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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Material de Apoio
JURISDIÇÃO E AÇÃO
DIREITOS FUNDAMENTAIS DO TRABALHO

JURISDIÇÃO E AÇÃO

1. Anotações Preliminares..................................................................................................... 2
2. Jurisdição .......................................................................................................................... 2
3. Legislação destacada ....................................................................................................... 6
4. Leituras indicadas ............................................................................................................ 10
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1. ANOTAÇÕES PRELIMINARES

 Plano de aula:

 Abordagem das definições de jurisdição e o que influenciaram no Processo Civil Brasileiro


 Parte-se da ideia da jurisdição para Chiovenda, buscando-se verificar onde sua teoria
aparece.
 Conceitos de jurisdição e jurisdição dentro do NCPC.

2. JURISDIÇÃO

Conceitos (Chiovenda, Carnelutti, Allorio, Michelli):

 Chiovenda

o De acordo com Chiovenda, a atividade jurisdicional tem por função a realização de uma
vontade concreta da lei. É de Chiovenda a ideia de “juiz boca da lei”.  O juiz realiza a vontade
do legislador, decorre da separação de poderes.
Cada poder tem uma função específica sendo que, para Chiovenda, o poder de criação é do
legislativo (cria e edita leis).

 POSITIVISMO JURÍDICO: a atividade jurisdicional não é composta por um ato


de criação sendo esta, atribuição do poder legislativo.

o Segundo Chiovenda, a atividade jurisdicional é dividida em dois grandes atos. Na atividade


jurisdicional tem-se conhecimento e execução. Na origem do CPC/1973, tínhamos 03 ações
condenatórias

COGNIÇÃO EXECUÇÃO
Ação Condenatória para Ação de Execução para
Período pagamento de quantia pagamento
1973-1994 Ação Condenatória para Ação de Execução para
entrega de coisa certa ou entrega de coisa certa ou
incerta incerta
Ação Condenatória para Ação de Execução para
cumprimento de obrigação de cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer fazer ou não fazer

A ideia de Chiovenda foi difundida na ‘modernidade’, onde o positivismo esteve muito presente.
A ideia do ‘juiz boca da lei’ serviu por um longo período, uma vez que os avanços sociais não
eram tão intensos.

 Problema atual  presença do ativismo judicial. Há uma criação ‘sem limites’ nas
decisões judiciais.

 Princípio da proporcionalidade (Alexy) é muito utilizado para embasar as atuais


decisões judiciais.
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CRÍTICA: esta concepção do ‘juiz boca da lei’ do Chiovenda é fortemente criticada pelo Ovídio.
Para o autor, a concepção de Chiovenda não é mais compatível com a realidade
contemporânea, tendo em vista a evolução da sociedade. A sociedade contemporânea
diversamente da sociedade anterior, se transformou. Acompanhando os avanços sociais, o
direito também evoluiu1.

Para Cappelletti, o magistrado não é um mero repetidor do texto de lei porque, tendo em vista
a evolução da sociedade, exige uma atividade criativa do juiz.

Constatação da teoria de Ovídio/Cappelletti: insuficiência do positivismo judicial.

Lênio Streck também entende que o positivismo é insuficiente. Contudo, o “decisionismo”


(criação judicial sem limites) é o problema. Em muitos casos, primeiro se decide, depois se
encontra o fundamento. Quando deveria ser ao contrário. Outra crítica feita é a utilização, por
vezes, de alegações morais em decisões judiciais (Dworkin  a decisão judicial deveria estar
atrelada de fundamentos de ordem moral).

Para Streck, o limite do juiz é a Constituição Federal. A decisão adequada será aquela que
atentar para a Constituição Federal. O juiz até pode ‘dizer diferente’ de uma lei
infraconstitucional, desde que aplique a Constituição Federal. Em muitos casos, a Constituição
Federal oferece mais de uma possibilidade de resposta; há casos que nem a Constituição é
clara; outras é claríssima.

O mérito da teria do Lênio Streck está na ideia que a decisão judicial deva ser adequada ao
texto constitucional.

STF - Possibilidade de casamento das uniões homoafetivas. Não há previsão na


Constituição, contudo o STF decidiu por ser possível, extrapolando, assim, sua competência.
Tal reconhecimento deveria se dar por emenda à Constituição e não por decisão do
Supremo.

Preocupação de Lênio – manutenção do Estado Democrático de Direito.

 o movimento ‘juiz ativista’ nasce na Suprema Corte Americana. Nos EUA, os


juízes têm um papel de responsabilidade maior que no judiciário brasileiro, uma
vez que não há legislação, somente precedentes. Nos EUA o sistema é
‘commom law’; no Brasil o sistema é ‘civil law’. Houve uma transposição de um
modelo do sistema americano para o sistema brasileiro, com sistemas diversos.

Art. 489 §1º, NCPC  artigo conceitua o que é uma decisão bem fundamentada.

O mesmo regramento está previsto na Constituição Federal (art. 93, IX)

Reação ao ativismo judicial  Os responsáveis pela redação do artigo 489, § 1º são os próprios

1 Também criticada na obra Processo e Ideologia. Ovídio Baptista.


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magistrados, em especial naqueles acórdãos em embargos de declaração com a finalidade de


prequestionamento.

*Súmula 211, STJ revogada pelo artigo 1025, NCPC  decisões sem fundamento

Requisitos para combater o ativismo judicial:

- o Magistrado na decisão judicial deverá se pronunciar sobre todos os fundamentos


suscitados pelas partes,

 não respondeu tudo  embargos de declaração (art. 1024, CPC)


 Nulidade da decisão por violação ao art 489, §1º

- o magistrado quando vai prolatar uma decisão não pode se valer de um fundamento que
serve para qualquer decisão.

 Ex. indefiro liminar porque presente “fumus boni iuris”... Deverá fundamentar
porque não há o “fumus boni iuris”.

- No novo código de processo é dada uma força para precedentes judiciais, principalmente
precedente de cortes superiores. Arts. 926/927.

 Se o juiz não quiser aplicar o precedente, deverá dizer os motivos pelos quais não
irá aplica-lo. Se ele quiser aplicar o precedente, deverá justificar os motivos pelos
quais está aplicando-o.

Embargos de declaração procrastinatórios – pode gerar MULTA

Agravo Interno – recurso interposto contra decisão monocrática do relator

Art. 1021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
(...)
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente
em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

Com relação ao artigo 489, §1º, a discussão que tem se visto é se o artigo se aplicaria
nos juizados especiais cíveis, bem como nas sentenças trabalhistas. O TST, em resolução, já
afirmou que é aplicável nas decisões na Justiça do Trabalho.
Para a Ministra Nancy Andrighi, o artigo não tem aplicabilidade nos Juizados Especiais
Cíveis uma vez que o mote é a celeridade. A fundamentação de acordo com o artigo 489, § 1º
contrariaria a celeridade. Não podemos esquecer do princípio da duração do processo dentro
de prazo razoável com direito fundamentado. Aí já estaria contemplado o princípio da
celeridade. Da mesma banda, há quem diga que não se aplicaria nem a contagem de prazo
em dia útil.
Nas palavras de Lenio Streck, com a redação do artigo 489, § 1º acabou “o livre
convencimento judicial”. Aqui pode-se entender que há um livre convencimento motivado, com
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teto na Constituição Federal.

Se a decisão não estiver fundamentada, cabe agravo de instrumento. Se ainda o juiz


decidir manter, cabe apelação.
O grande problema é o artigo 1013,§3º, IV, NCPC  o caminho para se insurgir é o CNJ
e a Corregedoria.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


(...)
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir
desde logo o mérito quando:
(...)
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

A crítica à Chiovenda nos leva às ações judiciais que tenham por objeto os direitos sociais
(direito fundamental à saúde, direito fundamental à educação, etc.). A jurisprudência permite,
levando em conta a proteção do direito tutelado.

 Separação entre cognição e execução.

Na concepção original do CPC/73 tínhamos um agigantamento das ações condenatórias.


Na visão de 1973 qualquer que fosse a natureza da obrigação, objeto de um processo de
conhecimento, a ação teria natureza condenatória. Se o objeto da ação fosse fazer/não fazer,
tinha que pedir condenação.

1973-1994  Ajuizar ação condenatória para pagamento; ação de execução para


pagamento. Havia uma separação bem nítida
Se o provimento fosse urgente, deveria se ajuizar ação cautelar incidental.
Busaid seguia a corrente de Chiovenda, por isso tamanha divisão.
A teoria de Chiovenda de separar cognição de execução tranca o processo, deixando-o
moroso. Talvez servisse em 1973, mas atualmente não serve mais.
Ao longo dos anos se constatou dessa teoria, diante da realidade social que tínhamos já
na década de 1990.
Em 1994, houve uma grande alteração, em especial no artigo 461.
Mudanças:
 Houve a introdução da tutela específica para obrigações de fazer e não fazer.
 Muda a natureza da ação que tenha por objeto obrigações de fazer e não fazer
fosse cumprida.
 Se introduziu medidas coercitivas (ações mandamentais e executivas lato
sensu)
 Passaram a condenar o réu a fazer ou não fazer sob pena de medidas
coercitivas.

Quando o juiz impõe medidas coercitivas junto com comando judicial, o magistrado já
não segue a doutrina de Chiovenda.
Nessas sentenças prolatadas a partir do artigo 461, passamos a ter o chamado
SINCRETISMO.

SINCRETISMO  Cognição (juiz diz o direito) + execução (juiz realiza o direito)

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Por exemplo, nas ações de medicamentos, o juiz não condena o réu a entregar o
medicamento. Determina que o Estado forneça o medicamento, sob pena de sequestro dos
valores nas contas do demandado. Aqui estaria presente o SINCRETISMO.

Em 2002, nas ações de entrega de coisa, o CPC/73 se afastou da teoria de Chiovenda,


pois tanto a atividade cognitiva quanto a realização de direitos vão se dar no mesmo comando
judicial.

Em 2005, tivemos a alteração nas obrigações para pagamento, com o instituto do


cumprimento de sentença. Aqui, a crítica é que também há o sincretismo porque o cumprimento
de sentença não é ação. No cumprimento de sentença, o juiz continua condenando, o que
aparentemente volta a se aproximar da teoria de Chiovenda.

 Nas ações que tenham por objeto a obrigação por pagamento e nas sentenças
que tenham o mesmo objeto, continua tendo a separação entre cognição e
execução.

Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015 - Código de Processo Civil.

Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de
saneamento e de organização do processo:

I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;

II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os


meios de prova admitidos;

III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;

IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.

§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes,


no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.

§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões
de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o
juiz.

§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar


audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o
juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.

§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum
não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
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§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de
testemunhas.

§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
máximo, para a prova de cada fato.

§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e


dos fatos individualmente considerados.

§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no
art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.

§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.

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Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

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Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente.

§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais


editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.

§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos


precedentes que motivaram sua criação.

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Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas


repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do


Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando


decidirem com fundamento neste artigo.

§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos


repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou
entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.

§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos


tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação
dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.

§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em


julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e
específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da
isonomia.

§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica


decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

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Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em
sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar
oralmente suas razões perante os novos julgadores.

§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os


votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento
do julgamento.

§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não


unânime proferido em:

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I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu
prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.

§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:

I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;

II - da remessa necessária;

III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.

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Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões


suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas
ao capítulo impugnado.

§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um


deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir


desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485;

II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou
da causa de pedir;

III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se


possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo
ao juízo de primeiro grau.

§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável


na apelação.

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Art. 1021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

(...)

§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em


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votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao


agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

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Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins
de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso
o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

 Livros:

CAPPELLETTI, Mauro - Juízes legisladores? Sergio Antônio Fabris Editor.

SILVA, Ovídio Batista da. Curso de Processo Civil. Forense.

STRECK , Lênio. Jurisdição e Hermenêutica Constitucional. Gz Editora

TASSINARI, Clarissa. Ativismo Judicial. Livraria do Advogado.

 Artigo

TRINDADE, André Karam. Hermenêutica e jurisprudência: o controle das decisões judiciais e a


revolução copernicana no Direito processual brasileiro. Revista de Estudos Constitucionais,
Hermenêutica e Teoria do Direito (RECHTD). Setembro-dezembro 2015.

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