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I.

O uso de técnicas matemáticas e estatísticas


está se tornando mais e mais comum nas ciências
sociais. Portanto, está se tornando cada vez mais
importante demonstrar por meio de uma
descrição detalhada dessas técnicas que há razões
para duvidar de sua aplicabilidade no campo da
ciência econômica.

O objetivo deste artigo é oferecer tal


demonstração com referência especial às técnicas
que permitem tomar um conjunto de dados e
determinar os valores das constantes por meio
das quais uma variável, interpretada como uma
variável dependente, possa ser interpretada em
uma relação governada por leis com outras
variáveis. É irrelevante se essa relação é linear,
não-linear, se há uma ou mais variáveis
independentes, se – como em análises de séries
temporais – as variáveis dependentes também
funcionam (temporalmente ajustadas) como
variáveis independentes, e se a relação é recursiva
ou não-recursiva, determinista ou estatística. A
crítica se aplica a todas as técnicas, desde simples
regressões lineares até procedimentos
relativamente complexos de análise de séries
temporais, na medida em que são usadas para
determinar o valor de constantes (incluindo
aquelas com valores que variam de acordo com
algum padrão consistente). Nem é preciso dizer
que o uso de tais técnicas está crescendo. No
campo da ciência econômica, a econometria está
cada vez mais se estabelecendo como o lar dessas
técnicas,[1] apesar das críticas dos que advogam
pela ciência econômica pura.[2] Na sociologia,
também, a introdução sistemática de técnicas
econométricas está cada vez mais sendo visto
como uma panaceia universal, uma tendência
fomentada sobretudo pelos trabalhos de
Blalock.[3]

II.
Para ilustrar o argumento a seguir,
assumamos que os valores das constantes b1 e b2
na equação regressão múltipla

Y = a + b1X1 + b2X2 + e
foram determinados com base num
conjunto de dados. Y – a variável dependente – é
interpretado como uma função linear das
variáveis independentes X1 e X2 e a magnitude de
erro e com um valor médio de 0.

As constantes b nessa equação podem ser


interpretadas de qualquer das duas formas. Elas
podem receber uma inócua, mas completamente
incomum, interpretação, ou elas podem ser
interpretadas normalmente. Esta segunda
interpretação, no entanto, não é mais inócua.
Envolve assunções que, como será mostrado, são
inapropriadas nas ciências sociais.

De acordo com a primeira e inócua


interpretação, os coeficientes parciais de
regressão representam nada além de uma
afirmação verificável de como melhor prever os
valores de Y com base nos valores de X1 e X2
(assumindo ambas, linearidade e que se está
lidando com efeitos aditivos). As constantes são
fatos histórico-matemáticos. Elas não têm
significância além dos dados históricos no que
diz respeito a quais de seus valores foram
determinados.

Não pode haver objeção a essa


interpretação. Isso tem a consequência, no
entanto, de que criar uma equação do tipo acima
tem sua importância diminuída. Estar-se-ia
estabelecendo não um princípio teórico, mas
meramente provendo uma descrição dos fatos, e
mais: uma descrição de um tipo que pode ser
gerada à vontade para qualquer conjunto de
dados simplesmente ao se variar seus
pressupostos sobre os tipos de funções e
recorrendo à ajuda de um computador.

É improvável que alguém já tenha feito uma


análise de regressão visando conseguir apenas o
que já está implicado por essa interpretação
inócua. O ato de criar a equação acima é
normalmente interpretado como uma formulação
de uma hipótese geral que pode ser falseada por
novos dados e que estabelece que a relação entre
Y, X1 e X2 determinada pelas constantes na
equação é universalmente válida.

III.
As assunções implícitas demandadas por
essa interpretação podem ser reconstruídas ao
considerar a seguinte situação. Usando dados
novos, uma tentativa foi feita para reproduzir os
resultados obtidos pela análise do conjunto
inicial de dados e formalizado na equação acima
usando constantes com valores precisamente
determinados. Assumamos que o resultado desta
tentativa é que análise de regressão linear
múltipla feita para ambos, Y e as variáveis X1 e
X2, desse segundo conjunto de dados produz
constantes b que divergem significantemente
daquelas obtidas a partir do primeiro conjunto de
dados. De acordo com a interpretação inócua
dessas equações, esse resultado não teria
consequências particulares. Com o primeiro
conjunto de dados se estabeleceu um certo fato
histórico-matemático, e com o segundo, um
outro fato. Os dois são diferentes, e isso é tudo
que podemos dizer. De acordo com a
interpretação normal, no entanto, a falha em
reproduzir os resultados falseia a hipótese.

O pré-requisito para ser capaz de dizer


“falsear” é o “princípio da constância”, a
convicção de que fenômenos observáveis são em
princípio determinados por causas que são
constantes e invariáveis no tempo na maneira em
que operam e que em princípio a contingência
não interessa para a maneira com que as causas
operam. Apenas se o princípio da constância for
assumido como válido se segue que qualquer
falha em reproduzir um resultado configura algo
de errado com a hipótese original.

Obviamente, o princípio da constância não


é simplesmente baseado em experiência. Como
tem sido sabido desde Hume, não há nenhum elo
conectando eventos, e mesmo que tal elo
existisse, a experiência não poderia mostrar se era
invariável no tempo ou não. O princípio não
pode ser contestado por experiência também,
pois uma vez aceito, qualquer evento que pareça
refutá-lo (como uma falha em duplicar um
resultado) pode ser interpretado desde o início
como se a experiência mostrasse aqui meramente
que uma variável particular não é a causa de
outra variável requerendo explicação (do
contrário o resultado seria duplicado com
sucesso). Nenhuma conclusão pode ser tirada
sobre se outra variável pode ser encontrada a
qual acabe por ser invariável no tempo na
maneira em que opera no que diz respeito à
variável independente em que estamos
interessados. Na medida em que a experiência
não pode excluir essa possibilidade, a validade do
princípio da constância não pode ser contestada.

Mesmo que não derivado da experiência,


nem contestável por ela, o princípio da
constância é ainda assim uma condição
necessária para que haja experiências que possam
ser consideradas como uma confirmação ou
falseamento uma da outra (em contraste às
experiências desconexas e isoladas conectadas
com fatos históricos).[4] A falha em duplicar os
resultados poderia ser interpretada como
falseando a hipótese original em acordo com a
interpretação normal da equação de regressão, e
se poderia, consequentemente, se sentir impelido
a explicar os valores diferentes das constantes b
ao afirmar que em uma amostra um ou mais
fatores F foram implicitamente envolvidos na
causação de Y que não estavam presentes
na outra amostra, ou que não operaram da
mesma maneira. Finalmente, pode se sentir a
necessidade de explicar esses fatores F
hipoteticamente e incorporá-los na hipótese
inicial que assumia apenas a operação sistemática
de X1 e X2, assim substituindo uma hipótese por
uma nova. Mas tudo isso é impossível na medida
em que já se assumiu a validade do princípio da
constância para Y e todos os fatores causando Y.

IV.
Afirmamos que há uma esfera de realidade
objetiva que não pode ser considerada como
determinada por leis e que, portanto, nenhuma
equação descrevendo seu comportamento (como
a equação de regressão dada acima) pode ser
formulada à qual possa ser dada uma
interpretação normal.
Uma vez que a validade do princípio da
constância não pode ser sujeita a dúvidas por
meio de evidência de experiências sensoriais
externas, sua validade pode ser contestada apenas
com base lógica, na qual o princípio pode ser
corretamente considerado como inaplicável em
uma esfera particular.

O princípio da constância é um esquema


operacional, um método. Não se experimenta
nem se aprende que há causas que sempre
operam da mesma maneira; ao invés disso,
estabelece-se que fenômenos têm causas
particulares ao seguir um tipo particular de
procedimento investigativo, ao recusar, por
princípios, permitir quaisquer exceções
(instâncias de inconstância) e ao preparar-se para
lidar com elas ao produzir uma nova hipótese
cada vez que uma se faça necessária. O mundo
em si mesmo não é suficiente para estabelecer o
princípio da constância. É necessária a existência
de um sujeito senciente ativo. Quanto a ele
mesmo, esse sujeito ativo – o pré-requisito de um
mundo determinado por causas tendo efeitos
constantes – não pode, por motivos lógicos,
assumir a validade do princípio da constância no
que diz respeito aos estados de seu próprio
conhecimento (e as ações intencionais que
derivam desse conhecimento). Para garantir a
validade incondicional do princípio da
constância, o sujeito deve ele mesmo ser capaz de
aprender. Ele deve começar do pressuposto de
que ele pode assimilar experiências falsificadas e
substituir velhas hipóteses por novas. Se, por um
lado, ele visse os estados de seu próprio
conhecimento como causados, e se
(absurdamente) tratasse qualquer coisa ainda não
conhecida como sendo previsível em princípio,
negar-se-ia a si mesmo qualquer possibilidade de
usar a própria habilidade de aprender, isto é,
formar hipóteses novas e previamente
desconhecidas, como uma forma de manter a
natureza governada por leis daquela esfera de
realidade, a qual não é constituída de
conhecimento ou ações derivadas desse
conhecimento.

O resultado dessa análise lógica do


princípio da constância, como o princípio do
esquema operacional não fundamentado
empiricamente subjazendo investigações causais,
é que esse princípio pode ser válido apenas
naquela esfera objetiva que não é constituída por
seu próprio conhecimento ou ações manifestando
esse conhecimento. (Nesta esfera, a questão de se
há constantes governadas por leis com base nas
quais se torna possível fazer previsões ex ante é
positivamente determinada independentemente
da experiência, e fatores empíricos desempenham
um papel apenas na questão de quais variáveis
concretas são causalmente ligadas a quais
variáveis concretas dos efeitos e quais não.) Na
esfera de conhecimento e ação, por outro lado,
não pode ser válido. (Nesta esfera, a questão de
se há ou não constantes é em si mesma de
natureza empírica e apenas pode ser decidida
para uma dada variável com base em experiência
passada, isto é, decidida ex post.)

V.
Para qualquer um capaz de aprender, seu
conhecimento e ações não podem ser
logicamente considerados como determinados
por um complexo de causas operando de uma
maneira constante (quer estatisticamente, quer
deterministicamente). Apenas pode haver
constantes em relação a causas dos eventos onde
se está lidando com um mundo de objetos
incapazes de aprender, ou, mais corretamente,
onde se concebe uma esfera objetiva da realidade
como um mundo de objetos que não aprendem.
Não se pode, entretanto, pensar em si mesmo
como incapaz de aprender. Não apenas um
intelecto funcionando de acordo com o princípio
da constância é necessariamente um intelecto
capaz de aprender (aprendemos sobre como
objetos, concebidos como incapazes de aprender,
se comportam), mas a afirmação “Eu posso
aprender” também se prova verdadeira em outros
aspectos. É em princípio não falseável, pois para
falseá-la ter-se-ia de ser capaz de aprender. E, de
outro ponto de vista, não se pode
justificadamente argumentar contra essa
afirmação uma vez que, enquanto argumento,
deve haver respostas possíveis para essa
afirmação, e como a validade de um argumento
(enquanto oposta à de um estímulo) seria
independente da natureza da resposta, tais
respostas possíveis devem ser consideradas como
reações contingentes, e, portanto, deve ser
possível aprender.

Nenhum avanço científico pode alterar o


fato de que se devem considerar o próprio
conhecimento e ações como não causados. Pode-
se considerar essa concepção de “liberdade” como
uma ilusão, e do ponto de vista de um “cientista”
com poderes cognitivos substancialmente
superiores aos de qualquer humano, isto é, do
ponto de vista de Deus, tal descrição pode muito
bem ser a correta. Entretanto, não somos Deus, e
mesmo que a liberdade seja uma ilusão do Seu
ponto de vista, para nós, humanos, é uma ilusão
necessária.[5] Não podemos prever
antecipadamente os estados futuros de nosso
conhecimento e ações manifestando esse nosso
conhecimento com base nos estados anteriores;
nós podemos apenas reconstruí-los após o
evento.[6]

VI.
Retomemos a equação de regressão dada no
início da discussão:
Y = a + b1X1 + b2X2 + e

e tragamos o argumento à fruição.


Deixemos a variável dependente Y nessa equação
ser qualquer ação intencional (uma ação que
tenta de algum modo alcançar um objetivo
preferido em relação a um estado inicial e outras
alternativas, e que de variadas maneiras
manifesta conhecimento).

Ao criar essa equação ou ao determinar os


valores das constantes para um conjunto
particular de dados, se aceitamos a interpretação
normal, estamos fazendo a seguinte afirmação:

Existe um complexo de causas operando em


uma maneira constante que causa Y, e é possível
com base nesse nosso conhecimento desse
complexo e da maneira como opera (seu tipo de
função) prever a ocorrência ou não ocorrência do
ato intencional Y (concebido como uma variável
dicotômica 0/1). Com base em experiências
conectadas com conjuntos particulares de dados,
as relações causais explicando Y são descritas por
uma hipótese provisória como na equação acima
(com os valores das constantes determinados no
que diz respeito às suas magnitudes). Novas
experiências podem significar que essas
assunções concretas sobre a variável causal e
tipos de funções têm de ser revisadas. A equação
pode ser substituída por outras incorporando
assunções diferentes. Alguns exemplos podem
ser:

(1) Y = a + b1X1 + b2X2 + b3X3 + e


(2) Y = a + b1Z + b1X1 + e
(3) Y = a + b1 log X1 + b2X2 + e
(4) Y = a + b1X1 + b2X2 + b3X1X2+ e

Na equação (1) é assumido que X3 é uma


variável causal, bem como X2. A equação (2)
assume que a variável Z (correlacionada com X1)
é a causa de Y e não X1, como fora assumido
inicialmente. A equação (3) não mais assume
uma relação linear no que diz respeito ao efeito
de X1. Por último, a equação (4) assume um efeito
interativo bem como um efeito aditivo no que diz
respeito às variáveis X1 e X2. Entretanto, não
importa qual equação é substituída pela original,
nem se a original é repetidamente tida como
válida: permanece o caso de que Y não pode ser
previsto, não importa quanto se argumente sobre
os detalhes precisos da equação.

Nossa discussão anterior demonstrou que


esta afirmação é indefensável: Y, enquanto ação
intencional, não pode ser em princípio prevista.
Esta conclusão segue do argumento que nós
podemos sumarizar aqui:

§ Eu e – enquanto possíveis oponentes em


uma argumentação – outras pessoas somos
capazes de aprender.[7] (Esta afirmação não pode
ser contestada sem implicitamente assumi-la
como correta. Ela deve ser assumida sobretudo
por todos que fazem uma pesquisa de causas.
Nessa medida, a proposição (1) é válida a priori.)
§ Se for possível aprender, não se pode a
qualquer momento saber o que se saberá em
qualquer momento posterior e como se agirá com
base neste conhecimento. (Se se soubesse a
qualquer momento o que se saberá em algum
tempo posterior, seria impossível algum dia
aprender qualquer coisa – mas veja a proposição
(1) sobre este ponto.)
§ A firmação de que é possível prever o
estado futuro de seu próprio conhecimento e/ou
do de outras pessoas e as ações correspondentes
que manifestem esse conhecimento (i.e.,
encontrar as variáveis que possam ser
interpretadas como as causas) envolve uma
contradição. Se o sujeito de um dado estado de
conhecimento ou de uma ação intencional pode
aprender, então não há causas para isto;
entretanto, se há causas, então o sujeito não pode
aprender – mas de novo veja a proposição (1).

Os casos putativos de Y, enquanto ato


intencional, e as constantes putativas, por meio
das quais Y e essas causas são relacionadas umas
com as outras, são na verdade não mais
significantes que variáveis que tenham sido
encontradas em relações covariantes
contingentes com Y em pontos particulares do
tempo. É também um fato histórico-matemático
puramente contingente (mas não uma
confirmação de uma hipótese!) se essas relações
covariantes forem reproduzidas exatamente ou
mesmo meramente aproximadamente com novos
dados. É em princípio apenas coincidência que
pessoas em uma mesma situação definida pelo
mesmo conjunto de variáveis ajam da mesma
maneira (comportam-se da mesma maneira vis-à-
vis o mesmo conhecimento). Pois se se é capaz de
aprender, é obviamente impossível prever se uma
pessoa irá realmente aprender ou não de um
ponto do tempo até o próximo ponto. Isso pode
ser verificado apenas post festum, com um fato já
estabelecido. Em última análise, qualquer
mudança nesses tipos de relações covariantes
deve ser vista como um fato contingente (e não
como um falseamento de uma hipótese!). Pois se
se pode aprender, então não apenas é impossível
prever se se irá aprender em uma situação
particular, mas é igualmente impossível prever o
que, e se, irá aprender.

[Reimpresso de Ratio 25, no. 1 (1983).]


Notas

[1] Veja Mordecai Ezekiel e Karl


Fox, Methods of Correlation and Regression
Analysis (New York: John Wiley and Sons, 1966);
P. Rao e R.L. Miller, Applied
Econometrics (Belmont, Calif.: Wadsworth, 1971);
Robert Pindyck e Daniel Rubinfeld, Econometric
Models and Economic Forecasts (New York:
McGraw-Hill 1976).
[2] Veja Lionel Robbins, The Nature and
Significance of Economic Science (London:
Macmillan, 1935); Ludwig von Mises, Theory and
History (New Haven,Conn.: Yale University Press,
1957); idem, The Ultimate Foundation of
Economic Science (Kansas City: Sheed Andrews
and McMeel, 1978); idem, Human Action: A
Treatise on Economics (Chicago: Regnery, 1966).
[3] Hubert Blalock, Causal Inferences in
Non-Experimental Research (ChapelHill:
University of North Carolina Press, 1964);
idem, Theory Construction (Englewood Cliffs,
N.J.: Prentice Hall, 1969); N. Krishnan
Namboodiri, F. Carter, e Hubert Blalock, Applied
Multivariate Analysis and Experimental
Designs (New York: McGraw-Hill, 1975); veja
também David Heise, Causal Analysis (New York:
McGraw-Hill, 1975).
[4] Veja sobre esse ponto, por exemplo,
Friedrich Kambartel, Erfahrung and
Struktur (Frankfurt/M.: Suhrkamp, 1968), cap. 3,
em particular pp. 91ff.; também Hans-Hermann
Hoppe, Handeln und Erkennen(Bern: Lang, 1976),
pp. 85ff., e cap. 4
[5] A mesma ilusão também surgiria em
relação a Deus, se fosse assumido que Ele
também pudesse aprender.
[6] Karl R. Popper, Das Elenddes
Historizismus (Tübingen: Mohr, 1971), p. xii,
afirma quanto a isso que é
“impossível para qualquer prognosticador
científico – quer humano, quer computador –
prever seus ou nossos resultados, não importando
que métodos sejam utilizados. Qualquer tentativa
de fazê-lo apenas conseguiria alcançar seu
objetivo post festum.”
Sobre a importância metodológica dessa
afirmação, veja também K. O. Apel, Die Erklären:
Verstehen Kontroverse in transzendental-
pragmatischer Sicht (Frankfurt/M.: Suhrkamp,
1979), nota 19, pp. 44ff.
[7] A transição de uma pessoa a outra
pressupõe a indefensibilidade do solipsismo. Não
pode haver qualquer disputa quanto à
possibilidade de argumentar com o outro que o
solipsismo não pode ser defendido, uma vez que
querer argumentar em sua defesa já o descarta.
Vejasobreesseargumento Karl R.
Popper, Conjectures and Refutations (London:
Routledge e Kegan Paul, 1969), pp. 293ff.;
idem,Objective Knowledge (Oxford: Oxford
University Press, 1972), pp. 119ff., 235ff. Veja
também K.O. Apel,Transformation der
Philosophie (Frankfurt/M.: Suhrkamp, 1973), vol.
2, parte II, e Jürgen
Habermas,Legitimationsprobleme in
Spätkapitalismus (Frankfurt/M.: Suhrkamp, 1973),
nota 160, p. 1521.

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