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Compensação
Reativa e a Correção
do Fator de Potência
Uma visão da engenharia de projetos
Versão R2.0.0
Esta publicação técnica é mantida revisada e atualizada para download
no site www.engeweb.eng.br.
Engeweb
Engenharia sem fronteiras
Ricardo Prado Tamietti
VERT Engenharia
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É D E P R O P R I E D A D E A U T O R A L D E R I C A R D O P R A D O
T A M I E T T I , S E N D O V E T A D A A D I S T R I B U I Ç Ã O , R E P R O D U Ç Ã O T O T A L O U P A R C I A L
D E S E U C O N T E Ú D O S O B Q U A I S Q U E R F O R M A S O U Q U A I S Q U E R M E I O S
(ELETRÔNICO, MECÂNICO, GRAVAÇÃO, FOTOCÓPIA, DISTRIBUIÇÃO NA WEB OU
O U T R O S ) S E M P R É V I A A U T O R I Z A Ç Ã O , P O R E S C R I T O , D O P R O P R I E T Á R I O D O
D I R E I T O A U T O R A L .
R E S E R V A D O S T O D O S O S D I R E I T O S .
T O D A S A S D E M A I S M A R C A S E D E N O M I N A Ç Õ E S C O M E R C I A I S S Ã O D E
P R O P R I E D A D E S D E S E U S R E S P E C T I V O S T I T U L A R E S .
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA:
REVISÃO:
R I C A R D O P. T A M I E T T I
ISBN 85-905410-1-2
Inclui bibliografia
1. Engenharia. 2. Compensação reativa. 3. Correção do fator de
potência.
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É M A N T I D A R E V I S A D A E A T U A L I Z A D A P A R A
D O W N L O A D N O S I T E W W W . E N G E W E B . E N G . B R .
SOBRE O AUTOR
contato: tamietti@vertengenharia.com.br
Este trabalho é dedicado aos meus pais,
meus grandes incentivadores, à minha
esposa Cris, pelo constante apoio e
compreensão e ao nosso filho Matheus, a
mais nova razão da nossa vida.
SUMÁRIO
1 CONCEITOS BÁSICOS........................................................................................................................................... 2
1.1 ENERGIA ELÉTRICA .......................................................................................................................................... 2
1.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA........................................................................................................................ 3
1.2.1 Análise de circuitos em corrente contínua (CC) e alternada (CA) .......................................................... 4
1.3 ELEMENTOS DE UM CIRCUITO ELÉTRICO ........................................................................................................... 5
1.3.1 Resistência ............................................................................................................................................. 5
1.3.2 Indutância ............................................................................................................................................... 7
1.3.3 Capacitância........................................................................................................................................... 8
1.3.4 Impedância ............................................................................................................................................. 9
1.4 POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA ..................................................................................................................... 13
1.4.1 Potência complexa ............................................................................................................................... 22
1.4.2 Medição de energia .............................................................................................................................. 26
2 FATOR DE POTÊNCIA: FUNDAMENTOS, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS .............................................. 31
2.1 FUNDAMENTOS DO FATOR DE POTÊNCIA ........................................................................................................ 31
2.2 POR QUE PREOCUPAR-SE COM O FATOR DE POTÊNCIA? ................................................................................... 32
2.3 CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................... 38
2.3.1 Motores de indução operando em vazio ou superdimensionados (operando com pequenas cargas) . 38
2.3.2 Transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas.......................................................... 39
2.3.3 Lâmpadas de descarga ........................................................................................................................ 40
2.3.4 Grande quantidade de motores de pequena potência em operação durante um longo período .......... 40
2.3.5 Tensão acima da nominal..................................................................................................................... 40
2.3.6 Cargas especiais com consumo de reativo .......................................................................................... 40
2.4 CONSEQUÊNCIAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 40
2.4.1 Aumento das perdas na instalação ...................................................................................................... 41
2.4.2 Aumento da queda de tensão............................................................................................................... 41
2.4.3 Subutilização da capacidade instalada................................................................................................. 41
2.4.4 Sobrecarga nos equipamentos de manobra, proteção e controle ........................................................ 42
2.4.5 Aumento da seção nominal dos condutores......................................................................................... 42
3 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ......................................................................................................... 46
3.1 MÉTODOS PARA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 46
3.1.1 Alterações na rotina operacional do sistema elétrico ........................................................................... 47
3.1.2 Aumento do consumo de energia ativa ................................................................................................ 47
3.1.3 Instalação de motores síncronos superexcitados................................................................................. 49
3.1.4 Instalação de capacitores ..................................................................................................................... 50
3.2 VANTAGENS DA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 60
3.2.1 Liberação da capacidade do sistema ................................................................................................... 60
3.2.2 Melhoria da tensão ............................................................................................................................... 68
3.2.3 Melhoria na regulação da tensão ......................................................................................................... 70
3.2.4 Redução das perdas ............................................................................................................................ 71
3.2.5 Redução da corrente de linha............................................................................................................... 74
4 TIPOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ...................................................................................... 76
4.1 MODELOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA .......................................................................................... 76
4.1.1 Correção individual ............................................................................................................................... 77
4.1.2 Correção por grupos de cargas (quadro de distribuição terminal)........................................................ 82
4.1.3 Correção geral (quadro principal de baixa tensão)............................................................................... 82
4.1.4 Correção primária (entrada de energia em alta tensão) ....................................................................... 83
4.1.5 Correção mista ..................................................................................................................................... 84
4.2 OS TIPOS DE COMPENSAÇÃO DA ENERGIA REATIVA ........................................................................................ 86
4.2.1 Tipo clássico de banco fixo................................................................................................................... 86
4.2.2 Sistemas semi-automáticos e automáticos........................................................................................... 87
4.2.3 Correção do fator de potência em tempo real ...................................................................................... 89
4.3 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DA INSTALAÇÃO ................................................................................................ 90
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
como a análise dos tipos de cargas correto da empresa dentro das diversas
envolvidas e seus respectivos regimes de modalidades tarifárias existentes, para que a
operação. empresa tenha um contrato de fornecimento
de energia adequado às suas condições e
De posse destes dados, dependendo da
necessidades.
sofisticação da solução e do desempenho
requerido para a rede elétrica, poder-se-á Em face do crescente uso de automação
adotar desde uma simples aplicação de nas indústrias e do aumento das multas e
capacitores (fixos ou automáticos), passando ajustes cobrados pelas concessionárias, o
pela instalação de reatores de dessintonia gerenciamento da energia elétrica vem se
(para evitar ressonâncias perigosas, apesar tornando uma necessidade para as
do aumento da distorção harmônica), filtros empresas interessadas em reduzir custos.
de harmônicos (para atenuar a distorção Como será apresentado, os consumidores
harmônica) até a utilização de sistemas não estão se preocupando apenas com os
automáticos de injeção de reativos em tempo ganhos decorrentes da eliminação de multas,
real, através de controladores dotados de e passam a exigir recursos para que se
tiristores para chaveamento rápido. alcance um aumento de produtividade
através da diminuição de interrupções, maior
Outro assunto bastante importante que
vida útil dos transformadores e demais
será abordado é o de gerenciamento de
equipamentos instalados nas subestações.
energia e os diagnósticos energéticos,
objetivando a indicação do enquadramento
Capítulo
Conceitos básicos
I
1 Conceitos básicos
Sumário do capítulo
1.1 ENERGIA ELÉTRICA
1.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA
1.2.1 Análise de circuitos em corrente contínua (CC) e alternada (CA)
1.3 ELEMENTOS DE UM CIRCUITO ELÉTRICO
1.3.1 Resistência
1.3.2 Indutância
1.3.3 Capacitância
1.3.4 Impedância
1.4 POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA
1.4.1 Potência complexa
1.4.2 Medição de energia
1.2.1 Análise de circuitos em corrente [Hz] e designado pela letra “f”. No Brasil, a
contínua (CC) e alternada (CA) frequência é padronizada em 60Hz, ou seja,
a tensão (e a corrente) se inverte 60 vezes
A figura 1.3, letra (a), mostra a por segundo. A relação entre a freqüência da
representação gráfica da tensão e corrente onda e o período é dada por:
contínuas (CC), onde se vê que suas
intensidades não variam ao longo do tempo. 1
f = (1.2)
T
No entanto, exceto para aplicações
muito específicas (equipamentos movidos à
bateria, na maior parte), as instalações
Nos circuitos alternados trabalha-se
elétricas (geração, transmissão, distribuição
com os valores instantâneos da intensidade
e utilização) são feitas sob tensão e corrente
da tensão e da corrente, que são expressos
alternadas (CA). Como mostra a letra (b) da
por:
mesma figura, as intensidades da tensão e
da corrente alternadas variam ao longo do
tempo, comportando-se, graficamente, por
exemplo, como uma curva de característica u(t ) = Um ⋅ sen(ω ⋅ t + α ) (1.3)
trigonométrica do tipo senoidal. i(t ) = Im⋅ sen(ω ⋅ t + β ) (1.4)
Importante:
onde:
Em análise de circuitos, é comum distinguir-
se as quantidades constantes das variáveis u = tensão instantânea, em volt [V];
com o tempo, pelo emprego de letras
i = corrente instantânea, em ampère [A];
maiúsculas para as constantes (contínuas) e
minúsculas para as variáveis (alternadas). Um = intensidade máxima da tensão em 1
período, em volt [V];
Denomina-se período da tensão e da
Im = intensidade máxima da corrente em 1
corrente alternadas o tempo “T”, medido em
período, em ampère [A];
segundos, necessário para que suas
intensidades "percorram" a onda senoidal, ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s],
isto é: irem de zero até o máximo positivo, sendo “f” a frequência em hertz [Hz];
voltarem a zero, irem até o mínimo negativo t = intervalo de tempo, em segundo [s];
e, por fim, retornarem novamente a zero. α e β = ângulo de fase da tensão e corrente,
O número de períodos por segundo que em graus (fase da onda em t = 0).
a tensão e a corrente alternadas perfazem é
denominado frequência, medido em hertz
A
Figura 1.4 Onda de tensão senoidal com ângulo de B
fase diferente de zero.
A associação de resistências em
paralelo pode ser representada através do
seu valor equivalente Req (figura 1.8)
conforme expressão 1.9.
R1
R2
Rn
Req
Figura 1.9 Senóides da tensão e da corrente nas
Figura 1.8 Associação de resistências em paralelo. bobinas (indutores).
1.3.2 Indutância
Dica:
A corrente alternada, ao circular em Nos circuitos de corrente contínua, as
uma bobina (indutor), gera o fenômeno de bobinas se comportam como um curto-
auto-indução, ou seja, a bobina, ao ser circuito.
energizada, induz tensão em si mesma.
Por sua vez, a tensão auto-induzida 1.3.2.1 Associação de indutores
gera uma contra-corrente, que provoca o
retardamento da corrente em circulação. A associação dos indutores em um
Este fenômeno (uma forma de circuito elétrico pode ser de dois tipos:
resistência) é denominado reatância associação série e associação paralela.
indutiva, designado por XL , medido em ohm Uma associação em série é aquela em
[Ω] e expresso por: que o valor da corrente elétrica é a mesma
em cada indutor (o valor da tensão sob cada
XL = ω ⋅ L = 2 ⋅ π ⋅ f ⋅ L (1.10) elemento é variável e depende do valor da
indutância). Já na associação em paralelo,
todos os indutores estão submetidos ao
onde: mesmo valor da tensão (o valor da corrente
em cada elemento é variável e depende do
f = frequência, em hertz [Hz];
valor da indutância).
L = indutância, em henry [H];
a) Associação de indutores em série
ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s].
A associação de indutores em série
pode ser representada através do seu valor
O indutor é um elemento passivo do equivalente XLeq (figura 1.10), conforme
circuito que armazena energia durante certo expressão 1.11.
período de tempo e devolve esta durante
outro período, de tal forma que a potência
média é zero (definiremos o termo “potência”
mais adiante).
XL2
XLn
XLeq
1 1 1 1
= + + ... + (1.12) Dica:
XLeq XL1 XL 2 XLn
Nos circuitos de corrente contínua, os
O comportamento da associação série capacitores se comportam como um
e paralelo de indutores são iguais ao interruptor aberto.
comportamento da associação de resistores.
1.3.3.1 Associação de capacitores
XL Z Z
(a1) XL (b1) X
R R
R R R
(a2) XC (b2) X
XC Z Z
Z = R2 + X L
2
Podemos escrever, observando a figura (1.20)
1.15 e utilizando o Teorema de Pitágoras, as
seguintes relações trigonométricas: b) Caso a2
Z = R2 + X C
2
(1.21)
Z
X c) Caso b1 ou b2
ϕ
Z = R2 + X 2 = R2 + ( X L − X C )
2
R (1.22)
⎛ XL ⎞ ⎛ ωL ⎞
ϕ = arctg ⎜ ⎟ = arctg ⎜ ⎟ (1.19a)
⎝ ⎠
R ⎝ R ⎠ 1.3.4.1 Combinação de impedâncias
Tabela 1.1 Diagramas fasoriais para circuitos com elementos resistivos, indutivos e capacitivos.
Ângulo da
Diagrama fasorial Esquema elétrico Impedância Z
impedância
U&
I&
α=β
R Z& = R ∠ϕ ϕ = 0º
Os fasores I e U
estão em fase
ϕ = 0º
U&
j XL = j ωL ⎛ XL ⎞
ϕ ϕ = arctg ⎜ ⎟
α Z& = R + jXL ⎝ R ⎠
β
Z& = R 2 + X L ∠ϕ
2
⎛ω L⎞
R = arctg ⎜ ⎟
I& ⎝ R ⎠
I se atrasa de U
0º < ϕ < 90º
U&
ϕ
- j XC = -j(1/ωC) ⎛ − XC ⎞
I& ϕ = arctg ⎜ ⎟
β
Z& = R − jXC ⎝ R ⎠
α
Z& = R 2 + X C ∠ϕ
2
⎛ −1 ⎞
R = arctg ⎜ ⎟
⎝ω C R ⎠
I se adianta de U
-90º < ϕ < 0º
ϕ=62,2º
de (1.26), - j4,4 Ω
9,1 Ω
Z = R 2 + XL2 = 10 2 + 19 2 = 21,4 Ω
EXEMPLO 1.2 Calcule a impedância de um circuito EXEMPLO 1.4 Calcule a impedância Zeq e a corrente I
RC, com R = 8 Ω, C = 600 μF e frequência igual a 60 para um circuito série com duas impedâncias Z1 = 10 ∠
Hz. 0º Ω e Z2 = 5 ∠ 63,4º Ω e tensão 127 ∠ 0º V.
Solução: Solução:
Como o circuito é reativo capacitivo, temos que, de Para as impedâncias em série, de (1.23) e (1.25),
(1.13): temos:
XC =
1
=
1
=
1
= 4,4 Ω Z& eq = (10 ∠0º ) + (5 ∠63,4º ) = 13 ∠20º Ω
ωC 2 ⋅ π ⋅ f ⋅ C 2 ⋅ π ⋅ 60 ⋅ 0,0006
U& 127 ∠0º
de (1.16), I& = = = 9,8 ∠ − 20º A
Z&eq 13 ∠20º
Z = R 2 + X C = 8 2 + 4,4 2 = 9,1 Ω
2
Potência ativa
u p
i
u
Potência ativa i p
p
Potência reativa
Figura 1.18 Potência instantânea (p = u.i) em um Figura 1.21 Tensão (u), corrente (i) e potência (p)
circuito monofásico com reativo Q ≠ 0. instantânea em um circuito monofásico com Q = 0.
Ambas as grandezas são vetoriais e a nulo) e a segunda parcela tem seu valor
sua soma é chamada de potência aparente, máximo (amplitude) Q igual a UI ⋅ sen ϕ e
medida em volt.ampère [VA] e designada representa a potência instantânea que é
pela letra S, ou seja: trocada entre a carga e a fonte.
A parcela P (potência ativa) quantifica o
S = P+Q (1.30) trabalho útil produzido pelo circuito, por
exemplo, mecânico (nos motores), térmico
(nos aquecedores) e luminoso (nas
Componente resistivo
(ativo) = realiza
lâmpadas). É o valor médio da potência
trabalho instantânea sobre um número integral de
Compotente circulante
períodos. Esta potência elétrica, no
(reativo) = não realiza consumidor, é transformada em outras
trabalho
formas de energia.
Campo magnético
b) cargas ligadas entre 2 fases
Q = U .I . sen ϕ (1.38)
Figura 1.24 Potência reativa.
F F F
N U0 F U F U0 U U
Monofásico a 2 fios U0 U0 F U0 U
N
Monofásico a 3 fios N U0
(bifásico simétrico)
Trifásico a 4 fios (estrela)
U U
U0 = U0 =
2 3
Figura 1.25 Sistemas elétricos de distribuição.
Importante:
0,80
ativa e reativa (figura 1.27).
0,60
0,40
0,20
De fato: 0,00
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
0
,0
⎛Q⎞
0,
0,
1,
1,
2,
2,
3,
3,
4,
4,
5,
5,
6,
6,
7,
7,
8,
8,
9,
9,
10
Q
tgϕ = ⇒ ϕ = arctg ⎜ ⎟ Relação Q / P
P ⎝P⎠
Figura 1.27 Variação do fator de potência devido à
Logo, variação da relação Q/P.
⎡ ⎛ Q ⎞⎤
cos ϕ = cos ⎢arctg ⎜ ⎟⎥
⎣ ⎝ P ⎠⎦ Fator de potência versus relação Q / P
0,40
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Relação Q / P
A figura 1.28 nos mostra com mais 1.2) é dito capacitivo ou "em avanço", onde o
precisão a variação do fator de potência com ângulo ϕ é considerado NEGATIVO.
a relação Q/P variando-se entre 0 e 1.
Desta forma, o fator de potência deverá ser
Observe que o fator de potência igual a 0,92
acompanhado sempre das palavras
é obtido para uma relação Q/P = 0,4. Mais
“indutivo” (em atraso) ou “capacitivo” (em
adiante, veremos a importância desta
avanço) para caracterizar bem a carga
indicação do fator de potência igual a 0,92.
elétrica, uma vez que a função “cos ϕ” será
Levando-se em consideração a sempre positiva para qualquer ângulo ϕ.
expressão 1.25, podemos escrever para as
potências ativa e reativa definidas pelas O fator de potência indutivo significa que a
expressões 1.34 a 1.39: instalação elétrica está absorvendo a energia
reativa. A maioria dos equipamentos elétricos
P = U × I × cos ϕ possui características indutivas em função
das suas bobinas (ou indutores), que
P = Z × I 2 × cos ϕ = R × I 2 (1.49) induzem o fluxo magnético necessário ao
seu funcionamento.
O fator de potência capacitivo significa que a
Q = U × I × senϕ
instalação elétrica esta fornecendo a energia
Q = Z × I 2 × senϕ = X × I 2 (1.50) reativa. São características dos capacitores
que normalmente são instalados para
fornecer a energia reativa que os
equipamentos indutivos absorvem. O fator de
potência torna-se capacitivo quando são
instalados capacitores em excesso. Isso
ocorre, principalmente, quando os
P equipamentos elétricos indutivos são
Q desligados e os capacitores permanecem
ligados na instalação elétrica.
Resistiva e U& 0 < ϕ < +90º 1 > cosϕ > 0 P>0 Q>0
Indutiva I&
Resistiva e I&
U& -90º < ϕ < 0 0 < cosϕ < 1 P>0 Q<0
Capacitiva
IQ = I × sen ϕ (1.52)
P P
ϕ ϕ
I
IQ
S = S
ϕ Q Q
IP
Figura 1.30 Triângulo das correntes. Convenção: em cargas predominantemente capacitivas, a corrente
apresenta-se adiantada em relação a tensão e o ângulo de fase ϕ é
O diagrama vetorial das potências negativo.
(triângulo das potências) para cargas
Figura 1.32 Diagrama vetorial para cargas capacitivas.
indutivas e capacitivas é mostrado nas
figuras 1.31 e 1.32, respectivamente.
j10 Ω
EXEMPLO 1.5 Calcule a impedância, as potências
ativa, reativa e o fator de potência de um circuito
monofásico a 2 fios (FN) com U& = 127 ∠30º V e
I& = 10 ∠60º A .
Solução:
I& = 10 ∠60º A
a) corrente
Z
de (1.25) e (1.26),
Z& = 10 + j10 = 14,14 ∠45º Ω
a) impedância da carga:
b) fator de potência
de (1.25),
de (1.19a),
U& 127∠30º
Z& = = = 12,7∠ − 30º Ω
I& 10∠60º ⎛ XL ⎞
ϕ = arctg⎜
⎛ 10 ⎞
⎟ = arctg⎜ ⎟ = 45º
⎝R⎠ ⎝ 10 ⎠
b) potência ativa Fp = cos(ϕ ) = cos(45º ) = 0,71
de (1.34),
P = U 0. I . cosϕ c) potências ativa e reativa na impedância
de (1.37),
Q = U 0. I . sen ϕ 1.4.1 Potência complexa
Q = 127.10.sen(− 30 º ) = 127 ⋅ 10 ⋅ −
1
= −635 VAr Sejam os vetores de tensão e corrente
2 abaixo:
d) fator de potência U& = U ∠α (1.53)
cos ϕ = cos (− 30 º ) = 0,866 (capacitivo ou em avanço)
I& = I ∠β (1.54)
EXEMPLO 1.6 Calcule o fator de potência e as
potências ativa e reativa em uma impedância com R = Vamos definir o fasor conjugado da
10 Ω e XL = j10 Ω, sabendo que U& = 110 ∠0º V . corrente por:
I&* = I ∠ − β (1.55)
S& = (U ∠α )× (I ∠ − β ) = U ⋅ I ∠α − β
S&T = PT + jQT = PT + QT
2 2
(1.61)
I I
P1 P2 Pn PT
U Q1 Q2 Qn = U QT
cosϕ1 cosϕ2 cosϕn cosϕT
ST S3
P2 Q3
QT
Q2
S2
S1
Q1 P3
P1
PT
Figura 1.34 Representação vetorial dos triângulos de potência para um conjunto de cargas.
P = 74,3 W
De (1.16) e (1.19), obtemos:
Q = 99,1 VAr (indutivo)
Z = 6 2 + 8 2 = 10 S = 123,9 VA
ϕ = 53,13º
ϕ = arctg (8 / 6) = 53,13º
FP = cosϕ = 0,6 (indutivo)
Z = 10∠53,13º
Observações:
Da expressão (1.5), temos: 1. Observe que poderíamos também obter o ângulo
de fase ϕ, como já visto, pelo ângulo de
Umáx 50 defasagem entre tensão e corrente, ou seja: ϕ =
U= = = 35,4 V
2 2 30º - (-23,13º) = 53,13º.
2. Se for refeito o exemplo 1.7 considerando-se uma
reatância capacitiva ao invés da indutiva, ou seja,
O fasor da tensão será: uma impedância Z = 6 –j8 Ω, teríamos os
seguintes resultados:
U& = U ∠α = 35,4 ∠30º
P = 74,3 W;
Z& = 8 + j 6 = 10∠36,9º e
Imáx = 10 A e β = -60º
Da expressão (1.6), temos: Ua = Ub = Uc = U 3 = 220 3 = 127 V
U = Imáx / √2 = 10 / √2 = 7,1 A A corrente de linha para um circuito trifásico equilibrado
é a mesma em cada uma das fases e é calculado por:
Im áx 10
U= = = 7,1 V
2 2 U& 220 3 ∠0º
I&a = I&b = I&c = = = 12,7∠ − 36,9º
Z& 10∠36,9º
O fasor da corrente será:
onde ϕ (ângulo da impedância) é igual a 36,9º.
I& = I ∠β = 7,1 ∠ − 60º
quando o disco gira para o lado certo Com este artifício, as concessionárias
(energia reativa indutiva) ou para o lado podem medir fator de potência até 0,866
errado (energia capacitiva), e não se deseja capacitivo, e por este motivo os medidores
confundir os registradores ou controladores de kQh são muito comuns por todo o país.
que recebem estes pulsos, os medidores Na área de atuação da Eletropaulo, por
possuem uma trava que impede que o disco exemplo, quase a totalidade das instalações
gire para o lado errado. Assim, os medidores são feitas com medidores de kQh.
de kVArh normalmente só medem (e emitem
Fórmulas úteis:
pulsos) de energia reativa indutiva.
Com isto, os registradores nunca
"enxergam" energia capacitiva se o medidor 2.kQh − kWh
instalado for um medidor de kVArh. Para kVArh = (1.65)
3
minimizar este problema, algumas
concessionárias costumam utilizar medidores
especiais, preparados para medir energia 1
kVArh = kWh × −1 (1.66)
reativa em kQh. FP 2
( )
Para uma melhor compreensão, veja a
figura 1.36. Vetorialmente, o eixo da energia kWh + 3 × kVArh
kQh = (1.67)
reativa em kQh está 30º adiantado em 2
relação ao eixo da energia reativa em kVArh.
1
FP = 2
(1.68)
⎛ kVArh ⎞
⎜ ⎟ +1
⎝ kWh ⎠
O medidor de energia localizado no padrão de entrada de uma instalação elétrica residencial (vulgarmente conhecido
como “relógio”) é o responsável pela medição da energia (potência ativa, ou seja, a parcela da potência aparente que
efetivamente realiza trabalho). Não há mediação de energia reativa, como nas instalações industriais.
Este medidor mede a potência ativa consumida por hora, ou seja, o kWh. A concessionária de energia possui um valor
pré-fixado do preço do kWh. Mensalmente, é realizada uma leitura do medidor de energia para que possa ser cobrado
do consumidor. A diferença entre a leitura atual e a realizada no mês anterior é o valor em kWh efetivamente a ser
cobrado.
Por exemplo, se no mês atual a leitura foi 15.724 kWh e no mês anterior foi 15.510 kWh, o valor a ser cobrado será
referente a 214 kWh.
Existem dois tipos de relógio ou medidor de kWh (veja figura 1.26):
Primeiro tipo: É aquele que funciona como um medidor de quilometragem de automóvel. Nesse caso, os números
que aparecem no visor já indicam a leitura;
Segundo tipo: É aquele que tem quatro ou cinco círculos com números, sendo que cada círculo é semelhante a
um relógio. Nesse caso, os ponteiros existentes dentro de cada círculo indicam a leitura. Esses ponteiros
movimentam-se sempre na ordem crescente dos números. Quando estão entre dois números, deve-se contar
sempre o número menor.
O seu consumo de energia elétrica pode ser verificado em qualquer período: por hora, dia, semana ou mês. Porém, a
leitura da concessionária de energia é mensal.
Capítulo
Fator de Potência:
fundamentos, causas e
conseqüências
II
Sumário do capítulo
2.1 FUNDAMENTOS DO FATOR DE POTÊNCIA
2.2 POR QUE PREOCUPAR-SE COM O DO FATOR DE POTÊNCIA?
2.3 CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA
2.3.1 Motores de indução operando em vazio ou superdimensionados
2.3.2 Transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas
2.3.3 Lâmpadas de descarga
2.3.4 Grande quantidade de motores de pequena potência em operação durante um longo período
2.3.5 Tensão acima da nominal
2.3.6 Cargas especiais com consumo de reativo
2.4 CONSEQUÊNCIAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA
2.4.1 Aumento das perdas na instalação
2.4.2 Aumento da queda de tensão
2.4.3 Subutilização da capacidade instalada
2.4.4 Sobrecarga nos equipamentos de manobra, proteção e controle
2.4.5 Aumento da seção nominal dos condutores
instalações elétricas com harmônicas (ou outra forma de energia, ou seja, estaria
mesmo eliminá-las) e qual a influência das desperdiçando toda a energia recebida. Não
mesmas no cálculo do fator de potência da precisamos nem dizer que esta situação é
instalação. Até lá, assumiremos as condições totalmente indesejável em um processo de
de contorno dos sistemas lineares e conversão de energia.
utilizaremos a expressão 2.2 para o cálculo
O fator de potência nas instalações
do fator de potência.
residenciais e institucionais é, via de regra,
Desta forma, sendo a potência ativa bem próximo da unidade, devido ao
uma parcela da potência aparente, pode-se predomínio das cargas resistivas. Nas
dizer que o fator de potência representa uma instalações industriais, no entanto, onde
percentagem da potência aparente que é predominam cargas indutivas (principalmente
transformada em potência útil (ou seja, motores elétricos de indução), o fator de
traduz o quanto da potência aparente potência assume, por vezes, valores bem
efetivamente produziu trabalho), como por inferiores à unidade.
exemplo, potência mecânica, térmica ou
luminosa. Ele indica a eficiência com a qual a
energia está sendo utilizada em um sistema EXEMPLO 2.1 Calcule o fator de potência para um
elétrico. Um alto fator de potência (próximo sistema elétrico em regime permanente senoidal que
trabalha com uma potência de 100 kW e consome 125
de 1) indica uma eficiência alta e, kVA.
inversamente, um fator de potência baixo
indica baixa eficiência na conversão de
Solução:
energia (potência), evidenciando seu mau
aproveitamento, além de representar
sobrecarga em todo sistema elétrico, tanto De (2.1), temos:
do consumidor como da concessionária.
P 100
Fp = = = 0,8 = 80%
O fator de potência é uma grandeza S 125
adimensional, ou seja, não possui unidade
de medida, podendo assumir valores
intermediários na faixa de 0 a 1 (ou em
termos percentuais, de 0 a 100%). 2.2 Por que preocupar-se com o fator
Quando o fator de potência é igual a 1 de potência?
(100%), significa que toda potência aparente
é transformada em potência ativa. Isto Para termos uma idéia da relação entre
acontece nos equipamentos que só possuem as potências ativa e aparente, vamos fazer
resistência, tais como: chuveiro elétrico, uma analogia com um copo de cerveja
torneira elétrica, lâmpadas incandescentes, (figura 2.2).
equipamentos de aquecimento em geral, etc.
Por outro lado, quando o fator de
potência é menor que 1, significa que apenas
uma parcela da potência aparente é
Espuma
transformada em potência ativa. Isto
acontece nos equipamentos que possuem
resistência e reatância, como os motores
elétricos e os reatores das lâmpadas
fluorescentes. Líquido
Num copo de cerveja temos uma parte adequadas, substancial despesa extra, além
ocupada só pelo líquido e outra ocupada só de sobrecarga nos transformadores, nos
pela espuma. Se quisermos aumentar a alimentadores, bem como menor rendimento
quantidade de líquido teremos que diminuir a e maior desgaste nas máquinas e
espuma. Assim, de maneira semelhante ao equipamentos em geral.
copo de cerveja, a potência elétrica
solicitada, por exemplo, por um motor elétrico
EXEMPLO 2.2 Calcule as potências reativa e aparente
comum, é composta de potência ativa (que para um sistema elétrico com fatores de potência iguais
corresponde ao líquido) e potência reativa a 70% (indutivo) e 95% (indutivo).
(que corresponde à espuma). Como já
vimos, a soma vetorial das potências ativa e Solução:
reativa é a potência aparente, que
corresponde ao volume do copo (líquido mais Na figura 2.3, os triângulos demonstram como o
espuma). consumo da potência reativa diminui com a melhoria do
fator de potência. Com uma carga de 100 kW com o
Assim como o volume do copo é fator de potência de 70% (indutivo), precisamos de 142
limitado, também a capacidade de fornecer kVA:
potência aparente (por intermédio dos
transformadores) é limitada de tal forma que, P P 100kW
FP = ⇒S= = = 142kVA
se quisermos aumentar a potência ativa em S FP 0,7
um circuito de uma instalação elétrica, temos
Com um fator de potência de 95% (indutivo), apenas
que reduzir a potência reativa. 105 kVA são absorvidos:
É mais fácil agora compreender por que
se diz que "um baixo fator de potência é FP =
P
⇒S=
P
=
100kW
= 105kVA
prejudicial à instalação elétrica". De fato, S FP 0,95
quanto menor o fator de potência, menor a Um outro modo de ver o problema é que, com um fator
eficiência com a qual a instalação elétrica de potência de 70%, precisamos de 35% a mais de
estará funcionando. A conseqüência imediata corrente para fazer o mesmo trabalho, pois, como a
é o pagamento de uma alta conta de energia corrente é proporcional a potência aparente consumida
pela carga (veja as expressões 1.44, 1.45 e 1.46),
elétrica, pois se necessita de muita energia temos que 142kVA/105kVA é igual a 1,35, ou seja,
para obter pouco trabalho. 35% a mais.
Observe o exemplo 2.1: com um fator Por exemplo, supondo o sistema elétrico trifásico com
de potência igual a 0,8, o sistema elétrico tensão 480 V (tensão fase-fase), temos, da expressão
(1.46):
está aproveitando apenas 80% da energia
fornecida pela concessionária de energia.
Isto quer dizer que apenas 80% da corrente a) fator de potência 70%:
que entra está produzindo trabalho útil.
S 142kVA
De fato, um baixo fator de potência I= = = 171A
numa instalação significa, como será 3 ×U 3 × 0,48kV
analisado adiante, sobrecarga em todo o
sistema de alimentação, desde a rede da
b) fator de potência 95%:
concessionária até a parte interna da
instalação, incluindo os equipamentos em S 105kVA
uso. Tanto assim que, uma vez constatado I= = = 126 A
um fator de potência de valor inferior a um 3 ×U 3 × 0,48kV
valor mínimo prefixado, as concessionárias
se vêem na contingência de, de acordo com o que equivale, conforme mencionado, a uma
a legislação em vigor, cobrar uma sobretaxa relação de 35% de diferença entre os dois valores
ou multa (ver capítulo 6). Isto representa, de corrente calculados.
para quem não está com suas instalações
S2 = P2 +Q2 ⇒ Q2 = S2 − P2
142kVA Q = (S − P )
2 2
100kVA r
ϕ = 45º Q = (142 − 100 ) =
2 2
10 . 164 = 100 kVAr
100kW ⎛Q ⎞ ⎛ 100 kVAr ⎞
ϕ = arctan ⎜ ⎟ = arctan ⎜ ⎟ = arctan (1 ) = 45 º
⎝P⎠ ⎝ 100 kW ⎠
S2 = P2 + Q2 ⇒ Q2 = S2 − P2
105kVA
Q = (S − P )
2 2
O gráfico da figura 2.4 mostra os efeitos Tabela 2.1 Variação da corrente conforme o gráfico da
de vários valores de fator de potência sobre figura 2.4.
um sistema elétrico trifásico com uma
demanda de 100 kW em 480 V. Fp 100% 90% 80% 70% 60%
Para o gráfico apresentado, temos as I [A] 120 133,7 150,5 170 201
variações no consumo de corrente devido à
variação do fator de potência apresentados
na tabela 2.1.
200
167
142
150 125 133
111
100 100 100 100 100 100 100
100 75
48
50
0
0
100% 90% 80% 70% 60%
Fator de Potência
kW kVAr kVA
EXEMPLO 2.3 Calcule a corrente demandada de uma EXEMPLO 2.4 Para uma indústria que possui a carga
rede trifásica de 220 V para uma carga de 200 kW com instalada abaixo indicada, calcule as potências
fator de potência igual a 0,7 (indutivo). Calcule também aparente, ativa, reativa e o fator de potência da
qual seria o valor da corrente se o fator de potência instalação.
fosse igual a 0,92.
Solução:
Quadro 1
Iluminação incandescente
Triângulo de potência:
Quadro 2
ϕ1 = ar cos(0,70) = 45,57º
Alimentação elétrica
Iluminação fluorescente
ϕ 2 = ar cos(0,92) = 23,07º
Quadro 3
P = 150 kW
a) Iluminação incandescente: 25 kW;
P = 73,6kW
P 150kW
S= = = 167 kVA
cos ϕ 0,90 ϕ = −25,84°
ϕ = ar cos(0,90) = 25,84º Q = - 35,6kVAr
Q = P × tgϕ = 1507 kW × tg (25,84º ) = 72,6kVAr S = 81,7kVA
Diagrama vetorial:
Figura 2.8 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para
cosϕ = 0,9 (capacitivo).
S = 167 kVA
Q = 72,6 kVAr
ϕ = 25,84°
Somando os vetores das cargas, temos:
P = 150 kW
Figura 2.6 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para Potência ativa total (PT):
cosϕ = 0,9 (indutivo). = 25 + 150 + 221 + 73,6 = 469,6 kW
c) Motores de indução diversos: P = 221 kW; cosϕ = Potência reativa total (QT):
0,85 (indutivo)
= 0 + 72,6 + 137 - 35,6 = 174 kVAr
P 221kW
S= = = 260kVA QT 174
cos ϕ 0,85 tgϕT = = = 0,37
PT 469,6
ϕ = ar cos(0,85) = 31,79º
ϕT = artg (0,37) = 20,33º
Q = P × tgϕ = 221kW × tg (31,79º ) = 137 kVAr
PT 469,6kW
ST = = = 500,8kVA
Diagrama vetorial: cos ϕT cos(20,33º )
cos ϕT = cos(21,21º ) = 0,938
P 73,6kW
S= = = 86,59kVA
ST = 500,8 kVA cos ϕ 0,85
QT = 174 kVAr ϕ = ar cos(0,85) = 31,79º
ϕΤ = 20,33°
Q = P × tgϕ = 73,6 × tg (31,79º ) = 45,62kVAr
PT = 469,6 kW
As potências totais instaladas seriam:
Figura 2.9 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para Potência ativa total (PT)
cosϕT = 0,938.
= 25 + 150 + 221 + 73,6 = 469,6 kW
Figura 2.10 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para 534,5 kVA – 500,8 kVA = 33,7 kVA
cosϕT = 0,881.
Com o emprego dos motores síncronos em
substituição aos motores de indução, houve, por assim
A presença dos dois motores síncronos dizer, uma “liberação” de 33,7 kVA em benefício da
superexcitados, em paralelo com a carga, fez com que rede. É exatamente esta liberação de potência que se
o fator de potência passasse de 0,881 para 0,938. Se, busca no sistema elétrico. Este exemplo mostra uma
ao invés de termos motores síncronos acionando os importante característica dos motores síncronos
compressores, tivéssemos motores de indução, com superexcitados: eles geram potência reativa para rede
cosϕ = 0,85, as potências consumidas pelos dois ao invés de consumir (como fazem os motores de
motores seriam: indução). É uma característica similar aos capacitores,
que, como veremos no capítulo seguinte, são utilizados
para melhoria do fator de potência da instalação.
EXEMPLO 2.5 Suponha uma concessionária Veremos no capítulo seguinte esta utilização de
entregando energia a duas fábricas diferentes. Ambas capacitores para correção do fator de potência da
as companhias estão localizadas à mesma distância do instalação.
centro de distribuição e recebem potência na mesma
tensão (4.700 V - 3φ) e requerem a mesma potência
ativa (1,5 MW). Porém, a fábrica A usa uma grande 2.3 Causas de um baixo fator de
quantidade de cargas reativas (motores) e opera com potência
um fator de potência de 60%. A fábrica B usa
geralmente cargas resistivas (aquecedores) e opera
com um fator de potência de 96%. Compare as duas O baixo fator de potência pode provir
fábricas (corrente, potências, etc). de diversas causas. A solução para melhoria
do fator de potência de uma instalação
Solução:
elétrica passa necessariamente pelo
Fábrica A profundo conhecimento e análise destas
causas, a fim de que o projetista possa
P P 1,5MW
Fp = ⇒S= = = 2,5MVA propor uma ação corretiva mais eficaz. Entre
S FP 0,6
as principais causas, podemos citar:
Para suprir esta carga, os condutores devem
transportar a seguinte corrente:
Motores de indução operando em vazio
ou superdimensionados (operando com
S 2500 kVA pequenas cargas);
I= = = 307,5 A
3 ×U 3 × 4,7 kV
Transformadores operando em vazio ou
com pequenas cargas;
A fábrica B consome a mesma potência ativa
que a fábrica A e, portanto, paga pela mesma Lâmpadas de descarga;
quantidade de energia. A fábrica B, contudo, requer a Grande quantidade de motores de
seguinte potência aparente:
pequena potência em operação durante
Fp =
P
⇒S=
P 1,5MW
= = 1,56 MVA um longo período;
S FP 0,96
Tensão acima da nominal;
Cargas especiais com elevado consumo
Isto é, quase 1 MVA a menos que o requerido
pela fábrica A. A corrente drenada pela fábrica B é de:
de reativo.
40
37
35
kW - kVAr - fator de potência
32,5
30
27,8
25
24
22,5
20 20 20
18,7
17 16,5
15 15
13,8 13,8
11,8 12 12,5
11 11,2 11
10
7,7
5 5,2
3,8
0,38 0,52 0,62 0,71 0,77 0,81 0,84 0,86 0,86 0,85
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Carga Nominal [%]
kVAr kW FP
Segundo as curvas da figura 2.12, pode-se (100% da carga nominal acoplada ao motor),
observar que, conforme já salientado, a para 0,77, enquanto a potência reativa,
potência reativa absorvida por um motor de originalmente igual a 22,5 kVAr, reduz-se
indução aumenta muito levemente, desde a para 13,8 kVAr. Para uma redução de 70%
sua operação a vazio, até a sua operação a da nominal, o fator de potência cairia para
plena carga. Entretanto, a potência ativa 0,84 e a potência reativa atingiria apenas o
absorvida da rede cresce proporcionalmente valor de 16,5 kVAr.
com o aumento das frações de carga
acoplada ao eixo do motor.
2.3.2 Transformadores operando em
Como resultado das potências ativa e vazio ou com pequenas cargas
reativa na operação dos motores de indução,
desde o trabalho a vazio até a plena carga, o Analogamente aos motores de indução,
fator de potência varia também os transformadores, quando operando
proporcionalmente a esta variação, tornando- superdimensionados para a carga que
se importante, desta maneira, o controle devem alimentar, consomem uma certa
operativo dos motores por parte do quantidade de energia reativa relativamente
responsável pela instalação. grande (necessária para a magnetização do
Para exemplificar, reduzindo-se a carga transformador), se comparada à energia
solidária ao eixo de um motor de indução de ativa, dando origem a um fator de potência
50 cv (igual a 37 kW) a 50% de sua carga baixo.
nominal, o fator de potência cai de 0,85,
obtido durante o regime de operação nominal
1,00 1,00 •
Tabela 2.3 Variação da potência do transformador em
função do Fp para uma carga de 100 kW.
0,90 1,23 •
Potência aparente Potência do trafo
Fp [kVA] [kVA] 0,80 1,56 •
1,0 100 100
0,9 111 125 0,70 2,04 •
0,8 125 125
0,7
0,6
142
167
150
185
0,60 2,78 •
•
Carga: 1000kW com cosϕ = 0,9
b) Corrente:
0,30 11,10
Da expressão (1.34), temos:
P 1000kW
I= = = 161 A
U 0 × cosϕ 6,9kV × 0,9
Fonte: Divulgação WEG - Manual para correção do fator de
potência.
ΔP ≅ R × I 2 = 1,5 × 1612 = 39 kW
6,9 kV ~ I 1000 kW ΔU ≅ Z × I = (R 2
)
+ X2 ×I
cosϕ = 0,9
ΔU = 1,52 + 0,52 × 161A
ΔU = 2,5 × 161A = 255V
Figura 2.13 Sistema A.
Capítulo
Correção do
Fator de Potência III
Sumário do capítulo
3.1 MÉTODOS PARA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
3.1.1 Alterações na rotina operacional
3.1.2 Aumento do consumo de energia ativa
3.1.3 Instalação de motores síncronos superexcitados
3.1.4 Instalação de capacitores
3.2 VANTAGENS DA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
3.2.1 Liberação da capacidade do sistema
3.2.2 Melhoria da tensão
3.2.3 Redução das perdas
ponto de vista da relação custo/benefício, pelo fato da instalação estar no limite de sua
sendo considerado satisfatório um fator de capacidade ou a rede sobrecarregada.
potência igual a 0,95 para a instalação.
Ao ser adotado o critério de aumento
do consumo de energia ativa para melhoria
3.1.1 Alterações na rotina operacional do do fator de potência, deve-se levar em
sistema elétrico consideração que tal escolha não deve
prejudicar a necessidade de conservação de
As modificações na rotina operacional energia elétrica. Desta forma, apenas como
devem ser dirigidas objetivando exemplo, não é conveniente substituir uma
principalmente a utilização correta de unidade hidráulica de um sistema por uma
motores, no sentido de manter os motores elétrica (cujo fator de potência é
em operação a plena carga, evitando o seu praticamente igual a 1) apenas para
funcionamento a vazio ou aumentar o fator de potência. Entretanto, se
superdimensionados (item 2.3.1). a indústria possuir duas unidades, uma
Analogamente, deve-se evitar também a hidráulica e outra elétrica, funcionando
utilização de transformadores operando em alternadamente, pode-se pensar em ampliar
vazio ou com pequenas cargas (item 2.3.2). os períodos de operação da unidade elétrica,
o que conduzirá a um aumento do fator de
potência médio da instalação.
3.1.2 Aumento do consumo de energia O aumento do acréscimo de carga
ativa pode ser determinado da forma apresentada
na figura 3.1:
Embora nem sempre conveniente para
a instalação, o aumento da demanda ativa
média da instalação, ou seja, do consumo de
energia ativa visando aumentar o fator de
potência, pode ser conseguido pela adição
de novas cargas com alto fator de potência
ou pelo aumento do período de operação de Q Q
cargas cujos fatores de potência sejam ϕ1 ϕ2
elevados.
P ΔP
Essa metodologia deve ser utilizada
com muito critério e é recomendada
principalmente para instalações que tenham Figura 3.1 Melhoria do Fp através do aumento do
consumo de energia ativa.
jornada de trabalho fora do período de ponta
de carga (aproximadamente das 18:00 às
20:00 horas), visando evitar a sobrecarga do
Verifica-se que, das relações
sistema elétrico.
trigonométricas do triângulo de potências:
É importante observar que a carga ativa
que irá aumentar o consumo de energia
ativa, além de atender às necessidades de Q
produção da indústria, deverá ser tgϕ 1 = ↔ Q = P × tgϕ 1 (3.1)
P
cuidadosamente escolhida para não
aumentar a demanda máxima, o que Q Q
acarretaria uma alteração no contrato de tgϕ 2 = ↔ ΔP = −P (3.2)
demanda da indústria e um conseqüente P + ΔP tgϕ 2
aumento na conta de energia elétrica. Por
outro lado, muitas vezes este aumento do
consumo de energia ativa não é possível,
⎛ tgϕ 1 ⎞
ΔP = P × ⎜⎜ − 1⎟⎟ (3.3) Observação: a definição detalhada do termo
⎝ tgϕ 2 ⎠ “consumo” será apresentada no capítulo 6.
Tabela 3.1 Valores do coeficiente de acréscimo do consumo ativo K = [(tgϕ1 / tgϕ2) – 1] para compensação do Fp.
Fp tual Fp corrigido (cosϕ2)
(cosϕ1) 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99
0,65 1,744 1,958 2,221 2,557 3,008 3,665 4,758 7,205
0,66 1,672 1,880 2,136 2,463 2,903 3,542 4,606 6,988
0,67 1,601 1,803 2,053 2,371 2,799 3,421 4,457 6,776
0,68 1,531 1,728 1,971 2,281 2,697 3,302 4,310 6,567
0,69 1,462 1,654 1,890 2,192 2,597 3,186 4,166 6,362
0,70 1,395 1,581 1,811 2,104 2,498 3,071 4,024 6,160
0,71 1,328 1,510 1,733 2,018 2,401 2,957 3,884 5,961
0,72 1,263 1,439 1,656 1,932 2,305 2,846 3,747 5,764
0,73 1,198 1,369 1,579 1,848 2,210 2,736 3,611 5,570
0,74 1,134 1,300 1,504 1,765 2,116 2,627 3,476 5,379
0,75 1,070 1,231 1,430 1,683 2,024 2,519 3,343 5,189
0,76 1,007 1,164 1,356 1,602 1,932 2,412 3,211 5,001
0,77 0,945 1,097 1,283 1,521 1,841 2,306 3,081 4,815
0,78 0,883 1,030 1,210 1,441 1,751 2,201 2,951 4,630
0,79 0,822 0,964 1,138 1,361 1,661 2,097 2,822 4,447
0,80 0,761 0,898 1,066 1,282 1,571 1,993 2,694 4,263
0,81 0,700 0,832 0,995 1,203 1,482 1,889 2,565 4,081
0,82 0,639 0,766 0,923 1,124 1,393 1,785 2,437 3,899
0,83 0,577 0,700 0,851 1,045 1,304 1,681 2,309 3,716
0,84 0,516 0,634 0,780 0,965 1,215 1,577 2,181 3,533
0,85 0,455 0,568 0,708 0,886 1,125 1,473 2,052 3,349
0,86 0,393 0,501 0,635 0,805 1,034 1,368 1,922 3,164
0,87 0,330 0,434 0,561 0,724 0,943 1,261 1,791 2,977
0,88 0,267 0,366 0,487 0,642 0,851 1,154 1,658 2,788
0,89 0,203 0,296 0,412 0,559 0,757 1,044 1,523 2,595
0,90 0,137 0,225 0,334 0,474 0,661 0,932 1,385 2,399
0,91 0,070 0,153 0,255 0,386 0,562 0,818 1,244 2,197
0,92 0,000 0,078 0,174 0,296 0,461 0,700 1,098 1,990
0,93 0,000 0,089 0,202 0,355 0,577 0,946 1,774
0,94 0,000 0,104 0,244 0,448 0,787 1,547
0,95 0,000 0,127 0,311 0,619 1,307
0,96 0,000 0,164 0,436 1,047
0,97 0,000 0,234 0,759
0,98 0,000 0,425
0,99 0,000
EXEMPLO 3.1 Uma indústria tem um consumo ativo relação à tensão aplicada, fazendo com que
diário de 25.000 kWh. Verificou-se que o fator de o motor funcione com fator de potência
potência é igual a 0,81 (indutivo). Qual deverá ser o
acréscimo de consumo ativo (kWh) que, instalado,
capacitivo (condição de super ou
venha a compensar o fator de potência para de 0,92? sobreexcitação), fornecendo potência reativa
à rede (característica de um sistema
Solução: predominantemente capacitivo).
Temos que: P = 25.000 kWh O motor, nestas condições de
funcionamento, por razões óbvias, é
cosϕ1= 0,81
chamado de "capacitor síncrono", visto que,
cosϕ2= 0,92 além de suprir suas próprias necessidades
de reativos, também os fornecem ao sistema.
De (3.4) e da tabela 3.1: Os motores síncronos superexcitados
ΔP = P × K = 25.000 × 0,6995 = 6.995kWh podem ser instalados exclusivamente para a
correção do fator de potência ou podem ser
acoplados a alguma carga da própria
produção, em substituição, por exemplo, a
um motor de indução.
3.1.3 Instalação de motores síncronos
superexcitados Entretanto, a instalação de motores
síncronos requer investimento elevado é
Os motores síncronos, sob somente recomendada quando são
determinadas condições de operação, acionadas cargas mecânicas de grande
podem funcionar como “geradores” de porte, com potências superiores a 200 cv
potência reativa, contribuíndo para o (caso, por exemplo, de grandes
aumento do fator de potência. compressores) e funcionando por períodos
longos (superiores à 8 horas/dia). Nesses
Os motores síncronos, quando casos, o motor síncrono exercerá a dupla
subexcitados, correspondem a uma condição função de acionar a carga e aumentar o fator
de baixa corrente de excitação, na qual o de potência da instalação.
valor da força eletromotriz induzida nos pólos
do estator (circuito estatórico) é pequena, o É importante salientar que os motores
que acarreta a absorção de potência reativa síncronos, quando utilizados para corrigir o
necessária à formação de seu campo fator de potência, em geral funcionam com
magnético. Assim, a corrente estatórica carga constante.
mantém-se atrasada em relação à tensão EXEMPLO 3.2 Calcule o fator de potência final quando
(característica de um sistema um motor síncrono superexcitado (100 cv; cosϕ = 0,8
predominantemente indutivo). cap.; η = 0,92) é instalado junto a uma carga de 100
kW, com Fp = 0,62 (indutivo).
Partindo da condição anterior e
aumentando-se a corrente de excitação, Solução:
obtém-se uma elevação da força eletromotriz
O motor síncrono apresenta as seguintes
no campo estatórico, cuja corrente ficará em caracteríticas:
fase com a tensão de alimentação. Desta
forma, o fator de potência assume o valor 100cv × 736
P1 = = 80kW
unitário e o motor não necessita de potência 0,92 × 1000
reativa para a formação de seu campo De (1.40) e (1.41):
magnético (característica de um sistema
resistivo). S1 =
P
=
80
= 100kVA
cos ϕ1 0,8
Qualquer elevação de corrente de
excitação a partir de então proporciona o Q1 = S 12 − P12 = 1002 − 802 = −60kVAr (capacitivo)
adiantamento da corrente estatórica em
A figura 3.2 mostra o comportamento desse motor, empregada na correção do fator de potência
quando instalado junto a uma carga de 100 kW, com de instalações industriais, comerciais e dos
FP igual a 0,62 (indutivo):
sistemas de distribuição e de potência, a fim
de se reduzir a potência reativa demandada
C F à rede e que os geradores da concessionária
motor 60 kVAr deveriam fornecer na ausência destes
160 kVA 100 kVA
E capacitores, uma vez que, como já visto,
191 kVA
estes fornecem energia reativa ao sistema
65 kVAr
ϕ2
elétrico onde estão ligados. É o método mais
ϕ1
A 100 kW B 80 kW D econômico e o que permite maior
flexibilidade de aplicação. Entretanto, quando
se optar por este método, alguns cuidados
Figura 3.2 Melhoria do Fp através do aumento do especiais devem ser tomados para a
consumo de energia ativa. instalação desses equipamentos,
principalmente com referência à tensão de
operação, uma vez que o capacitor tende a
Triângulo ABC – situação original (carga de 100 kW) elevar o seu nível e uma elevação de tensão
Triângulo ADE – situação final (carga + motor) poderá provocar danos aos equipamentos
ligados à rede elétrica e ao próprio capacitor.
Triângulo CFE – carga do motor síncrono
A determinação da potência do
capacitor por qualquer dos métodos que
A carga, antes de ligar o motor síncrono, era:
serão apresentados não deve implicar um
P2 = 100 kW fator de potência inferior a 0,92 indutivo ou
P 100
capacitivo, em qualquer ponto do ciclo de
S2 = = = 160 kVA carga da instalação, conforme determinação
cos ϕ 2 0,62
da Portaria 456 da Aneel (ver apêndice A).
Q2 = S 2 2 − P2 2 = 1602 − 1002 = 125kVAr (indutivo)
Teoricamente, os capacitores poderiam ser
utilizados para suprir 100% das
necessidades de potência reativa. Na prática
A carga, após a ligação do motor síncrono, ficará: porém, a correção do fator de potência para
0,95 traz o máximo retorno.
PT = P1 + P2 = 100 + 80 = 180 kW
Os capacitores utilizados para a
QT = Q1 + Q2 = 125 − 60 = 65 kVAr compensação reativa, os chamados
"capacitores de potência" (ver tabela 3.2),
ST = PT 2 + QT 2 = 1802 + 652 = 191 kVA
são caracterizados por sua potência nominal,
sendo fabricados em unidades monofásicas
O fator de potência final será: e trifásicas, para alta e baixa tensão, com
valores padronizados de potência, tensão e
PT 180 freqüência, ligados internamente em delta e
Fp = = = 0,94
ST 191 com potências até 50 kVAr. Os capacitores
de alta tensão são monofásicos com
potências não superiores a 100 kVAr e, em
3.1.4 Instalação de capacitores suas aplicações, ligados externamente em
estrela. Maiores detalhes técnicos serão
Praticamente nenhuma das soluções apresentados no capítulo 5.
descritas em 3.1.1, 3.1.2 e 3.1.3 são
adotadas, devido ao seu alto custo e
dificuldades operacionais.
A instalação de capacitores em
paralelo com a carga é a solução mais
Figura 3.6Histograma para carga com consumo de Figura 3.8 Carga a vazio com capacitor instalado.
potência ativa (P) de 100 kW e Fp = 0,8.
Método analítico;
Quando a carga C não é solicitada a Método tabular;
realizar nenhum trabalho (como, por
exemplo, um motor de indução sem carga Método dos consumos médios mensais.
acoplada ao eixo), ela deixa de consumir
energia ativa P. Se, no entanto, o banco de
capacitores não for desligado, este passará a
fornecer energia reativa ao sistema de
suprimento, conforme mostrado na figura 3.8.
P
R
S
L
Q
Figura 3.9 Representação do fluxo de potência ativa e reativa em um sistema elétrico (antes da correção do fator de
potência através da instalação de capacitores).
P
R
S
Q L
QC
Capacitor de correção
Figura 3.10 Representação da correção de fator de potência em um sistema elétrico utilizando capacitores.
QC
S1 S1
Q1 Q1
S2 S2
ϕ1 Q2 ϕ1 Q2
ϕ2 ϕ2
P P P
a b c
Figura 3.11 Diagrama vetorial mostrando o benefício da correção do fator de potência (método analítico).
A figura 3.11c representa a EXEMPLO 3.3 Uma indústria tem instalada uma carga
superposição dos diagramas 3.11a e 3.11b, de 1.300 kW. Verificou-se que o fator de potência é
igual a 0,81 (indutivo). Qual deverá ser a potência
onde Qc é a quantidade de potência reativa reativa (kVAr) do capacitor que, instalado, venha a
necessária para reduzir Q1 para Q2. reduzir a potência reativa, de modo que o fator de
Podemos escrever, de (1.43): potência atenda ao valor de 0,92?
QC = Potência do capacitor a ser instalado, EXEMPLO 3.4 Uma indústria apresenta um consumo
em volt-ampère reativo [kVAr]; mensal de 10.000 kWh, sendo de 200 h o período
(mensal) de funcionamento e o fator de potência
Q1 = potência reativa da rede antes da original de 0,70. Determinar a potência reativa (kVAr)
instalação de capacitores, em volt-ampère do capacitor que, instalado, venha a reduzir a potência
reativo [kVAr]; reativa, de modo que o fator de potência atenda ao
valor de 0,92.
Q2 = potência reativa da rede depois da
instalação de capacitores, em volt-ampère Solução:
reativo [kVAr];
P = potência ativa, em watt [W]; demanda =
10.000kWh
= 50kW
200h
ϕ1 = ângulo do fator de potência original;
cosϕ1 = 0,70 ⇒ ϕ1 = arcos (0,70) = 45,57º
ϕ2 = ângulo do fator de potência pretendido.
cosϕ2 = 0,92 ⇒ ϕ2 = arcos (0,92) = 23,07º
Tabela 3.3 Valores do multiplicador Δtg = (tgϕ1 - tgϕ2) para obtenção da potência reativa com um Fp desejado.
Fp tual Fp corrigido (cosϕ2)
(cosϕ1) 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00
0,50 0,98 1,01 1,03 1,06 1,09 1,11 1,14 1,17 1,19 1,22 1,25 1,28 1,31 1,34 1,37 1,40 1,44 1,48 1,53 1,59 0,73
0,51 0,94 0,96 0,99 1,02 1,04 1,07 1,09 1,12 1,15 1,17 1,20 1,23 1,26 1,29 1,32 1,36 1,40 1,44 1,48 1,54 1,69
0,52 0,89 0,92 0,95 0,97 1,00 1,02 10,5 1,08 1,10 1,13 1,16 1,19 1,22 1,25 1,28 1,31 1,35 1,39 1,44 1,50 1,64
0,53 0,85 0,88 0,90 0,93 0,95 0,98 1,01 1,03 1,06 1,09 1,12 1,14 1,17 1,21 1,24 1,27 1,31 1,35 1,40 1,46 1,60
0,54 0,81 0,84 0,86 0,89 0,91 0,94 0,97 0,99 1,02 1,05 1,08 1,10 1,13 1,16 1,20 1,23 1,27 1,31 1,36 1,42 1,56
0,55 0,77 0,80 0,82 0,85 0,87 0,90 0,93 0,95 0,98 1,01 1,04 1,06 1,09 1,12 1,16 1,19 1,23 1,27 1,32 1,38 1,52
0,56 0,73 0,76 0,78 0,81 0,83 0,86 0,89 0,91 0,94 0,97 1,00 1,02 1,05 1,09 1,12 1,15 1,19 1,23 1,28 1,34 1,48
0,57 0,69 0,72 0,74 0,77 0,80 0,82 0,85 0,88 0,90 0,93 0,96 0,99 1,02 1,05 1,08 1,11 1,15 1,19 1,24 1,30 1,44
0,58 0,66 0,68 0,71 0,73 0,76 0,79 0,81 0,84 0,87 0,89 0,92 0,95 0,98 1,01 1,04 1,08 1,11 1,15 1,20 1,26 1,41
0,59 0,62 0,65 0,67 0,70 0,72 0,75 0,78 0,80 0,83 0,86 0,89 0,91 0,94 0,97 1,01 1,04 1,08 1,12 1,17 1,23 1,37
0,60 0,58 0,61 0,64 0,66 0,69 0,71 0,74 0,77 0,79 0,82 0,85 0,88 0,91 0,94 0,97 1,00 1,04 1,08 1,13 1,19 1,33
0,61 0,55 0,58 0,60 0,63 0,65 0,68 0,71 0,73 0,76 0,79 0,82 0,84 0,87 0,90 0,94 0,97 1,01 1,05 1,10 1,16 1,30
0,62 0,52 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65 0,67 0,70 0,73 0,75 0,78 0,81 0,84 0,87 0,90 0,94 0,97 1,02 1,06 1,12 1,27
0,63 0,48 0,51 0,54 0,56 0,59 0,61 0,64 0,67 0,69 0,71 0,75 0,78 0,81 0,84 0,87 0,90 0,94 0,98 1,03 1,09 1,23
0,64 0,45 0,47 0,50 0,53 0,56 0,58 0,61 0,63 0,66 0,69 0,72 0,75 0,78 0,81 0,84 0,87 0,91 0,95 1,00 1,07 1,20
0,65 0,42 0,45 0,47 0,50 0,52 0,55 0,58 0,60 0,63 0,66 0,69 0,71 0,74 0,77 0,81 0,84 0,88 0,92 0,97 1,03 1,17
0,66 0,39 0,41 0,44 0,47 0,49 0,52 0,55 0,57 0,60 0,63 0,65 0,68 0,71 0,74 0,78 0,81 0,85 0,89 0,94 1,00 1,14
0,67 0,36 0,38 0,41 0,44 0,46 0,49 0,52 0,54 0,57 0,60 0,62 0,65 0,68 0,71 0,75 0,78 0,82 0,86 0,91 0,97 1,11
0,68 0,33 0,35 0,38 0,41 0,43 0,46 0,49 0,51 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65 0,68 0,72 0,75 0,79 0,83 0,88 0,94 1,05
0,69 0,30 0,33 0,35 0,38 0,40 0,43 0,46 0,48 0,51 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65 0,69 0,72 0,76 0,80 0,85 0,91 1,05
0,70 0,27 0,30 0,32 0,35 0,37 0,40 0,43 0,45 0,48 0,51 0,54 0,56 0,59 0,63 0,66 0,69 0,73 0,77 0,82 0,88 1,02
0,71 0,24 0,27 0,29 0,32 0,35 0,37 0,40 0,43 0,45 0,48 0,51 0,54 0,57 0,60 0,63 0,66 0,70 0,74 0,79 0,85 0,99
0,72 0,21 0,24 0,27 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,42 0,45 0,48 0,51 0,54 0,57 0,60 0,64 0,67 0,71 0,76 0,82 0,96
0,73 0,19 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,42 0,45 0,48 0,51 0,54 0,57 0,61 0,64 0,69 0,73 0,79 0,94
0,74 0,16 0,19 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,43 0,45 0,48 0,51 0,55 0,58 0,62 0,66 0,71 0,77 0,91
0,75 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,43 0,46 0,49 0,52 0,55 0,59 0,63 0,68 0,74 0,88
0,76 0,11 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,43 0,46 0,49 0,53 0,56 0,60 0,65 0,71 0,86
0,77 0,08 0,11 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,35 0,37 0,40 0,43 0,47 0,50 0,54 0,58 0,63 0,69 0,83
0,78 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,35 0,38 0,41 0,44 0,47 0,51 0,55 0,60 0,66 0,80
0,79 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,35 0,38 0,41 0,45 0,48 0,53 0,57 0,63 0,78
0,80 0,00 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,27 0,29 0,32 0,36 0,39 0,42 0,46 0,50 0,55 0,61 0,75
0,81 0,00 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,27 0,30 0,33 0,36 0,40 0,43 0,47 0,52 0,58 0,72
0,82 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,21 0,24 0,27 0,30 0,34 0,37 0,41 0,45 0,50 0,56 0,70
0,83 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,22 0,25 0,28 0,31 0,34 0,38 0,42 0,47 0,53 0,67
0,84 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,22 0,25 0,28 0,32 0,35 0,40 0,44 0,50 0,65
0,85 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,14 0,16 0,19 0,23 0,26 0,29 0,33 0,37 0,42 0,48 0,62
0,86 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,14 0,17 0,20 0,23 0,26 0,30 0,34 0,39 0,45 0,59
0,87 0,00 0,03 0,06 0,08 0,11 0,14 0,17 0,20 0,24 0,28 0,32 0,36 0,42 0,57
0,88 0,00 0,03 0,06 0,08 0,11 0,15 0,18 0,21 0,25 0,29 0,34 0,40 0,54
0,89 0,00 0,03 0,06 0,09 0,12 0,15 0,18 0,22 0,26 0,31 0,37 0,51
0,90 0,00 0,03 0,06 0,09 0,12 0,16 0,19 0,23 0,28 0,34 0,48
0,91 0,00 0,03 0,06 0,09 0,13 0,16 0,21 0,25 0,31 0,46
0,92 0,00 0,03 0,06 0,10 0,13 0,18 0,22 0,28 0,43
NC = 390 / 50 = 7,8 ≅ 8
⎡ (i 0 × Sn )⎤
2
Q0 = ⎢ − P02
⎣ 100 ⎥⎦
QC = 8 x 50 = 400 kVAr
(3.8)
Observa-se que o presente método chegou ao
mesmo resultado do método analítico, indicado no onde:
exemplo 3.3.
Q0 = potência reativa do transformador [kVAr]
necessária para corrigir seu fator de potência
Alguns tipos de equipamentos elétricos para 1;
merecem uma atenção especial no que diz
respeito ao projeto de correção individual do i0 = é a corrente em vazio (valor em p.u. e em
fator de potência, como é o caso de motores %, ou seja, a razão (I0 / INS) x 100);
e transformadores. Sn = potência nominal do transformador, em
[kVA];
Para correção do fator de potência de
motores, utiliza-se a expressão: I0 = corrente em vazio do transformador em
[A]. É um dado da placa do fabricante ou
P × Δtg × fc fornecido via relatório de ensaio;
Qc = (3.7)
η INS = corrente nominal no secundário do
transformador;
EXEMPLO 3.7 Seja uma indústria para a qual se Tabela 3.6 Horas de funcionamento em carga leve
deseja determinar a potência nominal dos capacitores (somente iluminação de vigia da indústria).
necessária para corrigir o fator de potência médio
mensal de 0,81 para 0,92. Dimensionar o banco de Dia da
Período Total (horas)
capacitores, de sorte a não se ter um fator de potência semana
capacitivo em carga leve, considerando que no período Segunda 17:00 – 7:00h 14
de 7:00 às 17:00h a demanda é praticamente Terça 17:00 – 7:00h 14
constante. Considere a demanda em carga leve igual a
7 kW e 4,7 kVAr. Com base nos dados de faturamento, Quarta 17:00 – 7:00h 14
referentes aos últimos 6 meses de atividade, elaborou- Quinta 17:00 – 7:00h 14
se a tabela abaixo:
Sexta 17:00 – 24:00h 7
Sábado 00:00 – 24:00h 24
Tabela 3.4 Dados de faturamento nos últimos 6 meses. Domingo 00:00 – 24:00h 24
Segunda 00:00 – 7:00h 7
Mês CPt [kWh] CQe [kVArh] cosϕ
Total da semana 118
Março 184.300 119.100 0,83
Total do mês 4,28 x 118 = 505
Abril 172.100 113.040 0,83
Maio 169.300 117.300 0,82
Considerando-se o mês de julho, por apresentar o mais
Junho 170.500 119.200 0,82 baixo fator de potência, têm-se, com o auxílio da tabela
Julho 167.200 117.600 0,81 de dados de faturamento (tabela 3.4), da tabela de
horas de funcionamento a plena carga (tabela 3.5) e do
Agosto 173.400 114.390 0,83 horário de funcionamento em carga leve (tabela 3.6),
os valores de consumo mensal. Considerou-se que a
Solução: curva de carga não variou praticamente ao longo do
ano.
O primeiro passo para determinar os valores de CQe = 117.600 kVArh
consumo médio mensal é conhecer o número de horas
CQeo = T0 x Q = 505h x 4,7 kVAr = 2.373 kVArh
de funcionamento da instalação nas condições de
plena carga (demanda máxima prevista) e leve CPt = 167.200 kWh
(demanda mínima prevista). O levantamento dessas
horas é apresentado nas tabelas 3.5 e 3.6, CPto =T0 x P = 505h x 7kW = 3.535 kWh
considerando-se uma semana de 7 dias e um mês de T0 = 214 h
30 dias (30 / 7 = 4,28 semanas).
Em carga leve, isto é, ligada somente a iluminação de Curva de demanda ativa [kW] e reativa [kVAr]
vigia, o fator de potência, com o banco capacitivo
50
conectado, será de:
30 kW
QC = P × (tgϕ 1 − tgϕ 2 )
20 kVAr
10
⎛ 4,7 ⎞
ϕ 1 = arctg ⎜ ⎟ = 33,87º
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
tgϕ 2 =
(P × tgϕ1) − QC = (7,0 × tg 33,87º ) − 215
P 7,0 Figura 3.12 Curva de demanda ativa e reativa.
tgϕ 2 = −30 → ϕ 2 = −88º
cosϕ 2 = cos(− 88º ) = 0,033(capacitivo)
Solução:
Tabela 3.7 Redução do fator de potência: vantagens para o consumidor e para a concessionária.
A determinação numérica da
P2 P1
capacidade liberada do sistema, como S2 = =
conseqüência da correção do fator de cos ϕ 2 cos ϕ 2
potência, é um processo árduo, já que as
cargas adicionais podem ter fatores diversos Sendo, na figura 3.13, as novas
e diferentes do fator de potência da carga condições representadas pelo triângulo OAC.
original. Para maior facilidade de cálculo e
com aproximação bastante razoável, A determinação da carga SL a ser
consideremos o fator de potência da carga a adicionada sem acréscimo da potência da
ser adicionada igual ao fator de potência da instalação S1 não conduzirá a um resultado
carga original. único, uma vez que a carga a ser
acrescentada poderá ter qualquer fator de
A figura 3.13 mostra o diagrama básico potência (obviamente, desde que o fator de
que se aplica a todas as expressões de SL, potência final do conjunto não fique abaixo
onde SL é a capacidade liberada em kVA ou do valor esperado). Nessas condições, para
em percentual da carga total, conforme o simplificar os cálculos, considere que a carga
caso, como conseqüência do aumento do SL a ser acrescentada tenha o mesmo fator
fator de potência de cosϕ1 para cosϕ2. de potência da carga original, cosϕ1.
Prosseguindo na análise, considerando Devemos observar que a potência
uma instalação com uma potência aparente aparente total deverá permanecer igual à
S1 e fator de potência cosϕ1, sua potência inicial, isto é, OB, e então o limite é
ativa será inicialmente P1: estabelecido pela circunferência BB', como
mostra a figura 3.13.
P1 = S1 × cos ϕ1 O novo fator de potência será (fator
final, com as cargas combinadas):
Na figura 3.13, o triângulo OAB
representa as condições iniciais de carga. P 1 + PL
cos ϕ 3 = (3.11)
Com a colocação de uma carga S1
capacitiva adicional, em paralelo, de potência
reativa QC, o fator de potência da instalação Deduz-se, da mesma figura, que a
é corrigido para cosϕ2, mantendo-se a potência aparente da carga adicional
mesma potência ativa P1, passando a (capacidade liberada do sistema), é dada
potência aparente S2 a valer: pela expressão 3.12:
QC E
S1
SL Q
L
S3=S1 ϕ1
C PL D
S2
ϕ3 ϕ1
0 ϕ2
P1 A F B'
1,4
kVA liberado para cada kW
1,0
1,2 Fator de potência
0,95
corrigido 1
1 0,95
0,9
0,8 0,9
0,8
0,6 0,8
0,7
0,4 0,7
0,6
0,6
0,2
0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,95
Fator de potência original
Figura 3.14 Liberação de kVA do sistema elétrico com a melhoria do fator de potência.
S L = 500 × ⎢ − 1 + 1 − (0,70 ) × ⎜
2
⎟
EXEMPLO 3.9 Seja uma indústria alimentada por um ⎢⎣ 500 ⎝ 500 ⎠ ⎥⎦
transformador de 500 kVA, operando a plena carga,
sendo de 0,70 o fator de potência inicial. S L = 143 ,05 kVA
a) Vamos inicialmente determinar a potência reativa c) Admitindo que a carga adicional (capacidade
capacitiva necessária para aumentar para 0,95 o liberada) de 143,05 kVA tenha uma fator de
fator de potência: potência igual ao inicial, cosϕ1 = 0,70, sua potência
ativa será:
A potência ativa será, com o fator de potência original
cosϕ1 = 0,70: PL = SL x cosϕ1 = 143,05 kVA x 0,70
PL = 100,14 kW
P1 = S1 x cosϕ1 = 500 x 0,70 = 350 kW
E o novo fator de potência será, da expressão (3.11):
Da tabela 3.3, entrando com cosϕ1 = 0,70 e cosϕ2 =
0,95, obtemos: P1 + PL 350 + 100,14
cos ϕ 3 = = = 0,90
S1 500
Δtg = 0,69
Assim, o transformador de 500 kVA, que antes fornecia
Da expressão (3.6), obtemos:
uma potência ativa de 350 kW, passa a fornecer uma
potência igual a 350 + 100,14 = 450,14 kW, sendo 0,90
QC = P1 x Δtg = 350 x 0,69 = 241,6 kVAr o novo fator de potência global da instalação.
b) Cálculo da capacidade liberada: EXEMPLO 3.10 Uma indústria tem uma potência
aparente instalada de 1.500 kVA, com dois
Logo, pode-se perceber facilmente que a solução mais Q1 = 1.605 × sen(ar cos 0,87 ) = 791kVAr
econômica é adotar um banco de capacitores de 325
kVAr, ou seja: Q 2 = Q1 − QC = 791 − 325 = 466kVAr
QC = 6 x 50 kVAr + 1 x 25 kVAr = 325 kVAr S 2 = 1.397 2 + 466 2 = 1.472kVA
Desta forma, percebe-se que, após a inserção de um
banco de capacitores de 325 kVAr para correção do
Pode-se comprovar esse resultado através do triângulo
fator de potência, pode-se adicionar à instalação um
das potências (veja o método analítico apresentado em
motor de 150 cv, e o carregamento dos
3.1.4.1), conforme figura 3.15a e 3.15b, isto é:
transformadores ainda se reduz para 1.472 kVA.
P = 1.480kVA × 0,87 = 1.287 kW
P1 = 1.287 + (150 × 0,736 ) = 1.397 kW
P1
S1 = = 1.605kVA
cos ϕ 1
S1=1.605kVA QC = 325kVAr
S1 Q1 = 791kVAr
Q1=791kVAr
S2
ϕ1=29,54° ϕ1 ϕ2 Q2 = 466kVAr
P1=1.397kW P1
a b
Figura 3.15 Diagrama vetorial mostrando o benefício do acréscimo de capacitores no exemplo 3.10.
a) carga inicial
Qc = Q 1 − (Q 3 − PL × tgϕ 3)
S1 = 750 kVA Qc = 395− (275,7 − 60× 0,395)
Fp: cosϕ = 0,85 ⇒ ϕ = 31,79º Qc = 143kVAr
Q1 = 395 kVAr
3.2.1.1 Disponibilização de potência em
transformadores
b) acréscimo de carga
A tabela 3.8 fornece, através da
PL = 60 kW
aplicação sucessiva da expressão (2.1), a
Fp: cosϕL = 0,83 ⇒ ϕ = 33,90º potência ativa (em kW) que pode ser
SL = PL / cosϕL = 60 kW / 0,83 = 72,3 kVA fornecida por um transformador, funcionando
a plena carga (100% da potência do
QL = PL x tgϕL = 60 kW x tg (31,79º)
transformador), para diferentes valores do
QL = 40,2 kVAr fator de potência. Para transformadores que
não estejam funcionando a plena carga,
c) carga final, após o acréscimo
bastará multiplicar os números da tabela pelo
coeficiente correspondente ao nível de
P3 = P1 + PL = 637,5 kW + 60 kW = 697,5 kW utilização real de carga do transformador
(75%, 50%, etc).
Tabela 3.8 Potência ativa [kW] disponível em um transformador em função do fator de potência.
EXEMPLO 3.14 Complementando o exemplo 3.13, a X = reatância do circuito para o qual se quer
potência reativa suplementar calculada pela expressão liberar carga, em [Ω];
(3.14) não é nada mais do que a diferença entre a
carga capacitiva utilizada na compensação (QC), e a R = resistência do circuito para o qual se
potência reativa adicional (QL).
quer liberar carga, em [Ω];
No caso, devido às aproximações, obtemos:
QC = potência dos capacitores instalados, em
PL 100,14 [kVAr];
QL = = = 98,2kVAr
tgϕ 1 1,02 ϕ = ângulo do fator de potência da carga
Q 3 = QC − QL = 241,6 − 98,2 = 143,4kVAr original.
Temos agora que a corrente total no barramento do c) Tensões muito baixas podem impedir a
CCM será, considerando o acréscimo do motor e do partida das lâmpadas de descarga.
capacitor (lembre-se que a corrente capacitiva tem
sinal negativo): A instalação de capacitores em uma
instalação produz o aumento do nível de
Ibarramento = ICCM + IM - INC
tensão, como conseqüência da diminuição
da corrente de carga. Embora os capacitores
Ibarramento = 400A + 144,2A – 182,5A = 361,7A elevem os níveis de tensão, é raramente
econômico instalá-los em estabelecimentos
Observe que o valor calculado (361,7 A) é inferior à industriais apenas para esse fim, sendo, na
capacidade nominal de corrente do condutor (426 A), o maioria das vezes, mais eficaz trocar a
que significa que ele pode ser utilizado, mesmo com o posição dos tapes do(s) transformador(es) da
acréscimo do motor! subestação, desde que a regulação do
sistema o permita. A melhoria de tensão
ΔU t × ( Xcir × IQ )
ΔU = queda de tensão [V], por fase; ΔU % = ×100 = ×100 (3.21)
U U [V ]
R= resistência [Ω], por fase;
U1 U2
Carga ⎡ ⎛ I 2 ⎞2 ⎤
P (watts) ΔP% = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ×100 (3.31)
⎣⎢ ⎝ I 1 ⎠ ⎦⎥
Figura 3.18 Circuito elétrico com perdas Joule.
O que resulta, em termos dos fatores de
potência, substituindo a expressão (3.27) em
Admitindo um sistema monofásico, as (3.31):
correntes correspondentes serão (ver 1.34):
P ⎡ ⎛ cos ϕ 1 ⎞ 2 ⎤
I1 = (3.25) ΔP % = ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ × 100 (3.32)
U 2 × cos ϕ 1 ⎢⎣ ⎝ cos ϕ 2 ⎠ ⎥⎦
P
I2 = (3.26)
U 2 × cos ϕ 2 onde,
cosϕ2 = fator de potência final (após a portanto a perda percentual no sistema será
compensação; menor.
A figura 3.19 está baseada na É importante salientar que a expressão
consideração de que a potência original da (3.32) fornece o cálculo da redução percental
carga permanece constante. Se o fator de de perdas à partir do capacitor. Não há
potência for melhorado para liberar redução de perdas nas linhas e nos
capacidade do sistema e, em vista disso, for transformadores entre o capacitor e a carga.
ligada a carga máxima permissível, a
corrente total é a mesma, de modo que as
perdas também serão as mesmas.
Entretanto, a carga total em kW será maior e
80
das perdas [%]
60
40
20
0
0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1
Fator de Potência original
Qc × (2 × Q × Qc ) onde,
ΔP% = × 100 (3.33)
S2 Ee = energia anual economizada, em [kWh];
Sd = demanda do circuito, em [kVA];
Por outro lado, sabe-se que as perdas
nos condutores de uma instalação (kW) são R = resistência do circuito para o qual estão
registradas nos medidores de energia ativa sendo calculadas as perdas, em [Ω];
da concessionária e o consumidor paga por U = tensão nominal do circuito, em [kV];
este consumo desperdiçado. A expressão
(3.34) permite calcular a energia ϕ1 = ângulo de fase original.
economizada num período anual após a
EXEMPLO 3.17 Considere uma instalação elétrica com de um banco de capacitores de 100 kVAr no circuito de
consumo anual de 150.000 kWh, fator de potência distribuição.
original cosϕ1 igual a 0,70 e fator de potência corrigido
cosϕ2 igual a 0,90, com perdas Joule (5% do consumo)
iguais a 8.000 kWh. Calcule a redução de perdas Solução:
nessa instalação com a melhoria do fator de potência.
Temos que:
Solução:
0,0781 × 160
R= = 0,0125 Ω
1000
A redução de perdas será, de (3.32):
Qc = 100 kVAr
⎡ ⎛ 0,70 ⎞ 2
⎤ Sd = 3 × 0,38 × 400 = 263,2kVA
ΔP% = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ×100 = 39,5%
⎢⎣ ⎝ 0,90 ⎠ ⎥⎦
Da expressão (3.34),
O que representa uma redução de:
0,395 x 8.000kWh = 3.160 kWh por ano. 0,0125×100× (2 × 263,2 × sen44,1º−100)
Ee = × 8.760
Teremos, portanto, perdas anuais de: 1000× 0,382
8.000 – 3.160 = 4.840 kWh Ee = 20.196 kWh/ano
ou 3,2% do consumo, que originalmente representava
5,4 %.
A economia em R$ será, considerando-se o valor do
kWh igual a R$ 0,10:
EXEMPLO 3.18 Uma instalação elétrica possui fator de
potência igual a 0,75 com consumo anual igual a
150.000 kWh. Com a instalação de capacitores, = 20.196 kWh/ano x R$ 0,10
pretende-se melhorar o fator de potência para 0,92. = R$ 2.020,00/ano
Calcule a redução anual de kWh, admitindo-se que as
perdas na instalação por efeito joule representam 4%
do consumo.
3.2.5 Redução da corrente de linha
Solução:
O percentual de redução da corrente de
cosϕ1 = 0,75 linha pode ser dado por:
cosϕ2= 0,92
⎡ ⎛ cos ϕ 2 ⎞⎤
A redução de perdas será, de (3.32): ΔI % = 100 × ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟⎥ (3.35)
⎣ ⎝ cos ϕ1 ⎠⎦
⎡ ⎛ 0,75 ⎞ 2
⎤
ΔP % = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ×100 = 33,5%
⎢⎣ ⎝ 0,92 ⎠ ⎥⎦ onde,
Capítulo
Tipos de correção do
fator de potência IV
Sumário do capítulo
4.1 MODELOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
4.1.1 Correção individual
4.1.2 Correção por grupos de cargas (quadro de distribuição terminal)
4.1.3 Correção geral (quadro principal de baixa tensão)
4.1.4 Correção primária (entrada de energia em alta tensão)
4.1.5 Correção mista
4.2 OS TIPOS DE COMPENSAÇÃO DA ENERGIA REATIVA
4.2.1 Tipo clássico de banco fixo
4.2.2 Sistemas semi-automáticos e automáticos
4.2.3 Correção do fator de potência em tempo real
4.3 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DA INSTALAÇÃO
4.3.1 Tamanho de carga
4.3.2 Tipo de carga
4.3.3 Regularidade da carga
4.3.4 Capacidade de carga
4.4 ESQUEMAS ELÉTRICOS DE CORREÇÕES INDIVIDUAIS PARA PARTIDAS DE MOTORES
C4
C2
C3
C1
Figura 4.1 As possibilidades de localização dos capacitores (bancos) numa instalação de baixa tensão.
Proteção
Barramento de térmica
energia C B A
Motor
A tabela 4.1 indica a potência máxima EXEMPLO 4.1 Calcule a potência máxima de um
do capacitor ou banco que deve ser ligado capacitor ou banco para ligação aos terminais de um
aos terminais de um motor de indução motor de indução trifásico, 100 CV, 380 V, 4 pólos, cuja
trifásico para atingir um fator de potência de corrente nominal é de 136 A. Considere a corrente à
95%, com torque e corrente normal de vazio igual a 30% da nominal.
partida de acordo com a classificação NEMA. Solução:
No caso de numa correção não estiver
disponível a potência exata do capacitor, I 0 = 0,30 ×136 = 41A
deverá ser escolhida a potência Qc = 3 ×U × I 0 = ( )
3 × 0,38× 41 × 0,9 = 24kVAr
imediatamente inferior para maior segurança
quanto a sobretensões por autoexcitação e
limitar eventuais torques transientes.
kW - kVAr
Atualmente, no Brasil, estes motores 20
kW
kVAr
são responsáveis por cerca de 50% do 15
Motor de 50 cv/380 V
47%
Motores 1
Outras cargas 0,9
53% Fator de potência
0,8
0,7
0,6
0,5 Fp
0,4
0,3
0,2
0,1
Figura 4.3 Contribuição dos motores elétricos de 0
indução no consumo elétrico industrial (Fonte: revista 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
EM – Junho 2005). Carga nominal em %
instalações mais simples, onde não haja materiais, e assim poder funcionar. Trata-se
conjuntos de cargas muito diferentes entre si. do princípio básico de funcionamento do
transformador. É uma boa prática instalar um
Esse tipo de ligação pode proporcionar
banco de capacitores fixo, dimensionado
uma economia apreciável, desde que se leve
adequadamente, para compensar a sua
em conta, no dimensionamento dos
energia magnetizante, de tal forma que,
capacitores, a diversidade entre os diferentes
quando o transformador trabalhar em vazio,
circuitos de distribuição (principais) que
sem carga elétrica, seu fator de potência
partem do quadro geral, pela aplicação de
estará corrigido.
fatores de demanda convenientes. Haverá
necessidade, nesse caso, de ser instalado A tabela 4.3 apresenta valores
um dispositivo de manobra que permita orientativos da potência capacitiva (kVAr)
desligar os capacitores quando a indústria adequada para os tamanhos padronizados
cessar suas atividades diárias. Do contrário de transformadores disponibilizados
poderão ocorrer sobretensões indesejáveis comercialmente.
em toda a instalação.
Pode-se instalar uma maior quantidade
A principal desvantagem consiste em de potência capacitiva do que os valores
não haver alívio sensível dos alimentadores indicados na tabela 4.3, para compensar o
de cada equipamento. fator de potência das cargas por ele
alimentadas. Porém, recomenda-se que o
total da potência capacitiva em kVAr não
Tabela 4.3 Dados médios de transformadores trifásicos seja superior a 2/3 da potência em kVA do
– classe 15 kV.
transformador para não ocorrer riscos com
Potência do Perdas a Perdas reativas a amplificação dos harmônicos existentes.
trafo vazio a vazio Caso forem necessárias potências
(kVA) (kW) (kVAr)
superiores ao limite indicado, deverão ser
10 0,14 1,0
15 0,18 1,5 empregados dispositivos de chaveamento
30 0,30 2,0 automático (bancos automáticos).
45 0,35 3,0
75 0,55 4,0
112,5 0,60 5,0 4.1.4 Correção primária (entrada de
150 0,80 6,0 energia em alta tensão)
225 0,95 7,5
300 1,10 8,0
500 1,70 12,5
Essa solução não é muito usada em
750 2,00 17 instalações industriais (figura 4.1 - capacitor
1000 3,00 19,5 C1). Neste caso, os capacitores devem ser
Notas: instalados após a medição no sentido da
1- Nesta tabela estão computados o limite de KVAr a ser fonte para a carga.
instalado por meio de capacitores no barramento de BT do
transformador, não computando a correção feita junto as Esta opção é válida técnica e
cargas e/ou alimentadores desenergisados. economicamente quando são necessárias
2- Fator de potência médio (a vazio): de 0,14 a 0,17; grandes potências capacitivas (da ordem de
3- Os valores tabelados são médios e servem como 1.000 kVAr). O custo elevado dos
referência, não devendo ser utilizados para determinação
do consumo a vazio do transformador, o que, neste caso, dispositivos de manobra em tensões
deverá ser feito por medição específica; superiores a 5 kV, inviabiliza
economicamente sua aplicação em
instalações de pequeno porte.
Tabela 4.4 Resumo das vantagens e desvantagens dos tipos de instalação de capacitores.
a) Tem sido a de maior utilização na prática, por resultar, a) Não há redução de perdas nos
em geral, em menores custos finais; diversos circuitos (de distribuição e
terminais), visto que por eles circulará
b) Os capacitares instalados são mais utilizados; a corrente reativa.
c) Possibilidade de controle automático; b) É a solução indicada para instalações
d) Melhoria geral do nível de tensão; mais simples, onde não haja
Correção geral conjuntos de cargas muito diferentes
(Quadro Geral) e) Instalação suplementar relativamente simples; entre si.
f) Liberação de potência do(s) transformador(es) de
força;
g) Podem ser instalados no interior da subestação, local
normalmente utilizado pelo próprio quadro de
distribuição geral.
c) Sistemas automáticos
(controladores);
d) RTPFC (Real Time Power Factor
Correction - correção do fator de
potência em tempo real). Figura 4.6 Sistema convencional de manobra de
capacitores.
Figura 4.8.Esquema elétrico de ligação de um controlador de 8 estágios com dois bancos capacitivos.
C1 Observações:
R S T
FU1
C1
C2 C3
A
RT1
B M
3~
FU2
C4
Observações:
1. Para a conexão indicada no ponto B, ajustar o relé de sobrecarga para a nova corrente que
passará pelo mesmo;
2. Nesta configuração, o capacitor ou banco deve permanecer ligado à rede durante a comutação da
chave, da posição estrela para a posição final em triângulo.
3. Para reenergização do banco capacitivo, observe o tempo mínimo necessário para descarga do
mesmo. O capacitor ou banco deve permanecer ligado à rede durante a manobra de comutação da
chave, da posição estrela para a posição final em triângulo;
4. C4 = contator exclusivo de manobra dos capacitores (atua junto com C2);
5. Para motores de rotor em curto-circuito, de potência até 10 HP, o capacitor deve ser ligado aos
terminais do motor de tal forma que sejam energizados simultaneamente. Para motores superiores
a 10 HP, desde que a chave estrela-triângulo seja automática, pode ser usado o mesmo esquema.
R S T
FU1
C2
A
C1
T1
RT1
C3
B
FU2
C4
M
3~
Observações:
1. Para a conexão indicada no ponto B, ajustar o relé de sobrecarga para a nova corrente
que passará pelo mesmo;
2. Para reenergização do banco capacitivo, observe o tempo mínimo necessário para
descarga do mesmo;
3. C4 = contator exclusivo de manobra dos capacitores (atua junto com C1).
Capítulo
Capacitores de potência
V
5 Capacitores de potência
Sumário do capítulo
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
5.1.1 Princípios básicos
5.1.2 Capacitância
5.1.3 Energia armazenada
5.1.4 Corrente de carga
5.1.5 Ligação de capacitores
5.2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
5.2.1 Caixa
5.2.2 Armadura
5.2.3 Dielétrico
5.2.4 Líquido de impregnação
5.2.5 Resitor de descarga
5.2.6 Ligação das unidades capacitivas em bancos
5.3 DIMENSIONAMENTO DE BANCOS DE CAPACITORES
5.3.1 Configuração em estrela aterrada ou triângulo
5.3.2 Configuração em estrela isolada
5.3.3 Configuração em dupla-estrela isolada
5.3.4 Configuração em dupla-estrela aterrada
5.3.5 Método prático NBR 5060
5.4 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
5.4.1 Conceitos básicos
5.5 MANOBRA E PROTEÇÃO DE CAPACITORES
5.5.1 Dimensionamento de dispositivos de proteção para bancos de capacitores de baixa tensão
5.5.2 Dimensionamento de equipamentos de manobra para bancos de capacitores de baixa tensão
5.5.3 Dimensionamento de dispositivos de manobra e proteção para bancos de capacitores em alta tensão
5.5.4 Dimensionamento de condutores
5.6 INSPEÇÃO, ENSAIOS E MANUTENÇÃO DE CAPACITORES
5.6.1 Ensaios de capacitores
5.6.2 Inspeção de capacitores
5.6.3 Manuseio e armazenamento
5.6.4 Manutenção de capacitores
5.7 SEGURANÇA E INSTALAÇÃO DE CAPACITORES
5.7.1 Requisitos de segurança
5.7.2 Interpretação dos parâmetros dos capacitores
5.7.3 Cuidados na instalação de capacitores
5.8 LIGAÇÕES DE CAPACITORES EM ALTA TENSÃO
5.9 ATERRAMENTO DE CAPACITORES
5.9.1 Bancos de baixa tensão
5.9.2 Bancos de alta tensão
5.10 ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA
5.11 NORMALIZAÇÃO TÉCNICA
Como já mencionado, em geral são Desta forma, vamos nos limitar a tratar
utilizados capacitores para compensação de dos capacitores como o melhor “meio” de
energia reativa em uma instalação elétrica. correção do fator de potência. Tornam-se,
Os motores síncronos, quando acionam assim, de suma importância o conhecimento
compressores, bombas, etc, também das características gerais, construtivas e
beneficiam a instalação, mas não elétricas dos capacitores, bem como as
representam a solução ideal para a principais técnicas de projeto para
compensação reativa. dimensionamento, instalação, manobra e
proteção de capacitores e acessórios.
U onde,
E= (5.3)
d Q = carga elétrica, em coulomb [C];
2 mm
A capacitância de um capacitor pode
também ser calculada com o auxílio da
Q = 10μC
expressão (5.5):
A
S = 0,02m 2 C =ε× (5.5)
d
G
onde:
U = 127V
C = capacitância, em farad [F];
Figura 5.2 Capacitor de placas paralelas do exemplo
5.1. d = distância entre as placas do capacitor,
em metros [m];
Solução: S = área das placas do capacitor, em metros
quadrados [m2];
ε = permissividade, a constante de isolação
Q = 10 μC = 10 × 10 −6 C do material entre as placas (dielétrico), em
Q 10 × 10 −6 10 × 10 − 6 farad por metro, [F/m]. Para o ar ou vácuo, ε
D= = = = 5 × 10 − 4 C / m 2
S 0,02 2 × 10 − 2 = ε0 = 8,854 pF/m.
127
E= = 63,5 × 10 3 V / m = 63,5V / mm
2 × 10 −3
De (5.4), 1 1
E= × C × Um 2 = × 0,079 × 10 −6 × 180 2
2 2
Q 10 × 10 −6 E = 1,28 × 10 −3 J = 1,28mJ
C= = = 0,079 × 10 −6 F = 79 nF
U 127
capacidade do conjunto dada pela expressão EXEMPLO 5.5 Calcular a capacitância de dois
(5.8), uma variação da expressão (1.14): capacitores colocados em paralelo, cujas capacidades
sejam, respectivamente, 10 μF e 20 μF.
1 1 1 1 1 Solução:
= + + + ... + (5.8)
Ceq C1 C 2 C 3 Cn
Ceq = C1 + C 2 = 10 + 20 = 30μF
onde,
Ceq = capacitância equivalente do conjunto,
5.2 Características construtivas
em farad [F];
C1, C2, C3,..., CN = capacitância individual de
As condições de operação e a
cada unidade capacitiva, em farad [F].
respectiva identificação dos capacitores são
fatores importantes a serem observados. Os
Observando-se a expressão 5.8, pode-
capacitores, em condições normais de
se dizer que a capacitância equivalente de
funcionamento, devem ser adequados para
um circuito com vários capacitores ligados
trabalhar na posição vertical em altitudes não
em série é menor do que a capacitância do
superiores a 1.000 m e em temperaturas
capacitor de menor capacitância do conjunto.
ambientes que cobrem uma faixa de -25°C a
A ligação em paralelo de um +55°C. A mais baixa temperatura do ar
determinado número de capacitores resulta ambiente na qual o capacitor pode operar
numa capacidade do conjunto dada pela deve ser escolhida entre os seguintes
expressão (5.9), uma variação da expressão valores: +5°C, -5°C e -25°C. A mais alta
(1.15): temperatura varia de 40 a 55°C, em
intervalos de 5°C.
Ceq = C 1 + C 2 + C 3 + ... + CN (5.9)
É importante salientar que, quando as
onde, unidades capacitivas forem destinadas a
serem utilizadas em condições especiais de
Ceq = capacitância equivalente do conjunto,
funcionamento, estas devem ser levadas ao
em farad [F];
conhecimento do fabricante. São exemplos
C1, C2, C3,..., CN = capacitância individual de de condições especiais de funcionamento
cada unidade capacitiva, em farad [F]. (NBR 5282):
Observando-se a expressão (5.9), a) Altitudes superiores a 1.000m;
pode-se dizer que a capacitância equivalente
b) Temperaturas ambientes fora dos
de um circuito com vários capacitores em
limites estabelecidos;
paralelo é igual á soma das capacidades
individuais das unidades capacitivas. c) Atmosfera corrosiva;
d) Umidade relativa elevada;
EXEMPLO 5.4 Calcular a capacitância de dois
capacitores colocados em série, cujas capacidades e) Ambientes excessivamente
sejam, respectivamente, 10 μF e 20 μF. poluídos;
Solução: f) Exposição a severas condições
atmosféricas;
1 1 1 1 1 g) Vibrações;
= + = + = 0,1 + 0,05 = 0,15
Ceq C 1 C 2 10 20 h) Limitações de espaço;
Ceq =
1
= 6,67 μF i) Requisitos especiais de isolamento;
0,15
j) Dificuldades de manutenção;
b) Isoladores ou buchas
uma baixa reatância, resultando em elevadas Uma das grandes vantagens desta
correntes de curto-circuito e, em configuração é referente à insensibilidade no
conseqüência, proteções fusíveis individuais que diz respeito à circulação das correntes
de elevada capacidade de ruptura. de terceira harmônica, uma vez que as
mesmas são bloqueadas.
Esse tipo de configuração oferece uma
vantagem adicional sobre as demais: permite Dependendo do risco assumido, não há
que um maior número de células capacitivas necessidade de preocupações tão fortes
possa falhar sem que atinja o limite máximo como no caso do neutro aterrado, para a
de sobretensão de 10%. proteção do secundário de transformadores
de corrente, porém deverá ser dada atenção
5.2.6.2 Configuração em estrela isolada especial para tensões transitórias de
restabelecimento nos equipamentos de
Este tipo de arranjo pode ser utilizado manobra do banco. Este fato poderá
tanto em sistemas com neutro aterrado como encarecer o disjuntor ou chave associado ao
em sistemas com neutro isolado. Por não banco.
possuírem ligação com a terra, os bancos de Os bancos de capacitores com esta
capacitores nesta configuração não permitem configuração permitem que o potencial de
a circulação de correntes de seqüência zero, neutro atinja o valor do potencial de fase
nos defeitos de fase e terra (figuras 5.8 e (como resultado de manobras ou pela
5.9). eliminação de células defeituosas ou com a
operação dos seus respectivos fusíveis),
acarretando a necessidade de isolamento do
banco para a tensão entre fases.
A
No que diz respeito a custos, isto é
B pouco importante nas tensões mais baixas,
mas pode se tornar dispendioso e
antieconômico em tensões acima de 15 kV,
devido à sua isolação à terra, comparando-
se com os outros arranjos.
para proteção de cada unidade, deverá ser 5.2.6.4 Configuração em dupla estrela
capaz de, em caso de defeito, interromper o isolada
valor da corrente de curto-circuito.
Este tipo de configuração é utilizado
No caso de bancos próximos à
somente em bancos de grande capacidade
subestações ou a outros bancos, esse valor
(figura 5.12).
é muito alto e às vezes requer o uso de
reatores limitadores de corrente, de custo Dentre as características desta ligação,
muito elevado. pode-se dizer que os distúrbios do sistema
É importante observar que, durante a não se transmitem ao circuito de proteção do
ocorrência de um defeito (no caso de bancos banco de capacitores. Como no caso de uma
formados por um único grupo de capacitores única estrela isolada, não há vias de
em série), quando uma das células escoamento para correntes harmônicas de
capacitivas é eliminada pelo respectivo seqüência zero e os esquemas de proteção
fusível de proteção, não se verifica a possuem custos relativamente baixos,
ocorrência de sobretensão nas células principalmente no que diz respeito aos relés.
remanescentes. Esta ligação exige uma maior área para
a mesma capacidade, quando comparada
com a estrela simples, assim como maior
A quantidade de material por barramento e
conexões. O neutro deve ser isolado para
tensão fase-fase do sistema, tal como
qualquer banco ligado em estrela com neutro
isolado. Neste arranjo também o neutro está
B sujeito à tensão de fase, quando da
eliminação de células capacitivas pelos
C
fusíveis correspondentes ou por ocasião de
manobras no banco.
A
A
B S
C
C
Estrela Isolada As correntes de defeito são limitadas Isolamento do banco para a tensão de
pela impedância das fases não atingidas; fase, em virtude de surtos de manobra;
Não há circulação de correntes No que diz respeito a custos, isto é
harmônicas de terceira ordem pouco importante nas tensões mais
(seqüência zero). baixas, mas pode se tornar dispendioso
e antieconômico em tensões acima de
15 kV, devido à sua isolação à terra,
comparando-se com os outros arranjos.
N cp (5.12) onde,
U ur = U fn ×
N gs × (N cp − N ce ) + N ce
In = corrente nominal de fase do banco, em
Deve-se ter Uur ≥ Uc A.
onde,
5.3.2 Configuração em estrela isolada
Uc = tensão em cada grupo, quando todas as
Visando impedir uma sobretensão
células estão em operação;
superior a 10% quando da eliminação de
Ufn =tensão entre fase e neutro do sistema, uma ou mais células do grupo, a
em kV; determinação do número mínimo de células
Ncp = número de capacitores em paralelo em capacitivas em paralelo em cada grupo série
cada grupo série; por fase é determinada através da expressão
(5.16):
Uur = tensão resultante nas células
remanescentes do mesmo grupo com Nce 11× N ce × (3 × N gs − 2) (5.16)
N mcp =
capacitores excluídos, em kV. 3 × N gs
onde,
A expressão (5.13) permite determinar
a tensão nos outros grupos em série Nmcp = número mínimo de capacitores em
restantes (Ngs > 1) da mesma fase: paralelo em cada grupo série por fase;
N cp − N ce Ngs = número de grupos em série por fase;
U gr = U fn × (5.13)
N gs × (N cp − N ce ) + N ce Nce = número de células capacitivas
eliminado de um único grupo série por fase.
onde,
Ugr = tensão nos grupos em série restantes, A expressão (5.17) apresenta, para um
da mesma fase, em kV. arranjo onda há vários grupos em série por
fase, a tensão resultante nas demais células
Deve-se ter Ugr < Uc. É importante
capacitivas em paralelo do mesmo grupo
observar que, caso o banco esteja ligado na
remanescentes, quando da queima da
configuração triângulo, a tensão tomada será
proteção fusível de Nce capacitores:
entre fases, ou seja, Uff em vez de Ufn.
3 × N cp (5.17)
As expressões (5.14) e (5.15) permitem U ur = U fn ×
determinar, respectivamente, a corrente que 3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce )
circula na fase afetada pela saída dos Nce
capacitores (Ifa) e a corrente que circula para onde,
a terra através do neutro do sistema quando
são excluídos Nce capacitores de um grupo Uc = tensão em cada grupo, quando todas as
(It): células estão em operação;
Ufn =tensão entre fase e neutro do sistema,
N gs × (N cp − N ce ) (5.14) em kV;
I fa = I n ×
N gs × (N cp − N ce ) + N ce
Ncp = número de capacitores em paralelo em
cada grupo série;
N ce
It = I n × (5.15)
N gs × (N cp − N ce ) + N ce
Uur = tensão resultante nas células em cada grupo série por fase é determinada
remanescentes do mesmo grupo com Nce através da expressão (5.21):
capacitores excluídos, em kV.
11 × N ce × (6 × N gs − 5) (5.21)
Na expressão (5.17), deve-se ter Uur > N mcp =
6 × N gs
Uc.. Neste caso, observa-se que a tensão é
sempre inferior à tensão de neutro do grupo.
onde,
A expressão (5.18) permite determinar
a tensão nos outros grupos em série Nmcp = número mínimo de capacitores em
restantes (Ngs > 1) da mesma fase: paralelo em cada grupo série por fase;
Ngs = número de grupos em série por fase;
3 × (N cp − N ce ) (5.18)
U gr = U fn × Nce = número de células capacitivas
3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce )
eliminado de um único grupo série por fase.
Deve-se ter Ugr < Uc.
A expressão (5.22) apresenta, para um
onde, arranjo onda há vários grupos em série por
fase, a tensão resultante nas demais células
Ugr = tensão nos grupos em série restantes, capacitivas em paralelo do mesmo grupo
da mesma fase, em kV. remanescentes, quando da queima da
As expressões (5.19) e (5.20) permitem proteção fusível de Nce capacitores:
determinar, respectivamente, a corrente que
circula na fase afetada pela saída dos Nce 6 × N cp
U ur = U fn × (5.22)
capacitores (Id) e a tensão entre o neutro e 6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce )
terra quando são excluídos Nce capacitores
de um grupo (Unt): onde,
3 × N gs × (N cp − N ce ) (5.19) Uc = tensão em cada grupo, quando todas as
Id = In ×
3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce ) células estão em operação;
Ufn =tensão entre fase e neutro do sistema,
N ce (5.20) em kV;
= U fn ×
3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce )
U nt
Ncp = número de capacitores em paralelo em
cada grupo série;
Uur = tensão resultante nas células
onde, remanescentes do mesmo grupo com Nce
capacitores excluídos, em kV.
In = corrente nominal de fase do banco, em
A.
Na expressão (5.22), deve-se ter Uur >
Uc..
5.3.3 Configuração em dupla estrela
isolada A expressão (5.23) permite determinar
a tensão nos outros grupos em série
Analogamente aos arranjo anteriores, restantes (Ngs > 1) da mesma fase:
visando impedir uma sobretensão superior a
10% quando da eliminação de uma ou mais
células do grupo, a determinação do número 6 × (N cp − N ce )
U gr = U fn × (5.23)
mínimo de células capacitivas em paralelo 6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce )
Deve-se ter Ugr < Uc. Ngs = número de grupos em série por fase;
Nce = número de células capacitivas
onde,
eliminado de um único grupo série por fase.
Ugr = tensão nos grupos em série restantes, Para uma melhor compreensão da
da mesma fase, em kV. situação apresentada, analisar a figura 5.14.
As expressões (5.24) e (5.25) permitem
determinar, respectivamente, a corrente que
circula entre os neutros pela saída dos Nce R
S
capacitores de um determinado grupo (Id) e a T
3 × N ce
I d = I mf × (5.24)
6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce ) B D F H J L
N ce (5.25)
U nd = U fn ×
6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce )
Figura 5.14 Ligação em série de um banco de
capacitores com configuração dupla estrela aterrada.
onde,
Denomina-se, por exemplo, de meia
Imf = corrente que circula na meia fase do fase para a fase R aquela em que estão
banco, em A. ligados os grupos A e B. A outra meia fase
corresponde àquela em que estão ligados os
grupos C e D. Analogamente, denomina-se
5.3.4 Configuração em dupla estrela de meia fase para a fase S aquela em que
aterrada estão ligados os grupos E e F. A outra meia
fase corresponde àquela em que estão
Como nos arranjo apresentados ligados os grupos G e H. considerar nas
anteriormente, visando impedir uma explicações que se seguem, para um melhor
sobretensão superior a 10% quando da entendimento, que as células danificadas
eliminação de uma ou mais células do grupo, (eliminadas do grupo pela abertura do elo
a determinação do número mínimo de fusível) e tomadas como referência são as do
células capacitivas em paralelo em cada grupo G da figura 5.14.
grupo série por fase é determinada através
da expressão (5.26), considerando-se que o
banco esteja ligado com o ponto médio A expressão (5.37) apresenta, para um
interligado em cada uma das meias fases: arranjo onda há vários grupos em série por
fase, a tensão resultante nas demais células
N ce × (22 × N gs − 3 × N gs ) (5.26) capacitivas em paralelo do mesmo grupo
N mcp =
2 × N gs remanescentes, quando da queima da
proteção fusível de Nce capacitores:
onde,
2 × Ncp (5.37)
Uur = U fn ×
Nmcp = número mínimo de capacitores em 2 × N gs × (Ncp − Nce ) + (3 × Nce )
paralelo em cada grupo série por fase;
Deve-se ter Ugr > Uc. Deve-se ter, em (5.33): Igd > Imf.
onde,
Ugr = tensão a que fica submetido cada EXEMPLO 5.6 Determine a configuração do banco de
um dos grupos da outra meia fase capacitores a ser ligado no secundário de um sistema
trifásico de uma subestação industrial 69/13,2 kV, em
correspondente, em kV. estrela aterrada, que precisa de 3.600 kVAr de
potência reativa para compensação.
7,62 kV
apenas uma célula excluída, o número mínimo de
capacitores por grupo e por fase, vale, da expressão
(5.11): N
11 × N ce × (N gs − 1)
13,2 kV
11 × 1 × (2 − 1)
N mcp = = = 5,5 ≅ 6
N gs 2
7,62 kV
b) Dimensionamento da potência reativa nominal de 12 unidades
cada célula.
B
Qg 600
Qc = = = 100 kVAr C
N mcp 6
Qt = 12 × 100 × 3 = 3.600kVAr
Capacitores
excluídos
N
13,2 kV
U ur =
13,2
×
6
= 4,57kV
5.3.5 Método prático NBR 5060
3 2 × (6 − 2) + 2
A NBR 5060 apresenta em seu anexo A
A tensão no grupo série não afetado pode ser
determinada através da expressão (5.16): um conjunto de tabelas para o cálculo da
tensão resultante nas demais células
N cp − N ce capacitivas em paralelo do mesmo grupo. Os
U gr = U fn ×
N gs × (N cp − N ce ) + N ce valores apresentados nestas tabelas (tabelas
5.4 a 5.6) estão apresentados em valores
13,2 6−2 “por unidade” (abreviadamente, p.u.). Esta
U gr = × = 3,04kV
3 2 × (6 − 2 ) + 2 forma de representação é bastante prática e
A sobretensão percentual nas quatro células do grupo largamente utilizada em cálculos do sistema
afetado pode ser calculada pela expressão abaixo: elétrico de potência.
⎛ Um − Un ⎞ ⎛ 4,57 − 3,81 ⎞ O sistema “por unidade”é um meio
U st = ⎜ ⎟ × 100 = ⎜ ⎟ × 100 = 19,9% conveniente de expressar grandezas
⎝ Un ⎠ ⎝ 3,81 ⎠
elétricas. Impedâncias, correntes, tensões e
Onde, potências são muitas vezes expressas em
Um = tensão medida na célula capacitiva, em kV; p.u., em vez de em ohms, ampères, volts e
Un = tensão nominal da célula capacitiva, em kV. watts.
O valor por unidade de uma grandeza é
Percentualmente, a redução da tensão no grupo não
definido como a relação entre o valor da
afetado da mesma fase A vale: grandeza e um valor da mesma grandeza
tomado como base. Assim, para uma
⎛ 3,81 − 3,04 ⎞ grandeza de valor “g”, o valor p.u “gpu”, na
Ug = ⎜ ⎟ × 100 = 20,2%
⎝ 3,81 ⎠ base gB, será:
2 × (6 − 2 )
110
= 0,87 pu ou 87%
I fa = 157,4 × = 125,9 A
2 × (6 − 2 ) + 2
127
127
Observa-se que a redução percentual de corrente será:
= 1 pu ou 100%
127
correntes presumidas de curto-circuito em Tensão em cada célula, antes da retirada das células
sistemas elétricos. Por outro lado, o método defeituosas: 3,81 kV (este será o valor base da tensão
UBkV).
p.u. apresenta a vantagem de que o produto
de dois valores p.u. é um valor p.u., ao passo Entrando na tabela 5.4 com NCP = 6, NCE = 2 e NGS = 2,
encontramos o valor 1,2 p.u. para a tensão nas células
que o produto de dois valores percentuais restantes do grupo, ou seja, aplicando (5.34):
deve ser dividido por 100 para que o
resultado seja também um valor percentual. gpu =
g
→ Upu =
UkV
gB UB kV
No caso das tabelas 5.4 a 5.6, observe
que o valor base é a tensão anterior à 1,2 =
UkV
→ UkV = 1,2 × 3,81 = 4,57 kV
retirada das unidades capacitivas de um 3,81
determinado grupo série. Estas tabelas foram
Observe que chegamos ao mesmo
obtidas através das expressões (5.12), (5.16)
resultado calculado no exemplo 5.6.
e (5.21), conforme apresentadas nos itens
5.3.1, 5.3.2 e 5.3.3, respectivamente.
Ao aplicar a tabela 5.4, no exemplo 5.6,
teríamos:
Tabela 5.4 Tensão nas unidades restantes de um grupo paralelo (em p.u. da tensão anterior à retirada de NCE
unidades). Fonte: NBR 5060 – Anexo A – Tabela 1.
3 1 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
3 2 1,000 1,500 1,800 2,000 2,143 2,250 2,333 2,400 2,455 2,500 2,538 2,571
4 1 1,000 1,143 1,200 1,231 1,250 1,263 1,273 1,280 1,286 1,290 1,294 1,297
4 2 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
4 3 1,000 1,600 2,000 2,286 2,500 2,667 2,800 2,909 3,000 3,077 3,143 3,200
5 1 1,000 1,111 1,154 1,176 1,190 1,200 1,207 1,212 1,216 1,220 1,222 1,224
5 2 1,000 1,250 1,364 1,429 1,471 1,500 1,522 1,538 1,552 1,563 1,571 1,579
5 3 1,000 1,429 1,667 1,818 1,923 2,000 2,059 2,105 2,143 2,174 2,200 2,222
5 4 1,000 1,667 2,143 2,500 2,778 3,000 3,182 3,333 3,462 3,571 3,667 3,750
6 1 1,000 1,091 1,125 1,1443 1,154 1,161 1,167 1,171 1,174 1,176 1,179 1,180
6 2 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
6 3 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
6 4 1,000 1,500 1,800 2,000 2,143 2,250 2,333 2,400 2,455 2,500 2,538 2,571
6 5 1,000 1,714 2,250 2,667 3,000 3,273 3,500 3,692 3,857 4,000 4,125 4,235
7 1 1,000 1,077 1,105 1,120 1,129 1,135 1,140 1,143 1,145 1,148 1,149 1,151
7 2 1,000 1,167 1,235 1,273 1,296 1,313 1,324 1,333 1,340 1,346 1,351 1,355
7 3 1,000 1,273 1,400 1,474 1,522 1,556 1,581 1,600 1,615 1,628 1,638 1,647
7 4 1,000 1,400 1,615 1,750 1,842 1,909 1,960 2,000 2,032 2,059 2,081 2,100
7 5 1,000 1,556 1,909 2,154 2,333 2,471 2,579 2,667 2,739 2,800 2,852 2,897
8 1 1,000 1,067 1,091 1,103 1,111 1,116 1,120 1,123 1,125 1,127 1,128 1,129
8 2 1,000 1,143 1,200 1,231 1,250 1,263 1,273 1,280 1,286 1,290 1,294 1,297
8 3 1,000 1,231 1,333 1,391 1,429 1,455 1,474 1,488 1,500 1,509 1,517 1,524
8 4 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
8 5 1,000 1,455 1,714 1,882 2,000 2,087 2,154 2,207 2,250 2,286 2,316 2,341
9 1 1,000 1,059 1,080 1,091 1,098 1,102 1,105 1,108 1,110 1,111 1,112 1,113
9 2 1,000 1,125 1,174 1,200 1,216 1,227 1,235 1,241 1,246 1,250 1,253 1,256
9 3 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
9 4 1,000 1,286 1,421 1,500 1,552 1,588 1,615 1,636 1,653 1,667 1,678 1,688
9 5 1,000 1,385 1,588 1,714 1,800 1,862 1,909 1,946 1,976 2,000 2,020 2,038
10 1 1,000 1,053 1,071 1,081 1,087 1,091 1,094 1,096 1,098 1,099 1,100 1,101
10 2 1,000 1,111 1,154 1,176 1,190 1,200 1,207 1,212 1,216 1,220 1,222 1,224
10 3 1,000 1,176 1,250 1,290 1,316 1,333 1,346 1,356 1,364 1,370 1,375 1,379
10 4 1,000 1,250 1,364 1,429 1,471 1,500 1,522 1,538 1,552 1,563 1,571 1,579
10 5 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
11 1 1,000 1,048 1,065 1,073 1,078 1,082 1,085 1,086 1,088 1,089 1,090 1,091
11 2 1,000 1,100 1,138 1,158 1,170 1,179 1,185 1,189 1,193 1,196 1,198 1,200
11 3 1,000 1,158 1,222 1,257 1,279 1,294 1,305 1,313 1,320 1,325 1,330 1,333
11 4 1,000 1,222 1,320 1,375 1,410 1,435 1,453 1,467 1,478 1,486 1,494 1,500
11 5 1,000 1,294 1,435 1,517 1,571 1,610 1,638 1,660 1,678 1,692 1,704 1,714
12 1 1,000 1,043 1,059 1,067 1,071 1,075 1,077 1,079 1,080 1,081 1,082 1,083
12 2 1,000 1,091 1,125 1,143 1,154 1,161 1,167 1,171 1,174 1,176 1,179 1,180
12 3 1,000 1,143 1,200 1,231 1,250 1,263 1,273 1,280 1,286 1,290 1,294 1,297
12 4 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
12 5 1,000 1,263 1,385 1,455 1,500 1,532 1,556 1,574 1,588 1,600 1,610 1,618
Notas:
1- NCP = células capacitivas em paralelo por grupo série.
2- NCE = número de células capacitivas eliminadas de um único grupo série.
3- Esta tabela deve ser utilizada com as ligações das figuras 5.7 e 5.11.
Tabela 5.5 Tensão nas unidades restantes de um grupo paralelo (em p.u. da tensão anterior à retirada de NCE
unidades). Fonte: NBR 5060 – Anexo A – Tabela 3.
3 1 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
3 2 1,286 1,800 2,077 2,250 2,368 2,455 2,520 2,571 2,613 2,647 2,676 2,700
4 1 1,091 1,200 1,241 1,263 1,277 1,286 1,292 1,297 1,301 1,304 1,307 1,309
4 2 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
4 3 1,333 2,000 2,400 2,667 2,857 3,000 3,111 3,200 3,273 3,333 3,385 3,429
5 1 1,071 1,154 1,184 1,200 1,210 1,216 1,221 1,224 1,227 1,230 1,231 1,233
5 2 1,154 1,364 1,452 1,500 1,531 1,552 1,567 1,579 1,588 1,596 1,602 1,607
5 3 1,250 1,667 1,875 2,000 2,083 2,143 2,188 2,222 2,250 2,273 2,292 2,308
5 4 1,364 2,143 2,647 3,000 3,261 3,462 3,621 3,750 3,857 3,947 4,024 4,091
6 1 1,059 1,125 1,149 1,161 1,169 1,174 1,178 1,180 1,182 1,184 1,186 1,187
6 2 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
6 3 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
6 4 1,286 1,800 2,077 2,250 2,368 2,455 2,520 2,571 2,613 2,647 2,676 2,700
6 5 1,385 2,250 2,842 3,273 3,600 3,857 4,065 4,235 4,378 4,500 4,605 4,696
7 1 1,050 1,105 1,125 1,135 1,141 1,145 1,148 1,151 1,152 1,154 1,155 1,156
7 2 1,105 1,235 1,286 1,313 1,329 1,340 1,349 1,355 1,360 1,364 1,367 1,370
7 3 1,167 1,400 1,500 1,556 1,591 1,615 1,633 1,647 1,658 1,667 1,674 1,680
7 4 1,235 1,615 1,800 1,909 1,981 2,032 2,070 2,100 2,124 2,143 2,159 2,172
7 5 1,313 1,909 2,250 2,471 2,625 2,739 2,827 2,897 2,953 3,000 3,039 3,073
8 1 1,043 1,091 1,108 1,116 1,121 1,125 1,128 1,129 1,131 1,132 1,133 1,134
8 2 1,091 1,200 1,241 1,263 1,277 1,286 1,292 1,297 1,301 1,304 1,307 1,309
8 3 1,143 1,333 1,412 1,455 1,481 1,500 1,514 1,524 1,532 1,538 1,544 1,548
8 4 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
8 5 1,263 1,714 1,946 2,087 2,182 2,250 2,301 2,341 2,374 2,400 2,422 2,441
9 1 1,038 1,080 1,095 1,102 1,107 1,110 1,112 1,113 1,115 1,116 1,117 1,117
9 2 1,080 1,174 1,209 1,227 1,239 1,246 1,252 1,256 1,259 1,262 1,264 1,266
9 3 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
9 4 1,174 1,421 1,528 1,588 1,627 1,653 1,673 1,688 1,699 1,709 1,717 1,723
9 5 1,227 1,588 1,761 1,862 1,929 1,976 2,011 2,038 2,059 2,077 2,092 2,104
10 1 1,034 1,071 1,084 1,091 1,095 1,098 1,099 1,101 1,102 1,103 1,104 1,104
10 2 1,071 1,154 1,184 1,200 1,210 1,216 1,221 1,224 1,227 1,230 1,231 1,233
10 3 1,111 1,250 1,304 1,333 1,351 1,364 1,373 1,379 1,385 1,389 1,392 1,395
10 4 1,154 1,364 1,452 1,500 1,531 1,552 1,567 1,579 1,588 1,596 1,602 1,607
10 5 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
11 1 1,031 1,065 1,076 1,082 1,086 1,088 1,090 1,091 1,092 1,093 1,093 1,094
11 2 1,065 1,138 1,165 1,179 1,187 1,193 1,197 1,200 1,202 1,204 1,206 1,207
11 3 1,100 1,222 1,269 1,294 1,310 1,320 1,328 1,333 1,338 1,341 1,344 1,347
11 4 1,138 1,320 1,394 1,435 1,460 1,478 1,490 1,500 1,508 1,514 1,519 1,523
11 5 1,179 1,435 1,547 1,610 1,650 1,678 1,699 1,714 1,727 1,737 1,745 1,752
12 1 1,029 1,059 1,069 1,075 1,078 1,080 1,082 1,083 1,084 1,084 1,085 1,085
12 2 1,059 1,125 1,149 1,161 1,169 1,174 1,178 1,180 1,182 1,184 1,186 1,187
12 3 1,091 1,200 1,241 1,263 1,277 1,286 1,292 1,297 1,301 1,304 1,307 1,309
12 4 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
12 5 1,161 1,385 1,479 1,532 1,565 1,588 1,605 1,618 1,628 1,636 1,643 1,649
Notas:
1- NCP = células capacitivas em paralelo por grupo série.
2- NCE = número de células capacitivas eliminadas de um único grupo série.
3- Esta tabela deve ser utilizada com as ligações da figura 5.9.
Tabela 5.6 Tensão nas unidades restantes de um grupo paralelo (em p.u. da tensão anterior à retirada de NCE
unidades). Fonte: NBR 5060 – Anexo A – Tabela 5.
2 1 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
2 2 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
3 1 1,059 1,241 1,317 1,358 1,385 1,403 1,416 1,426 1,434 1,440 1,445 1,450
3 2 1,125 1,636 1,929 2,118 2,250 2,348 2,423 2,483 2,531 2,571 2,605 2,634
3 3 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
4 1 1,043 1,171 1,220 1,247 1,263 1,274 1,282 1,289 1,293 1,297 1,300 1,303
4 2 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
4 3 1,143 1,778 2,182 2,462 2,667 2,824 2,947 3,048 3,130 3,200 3,259 3,310
4 4 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
5 1 1,034 1,132 1,169 1,188 1,200 1,208 1,214 1,218 1,222 1,224 1,227 1,229
5 2 1,071 1,304 1,406 1,463 1,500 1,525 1,544 1,558 1,570 1,579 1,587 1,593
5 3 1,111 1,538 1,765 1,905 2,000 2,069 2,121 2,162 2,195 2,222 2,245 2,264
5 4 1,154 1,875 2,368 2,727 3,000 3,214 3,387 3,529 3,649 3,750 3,837 3,913
5 5 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
6 1 1,029 1,108 1,137 1,152 1,161 1,168 1,172 1,176 1,178 1,180 1,182 1,184
6 2 1,059 1,241 1,317 1,358 1,385 1,403 1,416 1,426 1,434 1,440 1,445 1,450
6 3 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
6 4 1,125 1,636 1,929 2,118 2,250 2,348 2,423 2,483 2,531 2,571 2,605 2,634
6 5 1,161 1,946 2,512 2,939 3,273 3,541 3,761 3,945 4,101 4,235 4,352 4,454
7 1 1,024 1,091 1,115 1,128 1,135 1,140 1,144 1,147 1,149 1,151 1,152 1,153
7 2 1,050 1,200 1,260 1,292 1,313 1,326 1,336 1,344 1,350 1,355 1,359 1,362
7 3 1,077 1,333 1,448 1,514 1,556 1,585 1,607 1,623 1,636 1,647 1,656 1,663
7 4 1,105 1,500 1,703 1,826 1,909 1,969 2,014 2,049 2,077 2,100 2,119 2,136
7 5 1,135 1,714 2,066 2,301 2,471 2,598 2,697 2,777 2,842 2,897 2,943 2,982
8 1 1,021 1,079 1,099 1,110 1,116 1,121 1,124 1,126 1,128 1,129 1,131 1,132
8 2 1,043 1,171 1,220 1,247 1,263 1,274 1,282 1,289 1,293 1,297 1,300 1,303
8 3 1,067 1,280 1,371 1,422 1,455 1,477 1,493 1,506 1,516 1,524 1,530 1,536
8 4 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
8 5 1,116 1,574 1,823 1,979 2,087 2,165 2,225 2,272 2,310 2,341 2,368 2,390
9 1 1,019 1,069 1,087 1,096 1,102 1,106 1,109 1,111 1,112 1,113 1,114 1,115
9 2 1,038 1,149 1,191 1,213 1,227 1,237 1,243 1,249 1,253 1,256 1,258 1,261
9 3 1,059 1,241 1,317 1,358 1,385 1,403 1,416 1,426 1,434 1,440 1,445 1,450
9 4 1,080 1,350 1,473 1,543 1,588 1,620 1,643 1,662 1,676 1,688 1,697 1,705
9 5 1,102 1,479 1,670 1,785 1,862 1,917 1,959 1,991 2,017 2,038 2,055 2,070
10 1 1,017 1,062 1,078 1,086 1,091 1,094 1,097 1,098 1,100 1,101 1,102 1,103
10 2 1,034 1,132 1,169 1,188 1,200 1,208 1,214 1,218 1,222 1,224 1,227 1,229
10 3 1,053 1,212 1,277 1,311 1,333 1,348 1,359 1,368 1,374 1,379 1,384 1,387
10 4 1,071 1,304 1,406 1,463 1,500 1,525 1,544 1,558 1,570 1,579 1,587 1,593
10 5 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
11 1 1,015 1,056 1,070 1,078 1,082 1,085 1,087 1,089 1,090 1,091 1,092 1,092
11 2 1,031 1,119 1,151 1,168 1,179 1,186 1,191 1,195 1,198 1,200 1,202 1,204
11 3 1,048 1,189 1,245 1,275 1,294 1,307 1,316 1,323 1,329 1,333 1,337 1,340
11 4 1,065 1,269 1,356 1,404 1,435 1,456 1,471 1,483 1,492 1,500 1,506 1,511
11 5 1,082 1,361 1,489 1,562 1,610 1,643 1,668 1,687 1,702 1,714 1,724 1,733
Notas:
1- NCP = células capacitivas em paralelo por grupo série.
2- NCE = número de células capacitivas eliminadas de um único grupo série.
3- Esta tabela deve ser utilizada com as ligações da figura 5.12, considerando-se a ligação em série de um ou mais grupo de
capacitores em paralelo.
1000 × QC Solução:
C= (5.36)
2 × π × f × UN 2
Qc = 3 x 2,5 = 7,5 kVAr
onde,
De (5.36),
QC = potência reativa nominal do capacitor,
em kilovolt.ampère.reativo [kVAr];
1000 × QC 1000 × 7,5
f = frequência nominal, em hertz [Hz]; C= = = 411μF
2 × π × f × UN 2 2 × π × 60 × 0,22 2
UN = tensão nominal, em kilovolt [kV];
C = capacitância, em microfarad [μF]. Observe que a capacitância na célula (elemento) em
configuração estrela é igual a:
onde,
Tabela 5.11 Características elétricas básicas em bancos trifásicos em baixa tensão (Divulgação: Induscon).
Tensão Potência reativa [kVAr] Corrente nominal [A]
Capacitância Fusível Disjuntor Cabo de
de linha 2
50Hz 60Hz [μF] 50Hz 60Hz [A] [A] ligação [mm ]
[V]
2,1 2,5 137,01 5,5 6,6 10 10 2,5
4,2 5,0 274,03 10,9 13,1 25 20 4
6,3 7,5 411,04 16,4 19,7 36 30 6
8,3 10,0 548,05 21,8 26,2 50 50 6
10,4 12,5 685,07 27,3 32,8 50 50 10
220
12,5 15,0 822,08 32,8 39,4 63 70 16
14,6 17,5 959,09 38,2 45,9 80 90 16
16,6 20,0 1096,12 43,7 52,5 100 100 25
18,7 22,5 1233,12 49,1 59,0 100 100 25
20,8 25,0 1370,14 54,6 65,6 125 125 35
2,1 2,5 45,92 3,2 3,8 10 10 1,5
4,2 5,0 91,85 6,3 7,6 16 15 2,5
6,3 7,5 137,77 9,5 11,4 25 20 2,5
8,3 10,0 183,70 12,7 15,2 25 30 4
10,4 12,5 229,62 15,8 19,0 36 30 4
12,5 15,0 275,55 19,6 22,8 36 40 6
14,6 17,5 321,47 22,2 26,6 50 50 6
380 16,6 20,0 367,39 25,3 30,4 50 50 10
18,7 22,5 413,32 28,5 34,2 50 60 10
20,8 25,0 459,24 31,7 38,0 63 70 16
25,0 30,0 551,09 38,0 45,6 80 90 16
29,2 35,0 642,94 44,3 53,2 100 100 25
33,3 40,0 734,79 50,6 60,8 100 100 25
37,7 45,0 826,64 57,0 68,4 125 125 35
41,6 50,0 918,48 63,3 76,0 125 125 35
2,1 2,5 34,25 2,7 3,3 10 10 1,5
4,2 5,0 68,51 5,5 6,6 10 10 2,5
6,3 7,5 102,76 8,2 9,8 16 20 2,5
8,3 10,0 137,01 10,9 13,1 25 30 4
10,4 12,5 171,26 13,7 16,4 25 30 4
12,5 15,0 205,52 16,4 19,7 36 30 4
14,6 17,5 239,77 19,2 23,0 36 40 6
440 16,6 20,0 274,03 21,8 26,2 50 50 6
18,7 22,5 308,28 24,6 29,5 50 50 10
20,8 25,0 342,53 27,3 32,8 50 50 10
25,0 30,0 411,04 32,8 39,4 63 70 16
29,2 35,0 479,54 38,2 45,9 80 90 25
33,3 40,0 548,05 43,7 52,5 125 100 25
37,7 45,0 616,56 49,1 59,0 100 100 35
41,6 50,0 685,07 54,6 65,6 125 125 35
2,1 2,5 28,78 2,5 3,0 10 10 2,5
4,2 5,0 57,56 5,0 6,0 10 10 4
6,3 7,5 86,34 7,5 9,0 16 20 2,5
8,3 10,0 115,13 10,0 12,0 25 20 4
10,4 12,5 143,91 12,5 15,0 36 30 4
12,5 15,0 172,69 15,0 18,0 36 30 4
14,6 17,5 201,47 17,5 21,0 36 40 6
480 16,6 20,0 230,26 20,1 24,1 50 50 6
18,7 22,5 259,04 22,6 27,1 50 50 6
20,8 25,0 287,82 25,1 30,1 50 50 10
25,0 30,0 345,39 30,1 36,1 63 70 10
29,2 35,0 402,95 35,1 42,1 80 70 16
33,3 40,0 460,52 40,1 48,1 80 90 16
37,7 45,0 518,08 45,1 54,1 100 100 25
41,6 50,0 575,65 50,1 60,1 100 100 25
Notas:
1. Fusíveis fornecidos no interior dos capacitores podem ter capacidade maior que as mostradas nesta tabela;
2. Esta tabela é correta para instalações em campo e reflete as recomendações dos fabricantes para proteção contra sobrecorrente
de acordo com padrões internacionais. Condições específicas de instalação, proceder conforme NBR 5410 e NBR 14039;
3. Pequenas variações podem ser encontradas na composição desta tabela entre os vários fabricantes.
Tabela 5.12 Características elétricas básicas em bancos de capacitores monofásicos em baixa tensão (Divulgação:
Induscon).
Tensão Potência reativa [kVAr] Corrente nominal [A] Cabo de
Capacitância Fusível Disjuntor
de linha ligação
50 Hz 60 Hz [μF] 50 Hz 60 Hz [A] [A]
[V] [mm2]
2,1 2,5 137 9,5 11,4 20 20 1,5
2,5 3,0 165 11,4 13,6 25 25 1,5
4,2 5,0 274 19,1 22,7 36 40 6
5,0 6,0 329 22,7 27,3 50 50 10
220 6,3 7,5 411 28,6 34,1 63 60 16
8,3 10,0 548 37,7 45,5 80 70 25
10,0 12,0 657 45,5 54,5 100 90 35
12,5 15,0 822 56,8 68,2 125 125 35
16,6 20,0 1096 75,5 90,1 160 150 50
2,1 2,5 46 5,5 6,6 10 10 1,5
2,5 3,0 55 6,6 7,9 16 15 1,5
4,2 5,0 92 11,1 13,2 25 25 1,5
5,0 6,0 110 13,2 15,8 30 25 4
8,3 10,0 184 21,8 26,3 50 40 10
10,0 12,0 220 26,3 31,6 50 50 16
380
12,5 15,0 276 32,9 39,5 63 70 16
15,0 18,0 330 39,5 47,4 80 90 25
16,6 20,0 367 43,7 52,6 100 90 35
20,0 24,0 440 52,6 63,2 100 100 35
20,8 25,0 460 54,7 65,8 125 125 35
25,0 30,0 551 65,8 78,9 160 150 50
4,2 5,0 68 9,5 11,4 20 20 1,5
5,0 6,0 82 11,4 13,6 25 25 1,5
8,3 10,0 137 18,9 22,7 36 40 6
10,0 12,0 164 22,7 27,3 50 50 10
440
12,5 15,0 206 28,4 34,1 63 60 16
16,6 20,0 274 37,7 45,5 80 70 25
20,8 25,0 343 47,3 56,8 100 90 35
25,0 30,0 411 56,8 68,2 125 125 35
4,2 5,0 58 8,7 10,4 20 20 1,5
5,0 6,0 69 10,4 12,5 20 25 1,5
8,3 10,0 115 17,3 20,8 36 35 6
10,0 12,0 138 20,8 25,0 50 40 10
480
12,5 15,0 173 26,0 31,3 50 50 16
16,6 20,0 230 34,6 41,7 80 70 16
20,8 25,0 288 43,3 52,1 100 90 25
25,0 30,0 345 52,1 62,5 100 100 35
Notas:
1. Fusíveis fornecidos no interior dos capacitores podem ter capacidade maior que as mostradas nesta tabela;
2. Esta tabela é correta para instalações em campo e reflete as recomendações do fabricante para proteção contra sobrecorrente
de acordo com padrões internacionais. Condições específicas de instalação, proceder conforme NBR 5410 e NBR 14039;
3. Pequenas variações podem ser encontradas na composição desta tabela entre os vários fabricantes.
R S T
A proteção contra surto pode também XL = reatância indutiva (com indutância Lc),
ser feita através de contator convencional em em ohm [Ω];
série com indutores de pré-carga (anti-surto)
feitos com os próprios cabos de força que XC = reatância capacitiva, em ohm [Ω].
alimentam os capacitores. No caso de se
optar pelo uso de indutores, o contator
Se Is1 ≥ Is2, o capacitor estará
convencional deve ser especificado para
devidamente protegido. Caso contrário, deve
regime de operação AC-6b, desenvolvido
ser calculada a indutância necessária para
especialmente para a manobra de
Is1, conforme expressão (5.47):
capacitores (especificação técnica conforme
IEC 60947-4 e VDE 0660).
2
O cálculo da indutância anti-surto pode ⎡ 2 ×U ⎤
ser feito através da expressão (5.44): L =C×⎢ ⎥ (5.47)
⎣ 3 × IS1 ⎦
⎡⎛
LC = 0,2 × l × ⎢⎜ 2,303× log
(4 × l ) ⎞ − 0,75⎤ Onde,
⎟ ⎥ (5.44)
⎣⎝ d ⎠ ⎦
L = indutância, em microhenry [μH];
Onde,
Para confecção do indutor L de N
LC = indutância do cabo, em microhenry [μH];
espiras, utiliza-se a expressão (5.48):
l = comprimento do condutor, em metros
[m]; Li × d
N= (5.48)
d = diâmetro do condutor, em metros [m]. 2
⎛ S ⎞
3,142 ×10−7 × ⎜⎜ D − d − 2 × ⎟
As correntes de surto nominal (Is1) e ⎝ 3,14 ⎟⎠
real (Is2) são calculadas através das
expressões (5.45) e (5.46): Onde,
U× 2
IS 2 = (5.46) Em função do descarregamento de
3 × XL × XC toda a energia armazenada em cada célula
capacitiva no ponto em curto-circuito, quando
ocorre um defeito no sistema ao qual está
ligado um banco de capacitores, a corrente
Onde, resultante (contribuição dos capacitores mais
a do sistema) percorre toda a rede desde o
Is2 = corrente de surto real, em ampère [A]; ponto de instalação do referido banco até o
U = tensão, em volt [V]; ponto onde se localiza a falta. A corrente de
contribuição dos capacitores é dada pela (Xp – também chamada de “reatância própria”) e
2
expressão (5.49), que é uma outra maneira capacitiva (Xc) para o cabo de 95 mm , para
condutores de cobre com isolação em PVC e
de apresentar a expressão (5.46): isolamento para 8,7/15 kV):
Xp = 0,1599 mΩ/m = 0,1599 Ω/mm
I c = 0,816 × Uf × C / L (5.49) Xp = 11.167 mΩ.m =11.167 mΩ.m
Onde,
De (1.10), considerando-se um comprimento “D”
Ic = corrente de contribuição, valor de crista para o cabo igual a 130 m:
[kA]; Xp × D 0,1599 × (130 1000 )
L= = = 5,51 × 10 −5 H
Uf = tensão entre fases do sistema, em 2πf 2π × 60
kilovolt [kV]; De (1.13), considerando-se um comprimento “D”
para o cabo igual a 130 m, calcula-se a capacitância do
C = capacitância do banco acrescida a do cabo:
sistema, em farad [F];
1× D 1 × (130 1000 )
C= = = 3,01 × 10 −8 F
L – indutância entre o ponto de instalação 2πf × Xc 2π × 60 × 11.167
dos capacitores e o ponto de defeito, em
De (5.36), calcula-se a capacitância do capacitor
henry [H]. de correção do FP:
1000 × QC 1000 × 1.500
C= = = 22,84μF
EXEMPLO 5.14 Para a indústria apresentada na figura 2 × π × f × UN 2 2 × π × 60 × 13,2 2
19, calcular a corrente de contribuição de um banco C = 22,84 × 10 −6 F
capacitivo de 1.500 kVAr, em um sistema de 13,2 kV,
durante um defeito identificado no ponto de falta. De (5.9), a capacitância paralela vale
(capacitância do condutor e capacitância do capacitor
de correção do FP):
Rede aérea
( ) (
C p = C s + C c = 3,01 × 10 −8 + 22,84 × 10 −6 )
(
C p = 3,01 × 10 −8
) + (2.284 × 10 ) = 2.287 × 10
−8 −8
Medição
Observe que, na prática, pode até ser
Distribuição desprezada a capacitância do cabo (ela é mais de 700
vezes menor que a capacitância do capacitor de
13,2 kV
correção!).
Falta
Finalmente, de (5.49), tem-se:
1.500 kVAr 130 m – 95 mm
2
a I c = 0,816 × Uf × C / L
Figura 5.19 Representação da instalação industrial. Nota: o valor da capacitância do cabo pode ser
calculada pela expressão (5.50), através da qual se
calcula a reatância capacitiva do condutor:
Solução:
Tabela 5.16 Fusíveis para ligação de bancos de If = corrente mínima do elo fusível, em
capacitores de alta tensão (Divulgação: Induscon). ampère [A];
Tipo de ligação
kVAr
6,6 kV - Δ 11,4 kV – Y 13,2 kV - Y
In = corrente nominal do banco de
150 12K 8K 8K capacitores, em ampère [A].
225 20K 12K 12K
300 25K 15K 15K
5.5.3.2 Proteção por relé de sobrecorrente
450 40K 25K 20K
6001 50K 30K 30K
9001 --- 50K 40K A melhor performance no que diz
1.2002 --- 65K 65K respeito a proteção de banco de capacitores
1.8002 --- --- 80K
3
é encontrada quando da utilização de relés
Notas: de proteção contra sobrecorrentes. Os relés
1- Somente com unidades de 100 kVAr;
de sobrecorrente atuam para correntes de
2- Somente com unidades de 200 kVAr; sobrecarga e curto-circuito, podendo ser
3- Não se recomenda o banco com fusíveis de grupo. instantâneos (função 50 – Tabela ASA) ou
temporizados (função 51 – Tabela ASA).
Devem ser ligados a transformadores de
O dimensionamento do elo fusível de corrente (para reduzir a intensidade do sinal
proteção é função da corrente de fase em de corrente) e interligados para atuar sobre a
serviço contínuo, ressaltando-se que não bobina de disjuntores, os quais atuam sobre
deve atuar durante os transitórios de todo o banco.
descarga ou de energização do banco de Os relés de sobrecorrente devem ser
capacitores. O seguinte critério deve ser ajustados para atuar em 30% da corrente
adotado para o dimensionamento: nominal do capacitor:
a) bancos com neutro aterrado
I a = 1,30 × I n (5.53)
I f = 1,35 × I n (5.51)
Onde,
Onde, Ia = corrente de atuação do relé, em ampère
If = corrente mínima do elo fusível, em [A];
ampère [A]; In = corrente nominal do banco de
In = corrente nominal do banco de capacitores, em ampère [A].
capacitores, em ampère [A].
Onde,
IP ≥ 1,43 × INC (5.54)
Solução:
5.6.1 Ensaios de capacitores
b) Não bloquear a entrada e saída de ar dos seja menor ou igual a 90% da corrente de
gabinetes; excitação do motor (NBR 5060).
c) Os locais devem ser protegidos contra
b) Inversores de Freqüência
materiais sólidos e líquidos em
suspensão (poeira, óleos); Inversores de freqüência que possuam
d) Evitar instalação de capacitores próximo reatância de rede conectada na entrada dos
do teto (calor); mesmos emitirão baixos níveis de
freqüências harmônicas para a rede. Se a
e) Evitar instalação de capacitores em
correção do fator de potência for necessária,
contato direto sobre painéis e quadros
aconselha-se a não instalar capacitores no
elétricos (calor);
mesmo barramento de alimentação do(s)
f) Cuidado na instalação de capacitores inversor(es). Caso contrário, instalar em série
próximo de cargas não lineares. com os capacitores Indutores Anti-
harmônicas.
II) Localização dos cabos de comando
c) Soft-starter
Os cabos de comando deverão estar
preferencialmente dentro de tubulações Deve-se utilizar um contator protegido
blindadas com aterramento na extremidade por fusíveis retardados (gL - gG) para
do Controlador Automático do Fp. manobrar o capacitor, o qual deve entrar em
operação depois que o soft-starter entrar em
III) Cuidados na instalação localizada regime. É sempre importante medir as
harmônicas de tensão e corrente se o
Alguns cuidados devem ser tomados capacitor for inserido no mesmo barramento
quando se decide fazer uma correção de do soft-starter.
fator de potência localizada:
d) Capacitores em instalações elétricas
a) Cargas com alta inércia com fonte de alimentação alternativa
Tabela 5.19 Principais causas e conseqüências da instalação incorreta de capacitores (Fonte: Manual para correção do
fator de potência - divulgação WEG).
Expansão da Unidade Capacitiva a) Repique no contator que pode ser causado pelo
repique do controlador;
b) Temperatura elevada;
c) Tensão elevada;
d) Corrente de surto elevada (> 100x IN);
e) Descargas atmosféricas;
f) Chaveamento de capacitores em bancos automáticos
sem dar tempo (30 a 180s) para a descarga dos
capacitores;
g) Final de vida.
Aquecimento nos terminais da unidade capacitiva a) Mau contato nos terminais de conexão;
(vazamento da resina pelos terminais)
b) Erro de instalação (ex: solda mal feita nos terminais);
c) Interligação entre células capacitivas, conduzindo
corrente de uma célula para outra via terminal.
Tensão acima da nominal a) Fator de potência ter ficado unitário, mesmo não
tendo harmônicas, porém provocou ressonância
paralela;
b) Efeito da ressonância paralela entre capacitores e a
carga.
Corrente acima da nominal a) Efeito de ressonância série entre os capacitores e o
transformador, provocado pela igualdade entre a
freqüência do transformador e a freqüência de alguma
harmônica significativa na instalação.
NBR 6725:1981 Capacitor cerâmico fixo em forma de disco, tipo 3, categoria climática 40/085/21
NBR 6726:1981 Capacitor cerâmico fixo em forma de disco, tipo 2, categoria climática 55/085/21, alta tensão
NBR 6802:1981 Capacitor fixo com dielétrico de poliester metalizado, achatado, categoria climática 40/100/04
NBR 6803:1981 Capacitor fixo com dielétrico de poliéster cilíndrico, categoria climática 40/085/21
NBR 6806:1981 Capacitor fixo com dielétrico de poliéster metalizado, categoria climática 55-085-56
NBR 7354:1989 Monoetilenoglicol – Formação de óxido de alumínio em solução aquosa de ácido bórico
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
NBR 8758:1985 de polipropileno e folhas metálicas para corrente continua, utilizados em equipamentos
eletrônicos
NBR 8759:1985 Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
Norma Descrição
de poliestireno e fitas metálicas para corrente contínua, utilizados em equipamentos eletrônicos
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétricos de
NBR 8760:1985
cerâmica, classe 1
NBR 8763:1998 Capacitores série para sistemas de potência
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
NBR 9323:1986
polipropileno metalizado para corrente contínua, utilizados em equipamentos eletrônicos
NBR 9324:1986 Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores com dielétrico de cerâmica
Seleção dos métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
NBR 10016:1987
de polietileno-teraftalato em folhas metálicas para corrente contínua
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos para corrente continua,
NBR 10017:1987
usando dielétricos de papel impregnado ou papel/filme plástico
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de papel
NBR 10018:1987
metalizado para corrente contínua
Capacitores fixos com dielétrico de filme de polipropileno metalizado para corrente contínua,
NBR 10489:1988
para uso em equipamento eletrônico
NBR 10503:1988 Capacitores fixos com dielétrico de mica para CC com tensão nominal não excedendo 3000 V
NBR 10671:1989 Guia para instalação, operação e manutenção de capacitores de potência em derivação
Capítulo
Tarifação da energia
elétrica VI
Sumário do capítulo
6.1 PRINCIPAIS DEFINIÇÕES
6.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA
6.2.1 Consumidores do grupo A
6.2.2 Consumidores do grupo B
6.3 TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
6.3.1 Tarifação convencional
6.3.2 Tarifação Horo-sazonal
6.3.3 Tarifação monômia
6.4 DEMANDA, CONSUMO E FATOR DE POTÊNCIA
6.5 A LEGISLAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
6.5.1 O faturamento de energia e demanda ativa
6.5.2 O faturamento de energia e demanda reativas excedentes
6.5.3 Reduzindo a fatura de energia elétrica
6.6 FATOR DE CARGA
6.6.1 Tarifação convencional
6.6.2 Tarifação Horo-sazonal Azul
6.6.3 Tarifação Horo-sazonal verde
6.7 SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA CONCESSIONÁRIA
indutivo ou capacitivo) para o consumo de Tabela 6.2 Subgrupos dos consumidores do grupo B.
energia elétrica e demanda de potências
reativas excedentes. Subgrupos Tensão de fornecimento
B1 Residencial e residencial de baixa
Os grandes consumidores e a maioria
renda
das pequenas e médias empresas brasileiras B2 Rural, cooperativa de eletrificação
(industriais ou comerciais) são classificados rural, serviço público de irrigação
no Grupo A, podendo ser enquadrados na B3 Demais classes
tarifação convencional ou na tarifação horo- B4 Iluminação pública
sazonal (azul ou verde).
Tarifa Horo-sazonal
AZUL
(binômia)
Consumo Demanda
(R$/kWh) (R$/kW)
Para cada período, o cálculo será o atendida em tensão de fornecimento inferior a 69 kV,
seguinte: caindo para 5% para unidade consumidora atendida
em tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV.
Tabela 6.6 Tarifas de energia elétrica para modalidade b) um preço para horário fora de ponta
de tarifação Horo-sazonal azul – tarifas de em período úmido (FU);
ultrapassagem - referente à concessionária CEMIG
(Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro D). c) um preço para horário de ponta em
período seco (PS); e
Tarifa de ultrapassagem - Horo-sazonal Azul d) um preço para horário fora de ponta
Demanda em período seco (FS)
(R$/kW)
Segmento horo-sazonal Fora de
Embora não seja explícita, a Resolução
subgrupo
Ponta
ponta 456 permite que sejam contratados dois
Seca ou Seca ou valores diferentes de demanda, um para o
úmida úmida período seco e outro para o período úmido.
A1 (230 kV ou mais) 35,51 7,47
A2 (88 a 138 kV) 38,14 8,71 Não existe contrato diferenciado de
A3 (69 kV) 51,21 14,00 demanda no horário de ponta, como na tarifa
A3a (30 kV a 44 kV) 54,30 18,09
A4 (2,3 kV a 25 kV) 50,21 16,74 azul. Assim, o faturamento da parcela de
AS (subterrâneo) 52,54 25,66 demanda será composto por uma parcela
apenas, relativa ao período seco ou ao
período úmido, usando o mesmo critério do
THS-azul, quanto a eventuais ultrapassagens
6.3.2.2 Tarifação horo-sazonal verde
de demanda contratada.
O enquadramento dos consumidores Para o cálculo da parcela de ajuste de
do Grupo A na tarifação horo-sazonal verde é fator de potência, o dia é dividido em três
obrigatório para tensão de fornecimento partes: horário capacitivo, horário de ponta, e
inferior a 69 kV (subgrupos A3a, A4 e AS) o restante. Se o fator potência do
quando a demanda contratada for igual ou consumidor, registrado ao longo do mês,
superior a 300 kW, em alternativa a tarifação estiver fora dos limites estipulados pela
horo-sazonal azul. legislação, haverá penalização por baixo
fator de potência. Se o fator de fator de
potência do consumidor estiver dentro dos Tabela 6.8 Tarifas de energia elétrica para modalidade
limites pré-estabelecidos, esta parcela não é de tarifação Horo-sazonal Verde – segmento sazonal -
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução
cobrada. ANEEL N° 87/2000 – Quadro F).
Assim como na tarifação horo-sazonal
azul, o consumidor poderá optar pelo retorno Tarifa horo-sazonal Verde
à estrutura tarifária convencional, desde que Consumo
seja verificado, nos últimos 11 (onze) ciclos Segmento horo-sazonal (R$/MWh)
de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) Subgrupo Ponta
Seca Úmida
registros, consecutivos ou alternados, de
A3a (30 kV a 44 kV) 479,10 471,26
demandas medidas inferiores a 300 kW. A4 (2,3 kV a 25 kV) 496,69 488,54
AS (subterrâneo) 519,79 511,27
As tabelas 6.7 a 6.9 apresentam
Fora de Ponta
exemplos de tarifas de energia elétrica para a Seca Úmida
tarifação horo-sazonal verde. A3a (30 kV a 44 kV) 50,35 44,51
A4 (2,3 kV a 25 kV) 52,19 46,12
AS (subterrâneo) 54,62 48,28
Tabela 6.7 Tarifas de energia elétrica para modalidade
de tarifação Horo-sazonal Verde – segmento horário -
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução
ANEEL N° 87/2000 – Quadro E). Tabela 6.9 Tarifas de energia elétrica para modalidade
de tarifação Horo-sazonal Verde – tarifas de
ultrapassagem - referente à concessionária CEMIG
Tarifa horo-sazonal Verde
(Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro G).
Subgrupo
Demanda Tarifa de ultrapassagem - Horo-sazonal Verde
(R$/kW)
Demanda
Segmento horo-sazonal (R$/kW)
A3a (30 kV a 44 kV) 5,40
subgrupo Período Seco ou
A4 (2,3 kV a 25 kV) 5,58
AS (subterrâneo) 8,57 úmido
A3a (30 kV a 44 kV) 18,09
A4 (2,3 kV a 25 kV) 16,74
AS (subterrâneo) 25,66
Tarifa Horo-sazonal
VERDE
(binômia)
Tabela 6.10 Quadro comparativo entre as condições de enquadramento das tarifações convencional e horo-sazonal.
Condições para tarifação
Condições para Tarifação Horo-sazonal (THS)
Convencional
Tarifa Compulsória Opcional
C (kWh)
D(kW ) = (6.1)
1 4h Figura 6.9 Cálculo do consumo “C” (kWh).
2400kW . min
C= = 40kWh
60 min
6000
que possa realizar trabalho - kW) é registrado
de hora em hora.
Demanda [kW]
5000
4000
Desta maneira, como no caso da
3000
2000
demanda, os mecanismos de tarifação
1000 levarão em conta o pior valor de fator de
0 potência registrado ao longo do mês, dentre
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
4500
4400 aplicada pela concessionária depende não
4300
4200
apenas do valor do fator de potência, mas
4100 também se o mesmo é capacitivo ou indutivo
4000
3900
em um determinado horário do dia.
0 1 2 3 4
Tempo [horas]
5000 medido
4000
3000 0,85
2000 0,85
1000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Tempo [horas]
0 0
Figura 6.12 Exemplo de um gráfico típico de demanda Figura 6.13 Representação gráfica do fator de potência
diária (gráfico de linha). indutivo e capacitivo.
Horário
Reativa Capacitiva Reativa Indutiva
Hora do dia
23:30
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:30
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:30
do grupo A, a medição do fator de potência é
compulsória e, para evitar multas, deverá ser
mantido acima de 0,92 indutivo (durante os Figura 6.17 Intervalos de avaliação do consumo de
horários fora de ponta indutivo e de ponta), e energia reativa excedente.
acima de 0,92 capacitivo no horário
capacitivo. Para unidades consumidoras do
Grupo B, a medição do fator de potência é Posto Capacitivo é um período de 6
facultativa, sendo admitida a medição horas consecutivas de segunda a domingo,
transitória, desde que por um período mínimo compreendidas, a critério da concessionária,
de 7 (sete) dias consecutivos. entre 23:30h e 06:30, onde ocorre a medição
da energia reativa capacitiva.
A determinação do fator de potência
poderá ser feita através de duas formas
distintas: Cap Ind
a) Avaliação horária 1,00
0,92 0,92
Valor
O fator de potência será calculado medido
através dos valores de energia ativa e reativa 0,85
0,85
medidos a cada intervalo de 1 hora, durante
o ciclo de faturamento.
b) Avaliação mensal 0 0
Neste caso, o fator de potência será Figura 6.18 Representação gráfica da faixa do fator de
calculado através de valores de energia ativa potência (período capacitivo) regulamentada pela
Aneel, isenta de tributação.
e reativa medidos durante o ciclo de
faturamento.
Segundo a legislação vigente da Aneel, Neste período, as instalações devem
todos os consumidores pertencentes ao manter seu fator de potência acima de 0,92
sistema tarifário horo-sazonal serão Capacitivo (para evitar multas), lembrando
faturados, tomando como base a avaliação que o excesso de capacitores na rede
horária do fator de potência. Para os elétrica poderá levar o fator de potência
consumidores pertencentes ao sistema abaixo de 0,92 capacitivo, acarretando o
tarifário convencional, a avaliação do fator de pagamento de multas por excedentes
potência em geral deverá ser feita pelo reativos nas contas de energia. Neste
sistema de avaliação mensal. período, somente o fator de potência
0,85
kVAr indutivo
0,85
0 0
horas
Figura 6.19 Representação gráfica da faixa do fator de 0
4 6 11 13 20 24
potência (período indutivo) regulamentada pela Aneel,
isenta de tributação.
Tabela 6.11 Avaliação da curva de energia reativa da Denomina-se por “importe” o total da
figura 7.20. fatura do consumidor exclusive os tributos,
Período Avaliação
sendo calculada, de maneira genérica, por:
Período de 0 às 4 h Excedente de energia reativa
capacitiva: valores pagos I = [(D × TD ) + (C × TC )]ph / ps + Aj (6.1a)
para FP < 0,92 capacitivo.
Período de 4 às 6 h Excedente de energia reativa
indutiva: valores não pagos Onde,
Período de 6 às 11 h Excedente de energia reativa
indutiva: valores pagos para I = importe (R$);
FP < 0,92 indutivo
Período de 11 às 13 h Excedente de energia reativa D = demanda medida ou contratada, o maior
capacitiva: valores não valor entre ambos (kW);
pagos, independentemente
do valor de FP capacitivo. TD = tarifa de demanda (R$/kW);
Período de 13 às 20 h Excedente de energia reativa
indutiva: valores pagos para
C= consumo medido (kWh);
FP < 0,92 indutivo. TC = tarifa de consumo (R$/kWh);
Período de 20 às 24 h Excedente de energia reativa
capacitiva: valores não ph = posto horário (ponta/fora de ponta);
pagos, independentemente
do valor de FP capacitivo. ps = posto sazonal (seco/úmido);
Aj = ajustes por violação de parâmetros.
De forma simplista, as faturas de
energia elétrica são compostas da soma de
dois grupos de faturamento (além dos A tarifa de consumo deve cobrir todas
encargos e tributos – ICMS, PIS/COFINS): as despesas de geração, mediante uma tarifa
de energia mais os encargos incidentes
a) parcelas referente ao consumo e sobre a parcela “consumo”. A tarifa de
demandas ativas (incluindo a sobretaxa por demanda deve cobrir todas as despesas de
ultrapassagem de demanda contratada) – ver transporte (transmissão e distribuição),
seção 6.5.1; mediante uma tarifa “fio” acrescida dos
b) parcelas referente ao consumo e encargos incidentes sobre a parcela
demandas reativas excedentes, quando “demanda”.
pertinente (não há sobretaxa de Dependendo do tipo de tarifação, a
ultrapassagem para a demanda reativa) – ver expressão de cálculo do importe sobre
seção 6.5.2. variações, as quais serão apresentas em
detalhes a seguir.
Tabela 6.12 Composição da conta de energia elétrica.
Faturamento da energia Faturamento da energia
ativa reativa excedente 6.5.1 O faturamento de energia e
Parcela de Consumo de Parcela de Consumo de demanda ativa
energia ativa (Pc) energia reativa excedente
(FER)
Parcela de Demanda de Parcela de Demanda de
energia ativa (Pd) energia reativa excedente 6.5.1.1 A tarifação convencional
(FDR)
Parcela de Parcela de ultrapassagem A conta de energia elétrica desses
Ultrapassagem de para o consumo de energia consumidores é composta da soma de
Demanda (Pu) reativa (FER de parcelas referentes ao consumo, demanda e
ultrapassagem).
ultrapassagem.