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I
Considerando que B não pretende entrar em litígio com a
administração da empresa onde trabalha (A), mas deseja resolver o
diferendo sobre a sua categoria profissional por razões de brio
profissional, tenho que a desaconselhar a recorrer ao Julgado de Paz de
Lisboa ou a qualquer outro julgado de paz porque não têm
competência para dirimir questões originadas em contrato de trabalho,
de conformidade com a disposto no art.º 151.º da LOSJ.
Diferentemente, aconselharia a B que se socorresse do Sistema de
Mediação Laboral, criado através de um protocolo firmado entre os
parceiros sociais, bastando para tanto que B telefone ao seu ponto de
contacto, que nomeará um mediador. Este procurará propor a ambas
as partes a resolução do litígio, naturalmente, por forma pacífica.
Ainda lhe poderia sugerir que intentasse um processo judicial comum na
2.ª Secção de Trabalho de Comarca de Lisboa, pois nele poderia pôr
termo ao litigio logo na audiência de partes, evitando a contestação e
o futuro julgamento, como previsto no art.º 55.º do CPT.
E mesmo que não houvesse acordo, até se poderia pedir a suspensão
do processo para se recorrer à mediação, evitando assim o julgamento,
tudo de conformidade com o preceituado nos art.s 1.º, n.º 2 a) e 27.º-A
do CPT e 273.º do CPC..
II
Não, De forma alguma. C e D não poderão coligar-se como autores,
em consequência da falta dos requisitos e dos obstáculos constantes,
respetivamente, dos art.ºs 36.º e 37.º do CPC, aplicáveis ex vi do disposto
no art.º 1.º, n.º 2 a) do CPT.
Desde logo, porque a causa de pedir é diferente, já que um
despedimento resulta de razões objetivas, ou seja os constantes défices
do setor e o outro resulta de invocadas razões subjetivas resultantes de
faltas injustificadas, portanto factos bem diferentes.
Por outro lado, nem o tribunal competente será o mesmo, já que o da
impugnação do despedimento coletivo será o da Comarca de Lisboa
(art.º 18.º do CPT) e o da impugnação do despedimento singular será o
do Porto - ainda que também pudesse ser o de Lisboa - (art.º 14.º do
CPT).
Ainda, aos dois pedidos correspondem processos (especiais) diferentes,
pois, C terá que se integrar no processo de impugnação de
despedimento coletivo regulado no art.º 156.º e sgts do CPT e D terá
que lançar mão do processo da ação de impugnação judicial da
regularidade e licitude do despedimento, prevista nos art.s 387.º do CT e
98.º-B e sgts do CPT.
Ainda os prazos (de caducidade) e até o modo para interpor tais
processo são bem diferentes: o primeiro é de 6 meses, mediante
petição (art.º 388.º do CT) e o segundo será de 60 dias (art.º 387.º, n.º 2
do CT), mediante requerimento em formulário próprio (art. 98.º-C, n.º 2
do CPT.
III
IV
Ao contrário do que se estabelece no art.º 26.º da LAT, não foi a
empregadora Abreu, SA a prestar os primeiros socorros a F, aquando do
seu acidente de trabalho, mas alguém de uma farmácia próxima.
Sendo a proprietária da farmácia um terceiro em relação ao acidente
de trabalho da F terá direito ao ressarcimento dos seus custos. Como os
responsáveis civis pela reparação dos danos (A ou Seguradora) não
aceitaram proceder ao pagamento, a proprietária (pessoa singular ou
coletiva) da farmácia terá que intentar um processo para efetivação
de direitos de terceiros conexos com acidente de trabalho de F, que
assumirá a forma de processo comum, mas que correrá por apenso ao
processo para efetivação de direitos resultantes de acidente de
trabalho, cujas decisões valem para aquele processo, tudo de
conformidade com o preceituado no art. 154.º.
FIM
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