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Evolução Molecular
Reconstruções Filogenéticas e
Sistemática
O sistema de classificação das espécies segue uma hierarquia A Sistemática Filogenética conecta a
de categorias crescentes que formalizam o agrupamento de
diversidade biológica à história evolutiva
organismos, o qual deve ser feito a partir do reconhecimento
da história de ancestralidade comum das espécies.
Filogenia = A história evolutiva de uma espécie ou grupo de espécies
A nomenclatura binomial da espécie é a primeira relacionadas.
etapa no agrupamento: espécies derivadas do
Filogenia é geralmente representada como árvores filogenéticas
mesmo ancestral comum imediato são geralmente
que traçam relacionamentos evolutivos inferidos, revelando a
agrupadas no mesmo gênero.
história de ancestralidade comum entre espécies.
As demais categorias são mais amplas, isto é,
agrupam táxons de acordo com ancestrais comuns Sistemática = O estudo e classificação da diversidade biológica em um
mais e mais antigos: contexto evolutivo.
• Gêneros são agrupados em uma Família, pois A diversidade biológica reflete episódios passados de especiação
compartilham um ancestral comum recente. e macroevolução.
• Famílias são agrupadas em Ordens, que se
Taxonomia = Identificação, nomeação e classificação de espécies; é um
agrupam em Classes, que são agrupadas em Filos,
que se agrupam em Reinos e um dos 3 Domínios.
componente da sistemática.
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Usando dados
morfológicos e
moleculares, podemos
estimar os ancestrais
comuns inferidos pelos
pontos de divergência
nas árvores Charles Darwin (1837)
filogenéticas. Anotações sobre padrões de especiação nos Tentilhões de Galápagos
Árvore Filogenética
n1 OTU 1 Topologias equivalentes
n2
OTU 2
n3
OTU 3
n4
OTU 4
n5
raiz OTU 5
OTU 6
No de diferenças
8 7 6 5 4 3 2 1
antiga recente
tempo
n nó interno - ~ ancestral comum inferido que existiu no passado
OTU unidade taxonômica operacional - espécies ou outros táxons (famílias, ordens etc)
A B C D A B C D
• Por várias razões, reticulação torna-se um
fenômeno raro com o tempo – provavelmente no
Pré-Cambriano eram muito mais comuns as
reticulações devido a transferências gênicas
D A horizontais, fusões de células, etc.
Ciclo, reticulação
C B • Reticulações são difíceis de se representar.
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Grou
Árvores reticuladas
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Riquétsias
Mitocôndrias
Rickettsia Mitocôndria
Parasita intracelular Organela intracelular
obrigatório eucariótica
de eucariotos
Nature, 1998
outras bactérias
paciente G-y
paciente D-y
paciente G-x
paciente D-x
paciente A-y
paciente A-x
paciente B-y
paciente B-x
paciente C-y
paciente C-x
paciente E-y
paciente E-x
paciente F-y
paciente F-x
Dentista X
Dentista-y
LC02-y
LC03-y
LC02-x
LC03-x
HIVLI
LC09
LC35
Grupos irmãos de
ciclídeos do
Lago Tanganika na África
oriental
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Filogeografia comparada
Filogenia Filogeografia peixe-boi marinho
(Trichechus manatus)
possuem uma distribuição
restrita às Guianas e ao
Brasil, portanto conformam
marinho
uma unidade evolutiva
independente (ESU) das
demais nesta espécie.
africano
B0665
Árvore NJ COI em
99
B0663 D. ochropyga
B0655
99 B0653
B0654
B0656
D. ferruginea
Thamnophilidae
Termos filogenéticos
99 B0369
B0367 R. ardesiaca
B0368
99 B0609
D. squamata
B0317
B0647
• Homologia
99 B0329
B0326
P. leucoptera
B0335
99
B0658
B0644
B0657
M. loricata • Analogia
99 B0677
B0678 T. major
B0646
99
B0291
B0292
B0290
D. plumbeus
• Convergência, Reversão
99 B0680
B0643 F. serrana
B0660
99 B0281
B0285 D. mentalis • Plesiomorfia – estado ancestral – “0”
99 B1189
B1301
B1188
B1296
H. atricapillus
(Simplesiomorfia)
99
B1186 S. cristatus
B1303
90
99 B0525
B0524
99 B0515
T. doliatus • Apomorfia – estado derivado – “1”
B0511
T. caerulescens
(Autapomorfia - Sinapomorfia)
99
90 B0513
82 B0528
Análises filogenéticas 99 B0535
T. ambiguus
91 B0562
permitem o uso do DNA 99 B1148
Analogia
Homologia:
um caráter (ancestral ou derivado) compartilhado
Espécies: 1 2 3 4
entre duas ou mais espécies, o qual estava presente
Estado do caráter:
no ancestral comum destas.
Analogia:
caráter “compartilhado”, mas não herdado do
ancestral comum (i.e., o caráter evolui duas vezes,
independentemente): evolução convergente (ou
paralela) e reversão ao estado ancestral. A este estado ancestral
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Nas spp. 1, 3 e 4 há uma homologia ancestral (simplesiomorfia); é ancestral porque Nas spp. 1 e 2 aparece um caráter homólogo derivado (sinapomorfia). Aconteceu uma
está presente na base da árvore, no ancestral comum de todas 4 spp atuais. transição do estado “basal” ou primitivo no ancestral imediato destas duas spp ou OTUs.
Evolução
Convergente e Um grupo monofilético:
Seleção Natural
é um grupo de táxons que inclui o
Similaridades aparentes entre
marsupiais australianos e
mamíferos placentários em outros
ancestral comum e todos seus
continentes.
Estas espécies ocupam nichos
descendentes
parecidos nos diferentes
continentes.
também podemos chamá-lo de clado
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Famílias parafiléticas
Hyllobatidae Pongidae Hominidae
Abordagens filogenéticas
Fenética
(Taxonomia numérica)
(UPGMA) Relações de
similaridade
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Cladística Cladística
• Baseia-se no padrão de ancestralidade comum e
• A Teoria Evolutiva postula que grupos de
modificação das espécies e não em mera
organismos relacionados descendem de um
similaridade.
ancestral comum.
• Deve usar apenas caracteres derivados
• Sistemática Filogenética (Cladística) é um método
(apomórficos) compartilhados (sinapomórficos ou
de classificação taxonômica baseado na história
homólogos derivados).
evolutiva.
• Portanto, objetiva traçar a história evolutiva real, o
Foi desenvolvido em 1950 por padrão de descendência com modificação.
Willi Hennig, um entomologista
• Ex: métodos baseados em caracteres (parcimônia).
alemão.
Relações de
Cladística Não Não Sim
ancestralidade comum
Inferências filogenéticas
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Inferências filogenéticas
o relacionamento ancestral
dentre as espécies. D B B
E D D
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Raiz D
D enraizada, o táxon A não
árvore sem raiz está mais estreitamente A
A
relacionado ao táxon B A
A B C D B
em relação a C ou D C D árvore enraizada
como sugerido acima. Note que nesta árvore
árvore enraizada
enraizada, táxon A é mais
Raiz
raiz
estreitamente relacionado ao
táxon B, enquanto o C é mais
relacionado ao D.
Uma árvore sem raiz de 4 táxons pode ser enraizada em cinco lugares
Cada árvore sem raiz pode teoricamente ser enraizada
distintos para produzir cinco árvores enraizadas diferentes em qualquer lugar ao longo de qualquer de seus ramos
2 4 A C
A C # táxons # árvores x # árvores
1 5 sem raiz # raízes = com raiz
árvore sem raiz:
B D 3 1 3 3
4 3 5 15
B 3 D C 5 15 7 105
A D 6 105 9 945
7 945 11 10.3 95
árvore c/raiz árvore c/raiz árvore c/raiz árvore c/raiz árvore c/raiz 8 10 .395 13 1 35.1 35
1 2 3 4 5 9 135 .135 15 2. 0 27.0 25
B A A C D B E . . . .
A B D C . . . .
B
A C
D . . . .
C C C A A . . 36
. . 38
30 ~3 , 58 x 10 57 ~2 , 04 x 10
D D D B B B F E
Estas árvores representam cinco histórias evolutivas diferentes entre os
táxons, dependendo de onde se coloca a raiz !
Há dois modos principais de enraizar árvores Todos estes rearranjos mostram o mesmo
relacionamento evolutivo entre táxons
Pelo grupo externo (outgroup ):
A A
Usa táxons de referência (o “outgroup”)
C D
que sabidamente se situam fora do grupo
de interesse (o “ingroup”). Requer D C
conhecimento a priori sobre árvore enraizada 1
relacionamentos entre os táxons. O B B
outgroup pode ser uma espécie (ex: aves B
para enraizar uma árvore de mamíferos) ou C D
cópias de genes duplicados (ex: a-globina outgroup A
para enraizar b-globinas). D C
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• Cladogramas
A B C D Reconstruções
A B C D
moleculares
• Árvores Ultramétricas (Dendrogramas)
tempo
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Analogia
SNPs em sequências de DNA
Espécies: 1 2 3 4
* * * ** * * * * * *
A aat tcg ctt cta gga atc tgc cta atc ctg Estado do caráter:
T C T C
B ... ..a ..g ... .a. ... ... t.. ... ..a
C ... ..a ..c ..g ... ..t ... ... ... t.a
D ... ..a ..a ..g ..g ..t ... t.g ..t t..
Obs:
Pontos (.) se referem a posições de caracteres inalterados em relação
Nas spp. 1 e 3 há uma analogia (caráter análogo ou homoplasia);
T
Origem independente – evolução paralela ou convergente
à primeira sequência (A)
* Posições com caracteres variáveis entre estas sequências
Nas spp. 1, 3 e 4 há uma homologia ancestral (simplesiomorfia); é ancestral porque C Nas spp. 1 e 2 possuem homólogos derivados (sinapomorfia) (i.e., aconteceu uma T
está presente na raiz da árvore (ancestral comum) como uma plesiomorfia. transição do estado “basal” ou primitivo, no ancestral comum imediato destas duas
spp ou OTUs).
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Dois táxons podem ser mais similares sem ser mais relacionados:
Fenética Cladística 1
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Táxon B
1 O táxon C é mais similar ao A (d = 3)
3 Táxon C
Similaridade geral Sistemática filogenética 1
do que ao B (d = 7), mas C e B são
Táxon A
mais estreitamente relacionados: C e
5 B compartilham um ancestral comum
Táxon D
mais recente do que os dois com A.
G C C
C G G
T G G
G C C
Convergentes Paralelos Reversões
Métodos baseados em caracteres podem teoricamente discriminar
os tipos de similaridade e encontrar a “verdadeira” árvore
evolutiva .
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dij a b c d d
ij a b c d d a b c
a 0
a ACGA a 0 b 0,5 0
c 0,75 0,25 0
b ATGC b 0,5 0 d 0,5 1,0 0,75 0
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d árvore 3 c
c G T G C c G T G C
* = 1 etapa de mutação d G C A A * = 2 etapas de mutação d G C A A
total total
árvore 1 1 árvore 1 1 2
árvore 2 árvore 2
árvore 3 árvore 3
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c G T G C c G T G C
* = 1 etapa de mutação d G C A A * = 2 etapas de mutação d G C A A
total total
árvore 1 1 2 1 árvore 1 1 2 1 2 6
árvore 2 árvore 2
árvore 3 árvore 3
A análise de parcimônia
Exemplo de Parcimônia pode discriminar alguns tipos de
eventos paralelos.
1 2 3 4 Na figura ao lado, 4 sequências
d a b c a A C G A homólogas alinhadas (a) de
1 (A) 1 (A) distintos organismos foram
b A T G C utilizadas para construir uma
4 (C) 2 (T) árvore de parcimônia (b).
c G T G C Na árvore b estão dispostos os
eventos de mutações
3 (G)
d G C A A (apomorfias), numerados de 1 a
8. No evento 2, o estado alélico
derivado (nucleotídio A)
A evolução dos caracteres apomórficos pode ser inferida a partir do Cladograma. demonstrou ser um evento
Assim, eventos paralelos (recorrentes) de mutação podem ser identificados, os paralelo, aparecendo
quais correspondem às homoplasias. independentemente na
seqüência do homem e do
milho.
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Máxima verossimilhança
Verossimilhança (L) é a probabilidade dos dados, dado o modelo de
Jukes-Cantor
substituições nucleotídicas e uma hipótese de topologia filogenética (1 parâmetro)
L = P (dados/árvore)
Transição
A G
Transversão
A frequência dos nucleotídios não é considerada
C T Todas substituições têm a mesma taxa
b
A frequência dos nucleotídios não é considerada A frequência dos nucleotídios é considerada
Transições e transversões têm diferentes taxas Transições e transversões têm diferentes taxas,
assim como os tipos de mudanças nucleotídicas
Modeltest
O modelo inapropriado de
substituições nucleotídicas
pode levar a uma reconstrução
filogenética incorreta.
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Dados reais:
mudanças observadas e esperadas Máxima verossimilhança
• Comparação de sequências de chimpanzé e homem no Método baseado na avaliação probabilística de modelos evolutivos
DNAmt (307/1333 sítios são diferentes) que melhor explicam um conjunto de dados de forma que este reflita
• Modelos com mais parâmetros se aproximam mais do a história evolutiva mais próxima da realidade
padrão observado LT = L (1) x L (2) x L (3) x L (4) x..x L (N) = L (i)
C A A A
1 2 3 4 5 6 7 L(5) = Prob x
C G
Táxon a A A G A C T T C A
A C
Táxon b A G C C C T T
Prob x
C G
Táxon c A G A T A T C
C C T A
Táxon d A G A G G T C Prob x
C G
a c a b a c Prob ... x
C N N A
Modelo que mais b d c d d b Prob
se aproxima ao C G
observado
Problemas e cuidados na
reconstrução filogenética
Taxas de mutação/evolução
Um problema decorrente
da saturação é o que
chamamos de “atração de
ramos longos”, nos quais
grupos divergentes ficam
parecendo mais próximos
do que realmente são.
A taxa estimada de acúmulo de novos variantes é maior em tempos recentes, pois
em longo prazo há o aumento da homoplasia (saturação) e outros processos que
113 mascaram o reconhecimento dos eventos de mutação.
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As calibrações destas taxas podem ser feitas por análises diversas utilizando:
116
6 M.A.
6 M.A.
Exemplo
taxa = 0,06 diferenças / 6 M.A. em um determinado gene Muitas vezes o fóssil usado para calibrar o “relógio” é mais
taxa = 0,01 / M.A. ou 1% por milhão de anos neste gene.
recente que a divergência genética, portanto as datas
estimadas com estas taxas podem ser subestimativas.
Isolamento
reprodutivo
Passado
Divergência
genética
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Hábitat aberto
Incongruência entre
árvores de genes e de
espécies
Transferência
Horizontal
Evento
de triagem
Associado
Codivergência
Espécie Duplicação
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