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ISEP

DEI
Física Aplicada

Relatório:

- Leis de Kirchoff

Ismael Silva
1030778
Resumo

Tendo como base implementações de circuitos mais ou menos complexos, os


objectivos do presente trabalho prático residiam fundamentalmente na sua análise
através das Leis de Kirchhoff - a Lei dos Nós e a Lei das Malhas.
Relativamente aos objectivos propostos e tendo em conta os condicionalismos de
execução encontrados, os resultados obtidos sustentam as relações e princípios das
leis em estudo, apresentando erros relativos inferiores a 4%.
Introdução Teórica

Tal como em qualquer sistema fechado, a energia eléctrica, num


dado circuito, também se conserva. De facto, a energia que é
produzida é igual à energia que é consumida, tanto pelos receptores
propriamente ditos (lâmpada, aquecedor, etc.) como por perdas nas
resistências dos fios e contactos necessários à ligação do próprio
circuito.
As Leis de Kirchhoff mais não são do que leis de conservação de
energia aplicadas aos circuitos eléctricos. Para enunciar estas leis,
convém ter presentes os seguintes conceitos:

Ramo » Conjunto de elementos eléctricos em série, percorridos pela


mesma corrente (pode ser apenas um elemento).

Figura 1

Nó » Ponto de junção, ligação ou intersecção de ramos (em geral,


mais de 2).

Figura 2

Malha » Conjunto de ramos formando um circuito fechado (anel).


LEI DAS MALHAS

Ao longo de uma malha, a soma algébrica das forças electromotrizes


(subidas de potencial) é igual à soma algébrica das quedas de
potencial:
 =Σ U
E  (eq. 1)
No circuito seguinte

Figura 4

a Lei das Malhas aplicada à malha assinalada é:


E = U1 + U2 (eq. 2)
LEI DOS NÓS

Em qualquer nó de um circuito eléctrico, a soma algébrica das


correntes (convergentes e divergentes) é nula:
I = 0 (eq. 3)
No circuito seguinte

Figura 5
a Lei dos Nós aplicada ao nó assinalado é:
I2 + I3 + I4 - I1 = 0 (eq. 4)

Procedimento Experimental

Na execução do trabalho proposto foi utilizado o seguinte material:


 2 Pilhas (4,5 V / max 0.03 A);
 1 Placa de Montagem;
 Fios de Ligação;
 Conjunto de Resistências (5.6 kΩ, 330 Ω, 3* 1 kΩ, 2* 470 Ω ,
2* 100 Ω);
 1 Multimetro.
A descrição da experiência, a seguir efectuada, respeita a estrutura
do guia.

VERIFICAÇÃO DA LEI DAS MALHAS

Inicialmente, foi efectuada a seguinte montagem:

Figura 6

com R1 = 100 Ω, R2 = 330 Ω e V1 = V2 = 4,5 V.


Usando o multímetro com a escala em 20 V, mediu-se a queda de
tensão aos terminais das pilhas e das resistências.

Posteriormente, foi efectuada a seguinte montagem:


Figura 7

com R1 = R5 = 470 Ω, R2 = 330 Ω, R3 = R4 = R6 = 1 kΩ, R7 = 5.6 kΩ, R8


= 100 Ω e V = 9 V.
Usando o multímetro com a escala em 20 V, foram medidas as
quedas de tensão V1, V2, V3, V4 e V5.

VERIFICAÇÃO DA LEI DOS NÓS

Usando o circuito anterior, foram medidas, com o multímetro em 20


mA, as correntes IA, I2, I3, IB, IC, I5, I6, I7, ID e IE.
Dados Experimentais

VERIFICAÇÃO DA LEI DAS MALHAS

Para o circuito da figura 6, obtivemos:

R 1 (Ω) R 2 (Ω) V 1 (V) V 2 (V) V R1 (V) V R2 (V)


100 330 4,41 4,44 1,96 6,56

Tabela 1
Para o circuito da figura 7, obtivemos:

R 2 = 330 Ω R 5 = 470 Ω
R6 = 1 k Ω
R 1 = 470 Ω R3 =1 k Ω R4 =1 k Ω R 8 = 100 Ω
R 7 = 5,6 k Ω
R eq = 248,12 Ω R eq = 302,46 Ω
V 1 (V) V 2 (V) V 3 (V) V 4 (V) V 5 (V)
1,93 1,02 4,11 1,25 0,41

Tabela 2

VERIFICAÇÃO DA LEI DOS NÓS

Para o circuito da figura 7, obtivemos:


Resistências ( Ω) Corrente Valor medido (mA)
R 1 = 470 IA 4,07
R 2 = 330 I2 3,02
R 3 = 1000 I3 1,01
IB 4,12
R 4 = 1000
IC 4,10
R 5 = 470 I5 2,65
R 6 = 1000 I6 1,26
R 7 = 5600 I7 0,23
ID 4,18
R 8 = 100
IE 4,16
R eq (R 2 // R 3 ) I 2 +I 3 4,03
R eq (R 5 // R 6 // R 7) I 5 +I 6 +I 7 4,10

Tabela 3
Resultado e Análise dos Dados Experimentais

VERIFICAÇÃO DA LEI DAS MALHAS

A Lei das Malhas é uma aplicação do princípio de conservação de


energia ao potencial eléctrico existente nas várias partes de um
circuito.

I
Para o circuito representado na figura 6,

Σ Vi = Σ VRi + ε A , i = 1, 2 (eq. 5)

com ε A variável aleatória tal que E ( ε A ) = 0 , é a condição a validar.


Para o conjunto de dados obtidos:

Σ Vi = Σ VRi + ε A ⇔ 8.85 = 8.52 + ε A ⇔ε A = 0.33 A

a que corresponde um erro relativo de cerca de 3.7%.

II
Para o circuito representado na figura 7,

Σ V = Σ Vi + ε B , i = 1, 2, …, 5 (eq. 6)

com ε B variável aleatória tal que E ( ε B ) = 0 , é a condição a validar.


Para o conjunto de dados obtidos:

Σ V = Σ Vi + ε B ⇔ 8.85 = 8.72 + ε B ⇔ε B = 0.13 A

a que corresponde um erro relativo de cerca de 1.5%.


VERIFICAÇÃO DA LEI DOS NÓS

A Lei das Nós é uma aplicação da conservação da carga eléctrica à


corrente eléctrica no circuito.

Para o circuito representado na figura 7,

Σ IENTRADAS = Σ ISAÍDAS + ε Ci (eq. 7)

( )
com ε Ci variável aleatória tal que E ε Ci = 0 , é a condição a validar
em cada um dos nós. Para o conjunto de dados obtidos:

Medido 4,07 3,02 4,10 2,65 4,16


IA I2 IC I5 IE
Calculado 4,11 3,09 4,11 2,66 4,10
Valor da Corrente (mA)

Medido 1,01 1,26


I3 I6
Calculado 1,02 1,25
Medido 4,12 0,23
IB I7
Calculado 4,11 0,22
Medido 4,18
ID
Calculado 4,13
∑ ENTRADAS 4,07 4,12 4,10 4,18
∑ SAÍ DAS 4,03 4,10 4,14 4,16
εC 0,04 0,02 -0,04 0,02
Erro relativo (%) 1,0% 0,5% 1,0% 0,5%

Tabela 4
Conclusão

Durante a implementação do procedimento experimental descrito

foram identificados condicionalismos, nomeadamente por problemas

com os fios de ligação. Isto traduziu-se em leituras mais complicadas

e com incertezas seguramente maiores.

Tendo em conta os objectivos propostos, os resultados obtidos


apresentaram erros relativos muito baixos. Todas as leis, condições e
parâmetros foram verificados e/ou calculados, e os respectivos
resultados comentados.

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