Introdução ..................................................................................................................................................... 2
O Desenho Técnico no Curso ....................................................................................................................... 4
Módulo 1 - PERSPECTIVAS......................................................................................................................... 5
1.1 - Perspectiva Cavaleira .....................................................................................................................................6
1.2 - Perspectiva Axonométrica Trimétrica ............................................................................................................11
1.3 - Perspectiva Axonométrica Dimétrica .............................................................................................................14
1.4 - Perspectiva Axonométrica Isométrica............................................................................................................16
1.5 - Classificação das Perspectivas .....................................................................................................................19
1.6 - Utilização dos Vários Tipos de Perspectiva Rápida .......................................................................................20
1.7 - Desenho de Perspectivas Rápidas ................................................................................................................21
1.8 - Perspectiva da Circunferência .......................................................................................................................22
1.9 - Perspectiva de Sólidos de Revolução ...........................................................................................................23
O
desenho tem sido, desde a pré-história, um meio privilegiado de
comunicação entre os homens, talvez mesmo o único de aplicação
universal. Na realidade, desde os tempos mais remotos, o homem
tem utilizado o desenho para exprimir ideias, conceitos e situações
para o que não dispunha, eventualmente, de outras formas de o fazer. São
sobejamente conhecidas as representações que o homem fez, nesses tempos
longínquos, de objectos e de animais, designadamente sobre as paredes
rochosas das cavernas onde então vivia. Mais perto de nós, os antigos egípcios
utilizaram o desenho como forma de tradução escrita da respectiva língua tal
como o fizeram - e ainda hoje o fazem - vários povos orientais.
1. Perspectivas
Objetivos do módulo
No final do estudo deste módulo, tendo executado com êxito as diferentes
actividades pedagógicas nelas contidas, os formandos deverão ser capazes de:
não ser muitas vezes compreensível por uma pessoa não familiarizada com os
princípios do desenho projetivo, ou até de não permitir, mesmo ao técnico
qualificado, uma rápida perceção global dos objetos ou conjuntos de objetos
representados, quando estes sejam complexos e numerosos. Para obviar a
este inconveniente, recorre-se a uma forma de representação que procura
identificar-se com a imagem que a observação visual do objeto fornece. Esta
forma de representação, que admite várias modalidades, tem a designação
genérica de perspectiva.
A representação rigorosa em perspectiva, que corresponde exatamente à
imagem visual ou à imagem formada numa máquina fotográfica que a
fotografia materializa, é susceptível de ser desenhada e em muitos casos é
conveniente que o seja. Esta perspectiva, que se designa por perspectiva
rigorosa, supõe um observador colocado num determinado ponto de
observação, a distância finita do objecto e do plano em que se representa a
perspectiva, isto é, recorre a uma projecção central. Conforme se verá na
altura própria, a construção da perspectiva rigorosa exige um trabalho que
nem sempre justifica o fim em vista. Por isso se empregam, muitas vezes,
outras perspectivas que, afastando-se em maior ou menor grau da
representação exacta, dão, contudo, uma ilusão da forma do objecto e são de
execução menos demorada do que a perspectiva rigorosa. Pela maior rapidez
02 Manual de Manutenção Preventiva e Correctiva_v1 15-
08-2012 v1
de execução são conhecidas genericamente por perspectivas rápidas, sendo
também muitas vezes designadas por perspectivas paralelas em virtude de,
contrariamente ao que acontece com as perspectivas rigorosas, se apoiarem
em sistemas de projecções cilíndricas ou paralelas.
Como se sabe, a projecção paralela pode ser oblíqua ou ortogonal, conforme
as projectantes são oblíquas ou normais ao plano de projecção. Enquanto a
projecção paralela oblíqua conduz a uma representação habitualmente
designada por perspectiva cavaleira, a projecção paralela ortogonal permite
uma representação que se designa por perspectiva axonométrica.
A perspectiva axonométrica que na sua forma mais geral pode ser também
designada por perspectiva axonométrica trimétrica, admite ainda casos
particulares, em que se designa por perspectiva axonométrica dimétrica e por
perspectiva axonométrica isométrica. Adiante se explicará em que consiste
cada uma destas perspectivas e a razão de ser das designações adoptadas.
d1
r
d
Não frontais apareceriam quase de topo, sendo por isso pouco visíveis as
configurações nelas representadas. A disposição com = 30º deve preferir-se
quando houver interesse especial em exibir configurações do objecto contidas
nas faces laterais, isto é, configurações que em projeções ortogonais
apareceriam representadas na planta ou na vista por baixo.
Enquanto que, para obter uma perspectiva cavaleira, recorre-se à sua projec-
ção paralela oblíqua e se considera o cubo com uma das faces paralelas ao
plano de projecção, para obter uma perspectiva axonométrica recorre-se à
projecção paralela ortogonal e considera-se o cubo com todas as faces oblí-
quas em relação ao plano de projecção considerado.
Na Fig.8 representa-se um cubo cujas faces são todas oblíquas em relação ao
plano de projecção escolhido e mostra-se como se obtém, recorrendo a uma
projecção paralela ortogonal, a perspectiva axonométrica.
Supondo que o plano de projecção é o plano do papel, a perspectiva assume o
aspecto que a Fig.9 representa.
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Fig.8 - Modo de obter uma perspectiva
axonométrica de um cubo.
r r r r
1 1
, 1 2
e r 3
3
r r r r
1 2 1 2
19
22
Objetivos
Com a conclusão desta ficha os formandos deverão ficar aptos a desenhar, a
lápis e em formato A3, as perspectivas, cavaleira, isométrica e axonométrica
dimétrica de qualquer peça.
Desenho Nº1
Desenhar a perspectiva cavaleira cotada da peça representada pelas sua
projecções na figura A seguinte.
Figura A
26
Desenho Nº2
Desenhar a perspectiva isométrica cotada da peça representada pelas sua
projecções na figura B seguinte.
Figura B
Figura C
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2. PERSPECTIVA RIGOROSA
Objectivos do módulo
No final do estudo deste módulo, tendo executado com êxito as diferentes
actividades pedagógicas nele contidas, os formandos deverão Ser capazes de:
30
2.1 - Definições
31
33
Se condiderarmos agora uma recta que, para além de estar assente no plano
horizontal está de topo,ie, perpendicular ao quadro, torna-se evidente que o
ponto de fugaF coincidirá com o ponto principal P, uma vez que o primeiro se
obtém traçando uma paralela à recta a partir do ponto de vista e este se
obtém traçando um aperpendicular ao quadro a partir do mesmo das rectas r
e s são dadas, respectivamente, por r1 e s1 .
34
T' representa a projecção do ponto no plano horizontal. T'' não tem de estar
na projectante que passa por T' dado que apenas serve para marcar a cota c
a partir de LT.
O ponto de distância D dista do ponto principal o mesmo que este do ponto de
vista. A perspectiva T1 do ponto é a intersecção das rectas t1 e s1.
39
41
42
44
45
Já mais de uma vez foi referido que da posição relativa do objecto e do quadro
depende o tamanho da perspectiva. A Fig.60 compara 3 perspectivas do
mesmo paralelepípedo, quando este está situado além do quadro (a), aquém
do quadro (c) ou é intersectado pelo quadro (b). Verifica-se que há em a uma
redução do objecto, em c uma ampliação e em b uma representação
intermédia que se aproxima da verdadeira grandeza.
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Objetivos
Com a conclusão desta ficha os formandos deverão ficar aptos a desenhar a
lápis e em formato A3, a perspectiva central de uma peça ou qualquer outro
Objectivo.
3. CORTES E SECÇÕES
Objetivos do Módulo
No final do estudo deste módulo, tendo executado com êxito as diferentes
actividades pedagógicas nele contidas, os formandos deverão ser capazes de:
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Casos há, porém, em que a representação das linhas ocultas em cortes pode
ter vantagem. É o que acontece quando essas linhas se referem a
configurações do objecto representado que o corte não deixa aperceber. A
representação de linhas ocultas em casos destes pode dispensar mais uma
vista do objecto. É o caso da peça representada na Fig.65, na qual as linhas
ocultas representadas permitem conhecer a altura da base circular da peça. 52
Fig.65 - Representação de linhas ocultas em corte para evitar mais uma vista
da peça.
53
55
56
57
Fig.86 - Corte de peça com falange. Fig.87 - Corte de tambor com 4 braços. 59
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Depois de analisados os diferentes aspectos que interessam à execução dos
cortes e das secções, cabe agora fazer referência aos tipos de cortes a que
habitualmente se recorre em desenho técnico. Consideram-se geralmente os
cortes totais, os meios cortes e os cortes parciais.
Os cortes totais são os que abrangem totalmente o objecto a representar,
atravessando-o de lado a lado. Podem ser obtidos por meio de um único
plano, o qual, sempre que possível, deve coincidir com um plano de simetria
da peça, ou por um conjunto de planos paralelos entre si ou não.
Como já se referiu, embora se suponha, na vista em que o corte se
representa, eliminada a parte do objecto situada aquém do plano de corte, nas
restantes vistas continua a representar-se o objecto por inteiro.
Os meios cortes representam apenas metade da vista em corte, deixando a
outra metade com o aspecto de uma vista normal. Este método usa-se
frequentemente em objectos simétricos e tem a vantagem de permitir
observar na mesma vista o aspecto exterior e interior do objecto.
Na fig.92 mostra-se a forma de executar um meio corte. A peça representada
em a, cortada por um conjunto de 2 planos como os indicados em b, fica com
o aspecto de c depois de retirada a parte que fica aquém dos 2 planos. Em d
mostra-se o aspecto final do corte.
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Os cortes parciais têm por objectivo apenas uma parte restrita de um objecto
representado. São limitados por linhas sinuosas, chamadas linhas de
interrupção de corte, que são do tipo das linhas de fractura.
Tal como se fez para os cortes, indicam-se agora os principais tipos de secções
que são os seguintes: secções rebatidas, secções deslocadas, secções
sucessivas e secções sobrepostas.
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Objetivos do Módulo
Recordemos que, no final do estudo deste módulo, tendo
executado com êxito as diferentes actividades pedagógicas nele
contidas, os formandos deverão ser capazes de:
Identificar a necessidade de efectuar cortes na representação de
peças
Distinguir quando se utilizam cortes os secções em desenho
técnicos
Aplicar os tracejados correctos em cortes e secções
Desenhar peças, utilizando cortes e secções, com todas as
indicações necessárias, incluindo cotas.
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NB - Poderá a sala dispor de um ou mais afia-lápis de secretária e, nesse caso, não serão
necessários os afia-lápis para os formandos.
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4 - ACABAMENTOS E TOLERANCIAS
Objetivos do Módulo
No final do estudo deste módulo, tendo executado com êxito as diferentes
actividades pedagógicas nele contidas, os formandos deverão ser capazes de:
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Por esta razão, os sinais de trabalho são dispostos de modo que sejam
orientados do exterior para o interior da peça em relação às superfícies a
trabalhar.
Fig.104
72
Quando todas as superfícies de uma peça são trabalhadas com o mesmo grau
de acabamento, é inútil repetir o mesmo símbolo em cada superfície; basta
indicá-lo uma só vez em baixo, à direita do desenho.
Deste modo, lê-se que algumas superfícies da peça devem ser trabalhadas de
modo particular, e esse trabalho lê-se directamente com a ajuda do símbolo
indicado no desenho, sobre as faces a que diz respeito, enquanto que todas as
outras superfícies que não apresentam nenhum sinal específico devem ser
trabalhadas segundo as indicações do sinal de trabalho geral.
Fig.107 Fig.108
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Fig.109
74
Fig.110
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76
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Fig.116
78
Fig.117
Fig.118
Fig.119
Fig.120
Fig.121 81
82
Se uma superfície tiver uma certa rugosidade final, depois de uma série
definida de trabalhos, é necessário assinalar esses trabalhos, do exterior para
o interior e pela ordem em que são executados.
Fig.125
Sabendo que é impossível ter uma precisão absoluta nas dimensões de uma
peça, é necessário manter o erro inevitável dentro dos limites estabelecidos,
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pelo que será necessário atribuir a estas dimensões um determinado grau de
precisão, imposto pela importância funcional da peça em questão. O grau de
precisão é obtido pela atribuição a cada dimensão uma tolerância de trabalho,
isto é, uma margem de erro dentro da qual cada dimensão obtida é aceitável
em relação à cota indicada no desenho.
As tolerâncias de trabalho têm uma dupla função. Por um lado, o desenhador
deve escolher e assinalar no desenho as tolerâncias mais adequadas à
funcionalidade da peça (a precisão tem preço e uma peça deve ser justamente
precisa no domínio da tarefa que deve cumprir). Por outro lado, o operário
tem o dever de respeitar as tolerâncias indicadas nas cotas para garantir o
bom funcionamento da peça que constrói.
Fig.127
84
Fig.128
85
86
2– Negativas: O sinal da tolerância é negativo (-) o que indica que o erro
admissível pode ser cometido antes de se obter a dimensão nominal, pelo que
esta última se torna automaticamente na dimensão máxima e a dimensão
mínima é obtida por:
32 - 0,3 = 31,7 mm
Fig.130
Fig.131
88
89
Fig.136
90