Você está na página 1de 121

•\

... ~_ .
I.
l
i:
i; .f:., _, .. ,; ,I p I

..• I

\
I
;i~ ,·'I c'
I
:I ,. ~ I
f •• • ~

' •·I
I
.,' ! '..·
·'I
- --

SÉRIE

} marlllo de Vaseoneellos •
LEIT'lRJIS HISTORIÇ,JIS .
.:I[
*
"'

*
A GRANDE PATRIA
CORRIGENDA

A lém de outros erros tvpographicos, que: escaparam á rev isão,


mas fa(ilmcntc se corrigem, imprimiu-se :

Pag. 16 - Lin has to' e 1 r' - awl>ou-s,•, essa acabou-se - em vez


de : aca./•ou-s<' rssa, awl>ou-sc;
Pag. 17 - Linha 3'- l lljdi:z111<'11i<' niio lwu-u~ SIIIIJ!IIC- em vez
de - Fl'ii~ lll <'ll l<' uiio !Jom•e mugtu;

Pag. 63 - Linha 15' - 1S36 - em vez de - 16;6; c


Pag. 89 - Linha 1 1' - lilllf!· uo~m uau - em vez de - uma 1/f!l/.,

"··
S~ítor

O publico este livro com pretençào


quanto ú s ua substancia; sim, e só,
\§~~~poré m , como suggestivo quanto ao me-
thoclo de exposição , que procede do
presente para o passado, afim de que
outros mais senhores elo ass umpto melhor par-
tido tire m ela s ua co mpetencia em favor elos que
se instruem, caso neste ensaio algo divisem de
aproveitavel c dig no do seu esforço .
Procurei desenrolar ante o espirito juvenil,
ao qual enderecei o meu trabalho , a trama dos
\ [

factos co nce rn e ntes ú hi sto ria patt·ia, de mo lo


que, pela rea lidade a ctual , e m qu' te m e ll e expe-
ri e ncia propria, e em que é [ a rte , chegu á posse
dos ante cedentes. qu e pr parara m e. a mes ma
realidade.
Ig no ro se j á fo i o processo ado p la d e m q ua l-
quer ob1'a clidactica , qu e nã s p li vrinh o illus -
trado <c R io acima», c uj o te xto. n tr ' tan to, não
cor.respo ncle ao objec ti p cdago.~· i co, qu e o a utor
parece te r visado. O q u se i ~ q u ha razões
th eori cas muito poderosas pa ra 1 'r. vc ra r na p ra -
tica, a qu e o m u tir cin io c\;í ab no .
Quanto á fe itura, 111 a lg um a c u. a se 1 óde
ella com parar c.í. da H úton "a ale/Ire de !- 01/tngaL,
el e Pinhe iro Cha (ra , que só me nt -' de pois cl te r
mostrado o me u trabalh o ao me u d o uto a mig o
S e nador Seve rin o Vie ira, vim , 1 r indi cação s ua,
a conhecer. Pre feri , toda \·ia , o clial go com ex-
clusão co mpl e ta el e qualqu r parte expos iti va, por
se me afi~ ura r qu e seri a isso um rec urso para o
exercício da lúttn·a exjwt"Sstva e m classe, e que
esta, graças ao seu caracte r d ra ma tico, não só sus-
citaria os brios dos interl ocuto res, a nimando-·l hes
o tom, como, cap tando a atte nção dos o uvintes,
a quem, de outro Iael?, as a lte rn at ivas do d ial ogo
clescançam, muito co ntribuiri a p a ra fa cilita r a im~
'
.
I
pressão e a rete ntiva d os fac tos re me morados.
VH

.-\ r ·f ·re nc ia, qt.:e, no correr elo livro, se faz


a u m a/bw1t, ac u a o propo ·i to de o acompanh ar
d<.; illus traçõ e ·, qu e mai s inte r ·s e m o espí ri to
pc l c nhec imento do facto ·, m q u e se Ini c ia .
E11Lretanto, o d · envolvime nto a inda pequeno el a s
nossas < rles crraphica me inhi l e ele dar nesta
· li çéi.o ·se c mplemc nto uLili s . imo (1), que só-
111 11 te S<.; Lo rn . ri 1 : ive l se a accei ta ç ~1o elo que,
c 1n e ll e, posso d ar , me p e r mittir co n tractar, o nde
m a i. co nve nha , a p u b lica çá elas ,,.ravura , a que
:t llucl o.

Ri cleJan <.; iro, · ( ele D eze mbro ele 1896.

J o .\o Kol'KE.

( I ) ].;;ta ddici llCÍtl pÓdo, Clll (l~l'~O . SC l' Hll[lJl~tlb p~hl l'~CcUt cl
~uUli.::nr,i'ío t i l\ c:u :1 G.wnior Uulcri 1 rle Aulul'i11 úr 11:.ilC11·ct .
Petropolls, 22 de Abril de 1900,

Meu caro Alvaro

R volv nrlo h o11~cm os m us pa pei ·, ach ei. en t re elJes, as


IIO (:IS . (JII C. Clll ] u!JG , lll e n via~ l 1 :1C0111p anh nc\ns de C::l rt:-1
011 1 dnta ele J (i ele F •,·<:reiro, logo I poi · q ue ·on ·lu imo. aq uell<:
i'Huclo~o c w· ·< , d e h i ·tu?·ia pett?·ia, d • qu ' tflo g ra t:1: ro ·o rdaçoes
gu:t r chl iH O~ lo<lo:, lll cstre:< e li bc ii ul o . 111 cl n: m st res, teu
1\ vCt. o exccll c Jtt · vclbo, q ue , a lod os , n os d: tv:t exemplo d o
··h ·is 111 n nwis a r ri;;o.laclo, já, tri: Lc reali dad e ! pa;:"ou p:t m o rúl
d os 'Jll ' :l[ll'll:ll> '"ul tj ·ti v:u\l e ul c .,·o vC'rllal\1 :1 110!-'S:t ex is lc ncia.
E ('11 1 l>ü:t ho ra o ffll ' ··· .P ' l l ~a t u 't li E' lhe Loca v:L a;:si. t.ir c fn11e r
a : l p rt•,·i:\~' i\o •l o raclos. CJue , pelos Ji u · d 1 '97, col•ri r:un de ve r-
g o llb:t • l Brazil inteiro e p uz ·r:1111 r · m atc c r u nlo :lo: scrvit;os
in olvicl avei. ·0111 IJUC a d edicaçã o do l\'[a1·cc b nl C:li'IO~ l\'(achaclo
B il.L ' 11 •ou r ~ fC' Ii ·ilo u a Jh tl ria • a He pu bliC:l !. .. 'l'u , q ue o conll •·
Pesle tão 7.Clador do-- fvro · d:t n obrc;~,a human a , pvd ru l.Je m
a \·:d ial.' hoj • q u o11l.0 .l b seri a pe noso na rrar a lc us irm ã os,
n fi e i tos a ~e inst ruire m il a sua conve rsa. e ru dit:L c ca ri nhosa,
:'C'CII:Is tfto tlc p rim c n tes con1 o a da con p imçã o pervers~1, q u<'
111ac hin o u o n ~~:~ ~~in alo do , ' r . D r . Prud cnlc ele l\fom cs !... E , se
:1. ;;n r L c o não tive .. "e pou pa do a I:\J1 1:.1 n ho a crific io , calc úlo com o
:1 Hlla CO!Hl!'lnn aç:io; lraYi:i c\ ' C':\slig ar ' 1\l~i\{ar ·ellino B isp o de M ello,

o infeliz ali. pc<;:nd:t, que :c pre.tou a te ntnr o golpe traiçoeiro, a


insinu: u;iln i nsid io;;a do,; p a rlirl:irin: cx a lt.allos, a q u em a infama
X

do m e io nno ~ z rrtu:1r :1111 • a r FJlO I L ':Iioilid:~d c trc mcnda d o


Nm.·t•II.Jo r : uhlcrfu .. i o~n apoio !... ('r>Ju.IJ os n1 e us fi!hin lt n>'. lc ndn
11:1 pby~ i onon li :t elo lib lo rind or :1 rr· ,·r,lt.a d e . ua :iiJll:t incli <rn a dn ,

~c hnvi:uu d e h o r mri~ar a11 tc a d c,:c rip~· :l o d 1 in di g n o attc n-


tndo ! ... l\Ia · nil:J qui ;-._a IJO t t•.<t.rclla d o H r:t:r.il que <• , ' r . .Dr. Pru-
d e nt e tle ::'l[o racs ·n lt i.•,c s •m t e r pn .~o p r ompl to o inq o to
d e c.:ivi:slllo, qu e d' e ll c c.xigiran1 sc: 11~ ·o nt idalilo,;, clcgenclo-o ;
c lu ni n d:l h as cl · sent ir c ·h o:tr JlOH ou,·id os :1s ll l: lllife~ ta ç<-,e:
s incc r n · com CJll o po1·o lhe ag r:\dCc<.!u . de Hi u :\ l't rncic:tbn . m
mcmoraui lissim a · ininLt'lTOillpicl a u1·:1ç·:1o , o q ut• a~ c:ir ' llll l tn n-
c ins lb c p c rlll itLinll ll f':t 'l.Cr pa r:\~ ·n·ir ít l':tl ria d ·nu·o da J, i c
elo Direito.
'l'uclo i.to 111 ' a c udiu :lu c•pirito :\0 dn r t'<ll ll O;< o lho: n o~
teu · apo ntn nl CJltos, c , po nd •ra ndo a pro po:-ilo d ' •lle ·, n :soll'i
reco nstituir o 11 c>;;so c11rso c d al -o :í pn loli• ·id:tdl! ·1 :ll'a r111c fiqu e
11111 padrão e m m e m o ria tl:i <JU:\clr:t L'lll que nr,,.,, a f:t milia ,.i,·n,
c oll nboril tuo. corn o :no e: illll~lr <' 1\i'orto na ftm n :t ;:'\o da fib rn
pnLrioticn cl:\.' gcraçücs q u té rn d • 111 1~ s u <· · ·d •r. Dc:culp:1 ·e t
nno p edi l i ccn~a : :\ in tcn çü pa r L't: U·Ill :lltinri,.ar :1 li ucrd :tcl e .
1\[nndar-te-oi, po i ~ , u m c.xctnpla r d o fJlll! o p r L• Io pu 7.C'l' :\ corre r
mun tlo, co m e.> rc~o rd:1•ifl o d o tna i · ~uloid u 1·a lm p a r :l m irn , pnr:t
ti p nr:t alg un: :\ll J i "o.~, cunw li rn k d t: p raze r, (:Ih· ' Z. p:1 ra niio
p oucos espírito · e mpe nhado:-; no c. tlld<! d:1s <'O II :i:\~ palri:\ ~ .
E ,·c s ú em qu e •poc:1 p c mlittiu o 11 ·:1:-:u q ue o no:•o liHinho
: n b i:"e rlo . ilc n io da minl1:1 .r;':ll·da p~tra a :wita~·:1o d o g mndo
mun clo ! ... No an no c m r1ue n n n>~:l Pat ria c lt' hra o quarto
CénLenario elo se u d escob rim e nlo. Sem ~c r h o u\ rwge rn d e apreço,
que c xprcs. amc ntc IIJc votnss n1 s , vai, omturlo, app:r rccc r
co mo 11m a llr,<l:ttlo d e q ll l' <> an ,o r rle: •n P:tlrin :oi ncl :t pr ~ nd c
seu.' filh os ao c.<t.ud o d a ~ll:L _ hi sto r i :t, c qu t· c ll .-, d e lir:mtc.- de
pr:tl\CI' quando lh e lé nt n:-: pag in:H; J'ulg u r:tnt .-. g •mc11t nm e lla
sempre que n n arraçüu a lllc>sl m a :tbrunh :tLl:t a o p l<O rl • :td\'n-
s idad:-o!i. Va lhn·uos , ao lll<.!n os, a co n~c-ic u c· ia ele lJll t! n!'.,:im s incc-
ranJcntc a umalllOS ]1:tr:t r<: le1·m u in s ignifit•anc ia elo Y:rlo r do
n osso tributo; ·, n o quatro S<.! ·tdos _tle c xi:t llCi:t l!nnotn· idn por
ft:ilos do mai: r equi nl.ndo c ivi:mo, que a Lro uxc r nm dn Colo nin
(í. R epu b lien nle ulc mos as cspernnç:1:; 11:na JlO>< com·encermns dP
XI

(jlH' O ,'r . ])r . :'IT.:lllOt•l 1 •\~ ITM: d e Ca m po:: ';1IIC C SOU!< !lUCCe!l·
so r c~ h ftO d ·c· n Li ttua r tl tg-na n t c n L~ a olot·a d o n o><. os a 11 tep nss:tdos,
il•,•an l:tn clo " i'\açn a o apou·cu cb g ra 11 tl z:1. si, on tpc n cU'ndo>:
L tl o~ d u e xr·t•ll e n ia ri IIO \ 'O n·git ll •n p oli ti c , lhe s t ro ux e rem

o t onti ''" •nt l ' d e paLri o li ·n o ll:thorar;:1o.


D e qu lhe 11i\0 11cgo o nte u , L nho dado p ro ,·a ·ou ej a , e , e m
li, ·.'lo u pr pnratHlo u n t u b.·titulo. Fio , p ois, q u f·l icit a ndo-t e
c·o n11ni "o p C'Ia cn in ·id e n c ia da 1 u hlicaç•i\o, "ll:t rdar:í · o volut11C
p:t r:t Íll!>lrtt Çtlo lu l u · f'ilh o, o m o uma I n tura nç a cl famí lia .
. \ t'L't'il:t , ·0 111 o ttt u o raç·no a fie ·tuo.·o, nt uilo: r cados ele l ua
:'ll fli ~~ ~·oa - 1 o

J'ai c Antigo r•xtre m o. o,

P. S. rnf •li?.m nlc n:ln ltntl\' Lc mpn p n ra aprompl:u o


A llll tlll .

'
Petropolis, :!ó de A l>r1l de 11100.

Pu pai

Apre. ~n-m clll applnurli r a r ·ol uç·fLO, de que m e déstc


nolici:t m t.ua ·arln d 2::!, honLcm rc bida, 11!10 s i porqu
0111 Lauta demora . l:'urc •e-nte que, no ·:1 ·o , não ha, por fórma
n cnhum~1 , nr cLin h e 11. nnnha rnodcstia : em ·orupanbin de t!\o

earoav eis collauoradorc,;, a ge nte ~e nte-se bem, 1ucsmo ií lu% da


puulicida I ·. E d hm h\ qu , apezar dos pezares, o no. !SO t ributo
não será lc lodo trrele,·ante . Ao m no · . ntir-:·e-ií o carinho e o
enthusiu&nlo commulJicat.ivo cb · nossas :t"l'l\davei · pnle.tras. :1
que o um o1· da. Patrilt exlr mecida clnvn tan to : al>or, e couven-
cer- ·c- ~lo , o l[lle 1Ws lerem (r leva fL pretencio ·iclnde do plural) ,
rlo q ue, confiança no implemen to do elevado de. tino n. qu e e:tli
f'adnclo o Bra'lil, mlo no· f:iltR. Nun ·a! ... Ouço gente muito
iUustmda , e que pass1 por patriot.:c:l e ci rcutU. pecta , a predizer
clcsa ·t.r · ·re ·ce ules ií Nação , alt.ril>uiodo-os u esta R epublictt .
Comquanto rnuito moço pn.m po(ler, sem certo acanhumeuto,
Clmi'utar-lhes os tristes vaticínios, rio-me cl' Ues e mclino-me :t
crer fJUe, infelizmente, sl\o inter ·ses contrariados que rur..ndnm
nos lab ios c· ·a linguagem, que n m ente nl\o :ancciona e o comçno
ouve co n. tmngido. Ni\o é a m~tm·al volro da imnginaç!lo no::;
t.ll ntpo!:! ua juventude e virilidade que a: 'im fala : tu és velho
criterioso, hnbituado uo estudo e )10ncleruçllo clnFJ cousus politicus
XI\

e cu te vej o onda vee:~. mni · fervoroso pelo r ,'ginH' Il político innu-


gumdo :t 1.:) ele No,·cml>ro d e 1SS!1. Pn i~ eonlnlig-o ~no cl oi.~ ,
Pap:li: cl'e.lrr. U cpuhlica m c;;m o C: fJli C h a d • P:illir Of"Jltell.a 'JliC,

uD epois d e proccllosa l<' mpcslucl c


Nocturnn ~o mhrn c• Slhil anlc ,.C11 to, »
l rn r:í n
" .-e rcn~ c la ridade,
E sperança d e po rlo c >'n.lvnnwnlo, "

já entrevisto.- no rc~pl c nd or ela inl cg-raç·ào rcpubl icnnn elo Novo-


i\{unclo .
Que víi , que vú o n o~~o li vrinho ele pcttnr 110 r ccinlo elas
escol::\ · o torpor, q ue ns tl<'sin tcrc..,.~:l do que di:~. r c~ pc i lo no p:dz,
onde JJnscem o , c que só p elo v:il\n· indi,·iclu:ll elo..; cus filho.
poderá gn lgar (l culm in nncia dn "T:Intlt·:~.a qu e lh e está re.-er varl:i .
Jui!ignificnntc, com o é, p:na. lllll ilo lr1g r:ll· nt'>'St' intuilo, o p ou co
que cn nsig n. sení alg uma ousa p:ua o <Juns i n:1cl:1 que pocl lllOS
p1·e temler , m ns se mpre alg uma ou. 1. N:lo acl1:1s '?
Hc1lme ntc ú, como, tl izc.- , p e na qu e n A l.bum 11:1o fi ·nc;;;c
prompto a tcn1p0 d e i!lu:;Lrnr o ·urso. i\fa olha : a ·· im que Yi
uoticia d:\ Gatet'in ele h i~lorin ú1·azUeira . publicnd:1 pcl:1
livraria Gnmier pam cumnl clllora r o Quarto Cc nlen:Hio, C<ll'l'i a
vur o qu e em, c , sendo rcl:lti\·a m nL..: ·nr:l, t' raclrinho e\' it.ou-me
o clcscon olo, f:l:~.cncl o ·m c mim o d ' :t(Jll 11 li\'ro.E' um lino muílo
iutere:;sante , realm en te, c 'Jll ', atú c rto po n lo, SU[ pr • a f:1lt:1 <In
fJU C tu pretendias publicar. i\l.:lntlo ·t 'o pum qu e o Ycjas c lem-
bro-te que, em cada um <t tl:ls p:1,.;;;a gcn · n ill ustr:\r 11:1 n os.~n
puulicnçno, potl erias f:1zer uma rcfúrc ncia á J>:lg in:l d c!5~:1 obm,
em q ue se encontra a g ran1r:1 rc ·pecLi\':1. A ·ug-gesUlo ~c 1110
afigura bCin: oxali\ o confirnlC.s .
Estou lllll tanlo liJK rlado co m o r C'm :lte tlc um Lrab: lh o de
<JU( o ~lente d e exerc ícios pratico.- tll C' inc umuiu , e , por is~o . nno
posso eunsign:u· nqui un1n>< oiJsct·vayües, que desejava fa:.~cr.
Hclevn tu ngurn a sevcricl:ttl c co n1 que nlludi nos n w us !\luis
ve)lloa, saudosos do rel);imen , q ue 11!l.o nchou dcfen8ores pnra f'
XV

mn pn rnr quamlo perichlou , c no. rc pui.Jlic:mos d n. 011tra


H <'puiJiica, qu e Jlt es f"iz e~sc 111 C'IIto r co nta nos sous iutNesscs ; c
ncr<:diln qu e e u, pelo m o n o~. trago , COI IIO lu sempre m e inspi-
m.lc , :1n·or acla no III OU cstnnclar lc c ivico, n brcvissimn, mns
sig 11ili caliv:t, l eg~ nda do Excelsio r.
Jtotribuo ií. l\rn1níli c n lodo~ os seus nf'ago~, q ue, d e ntro de
pou(·os dias, <'spc ro ir pc5~0a1JII c llf • gozar . A li c a cllcs, ;;aCi rlc e
o <'Oraç!\o s:ttl(loso do

Fi lh o atfccl.uo~o e mnit.o grnlo,

AT.VAHO.
Jnt~rfocutor~s

@.tfoe~ro ~e ~ou;a Co.mín6o..

~ ÇPo.po. í.
~ @ooô.
~ ~r. ~fenco.,r .
.' -'
1

- "~Ytw dcscctr lwntr·m do illorro elo I nglez . R .v . o


8r. Dr. 11 rud ·ute do .l[om c. ,, Ora., P apai te nho, mn.i tle
11111:t ' ez, lid o i to 11 j ol'!la-1. P orqu e; ú 1ne dito esta
noti i:~ ? I ~' :1.lo·um n. eo i n. illlpo r t a.nte ?
im , m u filh o, é se nl[ll' lllll:L ·ou. a importantt'
lllll ltolll ' lll L
l ixa r d e LJzer o qu e tleve ra.zer.
- E o r. JJr. Prud e n te d e l\[oraes t vm enlã.o,
sc·UJ[>ru Lju ·· ü es •r tlo i\Iorro d o Illgl cz 'I
- Sempre, n~to . lilo - tlia: marefulos pam aullic ncia
publi ca n Ttn.nmra liy p n.rn. tl'J ~pa c ho em confcn:n c in.
co m os ."t' ltS · •c rctario:, os mi11i. t.ros . ohr ncgocios tlo
E "t:ul o.
- i\Ia ·, l',tpn.i , :e e u te di c r qu o ni'LO c i bem qncm
·. o Sr. Dr. Pnulc nte Ll c Moraes /
- Nito ·ab c·, A.lvn.ro, quem 6 o Pruside ute tla R opu-
blica ~
- Is•·o ei, ·im, scuhor; mas uã.o "Cio qnc é que um
P1 c ·i dente ele R.c publica. tem que faz er; e, por iss o, ni'Lo
cnteutlo porque 6 que s e rcpa m qun.nllo oll e fica nm dh•
e l1l sua casa.
4

- A.h! colllpl'l:hondu o teu e lllbat·a~· o. P ois olha:


um Prcs il1 ntc d • R epubli ·a t 111 que l'azt: l· o ' lue c u t ' IÜI O
qn · f:w.t: r ~0 1110 ]H' •s itle 11tr tl :r 11 11.'. a c·a. a. Jo: 11te ndes
:1<"01':1 ?

- Ma · p orq ue qu e o,; ,i"r11a ·:- n~u' diz · 111 nada


quando tu ·. t{t: d or nl e 1: ni"w póde::-: l':tze r o cpt · t 11:; 1.1<::
l'a;r.cr ,
- t O l'l[llt ' e u :;útt pr ·s1d · 11 Le d•,·,.;l:t ·:tsa :ó. · c llc é
presiden t • de Loda. a: l'asa · do J, ra;.;il 111 ·u filh o.
- Niío c nk nchJ, 'P:1pai .
- V:ti:-: c nt.cntl c r. Porqn ·(·que :1" nos-::1s po rtas tc111
l'•rrollto. , fe ·h :tdur:ts l ' Lran :1:- ~
- P a m l!IIC li q uc 111 :-:t·g urn:; .
- R p o;·q 11 • é pn· ·i:0 q u fiq u ' In ,.;l' <··u t :t. · ·!
- P:tra ni'tl) onLr n.rC 1ll os g;a t uii O:- (! qUCIII a !;CII LC urlO
quer.
-E p orqu · · qu ·o,; g:t un os urLO :tS :vro mba111?
- Po r·q u · a.pol i ·ia 11 ~1 0 d ixa.
- ~ã.o deixa aq ui na no. ·:-r ·a,.,a i
- Si'to dei x:L m ll t' llhtllll:t.
- E tu co11h c 'S :L p lieia ?
- P c l :t ra rda eo n hco~·o.
- l\Ias s ah c,.; o:; II C J lll C~ d us ;,;·u:rnh .-< · t ·11 :; r ·l :r~· üe ·
eout c llc:.
- Nrto, !:íonl1 o r.
- .) ;'t 111 e vist · pag;tr lltcs, ·o1110 p:ttio au:s ·r·iados,
p ·lu. :o rvi~·o:, q11c uo · prc:totlll t HcLribuir o :; ·11 Lm·
ballto como retribu o o llo:s rue ·trc.', q no t · c n ·i 11:tn1 Y
- NrLO ·cnhor .
- EutrtO porq ue é qu e llcs g uanl a 111 a. 11 0 · :t ua ~ a,
ali do Dr. A lcuca.r, - a elo Sr. 1\'[edeiros,- a de todo o
:t
mundo ~ ... Olha. : cst~lO eonccrtanclo a rua. Qncm '• qu<'
5

lll:tndon 1'.17. r o. · ·o11f' rto: . Kito rui •u, ne m o Dr. Alcn·


<·a r, li C' 111 o 1'. 111c lC'i ro., IIC' 111 ni nr' tl m. Qu e m '· 1ue paga
o carteir,• qu · t,odoc; o · d ias Lra7. :1s c:utn.::; o. .iornncs .
•x mpl e. trn<l:t!" .
Pau lo qu i ·
lHn t t o· , r :so ufto

l.Jnw unyos, os Ar"'P1d i1w<>


s ( ',,Junlhian o . . o. \ •n ?.ucln n · u o · I a.rao-twyo.,
nla<" :1 ·-;t'111 o "8 1a7.il, nó: ' t <lo: o:> Brnzil iro , u i'i o
•star in.t ii O.' ·111 p • ri ~o? Ou •n1 no-; üc:f nd •ria. 7 Qu em fo i
q n · Lrnl o u tl· r chL11" r a i lh a tl:t 'l'rinc1 ad ., q u o_ In<YI z ~
o · ·upar;u tt como sna, c pt c ', no. ::1. . • .. 'foda · c tas
p rg-n nt n'i t • 1 ,·cnt l ·r f"·i lo ]ll'll~ nr e1n qu h a algu c m ,
[ U ·trata <1 t nd i: Lo •, p 1tanL d • uó · todo , mq ua nto
' tl · : · 11. ncgoc i.o. particu l::u·c .
E u Lr;1lo tia no. : a ·a a o . r. Dr. P ruLl• ntc d }loraes
o u o Pr sid .· nt daR pul.lli ·a,, t..raLa d toda· n. casa. do
]} r:-tzi l istll •.. tl : ~ naçüo Brazilc irn..
- r so (: Ílll] ssiv I. rapai, o .13 razi l (: LfLO O' r fl tH] C !
-E t·:un b •1 11 n~L 6 trL grand e a nos. :1 a n. . E u urw
t rn ela c zinh a, da d s p n. a, ch rour a do. quartos, lia.
lll C a 1lfb : ;\ 1r\. tl ,. i. itn ', <lC t i, Ü t ns i rmrtO~ 7
- • im, ma ·om a m a m~ti.
- P oi be m, c 6 u a mam:í.i nrw tratamos de
ttlllO
- ?![a · ,. cê. tt'·m c m pr O'ntlo.. .
-E ~1n m 6 qn clirio·t• qu tl:í ot·tl e ns aos empre-
gn<l os pam fazerem t nd elo m lhor modo ; q ue v ê que
cs a· ordc n ·cjam cumpridas, afi m de que ha.ja asseio,
commotlo fcli cidncl nn, ca:a~
6

'- Tu c ruau1r~i.
- J:'~ vê: qne uüo ', impn: ·i1·e! <iirioir, 1la r orclr ug,
(a zcl-as cumprir, govel'nar, em fim . ó porq ue a easa é
granue.
-O Sr. Dr . Prml uLe de Mora s (· ·as;Hl o?
-E', ma· a sua senh ora .·6 o 01_jutla ;t go 1·crn:n a
propria ca. a.. A do. ouLro. - a u ns· ~t.o IJrn z.il i rn., q ue n:
dos out r os f onuam - o Dm z. il i nt ei1· - e . c, ell c o
g-overna co w auxi lio d mu ita g: nt •. l ca zc id \ 1, A l varn,
quanta ~ prcci a para o , c rvi~·u do. l' i nt • E s l;Hlo., dc:clc
o A.maz.oua nU: :10 Hi o-Grandc L1o, ul , lllu ílo,· tl l! (•S
muit as v :te. m a io res do [U C mu itos paí z.(; · el o lllll llÜu!
-Uns porqu e '• qu é o . ' r. Dr. l.'niÜl'nl c d • l\lom ·s
CJ UC gov 'l' ll f\-1 urw tn, ]10 1' XC II I pi O .'
- Rc po udo-te co tn out ra pe rg-unta : porque é qu ·
a. n1amiU e eu '• qn e f):01·crnnm o · esta a ~ n, c nrLO '. o
Dr. A lencar e D . Cru l i na on o S r. l\[cl1 ciro. e D. l for
t cncin. ~
- E; boa! E p orc1uc lu é qu ' (· · pn i c n mami'ti a.
mr~í ela l'a tnilia.

- A bas, ntão, qn t emo: o üí r ito de governar


p orqne omos pai e miü 1
-De cer t o.
- E se uuo fos. cmo pai e miti porq ue não t i'"
·emos filh o , o que é que gov rnariamo . Nada ?
- Kü.o, ~e nb o r ; a ·a ·n.
- Cum q ne direi to Porque .
- Homem es.·a.! P orque a. ca:a G de você...
- Querer·á diz. r com i so ctn e (: p orque, sc n,l o
nossa, niugn em a pód e governar melh or ?-
-Pois é.
- E sendo, eutã.o, precisa nma pcsson., qn c governe
todas as casas do J3raz.il , defcut1cudo a no.- ·a. terra c tra·
7

taudo ü o · u bem-c ·Lar c progrc ··o, a que m é. que se


d c1· d :tr O cro1·e rnO
- A.' m elhor pessoa, nito é .
im - (~ p e oa mais tl.i!Jli Ct, l\'las o mo · h a de
. a.b c r qual 6 1 . . . Q ue ru h a d e dizer 'I ... E u ~ ... O
' r . A.l n nr . .. O r. J\leclc iros ? . . Quem ? . . . E s ·uta c{t.
O qu Jaz :;, quando qu res t r ·c t t za d e q ue utua
·o u-;a., qu e c1 ·seja co mprar, é, rmtl111 rm te, a melhor q ue
pó de · 0 111 pntr .
- P er gunto a Li , {L mam~li , :'t Chiqui nha, ...
- P ·de· a piu irw Ll e a<.l a nm , nito '. ~
- ' im . e nhor.
- E ·omo fi ca sabendo q ual é a m ·lhor
- E ' :1. que tn a i " Cntc Lli : ·e r que ·-
- P •t-f'cit ;une n t . 8ada um d e u o ·cu voto, c o
ma ior tllllll ·r de v to · clegc1t a c usa, q ue d e ves com -
lJra r . l! i zc:-; t ~:: , a:;' in t n, t ua e. colh a. Pod r- c -ia tambem
a: ·itn ·ah r q ue m ·.o mn,i di g no d e g overnar o povo
brazil·. iro ?
- P odia - c, ·im, . e uho r. Pcrg untav:t- c a todos os
b razil i ros.
- E 6 i · o ju:;Lamc ute o que ·e faz, quando ouves
tlizer 1uc lla. el eição. Como dev e ntiio, ter sido e ucar-
rega.ll O de govet·nrtr o B ra;~,i l o Sr. Dr. Prudente do
:Iorac: 7 (1)
- P r clciçrLO.
- .A ccrc ·ceuta: do povo bras ileiro, que lhe d e u
290, 3 votos a 1° dP. Março de 1 94.
- E, a ntes d' c ll e, quem é que gove rnava T

(I) G:~leritl ele historia brc"-·ilcira, od. Gtlruier, pag. 110.


- O Sr . marechal Fl oriano Peixoto. (1) O lha. ,~lJIIÍ
tcn~, n este n.lbum. o re t.ra.to dos d oi. . Aqui u Dr. Pru-
d e nte; aqni , o mareclla l F lo riano .
- Quando foi elei to prcsicl ntc, o mar rr h a l F loria.nr. ?
- NrlO foi eleito pre. ill nt · , A l varo · Cni ·!Pito vice ·
prcsiuente a 25 de F vcreiro de 1 9l.
- E porque é qu e gov m o u, c nliio.
- \1uito nn.turalm c nt . Onamlo . c cl f:'' nm pres i-
d e nte, e lege -, e tamue m um vi c·pre. icl c n te ()ne prc.:idc
a o Se nado e governa quando fnlta o 1 r ·: ident , p or
molestia ou morte ou outru impcc1i iJJ ·nto.
- E o pres id ente fa lto u ou m orre u ~ - .. Qu e m cr:1 '?
-O que vês n.hi a o l aclo do rua rcclt nl F lori:liiO, no
a.lbnm: o l\Ia recllal 1\lan e l D co,Ior tl:t F on: c-: t (~)
el e ito no me ·mo dia , m J ll o foi o l\Iar ·ha l Flori:u• n,
p elo Cougre o Nacional.
- Ah, e. tes, e ntiw, nito fura m eleitos p lo po,· o!
--Indirectamentc foram, A lYaro, por r1 uc o Con g rc~so
Nacional foi el e ito p e:o po,-o brazileiro a 1.1 d e Sete nthro
d e 1 90 e e legeu e m u omr d'cllc, o 1° Prc itle ntc c o
1° Vice-Prc ideut e da Republica . h nUl c..-. c me ·ru o a i. . o
uma e lciçrw indirecta, is to (·, o p o\'O esco l h ' li al~ne nr ,
que e ·colhe. se . Agora, porém, o povo m e 1110 c. colhe: a
eleição é cli1·ecta.
-E o que é o Co ugre. o :Ka cio ual !
- 0 Congresso, A lvaro, si:'to o. Scnwlorcs c os D 1m-
tados, is to é, os homen ', qu e o povo elege para. fa.;, r a.s
leis co m que o Presiden te ela Rep ubl i agovcru::t o Brazil.
Ni"'LO te parece q ue o povo , urto pode ndo a l1:1 ntlou ar os
seus t rabalhClS desde o Amazouas até ao Hio Gra nde 1lo

!l l Gnleri•l de l.istcrut brnzilcira , cd. O<~ruicr, p:tg. lOS.


\21
9

ui JHtra,, em dia c lugar ccrt o, b at:n el o nego cios q ne


intc re ·~ 111 a todo ·, tc u1 assim un1 mei o de govermtr o
paiz ~
-Ent~LO ta1u bem lla el ·iç:f10 llc ·c uallores e depu-
tados !
- ] l a, ;;i 1n , c mai ouL~;1.:, p orque, :e o pa iz é elo
po,·o, rll ·.q ue t •m o dire ito d · fazer a · leis, que o
" o,·e rJ I ·JJI , c d e e ·olh ' r q u ma · cx e ~ ut · para ser feliz
uomo ·. <l <L ·u:L vonLa d c .
- ~ porqu foi que o Mare ·b al Deodoro, que foi
e lt:ilo, n~LO .... o ,•ern u ~
- Qu ' 111 te disse fJU C nrLO {:;'1) \' (;l'IIO U Govcl'IJOII at ·. 23
o

de )l o,·cmbr üe 1 ~91.
-~ : ó foi ·leito pam .... o,·c roar .. . . cs pcm! . . um,
uoi ·, q uatro, oito ... q na. i nov e m e zes~
-::\~LO. Foi eleito para go v ruar até 15 de Novembro
de 1 9·L 0 ::; untros pro id eute ~LO ele itos pa,ra goveruar
por q ua tro a uu os .
-E p orque uã.o o·ovc rnou ?
- Porque llonve uJUa r •vo ln<)'to ·outra elle e ell e
cl ' ixo u o o·ove ru o ao Vice -Pro id c ntc, qu e occupou o
lu gar até o filll do prazo.
-E porquo é q ue hou ve revol ução .
- Vais comprch eu ucl-o, me u fi lho .. .. Mas, olha. São
uovc e m ·ia. Devo almoçar, ::;eu~w p erco o boud.
Amaullrt, pcln. mauhl't, te exp licarei o q ue qneres saber.
li

- l l nt ·m, d pu i · que tu ~a h i te, Papai , fiqu ei Liw


c uri :o c1 s:tb r no: ou t r . pai zcs, é co tn o aqui 11 0
B r<tr.il , qtl • p g u , i n;\qucll c lino, qu e Lu (lis:cst c que é
a. lli ·tori a do:· E taclo niüo.', c co meçci a foll.t al-o . Q ui i'.
vGr . i l i;l, e urto ·u tcnüi ualla ·mas, Jogo un · primeiras
folh a· e ncontrei o re trato d e um h omem. :r;;,o 6 feio, urw ;
ma · t m um pcn cado (li~ rc 1 te elo q ue ·e n a h oje e a
cam :em barba , co mo um p rLtlrc . P or baixo do re ·
trato li 11111 :1. pnlrwra., q ue parecia Jo r,qc seguida de ontra.
111 a is ·ompric1a, <1uc n ~LO 1 uü gua,rclar de cór. E, por
bni xo cl 'es ·;t · duas, vi um 1 com nru sl ziubo ao lado e
p ara cinHt . c acli a u tc P rcs idcnl sem c n o fim . Acho que
q n rdize r que cs c llomcm fo i o IH'imeiro presicle n Le do.·
E ::;tat1os· U ui dos ll~Lo 'I
- J'n ·tameutc , 1:.\ lva.ro; é Jorge \\"ashingtou . P ro·
unucia de va ga.r: U-6-cllim-ttLu. O iuglcz urw se l ê como
se c crevc. Jorge \Vasltington foi o primeiro presidente
do. Esta.dos- Unidos da .A.mcrica do N orte, e, por isso, é
quo a. ua capital 6 \Yasbiugtou, onde o Pre icle ntc mora
12

na. Ca.sn Brancc~, de q ue , no Ju e::-.m o li vro, se a ·l1 :L llllHJ.


vista,.
- V i, s im, mui ta , vi ta · li di fiei s • u 111:t p or çrto
de outro re trato<;, t od o CO IIl p rc:;id 11l •111 h :ti .\ O · umas
fi g ura d e co1nbalc : oldado. Jt lOJTc nd o '''u ita fum :1ça.,
peças de artilharia C<Lv a ll o: mol'lu ·. l'arc ·i a um a rc,·o-
Ju ci"Lo. E 6 m es mo, Pa p :t i !
- E ' , m e u ülbo; 6 a gncrm da I nclcp clldl'ni'Ía . :'lf:1.· a,
gu · rra é mpr uma r vo lu ~· ~t o ·o n Lra a ci ,·il i. <l<;rt . O
qu e tu vi t e ft• ram - c ua dn r I' O l u ~· i"JO d o>. .:\ m ..: l ic n nos
couLra a. lug la t e rra p a ra c ·~ ura r ·m d' ·lia · ro nn:\1' ·Ju
uma. naçi"LO á parLe. F li zme u t :1 r . ,· o ln~· ~t , 1l · q u • pro ·
lll ClLÍ b ontc m te f:tlar , nrto 11 1 • b ri ga. a 111 , t ra r il r a ;~, i
l oiro · em In ta eo nlm inimi go · o u nlt' ·;,i, p ·r
do-se e m ata nd o- o. F oi uma t' ,. l u~- ~~
O Marechal D do ro c vi o u , r l:tira nu - · ' do go v ·ru o,
que a r ua · do Rio elo Jan ·ir o ~ · l 1a n!:- f r m a,. u n e m
ca mp o do batalha , mui to:; !are ~ l'di ;~,e· ·m J tl Ull l!:.' de
ruína .
- E porquo ·. q u ~; a meaçaram o J\L1rc ·ba ~ D •o(l o rv
tle faze r isso, Papa i ~
- P o rqu c, nt c u filho, o ::ll arcch ;Ll D cod oro ·omt lH.: Lt ·u
llltm falta grrw c . 0:; g ranu c · h o m c us cnnm o'!: ,· e;~, u ~ ,
eu mo a-; eriauça ·. O ou g t'C!'SI) ' le•" li ·O pa ra. go 1· ·rua r
por uma CoustiLni çi"LO , q ue cll c JH'Om c t Lc u ·umprir e cl :e
despr<·zou a Co n. ti tui çi"LO c fJU Íz go vernar á 'l W vontadr·.
-E o lJU e (:a Cou · Litui~· ã o .
-E a ·vonlatlc elo ]JOvo, Alva ro ; ' n. lei, q ue m:trca
o que Gq ue o Prc:;i d e n te, o V i<.:c-Prc ·i<l e n tc, o.· · e natlo rc.-
os D eputa.llos c touo~ o · yue lrabalh<WI no go verno l1o
paiz p odem fa í\ !::1' ,
- Quem foi qu e fe;~, a 'o n . t itui~·f't o
13

- O p \ 'O q n dcrr 11 I cs ·o r~ s <lc ~ ua c:uufiauça p;~ra


a fa7. ·re m por li •. .E · ·a: p ·s · o a ~ fon llilrn m a A. ·end.>lt·a
ou,.;Li Lu i nLc, cle iLa a J 5 ll N ove tnbro d · 1 90, e que
t1abalh t>u at'• ~· I d l! c·,· •1 ·iro d · 1 '91 dia em que
apprO\' Oll a ou. t iLui~·rw c l ·g ncl no ,.;c«uint ', o
l. " l' rc;, ill c nl ' c l ." V i 't•-J' rc.;HI ·nle ela. R •publi ca .
J .'' J'1 si <l<:l l · f'ui d ·il l' lll] !Jl ,j:'t 111 tli'<S ·S{ '.

- ) ; n : rn o P t r i.n rio. i;,lo '-, al " lllL h o llJ • n:-;, :1u ·


." Ótl •via nt t;_O V ·r11 :11 , 'II J(Illillll t) S • (i ;r, ·s · • iL O ll,.{,itui~·~LU .
E s-.cs, qu ~..: n :::s a h i no al l.J un1 , ·1 11 o uLra p a«inn , cc rcaiHlO
)fnr t ha l I>c tlor .
- E p o1qut' •, qn • ji'L uiio Liu li run feito a Co n ·.
t i Lu i ~· i"to ?
- 'l' iuha.1n, Al va ro; o B ra zil tinha nmn. on~ ­
li L ui~· rt . 'J II · o "·ov ·rn o u al'· o clia , 111 qu · c formou o
Gov ·rno l'rov i. 01io .
- E p I'IJ U 'q u 11~1 co uLinou a - ·rvir- c <1 cl:a o
Go v ·rn P r 1·i · rio ?
- P ú i' (JU o " •r uo Pro1·i ·orio o formou mc.:1110
para. llllldakt.
- E porq ue 6 'l ue a JUl'riam mtHlar .
- Po··tJll' ·que tu ni'io v'· t e · ;~ gora aqncllc vcst i-
di nh u d e Jnc..: rin G n ul, l ordado d · da. frouxa, 1 ~10
l.Jo ni to, qu · CL Ma1nüi t ·111 ••n;trdado num:t gavcl<t ela
·ommoda ~ P o rqu c 11~10 te enLr(;(c n ·om aquclle chu-
·allt ;r, inh d' prata u c m ayuulla argoliuha llc bor-
rac·ha, qu e ::; L[lO juuto · com o v ~ t i ll O .
- l'ul'l[ll ' n ~ ora ou g-raiJll c.
- P ui · o J3razil lambe m crcsc n, me u filho, c prc-
·i ·ou Juutht:· de Oonsl i/.n i ~·ão. 'lu quere: qnc toda. a tua.
vida te guvem cu o u qualqncr out.ra p e soa COI IIO te
g-ovc nt o l10.i ', que és tuua. u ri ;ttll/<t. Q,uauto te fizeres
14

homem, nlío te cb cgadt tam b em a t ua ve:t. de te goYc r-


u a res p or ti, u c govcr nrll' nnHt ca a , d :cr chefe do
uma famíli a ~
- T enho c perançr1 Papai .
- Pois com um povo acontece o III C mo. Um povo
atra:t.aüo é como uma crian ça n ova: nito póclc ter a libe r-
dade. d ·c govcr ua.t· p t· . i. Quamlo ,·ai . c aüia11tando,j (t
vai sabendo m el h or o qu ' ha üc l'az.c r; ' por fim, quaml o
j á c~ t(t b em adian tauo, póclc govci' Jl ~tr -sc co mo e nlc m1c r,
p orq ue póuc .i ulgar b m do q ue lh e ·ou v~ ~~~ 111 ·Ih r . E m
1889 o Bra:t.il couta vaj(ti> ' tl anno., i lo '. ttua:-;i quatro,
secul os, e, e ntretanto, qu 111 o go ,· rna va era um 11 me m,
que t inh a o p1 i vi le"'iO c1 ' gon)r nar v orqn o a ca. o o
t i nha feito na:ccr filh o üc o ut ro Lom m qu 11m d ia, o
povo e ·co]h u por lh e con vir p ·la capa ·icl ad q ue n llc
via, bom m aquelle, q ue t ria lle O'Ove rnal· durante
toda a su a vida, c qnr., mon e nd o, cl ixaria Clu seu lngar,
ui"to o s uo Litnto que o povo iuüi •a :e om o o ma i. di g no,
poré m um fi lho o u u ma li lha, . ó 1 lo fa ·to de er :cu
filho o u s ua filb a!
- l\ías i so era. muito ma l f ·i to, Papai!
- A h! c :thi estú po rque o: brazil eiros qnizcr:uu
mudar de Con ·ti t uição . Agora o-ov ma, o q ue o p ovo c:·
colhe como o mais (ligno . Po o a.ma nbrt ser c u, co mo é
h oj e o Sr. Dr. Prudente üc 1\lo ra.cs; poderás vi r a :er t u ,
ou q nalqu r brazil ciro, q nc o povo ulejn . O el i to do poYo
pócle . er m{Ln , como p od ia. ser bom on m{ut o h e rdeiro elo
throno, r1no o acaso Llo na cim uto (1 6. se pant n os go \'!.:r-
un.r; ma.s, ao me nos, urtO é vitalício, c todos 116: temos o
direito d e r.s perar ser p elo nosso me recime nto o q ue ell c
nasceria p elo a caso . E c ·a cspC"ra nça, q ue pó de ter todo
e qualqum· brazileiro, ·ó p ó tl e tra zer ben eficio : traba-
lb anuo!' todos p ara be m m c r cer t1o. no · o pa tri ci ofi,
15

certo d · q11 11 •s no: d ;nã :tl(: a h o nra do >= u gov no,


s • nos .it tl gar m di ~ 11 os d ' lla . J ~ a11l s d e L ... !J '
' hck <lc
E sLrulo 11 i 11g uCt11 potlia set· s i urLO na ·ce e 11a. fa111ilia
pri1· ilt•gi acla ; h o 111 n1 ll • p o:-:i ~· rt o, niio pl'lo ra vor lo
'h cf ·d o E:.;t·at1o.
- E havia a l ~ ll !' lll qu n:íu qu iz ·. • a mut1a11~·a da.
'oll : tilui~· :to?
- O s h o tll rp tv g-ov •ttt:l 1':1111.
' 11 -"'
- (lllt ' ll l (•1:1111 ;
- O t ht'l' · f' l':l o .·r . IJ. P edrv d Alc:nu l :11':1·. (1) . C {b
<'. l:'i, o rl'ttalo 11\·::--~e l lllt•t v ·ll1o. ' ua l'at11il ia e ra a t al fa -
n:il in pri 1 il ·;;i a da - a d!fllrt81ia ÍlllJ! rial d :L 0 11 l ilui~·i"to
an t ig-a <JII L' o pa · tl' cll · d ·u ao l~ ra íl il. n . J ~::tlJ ·I ·asa da
e 111 lllll l'rtLII · ·z sú p nrq uL· l·t·;t pri11 ·ipc- t·omo ·i :cr
priucipe fu ~ :c 111:Li s <lu q 11 · ser 11111 f't:u !liynu compalriotn
\h· .~r u ! - D. l..,:t iJ ·1. easad:t ·•>tn o Coud d:E u, ·. q ue
•l c•,· ia s llcc· ·d r-Ih . Era eli c o I,ttp erador Con .~lil n ·iuual ·
D efttt.'OI' l'n·pf'inu 1/0 Bra::il e o 11 0:-so Drnzil , porLanro,
unt Impu·io utna III Oilar<:bi n.
- Ent~LO s III ODardli '-il:t · si'to os qu e qu rem out.m
,. 'íl a Con . liLu i<;iio antiga?
- E"adalll •n l , III CII fi lho , a utlstilui~·iio lle qu •
·ll c · m ' ' JII s diz iatn l<111l m al, qu:tndo o l111p c racl ur os
c:o 11 t r a ri <LI' a
--Qu e pnt · ta:, l':q,;ti!
- E .- ·a palitl'l'a , :\!l- aro aiut1:t q u· 11111 lloc:adinhu
111alc-riado , \ 110 ·cn tidn da- t tm c·o ntpn•hcuf::ito de · riau~·a,
lll l' ll tilh o. a <1uc m n i · lh e a cnta. H ca.lt11 ·nte l: unia
f.ulic · qu ' t c r ~cr •s cr:wo ele llllta familia, d · 11111 t'l~t• t'e do
aen::;o, qu:wtlu a ,,. •nlc póclc ~ct· livre c os ·ulher para
go\'cttmr o::- u pni ;r, aqudl c q u lh e pa.rL· ·c r 'III<Ú-5 cli[JIIO .

GulBri" dJ lti3t oriu !Jra:ilcira cd G m licr. p:o.g. lOG

.'
16

Urn imperador , A I ·x:wl1rc de J\Ia ·c dunia, quand o


lll Orria ce r cado do · ··c u g •u ·r:1 ", eutn><•ot t o au c l q ue
era o symb lo do ."·o v ru , a um d' li ·: , e dct <: rm i ii OU
tJUC coube · · •ll c au mai.s cligno. A . im , : p roprios
in1pemd orc:; c aqu >lk · qu , com o Alexandre, :c P lll
disting uido, appr va 111 o Lilul o d · di r ito, <)11' :t R pu -
blica tJ(t, ao se u ·h · I' · :- u mais digno ... :\la. ha ge n te q ue
n~"to p n:::a n i111: n::::p ·iLt: li iO. a o p i11 iiio d · ·ada 11111.
~0 lllllllll O li a IIIUÍLOS IIIOIH11' ·h i l a.' C llllli [a ' JIIPII :H<.:Jiia:-;.

Ka Am c ti ·;1 , poré 111 , l1 !1Ni:t u111:1 : ú: a u u~:-:a; acalwu -H.:,


c:-; ·a n.cab ll· ·c. O 111 e d evemo::;, a~o· o ra tudo~ é :1 111 ar a
Hcpubli ·a; Lra balhax por lorn:il -a rc, pc i tad a ; oiJ ·dctt: r
lÍS ' l.l :t · l l:)i ' fil Z t' :\ f · licil]ad c d o [)OVO a (JU C ]ll.: l' '11 ·
cem o ; d e" jn.r :~ · na<;Ü · ' n.i lltl :t . · 1 a v a:;. q 11 · .,·o~ c 111
.I o 111ai. d cpres ·:t possi v c l tla, 111 • ma. li I c rdad · <1 • q uc
go ~ a. u JOS .

- E todos uf'to c. Ui ützenclo i ·o, I! a pai !


- Alguus, infcliz111 u lc, uito; o utro: m 11 ' .'do que
podi<tut. ::lln ·, f·li zm c: ntc a mai nr pa r lc ·on fi:t c c, p •r:t
t udo ch li b nlatl · qu a II Ova 'on titui~·~to Ih . d eu ,
abrindo a. cada. c id ad f't o a c ·Lra.cln. para a honm do
gon:ru o s upre u10 pelo ca mi uh o scw p r ivil ·g io:-:, q ttc I ' \ ' :L
a . Cl' o ·mais cli.gnu. 1' u a tJ 11 0 g rupo p ' l'l<:: n ce · !
- Pap:1i pcro·twtn ? ! A R ·pnb!ica u a ponta ·c:tupre!
lUas t.[l1CJu é esLe \ isco nd ·de Ouro-Preto, qu e \'l'.i o aq ui ,
uo m eio ue lanto · o u tros, e m volta. do re lir:tto d o S nho r
D. Pedro de .A.lcnntara.?
-- Era o prc ide ntc d o ·o u cll.lo LIC miuistrÓ:; d o
iru.pe ra1lor · c os que o rou ia111, cmm o:· :"ns compa·
nhciros, isto é, o:; mini t ro:, llll<tuclo o p o vo re:;olvcu
muuar a Cu n:ti tui•;f'LO.
- B c llu 11~L0 deixou ':
- '.Ltn to clc ix o u, "\I va ro CJU • ulla se mutlo u. :'lias
fo i out ra a ~ ua vo ntad e. I ·so deu cn u "a a. uma r C\'0-
luc::í o, ta ur b 111 . fnfeli7.m nl'.c uito h o nv e sn ng nc·, :-t
ui'tn s •r nu 11m troc a cl Liro.: ntrc o Barrw d o L~Hl a.r io,
lw.ie c11a d r da R e publi ·a., .To:é da. Co ·t a Az \' Cu o ,
·le ito p <·l 1\ mazona"-, c f' lt ti'to min i ·t ro d ;t m a rinh a, c
:clg un. m ilita n:: .
-Tiro: '! .. . :na. p o rqu e os m ili ta re.· <1 rn.111 Li ro.
cun tra o Hn r~w do J,adari o?
- A h 111 11 fi lh o , o mpr h r nd c. qn ·, lluma r c ·;o -
ln•;i\ o, n ·m : mpr' · f'a ·i! p ' rc ·bc r n.: c..:0 n a · p<tra CO II-
ta l -ns c xa ·La nl L' Il t · p a . ara m. I ·o fo i na mauhi"t
tl , l ;J el e No v 111 bro ü c J , . 9, u 0 ::tm po da A ccla mac;i"to,
h j . P r:1ça <la R pni>l i ·a, n •.oLa. ci d :u l d o l~.io ele .Ja-
nPim. ' l' n linha: <Lp •na.-; :eLe :1 1111 0 ·. lln.1·ia j{L muit s
ann o!:i 1nc nl g un · brazil t' iro~ , ha ·t n.11 t e , aqui , :tl i c alé m ,
pc n ·;wa rn e m fazer 11a ~ n a Pa t ria uma TI.c pulJ li ·a,, isto f! ,
C lll <l:1 r ·lh 1110 o·o v rn o li1•rc, ·, po r i· , traba lha vam
_p or mud a r a, sua Co n ·titni ~·i"'w . L qu e m mn.i: os favo rc t.i:-t
ap:· r::sa 1·a, a mltll n nç;L ra 111 m es mo o partido, qnf' ,
c nti''t o . , nst n tn.vam a 1110 na r ·h ia, p oi:, q naucl o o Impe-
ra<l o r .lh e tinw a. o o-o ,·c m o, iam para os j o rnacs e
di ziam tutl o ruim e, quando c l.lc os c h nrn ~wa i)n.ra, o
govcru o, uau a fazia m que pre ta. sc. Em todo o Br::w.i l,
c e m tolla: :ts ela >cs d o povo, j(L e p n rwa. na Hepublicrt
e. c d cja vn :t s ua v inda . OriL, e ntre a. ela · c milita.L' c o
G o1· ·rn Li11ha - - t ra\'ado, b:wia· alguns anuo , uma
111L<~ ,
e m qu e o Go ,·c m o pro ·ura nt hmnilhar o mili-
t are~ , c o~ militare· ~c cl c fc utliam p ed indo q ue fo Sl"m
Cllmpritlas ns l is e resp e it;tcl:t a ' lt:1. di g nidade . l\:I:a.is
tanlc co nh ece rá. os Ia ·to , qne d e ram cawa a e~sa
lula. Ma. , tl t·sd qu e c lla se drw a , nat.urnlmc ute os par-
ticlnrio da R.o publi ca, qu e p e rte n ciam (L cl:t!"SC militar,
18

tinha m co mo ce rto CJil · m lhur 111 ·io de a<· <tbar CO III


ns q ncstues n rc ro ver no c mili ta re: e ra m11 d:u· o
Go1· •rno, i:.:to é, d:1.r ú 1\a ç:'w 11111 G v m o mais di;;no .
.A.i';; iut o· r · pu blica no · ü cs rei lo fa ·ii111C1 1l• s · lig-ar:un
r ·uu idos L".tl ii S · -
"llira m o ap•>io dos qn . 5 •m s r '111 r ']Jilu li ·:tu rs, ,l\:c•; i-
ta ri a HtllDI cro ,·c r ll qu ' ui"LO p ·rs·g11i-.:-.e c lll:d! lata::-c
n. ·la ::; · mil i lar. 'l'ud o. o: r ·publ iea1H s, p r t aulo. • i'
tl ~;:;t:O DLc u Lc · · 111 :t •u tlllu ·ta d o " 0\' ' IIIO eo1n •t;a r:nn :t
co m binar 11 0 mo: lh o r m ' io Li· ll.ll lllar a .-.iLu:u;i"w do p : IÍí\ . ~
l'or : c u l ad o, o g n ·r n do Y i:;c ntl · clt· ll l"cJ J>r ·to
;;ahL'IHl d que se p:t~sn ,.:1, ia -s · d i:-. po11ll 1 p :1 r:1 o) qu
a ·on lc · ·:c. \" c _, q ui.! ~~ s eo11.::as
part • a part (' · 11 111 f:t ·Lo
para o l"lllnpim e 'll u. l·:ssc n~to
loi: balal hüe,.: d · qn · o
G u\"Cl'IIO d ,.; 'O llliH\":1 , t ri am rd CIJI d · lll :ll"(· har para
:: \lalto 'ro o che fe Ulililares :t ·har:tm q11 · :; ·
d c via1n oppôr :1 . ;;a, rd ' 111. .\a ma11 l 1i"'t d Hí d · ~ -
v e1n liro p or!a,n to apr cn l Lt-. o :i\l:1re ·h a l 1J odoro
COin o T c n nt ' -Coro ne l J ~ •nja,m i n o n:-.ta n CuLci llll de
:Jlng:tlhi"'te: ( 1) no an1p u d :l A · ·l:tll l~lc;:LO , L'l ll fr ·nL a o
~. u:u tc l g ner:tl L lo Exc rt:i to, a· mpa nh ndo la · tropas
eo nlra ri n.-; ao Gov t·u . O , o,·cru o q ue :: bia d o movi-
m e nto, ·sta\"~~ tant bc m no !JU:u"Lcl a e s~n h o:·a. A p s tos
a s f" r!;a.s r v du io uadn, · Ll ·fr u e llo quarLc l ·u m a ·ua
arLilhc1 ia o nLr:t c ll c Yullatla, a p o ·t us a: fo rça · o m
q ue o Üflvcm o con tava ll ·n Lro el o qunrL ·I Cúlnprc li c ud s
que uma :u L:"t, e luta p;t \"Oros:l, ..::uwu inolcnta , III Orlif ' ra,
cstavaro mp , u~1 0 rompe! O Jllarcch nl D •()doro mnmla,
c n t iio, ommtllli car a o Vi .· co nüc d e Ouro P r 'to o pro -
19

po: ito o rc o l u~·:'Lo u ' arp1 ·ll e:, q n commau:.lnva. O Vi: -


·oml n 1u c n~· ac1o p or ·sn i11 t i111 ::u::w, on1eun qu e : ·
romp n, rogo, con L1·a a forc;:L in . ubo rdi nada, tO IJ Jaud o a
I'
infa n l·ria, :í, ha.yon · a, :t artilh aria, ]JO ·tacla. di autc do
cllifici ti nha feito no Para rr uay.
I
O :1_jud:J 111 ··g ' lll'r:tl do x c rcito qnc ra o :uarcc ha l
J ~ l o rian o P ·ixoto r · ·pom1 a. ~sa. o rd lll que, n o J'a-
ra g u:~. , Linha. s ido p o..; ·j ,· 1 fa zer o qn c o Vi s coutle dctc r-
min ::wa J)Or Jll J(t o. brazilciro. c. tava n1 diante de
JlliJni gos, • não tlc ir mlío . K tc:s nLr mentes, o Ma-
r · ·lJal D oc1 ro a\'ança para o porL;io do quart el, que ·c
Ih fr nn Jll ia c cnlm 1 O\' cll e a ll c utro no meio ü::l.'
üa. tro pa a.li rc colhitla. O \i · onde llc
Our l'r Lo compre i.! "IH] u tJIIC pe rdera a j orna.da r os
·l1 ·t'c>; •i vi s, •u trc · qua :os Sr . Quint ino Bo ay un. (1)
e Ari Licl L o bo , ac ·rcand o-:c Llo l\ia.rechal Deodor o
• do T n nL · oroncl l •nja,min Cou ta nt, go aram do
prazer inclir.i1· 1 d e o u vir co u orciacla a victoria ua.
üi ·:1itlad do E xcr ·i to c n. da li b crd a cle da 1: n.tria no
hratlo de : 1 ivCL a R epublicn ! com que o intrep ido ol-
dn.do, al•\·::u t tallllo o bo n<::t, (2) a,nnn nc iou ao Povo por
nLre o t roar do canltõc: c o ;~ pp l a u o e utbn ·iastico da
força , o tim tla revol nçrw o seu ba.ptismo de !inc.
-E o Imperado r, Papai
-De ·c ndo Ll Petropoli ·ao receber a CO IIJnllll.li caçr~o
rio oceorrid o, a cu 1ben ü ao Pa.Jacio da c idn.de, ou de o
Govcmo Provi orlo logo cou:(;ituido, o ma ndou guardar
por Lr 1 a de ca.vall a ri a, abi lhe foi p re..;entc a intimaçrlO
para p1c ·c ~·ct ira ,e do Brazi l com a sua famí lia, visto
que o Exer ito e a, Armacb Nacio naes, e m nome uo Povo,

11 1 Oalerin ele ldsto1·i<~ bradlcira, ccl. Gnrnicr, png. 8ft.


('~ ) " " 81.
=

20

o clestitniam 110 seu potlc r e adopbwan1 :t fórnm rc pu-


Lli caua., c umprim1o q ue e mbarc:a s _c a 17 , como t1 !'<teto,
embarcou, cerca11o d e toda. a t1c f'or neia d , ,·id<t :t fJIH:> m,
p or tantos aunos, exercera o cargo t1c hc fc l o J•; stad o.
- - Para qu e isso, Pn.pa i "? 0 11 Jll:1l f"<lz.ia d e i:mr o
pobre velllo no e u pair. que ell c d ,· ia :u11a r co 1u0 n ó I
- E que nm:tva muit m e. mo, AIYa ro: c p Plo qual
qui%. fa%.c r mui ta causa; e a qu morre u r o u,·cuc itlo de
have r fe ito mui to be m. i\la. qn que res? I orq u · 1'1 •i q ne
á.. vezes, qun,nd o e ra s p •que· nin o, Lu:t mii i, Ll't bôa tii o
cariul1 o. a tlto seus i,· el {L m r uor b ru tnlid<lll ' J ,·a nto u
o ch in elo, c c h egou me mo a %.a ng:u .-c c :t Lc b :\t r com
c ll e . Foi pa m qu e to ma . .·' aqu cll c r 1uccli o horri,·c l,
q ue ella. t iubn. to t1a ;t C· que te . a h ·a ri a <.l c 111:1.io r s
mal es. O mesmo a t:o n t c para qn um po,-o t uha . a nele,
viva b e m: á s vuze ~ é pr ·ciso q ue, o~ q u o go v ru a m,
nü.o escu te m o co ra.ç ~w. "e fi c:v~c a ctui o I mpe mdor,
p od eriam cl;w- c p rtnrbn,ções - l nta. entre o· . n ·
amigos e os h omeu · da. r vo lu r. ~w. Co mo fo i (e mbora. su,i a
triste que os seus am igo nad a nada., por c!J c, te n-
tas5cm, ao m rno ) , foi me: lhor. Ell c qne li :t w nito,
d e via. ~ab er qu e ser ·impcraclor é tal' c eraM. , c Jli C os
escmvo · cons pira m .-empre p ela. ua li b rtla d e . a i mla
qne, para. couseguil-a , -c arri ·cLuC'm n.o ca.rcerc, a o ferro
e ao fogo. J<: I! c sa.büt qu e Carl o d o In g latc n a. c Luiz
ll e França , co n1 a corôa , pe rderam, m:-tis do que Patrin,
a. caheç:-t. Dol oroso, o hanim n lo nrto p dia t er pa.m o
St·. D Pedro ele .A.Icantam, o es pinho da. ·urprcza.. Foi
melhor con1o foi: o scn pa.i%. CltH•ria. c t inha Llire ito n. um:t
nova Coustit.uiçrw .
-E quem foi que a fez ,
-Já te disse que foi nma Asscmbléa Constit nintc
eleita, expressa.mcntc para. esse fim , p e lo povo . lHa ~, em-
21

quanto niLU : c cl ·;;ia ·.-· ·a 1\ ~ ·etnhl '·a c p;u·a cl cg ·1-a. o


nLl l" ·h cl l Deodoro tO ili OII co u La du G uvc ru o, '0111 os
h um ·n,; cujo. r l 1:1Los ,. · · u ··. a, fol ha l10 album . Fui
c. ,; • o C: D I' ·m o l'ruvi:>orio, i ·Lo '.,o 'ov · n w do «C JII(J_JutJI.Io
?l(iO sr fa:; n Ullslilr~içcirJ·• . O Gov •J'IlO Provi_ ori o ·o n-
:cn ·li ll ·, <' co m <il g-tu nns 111 üifi cn~·<cs no pouc r. alé
~.) cl ~ I•' .,-c rci ro d I ~~n I . 0~ 'r:. ArisLit1e::; Loi.Ju
D rml'll'i(J Hiheiro fotai ii : n b ·LiLuiLl o · ])elo~ r .:. Jo é
'c~a1 i o de 1!\uia. AI vi m Ji'r au ·t.:c Glyc •ri o, c o ~f:t-
r e ·!tal J•'l oria no I' ·i xo o nlro u pam :1 p:t, ta un Guerra
p ;l. ,a!Hlu 'l' ·Jte lõl e ' ronc l U •nja lll ill on:laut pam
a b ln ~ lr u e: y~t l'ul1li ·:t, '1' ·l u;; raplt o: • 'o rruios, c nLi'Lo
e1· ·:I LLi. P •d indo a 20 dl.! .) an ·ir d e L!J L, l
c emi s i'to os
lllilli, li O' d u gO\' ' l'll O as,;im rur l ll :ulo o ) l a r cktl D '0-
d oro c) J:lmou o IJ:H;Lu de Lu cena, que f r mou o 111ini Lcrio,
CJll ' , , ·,; n:t pn g ina scr;u inl c. A ~l ll Fc1· rci ro roi
p rtl lll ttl ;;-:u l:o :t '.J JLLitui<;i'i o c a. 2(i ( 1) COllH' , Ott o Go1· •mo
tlo l." J' r ·. id cn tc ·om •:;se lllin ú,Lcri .
- Ouanto I 'll i !JO" Ycrnou o lmpcra<lor, P apn.i ·:
- J) ·:d.c J,'.JO até].) d e J\u,·c llilJI'IJ d e 1 S~!I - qu :udo~
nnn o ~ vi"w !
- Qu .1rcnl:t • nove.
- J:'t nã o ~ tllll
p qu ' 110 r ·in:tcl o, nito :tch a : !
- EnLi'L tuam1o lu ua cc ·1 , q11 111 govcru:wa e ra.
ellc ?
- Si cu ·o u Llo 1 GO, 1uc p :trcc ·q ue , i m.
- B fJ un.nc1o vo,·ô urt:c u .
- H.e ·uando a · ·im , nã.o n aba.rcmo mnis. E ' a minha.
h o r:t. O VoYÔ qu e t e r spo uü:t, m n iilho; é fonte
li mpa. .

(I) Galel'i<& ele historia /, ..a:;ilcir<~, ccl, Gnruicr, png. q_,


III

- ÜJH1c '· q ne t n fo.lc h oj de mauhit, V o\ {\ 1


- Porque pergun tas ?
- Por que n fni te proc urar no t eu escriptorio e tu
11iio c. ta va .
- E o qnc m q ucria
- Qu me cn i na~ ·c · nma co nsr•.
- Tiuha ido a mua missa por alma d e nm bom
h omem.
-Que m, Vovô~
- O ul t imo imperador.
- \h , cutrLO tn és mounrchi ta ' !
-E só os monarclli tas ú q ne vrLO (L mi. sa J)O l' alma
d e imperndor , Alva ro~
- E n acho qn e só , Vovô .
- Poi. tu te e nganas. A redito mesmo qne muitos
llos que l{Lforam rLo dos melhores repnblicano!':, com que
a Patria p óclc co utar. O Sr. Pedro d e Alcanta m, meu
A lvaro, foi imperador como a sua indole, a sua educação
c o caracter de seu. auxiliares lhe permittiram. Fe;~,,
nossa qnalidalle, bem, e fez mal; 111a , cmfim , o quo estú,
24

fóra \le tocla. c q ualqu ·r tlu vida , ·. qu '· C0 11l O ll Oin ·111 , em
bem iutonc ionado c a ma.1·:-t o · •u pai z os !'e u · c:0 111·
patri ota. . :Uo i, como e u u1n fuu io 11ario publ ieo · Li1·c
occa · irlO u e' lratar co m ll em Yirtllu tlo lll l: ll c)J'ii ciO, .
es a. r elações co u ve nccr:un-me tl q uc el lc ·ra d ig- n <1:t
mioha ami zade, CJI I :1iío t~n,· i du i CO I1Sa"Tar l he . c' <le
qn c n lhe a eeita: ::;e :t , na c m qu e :;c iiiJ>I · me di ·-
tiuguiu. ln tlo á mis,.;n, po is, p or alma tl c 11 111 ami ~ :1.
qu e 111 a idéas p oliLic::l.' rl e n1i11l ' Cparar:llu , nao ofh~ 1 1 .!i
COlll i o, O· JllCUR sc n l in H' ll LO:; I'(' L)li Uii ·an o:, lll' lll n::: <1
nin g nc m. O q 11 fiz Co i prP tar uma l1 om ·n a gc 111 , d •1· ida
]J clo me u afTecto , (t, m ·mo ri a d uma p s:;o:t <·a r:1 · ,. ' IH l ·
mdn , qu cxercc· n o :cu c: ::~r go · 111 p ro h itl a d l' . Jl o n r ·i
. ua. m ~::mo ria, ·o mo tl -sc•j Jli C h 11rc m ~L "'i nh a o: q ue
me sol>re vivc rc m. 1\h i le n;; o rmftoz iuh 1 a que' Jne
olJriga:·te II ICll j(( CObitiU C :w tLt l:i (J II C lJe lll j)l' ~>Ú dv.
Agora tlizc o CJ ll or<lc 11:1 ::1 tlo te u V o n !?
-Q ue ria sabc rqw' lll gon.;rn :tnt D1as il , q uanu ltl
liUSCe!; te .
- Era o pn.i el o J mp ·rn tl or .
- De que impe ra d or I
- D. Pctlro l f.
- D. P c l ro li l ! E ntiio h o t1vc D . P ct11·r , f !
- Cet Lame nte: o a nlec:e::o r rl o I f.
- 3\as o llOliiC d <:lle .
- De qual . Do 1 o u <lo J I.
-Do H.
- D. Pedro t1c lcantnrn .
- A h, c. . c eu co nli c~:o .
E' o c1uc foi- ·c llli JO ra. B
o do pai ~

- D. Pedro IV de Brnga nc;a. (1)

(1) GalC?·ia de historia Úm!;l ein~o, cd . Gamier, png 1110,


25

- JV 0 11 I '? .IJo nd c ~a hiu B r:lga.n ça. a go r a~


- W 1V e; I. l \ de P ortugal c I do Brazil. T u ui10
·· ~o prime iro li lho de t c n pai c mc n q uarto u eto? De
.l3ra.g:1n ç·a p orqn p ert nc·i a {L flynn.stia de Bragança .
- lY d e Portugal e I do D rnz il . 1\i'Lo cute ndo, Vovô.
-Y ~.:.i o qn•} ni'LO, rn as von cxpli car·t o .O ~r. D. P e dro
d' ..'). lcantnra , q u ·onhcce.·, foi D. P ·dro a <lo Bra.zil,
filh u d o ' r . D. Pedro 1, <l li C fo.i ta nr bc rn ]). Pedro IV de
Purl ugn I.
·- E a g •nLc p6Llc .·cr i rnp r::tLlo r d e d ois luo·arcs ao
nr e.·mo le mp o .
- l' rquc n;io? O re i lla S u cia ú re i Lh Noruega;
o fnrpemüo r <l <L A ll c lnanh a, é re: i ela. Prnssia; a ra.iuhn.
<.lrt l 11ghüe: rra é im pcra.triz ela: In d ias.
- ) [a: <[ll Ct rr '• q ue f~.: z D. Pedro IV d e Port ugal
sur D. P edro I do Dra zil '!
- Quern fez D . P dro ü c Br·aga nc;a, depo is D. Pedro
1 , . d ' Porl ug<tl, ser D. P cclro I do Brasil foi a ÜO II Süi ·
Lu iciio anli ga, ·u.i o m-tA" d i :t, ia: «.A Ü!Jna stin imperante é a
llo 'r . D . Pe<lro I , aclunl Im perador c D efensor Pe1 petuo
r/.o Bra::il, " re ·onltcce nd o as: im a po ·t<;<LO, qne os
i'a c· Lo · ;wt ·ri ot" · lh e ti iiiW..lll clatlo
- l\bs nm a p es::;oa ni'to tica, rei ·6 quando falta. o r ei?
- i :n ; tna. en te f a,ll ei ngora tne:mo dos fa ctos
un/(')'ior c" ;Í, Con ·titniçiio, qn c deu o governo {L tly nastirt
de ]J. P edro de Bmg:\ tt Ç::t. F oi. uma ·rcvoluçéio, que f ez
J . Pe dro impc rac1o r.
-R q u 111 é qne ern im]Je ra.clor, qnantlo houve essa
revolnçrtO .
- Ningn e m .
- Ning ue m. ! B, entiio, qnem é que nos governava~
- Portugal.
- Portuy;al ~ ! Um paiz. p ócle go verna~· outro ~
26

- Como t e u p a i t e govem :t . O p <Liz, que go r umn,


é a melrop olc , c o paiz gov ru ado, a coloni n.
- E ntf'w , at(: o go ve m o lle D . Pedro l , P tH"Lu o·a l 'm
no sa m ctro pole, e o B ra.zil uma ·olouia d • P o rlugal ?
- Jus t:uue ute.
- E co o t rn q uem foi c uli'i.o, a r volu çrw 'I
outra P o r t ngal, na turalm en te.
- P orque~
- P o rque o ]3ra zil q n • ria fa z r o q ue t u ta mhc ru Ira:
t1e quere r daqui a me ia du zi:Ld e a11nos: gove rn:Lr-sc p o r
s i m esmo, er anl ouomo .
- Como fi zeram o Estad u · uido. , ·epa rau do-.:c
da Ingla.term.
-Bravos a o bi ·toriador ! 'ral c qua l.
- E que m foi tJire, aq ui no Hrazil , t'~:z ·o rno J ortie
U . . . ó ... cbim ... O l)ne m mo ?•.•
- \Vashiug to n. Foi D . P edro.
- 1\las cll c não e ra. P or t ug uez c rei d e l'o rLu gal
- Era por t ug ucz, mas urto em rui de l'o rt urral.
- Vovô, t u está · muito Lrapa lhã.o ! P oi: tu ui"LO rli:-
sestc que D . Pedro I tlo D rn zil era D. P edro IV d e
Portugal 'I
- Disse.
- B en trtO 1
-E cntrtO ?
-Como desma ucba: cs:;c e r11 lm rlho .
- De ·mllbrullmndo-o, uaturn.lme ntc. D. P ullro,
qu~tnL\0 t'oi Ido Rrazil, n~LO m ainclalV de Po r t ugal.
- E como é que, : eudo I do Dra.i'. il, veiu <L s c t· IV de
Portug:-tl ~
- Porque moneu seu pai, c, sendo ellc o lwnle iro ,
tlcvia succe qer-lhc.
- \.utes on dcpoi · de :cri do Brazil ?.
27

-Depois, Alvaro, . t{L c l:tro, tanto q ue, não po·


<le m1o exercer o goveruu d e J.>orLu :;al p r ter accci tado o
d o Bra~.i l c uito Ih o penui t.Li r a. Co n ~L itni~·ito d o. d ois
p a izcs, pa ou a h om u ~·a á s ua filha D . 1\Iaria, uuu1eaudu
]) . 1\fig uul,. c u irmrw para rcg<mtc .
- B o pai nrw t.iuha f.icn.d o za1wat1o, q uaud o ellc ·c ·
parou o Brazil L1C Por ttwal 'I
- Q u ' JU Lc 1li se qu e se paro u .
- P o i: t u nrLO dis ·. t e l.Ja p ou ·o qu e cll c fez ll O Bra-
~. il e owo Jo rge '' a .. hin gto n u os E ' t[H1o Unidos 1
- E cxacto, é cxacto .. .. O pa.i proc uro u, o u fi ug i u
Jn·o ·tua.r, d e ·fa ze r o q ne o filh o fez · m as, não p ot1 e ndo
v •n ·e r o Bnt ~.i l na Guerm dct I mlep nclcucia, a ce itou
d ois mil hõ •,· de 1i b ra c t r! i na · c d , ixo u-o 111 pa.z com
u li lh o po r Ílllpe rn.tlor.
- B por q u ·, q u o D. P cllro, IJll C ora p o r t ug uez,
Ll> lll uu o p<trlido üo .Brnzil ? \Vashiugtou Lambe m e m
ing lcz '?
- E' Ji fli ·il t e l'C ·p ondcr , ll1 Cll filh o. Á t u a p el'" llll t<L
', lllllito razoavel, porque a. "JlCtlrict·• 1üo é «Ontlc n gc11tc
e~Slá ÚCOi •, u ão j - á PATlHA :\ÃO S E 'l'I~AZ Ná !::i SOLA.S DOS
,' AP .-n o.·. 1\fas q ue p o~ ·o c u ai.J cr elas i11: c n çõc · com q u e
ljli<Lhtli Cl' h OWelll faz a lg uma <:Ons a ? .. . J3a tc- ll U.' Saber
que cll e tolUOU o p art ido do Bntzi l; ·cparou-o de Portug<Ll,
Ü<.: u-lhc lllua Oo u t it ui yrto, e, por ella, o privilegio tlo
governo :í. s ua cly uastia , o que, v~Llha. a \ Crdade, equiva·
le u a tirar-nos ape oa.s do jugo a um a outra uaçrw pant
sermos cscr::w os üc uma famil ia..
-E, Vovô ; ma , felizmente, a H epnblica acabou
com esse pri vilegio, c, agora, tu, o Papai, ou eu, qual-
quer de n ós, póde ser Presidente.
-- Se f'ê r digno~ A lvtLro, se fô r diguo. Eu, por meu
lado, porélll, o que quero é d cscanço : a velhice nrw per·
23

mit tc :'L g c nLc d e e,i nr p osiçõ . diff] ·c i ·. :uns q u ·!<ali :·


fa ç rLO para n1i111 Yê r-tc n o ca minh o Ll ' p r •st'ares :'1, Lua
Patria o mni s :11 to · Sf'l'\' i ços !
- 'l'u bn · l1 ir á f c: Ln. d e l :í d • N o v ' II IIJr O ·o :nmi•>·o,
Vo vô !
- De b om 0 'l':J.d o . :\In p o r .I UC u rlO t I ' lll hi':I" ( C :\11 1 es,
agora , q ue r .linlll O. m ]J . PeJ ro I d ·o u v ill <I I'· III C p a ra
rLl1 c 7ll c S• t 111 b ro .
- Q ue t em 7 •lc ·~c m hr o ?
- E o :l.IIIIÍ\'Cr . . nri d a no;.::a 'Jud •p e nde n via.
o
- ln d p n d e u i:l. .
- . im , a no ·sa : c par:H;ã o d e P rlu g-nl.
-C 111 um impcr ad r '?
- ]!: o q ue te m i ·so , A l,' aro s Joi ;:: e 11 c:11n ini 1U
da H publi cn. ? Pon1u th•r,; .. 1n · a · rt1a a ll lll p1 illl·i pt:
:Lmhi c io ·o, o u 'O l npr n ~. ClllO.' a no,:a I ib r l:ule por d o is
milh õ c., d i :d mo · l1 Li a r uma 11 a~ :l0 i n dL:Il' IH I ntc?
Nã o n a ·c n a tua l'nLr i:t n •s c ll ia : O l h :l lJ lll' us ho n:
r •pub lica uo: n rLO Lc- nt ::::es l:.'('I'UJlU ] O.' J'ut ·is dv [> ' >.'U a.
c cou ·n.: . Nüm 1)0 l'(J ll :1 ·c · p n d a ~: . l' OIIl que . a11 d a ra 1u a s
tropa: o rain.r ll o d ia 1:) ll • 1:\o v ·mb r . Linh :un 11 :t l :t lllil m
a:; n.mm · <lo l lll pc r io, cl ·ixo u o lriu1u p h o llu ~ r •!< pl c n -
did o c a onq ni: ta ~r nt :1 (t a lm a r ·p u bli<:a nn.
- Tl1a · o lhn , V o \·ô q ue tn •: t (l. · fal an tl o ·o n1o !,C: c u
:oubcss t: d e Ltulo. E e u n c111 ·ci com o D . P ·d ro I " ·i 11 ao
Drazil.
- E que re , nLií. o que te co n te a his loria d o L ·111po,
cw lJliC cnnrto era na ·c:iu o !
- Quamlo é r1nc t n u ascc: tc ?
- 'l'e ulw 74 a11110 : faze a c o n t,a.
-Quem d e 1 9G t i m. 7<1 : G Lira 4, 2; !) Lira 7, ~ -
1822, não é? A h! é vc rcl:ulc, c ·c i até o dia ! ...
-Se o nr~o : onl)CSSCS?
29

- Ficavas mc,·mo, mes mo znn o-ado I


-llrej ·i ro .... ~ :Lo : abc , ·nti:'L o, '0111 0 D.l'~ dro I
,·ui u a Brazi l I E . al e co mo D. P edro d ' A l cautam f oi
Il. '?
- Po rq u · morrc u o I ?
- x rLO . .A S ÍIII é I r t i:o (lll Lc xpl il]ll' i:Lo nnLcs
d ' aquill o .. .. i\Jot. , All·nr , o ,. ·l h o cu n ~·<L ll l. A miuh :L
maclor11a . l:'í linm a ntl p or lll im : vo u co hilar ll l ll
p uco . . ct 'nla quatro :l.,JJilO • ! ... Fazt: id én.!pl c. ou um
bom 111 do t ' lnpo da Iml c p •JHl c u cia ! ... Qun i d o te mpo
ll O O ll ~·a !.. .
IV

- Dua:; llora: , \ ü\'Ô.


- J;'t ?
- E ru ponto. Coc:IJil:t:; Le tiiii<L IJua h o ra e uwia.
- D t orme nto p a ra ti , c urioso.
- Sim, ma.s e u urw pe rd i me u te mpo. '<tbes aquc ll c
livro g ros·o ela. t ua. e tn.nLe L '!'ire i-o, c ach e i I;~ o retmto
d e D. P edro I. Q uiz lê r, ma a lettra. é trtO miuda.! E,
lc m:ü ··, os livros cl;t gente g rande uito falam que a. gen te
p eque na en te nda. A quelle out ro reLmto, q ue vem aute:;
do d'elle, ha d e sut· o p a i, nito 1 P ar ece-me que e u li
D. João, ma uito me lembro elo uumero, ·i IV , :i VI.
- V I , V L 1\l<Ls niio ai teremos a ordem ela uo ~titt
ex1)li ca çã.o p <ua que te uã.o confundas .
-Que res ·abcr qua.uclo é queD. Pedro de Alcant:tra
se tornou li, uito é isso ~ I<' oi e m 1840, i.·to 6, quando cu
t iuha d ezoito a.uuos. Bll~ tfulla quinze, porque mtsccu
tres aunos d epoi s d e 111im.
-E com tão pouca idade a ge nte pócle ser iurpc-
rador 7
32

- Ell c o roi .• u pai , nove illlll O. a n tes, C lll 1 ~ 31,


se r ' tirara Llo Brnzil , d c ixallll o·o om c inco c p ou co.
- Porqu e?
- Porqu e o p OYO, a 7 ele Ab r il d c c nnn o, o obr igo u
a isso .
- Como f~: z ao mare clt a i l corl oro :t 2:; d ~nV C IIth ro,
scsscu b t a un os d epo is ?
- E p r tnOti\'0 · a!gum tan lu pare idtlS.
- E qne ·n·:;c tla Co n s t iln i ~' i"to :
- 1iluur.a e i mp rtou mu ito 111 clla .
- E qn n udo cl le ~ a hiu . c o fi llt o cr:L ti'ú> p •q1 1 •110
COJ\10 havi a Ü g"O YCl'll <11' ~
- Os scna.tlor • · e dcpnt::Hlo:; fJli C cslrtn l lll no l: io de
Jan eiro , r •uni1·am ·:; · lll ll l nr:l l ll IIII HJ, r 'g 'n c ia p ro vi-
sori a,( L) tnn,i · taxcl c . nb.ti t nitla p t' ulra tl•LiniLi va q ue
gov en~uu a.t ', 1S3,1.

-Ma o qnc é. n •gcn cia , Yo\·ô ?


- E um a c·p ci d' go \' Crno pro ·j,.;o1·io, s abe: ?
HoniCit:, q ue g0 \' CI' ll <I Ill 'IIIIJU <l ll: \l r ·i on illl p · ra• lur é
m c ll or , o u c: t(L intpcf1ido por nl:·· nm 1 11 l i \·o. f c 111bra te
qnc o Sr. D. P edro el e A.l ·an ara. Linb<L só c i nco an nos
e m eio qnauüo se u p ni se f oi mbora.
- E c··sa rcgcnci ;t governou nt'· ell · t er <Jui nze
a llllOS?
- JCL te cli.·se, que depois de un m p roy i:,ori a f'ui
no1neatb on ~ra dcfiniLivn , q11 c governou ntc) 1 :J L }~ ut
1;-:.35 fui ele it o unt só regente, e m vez t1e t r ·!' . .:\ 0 ·eld li ;L
r ccaiiiu JJUlll pa ulista, o P a(lre Di ogo A.u t0 11io F e ijú, ( ~)
que devia reger por qu;tt ro mm oí' llla· q n · resig 11ou o
governo em 1S37 .

(l i Gfúcritt. cl ~ histo ritt bm r.ilcira , ctl. G,lt'llicr p:>g. 102 c l O!,


(2, )J )J 'I J1 11 )> pt\•g, l l!:J.,.
33

- J'orquc 7
-P orqu e lh e J'azirt.Jil JJJllita oppo. i~·~w.
- 'o JJJ ú?
- Cu nLra. ri a1·am o l;C U go1·c rno: não o auxili:tv:l.JJI.
- J ~ qu •tu lh e . uccedcu!
-O ] l ini--Lro ü ]JJJL)Cri o r. P edro 1l e A.rn.n.io Limn,
(1) d poi.· :\ [ an pl cz llc liJt Lla. c qu u conh ·i mui to .
- E que n1 gove ru o u cl ep oi · <l 'e ll c .
- D . 1:' ·d ro I r, J ll. ru i a •elnrado IJJ:1i or a ~3 de
Jullio d e 1 ·w.
- O q u !li •r 11 i zer dccl nra lo lll:l i or !
- Q u •r ll izl: r LJ ll l! a :l JJmra d ct idiu JII C: o r. D. P c-
uro de Al c anlnla pod i a ( Oi liil l' u g'UI'l:l'llO eO JII ·ssa idad ·,
L· m ~urn a. ',l Jl s l it ui ~·rt o 1 · Iara. ·c·. uo · •u art. J2J ,
m eu OJ' a i '. ú iLla<lc tl · I._ :u1 nu · (·omp l Lr>:;.
- I~ p rque nrlO CS p f'l' al'::tll l (;Jil obcdiCJ Jeia. {L Con -
titui ~· rLo :
- J'orqu · (;.'laudo o. p arti l o: lll lu t a. mui to ror!·c ,
p :1 t'C · u que ·s: · ra. o m ·1 11 r m ·io tlc cv i ta.r p er -
t url:mc;ue:-:.
-E 1 l'lJ ll ·. qu e l1a partido:, \ o1·ô 'J
- H porque ha opi ni ü s dilfcr , n tes; un · pen:n m
qn ', m ·ll;o r go ve rnar ü'c t lll odo, on Lros d a1nell e.
- E o Imp rac1 or p dia. i111pCL1ir a lu ta.
- l'l~t o , A h :u o ; mas podia moderal-a, e i -~o era
Ju:ti s facil de ·de qu ucnlnnn elo part idos podia quercl'
que o rege nte fo,·· · c:colhi Llo e ntre o ·. cn pa.rthlarios.
- E m ocl rou -a, 'I
- i111, l)Orq uc proeurou contentar a. to ·lo;;, cha-
ma.nLl o p<tra . c m; m i ui~tros ora o · eo11 CI'va,l ores, ora. os
li! era

(1) Gale•·irr tlc hi.<turia bnr~ill'i•·tr. cd. Gnruim·. pag l/,0 ,


34

- O que eram co usc rvallor s · lib ·ra cs !


- Os h o mc ns dos a nti gos partidos : o p:nt.ido elos
que u~to qu e riam r e form a:> adiauta das, c o d os que as
í1ncri n.n1. 1\ia · os uomc. andn.ra m trocados, p orq ue os
conservadores Gqn c fh;e ra1n as re formas m a i li b •raes <la
m ouarchia, COlHO p or exempl o a lib e rta ç~to (l o· . c m.vo . .
O Imperador, r epar t indo o p od er com elles , g-ove mou
q narc nta c IIO\'e au no . .
- E gove rn on bem 'I
'I
- N e m , c u, ne m tcn pai Le p oLl mo· r esponder,
m cn caro . Nós u un cn. so mo. bon: juir.e. d os h om e ns,
q ne 'i vem n o mc:mo te m po q ue n ó:. U m cons 'rva<lm·
eha~n o u a o Sr. D. Pe dro JI de Cescrr cari oto, isto é, d e h o-
m e m q ue queria p;trccer gm ntlc só com;cg nia lomar-:e
ri ~1i c tll o; e um liberal li ·se q ue, no Hrar. il , a l'a n] a de
lllini stro c r;t n ma libré c1 ' lacaio, isto é qu só 1 oücr ia.
auxiliar o, r. D. P edro JI um h omem d e pouco brio, q ue
se prc:ta.sse a fazer tu cl o qua.nto llc qui 1.cssc. l\Ias,
ambos e. cs h o men. , d ep oi · d e dizerem i o, fora m
mini ·t• o. d o l 1npenu lor, e nc uhum Ll' c ll c serv e h oj e {~
R C'pn b lica.
- E t n niLO a ch a i ·. o mui to l'l'io, \ ovô?
- Acho;. p or é m os h ome ns, tu e andam m e ttidos
nos partidos e govemos,procell e m, urw rara: vezl's, cl e sse
modo, islo é, sem a companharem a s suas palavras com
os se us actos, c te m sempre razüc ·, co m 1ne justificam
a sua condu cl'a. Seria preci::;o ou vil - o ~ .
-Eu espero que nuuca h e i de faze r eomo ell e g,
1\Ias aiuda urw me contaste com o D. r ct1t·o [ ve iu p ara
o Brazi l c se fez imp er:u1 o r
- Veio com seu pai.
- p, .João VI 7


35

- Silll, D . .João v r, (I_ ) I[UC rsta\'~\ goYe rnando


Por t uga l como rcgent, ·, po rqn c sua mãi, D. 1\faria 1,
(2) t inh a enl ouqurcillo.
- E porque é q ue ntlO fi cou em Portugal '!
- Porque os Francezcs a tacaran1 esse pa ir. e cll e
:1 chon mai · cgnro a~ylar se no Brazi l.
- Fug iu , cnttLO, de rortngal 1
- B11 11 ~to di sse l<tl, nem a hi storia o diz. R efn.
giou ·so alé <JU C Portngal ~e Yisso livre <lo inimi go .
Isto é fu g ir 'I
- Quando foi i s~o 'I
- E tn 1808.
- ]<; p:ua onde vc in 'I
- K teve na 13a h ia. d esd e 23 d e .) a ne i r o até 26 de
Fe1·creiro, c depois partiu p:11a o Rio <le .J~ neiro ,
o uüe chego u a 7 11e l\Iarço. A 2G de Abril de 1821
YOit ou para a sua, terra.
- En trtO d emorou se treze :lllliOS. E porque Yoltou 'I
- D. l\Iaria J, sun. mrti , morreu no Bio de .Janeiro
e u1 1 16, c, po r isso, foi elle corôaclo rei de Portugal
(3) Ora, em Portugal, em 1820, houve uma, 1·evolnção .
- Mas, Vovô, o povo parece que e~M. sempre
fazendo r evolu ções. R evoluçtLO em 1820 - reYolnçrw
e m 1 22- r cv oln~·rw em 1889 - re Y o lu ~:iío e m 1891. Já.
q uat.ro !
- E quantas outras, q uantas, meu filho, nttO t em
havido ! O povo nitO socega emq ua.nto não alcança a
sua liberdade, ou uito repara as injustiçns, que lhe
fazem.

tl) Oalcri(' de hi.• toria bmzileir a ed . Gnrnicr, [l!\g. 98 ,


,2, ,) )) ) )) ,
\3) I) 'l. " I)

.•
S6

- 1\:b s o po vo portug ucz urtü em livre . Ou t inha


soíTr ido n.lg t1ma injustica?
- E ra lin·e, c nr10 ra. Era , purqn e e ra uma ltaçi\o
iml c pe uc1cutc, au tu nom n.; não e m, porq ue t,i 11lt <a 11111 re i
n.b~oluto.
___:_ O qu e é r e i absol·~tlo f
-E o que governa. co mo q ue r - se111 lllllfl. 'o n-
stitni çi'IO .
- E porque não tinh ,tnl feito o n lit.ui<-fW ?
·I - Purqn e todos o . p vo ·, A lnuo, . rw :"), p r i li C ipio
gov e rnados pelos p::u.l res, cl c poi · p elo: eh c·fl'. n1 i! i L:l.r .
ou r eis, c, li11nlme ntc, p or eh fe~ cou. t itu ·io nnes. l'arc -
CClll co m a· c rianças : quantlo muito pcqu ninas as m ~li ~
gove ruam ·oa p elo cari11ho ( 'pelo m êd o tlo _paprw, o
qu e 6 mal fc i to); quando cn.:scen1 nwis :'1. \' t'Z ·s (· prrci:o
até goverua l-as pela for ça · c, finaln w n tc, qna nd u se
fazem h omens c criam juizo, é que pol1 ' 111 ser diri <d <la~
pc][l l':lZ~IO.

- E em 1820 os Portug uezc · fiz c ra111 a s ua ' 11. li-


tn is·rLo 1
-Que remeüio t e ve o re i sen rw fnz c r-llte: a YOI1-
tarlc ? O· rcvoluc iouari os ve nceram 110 Porto, e D ..Jorw,
voltnn<lo p:lra Portugal, que se ·enfia co u t ra.rintlo pela
sua au sencia, deixou D. P edro como gov ·rnaLlor tlo
l3ra.zil co111 o titulo de p1·i·11cipc 1·egenle.
- Ab, então, qmwtlo D. Pedro separou o Brazil
de Portugal, L"lle estava c ncarrega.tlo p elo pai ele
governar o Brazil 1
-Sim, e~tava..
- i'lias o que elle fez nrw foi uma traiçrw 'I
-Calcula que, te ndo D. JortO VI d eixado o governo
a D. Pedro, as Côrtes portnguezas mostra rnm·:c mnito
contr-aria!> .a o Hrazil . . .
I
I
l
37 I
'I
I
- O c1nc srw as Cô rtes ?
- O mesmo que o no s ·o Cc. ugrcsso. Calct'tl tt que as
Côrtc: mos!mrn.m-sc mui to c.ontrarias ao Br.. zil e ao
govern o <l o prí nc ipe, e r e:pomle tn mesmo á, tua pcr-
"ll nt a. D. P edro foi nm t ra id or, ou li gou a sua c.ausu. {L
dos llrazil ciros, porque llle parccc:n cllajusta 1
- 1\bs •) cptc fizcratn as Côrt.c ·, \ ovô 'I
- 1\'ra.udaram , e n tre oul;m s causas, que o princivc
voltasse para Port uga l s upprimindo t utlo qnc se t inha
creall o d e i 111 por tan te uo B rn.zi I ll ur::wte a. estada do rei
no Hio tle .Jan c im , e d c ix:-tndo-o s impl esmeute como
Gov ernallor ll o lti u d e Jane iro.
- E porque foi qu • o prin c ipc uito voltou.
- J?o nptc o po 1·o d e ·. Paul o c (10 R io de Janeiro
instou para. qu e cll e fi casse.
- E o: Portng uezcs o q ue fi zera.tn .
-As tropas, qu e e, t a,·n.m no R io ele Jau eiro, pre-
pa.ram-fe pa.rn. a luta co ntra os colouos rebeldes, e o povo
c a ttopa b ra ;~. il c im fi zeram o mesmo p:1ra lhes resistir.
i\:[ as nrw h ou I c lu ta, llilO . Os Pur t n g u c;~.e. I a 15 de Feve-
re iro (1e 1822, r eLimram-sc p rna a Europa. O priucipe,
cutão, chamou pa.m ·eu tnini: tro a José Bo nifa.cio de
A.uüra,(b e Silva, homem (l c lettrn.s c ·c ieucias, q ue
muito se lln.via já. distinguido, c a quem, priucipalmcntc,
se d eve u ~t iudepeude ncia. tla. uossa Pat ria. Deves ler
visto a s ua. esta.tua ( l ) em frente á. Escola. Polytecb uica.
- Por s ig un.l q nc é hc111 {~ Wa com:):11'al1a com a sua
visinha do Largo d o Roeio .. .
- Ah I n. monarchia. e ra mui to gcitosa em fazer
para si, e para os seus, as coutas de grrw-capitrw. Si
lisonjear o snu hor era o ·cgredo dos políticos! ...

(I) Ga leria ele lustvriu uraziluira, ed. Oaroier, pngs. 40 c 76.


38

- E como foi que se fez :L indc p c nd e n cia '?


- D. Pedro já. tiuha combati(lo pur iúlla. a pal'!;c a:;
in trigas dos que se oppttttbam ao ·eu gov e rno-n o Riu,
na Bahia, em Peruambuco, em l\linas c elll Srw Paulo.
Mas os Portnguczes o ~eu govem o, ada vez iiw c ntavam
UO\TOS meios (le em ba.n.tç•ar o Braz i!. Ora., e:tallllO em
S. P<wlo, volt ava, D. Pedro, de Santos p ara. :1 Cnp ital,
quando, nas nHtrgens do Yp irnnga, foi a.ka n~·atl o por um
proprio, que lhe t razia. corre poudc nc ia tlo l.{.io . Drwdo-sc
pressa e m e xaminar essa correspondcncia fi co u, p or ella,
ao facto do que se c::;ta,va, passa ndo em P o rLu gal c indi-
gnado da má vontade dos Portuguezes, o bc tleceu á.. ·
suggestões, que, e m carta, lhe fa;~,ia José Bonifacio.
Anancando da fa,rda n la ço das cô re portugueza · e bra-
dando Inclepenclen cia. 01t JJforte, declaro u , por e. :a J'órma,
o Brllzil separado de Portugal, isto é, de u -no: um a Patria
livre.
- Im;1gino que contenta mento , Vovô, e:; a noticia
espalhou por todo o paiz !
-Não pódes fa:zer i<léa. l\feu pai, teu Lisa.vô que
estava em S. Paulo, c tinha, nessa época, ~c us vinte e
oito :umos, contava me pelo miudo as fcstlls, L!i-I C ·c
celebraram, e a alegria immensa do povo. Ollla.: aqui
tens nma cópia do quadro do nosso pintor Pctlro Americo,
em que est{L representado o momento da proclam ac;~LO (1 ).
Fica-o admirando, emqua.nto en vou csercvcr umas car-
ta~. Aqui teus um fulllcl'o explicativo collt u JlUJHc ll:ts
pe::;::;oas, que tiveni.ut a felicitladc de a~:i:;tir ao gramle
acout<:'cim<:'nto.

- li) Gnleritt .te lli.•lo•·ifl lll'azileira , cd. Gamiet·, pag. ~S


v

-Papai, cu j{~ sei u1nito nutis do que Lu pcusa~.


Escuta cá. Vovô nasceo no a.uno d~~ IuLlcpe llllcncia,
quando governava. o Bmzil D. Pedro como pri nci pc
regente.
-Bravo!
-E teu avô a ·s isti u ~'í,s festas da Indepcnde ncia,
proclama.dn. em S . Paulo, nas marge ns do Ypiranga n.
7 de Setembro de 1822.
-Bravíssimo!
- M:as ainda, nrLO ·ci co mo D. Pedro I ·e fez lmpe-
:·ador.
-Vais sn.bcl-o. No dia 1~ de Outubro, u Senado tla
C;uuam do Rio de Janeiro, attcnllcudo á po ·ição, tine
D. Pcllro tom{tra, proclamou-o; no dia 1° de Dezembro
foi ellc corôado, e, a 18 de No\'embro de 1823, viu sahi
rem para a Europa as ultimas tropas portuguezas, que
tivera 1le combatet·.
-Então elle não foi eleito pelo povo ~ .
40

- 4-1H·oclawaçéio t am bnm é uma fúl'lua d e · l ci~·rLo.


-E qu e m fez a. Co nstitui çrLO co m c1u e cll · tl•1·ia
govcmar.
ma As ·cmbl é a. Co n sti t uint e · e re uuiu p<Lr:L
faze l-a. Mas co nt o essa Assembl éa c utro u e t11 tl c~< Le ·ô nlu
co m o Imperador, ell c a di . olve u {L f or c;n.
-O que é cli ' solver .
-E' m a utlar em bom 11ito co u •uLir qu • trabnl hc
p a.r a o que o povo a I geu. O i\farccltal D cotl oro fcí'. a
me s ma co usa, mas o po vo obrigou o a d ixar o gove rn o,
como j(L sabes, c ·o m ·oco11 o ntra v z o 'o ng:rc. ill cga l -
m cntc diss._·l \'ido. D i Oli'Ctlll O :1. 'o n.~t i tni 11 t e, ] . rccl t·o
fez cllc proprio a Co ustituiçiw que m amlou Lli ·Lrihuir c
a ceitar p ela: Cn maras l\:Iuui ·ipae: ; q u e jurou c umprir
a 25 de Março u c 1825, ·q ue t e ve valo r at'· JS 9.
-A h, sei ! Foi a q ue deu o thrnn o a ~e u fillt o
D. Pedro, c qu e a. rc ,·olu çlo s ubstit uiu pe la, q ue h :r- d o
Brazi l \llll U. J.{c pnblica. E o gO YCI'Il O de D . P eclro r, tle: llc
a.hi a tú I 3 1, foi bom .
- A c rctlitas Lu que, i o fo se, o p ovo o teria . obr i·
gatlo a a.brttHlomtr o thro uo ~
- Mas o p oy o ta nt bem p6dc Sc t· i uj usto, Papa i.
- Po11cas vezes o é, A l varo. Di:t. o ri fiLO : « Yoz du
povo, noz ele DC1tS , .
- B, uC'pois q ue c llc se foi e mbora , o qu e li cu u
sendo~
- Dnque uc Bragança ·impl cstn ·ute. J{L sab e~ qu e,
pcrtcnceudo-lltc o thro uo por m or te ele :e u pai D . Juiio V 1
ellc o passou :'L s ua. filha D. 1\hri rt II, Cll <;:wrerranclo da
r egencia o seu irmão D . l\iigucl l or ser a princez:.t
Ulcnor. Om, D . Miguel.lpoclcron ·e llo t hro no, que ass im
lhe fôra. confiado, sob o pretexto lle que, nrL fal ta uc
D . Ped1·o, 1lcvcria pcrtcn ce r-lb c . Tomando a s a.l'!nas,
41

bateu D. P edro o u.·urpa<lor c e utregou o govc ruo á :s ua


h erd e ira. que, ·orn vi : te, fo i a s eg unda rainha d o n om e .
-Mas 11 i""LO t i11h :t ·iclo Jn c lli or, Papai proclamar a
Ro publi ca logo q 11 · se fez a Tucl c pcnd •nc ia ?
- . 0111 duvida; tuas o qu e lu cramos e m co njectnmt•
isso, se a .:si111 nfw fo i . A histo ri :t conta o f)n e j'oi c não n
'flL • pnclerin ter 8i do . • nf c: me s mo da J nuepend c uc ia,
poré 111 COIIIO Jo"o d e po is cla abd icac;f'to, os Rrazi lc i ros p e n-
a ram em proc la mal -a.
- :\.u l!.;: .
- - Sim· 0111 1 7~ ·.
- Teu vovô .P· era ua c illo I
- E : p cra. 1\l ' " p:ti na ce u ' 111 1. .l2; quand o c ll c
n a:cc u, mou :wô t inh a 3 anuo . De 1S22 t;ira.nclo 2S ... .
fi cam 1794. 'C'i...; annos a.ntc:, Alnnn.
- No Le1npo de D . .Toi"w Vl ?
- No d e s na IH <Li D. l\Iaria. L
- A rtu c fi co u lo uca ?
- . illl, e IIIOITeu uo J~io d e J :weiro.
- B que m fu i <pte lJUií'. fa zer a Rep nblica 1 lfon\ e
a.Jg-uma rcvolu~·fw ~
- Nã o h ou1•e; h ouve 6 uma fl .çpil'{(.r;lio.
-E e _a a s p ira1;i"w , porque nrLO foi atl ian te ?
- PonJttC ·onucrnm d'clla.
- Q u em ~
- O govcmo üa Co lonia.
- Como.
- ·Porque ttlll traidor Ih o commun icon.
-- Um traidor ! Como se cha mava 1
- Joaqnim Si lv crio elos Hei . .
. . Em Braí\ileiro esse malvad o~
- A morte j{t lhe fez a co n ta, A lvn t'O ! 1~1'1\..
'-- E a sua traiçrw fe1- ma.l a a.lgnem ~
42

-Levou á forca um homem e comlemnou a llegredo


perpetuo muitos o utro ~.
-A' forca 'I !
- Sim, ali perto do Largo do R ocio, do mesmo lnrgo,
e m que se ergue hoje a, e8tatua de D . P etll O l , (1) I) Ue
fe:~. o que aqnelle ma rty r q ue ria ver f ' ito, co m uma di f ·
ferença- eparon o B raz1l ue Portugal , ma· roubou aos
Brazileiros o direito uc govnruarc m o. seu: ·ompaLriot·a. ,
quando estes os j ulga.sse m os mni.s dignos, reserva ndo -o
como um privilegio para i e para sua faulilia .
- :M:n.s quem foi e ·se mart) r ~
- O mesmo que ueu a esse la1·go o nome co m q uc a
R.cpublica o baptiso u: o Tin((lentes. (2)
- Tiratl entes ~
-Por appcllido. U m mineiro ll e n me .J vaquin1
.losé da. ilva Xav ier .
- E porqu o enforcaram! Não era lmstantc te r
impedido que se satisfi.; e ·se o seu dcse.io, ' ll estcrml -o
com os seu cowpanbeiros ~
- Mas uão foi. A rainha. D. Maria I julcron impe r·
doavel no 'l'iradeutes o cri me, que seu neto, trinta annos
depois, prati cou, c pelo q ual lhe deu o povo o sceptro
e a corôa de impc· rador. As· im julgando quiz qu e a
liçt'LO do Tirad entes servi sse de e~ca.rm c uto a.o: E ra·
zileiros, quo sonhassem com rt sua lihcruade. O 'l'ira·
c.lentcs, pois, em seguilla. ao . e u enforca.me uto, te ve o
corpo f'SJ,ostcjado, a cabeça levada para Villa ]{ic!:t e
exposta un pra~·a , sua. C'af'a dcstrnida., e . ua. família
declarada infamo.
-Mas a gent e· cl'esse tempo não tinha. coraçr'to,
Papai 1
111 0'1lDria tle Msto•·vL bra:ileiru, ed. U 1rnier . png. !Oil.
{!) ,, )) ,, :1·?.
43

- 1'\rLO iU\· ·ut.o lll t:lll filh o· wa · pcn ~a ui~to e vê


quanto e ia111 o:· :uli:~nLaclo :-; hoj e, e quanto ·ã o horríveis
para. o n os o :-;ec ul o a.-; ba.rl•:tridad cs tle ca ·tigos, como
n.q11 ll c qu e tanLo L· indig na..
- F o i, (•utiio, 111 lin as que h ouv e e~ ·a. a~piraçrw
{t ind p IHleu <:ia !

im , em O uro Preto, naq ucl le tempo Villa l~.ica.


- ~~ ~ 111 er:w.1 o. h me ns, qn : c le mbraram ele tal 'l
- Pu 11 co t · :tLliautaria co nh ·e r o uo1n ele b oruen ,
qu , n o lli OIIH·ut(l el o pe ri ~o, s a ·o bardnrnm , r ejeitando
a r e:p oo:al ilidnd ·d e::. ua~ iLll·a: . O do fo rte: tlo mar/yr,
Llo immm·ta l já o co nh • ·es. Furam aqllellcs, eutrctauto,
p ·. oa. cl re pr · ·c nLaçi"w u • Lc mpo c lugar: li t te ratos,
juizt• · c mili ta r ·, . ul.Jr •t11do eo m algnu · m oço<:, qu e
ti nha111 ·studatlo na Europ<t <; apr•ntlielo a amar as idéai'i
Ll · lil.Je r l ati ·· l albada · p e la revolur;i'to J'raucer.a.
- Q ue r ·vol u<;i't o frn. n c~::za !
- A. G ranLle a d · 17 9, a q 11e c u to u a vida ao re i
L 11 ir. X [ e t ornou ig 11ac ·· d ia.n t · da le i torlo. os
)I U III ll . .

- Até ahi uão ·mm c n ti"Lo, Pa.pai ?


- Q ual , m ' ll filho ! O· fidalgo: e os padre·· t i11ham
tudo e n1 seu ra.vor; o p o vo, ua<i<L.
- EutrLo J'o i uma b ôa revolução ~
- Se foi ! . . . l\Inita ge nte acha. que ·. eorrompet·
as c rian ças dize r-lhes que é bom o que a. sua. jus tiça. im-
par ial lhes •·: t á, diz nclo que é bom: ma ·, quando le re a
ua histuri<L e t ive res mui idade, ha.s ele vêr que teu
pai HÍto te e ugauou c quantos beneficios deve a Hunmui-
uad {L r cvo lnçrLo frn.nce za ele l7S!).
- E o q ue 6 qu e o: home ns d e Minas tinham com-
hiuado, Papai 1
II

44

-Seu plano era pro clamar a R epubli cn., funtlar uma


u nivcr·sitlntlc Clll Vil la H.icn.,mnda,r a capi t.1l para S . J orw
rl ' l~ l Rei, c atlopta r uma batH~Cil'fL COlll a divi sa u J, ib e rla .~
1)1W' sera. tam en», isto é, <• L ·i úenlcule, oiutla IJ lW lm·de••.
PMa roinpet· a. revoluçrw, deviam '· pcrar t [U C o govemo
mautlassc cobrar os at ra:mdos,c1ue o povo c ·tava uc vcmlo
elo: impostos sob te o onro.
-Porque.
-Porqu e os i111postos ram mni tn pcsa.dos; a divida
j:'L estava. muito cr escida., c o povo, tl csco nte nt e com o
govc ri10, daria auxilio nos rcvoln ciona.ri os .
- Bem p c u:a.do ! Boa itl éa! B pOnJnC o povo ni"LU
oc; auxiliou ·?
- Porque o Vi:coude de Barbacena, c1nc go \ Cl'll :1\' :t
:M inas, suspendeu n. co bmnçn. c t irou as ' im o bom prc·
texto aos patt·iotas.
- E o que fizeram ell u ·, cntrw?
- Si p ouco tinham feito, al é m de conversas e p lanos
i'Cm meios de rea.lisaçito , nacla, ma is potlcram faz e r.
l!'omm presos q uasi todo· os que estava m de accônl o
em semelhante a piração, iu cln:ivamen te o 'J:irad c utcs,
que se a chava no Rio de Janeiro, onde t iuha itlo no
intuito ele co nseguir apoio ás id éas tlos mineiro ·; furam
proeessatlos, c, a l S de Ab ril tlc J 702, co ndcmu aclos.
- Olha., P;tpai; nitu te parece que a mi uha me-
receu bem acauar corno aca.uou 't
- E niLo achas singular, Alva,ro , que, conforme to
fi:~. j{L notar, fosse o neto qnem désse ao Brazil essa libcr-
dadt:, cuja aspiração a avú quiz afogar no san g ue do
'l'irauentes ?
-Mas porque escol heram uma mulhe r trw m (~
para goveruar Portugal T
45

- A III Urtc liL: ~c u pai ll1 · d e n clire iL1 a t a nt.n lHHirn.


- Qu ' 111 e rn. o pai ll ' •li a. t
- D . .l o:{· J ( I .
- ÜO VL: I'II Oll t a ndJ •111 o H razil Y
- Que p ·rgnn tn, m e u lill10! Cu 111 0 o g-o ve muu ~c n
avó, c c0 111 0 o gover nara m to d o: o..; re is tl c l'urLng al
desde D . l\fau ·I I (2) .
- E foram n1ui to. ~
- QnaLo rzc <t t é D . J oã o V I cont and o ·on1 Phi ·
lipp c ] r, (:{) 11 1 (·J) L: l v (G) I ] ~ H •:panll fl.
- P o rqu e ?
- Porqu e o Bras il t antbe 111 p e r te n ce u :í ll rs pnnha.
- l:'orq ue 'I
- P orcptc a H e. panba co n 1ui ·t o u P or Lngnl.
- h o q nc Linltrt o 131 az il co111 is:o 'I
- P oi · nã o . a h c~ q n ' o B rn. i I foi col nnia tlc Por·
t nga l '!
- Pon 1ue '!
- Por q nL: P o rtu gal fo i lJU · o LI L:~co brin c t ra lo n tl c
r·. ivili ~ al -o.

- A.ute. o qu e e ra. ·?
lll:t t e na. halJitatl:L por . c l 1·nge ns - o qn o S l'
c: hallla Ynl g anncutc i111lios, caboclos, 1111fjtes.
- E P ort ugal c u"ton llluito a c ivi li ' nl o .
- Nat uralment e, p or q u e JÜO ent ti"to raeil, na.qn cll n
temp o: a-trav es:ar o mar, c0m o é h oj e, e os in<lio~, mnl
p c r cebc mrn qu e os cxtnw gciros lhes t omaYam a: te rra · o
o s fJUCriam para e:c ra v o ·, t rataram d e d efendel·n.s .

( LI G alC1'Í IL de hú tori<L úm;;leim, cd . Or.ruier, P"S· !Hi.


J'!) )) )) :){;,
(3) )) )) )) )) 90.
('1)
('ÍJ "
))

,. " ..
46

- E que tim lcv arnm Oi'i indiu , que e u u~io vejo


n e nhum Y
- Ven cido. p elo · út·a.nco.s, q uc Ihcs ra m s upe riores
e m c ivi li:açrto r ecolh c rnm · ·c. As mattn,.; dano . . a. I.Nm,
A lvaro, a.iuda a.brigam milhares d 'cssc,.; nnRsos \'O IIlp a-
t.riotas , que nos con._idc l am co tno i nimi g:os.
- Mas u ó · não o somo: ?
·- Ní"'to mas a venlat1e G qne, sc111 u . c rn1o>-, cll es
estão, por uós privados uo go;-;o livre do pai;-;, on d e na. -
ecram , e onde os se u ~ a.lltcpa.._ a,clos v iverao~11. E ll c. nfto
u o:- p odem q uer e r l.Jem. E 00111 . eria qne t ocb a . ua
qu eixa de nó fosse sómente essa !
- E utrw nós lhes fizeJUus outro 111:11 •
-N ós , nrto; ma:; fi;-;e ram-no os p ri nH· iro. portu-
gner.es c b1azileiros, e. cmvi ·;l!Hlc-os c tnl.t:"lJ)(l o -o. eo mo
rtllitJt:tes llo seu serviço.
- Com que d ire ito , papai 'I
-Com o direito do m a is forte, quc põ o viaja n te
inerme {t disposi c;:fw do ~alt eauor ar tll rtdo. A hi :;toria. da
nivilisaçrw , A lvaro, tem tl'e:;tn eo n <ts tri ~te..
- E uingnem nun ca se (•.ompadeecu do: co itado s?
- A.h! Ho uve muitas almas boas c muito:; c;;pi ri tos
ju::.tos, que tomas>:em a sua defeza. O M.arqne;-; d e
Pombal, (J) ministro tlo rei D . José I, de qu em te fal ei
aitn1:t agora, foi um d' csse ·.
_:_Deve te r sido um g ran de homc111.
- Ua opiniões. D. Maria f tle mittiu o do cargo d e
111 ini st.ro , processou ·o, e desterron ·O ; se u pa i, D . J os ', I,
deixou -o governar como qui:~, c Portugal foi , uo seu tempo
e pehl sua. política, uma na.çrw pod erosa.
47

- E co rn o(· que e expl ica uma co usa assim, .l:'apai ~


- No gover no dos paiz ·s rr~i o é raro que, o que agrada
:t urr :, da :tgratle a. 'utros, m e n filho. O :i'darqnez de
PornL:tl tin ha <'Xpn L::ttlo, el o Brazil e de Portul!.'al os je·
suitas, q u ~c oppu uh:tru á na refonna s D . Maria I.
:c rrhora c rrr qnt·m a r ·li g i~io era j(~ nwnia, não o poutlc
l' npport.ar. Mas :' l' lll r11 e tlemorarar agora :1. cxpliear-te
a hi toria de Po rLtw:ti n. viela do ~larqn cz, o que e u t.c
quer·o aqui atlirnr:H' ·. que o Brazil lh e tl ve rnui to c lllniLo,
porque e ll e a uxiliou o scn ·o rrrlll c rc iu, ind ustria e nave-
ga ção; c reou cs ·ola. ; d eu :Los brazi leiros o direito rte
occnpare m c:rro-us pnbli cos im portante·, a.tG alti privi -
legio d os p o rtn g u ezc~, c fez tb culoui:t 11111 vice-reiuatlo,
passa ndo a capital, t1a Bahia, para o l{io tlc Janeiro.
- t-lnaudo i. o, pa1Jai I Ko tt·mpo d o 111Cn bi avô Y
- Q ua l, Alvaro! 'l'cu bi:::avô uaseeu e m l75-L Triut.n
· sris anno: anks, m ·u tilho - no tempo tlc teu trisavú, o
Dr. Alvaro d e tiunza Carrr iuiJa, qu e vc iu de Port rr gal
t;Xer(·cr a J1l()d ic i U<L Cl ll :-:iarr lO ·. -I
- E porque é que a Bahia é que em capital ~
- Porq no foi :t c idade fn rr1l:ula, pa !'a ser a ea.p i tal II
1la o lo n ia, pelo pri r11 ei r·o g-over rratlo r, q ne Portugal
maudou para o Bmzi l.
- Q nnml o ~
-Volt a a.o Vovô, 111e u filh o. Tenho mt-~ito pra7.er
c ru sa<:ia•·-te a curi ositlade, ruas o tempo não pá.ra c e u
preciRo di\'itlir o q ue te nho pc lns minhas occupações:
fi ruinha pl'csüZeucic~ ni"LO pódc ficar a.bandouacla. A pro-
posito: tens ali , na estante, a Historia. d o Brasil pelo
Visconde de Porto Seguro. No 1'' \'olumc eneontml'l'S
uma e~ta mp :t, que te dará iclé:t elo primitivo local da.
c idatlc da Bahia., c mui ta. co usa inte ressante, ta.mbem ,
f;olwp os uns. os illllios. l~ ntTr. t c Jn - t;n a fnlhe:tl-o :
I
I

I
I
I

VI

- J;'~ fJU e o ··r. est(L tli:-;po ·to para a pro:a, Dr. L\Uia-
ral, dú ·Hiú licc uç;t q ue lh e pe rg un te uma cow.m ?
- P oi:-; uiio, Aharo.
-O Sr. sabe tt hi 'toria <lo B razil 7
- E t u a cha·, ..:\I varo, l [li C um bom bnt zil cit·o pódc
tio ixar tlc sn.bc l-a ?
I
I
- i h, JJr. Ama ral, quantos ! Olhe : primo ArLbut· fez
exame lm !li:ts c foi approvn.cl o pl cnamcute, mas niLO
sabe JUHl::t, nada ! Eu sei mais do truc cllc, só tle con-
I
ve rsar com P apai c co:n Vovô.
- A crcllito, Alvaro, e 6 triste que as cousas assim
se pas. em. Mas isto ll;t tle remcllia.r-:c. A H.epublica cs t:~
I
I
I
I
tratamlo de melhora r os se rviços, c ha de chegar a ver. I
tle a cabar co m c t a praga de prcparatorios, em que I
meninos in telli ge ntcs, como ten irmiw, são approYado:
sem l-'abercm nada c ma.Lric ulam -:c em e tu<los supe-
riores muitns vezes c ·crevcutlo c falando mal a s ua.
vropria liug ua. Qtmnto a mim, porém ~ eu cuolJc~·o a bis·
toria da minha. PaLt·ia c estou ÍL tua disposiçiw.
-Quautlo foi que se fundou a citlatlc da. B~thil1 I
50

- Em 1549, q ua ndtJ t· heguu d P 0r Luga,J 'l'l10mé dl·


SOlt7.a prilllc iro go ,·cm :ttl o r :;e: rn l tt OIJt (·a.tlo ( l ) .
-Quem 0 UO ill ú O II 1
- D. Jo ~lo IH .
- Q u c •u e ra. D . .Joi'in JIJ
m re i u · Powt ugal . ( :2)
-Que e ra d e D. Ju (· I . (::>)
- Não te pof',;o A lvaro, diz ' r ,;c lt :wia p a.r útttcscu,
ú qmtl, e nt r e úll cs . Ma: l> . .Jo;;é p r L0n cc {~ d y ua s tia d e
13 ragauça c D . JoiLO (~ d ' Av iz.
- E •·n t rc D. J o é I t' D . Joi:"to JI I ni"LO s · t'ez un.chL uo
Braz i! ~
-Não se fez na da., coru o Y Q 11a nt:r cuu a ·c pas~ o u ,
meu Deu s! . . . O lha : uo reiu auo <lo D . .Jorw V , (4) a uto·
cessor d e D . .Jo ~ é r,
cl 1707 a l7õ0, c• •s · n m ui to a
popula ção rlo Braz il e o · Pa nl i:ta · 11 1 •tLe r a tn· ·e pelo
intct·ior ú p rocura. de m i on.s de o uro e ftt utl n.r atn mui ·
t os povoados em Goya z e 1\ia~t.o - G ross o . N o de D. P e-
dro li .. . . (5)
- D . P ed ro li 'I
-Sim, u Por t ugal inn ~to de ]) . A ll'ouso V I , (G)
fJUC e nlo u q u eceu . D. P e dro rr COili CI)O U a ~ovc rnar CJ.II
1668 como regente, em lu gar üe Sú ll irmrto as ·im iuu t i·
li ado; cont inuou em 1683 co rn o rei, e mo rTe n e m 1706 .
...:._ 'l'rinta e o ito a.uno · <le govc·rno , u pn. !
- MC'uo o nze a nn ns q ue o :;cu q u iuto ne to c h o mo -
uymo.
- D u qu e lJIICitt.

tl) Gal1~ia rlc lti1toria Lrta :ilciru , c.t. c;,.,·uicr, l'"ló lil.
(2. , ., ., ,, " Sü.
(3) 71i.
<'• • •JG
(5) ~.1:
(ti) l)
51

- D. Pedro li d o B r ,c:d l.
- A h , ~im ! Vilh o d e D. l'c dro J ... . u cto (}C
D. J oi"'to VI , . . . bi.·11 ·to d • D. Ma ri a I. .. Lri. ·n eto uo
D. Llu:; ·. 1. ... taLaran ctu de D . .Joito V .. .. ·, é v ·rdadc,
•JllinLo 11 ·to mes mo, d e I> . P etlro II. B govemou bem t
- Pocl ('·:- diz •r r[ll · s i111 • q 11 · o B nt'l.il pro ·p e rou
nos ·u rc inaüo. ='l o Maran ll~l O p o r ·au,;a do: iudi o ·, que
nus qu 1ia111 csera,· isa r ·o u tro: prote g iam, e p or c au:-;a
d • uma ·o mpan ll ia (l comm r ·io, (J U o r•ov e rno ·r ·0 11
e tJU ab 11 ·ava d o p o vo , v · ntl C IId O, mui to ea rus ou el:!Lra·
n·atlo. , gc u '1'<).' C[li C ··ó li a p od ia ve ud ·r, rcbeutou nnm
r e vo.ta.
-Para, 'JUC, l)r. A1 11aral l
- Pa.rn. a b o lir a co 1npa uhia.
- E CO II. CIY UÍll 'l
- Co ns g ui 11 ; ma ·1.1 ga nd o de l'ort11gal e u lHO
governado r, Go me ·l.• r ire d e A nllnLd e Marqu ·z d e Boba·
o e lla aunullon tud o o qn a re volta tiuha fe ito, c
mandou c nfo rc;n o,; C<LL.cças.
- P i· o qu e a r volta co u,;cguiu foi 0 111 bene-
fi c io tlo p O\' O, c se h o n1 e tu em uwi to tnal vn.du . E (jUCilt
furam o~ eoitado ·, qu este cana sco vietim o u ~
- - J o rg d e ampa io c 1\fa noe l Beekma.n o u Be -
(jlt i mrLO.
- P orque é q ue, quem se a rri ·ca p e lo bom, dos
out ro ·, ·o ll"r co mo e t c ·o m o o 'l ' in ul c ntc ' ~
- Pod es a c ·res ·en La1·: c o ~uutbí.
- Q.u · Zuutuí ?
-O c hefe d os negros, que fugimtu a sc.: m; :-;eub ores .
c fura m- ·c ajun t auüo, o fuudanuu,utu Alagôa ·, um c,;t.:ulu
seu, coultee id o p elo no111e de R cp?tblicct <los Palnutrc;s.
- Qn:Lndo '!
- D esd e que cotncçou a [JnCI'm h.ollanclcza..
52

- Q uo g uerra hollam1e:m?
- A que os Holla.nu c~es J'a~ia.11a uu Hra zil para ~c
n puder arem tl elle .
- Entrto, alé m dos p o rtu g u c~c:> e h e:;panh óe:, ktJU ·
u eru us llollaudcz0s qui~c ra111 ~er sc nh orc: Llu I: aa~il 'I
-Os h cs panh oc:·forwn p orqu e os p o r l.11 ~1 1 ezes crwn;
e us h olJ an d c~c l}_ni.zc nnn 8er, porCJi te os lH:s panhues
c~> l-avwn .sc11clo.
- Nrw cntcn<l o.
- Expli car -te-c i d ep ois a cbara.<la: \' nlle nJOs a os
P;tlmru·es. V i ve u a pcqncua H.cpubli ·a desde l G<lU c
p ouco· até 1697, anuo em lj UC os Pnulht;a ·, ·on aJnanu;t·
dos p or Domiugos J orge\ clho , a. de··tmimm. O )';u111bi
c os outros ch efe at iraram-:e em um precip íc io, p rcfc-
rin<lo morrer a vive r na. cscrav iu ~'Lo.
- En tambe m preferia, Dr. A maral.
- I mng ina., pois, Aha.ro, qua.l ni:'w tlcv i rt ter sitio a
<tiegria.tlo milhão <1c c~c ra vo ·, q ue receberam o decr eto
da s ua li bcrdatlc a 13 de Maio de 1s ··. (1) das tni:'to:; lia
Sra. D. L a.bcl, que regia (2) o Bra.zil n a nu. e ncia d e se u
pa i, o r . D. Pedro <le A.l·antara.?
- A R.ep ubli ca 11:1 p onta,, Dr. Ama ral ! 'ilia . c a
monarchi;t f e~ males ao Braz iI, se 11ã.o perm itti u q <te os
E stttt1os se adiantassem, :ú enriqneeeuüo a Cúrtc , se
matou Tiraden tes, eu lhe pcnl ôo t utlo só por esse
decreto .
- E estimarias a s ua. volta
-Nunca.. Pois cn c1ue estimo tanto que os escravos
ficassem livres. posso querer ser escravo !lo nma familin.,

(J) Gu/rJ·irr úc 1113lor:ll bm-:ileim . ucl. Uamicr, I'"~· S:J.


(I!) " )) " i4.
53

que te nha o J)l'Í \·ilegio (l c go \' erua.r só por·tllW os seus


filh os nasc rn prín cipes?
- Bravíss imo , Alvaro! Que111 fe z o 13 el e 1\faio
d(•via saber que o Li. ele Nove mbro esLava feito. Nem a.
' ra. D . I sabel, nem o Sr. D . P edro II, cl ev ia111 snrpre-
lrc rHl er-se co nr a proclama ção da Hrpnbli ea: a gratidito
pela liberdade, llada aos negros, não po rlia e xi gir dos ci-
tlndrtos a r en uu cin á sua propria 1iber da de. E t n sabes
que ~ orte b\·eram os born cns que se qnizerarn oppô r {L
liberdade do citln c1rws !
- E ' pemt que a lgu ns a inda tenham má. vontade {L
R epubli ea e esperança ele se v in gar. .
-O melhor me io ele vencer esses é esquecei -os,
mc n caro .
- Taml.H.: m a cho . Mas, pelo que di z o Sr., o reinado
d e D. P edro li de PorLugal foi mais agitado no Bra.zil
qn c o ele D . J ofLo V '!
- O d e D . João V (1) tnmbem teve s uas pertmba-
ções e fez nru a \'icl.ima co rno o 'l'iracle11tes .
-Outro rnart y r da liberdade, entrw 7
- Sirn , T!hilippe <los Santos, dilacerado por quatro
eavallos bravios, :t q ue o amana.r·arn, segundo diz a tra.-
diçito; on enforcado e esq uar t~jacl o, segundo d eclarou no
Gove rno o Co11de <.le Assurn ar, qne o accusava, a elle e
aos seus eoJ.npaubeiros em uma revolta, que alli rebentou
e m 1720, de qm;t·erellt cren.t· um govemo republicano, o
qne uüo fi. co u d e mu<.lo 11 enllurn prO\'ado.
- Ern todo caso, a Patria a inda estú devendo n. este
alguma cousa. que lembre o sa.crificio pela liberdade
de seus fi lhos. D eve pa.gar-lll'o, uito acha 7 O S r. Jalon
de perturbações ; quaes foram Y.

(1) Galeria cJc kislorin br,tzileir(/, ctl. Gnrui~r, p11g. !JG .


,,

54

- A iuimizatle entre Pauli sta s e Portugueze:, que


exploravam a: minas de ouro, deu c nu ~ a a nma luta
entre elles, chnmada. a. g·11crra dos elldJ oabas, appcl li llo elo:
portuguezes, sendo os p rim e iros vencedo res mmm ba-
talha travada junto ao Rio dn l\iorte ·, que, cl 'esse fa cto,
iirou o uome. l\Ia s os l'urtngnczc , scuLi(lo , c d e· ·jo. os
d e viugauça, fin girnm -: reconciliado c, surprclt cnd en<lo
os Pauli tas, os derrotaram c obrigaram a fugir.
-O Panlistn . fu girn111, Dr. ?
- Si m, fugiram com o terror ela ~mpresa Lra i ~'ocir a;
mas suas mães, suas esposas, sna: i rnü'ís, não os CJ uizeram
receber em casa e mquanto se niw Ja \·assem <l 'aquella
vergo oba.
- Ah, Pa uli stas decid ida:! Bra,-o ú. Paulista~,
bravo!
-Voltaram, pois , os filh o:, os maridos c os irmrLOs ,
r esolvidos a vencer os c •uboabas, ou a. morrer, q u:IJHIO
D. JorlO V separou São P:u~ l o e i\Iina do Riu de Janeiro,
e d eu-lh e • um governa <lor, a quem o ch efe do. emhoa.bas
se suj eitou, deixn ndo-sc el e proceder contra, os q ne li n ha. m
t ornado parte nas desord e ns, i to ·, C;Oucerle ncl o-se am-
nistia acs Paulistas e Por t ngnez s iu1pli callos na luta.
Em Pernambuco, tambcm, entre Portu guezes e Brazi -
leiros, estabt>lecid os nqnell cs no Uecife e c:t cs em Olindn ,
hou ve uma guuna q u e se chamo u elos Afascalcs .
- Porque 1
- Porqu e e1a a~sim qt:e o· Brazileiros ou pé ?'ltlUtdos
ti·nta\':J,m os l'ortugnezes, os quncs, sobre ltulo, se océu-
raYam gcraJm<:nte CODI O COIUlllCI'C' iO - 'llW SCrtl CCWnllt.
Os Paulistas uão os tratavam de cml•oabas, isto é, home ns
ele longe, palavu\ fonnaua de vocabulos in<li gcnas para
indicar que nf'LO emm nascidos no Bmzil, sim c xt-ran-
geiros Y Mas, em Pernambuco a. uu't vontade c ut rc nns e
55

outros vin ha da pre fe rencia dada ao· PortnguezPS para os


earc::o. a ·tut con · quente arrogaucia, que dofa aos
uatnrac · do paiz.
- Ua e m mesmo mal feito terem os Portugnezes
~ a. pr fere neia.
-Tanto o a cho que en j{L te disse qnc, ent.re os
servi ço. q ue o Brazil ll ove ao Marquez de Pombal, figma
o de te r ara.ba<lo com c lla. l\ia , <lada :1. luta em Per-
nambu co, pareceu a. D . J orlo V que o melhor meio de
pôr-lhe t rmo !:'c ria fazer do R ec ife nma villa .. .
- P orq rtc.
- Porl)ne, send o vi lia, teria o sen governo separado
do de Olincla e ni"w have ria oeeasirlo para os moradores
e auto ridades de ·alla urna llas povoações se choc:nem.
R esolveu, porta nto, o rei qn e s proccuesse {l separaçilo.
Os cncarrPgados d c .•a separa<;i"lO, r ntretan to, discot·-
claram : S eba:t.rto de Ca. tro Calda , governador de
Olinda, proteg ia o <lo ~ceife , e o juiz Dr. Luiz de
Valenzncla Ortiz, prot<'gia os de Olin<la. Aconteceu
qu e, ni"to se :abe qu ru, disparou um tiro sobre o gover-
nador. O governador declarou a cidade em sitio e
mau<lon logo pre nder os membros da <.:amara <lc Oliuda,
c o .iniz, que fugiu. A vista d i to, o capitií.o-múr P edt·o
Ribeiro, ú fre nte da tropa e do povo, obrigou o gover-
na<lor a retirar- e, e entrego u o go' emo ao bispo, que
concedeu amnisti;t aos suble vados. l:sto foi em Novembro
de 17JO. Em Julho de 1711, poré m, o capitão .João da
Motta prelHleu o bi!':po, que se achava no Recife e o
obt igou a prometter ins tallar a villa, e a dar-lhe, c aos
seus, amuisti:L Não. cndo essa prom<'ssa t~ umprida pelo
bi spo, depois qne E>Ste voltou a Olinda começou de novo
a guena : o Recife foi sitiado e j{~ t inha havido varios
com bates, quando c11egon o governador Felix José
:Machado de Mendon<;a, no,·nmc nt.e nonr ca.do. Cou tir-
mando as nmuistia.s tlacla pelo bis po, p c rs g uin , entre-
tanto, o gove rnatlor o. B mzil eiros c t e ria c.latlo lugar a
que se a cccndesse ma i forte a lu ta . niio fo .. s · a onl e m
regia tle í tlc Abril de 1711 , em ,·irlml c tla qual se
installon a vi lia do Recife.
- Que fe ia que srtO estas lnln. , não, Dr. .
- Sim, Ah·a ro, t.nns tE"'to se, d onlinario, entr · os
colonos e os colonisa1lore. . Olha o:::. A me ri canos c os
Iuglczc:. '\ ê ngora Cuba e a H e!;panha. Urua co lou ia
que se ac.l.ianta., é como um fjlbo, que cresce : qn er im7e-
J!C1Ulencia, quer vi ver sobre si.
- E consegue a se mpre .
-A historia assim o diz apeznr tlo ca o tris te tla'
Polonia , que, entretanto, para se r v n i1la, foi r talhada.
- Retalhada ?
-Sim, como o Brazil e-.:tcve n piqu e de o ser no
reinado mesmo de D. Jo:10 V.
- Como~
- Portug:d, estand o unido (L Inglatenn co nt ra a
França, que q ner ia qnc fosse rei de Hc.:panha um ne to
d e Luiz Xl V de França, porque o rei Carla. li d e 1 fcs-
panba o nome{tra seu herdeiro, o · Respn.uh ócs da Am~­
rica, por odio aos Portngnezcs, apod eraram- c da Colo u ia.
do Sacrame nto, qnc D. Pedro li ti nh a mandado fun1lat·
á margem do Rio da P n"Lta. Es. a. colonia anelou d Hcs-
pauha pam Portugal varias vezes, d epois sue so fTt·eu o
prime iro ataque, até que, em li50, fi co u asso:utn.tl o quo
pertenceri;t á Rcs pauha., ficando Pol't ugn.l com os Sete
Povos das l\1 issões. ·
-As 11-fissües, que o Pl'osirlentc dos Estados U uidos
decidiu ultimn.moutc que nos pertenciam co m os li-
wites, quo nós queríamos 7
57

i111 , c el e ·i:;1'to que n ito cu to u uma rroLta de


~nn g u c n e m a. n ó:, n e m aos A rgcu t iuos. Nrw e ra. melhor
CJIIC o;;; povo. ~ cmp r c rc. o l vcs~ 111 a s uas ques tões d'essa
111 :1.11' ira ? O arbit.ram cn lo ni'Lo ', prt:ferive l (~g u e rra '/
- i ·. ! !\I a;;; is ·o qu ' o S r. ·o n t.o u (:q ue e ra ' rctn.lhat·
u Brazil !
- N~lO, mai-; aJ ..·uma ·ou. a.. wo a Franc;a., por ;;;eu
ladc1, l a 111b •111 q u ria, ·au:ar a Portii''Ul q uant o prej uí zo
p o!l · ·se, 11111 urli t: ia l d e . u a m ar inha, 'arlo D uc lerc ,
projcrtou apocl mr·s • do Hio d e Janeiro, ondc <lc e m -
IJa rco u a J1 tle et 1nbro tlc 1710, ru a o ndeo bateram c
prr1nl ra 111, . c ndo cll c a ssa in:ú lo un. pri srí.o. Com o
pr l e xto tl c l'inoar a ·nn. morLu, outro ofTicia.l, o almi-
rant ' O ug uay .'rruuin. ( 1) JHLrLiu ela Fran~a em 1'71 1 COIIL
1lczr i Lu ml \·io: ; nlrou a 12 llc Setembro uo R io ele ,Ja,.
m~ iro; 1h ·umua r ·o u a 13 ua ilha das Cobras; a14 poz c ru
tcn a 3.800 h o me ns; npod c ron · c a 31 da c idade, que
h o lll banlc{Lra c q u o h abita n tes abandonaram ; sa-
que u a., c, a 13 1le Novem bro r ctiron·SC, le ,·a udo seis -
c n to. c d ez rui! c ru zado·, cem caix a. ele a s n car, du-
ze n tos uoi · o toll•l · a: ri tplCza · r oubadas uas ca as c
i "'I'L'jas .
- E n:w h o u,·c finem tl c fc u<lcssc a c idade?
- O govrr n:ulo r F r:t n ·isco 1lc C<1Stro Moraes e m lllll
h orn u111 incapaz, ou um co,·anle : ate rro u-se, fu gi u c
Obri go n ·.:e a ]Jrtg:t r O q ue pago u , qun.nllo, ."C Se déJOOrassc
mai. a lguns t1ias, teria receb ido, de ~Iinns, r e forço , que
lhe pe nuittiri a m e xpulsar o inimigo .
- E ua.<h so ll'l·e u ?
- Foi, com outros, courl e muarlo a degredo perpetuo
e n.t uma das fortalezas da Judia.

!I) Onleri11 ele hi1torin brn r.ilcira, ed. Gnrnicr, png. 26.
58

- E o Sr. disse que o reinado d • D. J oão .\ f i bom !


-·E foi mesmo, p orque, como vês, isto Ludo, que
poderia t er gra.vissimas couscqu ucia ·, nrLO a ·· teve ; a
colouia viu-se augrne uta.da e enri q ucc iu<L p ela. explo-
rações e o rei melhorou muito a. ad miuistraç·i"w.
-O que é i so.
- O modo de a governar .
-E, ante' dcllc c de D. P edro os rei · ni"to se c ·for ·
«;aram por que e lia f o · c boa ?
-Cada. um co mo lh e foi p o ·sivcl, mas pouco :LI ·
cauçou .
-Mas couto-me c ·se pouco me ruo, que ·ada uru
fez.
- Ni"w pos. o. Teu me t re lic d e c uho que c utrou
agora me: mo, cst~í a t ua esper a .
- E depois da li!iiio ?
- Nrw estMci em casa suui"to (t · . ei · h oras. Pon1uu
não ha de ser outro t1ia ~
- Sl"ja. Euti'LO -obri gado, c até Já.
VII

- Sabes, Vovô, que j{• esto u muito longe do Ypi-


ra uga 1
- Siw ~
- Sim. E stou no Palacio de Cintm, em Portugal, o
e m 161i'7.
- E como t•otleste fazer t~"Lo graLHle traves sia ~
- Graças ao Papai e ao Dr. A mat·a.l.
- Com ti"'to bom auxilio, j{L me niio pa.<;ma. E que te
pareceu es e CasteJlo de Cintra 1
-Maravilhoso, c Ciutra um paraiso. Lá me
mostraram, Ulllll quarto, o pavimcnt11 des bastado como
pelo att rito de pa. sos coutiuu os Dir.em que o infeliz
D. Atl'ouso VI o gastou <Í força. de pa scar de um la.do
para outro uessa prisrw, em que o mcttcram.
- E ver.laclc. E nós, brazilciros, nfto podemos senão
ser-lhe gratos, porque, no cu governo, belll certo,
attcmlcn ás queixas, que havia. rontra a Companhia elo
Cvmmercio c converteu -a numa Junta, que procurou
melhorar.
- Que Companhia de Commercio era, cs a t
60

- A Co1upnullia Geral tl u Co Jnnte r ·iu, ·r..:ada por


D. J'orto lV , seu pai , e111 J.G1!J; co mpanhia q ue d e via
prestar gramle::; ·erl"i ':os, ma · qn c !-!'O ,a\·a d e ex t ra01tli-
narios privilcgius, tt•ndu o mono p•di u Ü•J S g ·uero d o
prim eira necessidade.
- Que é m ouop olio?
- S ú t'l la potlia tra zer par;t o Dr:.zi l c lr,·a r tl o
Brazi l, os gc ncros impor tados c xportados . Enlr • out;ras
obriga~·õc~, t inha , p oré 111, a tlc 111 :tlHlar dua:-; frot.ts
a Hutml111 e ntc para auxil iar a exp nl:;iio tios Jl olla ntlt·zt·s.
Ora , quc111 tc111 un1 mun o polio fJ na · i . Cllt prc nbu ·:L tl' el le
para c nriqu t·ecr cl<·prcssa: foi o qu e ::;e d en cu 111 e ·ta
Companhia c fui o quc <le u cau sa ú ·ua. : upp r s~i"'w.
- A.lt, sim! . .. .-\ revolt:t d e B equimiio, cu iLatlo !
O Dr. Amaral j :\ me !"aliou uclla. l\I:L~ Lu di ·~e::-te agora
tiiiC a Compauhia t inh :t taJ ttbc nt a ob ri ga~·iío d e a ux ili ar
a expulsrw dos H oll a ndez · ~. Que I l ollandczes?
-Os que e haviam apodera tlo de uma parle ü u
Brazil.
-Qu a ndo'?
- De Hi24 a Hi:í ·l.
-No rcitlnt1o t1e JJ . Jurw LV '/ ( 1)
-Antes c tlurautc cll c .
- E pon1nc rui que ell e eo nsenliu I
-Porque o nrlO po udc irnpt·tlir, IU Cll caro . Portuga l,
cm158l,tiuba sido conq uis tado p e ~ aHesp aub a . O Bra :~.il ~
que em. sua colonia, pas ou a perteucer a esta c foi go-
vc ruado por Pbilippe H, IH e IV . Hollant1a c H espanha
Cl'Ull.l inimigas. Sendo mais uiffiril {L He p auba defemlcr
as colouia.s do que o seu proprio tenitorio, os H olla n-

(I) Oaleri•' ele l1istoria bra=ileirc,, C<I . Unrnicl', png. !12.


61

drzc c ·c.;olh enttll e n tre aquclla.. , o Brazil para p o uLo de


ataqu e.
- E foram h ·nt , u ·ectli<1 os 7
- A. cxpcui ç;w tlc lli24 apode ro u -se ela Dahi;t a. 10
d e l\Iaiu (l ) occupandu n, nt '· 1 el o w c mo llt Cz uo ;uut o
scguin Lc, 1lata e lll qtt c se ret iraram os Holhwdezcs,
l e ndo c:tpitulad o di a nLn d o cerco p ost o p e las forças ele
ter ra. c m:u.
- J•; aLrC\' ram -::;c a uo ,·a t c nt :tt ivn., tlc pois tl ' cs~a
li ~·ão !
- Atacaram , Ctn 1\[arc;o el o a. nno. egnin tr. o Et-piri t o
~n n to , o nd • Jl~to ti ,·c rntn tmlhor ·a rte. E m 1G27 c 1G2S
a:ncla o :iltnirn.ntc P icte r H cy n e n t ron na B;thi:t c ap re'<On
\':LI ios u n.v io · mc r cn nLe..;. P orém, a, . na gran d e c xpt:·

dic:fio, a ~J'~ l.! a l(\:tnçon firm:1r o . c u d o mínio e.m lonas


brazi le i m~ , foi :t de If;:3o.
-E lir111 0U·O 1\l C~ lllO ?
-D uran te 2,1 a un o. c::o lllo te tli <:SC: h a ponco.O po nto·
c :·co lhi do foi P e rn ambuco. A l-1 d e F e ve re iro npparccc u
d ian te tl o R ecife um a c:-qnndra tl e m ai: ele !'Ctcuta
n;wio"> (2) , ro mpc mlo fogo n o dia seg uinte contra a ci-
dade , que . ó se rendt'n a, 1 1l c l\[arço. X o di a. lü tomamm
t:un bnnt O linda . lUa Lhias 1lc Albttqnerqn e, qu e e ra,
tll'S a épeca, o gov~: nmtl tn· ve nllo c}uc 11i"LO p odct·ia tra-
var ba.ta.lha co m os in va ·ores, que sob re pujavam mui to
e m nume ro os se ns ,form r.•u um cn.mpo mili tar-a que eha ·
nHwnm o \.na.üt l rlo Bo m .Jesu ·-, e ntre as <luas povo:t-
c;ües-c prin c ipi ou a h oslii li sal-os com guer rilhas, feitas
po r com:]Jcwhüt,s ele cmbo11cculn, capitane adas pelo iutli o
Po ty, mais couhe c itlo por Camarão. E ssas companhia ·
cau::;:u·au.t aos Hollandeze · muitas pcl'!las . I

(I. J Gu(aict ele historiu bra: ilcif(t. ed. Gll rJlicr. pag. 16.
II
(2) )) " " .. 18 . ~
62

-Bem feito. Q IUIII lllc ·· IJia nl u virem ·ouquistat·


a terra dos out ro · ?
-Nu anuo . cn·uintc, 1G3l. uma e ·qun.tlra, mautladr~>
da Hcsp1ulla c outm ela H ollanda Lrnvanun b :Ltalha,
que uão den vicLoria a ne nhumn ua' par tes . .:\. c qun.Llra
he paubola, cntretrwto, tl l!:C:e lnbn.rcou, e m Penmlllbuc:o,
setecento-s h omeu ,, commamlado.· pelo ··onde tlc
Bagnuolo, c 08 Holhlllucze., p usando que •m111 mui to·
mfl>is, iucc udiamlll O linda c jnutaram totlas a· s uas
forças uo Recife . Atac<tndo, c nti"to, :t Parahyba c o R.io
Grande do Norte até ao 'abo d · Santo 1'..rro. tinbo .. ..
- Sei . A.li c:Lá c ll e no mappa.
-Foram rc pellidos. Pa. fl>ndo, por6111, para o lac.lo
delles o Bruzile iro Do1uiugos Ferna ndes Calabar, que
conhecia palmo a palmo o tc rr no, ata aram c apode ra.·
rrtm·s<', de 1632 a ll.i:H, de Yarios ponto ' , que c.l esc·
jamm. (l)
- Bs::;c Calabar foi um tra idor.
- Nrto sei, Alvaro. E ' a palavra é <lura, c quem
abe quac.· fomm a iutc uc;ões, ClllC iuspirarrtm aqucllc
nosso compatriota Eu nrto ~ei se uó mais Leriamos a
ganhar com o clominio lto\laud z do que co m o portug ucz,
e nrLO posso pois accusa,r de perfjdia a Calabar. H a muita
gente que pensa que teria ido um a fcli c iuacl e para o
Brazi\ ter sido CJnquist:tdo pelos Hollaudczcs. Chaman1s
a esses, traidores .
- :àhs Calrtbar peus:wa a: ·im.
-Se pensava e andava CITado, é antes um iuepto elo
que um t·L"aidor. Que lncL"O ha. em envileccL" a sua mo-
moria.1

(1) Oa!eria de laistorln brat ileira , cll. Gnmier, png. 'lO,


63

- E a J:Iespa nb :t, porq ue nrw mandava ma is rccur:os


cm favor ela colonia .
- r orrJliC estav:t abarbada com guerras na Eu ropa e
nito potlia c1 a.hi d e v ia.r forças. Vendo isso, l\Ia thias t1e
A lbuq ncrq u · r ·sol ve u ret irar-se para. a s Alagoas com
tod o. os Braz.i l ·iros, q ue . c nrw q ue riam s uj e itar aos
H ollan dez c:.
- A hi C ·L{L um a CO lLa bcw f ·i t:l, nrto 61
- Ko :tmiulto, sahiu ao c nco ut ro d o ret irant e~,
p ·rLo de [' rto · 'a lvo, a.labar com forças hollandcz.cs,
mas foi tl c troçauo , prc o c cnforc:ulo. Cbegamlo <tS
A lagô a ·, foi :Mat.h ia · d Albnqucrq nc ·nb 'titnido por
D. L niz d Hajas c B orja, q ue trouxcm da Hespa uh:t mil
c <:teceu to. homens. E ·sa forças foram co mplet:uueute
batidas c n1 Janeiro de 1 36 e, cu ch e fe, morto . 'roruou,
cnt\:'t n, o Comwaml o, o Conde ele Bagnnolo co ntra vc7, se
va leu da · gnenillm s, em que muito se d isLingnimru
Cama rão c o negro FleuritJllC D ias.
- O · í ndio: c os 11eg ro · aj udaudo os bra ucos, qn c
IIJ e · fi zeram tanto mal !
- E 6 d essas t res raças, cada uma com as s uas vir-
t udes p ccnli are , q ue s tem formado o povo ln·azilciro.
Mas, cm 1637, chegou a o H.ecifc Joã.o :\fanricio d e Nassa n,
(1) uomcado goyeru adot· do Bmzil boll.mcle7., qnc e n t rou
logo em activiuaclc. B:tteudo o Cour\c ele Ba gn nolo, le vou
a co uqnista aM: a.o I~i o de S. :E'raucisco, em cuja foz eous·
truiu nru forte, q ue se dcuomiuou Mauricio, e d 'oudc
Yolto u ao R ecife pa.m c uidar de organisar a colonia.
Homem de muito ta.lento c icléas a d iautadas, proc urou
toruar o d omínio hollaudez mais supporta.vel aos Bmzi-
lc iros, c Jcz prosperar cxtraordiuariamcnto o pair..

(I ) Gu lerin de llistoria bmz.ilci,·a, ecl. Gl\ruier, pag. '!~.


64

- Qua~i, en tã o fJilC n "1' 11( · t e m ,·o nt:Hl e de npp lau-


dir o Ca labar.
- Ah , j:'t rês q ue f\>S k fa c il , n i11da hn p o uco, e m
castigai-o <'OII J a (jlwlifi caç·i'"to d ·traid o r.
- E a H c. pn n ha , ,. ndo a e<• lllcc:\·r l tttlu i ~:o, :tintln.
cout inun.,·a se m t':t:t. ·r nada. ?
- Oua~i uada.. J.;tu J(j;'!) , p r'· lll. e m · io uum:L CSl(ll:ttlrn.
soh o mando elo Conde d :t T orre. E . tr jt llltanllu n.: t'or~·o:
n a llnbia,:ahin :í proc n m d :t C!'(jii:Hlra hnll:tnd ·za, , Cll·
con tran clo n. t1ufrontc ela P a 1a hyh a a I~ tl · Janeiro do
l G-10, rmpcnhou · o Ju ha~e co m ·ll:t rlnr:wt· • tru · 1li.1S c fui
llcrrot a.\l o.
- .A lé 11J <l d CI II OI':ltl o ·, ·aip ór:t~ Vvn) !
- Vc•iu substituir ao Co nd e d a 'l'o r l'<', o Marq n <·z de
1\fontah i'"10 , c·c m o Litulo \~·vier·· r i c capitcio gcurral1lc
ma-r c ferra, rmprc::.o c re~>laltncçüo do Bl'{(::il ...
c tmzia auxilio Li'io "l':tndu ·omo o titulo apo::;to
que o h ollauclcze: Clllb:trenram :lJ)I'C · ado!'.
-E. tús pnm gra l'jo. !... :i\Ias, ,-oll:tndo :10 sc rio,
verá: qn c, iut'ul izmcnt. , ainda c se emb ll'f]n C se demorou
mui to. E o ca.·o fJ. IIC, no anno r.na qu e o 1\lMtJII<':t. chegou,
l.'u t ugal s r ' vullo n eontm n H c:panha,t l'el la s · s<'p:uou
e acc l:tut o u rei l> .•Jo~w I V qu e foi u clll·fc d e dyua. ·ti a
tl e Dra.gn u~·a .
· - S iua, sim ... Lenabr:t· lll ' t e r li do qnc fui nc"sa
occasiiio qu e :tlgun s paulist as quizeram :vcla.nt:u· 11111 rui
Ctn S. Pan l•J,e que o r e i l'u ;;iu d 'e:l e ·e foi se a:ylar num
COil\'CUI'O .
- Just:tmeute. E o a cclan utdo, o hom;} lll 'llll.l fugiu
á corôa, foi Amador But·no tl e Ribeiro.
I sso, eulrctanto, pc n. n.m algun ~, foi promovido tw los
Hc~pn.nhócs que, vendo o Bl'azil csc:~pn.r (L JJc·panhn.,
estimariam ver tambcm pcrdel-o Portugal.
65

-- 1\[a.: l'or tu g al scparautl o-sc da H cspaulw, c n!1"to os


llolla 1Hlczc: d cv<:' ri <LIIl a brw do nar o Bra~.il. ..
- Pt•r q ue, m ·11 ·aro, p orq ue '!
- Pois c ll us urw t iuha. m iuvadiLlO para. prcjwli ca.r :1.
Hc ~ p n uha
im, ma os co uqu istallores uftO se r egula m p ch'
log ie:t cb. c ri <tn ça s, m u Alvaro; e, se Portugal ·c via
co111 a. llcspa nll a a li fL .·ua. ilharga, o q ue é q11c poderia
exigir tla H olla nda ? D ..Juf'to IV fez, (: VC['(l:vlc, a sua.
r ccl::u na.çi10; p o ré m, n1to. c nclo atte mlido, alliou- ·e com
a Hulla 1Hla couLra a llcspauha, e co utbinou novo anuis-
t icio d e d <'z a uno· uas colouias .
- O q ue ve m a. ~c r an ni 'licio ,
- ]';' a n ·pc nsrto ela g ne rr:t. Durante d ez annos, os
holland <:zrs c os purt11g ue zes nr'to pod •riam g ue rrea r no
H ta zil.
- Q ue r dizer que o · IToll a nde ze teriam te mpo tlc
arranj:lr mu ito be ut a ·u::t colo ui:1 no Brazil, nrto é 7 E os
bra.zil e iros s uj •itaram-sc a isso '!
- N e tu os 13razil e iro , nc JU os Hollantlczés.
-E' urio o . Os Ho lla ndezcs e ram, e utfLo, llifficeis
d e conte ntar.
-O;; lfolla nd cze urLO :c : ujcitara m ao armi stício,
porq ue ufLo . c ndo o tra tado, q ue o esta.uelece u, a ssignado
logo, aproveitara m . e ell es d tt d emora c couq uistaram
mais Serg ipe e o l\Jaranhr'w. Os Bmzileiros, p orq ue o
no vo gov c roau o r A ntonio 'l'cll es da Sil va, recomrueu-
dan do sempre que se re ·p e ita ·se o armísticio, occnlta.-
m en te fav orecia, :t revolta coutm os Hollandezes .
- Vê-se b e m q u c uns e outros sabiam faz er jogo.
- O resul tado da pa rtida d e p endia d'isso, meu caro.
O c a~o é que, e m lG 14 fo ram os Hollaudezes expulsos do
l\f arauhrLo; J or'L o l\Inuri cio de ~a.ssau d e mittiu-sc por
66

estar em dcsa.ccôn1o r om os seu · pa t rí c ios quanto ao


modo de governar ; e Anel r· Viclal de N egreiros foi de
Pema.rubuco {L. Bahia preparando uma co nspiração, em
que Lignra.rnm J oão F crnaurle Vi e ira , Antonio Dias
Cardoso, Antonio Ca va lc.auti , l fe nri q ne Dias e Phi lippe
Camari"to. A revolt a <l CYc ri a, cgnnt1o o ac co rdo, re-
bentar a 24 d e J uuLo d e 1G45, ma: d ois portugueZ<'S e
c inco j udeus dcrnm denun ci:t ü'ella , c os conjurallo~,
jnlgam1o que nrlO deviam p eld ' l ' tempo le vantaram o
grito ll e gucna. a 13 d e Junho .
-Porque é que urw l1a co u s pira~· i"t o . em traidores
Vovô.
- Q.uasi que nrLO é sem rnzrw o t eu rcpa.ro. D ecl a rada~
pon!m , a r evol ta, a: força · b ollantl eza. sóm e ntc a 3 do
Agosto se encontraram com a: dos TIH1cpc ndentes, que
a.ssim fi caram chamada a que cont ra cll a · operaram.
li'oi no 'M onte das 'l'abocas o encont ro. Ahi , mal anna.<los
c mal cli:cipliunclos , mil homens bat.cram , na defesa de
sua terra, oitocentos tlc ,tropa reg1dares, obr igantlo-os á.
retirada. Logo depois toma ra m a Casa .l?otte, c ngenbo
conh ecido por esse nome, o cabo de Sa nto Agost inho,
I>or to Calvo e Oli n<la. l te pellido<; de ftamarac{L pelos
Hollan<lczes, fundaram um uo1·o campo militar <lo Bom
Jesus, c ahi, em Outubro, acclamaram como gov ernador
a .Torto Fernandes Vieira.
- E a gente daHollanda. era. como a de lfcspa.uba,
que nrLO acudia aos seus ~
- Não ; em 1G 116 veiu lla Hollan<la, com grandes
reforços, Segi:mun<lo van Sf'kh oppe ; atacou <lua .. ve?.cs
_Olinua, que o repclliu, c conduziu a lta.paricn. uma frota
de 4-0 navios, desembarcando c mandamlo ll ' alri drpr·edar
a Bahi a. 'femlo vencido Francisco H cbcllo, que viera.
67

n.tacal ·o, abamlo non a ilha !"Cill de mora para acndit· a um


chnllln.tlo tlo R.cci f c .
- E P o r tug:t! c nl roll:tlllla urLO \'Íalll llC!>l'l'.'p Citar o
anui ticio, Vo vô ?
- Yiam. A Jl'ollamla rec lamava e Portugal fingia
atte ndcr. B' c laro, e ntre tanto, que a H ollauda tanto
mais rcci:wr::nia quanto rnai d e rrotas so fl'res e m os seus.
E a Ye nbd e é que tan to rec lamo u que Portugal se viu
obri g ado a ord e nar a Antonio 'l c ll es que d esarmasse o.-
Indepe nclc.;nt .
- Fa~·o idéa co m que dôr d e c0 raçrLO e~ ses patriotas
d e puzc ra nr as : uas arma. , Vovô!
- D puzuram ! ? Qual o que, m eu filho : <l eelararam
q ne ~rl esobeüec iwn ao rei e !]ne. i·riam ?'f'Ceber o easl.i.go llepois
rzne expnl, assem tlas snas terras os extrangeiros invasores ».
-Ora alli e M, nma r espost<t b oni ta !
- E o qn e didts t u d o :.teto de V ida! de Negreiros,
qu e, n;w con en t indo qu e in ccnrlia s ·em os cannaviacs,
que Tell(•S d a S ilva tinlw. mandaclo queimar pa.ra pro-
juizo d o: H oll a ndczes, iucentliun os da f<rze uda d e sen
pai para ni"Lo pcn . a r e m que c ll e se oppnnha porque a
m ctlil1a lhe trazia prPjnizo ?
- S e i, sei l Jfa um qundro na Acatlcmi<t d e Bellas
Artes, n o Rio de Jane iro, re preseutando essa seeua.
I sso é para compen ar a traiçr'lO dos ontro~, nrto é, Vovô ~
- l\Ias onve ore. to dn gloriosa campanha dos [ndc-
p c ucl eutes. D. João IV procura\'a conte ntar a Hollanda,
dando lhe aquclla satisfa ção; mas, sem embargo c1 isso,
mandava aos l:'emambucanos um ch e fe . Esse, o Mec;trc
de Campo Francisco Barreto lle Menezes, cahindo nas
mr'tos dos Hollandezes qna.nuo ~c approximava do desem-
barque, C<)nscgnin fn g ir-lhes e chegar· ao novo arraial do
Bom .Jesus em Janeiro de lG,IS. A 19 de Abl'il, Hol)a.u-
68

dezes e Iuclep c udeutcs eHco nLrn.r:uu-sc a trc · lcguas do


Recife entre o mon te ' iLUH<"trnp e a . ng nas dns Co t·-
corauas. A hi , mais nma vez, a ,-i ·te ria. coube aos Indc-
p enL1elltc, qn •, to davin , ne. ·c mesmo a nn o oiTr rn.m o
I'C\'Cz l1a p erda do vnlcnLc Cama.rão, 111 1 to L1c febr no
a mnpameu to, e s nbstiLui llo po r u ·ohrinh o D . Dio:··o
Pinheiro Cmnarrw .
-Dom Dio"'O '! Enlrto c sa famíli a de Intlios t.inha
t it ulo d e fidalguia '!
-Sim, em recompensa d os seu · tTi <;os, hav ia
Carnnr1"to r cceb itlo do go Yerno portuguez o.· fóro de
fidal go.
- A victoria üos G unrnrape ltn.Yia c1 • :w imnr mui to
os Ind epend ente .
- E tles animar os U ollatHl ezcs. Ap rlatl o. , co m
cfl'eiLo, no l{.ec ifc, csfort;avam- c e. te· por lr:wat' uma
bat::tlha,e, a 19 d e Fcv e r iro de 1G! 9, n os me ·mo: mou tcs
Guararapc , empe nharam c 111 novo co mi at •. Era claro
que o fim do domin io h ollandez ·c a.pproxilllava : a sorte,
outra vez, lhe. foi tlc fav omvel. A creac;ão cl• uma co m-
panhia de Commercio, aqucl la q ue, como te Jus de
l embrar, D. A ffonso V I se viu na ncccssitbd e d e c:up -
primir, c a d e ·larn~·l'to <l c guena feita p ela Juglatena
ú Hollanda, ai nua mai · Yi enttn aprc ·sara s tm extiucção.
- E j{L era be m tempo, Vovô . Que pacie ucia e que
h eroismo o dos Iudepeudcntes !
-Em 1650 a primeira . quadra tl:t Co mpaubia tlo
Commer<:io desembarcou rcfort;os p <tm os Iude pendcntcs;
outnts se lhe seguira m, r , flnalm e ut , e m 1G53, vciu
uma de se euta nav ios a.o maudo tlo Visconde tla
Fonte-Arcada, q ne fechou o sit io uo H.ec.ifc pot· mar.
-A gora, Holln.ndcw ! Agora vamos vêr p or onde
vocês escapam.
. I

69

- Os fortm;, q uc defendiam a cidade, sitiados com- ·


plcta mc ntc, rora rn ·:C rendendo nm at.raz do outro, ató
só ttwn tc restar :lO inimigo o dos Cin co- Pontas. Este
tnc ·mo, a : al t:tllo p r A nclré Vida! de Negreiros, capi -
tu lou, c, a 2G c1l! .Janeiro de 1G5! , assigno n -se na Cam-
pina ele 'l'aborda, dian te ele · ~ c balua r te, nrn accôrdo
p elo qual o I:lolbn rle7.e abandonavam o Brazil.
- Vi vam o Tu d pc ntl •ntes, Vovô! Ch ... ch ...
pum !... pum !. . Ch ... cll ... purn ! T a r atchirn, taratchim
ta ratchi m tc bim ... tara.tc bim taratchim tamtcbim tchim!
- A. 27, JorLo F c ruand c "\ ieira c o o ut ros ch efes
tomaram po ·:c do R ecife, e a 2 alli entro u o Mestre de
a mpo Fran ci co Ba.rrcto d e l\Ie ne1.e . O accôrdo da
Ca.mpina l c Tn.borda foi, depo is, em 1G61 approvado
por D. Affonso V I , rcc beudo os Hollaudezes, como
indc muizaçi'to do que e ntregaram, cin co milhões de
cruzado e todas as pc<;as, que tivesse m as armas da
d a H oll:wcla .
- 1\1:1 i o Vov ô' nrLO d evia ser. Que m é que t inha
culpa d que clle: t i\ essem vindo pam uma terra, qnc
nrLO era u :~,, c d e q uc fo sem d cn otatlos 1 F oi como
(lc p ois da lu de pc ndc ucia ; puíle mos fúra os PortugneíleS
por uma g ue rm em q ue clles nr10 nos poderam vencer,
c a inua por eima tiv emo llC pagar·lbc · Llois milhões de
li bras! A · im q uas i que vale mais a pena ser derrotado!
-Realmente, Alvaro, a quem vence é duro pagar
d e pezas de q ue nrLO é c ulpado ; antes lhe assiste o
direito de . cr iude mui a lio por aquelles, a que o obri-
garam. l\ía,s eu vo u te coutn.n tlo a historia como cllajo·i .
Dive r te-te n.gora, e x<tmiuando isto. Aqui tens a batalha
dos Guararapes, pintada por Victor 1\ieirclles (1) . E na

(1 1 Ga!cria d~ historia br.dlcira, cd. G:\'uicr, png . 24,


70

bistoria de Po rto Seguro, aelwr:í nma e ·tam pa, qu te


dant idéa do R ecife no t e mpo h ollallll cz.
-Obrigado, Vo\·ô; cxamiuar i co m atte n ção C!'SCS
quadros. Parece me q uc h ei de vê r p ovoados esses
lugares p elo vulto dos h eróes, que ui'to de ca uçanun ,
emquauto o extraugeiro pisou, como Senh r, a no. sa
Patria nasceu tc !
- E toma 1(~ um abra~·o p lo fecho, que ó o sent i·
mento de uaciona.li dadc, c1uc a hi :-;toria. da patria acco1·<1a.,
pó de iuspi rar na t ua i<htde ! . . pa ! . .. B m ap r Lado.
VIII

-E', realmente, allm iravcl o panorama que se


avi. tl\ d 'aqni do alto, Dr. Alencar!
- E olha como o P~~o de A:sucar se afigura peque·
nino!
- Com que clarezn. tli ·tingo a Praia Vermelha.,
anta Cruz, Siio JorLo, N.) teróe e Htais longe, Villa·
ganhiLO ...
- Villegaiguou, A lvaro; o nome é fraucez.
- Fra.ncez . E d' oulle lhe vem esse nome fraucez,
Dt·. ~
-Do fraucez, que co ustrnin aquelle forte: Nicolan
Dumnd ele Vi ll cgaiguou. Vês ali a J_,age~
-Vejo, ·im, se nhor.
-Pois ali foi que cllc llO ·embarcou primeiro;
d pois pa ·sou se para aqnclla ilha, que os iuuios chama-
vrun Scrigi)JC.
-R o que veiu ello ClÍ ützed ... Dar-se·{L que os
Fmncczcs j{L tivessem atacado o Brazil antes de Duclerc
c Duguay 'frouiu 7
72

- Ah, meu caro, uma joia co mo esta, que m não a


cobiça ~ Um ceu tão liuda.mcu te ·olorido; uma. vegC'-
taç~to, q ue metteri a ze los a F lora; fru c lo~ q ue ensobc r-
becem P omona; fl ôrc d e ole ncia cut ri val; a l'iq ucí\a
p or totla a. parte, por toda a pa.rLc o bc111 's Lar, o co nfur Lo
e uma belleza do Para.i ·o ! Qu e paiz ba :L im na Terra~
Que regir10, do pín caro de um m utc hu mi ld e co mo te
Corcovado, tl c corLiua no olhar e mbe\· ecido u1n Lreeh o
de formosura . emelh a ut ao que d e. fm c La111 o · ?
-Mas o Fmncezes qui;r,emm mc.·mo apoclerar-:c
do Brazi l ante de D ncler c e Duguay·'Irouiu.
- Se quizeram ~ G ttaxe nduha que t' o di ga.
- Gnaxcmluba t
-Sim. Era em 1594. Jncqu s Hifl'ault e Carlo <1cs
Vaux eram dois úmadorcs d e Di pp e, m França. Apre ·
. taudo algun mn ios, viemm chegar a ilha do l\Iaranhão.
Abi, com auxilio dos índios, ··c c ta]) cleceram . Volta.ndo
ao seu p a i;r,, Carlos tlcs Va u x orga ni ou, para exp lorar o
novo c tabelecimCJlt.o, umrt contp:mbia, qu e equ ip ou t re.
navios e t rouxe a primeira le ,·a c1 g ntc. Em 1612, isto
é, 18 annos depois, Dani ul d e La Ravanli cre, dirigindo a
ex pediçrw, aportou áq ncll a ilha tarnbe m, c rc. olvcn abi
fm11lar nnm povoaçrLo ·ob o nome de Siw Luiz , 111 h onra
de Lni;r, XIII, rei de Fra.uça, ua. época.
- E quem, nesse tempo go\' Cmava 'Portu gal ~
- Poil: utLo te lembras, Alvar o, qn em o governou tlc
l úSl a 1640 ~
-Sim, os Phi lippcs de Re pauha. E nfto fez a Hes ·
panha nada p:wa expulsar os francezes ?
- Jeronylt&O de A.lbnqucrqno, i ncu11 tl.J itlo pelo Go-
vernador do No r te elo Braz i l . .. ..
- Do No r te. do Braz i I '!
73

- S im, porqu e C lll 1573 o re i D . Sebastião o JJavia


di vidido em dois: o Nor te c o Sul.
- I'ara q u e~
- l:'.tra governa\ o lii Ci llor, pu rq ne em muito graulle.
- E qual e ra o tl o S ul ~
- O que ti nha por enpiLa l :t .. icla.dc, que se este nde
di:mt~ de t u' olh o , fun darl:t em 1567 . (1)
- A Bahi ~t ra, e ntito, a ca pi ta l do Norte, nrto ?
- Ex ~tcta m e n tc. 1\'T a: J e1 onymo de Albuquerque,
eucarre"atl o p ·lo oovc ruador du Norte do Brazil, (htspar
de Souza, de fullllnr um a capi tania ....
-O c1n é cap ita nia, .
- E a di\ i ·ão de t erra , que é govrrnacb por nm ca-
piLr'LO-J ronymo de Albut(uc:·qu c, i uc nmbido de fuu dat·
mn a eapitania a lé nt <lo C~;rtr:'i, rcco ub ece u as forças do:
Fraucez<'S e, em 16L4, ·a lton cou1 quinhentos homens uo
lugar cha mado Gnaxeud u l..~:-t.
-- Cá está o enigma.
- Ahi se fortiticon comll ll10 foi po · ·ivel, e, atac:ulo
em Novembro ,derroton os extrangeiros e obrigou-os a nru
armistício de um anuo.
-Que coragem e que furça tem a gente, que defende
a s n:t te rra, Dr. Alencar !
- E' vcnlaue,· Alva ro. O l\íarqncz de P ombal dizi:t
:tnlll e mbaixador inglcz qne nm h omem na sua c·a~a é tão
forte que, me: mo depoi s de morto, s~to precisos quatro
para. o ana ncarem d'ella. Mas contiunemos. Chegando
no vo· reforços a Albuquerque, logo depois dos fa.ctos, qne
te contei, exigiu elle dos Francews a entrega <lo forte de
Itapat·y ou São Jo ·6, que recebeu; c, no auuo seguinte,
aprcse utaudo-se o governador gel'a.l da Annada., Ale·

(1) G'Jleria de ili3lot·ia brazileira, ed, Garnior, png. 1~.


74

xamhe de 1\lunra., de ·pejo u ela ilha os i uva ores tomou


conta. tlo forte ele Sito Luiz, c uj o 11 0111 11111U OU pa.m sr~o
Philippe (vê,.; logo ponp1n) , pa ·u. n rlo á p ovonçii o, que é
hoje a capital elo E ' L:t<lo d o Mara.nhrw o 110111 0 tio fo rte .
- E ue nhnn ' outro e xtrau ;;c iro · se I ·n1brararn
tambem de imitar os Francez ·. 'I
- O · Hollandczcs .
. -~h, tl es e e u ·c i! Ern P c m :wtiJII Cn .
- Nrw ; mt bo ca. tlo Amazona · .
- 1.\ .n tes on drpoi ~
- Em 161G, ma. i o n JU uo .
- Atrevido ! E quem os poz l'úra .
-O c:tpitito-m6r Fmu ·i ' CO C:Lidc im ';t ·t ·I lo Hra.nco,
a quem o ca.pitito·gen e ral tia A.rnutd:t, A le xantlr uu
l\Ionm mandou est:1.bulr.ce r a Ca.pi tau ia do Par(t c q ne
fundou a. cidade de Bel ;111, ca.pit:tl uo B Lado tl'aqncllc
nome .
- Entiw a Capitania elo P:tr:'t foi fun tla.ch durante o
governo dos Philippe.s 'I
- Sim j e Philippe nr.e m 1G2t c re ou '0 111 c lla 11111
estado, unindo -o :.t o 1\{;Lr:whiw c ea.r:'t, c uamlo -lhe nut
govematlor seu. .
- Entiw fi cou b:weutlo trc: governatl ure · no Br:tzil1
- Dois: o do E ·ta.tlo Llo l\br:tultrto, ao Norte c o <lo
E .' tado do l::razil, ao Sul, d esd e o R.io Gr:tutle do Norte
até Sa.nta. C;ttharin:t .
- O Senhor ulo tli.s c ainda ago1·a que D. Sub<L ·tiito
divüliu o Brazil em 1573 em dois gove rno · 1
-Sim, mas em 157 ' reuniu-os.
-Porque t
-Porque lhe pareecu que a tlivisiLO anterior urw
tiuba dado bom re:sultn.t1o.
.
- Quanta mudanca!
~
·.
75

- (!; nrt') p·1s ou o Bra,zil só po r essac;;. Em l60S


to ruou o gov ern o a. d ivid ir c c e Ul 16l6 a unir-se .
- E e m qual d 'c scs gove rnos foi que o Sr. Vill e·
gai" uon e t au cl c~c u uaq uolhL ilha 1
- E m n enhum .
- Como e m ue ultum ? ! E:;ta agora é do ·o lhe tirar
o cltapen !
- S im: 0 111 ucnhum d aq nelles ue q ue fal(tmos,
p rtJII foi no goveruo de D ua r te d a osta, 2" go ve rnador
geral tio Brazil.
- Q ua l fo i o prim eiro .
- T honté de Souza.
- E os o ut ros?
- 1\ie m d Sft., o te r eei ro, uomcado por D. Oatha.l'i ua
ü L\11 ·tria ,q ne regia por ser me nor s en fi lho D. Sebastião,
o qu al ma i:: tftnl e morreu ua A fri ca, de ix:a.ndo o t.hrouo a
D . A n tonio, pri or do Cra to q ue foi : ul.J. t ituitlo por Phi-
lippe d e H . pn.nha.. Divi d iu -se, ent:to, o o-o verno : ao Sul,
o D r . A u to ui o S·l le rna , o Oon:>elh iro L uiz d e B ri to c
A lnl'~ i da. ao No rte · uuio ·se e vie ra m Diogo Loure nço <lo
A lmeid a, e m cujo gove ruo o 13ra.zil prt.S >O u (L Hespanl.la;
lHa.nocl 'I' ·lles Ban eto, prim eiro go vernador norueado
pela He·pauha; D. F ra nci"co ele So uz:t, Diogo Botelho
c D . Diogo tl e Menezes. To m ou-s e a di vidir: ao N orte .
D. D iogo de l\1rnezes, sub t i t u id o p or Gaspa r d e Souza. ;
c, a o Sul , D . Francisco ele S ouza ubst itnido por sen
fi lh o D . L uiz d e Souza , CJ!Í e, e m 16 LG , r enuiu os doi·
governos nov amente.
-Que tra palhada., D r. A lencar!
- Tu é que a quizes t c. Listas de nomes são sempre
aborrecidas c c mba.raçan tes. Entc ude udo os factos, que
l" C de ram e m cada governo, os no tues os acompanham. e

fi cam sabidos qnanclo OS fac tos Sf~O relevanteS. C OS Stlf·


76

vi~~os prestado t:uubem. Sabe r lli ·toria não é auc r


todas as miuuucncia, qu e occorrcm na vida tl ~ 11111 povo.
-Então o Sr. urLo cou t:inu co m a li~ta t1o· Govet··
nadares, c conte os facto. , que c u ,·ou prrstando muita
atteução.
-Queres, c utrw, que to ·o ntc ;t historia d o Villc·
gaignou ~
-Sim, senhor .
-Govern ava o Brazil, D ua rt e d .t Co ·ta.. Em o
segundo go \ erna.tlor gemi nOI Il C<ttlo. Tinha vi n\lO em
1554 su ceder a 'l'hom é tl r, , ouza q ne fnnd 11 a itlat1e
de S. Sa lvador da Bahia em 1ti 19 (1) , 00 111 o a uxili o ele
um teu conh ecido : o Uarnmurú.
- Diogo Alva res Corrêa, ea acl.o co 111 a. P.tra.gua . ú ,
sei.
- Goveruava, p ois, o Bral',il, Duarte da Costa,
quando, em 1555~ entrou na Labia do Rio d e Jau ei• o,
Vill egaignou, vice-almiran te, qu ' fn g ia elas p e r guic;ücs
religiosas na Europa.
- Perseguições roli gio o ·~
-Sim, lutas a.ng uinol outas e uLrc ca.tholico · e pro·
tcstautes, que duraram muito: anu o: : a nm ;t clcl la se
chama: " a gu errct elos 11-inlct anno · "· 'l'u peu ·a, e ut ito,
que a libercladc de sermos protc ·tanto", ea.th uli cos, maho
metauos, judeus, po ilivi ta·, alh cu >:, cxi t iu ·c u1pre?
- Poi · não existiu, Ur. A le ncar YQuem é qu e tem
direito ele governar a cabeça e o co rac;i'Lo dos outros!
- Saber(L~, lendo a histo ri n., Alvaro, quanto c usto u
n ganhai -a. Mesmo na nos~ a Patria, 0 111 157:3, foi, 1::t
Bahia, queimado nm h c rrj ', um fran ce z de gra nd e
talento, mas que a 8nnllt Inq1tisiçlio entende u que t iuha

(1) Galeria de llistoria IJI'a zil cira, od. Garnior, pag . lU .


77

opi ni õc.· cnadas, e a. q ue m o J csnitas aj1tdarm n até que


dé:; e !:i ll:t a lma a D ·n ·. lm ag i na. qu e b em que a.prc uclc mrn
a ajtHlar, c a s iut (: qu ttjndcwam , os Jc ·uitas, di cipul os
tle J e ·us , qu e urLO matou o: p cca<lore. , ma por e lles
lllOI'l'Cll.
- E qu e rcp ôz a o n ·lhrt tl • l\Jal r ho, d ize ndo a. q uem
Ih a Linha ·o rlatl o " Q nem com f erro f ere, conL f erro
serú f rido . "
-:'~In ·, co nJ ia di ze ndo : V ill eg aign on, f'uO'inrlo {t
p er eg ui~ ões rcli o-io:a , proj cc tava fund a r, uo Brazi l ,
uma colo nia nd : rc ftwi a. ·sem o seu COl'l'c ligi o nario · .
D e. e m barcaud o pritn c it o nli , co mo já Le di c, p a:; ·ou ·e
definitivnlll e nlc para a JU ·lia ilha, n. que l e u o u o n1 C de
Colig ny , c ele bre nlmira llte fran r z t amb m pro l e ·ta nto ,
c c on ·eg uiu a. ami: ad elo: : e lvagc n · qu e lhe foram de
grande utilidad e . Em 1557 chego u um seu sobrinh o,
B o is-lc-Comt CO III trczc nto lt oJn<•us . A ~ im a co lo nia e
dese n,·o]\'(;U b em , c inqu il·Lant o go ve 1nador, qtu•, ~:ntrc­
Lauto , nrw tiuha recurso::; para c xpn l ar os i u va <orc .
- E porque é que P ortngal ui"to ma nda,·a ?
-Eram o. ultimo · annos do rciun.tlo ele: D. João III,
( 1) q uem JTCn Ll e ixando ~ c u (i lho D . Sc baslirw (2) na
idath: de trcs anuos, c, co nt o rc g e nlc, s ua tnã.i D. Oatha-
riua el A n t ri a. E~ tc fim com e ço tl c governo é que <lifll ·
cultou a. prov ide nc ia . Em 155 , 1 orém, .foi nomeado 3"
g ove rnado r 1\lr m eleS{~. Ohcgaudo a o I3razil c infonnan -
do- c <l c t uclo, t udo foi di>:pontlo, e, 0 111 1564, recebeu
rcclll' os, que vieram traútlo: por se u soblinh o Estacio
de Sá . Estacio ele Sá ns ta.bc lcce u -s e fortifirou -se j unto
ao PiLo de Ass uca r Jogo em 1563, e deu á povon.çiw o

( l) a ,.tcl'ia de historia úra=ilcim, rd. G1rUÍCI', pag. 86 .


('l) " " " » » 88.
78

nome de SrLo Seba~ti1"Lo, em bonr:t d o re i tl P o rlugal. E '


de vêr· que os fr:1.n cczc · c os il1lli os, s •u " amigos, nf'LO
viam com bons olh o · r :t c t ab r lc ·im c nt o ele portu·
gnczcs , c, portanto o ataca.n1.m ~e m prc q nc p tul e r., nt. Os
portuguczc porém rcp •!li ndo·o: " m pr , e 111 l.)::i7, com ·
binada.s as força· d e E. tn c i · 111 a. cl ~e u tio c ou t ros
reforço~, que o~ J c. uita t ro uxe ram <lo. nl. . .
- Dond .
-De S. Viccnt . a hin ll O p or :Lli . p c:la barra. c ·c·
guindo o caminh o, qn . g ue m o, ,·apo r •:, qu e h oje
buscam Santos, li !> C ,·ai dar.
- E lmvia S. Vi cr utc ucs::-c: t mp o?
- H::win , e s abe rá s con;o fi cou havendo. 1\fas agora
vamos assi ·tira nma batalha nnqu lbt fo rm o"a. bahia.
-Eu já a ssi ti a. mai · d e uma, Dr. Al e n ·ar; c JII C ...
-Ta ... ta . .. b1. .. . ta . . . me u filh o ! O corpo dilace-
rado claquelle forte ainda c t(L ·out an tlo ao5 olho · os
tri::-tes tempos c sccua: , a qu e t e rcfe r . i'II:t a go ra, ptc
o fumo dos bombarde io. fmt ri $.!ida · c cli s p rs u no :tr c
nos corações, nrLo lhe <tvttltc mo d no vo o n g rurn c .
Batapam cxperie ncia a li~' ito t re me nda ; c, tu , ve m r ont·
migo a outra s cua uc an g- ue, ma. não llc ruin:t c odio
eutre inurtos. UUJd:ts as fur~· :t c1 i\Iuu.1 de S:'t., d · se u so ·
briul10 e o · reforço: vindo· tlo :·ui, c mprch o::ml •ram, a 20
de Jaueiro de 1567, o ataque gernl, <:xpul · ~mun os
Francczes tlc toda a: Stut po ·içü c ·· c d;t ba.hia. A vi·
ctoria cu, tou n. vida de E ·ta io, c Me m trau fe r i 11 a po·
yoaçã.o d'ali do Pfto d A.ssucar cá para o 1\Iorro do Cas·
tcllo (1), con crn1mlo lhe u mesmo nome, já rtgora que as
suas armas tinham sido vencedoras no dia con ·agrado
pelo calendario catholico ao santo clessa iuvocaçrw.

(1 GalcriaclJ hi3taria br<J:I/.ciru,, cd, Gnruier, pn.g. H.


79

- l\Iem de S;'i, parece que foi um govemadur d o mã.o


cu ci a 7
-Co mo T hom ', t1 c So uza, q ue in trod uziu no pa.iz o
gatlo, c nitlou da, ag ri cnl tur;t, e creo u a!; villas da Con-
cci~·ã.u th: ftan !ta m c t1 e anto André , na capi tan i;t do
SrlO \ icc utc, hojoE ·faL1o, d i:'lO Pa ulo . i\1emt1c Sá a i-
ti 'O U u índi o. mau o liOb a di recçõo dos .Jes uítas; com-
baLou o bra,vi o u E-;pirito a nto e no. Ilh é us ; mudou a
v i li a de P iratiniuga para a povuac;:1io do Si:'to Paulo, b ojo
capital do E tado tlo me: mo nome, c foi mui to j u ticci ro
c ·couomi co.
- E o ·· q ue ·e eg uimm fomm Liio bons como estes
dui s!
- 1"n.:; i~ni taram-u'o ; outros nada puderam fazer .
O ua ·i: ta mbc lll , que c t · prim eiros gov emaclor es ·ó
Linba.m qu e cl~J~ ·ubrir c CO ilfJ.'IÜ8iar ter m e snbmet.t cr incli.os .
us fize ra111 ma.i , o ut ro: menos. Ao empenho da con-
qui sta. njuutou-.;;e, á vcze , o do enriqnecinicuto rapido:
o. uolon . e o govornadore. a t iraram - ·c ;Í. d escoberta ue
metac: e ped ra · procio a ·. Alguma min a· foram cucuu -
Lmdas, c, e ui'w cl cmm ri q ucr.as uoll os;;a.c ·, toruaram, a.o
111e uos co nh c ido o iutc ri or. Da Bahia pa.m o Norte c
,' ui , c do littora l para o centro, fora m se a largamlo os
tl omiuio · th co l o ui~L e fomm nrto o corpo d este paiz vas -
tíssimo, sobre o qual ho.ie impera a Rcv nbli ca e se cSpit-
lha m v iu tc E ·tados com os seus quatorze a quinze
milhõt> de habitante . A. s ua hi storia., s ubindo do rei-
natlo de D . Joã.o V até ao d e D. l\'l anocl I, isto é, ao dia
da ua d escoberta., rosume-se verdadeimmentc ·n a con-
qnisllt <lo solo.
- E está. todo eou q u istallo ~
Sim, Alvaro, porque conqnistculo uão quer dizer · co-
nhecido. R a lcgna e legua. <le terra. ua ttu P .ttt'ia, ontle
80

nunca. pisou o p é humano , c selvas cspe. sas, que o gume


do feno não tlesvirginou ai nela. l\1:1 t u, como c u. como
qualq urr brazi loiro, to1l os nó;:; .-n b ' lll O as frouteiras que
nos separam dos que nã.o rw hraílil eiro. . O mar a Leste
por _mai s de 1.200 l eg u : 1~; 1 in c linha · co nvencionaes ao
Norte, a Oc te e ao , ui, di ·crinlinam o tcrritorio que é
nosso do que o não (; .
- E qucn1 no:Llc u o direito 1lc marcar e::-a divisas 1
-A prim ' ira o cupaç~LO.
-Como, Dr. Alen ca r se o, r. me tem ·empre dito
que os imlios ltabi tava lll este p:1 iz?
- Ah, mcn filho , devo limi tar o que disse : a pri-
meira occupaçrw llo mais fort e.
- E bem tri. te ·er frac o, Dr. A lcnc:ar!
- A 'l' rindade o cst<\. dizendo a to los nós. Fosse o
Brazil uma naçrLO j:í podero, a como a velha Iuglaterra.,
e o Bct?Taeou.lct jámais te ria turvado as verues a.guas, que
cingem essa i1ha ao uo~ o direito como a cingem ao
nosso coração !
- l\Ias deixe estar, Dr. Alenca.r, qne, se fosse pre-
ciso nós haví a mos de fa zer com a Iuglatcrra o que os
Independe ntes fizc r·am com o· Rolla,nd czes c Jeronymo
de Albuquerque c l\fem ele S{L co m os Fraucczes.
-Ou os S;mti~ta com ~c u s compatriotas, que se
lembramm de te nt ar fortuna em tl'nas paulistanas.
- Tambem ~

-Sim - em 1583 c em 1591.


-Mas, Dr. , como foi que Portugal, un1a coisi uba.
tão pequeua no mappa, poullc chega r a ser senhor do
Brazil, cl'est<l terra quasi sem fim, qnc vai para c{L, para
lá, para ali, para todos os la,clos- lcguas, legnas e
leguas I
81

-Sem sabermos como. Pela felicidade do acaso.


-Estou ardendo para qu e o Sr. me explique.
- E q uauta inspiraçiio me daria o alto do Corcovado
para cout:u te a h i ·to ria rlo uos o Bt·azil dccde o :cu
prituc iro vag id o para a eivil is:v;rto occiucntal, em qno é
hoj e parte brilha 11 te, s uito fo..,scm já ci uco horas e meia
qua i. Olha! O p e11uacho de fumo arqueja c descurola·se
da chamiué da lo co motiva: é o ulLimo trcm .Eil·o que
apiLa. OIT::tlll O !
- \ i ~ ta do Paraíso, ad ·us!
~
I
I Ly:t..

- H ouv um tempo, JO C U filho, CUl que P01'tugal


cortou n.fToito

. . . 111arcs nnnca. ü' a11fc8 Jut vcgaclvs,


c os l'ortug uezcs

·m p erigos c gncrra8 c:;_(orçculos,


'111 (~·i s elo I'J.1W ]J nnill.in rt f orçrt h nma nn,
entre gente rcmoht cclUicaram
KOVO L~ E!NO qnc la.nlo linblima.ra n~ .

- Js o é ver. o, Papa i, c acho que j :í. ii. Não é


'amõcs 1
- E ; nos I, uziculns.
- O que quer dizer Luziculus 1
- Os Porluguezes, d e quem conta. as gmndcs na-
vegações. Sabes q ne novo reino é este de q ne fala T
- Não, senhor.
84

- E entendeste o que elle q ner dizer no verso, que


rC'citei ~
-Acho que entendi. 'i"to é qu e cll cs atHlara.m mct -
tiuos em perigos e g u e rra~, c fi 7.cram nm novo re ino
lá longe.
- Mais ou me nos i o. O novo reino é a Inrlia, a
eolonia portugn eza na Indüt.
- Mas tu Yai ~ 1110 fala r da Judia Oll la d . co berta
~I do B razi I Y
- Do que me p ediste.
-E, entiLO, qn c te m o Brazil co n1 a India ~
- Tem t:tn to como tn ·o m aqu cllc cajneirinho,
que ali vai ua cenclo.
-Eu Y
-Sim, tu i o Al v::w o i o me u fi lho AIYnro uc Souza
Ca.mi nh a .
- Como 7
-A. 111irn é que to ca p crg·unt.'l.J'-tc : qn em o plantou
ali Y
- Não .ci.
-Pois en to di go que urtO foi uin g uc m.
- Nrtsceu por acrt o ~
- O que quer rlizcr o t eu J>Or aeaso ?
-Sem . c•· plantallll liC proposito.
-Sim i e 1fostc tu que a · ·imo plantrtstc.
-Eu~
- Prcei ·amcitto. Não te le mbra d' aqnclle cest inho
de <':tjú ·,que o Dt·. Al encar nos ma.uuou pel:tCarola,
quando tlc cc u de Pc Lrop olis ~ Tiuhas sobre aja.nclla o
pmto, em que scpa ráns a.lg uns para os chnpares e pôrcs
o bagaço e us castanhas i uma, vi eu, cahiu cl' cllc, e,
tempos depois, dando com o cajucirinho, lembrei-me
logo de qucnt o plantou.
85

- :i!"J rapai f)U eria C}\IC e n, ()ll C nãO O p e rcebi, a t inasse


co 111 a ·ua pc rg uula ~ 1\Ias is to é IJUC é a tlesco ucrLa <lo
.Ura zil ?
- E o camiuh o ela d cscou c rta do Brazil, verás. No
secul o X '\, i ·t o é, no sccul o, IJUe começo u com o anuo
d e J.lOl , o · P ortu g nezes d eram -se co m ardor a viagens e
ücscolJrim·uLo · nmriti111 0'. Havia, para isso, va.rias
ra zõc . He para naqu c llc mappa da Europa. Ollm como
Portugal c 't{L a1Lll i para a esqu erda., para o latlo da
A meri ca, c proxim o ·da Afri ca. B ·sa era uma raú"to:
nrL p odia a longar -se scnrtO para o mar. Outra: era
mui to tliiTi ci l c louga a via ge m, p elo i\fcclitirranco c
interi or da L\ s ia , pnra ch ega r <'L lu<lia, c, por isso, pro-
c ura,ya-:c um a pa ·ag m JHdo mar. As im, os Portu-
g n ·zc atiramm . e ao mar. E m 1-187 , Ba r-tbolom eu Dias
ava nc;ou a tó ao Cabo da ·· T ormenta , c, em H97, Vasco
da ;ama ( l ) <l obroa-o, cba mnmlo -lb e Boa-E. pcrança,
cu non1c a ctu:Ll ; .·ul.Jiu p ela costa occid c ntal da Africa.,
c foi ch egar ú I ndia, onde teve fcli1. acolhime nto c ontle
preparou t n ·cno para o üomiuio p o rtu~u cz. E aqui que
a c:n.stanba cac <lo prato.
- Como, Papai ?
-De vo!La a Portu o·al, o rei D. l\ianoel I in curnue a
P edro A lva res <iabral, (2) a quem entrega uma csqurull'll,
d e ir firmar o d ominiu portugn cz no paiz . visitado pelo
Ga ma. Obed ecendo :'L real \1 terminação, ou p orque se
al'a ta~ ·c muito para. o occid cntc, ou porque fosse arras-
t ado p elas correntes do oceano, fosse 1:~ p elo qnc fosse,
avistou a. Oeste ....
-Um cnjneiriubo brota.l.lllo . . ..

(1) GalCJ'Úl dr llisloria brra.i/eira, cd . Ü I\I'Uicl', r~!: - '!.


\!1) ,, ), u n u ,_, ,.
86

-Velhaco!. ... A 21 de Abril , sigua ' · tlo to rra


Approximn.ndo-se no rumo lV Olles, logo a 22 cu -
cou t ron um por to ,a ballin. de Sauta Cruz c u ~::ll c CJÜ I ou a
25. A 1 do Maio fez dizer uma. mi: ·a 0111 terra, de pois tle
haver, aut e··, ido dita n. 26 , um a outm numa ilha vi -
sinha.. A dif~ ren<;a. d ú a pcc to e a li ug ua. dos se lYa.gcns,
que ahi e ncontrou c quo h m o · a.co lh ram , couve:uceu
logo a Pedro Alvn.r . Cabral de que aport{~ra, a pla.ga. ·
desconhecida . 'l' rato u, p oi ' e m sen· uida n.o primeiro
exame, d e tomar po e da região em nome do rei do Por-
t ugal, o que foz levan tando uma, cruz de 111adeira co m
as armas portugucY.as ( l ) c lann.u do um a uto d 'es. a.
sole mniuade . E tlepoi" , tlcst.acanu o da. ua frota Ga:pat·
de Lemos com um n:1 vio, ma,udou-o ·omn1u ui :u· o feliz
sncces o a D. Manoel, e ·cgn i u para a. I ud ia. O ·aj ucir o
nasceu, pois ,-ês, me u filho, que, indo para Judia, a,bral
vein ao Brazil.
- Pelo q ue tu dizes, o Bmzi l foi ue cob rt;o a 22 tle
Abt·il de 1500, isto é , uo ult imo anu o do ecuh) XV .
- Sim, c fc cbo n com chave de: ouro (LS d e cobertas
marítimas do · Portugnezcs.
- E porq ue é q ue a Republi ca festeja o c u rl esco-
brimento 3 de Maio?
- E não commemora n ~Ld a a 22 de A bril 1
- A 2t, commemora, é verdade, a morte do 'rim-
dentes; mas, a 22, nada.
- E achas isto singulat· ~
-Muito. Porque é t
- •ru sabes o que é o Calcnd<trio 'l
- A folhiuha 7

(I) Golerir1 de liútot·ía /,rad leirn , ed. Gmnicr p11g. /1.


87

- Siru . O Caleud;tt'io, de que uó ;; usamos, é o que


fui refuruuttlo pelo Papa Grego rio X lll. Antes usava· ·e
do utaudado fazer por Julio Ce. ar, trilHIIIO c dictador
tm ]{,o ma au Liga. Para a ·loptar o novo, teve-se de accre ·
centa r onze dirts ao vclh ou, o que vale o me mo, contar
ouzc auiautc : as· illl , o di a U d e Abril, por exemplo,
pa : ou <t ser 3 d e l\[aio. A ral'.rLO não é mui to 1'Ctzoa:vel,
por~ m ...

- "'\ (t ua fé do padrinh o: . Calcúlo a ati:façã.o, que


llavia 1lc. cut ir P dro Alvarc ·Cabral, diante da bellcza,
que encontrou 11a uos ··a terra !
-Devia Ler sido igual ao pa mo, q ue mostram,
dian te do · Portuguczc ·,os índios no quadro ela primeim
mis a , tamh ' ut pintado por Victor Meirclles, autor da.
batalha dos Guararapcs c do combate naval do Ria·
• chuelo. ( l )
- Riarhuelo ? . . . (~uaud o ~ ... Ni ngucm me falou
uc e.
- E que uã.o te quizeram aturdir com a uanação
do!'; bonores de uma guerra. O Im1>erio foi lt paz, dizem
o: monarchi. tas. Pois o combrü c de Riacbuelo foi dn·
mnte uma gncrm, que, no reiuado de D. Pedro II, o
Brazil sustentou contra o Paraguay. Ni'w te vou agora
desfiar os s .1ccessos d 'essa ca mpa nha, que durou cinco
a.unos e terminou pela nossa victoria em 18"70, cu ·taudo·
uos, co mo todas as guerra , muito dinheiro e 111uita. ·
vida p t·eciosas. Na est<•ute ele teu avô c na minha
achará-s livros espcciacs, q ne te di rrLO alguma co usa sobre
e lia. l\:la calcula ta.m bem :t a legria do rei D. Manoel
ao receber :• uotici:t, e ut'to te ba ele admirar que, logo
em .Julho, com munic:\Sl'P. a todas as nações da Europa

(1) Galeria tle hi;loria bm:i/cim. od. 0 1\ruior, png. 54.


88

que . . . o cajneirinho tinha 11:1 . c id o c pi'I'Le n ·ia a qu m


o semeiou :em quere r. No~ anuo · ·eg uin tes tratou estn,
de e xplora.r a uonl tena. A 1 ~ c xpccl i«;rw ve iu e m 1501
e explorou tlesd e o Cabo d e . iío R.oqu e a.té .'rlU V icc uLc;
a 2': tocou na ilha F•rnanclo de Noron ha ' ntro u c tu
Porto Seguro.
-Por to . 'egur ? Ontl • ern. i:-: o i
- Era o porLo e m q ue 'abra! Li nha au orado. A.hi
fundou- se, e m 1526, uma. vi l la: a Ll e aula ruz.
- A s primeira · e xpellições vie:ram a o man do ü e
A.udré Gonçalves, Go n çalo Coe llt o, D om N nn o l\Ianoc l,
talvez, e Chri t ovam Jacquc . .
-l\1as u1"to me c!i s t q ue nome ll u
te na, que descobriu.
- Ilha d e Vera-C ru z o u ve rd ad ira ruz no me fJU e
se mudou no de Sant a C ru z, c que no · r ecorda a cru z tle '
estrella d o n os:-o formo ·o céu <lo Sul.
- A me-<m a. q ne a R.epu bli ca. mau dou 1. ordat na
banueira, r eco rdand o 0 a ·p ccto d o céu na m:tuhrL d e 15
de Novembro de l SS9, segundo me di se o Dr. Alencar 1
- Just:un e ute : o 13rn.zil é •• terra. llo Cruzeiro
do Sul.
- E o nome do Brn.zi l d 'o ude lbe v e iu 'I
- Diz o Sr. lhrã.o do l{io Branco, num esboc;o d e
llistot ia. ela nossa Pa.tl'ia, qu e nrLo tardo u a ser o paiz,
descoberto por Cabral, co nhecido por este n o :n o, que j(L
era empregado no cotnmcrcio, e, entã.o, dado n. ce r ta lll<l·
de im de tinturaria d e côr vermelha, lJ II C se en cont rou
om abundancia nesta parte da A meri ca.
-Sei ; é nma madeira muito v ermelha, quo so
chama mesmo l)ltu bl'azil; j(~ vi 11m pedaço unm•~ co!·
lecção que tem o Dr. Alencar .
. \
~ 89

- Sim, s im ; c o conhecimento d essa madeira


influiu muito ta mbe m na h istoria da nossa Patria .
-- Purq uc .
- Porq uc co meçara m a v i r a h i procurai-a muitos
a nn ado rc.- , sobretnuo fran ccze ;c o re i d e .Portugal, pam
ev itar o co nLrabaudo, c q:1e .-c apodera sem da t-ena,
r1 cli bero u ex plorai -a e riarn entc e colonisn l-a., depois de
a de ixar quns i abandonada nt'· 1526. Sabendo que, em
França, c appar lhava rn u(lz navios co .n tlc t in o ao
Drazil, mantlou lJ . .Torw lJf, t}uc succct1cm a D . Manoel,
'lrristovaru .la ·cpr cs co ru uma no,·a n{LH c cinco carn.-
vc ll as J•<: r:egHil -os. Este fund ou uma feitoria (L nt:uo- m-
t1o fg un.r a:-;. r't , e m Pernambu co ; <1 ' ·ccu até o Rio da
1 rata; c, na vo lta, c uco nt rou e mb ar ca~·õc fra ucezns na
H:lhi a, c tl cstruin as, apri s iona ndo a tripulaçrw.
- Eslc.- Frnucczes sempre eram te i mo ·os!
- E desde 150<1 tlllC visitaram a nos.-a terra : o pri-
meiro q ue c{L vc in fo i P:wlrniet· de Go uucv ille. Nem :ul-
111 i m a cnbiça, porq ne Arncri co V csp ucio, q ne esct·cven
u ma carta, publi cada u sse an uo, .-obre o Btazil, d'elle
uizia: «c , SC no 111111tclu lt a algnm ])(tl'aiSO ICI'I'OSII'e, SC11/.
cluviclrt eleve ser niio 11uôto longe cl esses lngares. »
- Nü.o podia dar nm :l idéa melhor do que 6 a nossa
Patria, Papai !
- Poi. bem; para uão pcnler esse paraizo, ft'r.
D. Joito IH l.altir de P ortugal, cm1530, uma outra. e:xpc·
Lliçito, ao mando de 1\lartim Affonso ele Sour.a . Com·
punha- se ell<t de duas uáns, um galeão, duas cara\ ellas
c qnat t·oce ntas pes oas. Martiru Affonso t.razia ordens
tle fundar c governar uma colouia, tomamlo posse da
tcna, que estivesse dentro da liulta de clemarcaçi"LO na
parte de Po1 tugal.
- J.Jiúb a de de marca~ão 'I
90

-Sim ; umn. liuba, que separa va o qne era tl · .PorLn-


gnI do que era da Hespanha.
- E quem marcou essa liuba 'I
- Ab, m eu filh o, isso já c ont m hi st.oria. Nos
te mpos e m que o uos: o Brazil ua ·ceu .. toda: as que tõcs
e nt re os reis cbri ·ti'"to · era.1n d ecid idas p elo Pa.pn isto é,
p elo chefe da re ligiii , de que t odos elle. ·ram fieis.
Ora, quando Cololllbo des ·obri u a A.m eri ca . .. .
-Quem ?
- Christovam Colombo (1).
- Que m era esse 'I
- A.h, t te ·. que não derribo u castm11Ja nenhuma
do prato, Alvaro. P la nto u p rque qniz, <' ll lbom nas·
ces~e cn:j uei ro, q ua nd o ell c es p rava laranjeira .
- Co mo, como, Papa.i '!
- .r\,.Ssim urtO chcga.niOS {L li nha tle dcnurll."C'af,!ftO. ~;lO
t e parece q ue é mclhot fi ncar prime iro um marco de
separação en tre a a.rvore do a aso e a ar vor · 110 lJ I'O-
posito '
- Finca, fin ca, P apai'
-Quando 'olombo de cobriu a A.me ri ·a o rei d e
l-Je::;pauha cons<>guin 1lo Papa A lexandre \ J . . .
- Quem em o re i d e Hespauha ~
- Femamlo d e Aragiio, casad o 1·om fsab ul 1le 'as ·
tclla - Conseguiu 11111:L buli a . ...
- O que é bulht Y
- E 11111 der re to do Papa-que d eclarou pe rt.!'n -
eeren• á Hespanha to1la s ns te rras d e. cobc· rtas, q ne
fi ca ssem ao occ iden te d e u m:t l-inltn 'i?naghw.rin, que co•·-
t asse o IIIUJHlo em d uas partes ignaes pas!!anclo a
cem leg uas das ilha. llo· A çores e elo Cabo-Verde , na
91

Africa . ,Julgantlo-se prejudicado com esta divisrlO o


r ·i D . .Jorw II ...
- Es ·e nrto o-overnou o Braz.il ~
- (Nrw) ... O rei D. Jorw II queixou-se, reclamou
varia. ,·ez s , , nfto alcançando nada, di poz.-se para
uma gu JTa com a H e ·pa.nha. E ntretanto e!';S:t guerra
nr'to ·c deu ; as dua · naçõe: entraram, em 1494, ~::m
a ccô n1o p e lo tratado de rrordes ilhas, que mandou passar
n. linha imaginaria a 360 legna: da ilhas de Cabo-Verde,
ticaudo a metade do occid eute {t Hcspanha e a do Oriente
a. P ortugal. A esquadra, que D . .Jor'to li tinha preparado
contra Fernando foi , pois, tambcm, uma castanha de
·ajú .. .
- De que na ceu a lndia, n1"LO é ?
- Nrw era diffic il agora adi,, inbar. Sabes, pois, o
que é a li11h c~ i magi1w.rin 1 Aqui a tens neste plauis-
pherio.
- )las n e~se te mpo valia a pt-na ser Papa; man-
dava n1ai s do que os reis todos .
- B hoje ainda vale bem a pe ua, embora seja muito
uwnor o seu poder. l\ias ta111bem foi ullla fcl1eitlade que
a ·sim fosse, meu filho.
- Para os papas ~
- Pam nó . Se nf'to fo~ e esse poder tlo Papa, as
nações da Europa., iute imme ute separadas pelos seus
interesses c rivalidades, teria.lll dcsappareciclo nas lutas
entre si, c nó nrw estat·iamos, tal\'<'z, agora, aqui.
- Então Viva. o Papa!
- Sim, mas hoj e «viva como pócle viver». us tem-
pos muda mm ; a ln11nanidade f1:z grandes progt·essos, e
O' Papas, em a. acompanharem, qnizernm conservar o
mesmo pod er, que tiveram, c, com isso, perderam muito
1la. sua. importancin.. l\iais tn.rde entenden\8 estas cousas
92

melhor. O nosso 1\IarLim AtTouso tlc Souza cbegon ,


cnlrebtnto, em 1531, a o Brar.i l r1ur ·o:::.tcon do Cabo ele
Santo A.gvslin ho até ao arroi o C llu ,v, <l ' onde ma nd ou seu
Íl'lllito P oro L o pes Lk Souza ( O III:LI' po c cio Hio ela r.a.ta.
No n.uno cg uin tr, voltando, de. 01n ba rc·ou e m umn. ilha,
thamad n. p<,Jns natura cs Uir:ípira n, rc ol ve u fundar
a hi uma colou ia: fui t'S' n. n. vi l la. d e Srw Vi eent , que
nimla hoje conserva. os:::. nom ·.
-Essa, foi, c utrLO, a pri1n c ira p ovo a~· l"to tlo Brazil ?
- A p1iuJcira r egular, pois licves I mhmr·tc que
ChrisloYam Jacq ucs funclo u, em 1\;rnn.mbuco, uma
feitoria.
- E nr'to a ch ou, 1\ütrlim A lfun ·o, s ·h ·age m; ncs c
lugn d
- ~ c lv:J.gc u s, c até gente L'iYi li s<tda.
- Dcvéras ~
-Como te digo. Os .-clvageus c xt ra nharn.m a v i il:t
c prcparuvam ·sc para. bo t ili sar os h ospccl es, qua.nllo um
home m branco , CJU C e nt re e llos se a('ha\·a , rcco n]Jc-
ccndo·os como innr'ws, t 1a ns fonnou <) alaq uc em a mi. toso
acolhimento.
- Q ne 111 em os ·c homem ? Como veio a. h i ter 7
- Era. n m port uguez. : João H.amalh o, c cllego n ao
Bmzil como o Cammurú, scgnulio parece.
- E morava nhi nJ cSnJo, onde 1\Ia.rLim A fl'ou . o de ·
sombarcou1
- P•·oximo; no plau:tlto da. serra ele Pamna.piacabn.,
onde se alliam (• filha do C'bcfc índio 'l'ibrriç(~, e m O ua-
pitubl\ ou Borda do Campo. Neste lugar, l\Iartim
Affonso C!Stnbclcccu uma. parte de seus colonos , e, mais
tarde, tomou ·se essa colonia. coub ecida p or San to A ndré
da. Borda do Campo. J oã o Ramalho foi nomeado g uarda·
·mór do cnmpo; e, llc Cana.néa, lVIartim Affonso mandou
93

par:t o interior uma pequena comitiva, que, depois de


atrn.vcssar o Pamn:'L, rui repelliua pelos Guaranys, c
<1e: Lruida no Tguarassú, rpm ntlo vinha. de rotimd~L. Em
Canan éa mes u10 j:'L havi<L p rtuguczcs: Duarte Peres,
ba chare l c1 t e Hado el e PorLuga.l, I• rau cisco Chaves e
Alcixo Garcia. D'aquella aldeia d e Santo Auuré foi que
o · Juorad r cs foram, mais tarde, tl c ·ertanuo, qua.nuo os
J c. nita s em 15'i.J, fundarrun uma ca.sa. e m Piratiuinga,
que pa · o u n. clHUl~rtt·-sc S;-'w Pau lo, e é bojo a capital do
E:Lado do Bf'bO Pnul o. Em 1533. Ma rtim Alfonso tornou
a. Portugal, d e ixando em boa. ordem o quo h avia fundado
c q ue muita. de ·p eza. c ustúra ao t hesouro portugue1..
- l\Iui ta d e p eza, Papai ~

- Sim-tauLa., JUCSJUO, fjllC o gover no urLO pondo


co ntinnar a colonisar o Brnzil assim; c, em vez de fa.zel-o
e llc proprio, reso l ve u dividil.o, c iucumbir ou tros de o
faze rem.
-Ma:, Papai, se o governo nfLO podia., quem é que
h av ia d e pode r.
- Quem tirasse lucro elo o Ül7.er, me u filho.
- E quem é q uo o podia. t.irar ?
- Aq uell es a. queuJ o goveruo <lésse a.s torras com a
obrigaçrw ele as explorare m c c ultivarem. Nf'LO é assim
quo se fn;~, com uma grande fazenda. ' O fazendeiro nf'Lo
entrega. a. cada. colono num cc1ta. porçf'to de terra, cni-
Livn.rla. on a cnlt.ivar, com a. obr i ga~\fLO lle lhe dar um
ce rto pa gatu cnto nesta ou uaquella safra ~ O g-ovcmo
portugucz clividiu, pois, o Bra.zil , em doze partos e
don-as, com ce rtas contl içücs, a tloze h omens de sna con-
flan~·a e apreço. Es~:;c: quinhões chamamm -sc capilan·ias,
c os que a: •·cccbcmm, <louaf.a:l··i os, com o t'oi t ulo tlc gover-
nadores c ca.pWics.
94

- Que m foi o re i que fez i!'. ·o .


- Urn teu co nhe ·id o- o s nccei'. or <lc D . l\'fa.noel I
-D. J orto IIT.
-E O' dooatario,.; fir.er;un o qn · I . .Toi"to e ·pc t·n.va"
- A lg:un, fizcr:un ba~lant- ·; ntro. II L'lll tentara m
faze r nada. N~LO e ra a . ' im U o t'aci l co lo u i. ar C'apita.n ias
tito vastas. A ll C. p za ra !"'rand P. c g-rand e o p rigo
p elo: n. a ltos d o. indi g na ·.
- 1\las os iudi g na. r c· ' hcr:llll li"to bem o · P ortn·
gne zc · !
- E as im os t rata ta m CJnq na.nt o ni"to ·omprüh n·
deram qu ~e· hosp tl·s o qnc qu c riant r:t cl espojal-o.
<las uas tona e co nvl! rLcl - ~ <: rn . en 0: er ,tvo,; . .J) ma is,
naque lle tempo o tlc - '.io ll totl o o '''undo era, ir pam n.
Tndia , que C l':t lllll pn.iz feito. :} nt' p:1l'a o Brnzi l ·ó ~C
n.ch:wa, na · pri ~ões o na. p io r c·las · • d o po,·o. D nh i
d esordens co ut inn as e ntre co lono · c in tthonlinação
rl 'e~tes p a ra com n.s au toridade · c t u sabes q ue ma
ueso rd e m, nada, vai por rli a u tc. Pür i so, o me mo rei
D. ,l orto III te ve de c r ar, em 1M9, um g \' •t·no n·c ral :
a qu e fi ca ·se m s nj e ita tocln.s a: capita nias, e mandou
'l'h oru é uc Souz.t fnudar,cm p onto mai s ce ntra l da costa ,
nova p ovoação q ue fo a 'a.p ital d a coloni n.. .J;i d ves
: ahe r qua.l fo i essa p ovon.çrtO .
- A c idade d e alvador.
- J {L, ta mlie m, sn l>cs o q ne fizc1 :tm os g-ov<'madorc:
c como, p o uco a. p ouco, a: te rm. foram . r ntl o rx plo-
rn.•.las- os intli o. con tid os, nos se u.· a.•saltios-a orrlem .
e:tabcl ecitla. e ntre: co lonos-o re~p c ito ú. autori1la.tlc
impo~to - •, emfim, um governo regular orgnnisnd o, até
q ue o povo bmzilciro 1 s ·nt indo-se forte, scparon-se de
J>o l't. u ~al • l'tlll~l.i t uiu un m uaçf'1 0 itHlopc ud eu tc, :oh :1,
95

forllla 111011ar(•hicn, f'e li r. m ntc ub. titnida p la r .pnhli ca


fetlc-rath·a, qu ha d e faze r a smt p1·os p ridacl c .
- E para i · fora 111 prcci ·os 39G annos.
- Bc 111 pou o para uma na.çrw 111e u li lbo .
- )[as u · E~tado: · nidos com po uco mais idade,
c. trtn h •t n 1nai: adiantad o· d 1111 nós, Papai.
- Ac ha: p o uca nllla. cliffcreu ça de qnarcuta e sei
:1.11110s d e vida ind ·p ·Jill ntc ·oh a fórma r publica.ua
fede rativa qu e re. co mparar o Brazil, concenlnulo 110
Ri c, d Jan iro para esplendor d um t brono, durante
s ~:ou ta c sc t a un os, ·o •11 o E : taclos Uu ido, da America.
do Nort '!
- :Niio ;t ·ho, Jt i'í.o , se nho r · ma.- qu e ria que o uo:so
l3rar.il p ode · cmp:Lt' ·lhar co m cll e ·.
- D pe ud e d e 111im dep e nde ele ti depeude de
todos os Buzi l ·iros. H oj · somo um po,-o livre ;
n e nhum privil ·g io se pam 11111 home m rle outro, e ta
elas· · li aq nclla. O · uni cos t itulo· c1 ·nobreza. consi ·te111
na vC'n e ração uo r co nh ecime nto, que a ociedede
co n ccl e aos que s JIIOstram mai · digno . " Se1· digno»
- eis a ohri gaçiw d e ada bnur.i l iro. Na batalha de
' Lrafalgrw, Kcl un mandou :trvonu a legenda memorav el:
«A l1tglaterra cspcrlt qne ca(la. wn cmnpnt o Sfm devm·,, e
rt vi toria glorificou a: anuas in gler.c . .A Liberdade, a
lú d e Nove mbro tle 18 9, ru·yorou essa legenda no
pavilhão mwional, ub titnindo {k cruz, ymbolo que
:ep:1ra ·rente , o 'rur.eiro mdiante, q ue, l {k do a lto, fu l-
g-nm para todos como o emble mrt srtgrado de umrt Patria,
onde rt fmte rui<lade 'iucula eillaclãos livres, qu e, pelo
reciproco amor, catninhrtm, travéz de ordem, pam um
progre . o. e mpre c r e ·cetüc . Obc>dPÇrt cada um ao glorioso
motto, c tor:'t cumprido o seu dever. Para nós, os gmnde. ,
I\ f6 iJI :Iha lrtvf'l ita nepuhli ca, o \'Oto ··cflec:tido naR lll'liUS,
a actividadc hone ta na pra~·a pnb li cn, c a tlodicnção
alfectuo~a e co nsciente un. fautili a ;-para ti, pa t·:t os
peque nos, n, luz da c ·co la, quo illumina a intclligcncia c
a elevação tlos i'Cn t imc n los, qu o d e ve guiar o. n<:to ·.
Pcrdü:t-mc, A Ivat·o, ·c fal o de m odo que n:ío c ntc n!la ;
o amor d st<L Patria , qu n~jo tão mal jnlgacla pela
paix1io tlc muito cl . c u. fil!J o infelizc. , c que :t tn:t
comparaç:ío rebaixou d oe u tn c c f i'.-m c c:q nccer que t
falava .
- Nrto ente ndi totlas as Luas palan:ts, Pnpai , ma· o
calor elo teu patriotismo fci'.· tn c :en Li r q n a 1110 co mo t u
a noss~ Pa.tria c qnc, p or cl la., hei t!e hw r t ucl n o qur.
(lissestc .
- Obri gatlo, mc n filho. 'l' 1 O, e nt·it o, P E L O
BJ~A7JlJ... ? . .. T DO l:'EL \ gEPT HLI \ ?. ..
- Do funtlo tl'almn. Papai : 'l 'U OO!
X

P:tpai .
P ctropoli s, lG d e Fevere iro do 1 VG.
Ac1u i ciJ cguc i com feliz v in gem . Fui ho11dosn.mentc
al'olhido c fe t<>.iado pelo Dr. i\ lcuear c sua digun. f!t-
rnil ia.
D e ram me llllt qnarti11h0 no andar upcr ior do cltalct.
Da jaoella , que abre obre o jardim ten ho uma esplcn-
uida vi ·La para a ' erra. Vejo a montanhas que descem
como os canuuos lle um orgr~o. O le ito da estrada ele
feno corta por entre ellas a· sua. rcctas c curvas. Lá
vai agom um Lrcm cscorrcgantlo pelo declive abaixo.
L(t ao longe, be m no fnnd o, um mar de unvcns sobre o
mar tias nguus sere nas tia bahia. A cidatle. é uma. lll <U:iS!~
que alv eja {t tli:::tancia. l>il'lll contOiUO de caS<1S distingo .
·i, porém , que ali c t:í a no sn, c suspiro com !'audades,
:suspenso cá. em c i rw\ nc. te. pi nca r os, co ruo ave, q uc foge
a o:s rigo rc ele seu céo, ma · d t:lle a todo o momento :se
lembra.
Tenc ionava cnLrcgar· tt>, antes de par tir, as notas, que
t omei, tias minha · lições tio bistoria c o meu progmmma
de leituras no anuo, que acab<t de entrar . Esqueci-me, c
98

aqui os incl uo <tg-ora . LG t;O IIl pa ·ieuc.;ia c dize u que


n.clla:s .
As biog"raphias tl' aq nell cs, q uc t i veram parto no ·
a contecime nto th uo, · a v ida , YO II lei a: aqui. O Dr.
A leucat rlis ·e-me qu e o De:c ml;argaclor 1\feuez s c
M:ount tem uma biblioth cea rxc •11 ntc c tcdL pra7e r e m
emprcstl1r-me o~ li vro , qnc t' ll ' Iuiz r. E 11 t c ucio no
<tproveitar-nte bem da . urt bondade . Em um a v i,.; iLa j{L
tomei nota do · que aqu i te itllli o c111 rol .
O l\lario di e -m ttn c a c taçrto t ·m ·orrido muito
fay ora vel : p ou a c hu v:l ·· mau llii: e ta rd •: freo;crt ·. E ·.
t imo ba ·tantc q ue a. im cout inu pam dar me u. pa eios ,
gosando rlo ar puro e faze ndo cxc r ·icio d botauica c
zoolog ia. Quero vê r se le vo um lJCr IJrui oz i uh o, uma col-
lecçrto d e colcoptero c borbol e ta . T irarei t amb c m al-
guma· pl.iotograpl.iia dos : i tio 111ais pittoresco:. 1:\ certci
em trazet· a minha bicy cle ta, porque é o que c. tá C!ll
moela., entre os mpaze , p ara excur õe:.
Nrto te esqn ça de m e r e iH 'Lte•· o · mat riae ·,que te
pedi , para aviar as collecçõe ·, e a gaze para o sacco das
borboletas, com a resp ectiva caixa. l\Iamrw, : c q uizcr,
p6dc ajuntar Lluas ou tre lat inha: daquell:t s urpreza,
1
que elle sabe.
Espero q ue m e tlariLO frequentes no ticia. s ua:. 'l'u
tcdLS desculpa se o nrw fi zer es, pelas t uas occupações.
Mas á Paula e ao Clliquinilo urLo pe rdoa rei o d escuido.
O Dr. Al e ncar c todo:- os seus te e nv iam recom-
mendaçõc , c eu abraço-te, á 111a mrLe, c aos meus irmfLOs,
p e(lintlo-tc a tna beução para

O l.ilho aJicctuoso c amigo obrigado,

ALVARO
HISTORIA DA PATRIA

NOT AS DO MEU CU I~ SO NO A N NO D I!: 189!1

E n:-; ina rn.Ju-m e: l'n.pac, Vôvô c o Dr. \.l e ncar. Nunca


dccor i nada. P re;;La va mui tu. attençito, qua ndo es ta va.
co uv c r~:t JHl o c, clcpois. 6 iuho to m;wa apontame ntos .
Co111 ;;;; •.: a ponLamc nLo , fi~: os q uadro·, que seguem.
Co m ell c;., é fa zil recordar qualq ue r fac to, qna.udo a me-
moria fa lha. Só co nver :ímos :obre o · factos importa ntes .
A cho q ue sei bclll a b isto ria de meu paiz , c a gora, com
a minh a. le it uras vou ·at i faze r a c uriosidade de a
saber '0 111 nmi to ma is parti c ularidad e , sobre os home n
c as co u a s.

Quadro geral do governo do Brazil desde a sua descoberta


ate 31 de Dezembro de 1895

PERIO DO COLO NIAL

D . l\bnocl I . . . . . . . . .... . .
D . JorLO I li .... ..... . . .. . ·/
j
D. Ca.thariua, ?'cgeule, po·r . . Dy ua:stia llc .A.viz .. . 1.500
D . Sebastião ... .... . ... . .
D. A ntonio, prior do Cra.to.
..

100

Philippc TI . ........ . ... .


I
l"'lailippc JIJ ......... ... . . d e llc ·paulaa . . ........ 1581
l"'l.Jilippe IV . . .......... . .

D. J or1o J\ . . . ...... .. . . .
'
V. A Jl'o n ·o VI. ... ... .... .
D. P edro li .. .. .. ..... . . .
D. J orw V .. .......... . .. JJ y 11:tsLia tl e l;r:a ;;:tllt;a. Jlii O
D. José T. . .... .... . . . . . .
D. 1\'Ia.ria I. . ...... . ... . . .
D . •Joã.o VI. .. .......... .

Rcgencia de D. l"'eclro . . ..... .. .. ... . . . . ... .. .. . l '20

PEJU O DO .\ U'l'Ol\0 ~1 J 'O

IwpC'rio

O. Petlro T.. ...... . . . .. . .... .. .... . .. ..... . . . . . . 1 22


l{egcucia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 31
D Pedro Ir .. .. . ...... . . ... . ....... .. ... . ........ l S!O

Repnblica

Governo Provi o rio.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . !J


1\'Tarecba l Deodoro dn. Fon ·eC'a ...... . ......... .... ]., !Jl
Marechal Floriano Peixoto .... . . ... .. ..... ... . .. . 1 !)1
Prudente José de l\Ioracs llnrro .. . . . . . .. .. .. . . . .. . 1 Dl

Da as memoraveis da Historia do Brazil desde t500 ate i895

1500- Abril 22- De ·cobertn. de l'cdro Alvares


()almtl.
1500-:M:aio l-Primeira lllissn. uo continente.
101

1!:!01- Prim ira. exp diçi:'Lo exploradora ao mando ele


.Audr ~· Gonçalves .
1GU3-. cg unda id m id em ele Gonçal\1es Coelho.
1G2G--Te rc ·ira itl m de Clrri· tovrw Jaçques.
15:)ú-On a rLa i J ,r11 id m :'IIa. rLirn Affonso de Souza.
1531- Funda çi"t cl ~ •. Vi ·ente e Piratiniuga..
l iJ 19- ltl c l.ll tla c idade tlo Sa lvado r e do governo
g ral .
1 ::;.) iJ-Os fra.n cc ze · no Rio el e .Janeiro-Villcgaignon.
l .)() ;- - Fundayiro Lle I io tle .Janeiro e expubrLo dos
fran ccz •, .
159-1- 0 ..; fra nccz s r~o Maranhão.
16 11 - na xpul ·rto: vi ctoria de Guaxendnba.
1G:A :t IG.J4- Do mini lroll aml z oo Brazil.
Hi-JO a 1()97- l ep nblica do. Palmare.. .
1-10-Expediçrto de Duclcrc ao Rio do Janeiro.
1711- Itlcm d e Dug rra) Trouin.
17 a 179~-0 Tirad ente .
li!J2-Alu·i l21- uppli c o de 'rirad entts.
1 O -Chegada tle D. Jol'LO VI.
1Slü-Elevaç~Lo do Brasil n. re ino.
1 ~0-R. geuc ia de D. Pedro .
1S22- ctembro 7- Proclaruaçã.o da Iudepe udencia.
1 23-lkt.i racla das nltimns forças portnguezas.
182-1 1\larço 25-.Jnram euto da Coustitniçl'Lo.
1 31-Abril 7-.A..bclicaçã.o de D. Pedro I.
L 31 :~ 18 iO-Regencia.
18 W-.Jnlho 23-l\[aioridade de D. Pedro I I.
1 65 a 1870-Gucrm do Paraguay.
18 ' 8-Maio 13- Libcrtnçl'ro dos escravos.
18 9-Novembro 15 - Lil>erlaçl'Lo dos cirladãos: a
Rcpubli ca .
1890-Eieiçl'w da Constituinte.
10 2

1891-Fcvcreiro 2·t-PJ o mnlga~:iío tla. Con t itnição .


1 !li-Idem 23-Ei e i~· ;:-Lo uo 1° Prcsid c uLc da. TI.epu·
blica.
1 91- Novembro 23-Tic nuu ·ia do l'llurcchal Dco·
d oro .
189J-No,·cmbro 15-Po, · do Dr. P rud 'Utc Jo é de
Moraes Barros.

Homens notaveis na histori a do Brazil , cuja biographia


desejo lêr

'reneute Coronel B e njami11t Constaut Botelho de


l\l a ga l h rte. .
Jo ·é BoniJ'acio tl A udrada c ih·a.
Joaqu im Jo ·é d <L. il\'a. Xa\·ier.
1\íar JU CZ de PoutlJ;ll.
J oito Fcmancl c · Vi eira.
Allllré Vida! de Nogt·ciro ·.

Factos, que d~sejo lêr com mais particularidades

A descob erta de Pedro A1vares 'abral.


A funclaçito de R. Viceut. c PirnLiuinga.
A bi. toria elo 1°, 2° c 3' gov ruatl orcs gcraes.
A guena contra o· il(JllauclcZl: . .
Asexpet1ições elos Fraucezes contra o R.iode Ja-
neiro no scculo XV IH.
A tentativa cb Iutlcpendeucia..
A vida e morte do Tiraucnt.es .
.A. estada de D. JorLO VI no Bra7.il.
A Guerra da. ludcpe nde ucia .
O Governo <los dois Illlperadores.
103

A Ou c rm el o P ;ll':t"' ll:t.)'.
A Libc rtaçfto d o · E · ·mvos.
procla.nt ;tçfto c a co n ttt ui ç ~tO da R epublica.

Rol das obras. a que posso recorrer na bibliotheca do


DesembJrga dor Men ezes c Moura

A DE c BE ilT.I : - R vi ta \lo Iu t it uto Historie-o:


Ca r ta l1e P ero Yaz Cam inlw, c ele Mestre João ,
co mpanlt iro. do P 'lro \h· are: Ca bra l.
S. \ r EXTE E Pr I<ATI ::-.:r~ G A : - Dia rio de .Paro Lopes
de ouza ; Cart.ts do P (ulre JJianoel ela ·Nobrrg a ;
Tnfonna yõl d e Anchielu .
Ü 8 TH.ES l> IU~I E IRO S GO VERNAOOR t, S : - Histnria d o
B razil d e Porto egm·o; Cbro ni ca ela. Con:pauhia.
d J esu , de Simtw ele 1 asconccllo .
G UERRA COl\T I:A OS U OLI.AKD EZE :-Historiado Brazil
d e Porto Scgu.ro; R vista. d o lu ·t ituto Bi ~ Lorico:
C hron ica ele D. ]fa.norl tlc j)fellezes ; H istoria do
Brazi l de Frei Vicllnte ele al vculor (An naes ((a.
Bibl iotllcca Naci nal) ; P mambuco, c u descn·
' olvilll cnlo h i ·tori co , por Olivcint L ima.
EX PED IÇÕES n o-· J>RAK CEZES "\ 0 RIO DE JA!\EIRO :-Me·
ut ori a · elo D ugttet!J· Tro nin; l\Ietnorias ele j)[o11senhor
Piz(trro .
T El\T.\T I VA DE 11\DEPEl\DEN OIA: VIDA E MORTE DO
'l' lRADENTES : - R evi ta. <lo Iusti tuto Bistorico,
Sentença elos 'l'éms (la conjnraçiio m.ineim ; Brazil
H i ·tori co el e Mello Mo raes. U lt imo intorrogn.torio
tlo 'l'irn.deutc --Norberto da Silvet.
ESTADA DE D. J oÃO YI- Historia do Brnzil de .tJ.,-m·itage.
GUERRA DA. 1 NDEPE~DENC1:\ -l\lcmorins bi:;tol'icas da
Bnhia por .Aceioly i Exposição dos serviços ele
104

L onl Cochranc ; ~l<·lll o ria s d e D rullllliOIIcl ( Anua c s


da Biblio th ecn Naciona l) .
Ü GOYERXO D O..' D I 1/f.l 'El~A DOJu : · - Di : l ria do
Brnzi l d A rmilagr>; Hi · t o ri a d :-t furl(l açi'ro d o im-
p e ri o, P el'eira da ' ilw ; 1\f •n.10ria . elo "Ji a1·qu •z ele
BarbaC(J II(t i D. r d r n ]] ujamin Mo:; ·é.
A G 'E RR A DO P .\I<A · U A Y - D. P · dr· H B . Jfo é ;
Hi s t ori <t üa gu rra da Lr ipli c allinn~·a 'clwei<lel';
A n- ncn a llü Parngu:ry J oun lan .
A Llllr·:R'J',\ Ç:io n o . 1~s · J~AY O · - o n.b li ·i onis r11 o, 71'a-
bnco .
A PRO J..\i\IA ÇÀO E CO~ .' TI T I ~'ÃO DA h .EP .BLIC:A -
Apontam .u to p am a !ri. L•11·ia da funda~·rto da.
R c pub li ·n 'a111pos Po i'IO ( pnbli c:açr'LO da [mpre n a,
Na,c io nnl ) · Bion·rap lr i:L d e l3enj ::ullin 'ou tant,
R. 1'ei.'ceira U wles.

Petropoli , 16 d e Fevereiro d e 1 !JG.

ALVAJW DE. o Z ~\ CA ~[lNHA.


t •- •
r .

I .

...

..

Você também pode gostar