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CONTABILIDADE COMERCIAL

AULA - UNIDADE I

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Unidade I– Empresas Comerciais

Empresa comercial é aquela cujo principal objetivo é


aproximar o produtor do consumidor.

Assim, sua atividade principal pode ser resumida nas


operações de compra e venda de mercadorias.

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Unidade I – Constituição das empresas

Para que as empresas comerciais possam desenvolver suas atividades,


é preciso que estejam devidamente constituídas e legalizadas.

A legalização é feita por meio do registro de seus atos constitutivos na


Junta Comercial do Estado, na Secretaria da Receita Federal, na
Prefeitura Municipal da localidade, na Secretaria da Fazenda do
Estado, na Previdência Social e na Delegacia Regional do Trabalho. De
acordo com o ramo de atividade que irão exercer, as empresas
comerciais poderão estar sujeitas, ainda, a registros em outros órgãos
e à concessão de alvarás.

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Unidade I – Constituição das empresas

LIVROS UTILIZADOS PELAS EMPRESAS COMERCIAIS

Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na empresa


comercial, responsáveis por sua gestão, são registrados em livros próprios,
nos quais fica configurada sua própria vida.

Fundamentação: artigo 1.179 do Código Civil


Brasileiro (Lei n. 10.406/2002).
Todas as empresas (sejam elas caracterizadas como empresário — em- presa
individual — ou como sociedade empresária) estão obrigadas a seguir um
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação
respectiva.

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Unidade I – Constituição das empresas

CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DE ESCRITURAÇÃO

Utilidade Natureza Finalidade


Principais Cronológicos Obrigatório
Auxiliares Sistemáticos Facultativos

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS

Operações de abertura de empresas


Empresa individual
A empresa individual ou empresário (art. 966 do Código Civil
Brasileiro, aprovado pela Lei n. 10.406, de 10/1/2002) é aquela
formada por uma só pessoa, que a representa e responde
ilimitadamente pelas obrigações assumidas pela empresa.

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS

Operações de abertura de empresas


Duas Contas
• Caixa e Capital

Capital pode ser:


• Em dinheiro;
• Parte dinheiro, parte bens, parte direito.

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS
Operações de abertura de empresas
Lançamentos em partidas de diário

Diversos
Caixa
a Capital
a Capital
Caixa
Veículos
Imóveis
Móveis e Utensílios
Computadores

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS
Operações de abertura de empresas
Suponhamos que Benedito da Silveira constitua uma empresa
individual para explorar o ramo de comércio de motocicletas, situada
na rua da Rodoviária Nova, sem número, nesta cidade. O Capital, no
valor de R$ 100.000, foi realizado em dinheiro no ato da constituição,
conforme registro na Junta Comercial do Estado sob n. 01.895, em
sessão de 12/02. A empresa foi também legalizada nos demais órgãos
públicos necessários.

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas

Contabilização:
Lançamentos no livro Diário:
Pelo registro do Capital:

(1)
Caixa
a Capital
Pela constituição de sua firma individual para explorar o comércio de
motocicletas, conf. registro na Junta Comercial do Estado, sob n. 01.895, em
sessão de 12/02, com Capital realizado em dinheiro ................................ 100.000

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas

Pela abertura de conta bancária:

Benedito da Silveira depositou todo o valor de seu Capital no Banco


Urupês S/A, abrindo conta conforme recibo n. 583.

(2)
Bancos conta Movimento Banco Urupês S/A
a Caixa
Nosso depósito inicial com abertura de conta conforme recibo n. 583 desta data
......................... 100.000

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Unidade I – Constituição das empresas

OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas

Veja, a seguir, a posição das contas movimentadas em seus


respectivos Razonetes:

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS E DIREITOS
Carlos Alberto Figueira constitui uma firma individual Contabilização:
para explorar o ramo de comércio de móveis, Lançamentos no livro Diário:
estabelecido na rua São Pedro, n. 1.000, nesta cidade, Pelo registro do Capital:
conf. registro na Junta Comercial do Estado, sob n.
321.810, em sessão de 10/05. Seu Capital é de R$ (1)
55.000, a ser realizado no ato da constituição da Titular conta Capital a Realizar
empresa da seguinte maneira: Carlos Alberto Figueira
•Um microcomputador marca TKX, avaliado, a Capital
conforme laudo, em R$ 2.000. Pela constituição de sua firma
•Um automóvel marca Lua, certificado de individual, com Capital registrado
propriedade n. 521.908, avaliado em R$ 15.000. na Junta Comercial do Estado, sob
• Em dinheiro: R$ 33.000. n. 321.810, em sessão de 10/05, a
•Uma Nota Promissória (NP) n. 001, com vencimento ser realizado em diversos valores
para 60 dias, emitida a seu favor por Álvaro Peixoto, ativos... 55.000
no valor de R$ 5.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS E DIREITOS
(2) Diversos
a Titular conta Capital a Realizar
Carlos Alberto Figueira
Pela realização de seu Capital, conf. instrumento de registro arquivado na Junta
Comercial do Estado, como segue:
Caixa
Valor realizado em dinheiro........................................................................ 33.000
Computadores e Periféricos
Um microcomputador marca TKX, avaliado conf. laudo ............................. 2.000
Veículos
Um automóvel marca Lua, certif. propr. n. 521.908 .................................. 15.000
Promissórias a Receber
Álvaro Peixoto Valor da NP n. 001, venc. para 60 dias, transferida para essa
firma e originariamente emitida a favor de seu titular ....................................... 5.000
55.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS E DIREITOS

Pela abertura de conta bancária:


Abertura de conta bancária no Banco Urupês S/A, com depósito
inicial de R$ 33.000, conforme recibo n. 841, desta data.

(3) Bancos conta Movimento Banco Urupês S/A


a Caixa
Pelo depósito efetuado de parte do Capital realizado em
dinheiro, conf. recibo n. 841, desta data ..................... 33.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas

Razonetes

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Faria Lima constitui uma empresa para explorar o comércio de produtos
farmacêuticos e de perfumaria, com Capital no valor de R$ 100.000, devidamente
registrado na Junta Comercial do Estado, sob n. 871.902, em sessão de 02/05. O
Capital será realizado com os seguintes elementos:

PROMISSÓRIAS A RECEBER ÁLVARO PEIXOTO


• Em dinheiro .................................................................................... 30.000
• Vários móveis, conforme laudo, avaliados em ............................... 25.000
• Mercadorias diversas, avaliadas em .............................................. 65.000
• Total dos valores ativos................................................................... 120.000
• (–) Duas Duplicatas, n. 01 e 02, vencíveis de 30 em 30 dias, no valor de R$ 10.000
cada, a favor do fornecedor de mercadorias Distribuidora Remediado Ltda
......................................................................................................... 20.000
• TOTAL DO CAPITAL....................................................................... 100.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Contabilização:
Lançamentos no livro Diário: Pelo registro do Capital:
(1)

Titular conta Capital a Realizar


a Capital
Pela constituição de sua firma individual,
com Capital registrado na Junta Comercial
do Estado, sob n. 871.902, em sessão de
02/05, a ser realizado em valores ativos e
passivos
100.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Pela realização do Capital em valores ativos:
(2)
Diversos a Titular conta Capital a Realizar
Pela realização de seu Capital, conf. instrumento de registro de firma
individual, arquivado na Junta Comercial do Estado, pelos seguintes
valores ativos:
Caixa
Valor realizado em dinheiro............................................ 30.000
Móveis e Utensílios
Valor correspondente a vários móveis, conf. laudo ....... 25.000
Estoque de Mercadorias
Conf. relação................................................................... 65.000

120.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Pela abertura de conta bancária:
Faria Lima, após a realização de parte de seu Capital em dinheiro, abriu conta
bancária para movimento em nome da firma, no Banco Urupês S/A, com
depósito de R$ 30.000, conforme recibo n. 041, desta data.
(3) Bancos conta Movimento Banco Urupês S/A
a Caixa
Pelo depósito, nesta data, conf. recibo n. 041 ................ 30.000

Pelo registro dos valores passivos:


(4) Titular conta Capital a Realizar
a Duplicatas a Pagar Distribuidora Remediado Ltda.
Valor de duas Duplicatas n. 01 e 02, vencíveis de 30 em 30 dias, de
aceite do titular desta firma, e como parte da realização de seu Capital
...... 20.000

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Unidade I – Constituição das empresas
OPERAÇÕES ESPECIAIS - Operações de abertura de empresas
CAPITAL REALIZADO EM BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES

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Unidade 01 – Abertura de Empresa

Definição do Tipo de Empresa

Empresário (Individual)
Empresário é a pessoa que trabalha no comércio ou com serviços não intelectuais,
ou seja, que não dependam de graduação superior para seu desempenho. É a
antiga Firma Individual, e o seu registro é realizado na Junta Comercial.

Sociedade Empresária Limitada


Sociedade Empresária Ltda.: é a sociedade que pode ser constituída por dois ou
mais sócios e que trabalha no comércio ou com serviços não intelectuais.

Sociedade Simples Limitada


Sociedade Simples Ltda.: é a sociedade que pode ser constituída por dois ou mais
sócios e que trabalha com atividades intelectuais, ou seja, de natureza científica,
literária ou artística.

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Unidade 01 – Abertura de Empresa

Capital Social

O capital social é a primeira fonte de recursos da empresa em moeda


corrente.

É o valor que a empresa utilizou para iniciar suas atividades e


enfrentar suas primeiras despesas, como compra de equipamentos,
matéria-prima, instalações, divulgação etc.

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Unidade 01 – Abertura de Empresa

Atividades

Uma empresa pode ter várias atividades e quantas quiser. Alguns setores, como por
exemplo, os serviços de turismo, não podem trabalhar com mais de um ramo de
atividade. Tudo depende da legislação específica existente. Assim, é necessário
especificar exatamente quais atividades serão desenvolvidas por sua empresa. Os
ramos de atividades são:

Indústria:
Empresas que trabalham com a produção de bens.

Comércio Atacadista:
Empresa que trabalha com venda de mercadorias, para empresas que revenderão os
produtos.

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Unidade 01 – Abertura de Empresa

Atividades

Comércio Varejista:
Empresa que trabalha com venda de mercadorias diretamente ao consumidor final.

Prestação de Serviços:
São empresas que prestam serviços, tanto para pessoas físicas, quanto jurídicas.

As atividades da empresa são definidas pelo CNAE (Código Nacional de Atividade


Econômica). Estes códigos podem ser definidos e consultados na página de
Internet: www.cnae.ibge.gov.br

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Unidade 01 – Abertura de Empresa
Microempreendedor Individual (MEI)

-Pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário.

-Sua receita mês não varia acima de R$ 5.000,00 e no máximo até R$ 60.000,00 por ano.

-Não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e pode ter um empregado
contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

-Tem incentivo por parte do governo federal;

-O MEI é enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais como: (Imposto
de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).

- Pagará apenas o valor fixo mensal de acordo com a atividade a ser exercida.

A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador
conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado.

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Unidade 01 – Abertura de Empresa

Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EEP)

- São empresas de porte maiores.

-Receita anual é acima de R$ 60.000,01 até o limite de R$


3.600.000,00.

- Podem ter mais de um funcionário.

- Podem ser empresas de sociedade LTDA.

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Unidade 01 – Abertura de Empresa

Sociedade Limitada (LTDA)

-Realiza atividade empresarial, formada por dois ou mais sócios que contribuem com
moeda ou bens avaliáveis em dinheiro para formação do capital social.

-A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor do capital social, porém


respondem solidariamente pela integralização da totalidade do capital, ou seja, cada
sócio tem obrigação com a sua parte no capital social.

- Não tem limite para o capital social.

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Unidade 01 – Abertura de Empresa
Sociedade Anônima (SA)

-Também chamada de companhia, é a pessoa jurídica de direito privado composta por dois
ou mais acionistas.

-De natureza eminentemente empresarial, independentemente da atividade econômica


desenvolvida por ela (art. 13 da Lei n. 6.404/76).

-Capital social é dividido em ações de igual valor nominal, que são de livre
negociabilidade, limitando-se a responsabilidade do acionista ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.

-Podem ser classificadas como sociedades de capital fechado e sociedades de capital


aberto.

-No primeiro caso, a empresa pertence a um grupo reservado de sócios conservando


uma determinada liberdade contratual. As sociedades de capital aberto são detentoras
de autorização especial para negociar suas ações no mercado de capitais.

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Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
HISTÓRICO DA CONTABILIDADE DE
CUSTO
Sistema de produção em duas etapas:
Sistema Familiar Sistema de
ou doméstico produção fabril
Iniciada na Idade Média e
prolongando-se até o final do século
XVI, os sistemas de produção era
conhecidos como “familiar ou
doméstico”
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
Nesse sistema, a maioria
das necessidades das
pessoas era atendida
pelos membros da sua
família e seus agregados,
fatos que não requeriam
sofisticados ARTIFÍCIOS
CONTÁBEIS para o
Geralmente utilizado registro das operações
caneta e papel para realizadas.
registro.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
Acompanhando a evolução da sociedade e o
aumento da população, o sistema produtivo foi
se modificando, passando as famílias manter
um maior controle das operações referentes a
produção.

Surgindo então o “Sistema das


Corporações”, organizados pelos
Artesões da Idade Média.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
Chegando a época dos artesões, o sistema produtivo
“Sistema de Corporações”, porque os artesões se uniam
em corporações para se defender de dificuldades
econômicas oriundas de competições ou decorrentes
de doenças e da velhice.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos

Com o crescimento dos


mercados e das cidades
Produção Manual
e com a evolução da
tecnologia, novos
Versus
modelos de sistema
produtivo começaram a
Produção Mecanizada
disputar a hegemonia
do sistema corporativo.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
SURGIMENTO DAS FÁBRICAS

Assalariado

Tecnologia

Produção em larga escala

Devido a criação de grandes máquinas


Unidade I– Noções de contabilidade de
custos

Nesse processo somente


existia a CONTABILIDADE
FINANCEIRA ou GERAL, FUNÇÃO DAS EMPRESAS
destinada a apenas servir COMERCIAIS: “Comprar e
revender mercadorias
as empresas comerciais,
deixando as industriais sem
apoio da contabilidade.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
As industrias, à medida que se expandiam,
diversificavam a sua produção e experimentavam
uma competição crescente, reclamando informações
que a Contabilidade Geral, apesar de sua
importância, não podia gerar.

FUNÇÃO DAS EMPRESAS


INDUSTRIAIS: “Comprar, transformar
e vender mercadorias.

Criação da Contabilidade de
Custo
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS E FUNÇÕES

É uma técnica utilizada para IDENTIFICAR, MENSURAR


E INFORMAR custos e/ou serviços

Tem a função de gerar informação precisas e rápidas


para a administração, para tomar decisão gerenciais.

PLANEJA, CLASSIFICA, ALOCA, ORGANIZA, REGISTRA,


INTERPRETA E RELATA os custos dos
produtos fabricados e vendidos.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
Resumindo....

O que interessa é CUSTOS.

CUSTOS: Quantia que uma coisa custou


Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMERCIAL e INDUSTRIAL

COMPRA
REVENDE

No balanço destas configura apenas ESTOQUES DE MERCADORIAS.

COMPRA TRANSFORMA
VENDE

No balanço destas configura ESTOQUES DE PRODUTOS ACABADAS, EM


PROCESSO E MATÉRIA-PRIMA.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

GASTOS

Toda vez que a empresa industrial


pretende obter bens - seja para uso,
troca, transformação ou consumo – ou
utiliza de algum serviço, ela efetua um
gasto, gerando em consequência, um
sacrifício financeiro para a empresa.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

DESEMBOLSO

Resulta do pagamento pela


aquisição de bens ou serviços
e pode ocorrer antes, durante
e após a entrega dos bens ou
serviços comprados.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

INVESTIMENTOS
Gastos Ativados: obtenção de bens
de uso da empresa (computadores,
móveis, máquinas, ferramentas,
veículos etc) ou a aplicações de
caráter permanente (compra de
ações de outras empresas, de
imóveis, de ouro etc).
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

CUSTOS

São gastos relativos a bens ou


serviços utilizados na produção de
outros bens ou serviços.
Ele também é um gasto, só que
reconhecido como custo no
momento da fabricação de um
produto ou execução de um serviço.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

DESPESAS

São gastos com bens e serviços não


utilizados nas atividades produtivas e
consumidos direta ou indiretamente
para a obtenção de receitas, que
provocam redução do patrimônio.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

PERDAS

São bens ou serviços consumidos


de forma anormais e
involuntários. São gastos não
intencionais de fatores externos,
fortuitos ou de atividade
produtiva normal da empresa.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO

DIFERENÇA ENTRE CUSTOS E DESPESAS

a)Custos: é o gasto com a fabricação do produto (processo


produtivo).
b)Despesas: é o gasto que não esta relacionado com o
processo produtivo. São fatores identificáveis na administração,
financeiras e relativas as vendas, que reduzem as receitas. A
despesa afetará diretamente o resultado do exercício.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Quanto a apropriação aos produtos
Custos Diretos Custos Indiretos
a)Custos diretos: são os que podem ser diretamente (sem
rateio) apropriados aos produtos, bastando existir uma medida
de consumo (quilo, horas de mão de obra ou de máquina,
quantidade de força consumida etc).
b)Custos indiretos: São os que para serem incorporados aos
produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio.
Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, salário de
supervisores etc.

Rateio: Divisão proporcionais dos custos indiretos.


Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Quanto ao nível de atividade (volume)

Custos Fixos Custos Variáveis

a) Custos Fixos: Custos fixos são aqueles cujo total não varia
proporcionalmente ao volume produzido.

b) Custos variáveis: São os que variam proporcionalmente ao


volume produzido.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CUSTO DE FABRICAÇÃO
Conceito
Custo de fabricação ou custo industrial compreende a soma dos
gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na
fabricação de outros bens.

Elementos
São três os elementos componentes do custo de fabricação:
- Materiais
- Mão de Obra
- Gastos Gerais de fabricação
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CUSTO DE FABRICAÇÃO
Materiais são objetos utilizados no processo de fabricação,
podendo ou não entrar na composição do produto.

a) matéria-prima: é a substancia
bruta principal e indispensável na
fabricação de um produto. Entra
na composição do produto de
maneira preponderante em
relação aos demais materiais.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CUSTO DE FABRICAÇÃO

b) Materiais secundários: são os


materiais aplicados na fabricação em
menores quantidades que a matéria-
prima. Eles entram na composição
dos produtos, juntamente com a
matéria-prima, complementando-a
ou até mesmo dando o acabamento
necessário ao produto.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
CUSTO DE FABRICAÇÃO

c) Materiais auxiliares: são todos os


materiais que, embora necessários
ao processo de fabricação, não
entram na composição dos
produtos.
Unidade I– Noções de contabilidade de custos

CUSTO DE FABRICAÇÃO

d) Materiais de embalagem: são os


materiais destinados a acondicionar
ou embalar os produtos antes que
eles deixem a área de produção.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS

Almoxarifado
Mercadorias
Acondicionamento e Embalagem
Produtos Acabados
Produtos em Elaboração
Subprodutos
Sucata

Materiais de Consumo
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
Almoxarifado

É uma seção da empresa industrial onde são


armazenados os materiais que serão aplicados
no processo de fabricação ou consumidos nas
diversas áreas que compõem a empresa
industrial.
O almoxarifado, portanto, é um órgão de grande
importância para empresa industrial,
especialmente pelo controle que exerce sobre os
materiais que serão aplicados ou consumidos
durante o processo de fabricação, possibilitando
que os custos a eles atribuídos sejam os mais
reais possíveis.
Unidade I– Noções de contabilidade de custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
Mercadorias

São objetos que as empresas compram para


revender, sem transformá-los.
As empresas que compram mercadorias para
revender são conhecidas por empresas
comerciais. Entretanto, há empresas que atuam
tanto no ramo industrial como no comercial,
caso em que, paralelamente à atividade de
produção, exercem também a atividade de
compra e venda de mercadorias.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
Materiais de Acondicionamento e Embalagem

Compreendem tanto aqueles


utilizados para embalar os produtos
visando protegê-los antes mesmo que
deixem a área de produção como
aqueles utilizados para acondicionar
ou embalar os produtos no momento
da venda.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
Produtos Acabados e em elaboração
Os produtos Acabados: São os
objetos fabricados pela empresa
industrial.

Os produtos em Elaboração:
Compreendem os produtos cujos
processos de fabricação ainda não
foram concluídos.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
Subprodutos
São as sobras de materiais que se acumulam regularmente nos
processos de fabricação, sendo frequentemente comercializados pela
empresa industrial.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
Sucata
Compreendem os materiais desperdiçados durante o processo de
fabricação, sem a existência de mercado regular para sua
comercialização.
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
MATERIAIS DE CONSUMO
Materiais de Escritório (ou de Expediente)
Unidade I– Noções de contabilidade de
custos
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE MATERIAIS
MATERIAIS DE CONSUMO
Materiais de Informática
Unidade I – Operações com Mercadorias
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

No final de cada exercício social ou no final de cada período de


apuração dos resultados para possibilitar o conhecimento dos
resultados e a elaboração das demonstrações contábeis, as
empresas devem elaborar inventários de todos os materiais
existentes em estoque.

Inventário: Contagem física por meio de gráficos ou tabelas


(PEPS, UEPS, CMPM e CMPF). “Registro de Inventários!.

Exercício Social: 01/01 a 31/12.


Unidade I – Operações com Mercadorias
INVENTÁRIOS DE MATERIAIS

Critério de avaliação dos estoques

Os critérios mais conhecidos para a avaliação dos


estoques são:
PEPS – Primeiro que entra, Primeiro que Sai;
UEPS – Ultimo que entra, Primeiro que Sai;
CMPM – Custo Médio Ponderado Móvel;
CMPF – Custo Médio Ponderado Fixo.
Unidade I – Operações com Mercadorias
INVENTÁRIOS DE MATERIAIS
Empresa Moura Ribeiro S/A, atacadista de portas de cedro tamanho 2,00 x 0,80 m, e as
fichas de estoques dos critérios com as mesmas operações.

1. Em 05/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 100 portas por R$ 100 cada,
conforme NF n° 7.002.
2. Em 08/02, vendeu ao cliente Depósito Humaitá Ltda. 20 portas, conforme NF n°
101.
3.Em 10/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 113 cada, conforme
NF n° 8.592.
4. Em 19/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 159 cada, conforme
NF n° 9.721.
5.Em 20/02, devolveu ao fornecedor Pereira Ltda. 10 portas, conforme NF n° 115
referente a compra de 19/02.
6. Em 27/02, vendeu ao cliente Taboão S/A 140 portas, conforme NF n° 102.
7.Em 28/02, recebeu em devolução, do cliente Taboão S/A, 5 portas, conforme NFE n°
142.
Unidade I – Operações com Mercadorias

INVENTÁRIOS DE MATERIAIS

PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI

Este sistema esta ligado a administração de materiais,


especificamente ao controle de estoque e significa: "o
primeiro que entra é o primeiro que sai", gerando
assim a rotatividade do estoque que por fim diminui a
incidência dos produtos estarem vencidos ou
danificados.
Unidade I – Operações com Mercadorias
PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI
ENTRADA SAÍDA SALDO
HIST.
QTD C.U C.T QTD C.U C.T QTD C.U C.T
05/02 100 100 10.000 - - - 100 100 10.000

08/02 - - - 20 100 2.000 80 100 8.000

10/02 50 113 5.650 - - - 80 100 8.000


50 113 5.650
19/02 50 159 7.950 - - - 80 100 8.000
50 113 5.650
50 159 7.950
20/02 (10) (1.590) 80 100 8.000
50 113 5.650
40 159 6.360
27/02 - - - 80 100 8.000 30 159 4.770
50 113 5.650
10 159 1.590
28/02 - - - (5) 159 (795) 35 159 5.565
Unidade I – Operações com Mercadorias

INVENTÁRIOS DE MATERIAIS

UEPS – ULTIMO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI

Adotando esse critério para avaliar os estoques, a


empresa sempre atribuirá aos materiais em estoque os
custos mais antigos.
Unidade I – Operações com Mercadorias
UEPS – ULTIMO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI
ENTRADA SAÍDA SALDO
HIST.
QTD C.U C.T QTD C.U C.T QTD C.U C.T
05/02 100 100 10.000 - - - 100 100 10.000

08/02 - - - 20 100 2.000 80 100 8.000

10/02 50 113 5.650 - - - 80 100 8.000


50 113 5.650
19/02 50 159 7.950 - - - 80 100 8.000
50 113 5.650
50 159 7.950
20/02 (10) (1.590) 80 100 8.000
50 113 5.650
40 159 6.360
27/02 - - - 40 159 6.360 30 100 3.000
50 113 5.650
50 100 5.000
28/02 - - - (5) 100 (500) 35 100 3.500
Unidade I – Operações com Mercadorias
INVENTÁRIOS DE MATERIAIS

CMPM– CUSTO MÉDIO PONDERADO MÓVEL

Adotando-se esse critério, os materiais estocados serão


sempre avaliados pela média dos custos de aquisição,
sendo esses custos atualizados após cada compra
efetuada.
A denominação Custo Médio Ponderado Móvel é
decorrente do fato de que, toda vez que ocorrer compra
por custo unitário diferente dos que constarem do
estoque, o custo médio será modificado.
Unidade I – Operações com Mercadorias

CMPM– CUSTO MÉDIO PONDERADO MÓVEL

ENTRADA SAÍDA SALDO


HIST.
QTD C.U C.T QTD C.U C.T QTD C.U C.T
05/02 100 100 10.000 - - - 100 100 10.000
08/02 - - - 20 100 2.000 80 100 8.000
10/02 50 113 5.650 - - - 130 105 13.650
19/02 50 159 7.950 - - - 180 120 21.600
20/02 (10) 159 (1.590) 170 117 20.010
27/02 - - - 140 117 16.380 30 121 3.630
28/02 - - - (5) 117 (585) 35 121 4.215
Unidade I – Operações com Mercadorias
RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS
Apuração Extra Contábil
CMV = Ei + C - Ef
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
Ei = Estoque inicial
C = Compras do período
Ef = Estoque final

RCM = V - CMV
V = Vendas do período
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

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Unidade I – Operações com Mercadorias
RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS
Apuração Contábil
Depende do Método ou Sistema utilizado

Sabemos que no lado do débito do Razonete da conta


Mercadorias constam os valores representativos de:
a. Estoque Inicial;
b. Compras;
c. Fretes e Seguros sobre Compras;
d. Vendas Anuladas; e
e. Descontos Incondicionais Concedidos.

75
Unidade I – Operações com Mercadorias
RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS
Apuração Contábil
Depende do Método ou Sistema utilizado

Da mesma forma, sabemos que no lado do crédito do


Razonete da conta Mercadorias constam os valores
representativos de:

a. Vendas;
b. Compras Anuladas; e
c. Descontos Incondicionais Obtidos.

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Unidade I – Operações com Mercadorias
RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS
Apuração Contábil
Depende do Método ou Sistema utilizado
Assim, para apurar o resultado da conta Mercadorias, os
procedimentos sãoosseguintes:
1) efetuar a contagem física das mercadorias existentes
em estoque no fim do período, para conhecer o valor
do estoque final;
2) efetuar o cálculo extracontábil para conhecer o
resultado;
3) registrar, por meio de um único lançamento, o
resultado da conta Mercadorias.

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Referências

IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade


Comercial: atualizado conforme Lei n° 11.941/09. 10 Ed. -
São Paulo: Atlas, 2016.

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