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EIS AÍ UM BOBO

Por Gabriel Barros.

Eis aí o bobo, vendido rendido


Sorrindo e fudido
Eis ai o bobo, lascado ferrado
Risonho e perdido

Sua vida está por conta de um riso real


Seu pescoço ficará intacto e normal
Se ao menos ele puder entreter
Sorver cada gota de contentamento

Estiramento. Estriamento. Este lamento bobo.


Que dói o corpo mas atira com gargalhadas.

Alimento daqueles que ignoram sua função


Emoção!
-Acredite em mim, berrou o bobo.
E no palácio a festa ressoava

Amava. Era leal a rainha, ao rei... Ao reino


Chorava. Era solitário, sem teto, Alheio.
Povoava. A imaginação, geração... Cada cidadão

Esperança.

É nisso que se apegava


Entoava cânticos de amor e pavor
Dançava qualquer canção em louvor.
Enxergava em seus sonhos um breve sabor.

Eis aí um bobo.
Apenas e tão somente bobo.

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