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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA NAS ORGANIZAÇÕES

Arnaldo Barbosa de Souza Júnior1


Márcia Teixeira da Silva Pinheiro2
Rosa Maria Silva Furtado3

RESUMO

Esse artigo teve a finalidade de elucidar dados e informações, com base na legislação tributária,
a fim de identificar a forma de avaliar os principais impactos e benefícios da contabilidade
tributária no setor do comércio em geral. A pesquisa foi desenvolvida com escritório de
contabilidade do Centro de Barreira-BA, sendo uma população 18 (Dezoito) escritório
localizados, essa fase da pesquisa constituiu-se a partir de aplicação de questionário, para uma
amostra de 12 (Doze) contadores correspondendo 30% desse universo, considerando a
disponibilidade dos profissionais. O questionário objetivou alcança os impactos e benéfico da
contabilidade tributária, relacionando os aspectos que na visão desses contadores se tornaram
determinantes para a sobrevivência competitiva das empresas e, consequentemente, um
aumento nos lucros. Para atingir este objetivo, realizou-se uma pesquisa de campo, de natureza
exploratória, com abordagem qualitativa e quantitativa. O instrumento utilizado para a coleta
de dados foi um questionário desenvolvido exclusivamente para se chegar ao objetivo da
pesquisa, que é conhecer e compreender a forma de utilização da contabilidade tributária nas
organizações. O questionário respondido pelos profissionais foi composto por 10 questões
objetivas, cujas informações obtidas serviram de base à análise dos dados que mostrou a
importância do profissional contábil na utilização da contabilidade tributária nas organizações
através das informações e conhecimento da legislação fiscal e tributária. Estas informações têm
a finalidade de assegurar seus clientes sobre a melhor forma de tributação e a menor carga
tributária possível, de forma lícita, influenciando-os também a buscarem mais auxílio juntos
aos escritórios de contabilidade para a realização do planejamento tributário, pois uma
consultoria adequada irá prover as informações e soluções necessárias para as tomadas de
decisões, cujo foco principal é o crescimento da empresa e sobrevivência no mercado. Assim
pode destaca no resultado da pesquisa que, a maioria dos escritórios de contabilidade, que
correspondem a 67% do total pesquisados, afirmaram que a redução da carga tributária é uma
ferramenta de grande importância para a competitividade e a sobrevivência das empresas.

Palavras-chave: Contabilidade Tributaria. Planejamento Tributário. Organizações.

ABSTRACT

This article had the finality of explaining data and information, with base at the tax legislation,
in order to identify how to evaluate the main impacts and benefits of tax accounting in the
general business sector together with accountants with offices located in the Center of Barreiras
- Ba, relating the aspects that in the view of these accountants are being determinant for the

1
Acadêmico/a do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB. E-mail:
arnaldojr36@gmail.com
2
Especialista/pela FASB MBA em controladoria e auditoria, Professor/a orientador/a do Curso de Ciências
Contábeis da FASB. E-mail: márcia@fasb.edu.br
3
Mestre em Educação e Contemporaneidade pela UNEB. Professora da disciplina Monografia II, do Curso de
Ciências Contábeis da FASB. E-mail: rosa@fasb.edu.br
2

competitive survival of the companies and, consequently, an increase profits. Toreach this
objective was realized a field researchof an exploratory nature, with a qualitative and
quantitative approach. The research was developed with an accounting office of the Center of
Barrier-BA, being a population 18 (Eighteen) located office, this phase of the research was
constituted from application of questionnaire, for a sample of 12 (Twelve) counters
corresponding 30 % of this universe, considering the availability of professionals. The
questionnaire aimed at achieving the impacts and beneficial of tax accounting, The instrument
used to collect data was a questionnaire developed exclusively to reach the research objective,
which is to know and understand the way tax accounting is used in organizations.The
questionnaire answered by the professionals was composed of 10 questions; the information
obtained, which served as a basis for data analysis, which showed the importance of the
accounting professional in the use of tax accounting in organizations, through the information
and knowledge of the tax and tax legislation. These information have the purpose of assuring
to its clients the best form of taxation and the lowest possible tax burden, in a licit way, them
also influencing them to seek more aid, together with the accounting offices for the realization
of tax planning, as an appropriate consulting, will provide the information and solutions
necessary for decision-making, whose main focus is the company's growth and survival in the
market. Thus, it can be highlighted in the research results that, most of the accounting offices,
which correspond to 67% of the total surveyed, stated that the reduction of the tax burden is a
tool of great importance for the competitiveness and the survival of companies.

Keywords: Tax Accounting. Tax Planning. Organizations

INTRODUÇÃO

A contabilidade tributária é um ramo da contabilidade cujo objetivo essencial é controlar


as obrigações e passar de forma clara as informações de carga de tributos recolhidos pelas
empresas conforme a legislação tributária. A partir desta contribuição de encargos, o
gerenciamento realizado pelos especialistas contábeis desenvolve um planejamento tributário
eficaz com propósito de redução de imposto, e consequentemente na manutenção da saúde
financeira da empresa.
A atual carga tributária no Brasil apresenta os tributos e os encargos sociais mais
relevantes com um percentual de 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado em 2015
pela Receita Federal através do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Considerando a esfera do governo, a carga tributária cobrada pela União foi de 22,29% do PIB
em 2015, para o estado foi de 8,28% do PIB e, por último, a carga tributária dos municípios foi
de 2,08% do PIB.
Os impactos nas atividades das grandes, médias e pequenas empresas vêm estimulando
estudos nas diversas modalidades de tributação, aprofundando cada vez mais nas questões do
3

lucro e seus efeitos nos resultados. As atividades desenvolvidas pelas contabilidades


contribuem com os cálculos referentes à constituição e o planejamento tributário, objetivando
diminuir a elevada carga tributária das entidades empresariais.
Diante desse contexto, este artigo teve o objetivo de averiguar a percepção dos
contadores, identificando a forma de utilização, relacionando os aspectos e avaliando os
principais impactos e benefícios da contabilidade tributária nas empresas. Onde justificou as
percepções com a finalidade de compreender os objetivos e impactos da contabilidade tributária
como forma de sobrevivência e melhor relação com o fisco. E conhecendo também outros
serviços oferecido pelas contabilidades, como as estratégias para redução de custos de produtos
competitivos e redução da carga tributária nas empresas.
Destacam-se os principais benefícios dos profissionais contábil a conscientização e o
incentivo a seus clientes a fazerem uso do planejamento tributário, bem como buscar mais
auxílio junto à contabilidade para o processo da tomada de decisões nas empresas com o
objetivo de auxiliar os empresários na alavancagem do seu negócio. Esses objetivos contribuem
para a sobrevivência e resultados competitivos no mercado, bem como a boa qualidade e a
confiança no serviço prestado pelo contador.
De acordo com Oliveira (2015), torna-se explicável o entendimento de que o
planejamento tributário é o resultado do estudo das alternativas e formalização jurídicas das
determinadas operações dentro de uma organização antes da aplicação do fato gerador,
conscientizando seus contribuintes optarem pela melhor forma de tributação.
A primeira medida a ser tomada na sobrevivência a este novo cenário garantir que o
profissional contábil tenha um amplo conhecimento sobre os tributos e seus regulamentos. Ao
assumir o papel de gestor nas informações no que diz respeito à importância da contabilidade
tributária nas organizações, desenvolvendo habilidade e competência nas suas atividades, este
profissional avalia e evita os riscos de possíveis erros contábeis que possam levar as empresas
a gastar mais com tributos, mantendo assim a sua sobrevivência e competitividade no mercado.

ETRUTURADO ARTIGO

Resumo
1. Introdução
2. Desenvolvimento
3. Metodologia
4

4. Resultados
5. Discussões
6. Conclusão

1 DESENVOLVIMENTO

Esse capítulo trará os conceitos do tema sob enfoque, demonstrando a evolução do


Sistema Tributário Nacional com as variadas abordagens acerca da importância dos contadores
e da contabilidade tributária nas organizações.

1.1 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Conhecida também pelo termo de Contabilidade Fiscal, a Contabilidade Tributária é a


área da Contabilidade que trabalha na administração dos tributos, visando aplicar as normas da
contabilidade, conforme a Lei da Legislação Tributária, ou seja, o seu objetivo é controlar as
obrigações e registrar atos e fatos, fazendo essa ramificação um conjunto de ações tendo em
vista as apurações de tributos de forma menos onerosa às entidades empresariais.
Fabretti (2001, p. 27) conceitua a Contabilidade Tributária “como o ramo da
contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da
contabilidade e da legislação tributária de forma adequada”. Neste sentido, demonstra a situação
do patrimônio e o resultado do exercício de forma clara e precisa, rigorosamente, de acordo
com o conceito, princípios e normas básicas de contabilidade que demonstram o resultado
apurado e economicamente exato.
Em contrapartida, Oliveira (2015) conceitua a Contabilidade Tributária:

É a ciência que estuda e pratica as funções de orientação controle e registro dos atos
e fatos de uma administração econômica, servindo como ferramenta para o
gerenciamento da evolução do patrimônio de uma entidade e, principalmente para a
prestação de contas entre os sócios e os demais usuários, entre os quais se destacam
as autoridades responsáveis pela arrecadação dos tributos de uma região.
(OLIVEIRA, 2015, P. 03).

Neste sentido, a contabilidade tributária proporciona às empresas a ter controle e registro


dos atos e fatos, auxiliando-a na tomada de decisão, principalmente, em relação ao regime
tributário mais adequado. Entretanto, o profissional contábil é responsável pelos cálculos dos
tributos, referindo um princípio básico de controle das empresas aos consequentes riscos.
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1.2 REGIMES TRIBUTÁRIOS EXISTENTES NO BRASIL

De acordo com o Sistema Tributário Nacional (STN), no Brasil existem hoje três tipos
de regime de tributação Federal: a) Lucro Real, b) Lucro Presumido e, c) o Simples Nacional.
Assim, as empresas, por meio do profissional contábil, elaboram um processo de planejamento
tributário escolhendo o melhor regime que se enquadra com o perfil do negócio para garantir
um crescimento sustentável, pois o processo de tributação incide diretamente no resultado
econômico da empresa.

1.2.1 Lucro Real

É uma modalidade do regime de tributação, podendo ser aplicado a todas as empresas,


exceto àquelas que são obrigadas pelo Lucro Real. Esse regime é um cálculo sobre o resultado
apurado das pessoas jurídicas com os acréscimos das adições e exclusões previstas na lei.
O Art. 247 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto-lei nº 3000/99, define o
Lucro Real como:

O lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições e exclusões ou


compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, art.6º).
A determinação do Lucro Real será precedida da apuração do lucro líquido de cada
período com observância das disposições das leis comerciais (Lei nº. 8.981, de 1995,
art. 37).

Neves et a1 (2001, p. 03), afirma que o Lucro Real é:

O resultado do período de apuração (antes de computar a provisão para o imposto de


renda), ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou atualizada pela
legislação do imposto sobre a renda, ou seja, para se determinar o Lucro Real é preciso
apura o resultado líquido aferido na escrituração comercial (NEVES e VICECONTI,
2001, p. 03).

O regulamento do Imposto de Renda afirma em seu art. 248 que o lucro líquido do
período de apuração seja dado pela soma algébrica do lucro operacional dos resultados não
operacionais e das participações e, deverá ser determinada com observância dos preceitos da
lei comercial.
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A legislação fiscal esclarece que aquelas despesas não reconhecidas como dedutíveis,
devem ser adicionadas ao lucro líquido do período, assim como as receitas que não são
tributáveis devem ser excluídas para a apuração do Lucro Real.
De acordo com a (Lei nº 9.718, de 1999, art. 14), o regulamento do Imposto de Renda,
estão obrigadas à apuração do Lucro Real para as empesas jurídicas conforme o art. 246:

1- Cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior ao limite de quarenta e
oito milhões de reais, ou proporcional ao número de meses do período, quanto inferior
a doses;
2- Cuja atividade seja de Banco comercial, banco de investimento, banco de
desenvolvimento, caixa econômicas, sociedade de créditos, financiamento, e
investimento, sociedades de créditos imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas
de arrendamentos mercantil, cooperativas de créditos, empresas de seguros privados
e entidade de previdência privada aberta;
3- Que tiverem lucro, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior,
4- Que, autoriza pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativo à
isenção ou redução do imposto.
5- Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo
regime de estimativa, na forma do art. 222;
6- Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, mercadológicas, gestão de créditos, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do
imposto de renda que apuram o IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) com base no Lucro
Real estão sujeitas à incidência não cumulativa.
Conforme a (Lei 10.637/02 e a Lei 10.833/03 art. 2º), é permitido o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. Nesse regime, as
alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 1,65% e
de 7,6%.

1.2.2 Lucro Presumido

Segundo o art. 13, da Lei nº 9.718/98, esse regime de tributação é a presunção de um


percentual que sua base de cálculo é através da receita, cujas alíquotas de presunção são de
acordo com a atividade da empresa e é determinada pela legislação tributária levando em
consideração o faturamento da empresa independente das despesas. Nesta perspectiva, aquelas
empresas que não estejam obrigadas ao Lucro Real e que tenha obtido uma receita bruta no ano
7

anterior de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), podem optar pelo Lucro
Presumido
De acordo com Oliveira (2015 p. 208), as empresas que se enquadram nesse regime do
Lucro Presumido são acrescidas de ganho de capital e aplicações financeiras para apuração dos
cálculos anual ou trimestral. O cálculo trimestralmente é apurado no encerramento em 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Neste sentido,
estabelece-se ainda na data de encerramento da Pessoa Jurídica, no caso de extinção ou
encerramento das atividades ou seu acervo líquido seja totalmente destinado.
Após a avaliação da base de cálculos do Lucro Presumido, aplica-se uma alíquota de
15% para o IRPJ. Conforme o art. 541 do Decreto 3.000/99, caso ocorra um excedente de R$
60.000,00 sobre a base de cálculo no trimestre, incidirá um adicional de 10% sobre o lucro
liquido. Para a CSLL, aplica-se a alíquota aplicada de 9% sobre o faturamento das empresas
jurídicas em geral ou 15% sobre o lucro líquido da instituição financeira.
A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário tenha sido igual ou inferior
o percentual previsto em lei poderá optar pelo regime de tributação no Lucro Presumido. Esta
opção será definitiva com relação ao ano-calendário, com pagamento da primeira ou única
quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração do ano-calendário
conforme o (RIR/1999, art. 516, §§ 1º e 4º) atendendo as alíquotas de cada empresa, conforme
tabela 1:

Tabela 1 – Atividades e Percentuais para obtenção da Base de Cálculo – IRPJ e CSLL


ATIVIDADES IRPJ CSLL
Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8% 12%
Revenda de combustíveis 1,6% 12%
Revenda de mercadorias 8% 12%
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16% 12%
Serviços de transporte de cargas 8% 12%
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32% 32%
Serviços hospitalares 8% 12%
Adm., locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza 32% 32%
Aplicações Financeiras 100% 100%
Demais receitas 100% 100%
Fonte: Pinto (2013, p. 95) com base nas informações da Receita da Fazenda Adaptada do RIR/99, art. 223

Nas empresas optantes pelo regime de tributação Lucro Presumido, a receita que é
tributada no IRPJ é também tributada na CSLL. Entre essas receitas, algumas não serão
tributadas, conforme esclarece Pinto (2013 p. 95):

a) Receita da equivalência patrimonial.


b) Receita de dividendos do investimento.
c) IPI, se contabilizado juntamente com a receita de vendas.
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d) ICMS cobrado por substituição tributária e contabilização juntamente com a


receita de vendas.
e) Recuperação de créditos baixados pelas perdas.

Quando a base de cálculo da tributação da pessoa jurídica é calculada pelo regime de


competência, tem-se a opção de adotar o critério de recolhimento do PIS e da COFINS pelo
regime de caixa, quando se trata do recebimento das receitas das vendas de mercadoria,
produtos ou prestação de serviços.
De acordo com a Lei nº 9.718/98, art. 3º, parágrafo 2º, nas apurações do PIS (Programa
de Integração Social) e da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social),
o regime vai ser cumulativo e calculado sobre a receita bruta da empresa com a alíquota de
0,65% para o PIS e 3% para a COFINS. Nesta perspectiva, podem ser excluídos quando
integrado a receita bruta:
a) Das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota
0 (zero);
b) Das vendas canceladas;
c) Dos descontos incondicionais concedidos;
d) Do IPI;
e) Do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador
dos serviços na condição de substituto tributário;
f) Das reversões de provisões;
g) Das recuperações de créditos baixados como perdas, que não representam ingresso de novas
receitas;
h) Dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;
i) Dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo aquisição, que
tenham sido computados como receita;
j) Das receitas decorrentes da venda de bens do ativo imobilizado
Corrobora-se então que a empresa optante pelo Lucro Presumido é beneficiada com a
base de cálculo do PIS e da COFINS, onde faturamento não inclui os ganhos de capital e nem
os ganhos sobre as receitas financeiras, podendo ser adotado o regime de caixa para seu
pagamento, e de obrigação à escrituração pelo Livro Caixa.

1.2.3 Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime de tributação da união, cuja finalidade é simplificar o


recolhimento dos tributos a fim de minimizar a carga tributária das Microempresas (ME) e das
empresas de pequeno porte (EPP). Esta modalidade de tributação foi criada pela Lei
complementar nº 123/2006 e alterada pela Lei nº 139/2011 com o objetivo de alavancar a
competitividade das empresas que se enquadram neste regime., buscando atender o limite
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máximo da receita bruta anual prevista em Lei. Por outro lado, é preciso fazer um estudo através
de cálculos contábeis para definir o regime mais vantajoso, tais como, a opção pelo Simples
Nacional, Lucro Presumido e, Lucro Real.
Já para Oliveira (2015), o Simples Nacional é o sistema que corresponde a um regime
diferenciado de tributação para essas empresas, com pagamento de oito tributos federais por
uma única alíquota.
De acordo com a Lei 123/2006, art. 12, e art. 13, o regime especial unificado de
arrecadação de tributo das Microempresas e empresa de pequeno porte tem um recolhimento
mensal único, considerando o somatório das receitas brutas dos seguintes impostos e
contribuições:
I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
II - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
V - Contribuição para o PIS/ PASEP;
VI - Contribuição para a Seguridade Social (INSS);
VII - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestaduais
e Intermunicipais e Comunicação (ICMS);
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Para efeito da Lei Complementar nº 139/11, consideram microempresas – ME ou
empresas de pequeno porte – EPP:
 A sociedade empresária;
 A sociedade simples;
 A empresa individual de responsabilidade limitada.
Todas essas entidades devem constar no registro de empresas mercantis ou no registro
Civil de pessoas jurídicas conforme estabelece Oliveira (2015) a partir de 1º de janeiro de 2012:

I. As microempresas – ME, em cada ano-calendário devem auferir receita bruta igual


ou inferior a R$ 360.000, OO (trezentos e sessenta mil reais);
II. As empresas consideradas de pequeno porte – EPP, também em cada ano-calendário
devem auferir receita bruta superior a R$ 360.000,00(trezentos e sessenta mil reais)
e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e sessenta mil reais).
III. Os microempreendedores individuais (MEI) auferir receita bruta máxima anual de
R$ 60 mil, oliveira (2015, p, 404).
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As pessoas jurídicas que adequarem a qualquer uma das situações a seguir, conforme
Art. 3º, parágrafo 4º da Lei Complementar 123/2006, não poderão enquadrar no Simples
Nacional:

1 – De cujo capital participe outra pessoa jurídica;


2 - Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com
sede no exterior;
3 – De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja
sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta
Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o
inciso II do caput deste artigo;
4 - Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra
empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
5 - Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica
com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o
inciso II do caput deste artigo;
6 - Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
7 - Que participe do capital de outra pessoa jurídica;
8 - Exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de
caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito
imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio,
de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados;
9 - Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento
de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
10 - Constituída sob a forma de sociedade por ações.

Apresenta-se à empresa optante pelo Simples Nacional uma alíquota para fins de
pagamento, receitas decorrentes da revenda de mercadoria, receitas decorrentes da prestação de
serviço e locação de bens e móveis, receitas decorrentes da venda de mercadoria sujeita à
substituição tributária, receitas decorrentes de exportação de mercadoria para o exterior e as
receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte.
1.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Planejamento Tributário é uma estratégia apresentada no ambiente empresarial, cujo


principal objetivo é reduzir a carga tributária das organizações de forma lícita. Com as
constantes mudança da norma tributária e adoção de novos mecanismos, as empresas
necessitam, cada vez mais, de um planejamento para executar a função com mais eficácia, assim
resguardando os direitos dos contribuintes e protegendo o patrimônio da entidade, como
estabelece oliveira (2015).
Ainda segundo Oliveira (2015), entende-se por planejamento tributário uma forma lícita
de reduzir a carga fiscal, o que exige conhecimento técnico e cautela dos responsáveis pelas
decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo à concretização dos fatos
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administrativos dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial,


com objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.
Nas palavras do tributarista Latorraca (apud Oliveira, 2015, p. 23):

Costuma-se, então, denominar de planejamento tributário a atividade empresarial que,


desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos
administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das
opções legais disponíveis. O objetivo do planejamento tributário é, em última análise,
a economia tributária. Cotejando as várias opções legais, o administrador obviamente
procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o procedimento
mais oneroso do ponto de vista fiscal Latorraca (apud OLIVEIRA, 2015, p. 23).

Dessa maneira, conforme afirma Oliveira (2015), torna-se claro o entendimento de que
o planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica de
determinada operação antes da ocorrência do fato gerador para que o contribuinte opte por
aquela que apresenta o menor ônus tributarista.
Segundo Fabretti, (2001, p. 126)

É dever da administração maximizar o lucro e minimizar as perdas. Por essa razão, o


planejamento tributário é um instrumento tão necessário para ele quanto qualquer
outro planejamento, seja de marketing de vendas, de qualificação de pessoal, de
comércio exterior etc.

Na opinião de Oliveira (2015, p. 24), o planejamento tributário não se confunde com


sonegação fiscal, pois é uma forma lícita de reduzir a carga tributária das entidades, ou seja, é
um planejamento empresarial que vai definir o melhor regime que resulte no menor tributo a
pagar.

1.4 EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA

O tributo brasileiro é o montante que efetivamente ingressa nos cofres públicos, foi
criado pela Constituição Federal em (1947) e denominado Carga Tributária. Carlin (2014, p.
40) afirma que Carga Tributária é medida a partir do volume de recursos financeiros que o
estado retira da sociedade na forma de tributos comparada com a geração de riqueza em geral.
É obtida pela divisão do volume total da receita tributária pelo valor do PIB (Produto Interno
Bruto) do país. O conceito de Carga Tributária utilizado inclui também as contribuições sociais
de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais e econômicas
(CIDE). Também estão incluídas nos cálculos da carga tributária as contribuições para o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), conforme consta dos quadros de arrecadação da
Secretaria da Receita Federal (SRF).
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A tabela 02 demonstra a evolução da carga tributária brasileira de 1947 a 2015 em


relação ao PIB:

Tabela 02 Evolução da Carga Tributária Global 1947/2015 % do PIB


Ano Carga Ano Carga Ano Carga Ano Carga Ano Carga

1947 13,8 1961 26,4 1975 25,2 1989 24,1 2003 34,9
1948 14,0 1962 15,8 1976 25,1 1990 28,8 2004 35,9
1949 14,4 1963 16,1 1977 25,6 1991 25,2 2005 33,4
1950 14,4 1964 17,0 1978 25,7 1992 25,0 2006 34,2
1951 15,7 1965 19,0 1979 24,7 1993 25,8 2007 35,5
1952 15,4 1966 20,9 1980 24,5 1994 29,8 2008 36,6
1953 15,2 1967 20,5 1981 25,3 1995 29,4 2009 33,1
1954 15,8 1968 23,3 1982 26,3 1996 29,1 2010 33,6
1955 15,0 1969 24,9 1983 27,0 1997 29,6 2011 35,3
1956 16,4 1970 26,0 1984 24,3 1998 29,6 2012 35,9
1957 16,7 1971 25,3 1985 24,1 1999 31,7 2013 33,39
1958 18,7 1972 26,0 1986 26,2 2000 32,7 2014 32,42
1959 17,9 1973 25,0 1987 23,8 2001 34,1 2015 32,66
1960 17,4 1974 25,1 1988 22,4 2002 35,6 2016 32,00

Fonte: Carlin (2014, p. 41) com as informações do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)

De acordo com as informações extraídas da Receita Federal do Brasil e divulgada pelo


Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a efetiva cobrança de tributos já faz
muito tempo, no entanto, começou a ser medida partir de 1947 apresentando um percentual de
13,8% do PIB e foi denominada por Carga Tributária Brasileira.
O gráfico 01 mostra com mais detalhe a evolução da Carga Tributária e os percentuais
mais elevados nos últimos 19 anos:

Gráfico 01 – Evolução da Carga Tributária 1997/2015

Evolução da Carga Tributária 1997/2015

36% 36% 37% 36%


36%
33% 34%
35% 33% 34% 33% 34% 35% 33% 32% 33%
30% 30% 32%

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Os autores (2017) com base nas informações do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)
(2015).
13

Analisando as informações no gráfico acima, com base nas informações do Instituto


Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), no que desrespeita a evolução da carga tributária
do ano de 1997 a 2015, observamos que alguns anos estão em destaque quando o governo
adotou o maior ajuste fiscal para combater os efeitos das crises internacionais daquela época.
De acordo com Oliveira (2015), a Constituição Federal (CF) de 1988, com sua alteração
no Sistema Tributário Nacional, trouxe a incidência dos tributos, além da própria distribuição
dos valores arrecadados entre União, Estados e município.
A tabela 3 a seguir mostra dados do mesmo estudo no que diz respeito à Carga Tributária
entre entes federativos de 2005 a 2015:

Tabela 03 – Carga Tributária por ente Federativo – 2006 a 2015


2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

União...............................33,1% 23,6% 22,3% 22,4% 22,4% 23,4% 22,6% 22,5% 22,2% 22,3%
Receita tributária federais.17,5% 18,0% 17,6% 16,4% 16,4% 17,3 16,5% 16,5% 16,2% 16,4%
Receita previdenciária.......5,5% 5,6% 5,9% 5,3% 6,0% 6,1% 6,1% 6,0% 6,0% 5,9%
Estados.............................8,6% 8,4% 8,3% 8,3% 8,3% 8,2% 8,2% 8,3% 8,2% 8,3%
Munícipios.......................1,7% 1,7% 1,7% 1,7% 1,8% 1,7% 1,9% 1,9% 2,0% 2,1%
Total............................... 33,3% 33,7% 32,3% 32,4% 32,4% 33,4% 32,7% 32,4% 32,4% 32,7%

Fonte: Os atores (2017) com base nas informações da Secretaria da Receita Federal (SRF) de 2015

A tabela 03 acima apresenta a distribuição da carga tributária entre os três níveis da


Federação União, Estados e Municípios de 2006 a 2015. Observa-se que a carga tributária da
União está detalhada conforme as receitas da previdência federais e receita de tributos e
contribuições.
Segundo Oliveira (2015), a constituição em vigor distribui a competência de
estabelecimentos de tributos entre os diversos níveis de governo a saber:

 Compete à União instituir imposto sobre:


 Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
 Impostação de produtos estrangeiros;
 Renda de proventos de qualquer natureza;
 Produtos industrializados;
 Opções de créditos, cambio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários;
 Propriedade territorial rural;
14

 Grandes fortunas.
 Compete aos Estados e aos Distrito Federal instituir imposto sobre:
 Transição causa morte e doação de quaisquer bens e direitos
 Operação relativa à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de
transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação;
 Propriedades de veículos automotores.
 Compete aos Municípios instituir imposto sobre:
 Propriedades predial e territorial urbano;
 Transmissão Inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre
imóveis ressalvas as exceções legais;
 Serviços de qualquer natureza.
Ainda conforme Oliveira (2015), essa amplitude é um detalhamento dos impostos que
são cobrados pelos entes federativos com um crescimento desordenado dos tributos cobrados
por esses níveis de governo, provocando um aumento na arrecadação do Produto Interno Bruto
(PIB) e estimulando as fiscalizações contra a sonegação de impostos.

2 METODOLOGIA

O presente artigo foi estruturado, inicialmente, com base em um estudo bibliográfico,


utilizando-se fontes como livros e sites especializados, enfocando o tema do estudo a fim de
mostrar a importância da contabilidade tributária na sobrevivência das empresas. Foi também
agregada com uma pesquisa de campo aplicada, classificada como estudo qualitativo e
quantitativo, pois envolveu-se a partir de análise de número e interpretação. Utilizou-se a coleta
de dados, abordando os aspectos da contabilidade tributária e a sua utilização por meio da
percepção de contadores com escritório localizado no Centro de Barreiras-BA.
Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se uma busca junto a esses contadores
do Centro de Barreiras-BA com a finalidade de coletar as informações necessárias por meio da
aplicação de questionários com objetivo de conhecer a concepção dos contadores participantes
da pesquisa no que diz respeito à contabilidade tributária para a sobrevivência e competitiva
das empresas.
A pesquisa foi desenvolvida com escritório de contabilidade do Centro de Barreira-
BA, sendo uma população 18 (Dezoito) escritório localizados, essa fase da pesquisa constituiu-
se a partir de aplicação de questionário, para uma amostra de 12 (Doze) contadores
15

correspondendo 30% desse universo, considerando a disponibilidade dos profissionais de


contabilidade. A aplicação de questionários objetivou alcançar uma análise dos principais
impactos e benefícios da contabilidade tributária nas empresas de Barreiras-BA, os quais
forneceram informações que serviram de base necessária ao desenvolvimento e análise do
estudo.
Com esse propósito a pesquisa de campo realizada pode conhecer a concepção de
contadores com os impactos e benefício da contabilidade tributaria nas empresas de Barreiras-
BA.
A pesquisa foi baseada no método indutivo pois, trata-se da “parte de registro menos
gerais para enunciados mais gerais”, como estabelece Silva (2006, P. 34), considera-se um
número suficiente de casos particulares para concluir-se a uma verdade geral. Seu objetivo é
exploratório e de natureza aplicada, por se tratar de uma pesquisa de campo.
Após a coleta dos dados, procedeu-se da análise que segue apresentada a seguir em
forma de gráfico, por meio de estatísticas. Essas informações foram relevantes para a resolução
do problema e a verificação das hipóteses apresentadas, cuja apuração foi expressa seguindo as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os questionários de perguntas objetivas utilizados nas coletas dos dados, visou


descobrir um pouco mais sobre a importância da contabilidade tributária nas organizações, onde
o foco principais foram nas Contabilidade localizada no Centro de Barreiras-BA.

3.1 PERFIL DOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE DO CENTRO DE BARREIRAS-


BA

Os escritórios de contabilidade pesquisados estão localizados no centro da cidade de


Barreiras-BA. Todos atuam há mais de quatro anos no mercado e exercem suas atividades
contábeis nas diversas áreas, considerando a delimitação geográfica da aplicação da pesquisa,
onde averiguou a importância da contabilidade tributária nas organizações de modo geral.
Foram aplicados questionários direcionadas às contabilidades através da visão do
contador, podendo-se chegar a conclusões acerca da utilização da contabilidade tributária na
16

sobrevivência e competitividade das empresas locais, de acordo com a análise de cada quesito
dos questionários aplicados.
A primeira pergunta do questionário aplicado nas contabilidades diz respeito ao tempo
de atuação dos escritórios de contabilidade no mercado, como apresenta no gráfico 01.

Gráfico 01: Tempo de atuação do escritório contábil no mercado


0 0 0
0% 0% 0%

12
100%

até um ano 2 anos 3 anos 4anos ou mais

Fonte: Dados da pesquisa (2017)


De acordo com o que se apresenta no gráfico 01 ficou evidente que os escritórios de
contabilidade localizados no centro de Barreiras-Ba já atuam há um bom tempo no mercado,
justificando-se que os escritórios buscaram ter um amplo equilíbrio em sua atuação com a
demanda de serviços contábeis, ofertando a seus clientes um atendimento de alta qualidade e
construindo uma relação de confiança nos serviços prestados. Esta afirmativa se configura pelo
fato de 100% dos escritórios pesquisados possuírem mais de quatro anos de existência no
mercado.
Acerca do número de funcionários nos escritórios contábeis obteve-se os seguintes
resultados, apresentados no gráfico 02:

Gráfico 02: Número de funcionários dos escritórios contábeis

8%
17%

0%

75%
De 1 a 5 De 6 a 10 De 11 a 15 Mais de 15

Fonte: Dados da pesquisa (2017)


17

Na lógica da pesquisa observa-se que 75% dos escritórios de contabilidade possuem


de um a cinco funcionários, já 17% afirmaram ter de onze a quinze funcionários, e o 8% restante
confirmou ter mais de quinze funcionários.
Após analisar a quantidade de funcionários nas contabilidades, foram feitos
questionamentos para avaliar se são oferecidos serviços de assessoria nas tomadas de decisões
nas empresas, conforme gráfico 03:

Gráfico 03: Serviços de assessoria oferecidos para tomada de decisões nas empresas

4
33%
8
67%
0
0%

Sim Não Às vezes

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tendo em vista que 67% que corresponde 8 (oito) dos escritórios contábeis
participantes da pesquisa afirmaram oferecer serviços de asssessoria nas tomadas de decisões,
compreende-se que os serviços contábeis vão muito além do controle dos triburos e imposto,
pois além disso, auxilia nas tomadas de decisões e garantem uma gestão estratégica na
contabilidade voltada a outros setores da empreas. Por outro lado, 33% afirmou que “às vezes”
oferecem o serviço de assessoria, isso por conta dos gestores ou empresários não se
interessarem pelo serviço oferecido, ou devido o valor cobrado pelo serviço de assessoria, tendo
em vista que muitos gestores não têm a consciência da importância da participação do
proficional contábil nas organizações.
O gráfico 04 mostra a percepção dos contadores no que diz respeito à busca dos
gestores para a contabilidade para auxílio na tomada de decisões.

Gráfico 04: Busca do empresário ou gestor pelo auxílio na tomada de decisão


18

Sim
42%
58%

0
Sim Não Às vezes 0%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)


Na visão dos escritórios de contabilidade pesquisados, entende-se que 58% dos
contadores afirmaram que “às vezes” os gestores buscam na contabilidade orientações antes da
tomada de decisões. Já 42% dos participantes da pesquisa confirmaram que os gestores buscam
sim uma orientação na contabilidade antes de quaisquer decisões dentro da empresa. Neste
sentido, destaca-se que alguns gestores enxergam os contadores não apenas para cálculo de
imposto e redução da elevada carga tributária, e sim como um profissional que vai muito além
de simplesmente calcular imposto e apresentar relatórios. Nesta perspectiva, para esta categoria
de respostas, o contador é visto como um profissional que detém de ampla capacidade de
prevenir os possíveis erros em diversas áreas de uma organização.
Posteriormente foram feitos dois questionamentos: se os escritórios contábeis
orientam os empresários a fazer o uso do planejamento tributário e com qual frequência,
conforme apresentados nos gráficos 05 e 06 a seguir.

Gráfico 05: As os gestores buscam a contabilidade para um planejamento tributário

12
100%

Sim Não

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Como foi especificado no gráfico 05, 100% dos escritórios de contabilidade


pesquisados afirmaram que os gestores buscam a contabilidade para fazerem uso do
planejamento tributário, pois, o mesmo possibilita a redução dos gastos com tributos, gerando
19

maiores lucros e melhores posições no mercado, por isso esse mecanismo é de grande
importância para a sobrevivência das organizações.
Quando se observa o gráfico 06, apresenta-se a frequência com que é feito o
planejamento tributário das empresas:

Gráfico 06: Frequência com que é feito o planejamento tributário das empresas

3 0%
25%

0% 9
75%

Uma vez por ano A cada 2 anos


De vez em quando Não faz uso de planejamento

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Com relação a frequência do planejamento tributário efetuado nas empresas, os


escritórios pesquisados afirmaram que 75% das empresas fazem o uso do planejamento
tributário uma vez por ano. Por outro lado, os 25% que restaram das empresas, procuram os
escritórios de contabilidade “de vez em quando” para fazerem o uso desse mecanismo tão
necessário nas organizações.
Nos aspectos analisados anteriormente, observa-se o quanto os escritórios contábeis se
preocupam com seus clientes no que diz respeito à orientação do uso do planejamento tributário.
No entanto, ainda são poucas as empresas que procuram essas orientações na contabilidade para
fazer o uso de um planejamento.
Com o mesmo raciocínio, foi utilizado um questionamento a respeito da maior
vantagem da contabilidade tributária e o uso do planejamento para a sobrevivência das empesas.
Neste sentido, o gráfico 07 define as opiniões dos contadores.

Gráfico 07: Na sua opinião, qual a maior vantagem da contabilidade tributaria e o uso do
planejamento tributário para sobrevivência das empresas (Redução de carga tributária)
20

0 0
4 0% 0%
33%

8
67%
Redução de carga tributária Maior controle sobre os gastos

Redução de burocracia Outros

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Analisando as opiniões dos contadores, como está definido no gráfico 07, concluiu-se
que 67% dos escritórios pesquisados utiliza um planejamento no ambiente empresarial com
uma redução de carga tributária para a sobrevivência da empresa. Já 33% dos escritórios
afirmaram que para a sobrevivência é preciso ter um maior controle sobre os gastos das
empresas.
No último quesito analisado foi feito um questionamento para compreender melhor os
aspectos da contabilidade tributária que na visão dos contadores se tornam determinantes na
sobrevivência e competitividade das empresas, expresso no gráfico 08.

Gráfico 08: Os aspectos da contabilidade tributária, que na visão dos contadores é


determinante a sobrevivência competitiva das empresas

5 4
42% 33%

1 2
8% 17%
Redução de preços Escolha do melhor regime

Influenciar seus clientes Manter uma politica interna

Fonte: Dados da pesquisa (2017)


21

Com base nessa visão, conclui-se que 42% dos escritórios de contabilidade
pesquisados afirmou que um dos aspectos importantes para a sobrevivência competitiva das
empresas no que diz respeito à contabilidade tributaria é manter uma política interna de
gerenciamento contábil. Já 33% dos pesquisados relataram que uma redução de preço e também
uma vantagem dentro da contabilidade tributária na sobrevivência das empresas. Por outro lado,
17% afirmaram que uma escolha do melhor regime tributário leva uma empresa à maior
competitividade no mercado. Apenas 8% dos escritórios contábeis entrevistados informaram
que influenciaram seus clientes a buscar orientações é também um aspecto importante para essa
sobrevivência e resultados competitivos.
Ao analisar os resultados obtido na pesquisa, pude observar o empenho dos
profissionais de contabilidade quanto a sua responsabilidade na prestação de serviço com a
contabilidade tributária, mostrando a seus clientes o caminho certo para o desenvolvimento da
empresas.

CONCLUSÃO

Esse artigo teve como objetivo averiguar a percepção dos contadores com escritórios
localizados no Centro de Barreiras-BA a respeito da importância da contabilidade tributária
para a sobrevivência e competitividade das empresas, tendo em vista a identificação da forma
de utilização e avaliação dos principais impactos e benefícios da contabilidade tributária nas
empresas.
A partir da problemática exposta e por meio das respostas obtidas pelos escritórios de
contabilidade pesquisados, foi constatado a participação direta do profissional contábil cuja
utilização da contabilidade tributária traz benefícios que garantem a permanência das empresas
no mercado e melhor relação com o fisco.
Ressalta-se ainda o uso da contabilidade tributária como ferramenta principal para
objetivar o aumento dos lucros das empresas. Nesta perspectiva, 100% dos escritórios de
contabilidade localizados no Centro de Barreiras-BA, afirmaram que os gestores buscam a
contabilidade para fazerem uso do planejamento tributário uma vez por ano, pois, o mesmo
possibilita a redução dos gastos com tributos, gerando maiores lucros e melhores posições no
mercado, por isso esse mecanismo é de grande importância para a sobrevivência das
organizações.
22

Pode-se destacar ainda que a maioria dos escritórios de contabilidade pesquisados, que
correspondem a 67% do total dos entrevistados, afirmaram que a redução de carga tributária é
uma ferramenta de grande importância para a competitividade e a sobrevivência das empresas.
Na visão dos contadores, deve-se manter uma política interna de redução de preços e escolha
do melhor regime tributário, influenciando assim os clientes a obterem maior competitividade
no mercado.
Devido às constantes mudanças na legislação tributária sugere-se que novas pesquisas
sejam realizadas através dos profissionais contábeis com relação ao uso da contabilidade
tributária nas empresas, uma vez que poderá contribuir, principalmente, para maior
conhecimento de futuros concluintes do curso de Ciências Contábeis, devido a relevância de
novas informações que irão auxiliá-los na busca de maior conhecimento acerca desta temática,
bem como e incentivos aos ingressantes da área contábil por meio de novas pesquisas
científicas.
Em suma, esclarece-se que para se chegar ao principal aspecto da contabilidade
tributária, que é a redução de gastos com tributos, é preciso que os gestores ou empresários
visualizem os escritórios de contabilidades como um dos principais fatores de influência no
nível estratégico da empresa, buscando maior auxílio nas tomadas de decisões para o
crescimento e uma sobrevivência no mercado.
Desta forma, foi possível aprimorar e aprofundar meus conhecimentos na área tributária,
conhecendo os principais impactos e benefício da contabilidade tributária, visando contribuir
com informações para o desenvolvimento das empresas em geral.

REFERÊNCIAS

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COFINS no Lucro Real. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil> Acesso em: 11
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23

BRASIL. Lei complementar 123/2006 art. 3º, parágrafo 4º. Definições de microempresa e de
empresa de pequeno porte. Que proíbe as Pessoas Jurídica Enquadrar no Simples
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil> Acesso em: 11 abr.2017.

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e legislação. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2001.

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financeiras. 10. Ed. São Paulo: Frase Editora, 2001.

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<http://www.ibpt.com.br> Acesso em: 04 de abr. 2017.

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2017.

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ed. São Paulo, Atlas, 2006.

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