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Resumo II

1. Introduçao

O texto Desafios para a extensão rural: o “social” na transição agroecológica fala da


experiência a Missão da EMATER, onde apresenta-se uma proposta de desenvolvimento
rural vista como um conjunto de melhorias para o campo (econômicas, culturais, ambientais,
sociais, políticas).

Esta missão foi definida como: “promover a construção do desenvolvimento rural


sustentável, com base nos princípios da Agroecologia, através das ações de assistência
técnica e extensão rural, e mediante processos educativos e participativos, com o Objectivo
de fortalecer a agricultura familiar e suas organizações”.

Estas propostas têm um forte conteúdo de mobilização e organização social, explicitados nas
suas estratégias:

 Privilegiar o uso de metodologias participativas;


 Valorizar os distintos saberes (científico e popular);
 Estimular dinâmica de participação activa das populações;
 Estimular parcerias em todos os níveis;
 Respeitar as diferenças de gênero, de culturas, de grupos de interesse;
 Buscar inclusão social
 Tomar o agroecossistema como uma unidade básica de análise;
 Apoiar a implementação da Reforma Agrária e o fortalecimento da Agricultura
Familiar.

A preocupação com as novas tecnologias agrícolas sempre foi preponderante nas actividades
de extensão, e foi, muitas vezes, considerada a sua única razão de ser. Este facto fez com que
os chamados “temas sociais”, embora presentes no nosso cotidiano fossem pouco discutidos.
“Temas sociais” referem-se a aqueles temas, que, em conjunto com as mudanças nas
tecnologias de produção agrícola, compõem (ou deveriam compor) uma pauta de mudança
para o meio rural, em direção para um desenvolvimento sustentável.

O “social” de que tratamos aqui certamente abrange a dimensão produtiva e econômica, não
‘só na preocupação com os resultados físicos ou financeiros, ou no entendimento do porquê
se adopta ou não uma certa tecnologia; mas na forma como se organiza essa produção.

O que se quer salientar nesta discussão, e que este documento procura mostrar, é que:

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i. O social não se restringe ao “assistencial”;


ii. Aquele outro “social” (saúde, educação, lazer, cultura, etc), se for colocado em uma
perspectiva estratégica de construção de sujeitos sociais autônomos, e livre do
difusionismo em todos os seus matizes, passa a ser uma dimensão fundamental para
uma proposta de Extensão Rural Agroecológica.

2. Breve retrospectiva histórica

Desde a fundação da ACAR em 1948, outras instituições de extensão rural foram criadas em
todo Brasil, seguindo um modelo difundido pelo governo nort-americano. Em 1955, criou-se
a Associação sulina de crédito a Assistência Rural (ASCAR), e foram criadas varias outras
associaões ligadas a extensão.

Deste período até o ínicio dos anos 60, as famílias e as comunidades eram focos dos
extensionistas. A extensão era desenvolvida por tecnico em Ciências Agrária e uma mulher
capacitada no campo da “Econimia Doméstica”. O obejectivo de extenão era o
desenvolvimento rural, diminuir a pobreza rural, visitas como decorrência da ignorância e da
resistência às mudanças que caracterizam os agricultores.

Para as economistas do mésticas eram oraganizados grupos do Lar e dos Clube para jovens,
que difundiam conhecimestos sobre saúde, alimentação, saneamento, abastecimento de água
as apoiavam as mulheres na activiade doméstica.

O trabalho manteve até recenttimente, onde os homens trabalhavam com a parte agrícola e as
mulheres refente ao âmbito doméstico-famíliar. Sem esquecer que durante o período da
revolução verde trabalhou-se co as prespectiva de profissionalizar e modenizar o meio rural.

O trabalho de extensão não passa por despercebido, ao analisar que os trabalhos foram
divididos em gênero. As mulheres extensionista sofriam uma restrição no seu trabalho, e as
mulheres rurais essa negação era no seu papel enquanto agricultoras. Elas eram oferecidas
uma possibilidade de organização em grupos (clubes de mães, etc) acompanhados pelos
extensionistas do bem-estar social e orientados com temas femininos.

Os grupos ajudavam a consolidar a separação das mulheres e homens no meio rural,


assumindo uma divisão sexual no trabalho, na prática o papel da mulher na agricultura era
negligenciado, contribuindo assim na exclusão da mulher no espaço onde se tratava das
questões tecnológicas e financiamento da produção agrícola.

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Ao longo dos anos, as mudanças foram notórias sobre as formas de pensar e agir no meio
rural que resultam em diferentes políticas públicas para agricultura. O tripé básico do bem-
estar permaneceu os temas saúde, alimentação e habitação.

3. A Situação Hoje E Estratégias De Atuação


Hoje a EMATER/RS está presente em 476 municípios, com 10 escritórios regionais e um
escritório central. São cerca de 2.300 empregados, sendo que 25% com formação superior em
Ciências Agrárias e 25% técnicos agrícolas de nível medio. As extensionistas de bem-estar
social (cargo de nível médio na empresa) correspondem a 18% do total de empregados,
enquanto os profissionais com formação superior correspondem cerca de 2% do total. Esse
desequilíbrio quanto aos recursos humanos tem consequências sobre o acompanhamento do
trabalho.

2000-2001, verificou-se que o trabalho das extensionistas de bem-estar social, não vinha
recebendo um destaque correspondente, apesar de ser realizado em quase todo o Estado. Por
outro lado, esse trabalho veio acumulando reconhecimento "para fora" da empresa e
instituições públicas. Destacava-se também a participação do pessoal técnico da área social
em Conselhos ligados à gestão de políticas públicas, em nível Municipal, Regional e
Estadual.

A reconquista do certificado de entidade filantrópica junto ao INSS, no ano de 2001,


confirmou o reconhecimento do caráter social do trabalho realizado.

Verificou-se também que o principal estrangulamento, no nível municipal, era a falta de


integração no trabalho cotidiano, consequentemente o trabalho da extensionista social era,
muitas vezes, relegado a um plano secundário, e visto como uma tarefa exclusivamente sua.

O planeamento geral do escritório era uma soma de partes com uma falsa segmentação
"econômico" x "social, em que , extensionistas e técnicos somente dividiam um mesmo
escritório. Esta é ainda a situação de um número significativo de escritórios.

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Estes problemas têm origem na inserção subordinada que os temas sociais sempre tiveram
com relação aos temas econômicos. Alia-se a isto a problemática das desigualdades de
gênero.
4 Áreas de trabalho: definição de conteúdos e competências

4.1 Promoção da cidadania e organização social

Definem-se como acções de Promoção da Cidadania e Organização Social aquelas que


influenciam a população para que participem ativamente das decisões que dizem respeito à
sua comunidade, ao seu município e ao espaço público em geral.

Ganham destaque neste tema os trabalhos voltados para:

 As políticas de combate às desigualdades de género e de inclusão das mulheres rurais


como protagonistas das políticas de desenvolvimento rural;
 O atendimento a públicos diferenciados (como jovens e idosos) e também a públicos
não tradicionais da extensão rural, como indígenas, pescadores, historicamente
excluídos dessas políticas e do exercício da cidadania.

4.2 Educação e promoção da saúde

Tem como desafio atuar com as comunidades rurais, vendo a saúde como parte de uma
proposta de desenvolvimento integral. A extensão tem o papel de promover a educação em
saúde para melhorar as condições de saúde e de vida. E essas acções não têm tido efeito
significativo no sistema de saúde como um todo. Cabe à extensão apoiar as lutas para que
essas acções sejam assumidas pelo sistema público de saúde, tendo em conta onde são
formuladas as políticas públicas.

Os sistemas locais de saúde estão voltados, prioritariamente, a atender as demandas mais


prementes dos municípios, tais como a assistência primária e secundária, realizadas
basicamente, através de Programas do Ministério da Saúde. As acções com as comunidades,
através do PACS não conseguem alterar o "modelo" de abordagem das questões, que
continua centrado na doença, no médico e no medicamento.

As acções para educar e promover a saúde têm função desencadear processos em que a
população vai resgatando a sua dignidade e autoestima e adquire autonomia e torna o sujeito
da sua própria saúde e bem-estar. Assim as pessoas irão à luta pelos seus direitos em relação

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à saúde, buscando garantir as acções de assistência e proteção a e recuperação da saúde, que


cabe às esferas competentes conforme a Lei Orgânica da Saúde (8080/8142).

A extensão não executa programas de atenção à saúde, mas pode ser parceira das Secretarias
Municipais de Saúde, nas acções desenvolvidas junto à população rural. Seu papel específico
será o de contribuir para a problematização e construção de políticas públicas de atenção à
saúde da população rural, especialmente no que se refere à saúde dos trabalhadores rurais.

No que diz respeito à educação e promoção da saúde, devem ser destacadas as seguintes
questões: Educação em Saúde, com ênfase no conhecimento sobre o próprio corpo e os
processos de saúde/doença; comprometimento com a Política Estadual de Plantas Medicinais,
o apoio à construção de políticas públicas de saúde para o meio rural, e construção de
propostas de lazer como proposta de desenvolvimento centrada em valores de solidariedade
social.

4.3. Segurança e soberania alimentar

Partindo do principio de segurança alimentar e nutricional é a garantia de todos por direito à


alimentos de qualidade, em quantidades suficientes de modo permanente sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais e nem o sistema alimentar futuro. Sendo que para tal,
é responsabilidade dos Estados nacionais e da Sociedade civil, de forma articulada conduzir
Segurança Alimentar e Nutricional em bases sustentáveis. Devendo desenhar uma política
integral para combater os problemas estruturais da Segurança Alimentar e Nutricional tais
como: A concentração da terra e da renda e o desemprego. Desenhando politicas tais como: o
apoio a agricultura familiar, as pequenas e médias empresas, produção sustentável de
alimentos, garantir uma boa qualidade ao preço acessível. Deve-se igualmente, acoplar o
plano de contingência como: o provimento alimentar as populações vulneráveis, distribuição
de quites de sementes, ferramentas e implementos agrícolas da primeira necessidade para
actividades agrícola. Porem, para que a nutrição seja efetiva, é necessário que se faça uma
Educação Alimentar, ou seja, uma construção coletiva do conceito de alimentação saudável e
ambientalmente correta, onde educa-se a comunidade sobre a importância de uma
alimentação saudável, como ganhar os benefícios da mesma assim como combater os
possíveis desperdícios de alimentos e consequentemente seus nutrientes. As políticas acima
citadas são fundamentais para dentro de uma visão que trabalhe pela emancipação e inclusão
social dos grupos hoje esquecidos.

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Novos e velhos desafios

Para que tenhamos uma extensão rural agroecológica que englobe complexidade da
sustentabilidade e que tenha como verdadeiros interveniente todos os extratos populacionais,
sobretudo a população rural (homens e mulheres, jovens e velhos, independentemente da cor,
raça ou religião), muitos desafios se devem enfrenar, como por exemplo:

– Inverter a maneira de olhar para o rural , harmonizando a relação com os diferentes


públicos , incutindo uma democracia social equitativa.

– Os homens e mulheres profissionais de extensão devem usar os seus conhecimentos e


dotes para erguer um desenvolvimento mais coeso , mas que estrategicamente percebam a
complexividade deste caminho , comparado a uma sipes mudança de um modelo tecnológico.

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