5) — Proceda exata- mente como o arremate do deco- te da frente, utilizando porém 0 molde das costas da blusa (es- quema 3). Frente da saia (esquema 6) — Trace a base da saia reta (ligdo 3) Na frente, risque a pence de maneira que a distdncia R’S seja igual a distancia RS na cintura da frente da blusa (esquema |) menos em. Antes de separar a frente das costas da saia, aumente lem no meio da frente, para que fique mais larga do que as costas. O mesmo acontecera com a cintura, que coincidiré com a da blusa cas distncias RS da blusa ¢ da saia, que ficardo iguais. 206 INTERPRETACAO DE MODELOS Costas da saia (esquema 7) — Depois de separar a frente das costas, corte lem no meio das costas para equilibrar 0 aumento de Icm na frente e estreitar a largura das costas da saia. Corte no tecido — A frente da blusa, a frente da saia e 0 arremate do decote da frente, todas estas pecas devem ser cortadas uma vez no tecido dobrado pelo meio da frente. Todas as pegas das costas devem ser cortadas duas vezes cada uma, _ MONTAGEM. 1. Monte a frente com as costas da blusa_ pelas costuras dos ombros. Faga 0 mesmo com os ESQUEMA 6 arremates do decote. 2. Cole uma entretela fina no avesso do arremate ¢ aplique-o sobre 0 decote, direito contra direito, Costure ‘toda a borda ¢ rebata 0 arremate para o avesso. Mande colocar_os plic-placs conforme marcages no esquema 3. Por baixo do plic-plac que fica fora do arremate, coloque um pequeno quadrado de reforco do mesmo tecido entretelado. 3. Feche as costuras laterais da blusa, 4, Nas cavas, faga uma bainha estreita de lem, ‘pespontada a maquina. Ou entdo, coloque uma bainha postiga de 3em de largura, cortada com a forma da cava, de c modo semelhante ao arremate do decote. 5. Feche as pences da saia, na frente e nas costas. Na cintura das costas, coloque uma bainha postica de 4em de largura, cortada com a forma da cintura, estando a pence fechada. Aplique a bainha sobre cada lado das costas, direito contra direito, costure a borda rebata para 0’ avesso. 6. Feche a costura central das costas, montando 0 ziper junto a cintura. 7. Feche as costuras laterais da sala € monte a saia na blusa. Termine 0 yestido, fazendo uma bainha de Scm na barra da saia, prendendo-a com pontos em ‘espinha de peixe. NEIO DA FRENTE (OOBRAL EE PONTOS DE COSTURA A MAO-1 Emre as pontos de castura 6 mdo. de acordo com a sua Jinalidade, podemos citar os pontos para marcagéo, os pontos para alinhavar, os pontos para montagem e fixacdo, os pontos para arrematar € finalmente os pontos decorativos ou para bordar. Tudo o que jé falamos sobre a costura @ mao e todas as instrugdes que daremos nesta e nas préximas ligdes se destinam és pessoas destras, isto é. que usam a méo direita para trabalhar. Se voce for canhota, as instrucdes permanecem vélidas, desde que sejam utilizadas ao contrério. ‘Na costura a mdo, 0 ponto basico é 0 ponto corrido. Dele derivam quase todos os demais pontos, com excecio das pontos decorativos e de certos pontos de hainha. Para executar 0 ponto corrido, enfie a agutha na fazenda e saia com ela a espacos regulares e sempre na mesma diregéo (fig. I). onto corrido, em todas as suas variantes, é utilizado para as costuras ordindrias, os franzidos, as ‘emendas, as montagens e os acolchoados. Deve ser feito rapidamente e em linha reta (ou em curva, se for 0 caso). N&o esquega que, quanto mais fino e mais flexivel 0 tecido, menores devem ser os pontos. So utilizados para marcar o contorno dos moldes, a localiza Gio de bolsos, casas € botdes, alte- rages na bainha, corregio de cos- turas, meios da frente ou das cos- 207 tas, linhas de dobra, pregas, etc. Normalmente estas marcacdes sio feitas com alinhavos,e a elas jd nos referimos quando tratamos de como transportar os moldes para © tecido (Costura V). Sempre sio feitas numa sO espessura de te- ido. Quando se deseja transpor- tar marcacdes de uma espessura para outra, entéo usamos outros pontos, como os que se seguem: 208 COSTURA XVI Alinhavos de transporte Passe normalmente uma carreira de alinhavos para a marcacdo desejada numa sé camada de tecido. Coloque esta camada sobre a outra que vai receber o transporte da marcagio e prenda-as uma na outra com alfinetes en- fiados ao longo da linha de marcagao (fig. 2). Va retirando paulatinamente os alfinetes e va passando sobre as marcas deixadas uma carreira de alinhavos comuns, transferindo assim a marcagdo (fig. 3). eT = = Dek Q Pass |" Alinhavos duplos de alfaiate ‘So usados para marcar pontos ¢ linhas com muita preciso em duas camadas. Sao demorados, mas muito se- guros, pelo que nio so muito indicados para longas marca¢des. Utilize linha de alinhavo dupla em tom contras- ante com a do tecido, Faca dois pontos corridos juntinhos, lado a lado, apanhando as duas espessuras de tecido e deixando uma alca \de entre os pontos (fig. 4). Afaste as duas camadas e corte as linhas entre elas. Ficario pontas de linha em forma de rosetas; ao longo da marcaco, nas duas espessuras de tecido (fig. 5). OC) ei [ Alinhavos CN @ imples de alfaiate Sio especialmente indicados em tecides asperos, ou que ndo escorreguem, como as lis, os brins, etc. Cologue a pega a ser marcada sobre duas camadas de tecido (pega dobrada ou dupla). Com a agulha enfiada com ume ponta de linha dupla © comprida vi fazendo um ponto eorrido regular, atraveccando ac duas camadas de tecido sobre a linha de marcacdo. Puxe a linha de modo que os pontos fiquem frouxos, formando algas entre um ¢ ou- tro, Vi procedendo assim até o final da marcacio (fig. 6). A seguir, afaste as duas camadas de tecido até o limite das aleas e corte a inna entre as camadas, debtando marcagbes emt ambos os lados em forma de pontas de linha (Gg. 7). USE BEM O FERRO DE PASSAR 0 ferro de passar, durante a execugdo de uma roupa, constitui um dos elementos indispenséveis para que 0 resultado do trabalho a satisfaca plenamente. Por este ‘motivo, ndo hesite em gastar mais um pouco, adquirindo um ferro de boa qualidade, € 0 use sempre que for necessério, sem economia, ‘durante todo o processo da confeceao. Jéi tivemos ocasido de comentar sobre o ferro de passar ea tébua de passar. quando traiamos dos utensilios de costura, Mas os encaramos apenas como objetos inestimaveis na costura, sem nnenhuma orientagao de como utilizé- las. E € isso 0 que vamos fazer agora. ‘Como passar a ferro — Para que 2s costuras tenham um aspecto ni- tido ¢ impecdvel, sem fetos enru- gamentos, é necessdrio que sejam passadas ‘inicialmente, durante a confeccdo de uma roupa, em duas fases distintas, dispensiveis depois a roupa pronta: 1. Fase de esticamento — Em pri- meiro lugar, passe a costura fe- chada, no sentido da sua direcdo, como mostra a fig. 1. Se a costura unir partes enviesadas, passe 0 ferro transversalmente & costura no sentido do fio da fazenda, Se 0 fizer normalmente, como na cos- tura a fio reto, ela fatalmente on- dularé. Com isso, a linha de cos- ura ficard esticada, sem enruga- mentos que tanto a enfeiam, 2. Fase de achatamento — Em se- guida, abra as margens internas da costura, no avesso, com a unha, € passe-a aberta, como mostra a fig. 2. Use 0 pano timido quando se tratar de las ou de tecidos pouco vincdveis. Quando a costura for pespontada, vire as duas margens internas para um lado s6, aquele por onde vai passar © pesponto (fig. 3). ATENGAO! Quando passar tuma costura aberta, é possivel que, em certos tecides — muito secos —, a marca da passagem a ferro fique visivel no lado direito da roupa. ‘Voct evitard este inconveniente co- ocando uma folha de papel branco sive «mares de cones © 9: As pences — Corte a dobra in- terna das pences pelo meio € passe-as abertas pelo avesso, par- indo da base em diregao a ponta. Elas ficardo, assim, mais delicadas. Tenha o cuidado de nio ultrapas- sar a extremidade da pence como ferro; antes, achate-a, para que nio forme uma ponta exagerada (Gg. 4). As bainhas — Passe sempre as bainhas com um pano, seja imido ou seco; caso contririo, voce se arrisca a lustré-las, 0 que a impedi- ria de alongar 0 comprimento da roupa em Caso eventual. Passe 0 ferro apoiando-o fortemente sobre a borda da bainha, mas evitando atingir © nivel dos pontos, para que cles ndo marquem o direito do tecido. Nao distenda a bainha 210 TRUQUES E CONSELHOS: ‘ao passi-la: coloque-a bem chata sobre a tébua e “comprima-a”, com mais ou menos forga, con- forme o tecido. Isso é mais evi- dente em bainhas curvas, como as de saias godé e evasé. ‘Com tal procedimento, elas ficardo impe- caveis, (Os franzidos — A ponta do ferro deve dirigir-se para 0 pé dos fran- zidos. Tenha 0 cuidado de levan- tar a parte posterior do ferro, por- que sb se trabalha com a sua ponta. As pregas — Sio sempre passa- das de baixo para cima. Nao des- lize 0 ferro ao passar a dobra das pregas: ela ficaria esbeigada, prin- cipalmente se estiver no viés. Faga © trabalho de uma maneira firme, pousando 0 ferro sobre a dobra. CONSELHOS Para passar a ferro uma roupa de maneira correta, é ne- cessirio, sendo obrigat6rio, se~ guir cuidadosamente alguns Conselhos muito titeis: 1. Interponha entre o ferro quente € 0 tecido — las princi- palmente — um pano imido, a fim de produzir vapor, que é a melhor garantia contra o lustro.. Ou, entio, passe 0 tecido pelo avesso, com auxilio de um pano co ou mesmo sem pano al- gum, Tenha 0 cuidado, neste tultimo caso, de evitar 0 lustro. 2. A pureza € a nitidez das costuras de uma roupa ndo se ‘obtém pelo famoso “golpe fi nal” do ferro, que, ao contrrio, freqlicntemente estraga o tra- balho, mas sim por uma passa- gem progressiva, executada em varias fases, 4 medida que a mon tagem da roupa se vai processando. Assim, por exem- plo, uma manga s6 deve ser montada depois que as suas ccosturas e bainhas estejam bem passadas € que 0 corpo da Toupa esteja liso e perfeito, gra- gas ao trabalho do ferro. O gola, um bolso, uma aba, etc 3. As pecas enviesadas ¢ as pecas a fio reto de uma roupa Algodo — Passe-o com 0 ferro bem quente sem pano imido; se necessirio, umedeca ligeiramente © tecido.’ Passe primeiro pelo avesso e depois pelo direito. La — Passe-a com um pano timido e um ferro bem quente. Apdie antes 0 ferro sobre o tecido, em vez de fazé-lo deslizar. Para deslustrar, escove 0 tecido antes que se evapore toda a umidade da repassagem. No caso da Id “olho- de-perdiz” e do drap, & preciso cuidado para nao Ihes dar brilho a0 passi-los; um bom recurso é usar uma folha de papel de em- IMPORTANTES. devem ser passadas nao de acordo com 0 sentido da sua montagem, mas sim no sentido do fio reto ~ da ourela, se possi- vel —, a fim de que 0 tecido nao se distenda, evitando assim de- formagDes da roupa. 4, Uma vez terminada a pas- sagem a ferro, deixe esfriar 0 tecido, antes de voltar a manuscé-lo, para que ndo se formem nem pregas falsas nem yincos. Quando se trata de uma roupa total ou parcialmente ter- minada, coloque-a sobre_um manequim ou, na sua falta, suspenda-a num bom cabide a- natOmico. 5. A superficie de passagem do ferro deve permanecer sem- pre limpa e polida, Elimine os depésitos calcairios — sobretudo depois do uso de um pano umido — com uma bucha em- bebida em vinagre, depois do esfriamento do ferro. Nao use abrasivos. 6. 0 fio elétrico do ferro deve estar sempre em perfeito es- tado, a fim de evitar choques ou suites-citcuitos, No © puxe nunca quando desejar destigar © aparelho. Faca-o pela tomada brutho por cima. As las diagonais — como 0 cheviotte — devem ser passadas pelo avesso com pano Uimido e ferro nio muito quente. Linho — Proceda como no algo- dio. Nailon — Em principio, 0 ndilon nio se passa, pois suas qualidades tornam esse trabalho supériluo. Todavia, uma “passada a ferro” dard um aspecto ainda mais impe- cave. Para isso, utilize um pano| geiramente umido e um ferro mo- deradamente quente; se, nesta temperatura, 0 ferro ‘ndo amare- lece a la branea, tudo bem. Raion — Passe-o pelo avesso ‘com ferro morno. Nao use © pano timido no raion porque 0 resul- tado do trabalho nio sera satisfa- tério. pelo aavesso, com um pano ligeiramente timido e um ferro moderadamente quente Jersei e crepe — A passagem a ferro destes tecidos exige precau- ‘goes para evitar que o ferro deixe mareas. Por isso, coloque uma fla- nela por baixo do pano imido, quase seco. O crepe se passa com vapor, como 0 veludo. Veludo — Passa-se 0 veludo camente no vapor. Para isso, colo- que sobre o ferro um lengo de es- ponja bem, dmido (cuidado, 0 ferro nao deve ter aberturas’ de corrente), Passe © avesso do ve- ludo sobre a esponja, enquanto vai escovando 0 direito com uma fina escova de seda. Se vocé tiver medo do contato 4gua-ele- tricidade, passe 0 veludo por ci- ma de uma bacia com dgua fer- vendo, O resultado ¢ menos per- feito, confessamos. Ha finalmente outra técnica, esta bem facil: man- tenha a superficie de passagem do ferro virada para cima, seja f- xando o ferro numa mesa, seja mandando outra pessoa seguré-lo. Passe ent&o o avesso do veludo so- bre a superficie, de um lado parao ‘outro, como quem da brilho num sapato. O resultado é bem satisfa- trio. an Licéo18 COMO CALCULAR A MEIA- LARGURA DE UMA MANGA ‘Na ligdo anterior estudamos com detalhes os dois processos diretos para ‘encontrar a meiaslargura da manga, necesséria para 0 tragado do molde através dos valores da tabela S. Agora.vamos estudar 0 tito processo, chamado indireto, Repare 0 caimento de uma Por este processo, que conside- ramos 0 mais pratico — ou, pelo menos, 0 mais ldgico —, trabalha- se em sentido contrario aos ante- riores, isto &, primeiro traga-se 0 molde da manga desejada, e, em seguida, o molde da roupa, modificando-Ihe a cava no final para receber corretamente a Tanga tragada Antes, porém, de -iniciarmos 0 desenvolvimento do terceiro pro- cess0, consideramos _proveitoso dar aqui algumas orientagdes de como escolher uma manga. Essa escolha se baseia no tipo de roupa ca manga de casaco. ¢ na largura do braco. Evidente- mente, so apenas’ orientagdes para as mangas bisicas, jd que existe um terceiro fator que as faz mudar: a moda, que ora alarga as mangas ora as estreitas, tornando inuteis quaisquer regras. Escolha da largura de uma manga segundo 0 modelo e a medida do braco I. Vestides e blusas I. manga-luva — largura_do braco mais 1a 2cm para tecidos finos ou mais 3cm para tecidos mais encorpados. 2. manga-ideal — largura do brago mais 4em para tecidos co- muns ou mais Sem para tecidos es- pesos. 212 A MEIA-LARGURA DE UMA MANGA 3. manga-chemisier — largura do braco mais 5 a 6cm para tecidos fi- nos, 7 a 8cm para tecidos médios € 9/a'10cm para tecidos espessos. IL Paletés, blusies, blasers, ete. 1. manga-ideal — como no caso dos vestidos, quando os blusdes € casacos sio de pouca largura, em tecidos pouco encorpados. 2. manga-alfaiate — largura do brago mais 6 a 10cm para tecidos médios © grossos (no se faz esse tipo de manga em tecidos finos), 3. manga folgada — largura do brago mais 6 a 12cm para tecidos médios e grossos. ILL, Mant6s “‘trench-coats” e re- dingotes 1. mangas estreitas — largura do braco mais 6 a Sem. 2. mangas amplas — largura do brago mais 9 a 15cm. 3. mangas-alfaiate — largura do braco mais 8 a 12cm. Entao tltimas medidas ao esco- Ihidas de acordo com a espessura do tecido, ou seja, quanto. mais espesso, maior a foiga, Aqui tam- bém nao entram em consideracdo as variagGes das mangas, como as mangas-baléo, as mangas bufan- tes, cuja largura vai depender do volume desejado. E aqui entram em agdo a sua experiéncia e habi- lidade. Depois destas orientagdes, veja~ mos agora 0 terceiro proceso em detalhes: 1, Em primeiro lugar, escolha a manga, conforme noséas instra- des. Bor exemplo, vocé quer zer uma blusa chemisier clissiea ‘em popelina, vai escolher a manga chemisier com 8em de folga. Se a medida do seu braco for de 27cm, a largura da manga seré. obvia: mente de 35cm ¢ a meia-largura de 17,Sem. 2. Com a medida encontrada, trace 0 retangulo basico no com- primento que desejar. Para riscar © molde da manga, leve a medida da meialargura, no nosso exem- plo, 17,Scm, para a primeira co- luna da'tabela 5 ¢ procure na linha correspondente os elementos ne- cessirios 20 tracado: cabeca da manga = 14, HN = 3,5 e 10 = 10cm. Trace entéo o molde da ‘manga, como ensinamos na ligdo 16. 3. Uma vez tragada a manga, mega 0 contorno da cava (com a fita métrica na vertical) € com- pare esta medida com a da tabela 6, para cotejar, verificando se néo cometeu algum engano, No nosso exemplo, uma manga com 17,5cm de meiatargura deveri ter ‘uma cava medindo 47cm. 4, Faga entéo o molde da sua Largas ou mais justinhas, as mangas too camsa roupa, 0 que vocé iri aprendendo no transcorrer das ligdes do nosso curso. Pronto 0 molde, meca 0 contorno total da cava da roupa ¢ compare esta medida com a me- dida da cava da manga, Pode acontecer as seguintes hipdteses: ‘a. A cava da roupa deve ter a mesma medida da cava da manga, no caso desta ultima ser montada sem nenhum embebimento. b. A cavada roupa deve ser me- nor que a cava da manga em tan- tos centimetros quantos se deseje para o embebimento da manga. No exemplo que escolhemos, como a cava da manga tem 47cm, a cava da roupa, no primeiro caso, também deverd ter 47cm. No se- gundo, se voc quiser, por acaso, 3cm de embebimento, a cava da roupa deveri ter légicamente 47 - 3 = 4m. Se, entretanto, o seu desejo é montar a manga com embebi- mento normal — 0 mais comum — basta levar a tabela 7 a medida da meia-largura utiizada no molde da manga verificar quais as me- didas que as cavas da manga e da blusa deveriio ter. No nosso exem- plo, para uma manga com 17,Sem de meia-largura, a cava da mange mede 47cm ¢ a da blusa 445, 0 que dard 2,5em de embebimento normal (47 menos 44,5). 5, Na maioria das vezes, a medida da cava da roupa nunca € aquele que se deseja para a manga tra- gada. Por isso, é necessario modificé-la, aumentando-a ou diminuindo-a, para que atinja a medida desejada. Para aumentar a cava, basta que vocé desca a sua extremidade inferior, tanto na frente comonas costas, na metade da medida que se quer aumentar. Para diminui-ia, basta subir a sua extremidade inferior, de maneira semelhante. Por exemplo, se vocé quer aumentar a cava em 3cm, despa a extremidade inferior em 1,Sem na frente e 1,5em nas cos- tas, retragando a nova cava a par- tir do meio da cava primitiva (veja fig.l). Se, ao contrario, vocé quer diminuir 2 cava. digamos em 2cm. basta subir-lhe a extremidade infe- rior em lem, tanto na frente quanto nas costas © retragar a cava modificada (veja fig.2). A MEIA-LARGURA DE UMA MANGA 213. Para o aumento da cava ha uma segunda opgao. Como cavas gran- des, muito abertas, embora con- fortéveis, prejudicam a liberda- de dos movimentos, ao ter de aumenté-las, em vez de descer a sua extremidade inferior, pro- longue-as para fora, na mesma medida, frente e costas, ¢ refaca a linha lateral por uma curva suave, partindo da ponta da nova cava até morrer na altura da pence ho- zontal, ou na sua auséncia, na al- tura da linha do busto (veja a fig. 3) Ja tivemos ocasiio de mostrar que, se vocé desejar o embebi- Memo normal ua urontagem da manga, a tabela 7 Ihe dard de ime- diato a medida da cava da roupa de acordo com a meia-largura em- pregada no molde da manga. Por exemplo, a tabela 7 diz que, se a ‘manga tem 18cm de meia-largura, ‘© contomo total da cava da roupa terd de medir 45cm, o que assegu- rard um embebimento de 3cm, jé que a cava da manga mede 48cm, segundo a mesma tabela. Ora, este € 0 embebimento normal, como vocé pode conferir na pequena ta- bela, dada na li¢do anterior. Dissemos, no inicio da ligéo 16, que a manga ideal — aquela com 4om de folga sobre a largura do braco—deveria, teoricamente, ca- ber na cava ideal da blusa, com embebimento normal. Contudo, € conveniente comparar as duas ca vas, a da manga ¢ a da blusa, para vetifivat se O cinbebimento esté correto. Esta precaucio se deve a0 fato de que, se duas mulheres tém a mesma medida de largura de brago — e conseqiientemente 4 mesma largura de manga ideal — no so obrigadas a ter a mesma medida de busto ou de costado. Deste modo, a mesma manga cor- responderia 2 cavas diferentes na blusa. Dai a necessidade da com- paragdo para verificar se devemos ou nao modificar a cava ideal da base da blusa para o ajuste per- feito da manga. Por outro lado, & desta maneira que podemos corri- gir — se for 0 caso — a altura da cava ideal tedrica, dada na tabela 2, e encontrar a verdadeira altura, apds a correcao da cava. Quando ha boa proporcionalidade entre as medidas do busto, do costado ¢ da largura do brago, a manga ideal sempre se adapia bem a cava Ncal, com diferengas minimas, ©, entao. os valores dados na tabela 2 passam a ser os verdadeiros. aia PONTOS PARA ALINHAVAR — Os alinhavos nada mais sao do que uma modalidade do panto corrido, variando apenas no seu tamanho € espasamento. Com pouquissimas excesdes, os alinhavos sdo sempre provisérias, destinados a unir duas bu mais espessuras de tecido, antes da costura definitiva & maquina. Para as primeiras provas, a roupa esid geralmente montada com alinhavos, por serem faceis de desmanchar para qué as correcies sejam fettas. Isso so ndo acontece na costura industrial, onde ndo se fazem costuras manuais, que exigem tempo @ méo-de-obra, com o consegiiente encarecimento do produto, ou seja, em tiltima instdncia, a roupa. Entre os alinhavos, os mais comuns sdo 0 alinkavo ordindrio, o alinkavo longo, alinhavo diagonal e 0 alinhavo corredico. 1, Alinhavos ordindrios — E o tipo de alinhavo mais usado, uma vez que pode ser aplicado em qualquer costura proviséria. Sio pontos corridos curtos — cerca de 5.6mm de comprimento — sepa- rados um do outro na mesma me- dida do comprimento, Traba- lhando da esquerda para a direita, comece com um ponto atrés ou entdo dé um né na linha. Sao utili- zados para a construgao da roupa, fixagio de bainhas provisoria- mente, etc. Deve-se usar linha de cor diferente da do tecido e, quando se pretende desfazer os alinhavos, corte-os a distincias regulares. Nas costuras que vao estar suieitas a tensoes durante a prova da roupa — pences, costuras laterais de saia justa, cavas em blusas mo- deladas, etc. — € conveniente fazer alinhavos bem menores. 2. Alinhavos longos alinhavos ordindrios — cerca de 25cm — mas com espacamento bem pequeno entre si. Sio utiliza- dos para fechar costuras que nao exijam muito controle durante costura definitiva (neste caso, os pontos, além de compridos podem ser bem mais espagados), como as costuras que unem os panos de uma saia godé, por exemplo, Sic também 0s alinhavos ideais marcagdes nas pecas, como meios de frente ou de costas, linhas de dobra, vincos das pregas, etc. 3. Alinhavos diagonais ~ Sio os Unicos que, em certos casos, po- dem ser_permanentes. Diferem dos anteriores porque, em vez de se enfiar a agulha na mesma dire- io da costura, resultando uma es- pécie de linha interrompida ou tracejada, enfia-se a agulha per- pendicularmente a direcao da cos- ura, dando-se pontos que, & su- perficie se assemelham a pontos de haste afastados, enquanto infe- riormente formam pequenas li- has curtas e retas, Sao usados para conservar duas espessuras de tecido unidas e evitar que es- correguem uma sobre a outra, en- quanto se costura e se pasta a ferro. Os alinhavos diagonais va- riam muito de tamanho. Quando sio curtos € juntos, seguram me- lhor a camadas de tecido, pelo que so preferidos nos tecidos extremamente _escorregadios, quando se costura ou se passa a ferro, 4, Alinhavos diagonais longos — Como slo menos firmes que os diagonais curios, os longos sio mais usados para prender proviso- riamente entretelas ¢ acertar for- ros de casacos, antes de prendé- los em definitivo. Durante a exe- cugao do alinhavo diagonal, seja 0 curto ou 0 longo, a agulha se mo- vimenta da direita para esquerda 0s alinhavos diagonais podem ter cariter permanente quando fixam aentretela a uma superficie de te- cido que permanece oculta, como por exemplo, na face interna da gola de um “tailleur” ou de um ca- saco, Neste caso, use 0 alinhavo curto ou 0 longo, de acordo com a superticie a cobrir. 5. Alinhavo corredigo — E usado para facilitar a coincidéncia nas costuras em tecidos listrados ou quadriculados, como também para fechar ‘costuras curvas. Trabalha-se pelo direito, princi- palmente quando a padronagem é pouco visivel no avesso. Vinque ¢ dobre para 0 avesso a margem de costura de uma das pecas ¢ aplique-a sobre a linha de monta- gem da outra peca, onde vai ser montada, fazendo coincidir perfei- tamente ‘as listras ou 0 xadrez. Prenda as camadas de tecido com alfinetes. Trabalhando da direita para a esquerda, faga um ponto de alinhavo na parte inferior, junti- nho 4 dobra, depois outro exata- mente na dobra da parte superior, COSTURA XVII 215 ‘0 outro novamente na parte infe- rior € assim sucessivamente, alter- nando sempre um ponto de ali- nhavo na parte inferior ¢ outro na dobra da parte superior. Em cada ponto, passe a agulha de um lado para outro na mesma altura. Note que a agulha deve ser enfiada na dobra, passar por baixo dela e sair outa vez na dobra. 216 UMA MINI- JARDINEIRA A jardineira — que os franceses chamam de salopette —deixou de ser 0 traje tipico dos jardineiros e passou a constituir wina das pecas Dprincipas do vestudrio bfanil Data ‘ser adotada pelas jovens e adolescentes foi apenas um pequeno pds 0 advento do jeans — que a Jardineira vai ser usada por muito lempo, som compromissos com a oe peitilho sustentado por aleas afiveladas na Jrente e cruzadas nas costas. A ‘minissaia, substituindo as Convencionais, ligase ao pelo por wm cbs, munido de passadores, por baixo dos quais corre um cinto de couro. Grandes bolsos se aplicam sobre as costuras laterais da saia. O meio da frente é fechado de alto a baixo por wn ziper grosso, de encaixe solio, colocado de ‘cabera para’ baixo, para que possa ser ‘aberto embaixo, providenciando wma fenda divertida, Todas as ‘costuras sto marcadas por pespontos duplos. Qualquer brim, tipo jeans, stone-color, 0 brim’comum de al- godio, etc. Um ziper_metdlico Tongo, de encaixe solto. Duas five- las de metal. Entretela adesiva. Duas alturas de saia e¢ uma de peitilho, se o brim tiver 0,90m de largura, mas se tiver 1,40m, bas- tam uma altura de saia ¢ uma al- tura de peitilho. Peititho (esquema 1) — trace a frente da base da blusa (ligdo 13). Como a base sé vai servir de orientagdo, trace apenas as linhas de construcdo, 0 decote ¢ 0 om- bro. Feito isso, marque 0 ponto A no meio do ombro e, para cada lado, mega 1,5 cm a fim de deter- minar os pontos B ¢ C. A alga tera assim, 3 cm de largura no total. Para tragar o decote, desga do ponto B uma vertical até B’ com 5 cm e v4 arredondando a linha para baixo até chegar no ponto D, extremidade da linha da cava no meio da frente. Embaixo, suba 2cm (metade da largura do ¢6s) e trace a linha EF com a quarta parte da medida da cintura. Do ponto C no ombro, desca uma vertical até a linha do busto e encurve-a para fora até atingir 0 ponto F. Corte a alca na INTERPRETACAO DE MODELOS 217 altura do ponto B® pela horizontal B’C.. O peitiho deve ser cortado quatro vezes no tecido porque ¢ forrado. ‘Cés (esqueme 2) — Trace a tira EGE'G’, em que EG mede «me- tade da medida da cintura ¢ a lar- gura EE’ é igual a 4m. No es- quema esto colocados os passa- dores com 2 em de largura, um no meio da parte da frente e 0 outro no meio da parte das costas. Corte © cés duas vezes com a fazenda dobrada ‘pelo meio das costas Frente da sain (esquema 3) — Trace a molde da frente de uma saia evasé sem pence (ico 5), sem nenhuma modificagao. Corte duas vezes no tecido. 218 INTERPRETACAO DE MODELOS Costas da saia (esquema 4) — “eo molde das costas de uma evasé sem pence (li¢do 5), sem alteragdes. Corte uma vez no tecido dobrado pelo meio das cos- las. Bolso (esquema 5) — Trace 0 bolso num retangulo com 15 em de largura por 18 cm de aitura. Corte duas vezes no tecido, dei- xando para a borda superior uma bainha de 6 cm de largura. ‘Alka (esquema 6) — Trace uma tira com 6 em de largura ¢ um comprimento aproximado de 60 cm. Confirme esta medida, colo- cando a fita métrica sobre © prd- prio corpo. Cone a alga duas ve- 2es no tecido. Tr MONTAGEM 1. Para cada lado do peitilho, aplique as duas partes uma sobre a outra, direito contra direito. Cos- ture 6 decote ¢ as bordas laterais. Vire para o direito, passe a ferro e faga 0s pespontos. Dobre a extre- midade superior da alga, pren- dendo a fivela. 2. Dobre cada alga a0 meio, no sentido do comprimento e cole a entretela sobre 0 avesso de um dos lados.*Costure a borda e uma das extremidades, virando a alca para © direito pela outra extremidade. Passe a ferro e pesponte. Mande abrir cerca de quatro a cinco ilho- eS metilicos no lado da extremi- dade fechada. 3. Faga quatro passadores com 2m de largura ¢ 6 cm de compri- ‘mento. Alinhave os passadores so- bre 0 direito de um dos lados do 6s, em seus lugares determina- dos, apenas pelas extremidades. Cole a entretela sobre 0 avesso do outro lado do cés ¢ aplique-os um sobre © outro, direito contra di- , deslizando a cintura das duas’ partes do peitilho entre as duas espessuras, nas extremidades do eés, para que haja coincidéncia dos meios da frente. A cintura do peitilho deve ficar entre as bordas superiores do 4s, que serio cos- turadas em toda a extensdo. Vire 05 dois lados do c6s para baixo € passe a ferro, 4, Monte a frente com as costas da saia pelas costuras laterais. 5. Dobre a bainha superior do bolso para 0 avesso e fixe-a com dois pespontos. Dobre as margens de costura para 0 avesso, vinque- as com 0 ferro € aplique 0 bolso sobre a costura lateral da saia, me- tade para a frente, metade para as ccostas. Fixe-o com alinhavos e de- pois com um pesponto duplo. 6. Costure a saia na borda infe- rior do ¢és, apanhando apenas a parte de cima. Rebata a parte de baixo sobre a costura, no avesso, faga uma dobrinha na borda e fixe-a com pontos & mio. 7. Pegue as duas tiras de arre- mate do ziper e aplique por baixo do meio da frente da saia, avesso contra avesso. Costure a extremi- dade superior do arremate na borda inferior da parte de dentro do cés, antes de aplicé-la sobre a cintura. 8, Monte o ziper entre as duas espessuras de tecido no meio da frente, desde 0 peitilha 2té a caia O ziper deve ser montado de cima para baixo, como também deve fi- ar inteiramente visivel. Pesponte a montagem. TENHA CUIDADO NA MONTAGEM DAS MANGAS A montagem das mangas constitui wm dos pontos mais delicados na confeceao de wna roupa — se ela, € claro, possul mangas montadas em cavas. Naturaimente, sé vamos abordar aqui 0 lado técnica da ‘montagem cléssica de manga com cava normal, em volta da articulagdo do ombro, sem considerar as mangas montadas em cavas baixas, as mangas-raglé, as mangas Japonesas ou as mangas mistas, cuja Jeitura e moniagem obedecem a regras completamente diversas. Prepare 0 embebimento da cu- bega da manga, passando duas car- reiras de fios de franzido (com 0 ponto largo da maquina), 20 longo do alto da cabeca, aproximada- mente entre os pontos Ne N’ (veja 0 molde biisico da manga), Faca a primeira carreira sobre a linha de montagem e a segunda, a 3 ou 4 mm de distancia da primeira, so- bre @ margem de cosiura (fig. 1). Nao puxe ainda 0s fios do embel mento. Note que este embel mento é indispensivel para a boa queda da manga, quando a monta- gem se faz em cavas normais. A manga sem embebimento s6 deve ser usada em cavas amplas, ligei ou definitivamente baixas ‘ou en- Yio nas camisas masculinas. ‘Se a manga for de pouca tar gura, feche a pence do cotovelo ou faga 0 embebimento que 0 subs- titui — uma coisa ou a outra, con- forme a sua preferéncia. Verifique se a pence est colocada corret a. mente ¢ se 0 embebimento esta distribuido uniformemente sobre a saligncia do cotovelo (fig. 2). Fe | L che a costura inferior da manga, Passe-a a ferro €, em seguid abra-a. Vire a manga para o reito. Preparada a manga, introduza-a na cava, direito contra direito, fa- zenda caincidie sia castura de fe- chamento com a costura lateral da roupa. Va prendendo as duas ca- vas uma na outra, com alfinetes 219 distanciados em 1,5 em, partindo a costura inferior até a extremi- dade dos fios de embebimento, tanto no lado da frente quanto no das costas (fig. 3). Devido a folga, © alto da cabega da manga vai so- brar. Puxe entio ox fios do embe- bimento até que a cabeca da manga se ajuste perfeitamente cava da roupa. Prenda com alfine- 220 TRUQUES E CONSELHOS tes e depois alinhave toda a cava com pontos pequenos, tendo o cuidado de distribuir 0 embebi- mento por igual (fig. 4). Prove a roupa, em especial a manga € corrija os defeitos que tura existirem. Retire 0s ali- nhavos e separe novamente a manga. Observe a manga pelo dircito. O alto da cabega deve apresentar- se redondo e liso, 0 que provavel- endo se verifica por causa do ligeiro franzido do embebimento. Para fazé-lo desaparecer, coloque © trecho embebido sobre uma al- mofada de alfaiate (na sua ausén- cia, use uma toalha dobrada de modo a formar uma superticie ar- redondada), estando a manga pelo direito, Com um pano imido € um ferro bem quente, va pressionando-o sobre 0 embebi- menio até alisi-lo por completo (fiz. 5). Torne a alinhavar a manga na cava, em sua posicao correta, faca ‘uma segunda prova, se vocé quiser maior seguranga, e’ costure 4 ma- quina, comecando pela costura na axila. Com a manga por cima, cos- ture ao longo da linha de monta- gem, subindo por um lado ¢ des- cendo pelo outro, enquanto con- trola com os dedos o trecho em- jo. No final, superponha al- guns pontos (fig. 6). Retire os ali- nhavos. Apare em diagonal as margens internas da costura lateral € da costura do ombro, junto a costura de montagem da’manga e, a se- guir, fuga um pesponto na mar gem interna da costura da cava, a 0,5 cm da costura de montagem (fig. 7). Apare agora as margens de costura da cava junto ao pes- ponto. Nio passe as costuras 4 ferro. Qualquer que seja 0 seu com- primento, © ponto nevrilgico da montagem de uma manga ordi- naria se coloca justo na cava que deve, na maioria das vezes, ser apoiada na curvatura superior do ‘combro por um reforgo. Este re- forgo é, em geral, obtido pela pré- pria margem interna da costura, dirigida para fora ¢ envolvida por um viés para Ihe dar maior rigi- dez. Se quiser marcar bem o om- bro, deixe a margem interna es- ueita na curvatura inferior da cava e mais larga — cerca de 1,3 ‘cm —na curvatura superior. Corte © viés com a medida do contorno da cava ¢ aplique-o, prendendo ‘com pontos & mao juntinho cos- tura da cava. Envolva a margem de costura com 0 viés ¢ fixe-0 s0- bre 0 outro lado da margem. Ha um outro tipo de reforgo, ‘que assegura uma manga bem as- sentada na roupa. No momento da montagem, costure na curvatura superior da cava uma tira envie- sada com 4 cm de largura e cerca de 18 cm de comprimento. A cos- tura € feita no avesso © exata- mente no meio da tira (fig. 8). Dobre-a depois a0 meio, pela cos- tura, virando as partes para cima e arredondando as extremidades (fig. 9). Fixe a tira dobrada nas margens internas da costura do ombro. Antes de colocar a manga, veri- fique se a cava da roupa esti cui- dadosamente tragada, 0 que seri feito sobre o préprio corpo ou so- bbre um manequim (se vocé dispde de algum com as suas medidas TRUQUES E CONSELHOS 221 exatas). A linha da cava nao deve ser excessivamente entrada na frente, profunda demais debaixo do brago e nem demasiado baixa no ombro,onde deve apoiar-se na- turalmente (fig. 10). Por outro lado, a linha da cava nas costas deve ser suave, caindo quase pelo 222 TRUQUES E CONSELHOS fio da fazenda — quando a roupa é cortadaa fio reto — de modo que a manga ndo avance demais pelas ccostas (fig. 10). Cavas muito fun- das inibem 0 movimento fécil dos bracos € provocam 0. repuxa- mento do tecido,A nossa base, en- tretanto, jf prevé uma boa curva- tra de cava, de mancira a evitar maiores preocupagées. E importante observar que, quanto maior a cava, mais ela prende os movimentos dobraco e, quanto menor, mais junta da mais liberta DB srneae Além disso, para a boa postura da manga, a abertura da cava nas costas deve ser maior que a da frente, como ja nos teferimos quando tratamos da base da blusa, Convém nao esquecer que, nas cavas normais, a curvatura da frente deve continuar numa linha constante com a das Costas, sem formar nenhum Angulo nesta pas- sagem, ao nivel da costura lateral. Para verificd-lo, antes de cortar a cava, junte a frente com as costas do molde pela costura lateral.Veja, entdo, se no ponto A (fig. 11) ndo se forma um Angulo para cima ou para baixo. Se isto acontecer, cor- rija a curvatura da cava, De modo semelhante, a cava da manga deve ser continua, isto é, apés o fechamento da mange, deve formar um oval regular, sem desenhar angulos no ponto A (fig. 12), que é 0 extremo superior da costura inferior da manga, em- baixo da axila, Para veriiear este ponto, enrole o molde da mange, de modo que os lados se toquem pelo ponto A. Se algum angulo se formar, retifique a curvatura (fig. 12). Para que uma manga tenha caimento perfeito, ¢ necessario que © fio da fazenda seja respei- tado. O fio reto que corresponde a0 meio da manga deveri cair bem vertical, enquanto o fio trans- versal deverdé permanecer hori- zontal, scm desnivelamentos. Para faciltar a tarefa, & aconsethavel passar um fio de alinhavos, indi- cando exatamente 0 fio reto do meio da manga, no sentido veri- cal e horizontal (fig. 13). Na hora da prova, 0s alinhavos informario se a manga est corretamente co- locada. Se, porém, vocé cortou a manga com o fio torto, ndo haverd corregao possivel, a no ser cortar ‘outra manga, BASE DO VESTIDO INTEIRO Até agora, s6 tratamos das bases destinadas a vestidos compostos de saia e blusa, costuradas uma na outra pela cintura. A partir desta licao, vamos pasiar ao estudo dos vestidos inteiros, entre os quais se incluem o vestido-tubo, o vestido- Saco, 0 vestido “housse”’, 0 vestido-princesa, o vestido chemise, enfim todos aqueles que néio séo estruturados em blusa e saia unidas pela costura da cintura. Esta base é ainda mais importante na medida em que serve de ponto de partida para 0 tragado de moldes de blusces, costumes, coletées, casacos, redingotes, impermedveis, “trench-coats”, mantés, enfim de roupas inteiricas de toda espécie. Podemos ter dois tipos de base: com pence de busto e sem pence. Em ambos os casos, parte-se da respectiva base da blusa, como vamos ver no estudo a seguir. Trace a base da blusa, frente e costas, na sua variagao reta, Para facilitar 0 estudo, vamos ‘repetir aqui as alteragOes introduzidas na base normal: |, Trace a frente da base da blusa, climinando completamente a pence vertical. 2. Marque a pence horizontal com a profundidade aumentada para 4em (busto pouco saliente), Scm (busto normal) € 6cm (busto muito saliente). Sua ponta permanecera colocada sobre 0 ponto O, se a pence vai ser posteriormente transportada ou oculta num corte ‘qualquer, Se, porém, vai ficar na mesma posic¢do inicial, Tecue a ponta para o ponto M, situado 2 a dem de distancia do ponto O. 3. Como nao ha pence vertical, trace a linha do busto EF com a sua altura normal, isto é, sem diminuir Icm, ‘como acontece na base normal. 4. Na base das costas, trace apenas a zona da cava. Nao marque a cintura nem a pence da cintura, A costura lateral serd 0 préprio lado do retangulo. Recapituladas estas modificagdes, passemos entio ao tragado basico do vestido inteito. Frente (esquema |) — Depois de tracada a frente da base da blusa com as modificagées citadas, prolongue o retangulo basico para baixo da cintura em qualquer dos seguintes comprimentos: a) comprimento normal da saia se o vestido (ou a roupa) & usado solto. ») comprimento da saia aumentado de 2 a 3em, se 0 vestido € frouxamente amarrado na cintura ou nos quadris. ©) comprimento da saia aumentado de 4 a 10cm, se 0 vestido é amarrado na cintura ou nos quadris, formando um blusante maior ou menor. Note que, nos dois tiltimos casos, a linha da cintura sera rebaixada de tantos centimetros quantos os que forem somados 20 comprimento da saia. Depois de prolongado o retingulo, trace a linha dos quadris 1J, 20cm abaixo da linha da cintura, seja qual for a sua posicdo (normal ou rebaixada). Na linha dos quadris, marque um quarto da medida dos quadris mais im, do que pode resultar trés hipdteses: a) se 0 busto for maior do que os quadris (0 que é rarissimo) ou, pelo menos, ambos forem iguais, a medida cairé dentro do retingulo basico; neste caso, nao ha problema € a roupa caberd folgadamente nos quadris. ) se 0s quadris forem maiores do que 0 busto em fom, a medida oiré exatamente zobre 0 lado do retangulo basico (por causa dos 4em de folga natural dados na base da blusa); neste caso, a roupa ainda caberd nos quadris, embora bem ajustada. MEIO OA FRENTE ESQUEMA 1 FRENTE _________ BASE 0 VESTIDO INTEIRO 225 ¢) se os quadris forem maiores do que © buste em mais de 4em, a medida ird cair fora do retangulo bésico, marcando-se ento © ponto J’ no prolongamento da linha dos quadris. Neste iiltimo caso, € necessirio retracar a linha lateral, o que é feito por uma reta, de J” para baixo, até H’, paralela ao lado do retangulo bésico. Complete a nova lateral por uma curva leve, subindo de J’ até Dna extremidade da linha da cintura, Costas (esquema 2) — Depois de tracar a base das costes da blusa, com as modificages citadas para a base reta, prolongue o retingulo bisico para baixo, de modo que 0 comprimento da costura lateral seja igual ao da frente, estando a pence do busto fechada. Trace a linha da cintura e dos quadris na mesma altura que as da frente, a fim de coincidirem na montagem. Na linha dos quadris, meca um quarto da medida dos quadris menos Jom, do que pode resutar as mesmas hipOteses ocorridas’ na frente, Note que nas costas acontecerd sempre a mesma hipotese da frente. Sendo assim, quando ocorrer 0 ultimo caso, o prolongamento AP na linha dos quadris € 0 mesmo, tanto na frente quanto nas costas. Se isso ndo acontecer, houve algum erro de caleulo que é necessirio corrigir. Trace ent nova linha lateral, dai para baixo, numa reta JIT encurve-a levemente para cima até o ponto D na cintura. CINTURA QUADAIS ADO MEIO DAS COSTAS 226 ou BeAnnyo ae INTERPRETACAO DE MODELOS, UM VESTIDO ESPORTE Apesar do nome, 0 vestido esporte ‘ou esportivo — como queiram — no ‘se destina especificamente as ‘ocasides esportivas. Na realidade, 0 termo assume 0 significado da informalidade, na medida em que se encare a roupa formal como sendo aquela que se reveste de caracteristicas especiais para ser sada é noite ou em ceriméanias ‘aparatosas. O vestido esporte, consegiientemente, por ser usado nas cuividades didrias ‘de trabatho e de lazer, constitui a pega bdsica no guarda-roupa de qualquer mulher. Este modelo, que evidentemente perience ao género esportivo, lem porte tubular. disfarcado por um largo cinto, que marca a cintura sem caperta-la. Uma pala alta é abotoada assimetricamente por plicplacs e bolsos com aba triangular rebatida se aplicam sobre os quadris. O forto do vestido se apdia em seu ‘corte pouco aderente ao corpo € nas mangas amplas montadas em cavas ligeiramente baixas. Todas as costuras sio pespontadas. Linhdo, popelina, algodao nis- tico. Escolha uma cor que Ihe caia bem © ndo aquela que estd na moda ¢ Ihe vai mal Duas alturas do vestido mais uma altura de manga (se eiz nao ultrapassar 45 em de largura). Em mangas mais largas, conte duas al- turas. Isto se 0 tecido tiver 0,90 m de largura mas, se tiver 140 m, basta uma altura de vestido e uma de manga, Frente do vestido (esquema 1) — Trace a frente da base da blusa sem pences, ¢ depois acrescente as folgas dadas na quarta linha da tabela de folga, isto ¢, aumentos de 2.cm para os pontos da cava e 3 cm de folga lateral. Trace a nova cava ligando os pontos A, B, He D. Na cintura, a folga lateral serd menor, com 2 cm, € trace a cos- tura lateral difinitiva, ligando E a D. Marque 0 ponto I no ombro, a 5 cm do decote da base, ¢ © ponto Jno meio da frente, I'em acima do decote. Trace 0 decote do ves- tido, ligando I J por uma linha curva. Prolongue 0 molde para baixo, até MF, de modo que EF mega o ‘comprimento da saia. Trace a li- nha da pala GH, 3 cm acima da li- nha da cava, Corte por ela a fim de separar a pala. Corte a frente do vestido uma vez no tecido do- brado pelo meio da frente. Costas do vestido (esquema 2) — Trace as costas da hase da blusa ‘gem pences acrescente as-mesmas folgas da frente. Retrace a cava e @ cosiura lateral. Verifique se esta Ultima tem 0 mesmo comprimento que a da frente e corrija se isso INTERPRETACAO DE MODELOS 227 WEIO) ON FRENTE (OOBAAT eintina ESQUEMA 1 228 INTERPRETACAO DE MODELOS f ESQUEMA 2 no acontecer. Tudo feito, prolon- gue o retdngulo para baixo, até FN, na mesma medida do’ pro- longamento da frente. Para 0 novo decote, marque o ponto I no ombro, a 5 cm do de- cote da base e 0 ponte L, no meio das costas, a1 em abaixo dele. Li- gue Ia L por uma curva leve Corte esta peca uma vez.com 0 te- cido dobrado pelo meio das cos- tas, Lado direito da pala (esquema 3) ~ Depois de separar 2 pala do molde da frente, dobre 0 papel pelo meio da frente e reproduza a metade da pala no sentido oposto, seja com a carretilha, seja com 0 papel carbono, a fim de obter a pala completa. A seguir, marque 0 ponto M no ombro esquerdo, a 4 em de distincia do ponto |. Trace a vertical MN € corte 0 molde por ela, separando-o em duas partes. Corte entio o lado di- reito da pala duas vezes no tecido, pois a pala é forrada. Se vocé qui- ser, pode cortar o forro em cor di- ferente. Lado esquerdo da pala (esquema 4) — Depois de separar 0 lado esquerdo pelo corte MN, re- produza-o numa outra folhia de papel com um lipis. Para provi- denciar 0 transpasse de abotoa- mento, prolongue para cima a li nha do ombro, de Ma Lem 4 em Do ponto I, desca a vertical IP, paralela a MN. Corte 0 lado es querdo da pala duas vezes no te- cido, pois esta pega também é for- rada, como a anterior. Manga (esquema 5) — Para achar a meia-largura da manga, some 12 cm a medida da largure do brago. Divida o resultado por 2 € leve 0 resultado para 2 tabela 5, a fim de encontrar todos os cle- mentos necessirios ao tragado da manga. Trace entio 0 molde da manga ordindria (lic&o 16) com 0 comprimento desejado e verifigue no final a medida da cava da manga, que deve coincidir com 0 valor dado na tabela 6. Mega ase- guir, a cava total do vestido, frente € costas, para compardla com 2 a manga. Como a momagem € feita em cava ligeiramente baixa, 0 ‘embebimento da manga deve ser pequeno, com I cm apenas. Por INTERPRETACAO DE MODELOS _229 4 D B t A i B >! este motivo, a cava do vestido deve ter I cm a menos que a da manga. Sc isto nao acontecer, faga a corregao da cava do yestido de zcordo com 0 que ensinamos na ligdo 18. Bolso (esquema 6) — Trace 0 molde obedecendo as medidas ¢ 0 desenho do esquema. Para 0 forro da aba, trace a linha pontilhada, 6 ‘cm abaixo da reta PQ. Forro da aba do bolso (esquema 7) ~ transporte para outro papel 0 molde do forro, copiando © molde do bolso até a linha pontilhada. Corte tanto 0 bolso quanto 0 forro da aba, duas vezes no tecido. MONTAGEM 1. Aplique as duas partes do lado direito da pala uma sobre a outra, direito contra direito, e costure 0 decute, v pedacinly du ombive & borda do abotoamento. Vire para © direito, passe a ferro e pesponte. Faa o mesmo com 0 lado es- querdo da pala. A seguir, aplique a borda MN do lado direito da pala sobre a linha MN do lado es- querdo, a fim de efetuar o trans- do abotoamento. Fixe-o ‘com um alinhavo. Monte entio a pala inteira na frente do vestido. 2. Aplique o forro da aba sobre © bolso, direito contra direito, € costure as duas bordas em angulo. Vire para 0 direito, passe a ferro € pesponte. Corte fora as margens laterais do forro © dobre as mar- gens do bolso para o avesso. Vin- que com o ferro, dobrando as margens transversalmente nos pontos Pe Q. Aplique depois os bolsos sobre a frente do vestido — 10 cm abaixo da linha da cintura © 3.cm para dentro da costura late- ral —e fixe-os com um pesponto duplo. 2. Vire as abas dos bolsos para 0 disvity © prendaras com um plic plac. Para maior comodidade, esta ‘operagdo pode ser feita antes de aplicar os bolsos sobre 0 vestido. 7 M p H ESQUEMA 4 3. Monte a frente com as costas do vestido pelas costuras dos om- bros e pelas laterais. Para um me- thor acabamento, faga a costura dos ombros apanhando apenas a es- pessura de cima da pala. Depois rebata o forro sobre a costura, no avesso, faca uma dobra na borda e aplique-a ‘com pontos a mao, es- condendo as margens de costura. 4, Feche a manga e dobre a bai- nha da boca, prendendo-a com um pesponto duplo a 3 cm da borda. Embeba ligeiramente 0 alto da ca- beca da manga ¢ monte-a na cava do vestido. $, Embainhe a barra do vestide € mande colocar os plic-placs no transpasse da pala, depois de reti- rar os alinhavos. PONTOS DE COSTURA A MAO-3 PONTOS PARA MONTAGEM manuais, aplicar ziperes em vestidos ‘Ao contrario dos pontos de ‘muito finos, etc. Embora existam alinhavo, que sdo quase sempre _variagdes do ponto atrds, a maneira provisérios, os pontos para de executé-lo tem a mesma base: ‘montagem sao quase sempre enfia-se a agulha sempre atras do permanentes. Deles, o mais comum —ponto onde sai a linha do ponto Eo ponto atrds que, por causa da sua anterior. Dai o seu nome. Além do ¢grande elasticidade é0 ponto a mdo onto atrds, existem outros pontos de maior resistencia. E utilizado para montageme acabamento, como para arrematar e reparar costuras vamos analisar. 1. Ponto atras no inicio ou fim de uma costura & mao — Para arrematar uma costura & mao, no comego € no fi- nal, © ponto atras funciona com perfeigdo. No inicio, ‘enfic a agulha e saia com ela um pouco adiante, atraves- sando todas as camadas de tecido. Volte com a agulhae faga um ponto, enfiando € saindo nos mesmos lugares. Assim procedendo, faga trés ou quatro pontos atras no mesmo lugar ¢ depois inicie a costura, Chegando ao fi- nal, saia com aagulha e enfie-a atris, no lugar do ultimo ponto, fazendo novamente trés ou quatro pontos atris ho mesmo lugar. Quando a costura a mao é perma- mente, prenda-a nas extremidades com pontos atrds pe- mas faca-os maiores quando a costura for pro- 2. Ponto atris de segurana — Use este ponto apenas nas costuras permanentes, ndo so porque € mais firme, como também € mais dificil de desfazer. E utilizado para arrematar o final da costura, enquante no inicio, dé um né forte na linha, Ao chegar no fim da costura, faga um ponto atrés bem pequeno, logo atris do lugar onde sai a linha, sem puxd-la completamente para que forme uma alga, Faca outro ponto atris por cima do primeiro e passe a agulha por dentro da alea, Puxe a li- hha para aperar a lacada em ambos 0s pontos € corte a inka. 3. Ponto atrés continuo — De todas as variantes do ponto atris, é a mais resistente. Os pontos ficam seme- Ihantes aos de uma maquina, quando feitos em tama nho uniforme, distando entre si, espagos quase nulos. Por tudo isso, € utilizado sobre tudo em substituigao a0 ponto de maquina e na reparagao de costuras desfeitas. ‘Trabalho da seguinte maneira: entie a agulha no lado de baixo € faga 0 primeiro ponto para trés, no compri- mento desejado, no lado de cima, saindo com a agulha adiante num comprimento igual ao do tamanho do ponto. Tore a enfiar a agulha no lugar onde terminou © ponto anterior e saia adiante numa distancia igual a0 comprimento do ponto. Com este processo, voltando sempre a enfiar a agulha no final do ponto anterior ¢ saindo adiante no tamanho do ponto, va desenvolvendo a costura, da direita para a esquerda. Arremate o final com um ponto atrds de seguranga. O desenho da linha inferior, mostra como ficam os pontos no lado de baixo. COSTURA XVIII 231 4. Ponto atrés espacado — E parecido com o ponto atrds continuo, exeeto no fato de que os pontos ficam separados um do outro numa distneia aproximada ao seu comprimento. Pode ter as mesmas utilizagdes do ponto airés continuo, embora no seja tio sélido quanto ele, A maneira de trabalhar também é seme- thante, Faga o primeiro ponto no lado de cima de modo igual mas, ao sair com a agulha adiante, faca-o. numa distancia igual ao dobro do comprimento do ponto. Volte com a agulha e, em vez de enfid-la no lugar onde termina o ponto anterior, enfie-a na metade da distan- cia entre o lugar em que saia a linha ¢ 0 ultimo ponto, de modo a haver uma separacio entre os pontos no lado de cima. No lado de baixo, a costura tomard 0 as- ecto que mostra o desenho da linha inferior. 5. Ponto atras decorativo — E bem mais bonito ¢ deli- cado que as duas variantes anteriores. Vistos no lado di- reito, os pontos se apresentam pequeninos com grandes, espagos entre si. O ponto atrés decorative € muito usado para pregar um Ziper 4 mao em vestidos finos e delicados. Semelhante ao ponto atrds espacado, dele di- fere porque a agulha € enfiada através de todas as es- pessuras de tecido, apenas fios atrds do lugar em que ela saiu com a linha, Enfiada a agulina, saia com ela 346 mm auiante para faze v peyucaino ponto atrés apanhando apenas alguns fios do tecido e tornando a sair com a agulha novamente 3 a 6 mm na frente. V4 procedendo assim até 0 final da costura, 6, Ponto atris de pesponto — Pode ser igual a qual- ‘quer uma das variagOes vistas anteriormente, com uma sO diferenga em vez de apanhar as duas ou mais espes- suras de tecido, ele atinge apenas a camada superior de tecido, ficando a inferior livre. Desta maneira, a parte de baixo do ponto nio fica visivel. Aqui se trata eviden- temente, no de um ponto de montagem, mas de um ponto essencialmente decorativo, pelo que é larga- mente usado em lapelas, abas, golas, etc.., principal- mente nas roupas do género alfaitate. 7. Ponto corrido de montagem — E usado para unir duas bordas dobradas. Permite consertar com rapidez uma costura pelo direito, o que 0 torna especialmente indicado nos casos em que seria extremamente dificil fazé-lo pelo avesso. Na tealidade € um ponto corrido em que os pontos so feitos alternadamente numa borda dobrada e na outra. E ideal para fechar a aber- tura dos forros externos de almofadas e travesseiros, pois fica absolutamente invisivel. Trabalhando da di- reita para a esquerda, enfie a agulha exatamente na do- bra de uma das bordas ¢ saia com cla mais adiante, no comprimento do ponto. Exatamente em frente do lugar de said da agulha, enfie-a na dobra da borda do lado ‘posto ¢ saia com ele mais adiante. Passe a agulha para a primeira dora, enfie-a por ela, volte para a outra do- bra e assim sucessivamente até junti-las em toda a ex- tensio, Note que os pontos sao feitos por dentro das do- bras. 232 COSTURA XVIII SED 8. Ponto de chuleio — E habitualmente usado nas bor- das das margens internas de costura, a fim de evitar que clas desfiem. De um modo geral, quanto maior for a tendéncia do tecido para desfiar, mais longos e mais Juntos deverdo ser os pontos, de chuleio. Podem ser fei- tos indiferentemente da dircita esquerda ou da es- querda para a direita. Faca pontos em diagonal em volta da borda do tecido, a intervalos regulares com um comprimento uniforme, para que o trabalho tenha um aspecto cuidado e agradavel a vista. 9. Ponto corredigo — E utilizado para pregar forros a0 tecido, como acontece em casacos, paletds, etc. Os pontos nio ficam visiveis no lado direito. Dobre a borda do forro e aplique-a sobre a linha de montagem. Enfie a agulha exatamente na dobra do forro e saia com ela mais adiante no comprimento do ponto e por dentro da horda Diretamente abaixo da lugar de saida da agulha, enfie-a no tecido que esta por baixo, apanhe alguns fios do tecido, torne a enfié-la na dobra do forro saindo adiante, volte a pegar alguns fios do tecido que est4 por baixo ¢ assim por diante, 10. Ponto de luva — E um ponto pequeno ¢ bem regu: lar, que se utiliza para unir duas bordas acabadas ou preparadas. Isto acontece por exemplo, na aplicagio de rendas ou de fitas sobre uma peca qualquer da roupa. Aplique as duas bordas a serem unidas, uma sobre a ou- tra, direito contra direito. Enfie a agulha diagonalmente através das duas bordas, apanhando apenas um ou dois fios de cada uma ao mesmo tempo. A agulha & enfiada precisamente por trés do lugar onde sai a linha do ponto anterior e vai surgir um ponto mais adiante, Para que 0 trabalho tenha um aspecto bem acabado o tamanho dos pontos deve ser sempre o mesmo € © espagamento en- tre eles deve manter-se regular. 11. Ponto de luva diagonal — E uma variante do ponto de luva, do qual difere apenas pelo angulo com que a aguiha € enfiada no desenvolver da costura. Embora seja normalmente utilizado para unir bordas prepara- das, pode também montar com perfeigo uma borda dobrada a uma supeficie lisa de tecido. Enfie a agulha através das duas bordas dobradas, perpendicularmente elas e apanhando apenas alguns fios. Entre os pontos equeninos, forma-se entdo alcas inclinadas. De acordo ‘com 0 caso ou a circunstncia, o espagamento entre os pontos pode ser maior ou menor. NAO SE ATRAPALHE COM AS COSTURAS CURVAS De vez em quando a moda| evidéncia ou explora os modelos — sobretudo os casacos € mantés — baseados em recortes que descrevem Jinhas curvas. Se tais recortes estdo ou ndo na moda é irrelevante, pois, de qualquer maneira, convém cabordar 0 assunto, ja que as costuras ‘aurvas também podem ser usadas para separar éreas de cores diferentes rum simples vestido tubular. A primeira vista, a unio de pecas curas em castura interna parece néo apresentar dificuldades. ‘Nem sempre. porém. as mulheres que costuram sabem resolver a questio satisfatoriamente porque, ao colocarem as bordas das duas peras @ serem costuradas, uma sobre a ‘utra, direito contra direito, as ‘urvas ‘omam sentides contrérios, dificultando assim a sua montagem. Por uido isso, é necessério muito cuidado neste genero de costura a fim de evitar que elas enruguem, 0 ‘que vai prejudicar 0 caimento e a ‘beleza da roupa. Para contornar todas as dificuldades deste trabaiho, vamos ensinar @ voces um truque ou ‘modo facilimo de fazer costuras curvas perfeitas, lisas e nitidas. Véo ver mesmo que é um verdadeiro ovo de Colombo, de ido simples. Sigam ‘as nossas explicagées e verdo se temos ou nao razao. a Fig. 1 — Em primeiro lugar, no se esquega de que a monta- gem das pecas € feita pelo di- Teito. Por este motivo, as pecas do molde nao devem ter as suas linhas de montagem marcadas com lépis no avesso, mas sim com alinhavos, que devem ser Pequenos nos trechos de curvas pronunciadas e maiores quando as curvas se alargam ou se tor- nam retas. Trabalhando sobre ‘uma mesa, disponha as duas pe- cas a serem unidas, uma em frente da outra, as curvas em concordancia. Dé um né na ponta da linha e enfie a agulha pelo avesso, saindo pelo direito, bem no comeco da costura, Fig. 2 — Leve a agulha para a peca oposta e enfie-a também no comeco da costura, corres- pondente ao da peca anterior, pelo direito, saindo ‘um pouco adiante, num ponto de ali- havo. Esse ponto sera tanto me- nor quanto mais fechada for a curva, Pontos grandes deformam- na. Fig. 3 — Volte com a agulha para a primeira pega, enfie a agulha e faga outro ponto de alinhavo, de igual compri- ‘mento, saindo com a aguina um pouco adiante. Os espagamen- tos devem ser sempre iguais em ambos os lados da costura. BASE DO VESTIDO INTEIRO Il — BASE RETA SEM PENCE. A base sem pence é geraimente sada quando se deseja vestidos ou roupas folgadas, caindo, confortavelmente. Nao é muito aconselhivel a quem tem busto bastante saliente. a néo ser que se trate de roupas extremamente largas, quase desestruturadas. Por outro lado, aquelas que tém busto pouco ou nada saliente, podem usar @ base sem pence, mesmo em roupas ou vestidos estruturados e sem muita folga. O tragado desta base é mais ‘simples do que a base com pence, ‘embora siga de perio a mesma estrutura 236 BASE DO VESTIDO INTEIRO Frente (esquema 1) — Trace a frente da base da blusa sem pence (ligdo 15). Risque a linha do busto € sobre ela marque o ponto 0 (me- lade da separagdo do busto), ape- nas para servir como elemento de “ > eusto. 3 ESQUEMA 1 ‘oNTURA A ‘QUADS 3B) |p Ic referéncia’no momento de intro- duzir as alteragdes ¢ 03 detalhes exigidos pela interpretagio do mo- delo desejado, Nao mexa na linha da cintura, deixando-a reta mesma, pelo lado inferior do re- tangulo. A seguir, prolongue o retaingulo bdsico para baixo, numa das trés variantes, que mencionamos na base anterior com pence. Trace a linha dos quadris, 20cm abaixo da linha da cinturae nela marque a guarta parte da medida dos qu iris mais Icm em AB. Pode entao scontecer qualquer una dis hipo- teses, m mencionadas na base com pence. Se a medida cair fora do retingulo, em B’, trace a nova linha lateral, paralela ao lado do retingulo, passando por B’, desde 2 bainha em C até a cava, em D. Assim procedendo, a roupa ganha apenas maior largura em cima, no busto, permanecendo jusia na altura dos quadris. Se qui- ser a roupa mais folgada, princi- palmente ao nivel dos quadris, alargue a base lateralmente, se~ gundo nossas instrugdes na fico 15, tracando sempre a costura la- teral verticalmente de alto a baixo. Costas (esquema 2) — Trace as costas da base da blusa sem pen- ces (licio 15), tendo 0 cuidado de prolongéla para baixo, de ma- neira que a costura lateral tenha 0 mesmo comprimento que a da frente. Trace as linhas da cintura e dos quadris na mesma altura que as da frente, para que coit no momento da interpretacdo. Na linha dos quadris, marque a quarta parte da medida dos quadris menos lem. Aconteceré entdo a mesma hipdtese que se verificou na frente. Se a medida cair fora do retingulo basico, em BY, trace a nova linha lateral CD, paralela 0 lado vertical do retin lo bisico e passando pelo ponto B exatamente como na frente. Se yocé optar por um alargamento maior na frente, faga © mesmo nas costas. Para o seu controle neste tipo de base observe que a largura da frente é sempre 2cm maior que a das costas. Se tal nfo acontecer € que houye alaum erro de marca- ‘sd0, que € preciso corrigir. ‘Como no caso anterior, aqui se trata apenas de uma base, na qual deverdo ser colocados os detalhes que o modelo exige. Claro esta que nio entra em cogitacdes 0 transporte de pences e recortes que delas dependem, jé que as Pences sio inexistentes na base. ESQUEMA 2 c Il — BASE DO VESTIDO TUBO MENOS MODELADO © vestido tubo — conhecido popularmente nos anos 60 como tubinho — ¢ 0 meio-termo entre 0 estida reta inteira (a verdadeiro tubo) e 0 “fourreau” colante, nao ido rreto quanio 0 primeiro, nem tio justo quanto o segundo. Por isso ‘mesmo, veste sempre bem, escondendo certas imperfeigdes do corpo, além de ser extremamente ‘econdmico por exigir apenas duas alturas do vestido — tecido com 0.90m de largura — ou apenas uma altura — tecido com 1,40m de largura, Hé dois tipos de vestido tubular: 0 menos modelado, que tomba mais ssolio sobre 0 corpo, ¢ 0 mais modelado, que tomba mais perto do corpo, numa linha bem proxima do ‘fourreau”. Vejamos inicialmente 0 primeiro po. DASE DO VESTIDO INTEIR 27 238 BASE DO VESTIDO INTEIRO. Linn DA CAVA ESQUEMA 3 INTURA, B Frente {esquema 3) — Trace a frente da base do vestido reto in- teiro com pence (liggo 19). A Unica diferenga reside agora na costura lateral que, em vez de ser reta, € agora encurvada para den- tro, 20 nivel da cintura, de A para B, em cerca de 1,5 a 3em. Fasa a curvatura suavemente, seguindo de perto a linha anatémica do ‘corpo, como mostra 0 esquema 3. Costas (esquema 4) — Trace as costas da base do vestido reto in- teiro (ligdo 19), utilizando 0 ombro embebido ou com pence. Encurve a costura lateral exatamente como na frente, entrando de 1,5 a 3cm na cintura, de C para B. Encurve também a costura central do meio das costas, de Da E, em 15a 2cm, ligando para cima até a linha da cava e para baixo até a linha dos quadris. Nesta costura do meio das costas deverd ser colo- cado um longo ziper, de 50 @ 60cm de comprimento, sempre que a fronte do vestido for fechada, com abotoamento. LINHA DA cava, ESQUEMA 4 Ol, BRAND — INTERPRETACAO DE MODELOS, UM VESTIDO DECOTADO NAS COSTAS Vestido simples de cortar e de executar. De linha reta até a altura dos quadris, numa espécie de blusa comprida, tem a rigidez da silhueta suavizada pela saia ‘godé, costurada naquela altura, ¢ pelo cinto duplo ow triplo que ‘marca a cintura. As mangas sdo curtas. comuns, sem muita largura, montadas em cavas absolutamente normais. O detalhe mais importante do vestido, que lhe quebra um pouco a economia de detalhes, é 0 decote, alto na frente, porém generoso nas costas, des Ihe até a meiade num grande e largo U. Se quiser tornar o vestido mais confortavel, basta retirar-lhe o cinto e usa-lo solto sobre 0 corpo. 240_INTERPRETACAO DE MODELOS Como no hd abotoamento, nem ziper, basta 0 tecido — no caso © linho é 0 mais indicado, embora outros tecidos possam ser usados — € um bonito cinto de couro, do género que vocé mais gostar. Num tecido com 0,90m de lar- gura, compre uma’ metragem equivalente a duas alturas de blusa, uma de manga mais cerca de 1,90m para a saia godé. Frente da blusa (esquema 1) ~ Trace a frente da base do vestido inteiro sem pence, cortando-o po- rém 2cm abaixo da linha dos quadris, Se voce preferir, pode usar a base do vestido inteiro com pence (licdo 19), as explicagdes permanecendo validas para ambos 0s casos. Iss0 feito, marque 0 ponto B, a Sem de distancia do to A, na extremidade do om- ro. Trace entdo o decote final por uma curva suave, partindo do ESQUEMA 1 ponto B até o ponto C no meio da frente, junto ao decote primitivo. Trace a bainha postica do decote com dem de largura ¢ tendo a mesma forma dele, como indica a linha pontilhada. Transporte 0 ar- remate para outro oapel. Corte a frente da blusa ¢ 0 arre- mate do decote uma vez no tecido dobrado pelo meio da frente. Costas da blusa (esquema 2) — Trace as costas da base do vestido reto inteiro, seja sem pence (igo 20), seja com pence (licéo 19), e , porém, 2 em abaixo da linha dos quadris, como na frente. ‘A partir do ponto A, na extremi- dade do ombro, meca Sem e mar- que 0 ponto B. No meio das cos- tas, coloque 0 ponto C, Tem abaixo de D na linha da cava. Trace © decote, descendo uma reta do ponto B, mais ou menos paralela & curva da cava, ¢, uma vez atingida a linha da cava, en- curve 0 decote até atingir 0 ponto C. Trace a bainha postica do de- cote, exatamente como ensinamos na frente. Corte as costas da blusa € 0 arremate do decote uma vez no tecido dobrado pelo meio das costas. Sala (esquema 3) — Trace o molde de uma saia godé de roda inteira (ligo 11) utilizando para o céleulo do raio OA ndo 2 medida da cintura, mas 2 medida do con- Observacdo — Antes de cor- tar o decote, junte a frente com as costas da blusa pela linha AB do ombro e verifique se 0 de- cote ndo forma algum Angulo no ponto B. Se formar, corrja a curvatura da frente a fim de elimind-lo. RERETACAO DE Mi 1 torno da barra da blusa. Divida esta medida por 6, diminua 0,5em ao resultado € coloque-o em OA € OA’. Trace entdo a saia como esta ensinado na ligio. Corte a saia duas vezes no tecido dobrado por um dos lados, de modo # obter dois semi circulos. ‘Manga (esquerda 4) — Para en. contrar a meia-largura da manga 2 ser utilizada no vestido, use 0 pri- meio proceso (ligdes 17 € 18), isto €, meca 0 contorno total da cava da blusa e leve esta medida para a tabela 7, a fim de verificar qual a meia-largura da manga. Obtido este valor, trace entéo 0 molde da manga ordinéria (ligao 16) com 22cm de comprimento aproxima- damente. Corie duas vezes no te- cido. 1. Monte a frente com as costas da blusa pelas costuras dos om- bros. Faca 0 mesmo com o arre- mate do decote. 2. Aplique 0 arremate sobre 0 decote, dircito contra dircito, cos ture em volta e rebata o arremate para o avesso, depois de ter feito a costura interna de suporte. Passe ferro. 3, Feche as costuras laterais da blusa, Feche a manga, faga uma bainha de 3cm na boca, embeba a parte superior da cabeya € monte a manga na cava da blusa. 4. Costure os dois panos da saia € monte-a na blusa, de modo que as costuras fiquem ‘uma na frente € outra nas costas. Deixe 0 vestido pendurado por um dia e uma noite € depois faca a bainha da saia, eli- minando as pontas. PONTOS DE_ COSTURA A MAO NTOS eae 12. Ponto de entretelagem — Usado essencialmente em roupas do género alfaiate, como paletés, blazers, mantds, etc. quando se deseja prender a entretela ao te- ido da roupa, numa superficie que fica escondida (face interna de uma lapela, da aba de um bolso, de uma gola, etc.). Quando feitos bem curtos € juntos, servem para moldar certas pegas da roupa, como golas e lapelas, mas, quando se deseja apenas prender a entretela, os pontos podem ser mais compridos, semelhantes aos alinhavos diagonais, s6 que sio mais curtos ¢ firmes por serem de- finitivos, Na realidade, 0 ponto de entretelagem nao deixa de ser 0 prdprio ponto diagonal disposto em carreiras para- lelas. Por isso mesmo, comporta duas variagdes: em sentidos opostos ou em espinha de peixe e no mesmo sen- tido ou em paralelo. Ponto de entretelagem em espinha de peixe (figura su- perior) — Trabalhando da esquerds para a dircita, faye a primeira carreira de pontos diagonais regulares ¢ cur- tos, introduzindo a agulha de cima para baixo, perpen- dicularmente & direcdo da carreira. Os pontos devem fi- car paralelos e eqiidistantes. A seguir, sem mudar a po- sigiio do tecido, passe para a carreira superior. traba- Ihando de modo semelhante, porém em sentido con- trério, da direita para a esquerda, ¢ assim sucessiva- mente até cobrir toda a superficie em carreiras que for- mam espinhas de peixe. Ponto de entretelagem em paralelo (figura inferior) —E igual ao anterior com a diferenca de que as carreiras se desenvolvem todas no mesmo sentido, da direita para a esquerda. 13, Ponto de cruz ~ E essencialmente um ponto deco- rativo, muito usado em bordados e tapevarias, mas pode também servir para manter no lugar determinadas Gobras, como pregis que no podem desiocarse dur rante © provesso dz confecgio ou certas dobras que s¢ 13 | encontram no meio das costas do forro de um casaco. Os pontos de cruz nada mais sfio do que duas carreiras de pontos diagonais feitos um por cima do outro em sentidos opostes. Trabalhando da esquerda para a di- reita, faca uma série de pontos diagonais curtos e regu- Ss lares, de modo que a distancia entre eles seja igual 20 comprimento vertical do enfiamento da agulha. Naoes- [ fique muito a linha nem a deixe muito frouxa. Che- gando 40 fim da carreira, volte sobre a mesma, fazendo Outra carreira sobre a primeira e enfiando a agulha nos mesmos lugares dus puntos uutciivies, de modo a i for mando cruzes. Dependendo das cireunstineias, os pon- tos de cruz podem ser maiores ou menores. COSTURA NIX_243 14. Ponto de fixacio — E um ponto de cruz miltipio, utilizado para prender num determinado ponto duas ca madas de tecido, como, por exemplo, o arremate de ca- vas sem manga nas margens internas das costuras do ombro ¢ das laterais. Faga um ponto de cruz apa- nhando as duas espessuiras a fixar ¢ depois faga mais, dois ou trés pontos de cruz no mesmo lugar, exata- mente sobre o primeiro, 1S. Ponto de juneiio— Serve para prender uma guat ‘so qualquer — uma bainha ou um arremate — ao tecido ‘ou ao forro de uma roupa. Na realidade é um ponto de cobertor de tamanho minimo, embora muito espacado em relacdo ao tamanho. Em primeiro lugar, dobre para baixo a guamicdo a cerca de | ou I,Sem de distancia da sua borda, dependendo da largura'da peca, ¢ trabalhe dda esquerda para a direita, a agulha fazendo pontos ver- ticais de cima para baixo. Se a roupa tiver forro ou en- tretela, dé 0 primeiro ponto — a linha deve estar arre- matada com um n6 na ponta apanhando 0 forro e a guarnicdo, Em seguida, a 1 ou 1,Scm de distancia para adireita, faga um pequeno ponto vertical que apanhe 0 forro © a guarnigdo, Puxe a agulha, tendo 0 cuidado de passar a linha por baixo dela, de ‘modo a formar um ponto de cobertor. Repita o ponto a espacos regulares de I a 1,5em, deixando a linha normalmente, sem ‘esticd-la entre os pontos. Se nao houyer forro, para que 03 pontos nao fiquem visiveis no direito da roupa, a agu- Tha s6 deve apanhar um ou dois fios do tecido, embora ‘na guarnic&o 0 ponto possa ser mais profundo, 16. Ponto de junedo reforeado — Eum ponto bastante firme © seguro, que s6 deve ser usado para fixar guar- nigées quando existe forro ou entretela, em roupas de tecidos encorpados. Como no ponto anterior, trabalhe ‘com a agulha na vertical enfiando-a de cima para baixo © com a guarnigao dobrada para baixo. A costura pode desenvolver-sc da direita para a esquerda ou vice-versa, conforme seu desejo. Dé um né na linha ¢ faga o pri- ‘meiro ponto, apanhando apenas alguns fios do forro ¢ da guarnicfo. Puxe 2 agulha e a linha, dando mais um {| ‘ou dois pontos sobre o primeiro, sem aperta-los dema- siadamente. Vé fazendo 0 conjunto de pontos superpos- tos com intervalos regulares de 1a 1,Sem, 17. Ponto em espinha de peixe embutido — Tem a mesma finalidade dos pontos de jungio, ou seja, a de preader ‘guamnigdes ao tecido da toupa. Este ponto di- fere do ponto em espinha de peixe normal porque & mais espagado — com intervalos de 1,5 a 2cm ~ ¢ fica to- talmente invisivel, mesmo no avesso. Trabalhe da ¢s- querda para a direita, com a guarnigio dobrada para baixo e a agulha enfiando da direita para a esquerda. Faca um nd na ponta da linha e faga um ponto pren- dendo a guarnicio ao forro. A uma distancia de 1.5 a 2cm, faca um pequeno ponto atris na guarnicdo, depois outro ponto atrés a igual distancia, no Torro, mais outro nha guarnicdo e assim por diante, Se ndo houver forro, c Ponto atrds feito no tecido da roupa deve apanhar ape- nas | ou 2 fios, para que fique invisivel no dircito da roupa 244_COSTURA XIX PONTOS DECORATIVOS _ 18. Ponto de caseado — Utilizado como enfeite em bordas de golas, abas de bolso, bainhas de manga, etc. € principalmente na execuco de casas de boto borda- das. Nos primeiros casos, 0s pontos podem ser mais ou menos separados, mas, no tiltimo caso, faca os. pontos bem juntinhos e firmes, como mostra o desenho, Traba- the da direita para a esquerda, a borda do tecido virada para cima. Para dar 0 primeiro ponto € os seguintes, passe a agulha verticalmente por baixo da borda ¢ saia ‘com ela a certa distancia dela. Faga a agulha passar por dentro da alga formada, de modo’ fazer uma lacada, e pure a linha para levar o n6 até junto a borda. Nao ‘aperte muito os pontos para no enrugar a beirada. Nas casas de botdo a altura dos pontos varia de 2 a 3mm. 19. Ponto de cobertor — Embora a tradigdo considere © ponto de cobertor como um ponto de bordado, ele também pode ser usado na confecgo de uma roupa, principalmente como acabamento decorativo das bor- das. Com a borda voltada para vocé, trabalhe da es- querda para a direita, podendo a beirada ser ou nao do- brada. Em tecidos que nio desfiam, como 0 feltro, nao ha necessidade de dobré-la, Para o primeiro ponto, en- fie a agulha no tecido a 4 ou 6mm da beira. Traga-a de volta, por baixo da borda, € tome a enfid-la no mesmo pont, passando-a por dentro da alca de linha, a fim de Prender © fio junto da borda. Enfie a agulha, 4 a 6mm. adiante, na mesma altura do primeiro ponto. Mantendo ‘a alga de linha por baixo da agulha, puxe-a de maneira a prender a lagada de encontro a borda. Enfie novamente a agulha 4 a 6mm adiante e puxe-a por cima da alca de linha, prendendo a lagada de encontro & borda. VA re- petindo 0 ponto até o final da borda. O tamanhoe 0 es- pacamento do ponto de cobertor varia muito, conforme a necessidade. 20. Bainha aberta ou “*point-a-jour"® — E um ponto de- corativo que pode ser feito a maquina ou & mio, sendo ultimo de maior plasticidade, porque pode scr feito em qualquer largura, Tradicionalmente, é um ponto de- corativo, utilizado para prender bainhas de lengéis, toalhas de mesa e lengos. A margem da bainha é do- brada pura 0 avesso e alinhavada em posico. A seguir, desfie 0 tecido, junto A beira intema da bainha, numa al tura de 3. 6mm, Faga os pontos prendendo a borda da bainha e apanhando sempre 0 mesmo niimero de fios em cada ponto. Trabalhando pelo avesso, da direita para a esquerda, 4 um no na litha enfle @agulha através da belra do: brada da bainha, Deslize a agulha por tras de alguns fios atravessados da barra desfiada, formando uma alga com a linha e passe a agulha por dentro dela (figura supe- rior). Puxe a-lagada para baixo até junto ao limite infe- rior da barra desfiada e faga um ponto que prenda si- multaneamente o tecido da roupa ou da peca e a beira da bainha, apanhando apenas alguns fios (figura infe- rior), V4 repetindo 0 mesmo processo para cada ponto, tendo 0 cuidado de pegar sempre o mesmo mimero de fios. nn In 18 i 21, Bainha aberta dupla ou “‘point-a-jour™ verdadciro —E mais usado como enfeite, em qualquer parte di: roupa, sempre no sentido do fio, ja que so barras des- fiadas. Mas também podem prender bainhas. Primeira- mente, trabalhe um dos lados da barra desfiada — 0 lado da bainha, se ela existir — conforme indicagdes dadas ‘no caso anterior. Vire o trabalho ao contririo e repita os pontos ao longo do outro lado da barra. Fara os pontos simetricamente, prendendo. sempre’ em cada um 0 ‘mesmo niimero de fios da primeira beirada. Se as barras tiverem sentidos opostos, forma-se um buraco qua- drado no ngulo de encontro. Arremate suas bordas com um ponio de caseado. 22. Ponto de corrente — E uma série continua de pon- tos em forma de lagadas, como se fossem os elos de uma corrente, Embora parega reservado ao bordado, 0 ponto de corrente pode ser usado como ponto decora- tivo no vestudrio, na roupa de cama c mesa ¢ na Tinge- rie. Um pesponto feito neste ponto fica bonito e origi- nal. Trabalhando da direita para a esquerda, prenda a li- nha no tecido, fazendo-a sair pelo direito. Enfie a agu- tha um pouco atris da linha e sia com ela um pouco adiante, na direcio da costura, formando uma alca de linha, Passe a agulha por dentro da alca e puxe a linha até que a lagada se apdie sobre 0 tecido, desenhando um pequeno elo. Torne a enfiar a agulha por dentro do elo, imediatamente atras do lugar de onde surge a linha, fazendo-a sair um pouco adiante, © passe-a por dentro da alga que se forma. Puxe a linha ate que a segunda li- ada se apdie sobre 0 tecido, formando um outro elo €m seguimento ao anterior. E assim por diante. 23. Ponto corrido de pesponto — Destina-se essencial- mente a pespontar 4 mio, utilizando em geral o torcal ou linha de bordar grossa em cor contrastante. Nada mais é do que uma carreira de pontos de alinhavos grandes — de | a 2Sem — pouco espacados entre si 24. Ponto de costura aberta — Este ponto decorativo & usado para ligar duas pegas da roupa, deixando um es- aco aberto entre elas. SO deve ser usido em partes ndo sujeitas a esforgos, como palas ou barras em sala. As bordas das pegas devem estar dobradas para 0 avesso, ‘com todo o rigor, para nio alterar a linha de montagem ou de costura, que deve situar-se no centro do intervalo entre as bordas, depois do ponto executado. De inicio, pegue uma tira de papel com 0 mesmo comprimento da costura enele trace duas linhas para- lelas, separadas numa medida igual 4 distancia entre as bordas dobradas das duas pecas a serem unidas, Esta separagio pode variar de 4 a 6mm, chegando por vezes a lem, e, neste caso, a linha para fazer 0 ponto deve ser mais grossa. Em cada borda, dobre para o avesso a mar- gem de costura mais a metade da distancia que se d seja colocar entre as bordas. Passe a ferro € coloque as bordas dobradas sobre as linhas tragadas no papel, fixando-as com um alinhavo (veja: 0 desenho superior), Isso feito, dé um né na linha, enfie a agulha e faca-a sair por uma das beiras dobradas. Leve a linha em diagonal or cima da abertura ¢ enfie a agulha na horda oposta. Puxe a linha ¢ passe 2 agulha por baixo da linha, cru- zando a abertura em diagonal oposta a anterior para en- fiar a agulha na beira oposta. Continue procedendo da COSTURA XIX_245 mesma maneira até ofinal da abertura, fazendo ‘6s pontos a intervalos sempre iguais.(veja odesenho inferior). S6 retire © papel depois da roupa toda montada, CAVAS QUE BAMBOLEIAM Costume-se chamar de blusas ccavadas, vestidos cavados, enfim de roupas cavadas, todas aquelas que possuem cavas normals, solteiras, sem mangas. Nas roupas largas, longe do corpo, as cavas também si0 amplas, descoladas das axilas e ‘consegiientemente bamboleantes, 0 ‘que nao poderia ser de outra forma pelo préprio estilo largo e descontraido da roupa. E 0 que ‘acontece por exemplo com os coletes {folgados e os coletoes. ‘Quando a roupa, pelo contririo, & justa no corpo, modelando o busto, a coisa muda de figura. Ao tragarmos a base, a cava nao cola em volta da axila, para ter uma folga necessaria 4 articulagio cave-manga. Na auséncia da manga. esta folga se torna muito evidente, sobretudo nas mulheres de busto muito saliente, sob a forma de wna ondulagéo desgraciosa. Quando o busto é pequeno e pouco saliente, a folga passa quase despercebida, pelo que nao ha motivos para preocupasies. No primeiro caso, porém, podernos langar mio de wn trague para fazer com que a cava se adapie bem em volta da axila, como o restante da roupa em volta do corpo. Depois de tragar normalmente a frente da base da blusa, risque uma pence complementar, pai tindo da cava e terminando evi. dentemente sobre 0 ponto 0. A profundidade desta pence pode variar de 1,5 a 3em — conforme a saliéncia menor ou maior do busto =, marcados metade para cada lado do ponto N da cava, como mostra 0 esquema 1. Note que esta pence deve ser tragada no molde ¢ jamais feita no vestido na hora da prova, pois € exiremamente desgraciosa © de- monsira claramente que foi feita para corrigir um defeito. Por esse motivo, depois de tragada, esta pence corretiva deve desaparever por completo, para © que, basta ‘transporté-la para dentro de uma das pences da base. No caso da horizontal, corte 0 seu eixo OM (esquema 1) e feche a pence da cava, dobrando-a no papel. O corte abriré, aumentando a pro- tundidade da pence horizontal, com conseqiiente desapareci- mento da pence da cava. Agora, 80 resta corrigir 0 contorno da nova cava, eliminando o angulo no ponto em que a pence foi fe- chada (esquema 2).

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