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I - DOS FATOS
A paciente é genitora dos menores Jane e Gilson Pires, para os quais tem a
obrigação de pagar pensão alimentícia no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),
divido igualmente.
No enanto, a paciente vem enfrentando dificuldades para realocar-se no mercado
de trabalho há aproximadamente 1 ano, o que a prejudica na prestação dos
alimentos.
A falta da atividade laborativa resultou na impossibilidade de pagamento do valor
de pensão estipulado e em razão do inadimplemento, foi ajuizada ação
competente para execução de alimentos.
Contudo, mesmo a paciente justificando a falta de pagamento em razão do
desemprego, a autoridade coatora determinou a prisão.
O
II - DA LIMINAR
Ante aos fatos expostos acima, não resta dúvida a necessidade medida que ora se
requisita.
Conforme disposto no ar. 5º, LXVII da Constituição da República, o habeas
corpus se presta a coibir violação da liberdade de locomoção de quem já tenha
sofrido ou esteja na iminência de sofrer, o que é o caso em comento.
A decisão da autoridade coatora indica não guarda fundamento de validade, senão
vejamos. A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de
alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses.
Contudo, o art. 911 do CPC leciona que a execução fundada em título executivo
extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz mandará citar o executado
para que faça o pagamento em três dias.
A paciente, conforme já relatado acima, não apresenta condições de adimplir o
débito por motivos alheios à sua vontade, não tendo fundamento a edição do
decreto prisional, notadamente em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º.
Assim, o direito da paciente foi violado vez que o § 7º do art. 528, combinado com
o art. 911 e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em lecionar que a
prisão civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento
da ação, o que invalida o pedido feito na inicial que ora se ataca.
Local, data
Advogado/UF