Sistomcrs trifósicos
X r38
' lntroduçoo
Problemos....... ì54
ó.3 - Ligoçõo dos receplores em lriôngulo 159
Problemos....... ró3
?* Vonlogens dos sislemos triÍúsicos ......... lóó
&. Potêncios trifósicos 167
t89
rg
x#a
€p
e#
!m
tü#ã
a .-
Xü*
Gffi
nm
-
yn
.J
r-
ffi
*r#
Lry
wn
ryn
ã
'.38
T ffi
ü ffi lntroduçõo
HI
ht
r
rá
Nos capítulos anteriores, estudámos a corrente alternada monoÍásica aplicada a diferentes tipos de circui-
tos, usuais na generalidade dos receptores utilizados pelo consumidor. lsto é, a generalidade dos receptores
de uso doméstico necessitam apenas da corrente monofásica, ou seja, de uma fase e do neutro. Só na indús-
tria é que são utilizados com bastante frequência os chamados receptores trifásicos (três fases + neutro), por
motivos essencialmente económicos (mais tarde, veremos melhor este assunto).
Por esse motivo, a produção, transporte e distribuição de energia deve ser feita em sistema triÍásico e não em
monofásico, tornando assim o sistema mais económico e permitindo ainda alimentar não só os receptores mo-
nofásicos, como também os trifásicos ou mesmo os bifásicos, utilizando o número de condutores necessário.
Podemos ter, portanto, instalações só com receptores monofásicos, instalações só com receptores triÍásicos
e instalações onde haja necessidade de ligar receptores monoÍásicos (lâmpadas, irradiadores, ventoinhas, etc.) e
também receptores triÍásicos (motores eléctricos, estufas, etc.). A generalidade dos receptores domésticos é mono-
fásica; quanto aos receptores existentes em fábricas e no comércio, tanto podem ser monoÍásicos como trifásicos.
Verificámos já, durante o estudo da corrente alternada monoÍásica, que a tensão entre uma qualquer fase e
o neutro era (em Portugal) de22O V. Vamos ver, no seguimento, que a tensão entre quaisquer duas fases é
(em Portugal) de 380 V.
Conclui-se, portanto, que não podemos ligar um receptor monoÍásico (U = 220 V) entre duas Íases de uma
instalação trifásica (U = 380 V), visto que o receptor queimar-se-ia certamente.
Embora mais tarde expliquemos melhor o assunto, queremos deixar aqui, desde já, as seguintes ideias: os
receptores monofásicos são de baixa potência (centenas de watts ou, no máximo, alé 2 a 3 kW - caso das má-
quinas de lavar); os receptores trifásicos são de maior potência que os monofásicos, desde alguns quilowatts
até várias centenas de quilowatts - caso dos motores eléctricos da indústria.
'lY;'
w
Princípio de funcionamento do alternador trifásico.
Tal como acontecia no alternador monofásico, ao fazermos rodar o íman com uma dada velocidade cons-
tante, vai aparecer sucessivamente aos terminais de cada enrolamento uma f.e.m. induzida, a qual tende a
opor-se à variação do fluxo magnético provocado pela rotação do íman.
Visto que as bobinas são iguais, as forças electromotrizes induzidas em cada uma delas também o serão.
Pelo facto de se encontrarem, entre si, a uma distância angular de 120", as Íorças electromotrizes (er, ê2, Gs)
I
vão ficar desfasadas no tempo de 1/3 do período em que fé o tempo correspondente a uma rotação com-
pleta do íman. Na figura 2 representam-se as três forças electromotrizes referidas.
Fig.2
€
Sistema trif ásico de forças electromotrizes
induzidas nos enrolamentos
do alternador trifásico.
Um sistematriÍásico de tensões (ou de f.e.m.) é um sistema constituído portrês tensões (ou f.e.m.) iguais
e desfasadas entre si de 120". A máquina eléctrica que produz este sistema é o alternador triÍásico.
Note que o sistema representado na Íigura 2lem a seguinte sequência de fases: 1 -> 2 --> 3; esta sequência
é considerada positiva. Com efeito, poderíamos ter 1 -+ 3 -+ 2, a qual era considerada negativa. As duas se-
quências correspondem aos dois sentidos de rotação do rotor do alternador. O alternador é geralmente cons-
truído e posto a funcionar de Íorma a obtermos a sequência positiva de fases, para assim se evitarem erros de
ligações ou outros problemas de funcionamento.
Como se sabe, a f .e.m. de um gerador é, por definição, a tensão em vazio do gerador. Vamos, por isso, con-
siderar as tensões ut, IJz, us, correspondentes às forças electromotrizes referidas.
Assim, considerando que, em vez dê êt, ez, e3, temos na Íigura 2 as tensões tÀ, uz, ut, o sistema triÍásico de
tensões terá então a seguinte expressão matemática:
u.,=J2 U, sen(cot)
Fig.3
€
Diagrama vectorial
H de um sistema triÍásico de tensões.
Conforme se pode verificar por análise da figura 1, o alternador trifásico é constituído por três enrolamen-
tos, a que correspondem seis condutores.
Ora, cada um destes enrolamentos pode alimentar individualmente uma ou mais cargas, tal como se repre-
senta na figura 4.
t1
..-------->
I,'
I
l11
*rz
\-t2,
Fig.4
€
Alimentação trifásica, feita com 6 condutores.
Nesta situação, temos três circuitos independentes, constituídos, cada um deles, por um enrolamento
que alimenta a carga respectiva. Evidentemente que esta não é a solução mais adequada para a alimentação
das cargas, visto necessitar de muitos condutores (seis) para fornecer uma determinada potência total. Houve,
por isso, necessidade de se pensar em soluções mais económicas e tecnicamente mais favoráveis.
Foi assim que nasceram as ligações em estrela e em triângulo, seja dos enrolamentos do alternador, se-
ja das cargas entre si.
T
r{,r
Vejamos então em que consistem estas duas ligações!
A partir do esquema da figura 4, podemos shuntar entre si os terminais X, Y, Z, originando o terminal N, que
tem o nome de ponto neutro do gerador; podemos shuntar também entre si os terminais A, B, C, originando
o ponto N', que tem o nome de ponto neutro da carga trifásica. Desta forma, em vez de termos três conduto-
res de retorno da corrente, passamos a ter apenas umqond,qlorglg retorno, o qualtem o nome de condutor
neutro, por onde passa a corrente total de retorno /ru = /r + lz + /s. Os outros três condutores têm o nome de
condutores de Íase ou fases. A este tipo de ligação dos enrolamentos ou das cargas dá-se o nome de Iiga-
ção em estrela (símbolo À), representada na Íigura 5 a).
Podemos ligar ainda os enrolamentos ou as cargas de uma outra forma, tal como se sugere na figura 5 b).
A este outro tipo de ligação dá-se o nome de ligação em triângulo (símbolo Â). O alternador é constituído pe-
los três enrolamentos UX, VY, WZ, em que U, V, W sáo as "saídas> e X, Y, Z são as (entradasD respectivas.
A ligação em triângulo é Íeita de tal forma que a entrada de um enrolamento é shuntada com a saída de outro
enrolamento e assim sucessivamente, até se fecharem entre si, como se fosse um triângulo. Neste caso, par-
tem do alternador apenas três condutores (três fases), que vão alimentar os receptores que também Íoram li-
gados em triângulo (no exemplo representado na figura 5 b)). Não existe, portanto, condutor neutro.
e)
*+t+
It't=11*12*;,
+-
€l3
y'u, 22
---------à
l3
FiS,5
'e'
a) Ligação em estrela, com alimentação trifásica Íeita a quatro condutores. O retorno é feito pelo condutor neutro.
b) Ligação em triângulo, necessitando apenas de três condutores (três fases).
Cada um dos tipos de ligação referidos será estudado em pormenor nos pontos seguintes. V-.eremos ainda
q.qe as cargag n4q lgm que lgr o mesmo tipo de figação dos enrolamentos do alternad_or.
I:l*
ffi Tensões simples e tcnsõcs compostos
Num sistema triÍásico, definem-se dois tipos de tensão diferentes: a tensão simples e a tensão composta.
A tensão simples ou tensão de Íase (U") é a tensão entre qualquer condutor de fase e o ponto neutro N
da rede.
A tensão composta (Uc) e atensão entre quaisquer duas Íases do sistema trifásico. Os terminais dos con-
dutores de fase são geralmente representados pelas letras E S, f ou A, B, Ce ainda por 1,2,3.
Na Íigura 6 representam-se estas tensões.
lr.
*u"
Fig.6
@
Numa rede triÍásica com neutro existem
três tensões simples e três tensões compostas.
Temos, portanto, três tensões simples e três tensões compostas. Assim como as tensões simples estão
desÍasadas de 120o, conforme vimos anteriormente, demonstra-se que também as tensões compostas se en-
conÌram desfasadas entre si de 120' (embora desfasadas das tensões simples, como é óbvio).
Vejamos então!
Vamos socorrer-nos da figura 7, em que atribuímos os índices 1,2 e 3 respectivamente às Íases E, S e il
por comodidade de análise.
t,.,
u',
'l
Fig.7
@
Ligação em estrela, com neutro.
Aplicando a lei das malhas ao esquema da figura 7, obtemos as seguintes equações:
+
Ue=Ur-Uz Jif- ,j.,...,,)
U""=Ur-Ut
+l\'
: '
t
,.
'*'5. í
+ '-,:l-
-
Uer= Us - Ut i:'''
Úi
trl i.
,i
l
t^_ ì
em que U,", U"" e Uor são as três tensões compostas.
Representamos então estas tensões em diagrama vectorial (fig. 8), partindo da estrela das tensões simples
já conhecida e das equações vectoriais apresentadas acima.
e?
Fig.8
€
Diagramas vectoriais equivalentes que relacionam as tensões compostas com as tensões simples.
Em b), a origem dos vectores das tensões compostas não é a mesma (conforme se pode veriÍicar).
Na figura I a), podemos veriÍicar que as três tensões compostas (U,, , Urs e U".) tazem entre si ângulos de
120", constituindo um sistema triÍásico de tensões compostas, e encontram-se desfasadas das tensões sim-
ples. Êsta figura pode apresentar ainda o aspecto da figura 8 b), onde é mais fácil relacionar entre si todos os
vectores; a sua construção é efectuada movimentando o ponto de aplicação dos vectores das tensões com-
postas, sendo os vectores deslocados paralelamente a si mesmos, da forma como é sugerida pela Íigura.
Pode, portanto, concluir-se que os dois diagramas são equivalentes, pois que mantêm-se constantes as rela-
ções entre as tensões compostas e as tensões simples, além de que os ângulos continuam a ser de 120".
Aplicando conceitos trigonométricos simples a qualquer dos três triângulos isósceles representados na fi-
gura 8 b), facilmente se demonstra a seguinte relação matemática entre a tensão composta IJc ê ãtensão sim-
ples Us:
u"=í3u.
I i
Considerando que a tensão simples da nossa rede é de 220 V, então a tensão composta será:
U" = r/3 U" = r/3 x22O e Uc = 3g0 V.
I
44
Flg.9
+É+
U, = Ur= Ur= Us
,U, .U"
t^
-
Zz Zs
-
Visto que as tensões nas cargas são iguais entre si e iguais às tensões simples (U t = U" = Us = Us) e que as
impedâncias também são iguais entre si (Zt = /,-
Zz\, enláo as correntes também são iguais entre si:
Us Us
[t1i|!] <'
Z, Z,
U"
Z"
A carga Z é uma carga genérica, que tanto pode ser resistiva, como indutiva ou capacitiva. Vamos supor,
por exemplo, que as três cargas são resistivss. Façamos o diagrama vectorial das tensões e correntes, con-
forme se representa na Íigura 10.
Fig- 10
€"
Diagrama vectorial de correntes e tensões,
para uma carga triÍásica resistiva equilibrada.
l*ú
O diagrama vectorial é constituído por duas estrelas, uma de tensões e outra de correntes, em fase entre si,
iStOé, COm 91= (p2= tps= 0" €à COS gt= COS Qz= COS rpe= 1.
Como a corrente no neutro /r.r é a soma vectorial das correntes nas fases, então é Íácil de concluir, por aná-
lise do diagrama da figura 11, que:
cü
h+la
Fig.11
€
Num sistema equilibrado,
a corrente no neutro é nula:
/J= /,'+i+ lì=0.
Se as cargas fossem, por exemplo, indutivas, o raciocínio seria semelhante e a corrente no neutro conti-
nuaria aser zero, conÍorme se pode concluir por análise do diagrama respectívo indicado na figura 12.
Fig. 12
€
Diagrama vectorial para uma carga trifásica
indutiva equilibrada;
a corrente /N continua a ser nula.
As correntes, de valor igual entre si, estão agora atrasadas em relação às tensões respectivas de um mes-
mo ângulo rp, pelo que a corrente /ru continua a ser nula.
Concluímos portanto que, quando a êstrela é equilibrada, o condutor neutro é dispensável, pois ír = 0.
B) Estrela equilibrada sem neutro - Se retirarmos o condutor neutro a uma estrela equilibrada, todas as
grandezas (tensões e correntes) mantêm os mesmos valores. Com efeito, a corrente no neutro é nula, pelo
que o condutor neutro é dispensável.
Quanto às correntes lt, lz ê /s, elas mantêm os mesmos valores e as mesmas desÍasagens em relação às
tensões, visto que nem as tensões nem as impedâncias sofreram qualquer alteração:
Existem vários exemplos de receptores trifásicos em que o neutro é dispensável: motor trifásico ligado em
estrela (os três enrolamentos do motor são iguais), três lâmpadas iguais ligadas em estrela, resistências de
aquecimento trifásicas ligadas em estrela, etc.
Em conclusão, diremos que na estrela equilibrada basta termos acesso às três fases.
Vejamos agora as diÍerenças existentes no funcionamento de uma estrela desequilibrada, com e sem neutro.
Suponhamos então que a estrela não é equilibrada, isto, é, que as impedâncias (ou os factores de potên-
cia) não são iguais entre si.
Mantenhamos, no entanto, o neutro ligado, tal
como se representa na figura 13. ,
Fig.13
€
Estrela desequilibrada com neutro
- cargas diÍerentes (Zt + Zz+ Zs).
Talcomo referimos anteriormente, uma das Íunções do condutor neutro consiste em manter iguais os po-
tenciais de Ne de N', pelo que as tensões aplicadas às cargas são então iguais entre si e iguais à tensão sim-
ples Us da rede, conÍorme se conclui por aplicação da lei das malhas ao circuito:
Ut = Uz= U"= Us
I
:.t*t
Visto que agora as impedânclas (Zt, Zze Zs) não são iguais (carga desequilibrada), então as corren-
tes (/r,/z e /s) também não são iguais entre si:
Ir # lz* ls
,ut .U"
ls=-
Zt Z"
Quanto maior for a impedância Z de cada carga, menor será a corrente respectiva. Deste modo, a corrente
no neutro já não é igual azero, conforme se pode verificar por análise do diagrama vectorial de uma carga tri-
fásica resistiva, representado na figura 14.
Flg.14
@
Diagrama vectorial
de uma carga resistiva desequilibrada,
com neutro - /n * 0.
Se as cargas tiverem Íactores de potência diferentes entre si e portanto desfasagens g diÍerentes, a situa-
ção será semelhante, conduzindo a correntes desigualmente desfasadas das tensões e assim a uma corrente
no neutro diferente de zero:
O cálculo das correntes nas Íases é fácil, utilizando as expressões já apresentadas anteriormente (lei de
Ohm), seja qual Íor o tipo de carga.
Quanto à corrente no neutro, ela só pode ser obtida através do diagrama vectorial, depois de conhecidos
1,, 1", l", g', gr, q3. Marcam-se as correntes no diagrama, fazendo o ângulo tp respectivo com a tensão; depois,
aplica-se a regra do paralelogramo (duas vezes), para somarmos (vectorialmente) as três correntes.
IL4Í.
A2 - Caso particular (falta de uma fase)
Um caso particular de desequilíbrio, com o neutro ligado, é o representado na figura 15, a que corresponde
o diagrama vectorial indicado em b).
H
tu)
ë)
Fig.15
€
Esquema e diagrama vectorial
de uma carga desequilibrada com neutro,
com uma fase desligada (/z = 0).
E uma situação em que uma das cargas não está ligada, porque se partiu o condutor de fase ou porque se
queimou a carga (Zz, nã, figura).
Nesta situaç{qu temos lr=0 e, portanto, a corrente no neutro é agora a soma vectorialde apenas duas cor-
rentes: /ru = /1 a /s. As correntes /r e /g não sofreram qualquer alteração em relação aos valores que tinham an-
tes de se interromper a Íase 2; o mesmo acontece, evidentemente, com as três tensões (U., U, e U.), que se
mantêm constantes.
Esta é a situação mais perigosa que pode acontecer num sistema trifásico, em virtude de não haver condutor
neutro parafazer o escoamento da corrente que nele passaria se estivesse ligado. Deste modo, essa corrente,
que deveria passar pelo condutor neutro, vai redistribuir-se pelas três fases, modificando os valores das corren-
tes (/,, /2, /s) e das tensões que estavam aplicadas às cargas antes de o neutro ser interrompido, as quais deixam
de ser iguais a tensão simples Us da rede. Note que tanto a tensão simples como a tensão composta são as úni-
cas grandezas impostas pela rede, tendo portanto valores constantes. As tensões aplicadas às cargas (Ut, Uze
U.) podem variar, ou não, consoante existe, ou não, o condutor neutro em cargas desequilibradas.
t
l*tü
Na figura 16 representa-se uma carga triÍásica desequilibrada sem neutro (ou com neutro desligado).
Observe-a.
Fig.16
€'
Carga triÍásica desequilibrada sem neutro:
cargas diferentes.
Visto que o interruptor Kse encontra desligado, então deixa de haver corrente no neutro. Nesta circunstân-
cia, o condutor neutro já não pode impor a igualdade entre os potenciais de N e N'. Como tal, as tensões nas
cargas (U', Uz e U.) deixam de ser iguais entre si e iguais à tensão simples Us, êÍÌì virtude de as impedâncias
serem diÍerentes entre si(leide Ohm):
Nesta situação, o cálculo das correntes e das tensões torna-se complicado, porque as únicas grandezas
conhecidas são as impedâncias, o que é maniÍestamente insuficiente, pois existem demasiadas incógnitas:
Ir í lz* ls
com:
,UrU"U"
lt=- i Iz=- i ls=-
Z, Z, Z"
Temos, portanto, três equações com seis incógnitas (três correntes e três tensões).
O cálculo é, no entanto, possível, com a ajuda de um computador que, através de um método exaustivo,
procura um ponto (N) do diagrama vectorial (fig. 17 b), em que cada tensão composta é igual à soma vectorial
de duas tensões nas cargas (leidas malhas aplicada ao circuito da figura 16). Este programa é também um
pouco complexo, pois nele é definido todo um conjunto de relações matemáticas envolvendo correntes, tensõ-
es, impedâncias e desfasagens, com grande recurso a cálculos trigonométricos.
Evidentemente que os valores das seis incógnitas podem também ser obiidos através de um ensaio labo-
ratorial, o qual servirá para confirmar os valores obtidos com o programa informático.
ïl,1
Visto que os pontos Ne N'não estão ao mesmo potencial quando o neutro está desligado, então os diagra-
mas do circuito desequilibrado, com e sem neutro, são obviamente diferentes. Na figura 17 representamos os
diagramas correspondentes a três cargas resistivas diferentes (R', R, e Ãr) ligadas em estrela, com e sem
neutro, de forma a podermos veriÍicar a influência do condutor neutro no circuito.
Fig.17
@
Diagramas vectoriais para cargas resistivas:
a) Estrela desequilibrada com neutro (lt * Iz+ laCotn Ut - Uz= l,l"'1'
b) Estrela desequilibrada sem neutro (lt + lz + Ie ê Ut * Uz* Ue).
Experimentalmente, verificam-se as seguintes situações, quando Íalta o neutro a uma carga desequilibrada:
. A carga que tiver menor impedância será percorrida por maior corrente e terá uma tensão aplicada mais ele-
vada, portanto maior que Us.
. A carga que tiver maior impedância será percorrida por menor corrente e terá aplicada a menor das tensões,
portanto menor que Us.
. Podemos ter duas tensões maiores que u" e uma menor que us ou, pelo contrário, uma tensão maior que us
e duas menores.
I
'ra
Concluímos, poftanto, que o neutro é indispensável quando as cargas são desequilibradas, para evitar os
desequilíbrios de tensões nas cargas e reduzir os desequilíbrios das correntes.
De seguida, apresentamos a solução, obtida com computador, para uma estrela desequilibrada sem
neutro,constituídaportrêsresistênciasdevaloresR=100ÇL,R"=170Qe R"=2l0Oecujatensãocompos-
ta é de 380 V. Os valores das correntes e tensões nas cargas, fornecidas pelo computador, foram os seguin-
tes: Í = 1,7 A, lr=1,4 A, l"=1,24, U'=170V, Uz=141 V e U"=254V.
Experimente agora desenhar o diagrama vectorial respectivo e certifique-se de que os resultados estão
correctos! Pode ainda confrontá-los com resultados obtidos experimentalmente.
Tudo o que Íoi referido neste ponto aplica-se também, evidentemente, no caso de as cargas serem induti-
vas ou capacitivas. A única diferença consistirá no lraçado do diagrama vectorial, em que os ângulos Çr, {pz, {ps
serão diferentes de zero.
Flg.18
Estrela desequilibrada
sem neutro e sem uma Íase
Observando a Íigura, pode concluir-se que a inexistência da Íase 2 (1"= 0) conduz a que as impedâncias
Zt ê Zs Íiquem ligadas em série, sob uma tensão total que é a tensão composta Uc. Assim, temos:
.Uc
,- com U,=Ztl e U"=Z"l
Zt+ Zs
Se considerássemos que Z' = Z"= 95 Q eram duas cargas resistivas e que Uc = 380 V, então teríamos:
Ur=Rrl=95x2=190V
U"= R" /= 95 x 2 = 190 V
lsto é, a tensão aplicada a cada carga, nesta situação, seria inferior à tensão simples (220V).
Se ligássemos agoÍa o condutor neutro, então a tensão aplicada a cada carga iria aumentar, pois passaria
a ser igual à tensão simples (220V).
T
,,r3
As potências activa, reactiva e aparente em cada uma das cargas de um receptor trifásico são calcula-
das através das mesmas expressões, já conhecidas para o sistema monofásico, isto é:
H
p= U/cosg E
e= U/sen g
S=Ul
em que U - tensão aplicada ao receptor
|- corrente que percorre o receptor
cos q - factor de potência do receptor
Fig.19
,i.
w
A potência em cada carga
é uma potência monoÍásica.
E evidente que as restantes expressões estudadas anteriormente, em c.a. monoÍásica, equivalentes às ex-
pressões apresentadas acima, são aqui válidas.
Veremos, no seguimento, que a potência total (activa ou reactiva) do receptor triÍásico é igual à soma das
potências parciais em cada carga monofásica.
a) Se a estrela for equilibrada (Z = Zz = Zs ê cos gr = cos gz= cos gd, então o neutro é dispensável. Não
quer isto dizer que ele não possa vír afazer Íalta, como é o caso de faltar subitamente uma fase devido a qual-
quer deÍeito.
b) Se a estrela Íor desequilibrada (Zr + Zz* Zs ou cos Çr * cos ípz* cos {pa), então o neutro é indispensá-
vel, pois de outro modo a corrente que passaria pelo neutro iria redistribuir-se pelas Íases, originando sobre-
tensões em alguma(s) das três fases e subtensões na(s) restante(s).
c) Há receptores trifásicos gue não necessitam do neutro, como é o caso de motores triÍásicos (cargas equili-
bradas) ligados em estrela. Evidentemente que eles estão devidamente protegidos para o caso de Íalta de
uma Íase.
d) A distribuição da energia aos consumidores é feita com as três Íases e o neutro, com as seguintes vanta-
gens:
1. Possibilidade de dispormos de duas tensões diferentes (simples e composta) ou ainda a utilização do siste-
ma trifásico por muitos dos receptores usados na indústria e no comércio.
2. Necessidade do neutro para a tensão de 220 V que alimenta a generalidade dos receptores domésticos (e
não só).
3. Necessidade do neutro para o escoamento das correntes das fases, evitando assim o desequilíbrio de ten-
sões que se verifica quando as cargas são desequilibradas.
ProblcÍnos
I tt 1- Um alternador trifásico, ligado em estrela, tem uma tensão composta de 25 kV. Calcule a tensão
simples do alternador.
Resolução:
u"=L-25 _ 14.4kv
i3 Js
i P2 j - Um cabo triÍásico, com neutro, de distribuição de energia, apresenta uma tensão entre fase e
neutro de 5,77 kV. Determine:
a) A tensão simples
b) A tensão entre fases
Resolução:
a) Us = 5,77 kV
[Ìg] - Uma instalação trifásica com neutro, alimentada a 22OI38OV (tensão simples/tensão composta) é
constituída por três resistências, uma por fase, com os seguintes valores:
F' 'í 't0 {L, R,= 150 O e F. = 220 A.
=
Resolução:
lJ, lJs ---
220
' ---=-=-:-:-
a) /.
R, R. 110 - 2 A
U, 220 =1,47 A
,lz=-------
Rz '150
Fig,20
r"=!'
R"=220
220
=1A Estrela deóËquilibrada.
..ffi,',.'.,
t'I3':...,',,..
Problcúos
b) Pl = Ur /r cosgr=220x2x1=440W
P, = U"/z = 220 x 1,47 x1 = 323;4 W
CoS {pz
P"= U" /s CoS {pa =220x 1 x 1 = 22OW , '
c)Escala: 1H<>1Ae55V
/r.: = 0,9 A
Flg.21
:i;"
, U.
t=- 380
=1.46A
Rt+Rz 110+150
Fig.22 .
Probl@mos
** -*l
-
', P4
._l
l- Uma carga trifásica ligada em estrela com neutro, sob 2201380 V, tem em cada fase os seguintes
receptores:
Resolução:
ut 220
' = R,-
a) /'
110
=2.2A
220
22= lE2' + XS = VEO'z +1r03 = 130 O ; r,=!:-
z 130
= 1,6g A
220
Zs= ,ffs1Yç' =,tí40' +110'= 178 O; tr=!'-
Z" 178
=1.24A
t0: F. :=0,787
140
-+ -38o -)
COS tps = tg <ps = -Q,/$
' Zs 178
Q,=P,tgqr=0VAr
Qr= P,tg g, = 143,1 x2,4 =343,4VAr
Q'= P" tg rpa = 214,7 x (- 0,78) = - 167,5 VAr
K
t5?
ProblGmas
Um motor trifásico com os enrolamentos ligados em estrela é alimentado pela rede de 2201380 V.
Lf_n-
Calcule:
R: a) 220 V; b) 380 V
t-----"-------1
i P6 i- Numa instalação trifásica estão ligados os receptores indicados na figura 23, com o interruptor K
fechado. A rede é de 2201380 V. Os receptores têm os seguintes valores:
Fig.23
lnstalação triïásica
desequilibrada.
a) Calcule l,,lzê la
b) Calcule a potência activa consumida em cada Íase
c) Faça o diagrama vectorial do circuito, com a corrente no neutro
d) Se se partisse a fase H, haveria alguma alteração nas restantes grandezas?
e) Se se partisse a fase F e desligássemos o interruptor K, qual seria a corrente e tensões nos receptores R.,
Rqê Rs?
R: a) 3 A; 2 A; 1,47 Ã; b) 660 W; 440 W; 324 W; d) Só a corrente no neutro seria alterada; e) 1 ,46 A;73V;
87,6 V; 219 V
ffi
t53
Problemas
,, Uma habitação é alimentada pelo sistema triÍásico detensões z2ArcBO V. Num dado instante,
!7 ]-
estão ligados os seguintes receptores e às seguintes fases:
R: a) 4,5 A; '1 ,B A; 3,9 A; c) 600 W; 150 W; d) Não, porque a corrente vai variar e, sendo as lâmpadas incandes-
centes, a resistência destas varia com a temperatura que depende da corrente, pelo que o cálculo correcto
é impossível.
, pg ì - n ,tn sistema
I
triÍásico em estrela com neutro, alimentado a 22Ol38O V, são ligados os seguintes
receptores:
a) Calcule l',1"e ls
b) Calcule as potências activas e reactivas em cada fase
c) Calcule as potências activas Pt e reactivas Or, totais, nas 3 fases
d) Calcule a potência aparente total st = f,P,' + Q
e) Calcule o factor de potência total da instalação"
Í) Faça o diagrama vectorial e calcule a corrente no neutro
R:a) 1 ,24 A;2,69 A; 1,93 A; b) 185 W; 591,8 W; 260,7 W; 200,5 VAr; 0 VAr;- 335 VAr; c) 1 037,5 W;- 134,5
VAr;d) 1 046,2 VA;e)0,99
6.3 tigoçõo clos recaptorcs cm triôngulo
-
ó.3.1 Considaroçúos gcrois
-
Na ligação em triângulo dos receptores, cada uma
das três cargas é ligada entre duas fases diferentes,
havendo sempre uma fase que é comum a duas car-
gas, talcomo se representa nafigura24.
Flg.24
w
Carga em triângulo.
Deste modo, cada carga Íica submetida à tensão composta Uc da rede. Não existe, portanto, condutor neu-
tro nem tensão simples.
Tal como na lÌgação dos receptores em estrela, também em triângulo as cargas podem ser equilibradas ou
desequilibradas. São, pois, estas duas situações que vamos analisar.
Diz-se que uma carga trifásica ligada em triângulo está equilibrada quando, submetida a tensões com-
postas iguais, cada uma delas tem a mesma impedância (Z= Zz= Z") e o mesmo Íactor de potência (cos rp,
= COS (p2= COS gd .
Flg.25
w \ha
Carga em triângulo equilibrado.
1
r
úo
As tensões Un, ê Usr são as três tensões compostas, iguais em valor eficaz. Em representação tempo-
Uze
ral ou vectorial, estas tensões estão desfasadas entre si de 120', tal como referimos já anteriormente, pois
H constituem um sistema trifásico de tensões.
Conhecidas as tensões compostas e as impedâncias Z(iguais, em sistema equilibrado), é fácil calcular os
valores das correntes nas cargas (hz, lzse lst):
Ë
Uc
hz= lzs= lst
Z
+ + +
Nó 1: lt=lt,- 1",
+ + +
Nó 2: l, = lr"- lp
++
Nó 3: lz= l:r- Izs
Portanto, para obtermos l', l, e /s, temos de construir primeiro o diagrama vectorial das correnies nas car-
gas (/lr, lze ê lst) e tensões compostas respectivas.
Na figura 26 está já representado o diagrama
vectorial completo para uma carga indutiva
equilibrada. Raciocínio semelhante será feito pa-
ra qualquer tipo de carga (resistiva, capacitiva,
etc.), pois a diferença consiste apenas no ângulo g
em cada carga.
Fig.26
Jd-lrJl
-ìtr
Diagrama vectorial
de uma carga indutiva
em triângulo equilibrado.
Note que os sentidos e a sequência das tensões compostaaforalq já obtidos na Íigura I da página 143, em
Íunção das tensões simples Ur, Uz ê & (por exemplo: Utz= Ur gr1. -
2.e -f
raçamos os vectores das correntes hz, lx ê 1"", tazendo um ângulo g (dado) com as tensões (com-
postas) respectivas.
lrq - Aplicqtnos a lei dos nós, parqg traçado das correntes h, lzê ls. Suponhamos, por exemplo, o vector
- -
l" = 1", lzs.Traça-se o vector lzs à partir da extremidade de /.'. Para os restantes vectores, o raciocÊ
nio seria semelhante.
.'.*
Ë
rc
x
l6t
E
x
Traçados os três vectores, podemos medir os seus comprimentos, bem como as respectivas desfasa-
Ë
4.q - E
gens com as tensões compostas. frt
ffi
L'-t
Construído o diagrama vectorial, pode demonstrar-se Íacilmente que em triângulo equilibrado se veriÍica r.,*
que a corrente na linha é igual a ri3vezes a corrente na carga: ht
>à
trì
x
g
/- corrente na linha
/z - corrênte na carga ( hr, lr" ou /.')
.Uc
le=- ,U".,Uc ,
123=- 131=-
z :
Zz Zs
Quanto às correntes nas linhas, elas podem ser obtidas vectorialmente, tal como fizemos no sistema
equilibrado, através das expressões:
l,=lr"- 1",
lz = lze- lp
l" = 1".- lzs
Fig.27
qjr!
Triângulo desequilibrado:
Z + Zz+ Zt e hz + lzs* ls ë h * Iz* ls
ã
TlI
*
E
I.lü.2
n
n
n Conclui-se, portanto, que em triângulo desequilibrado não se veriÍica a relação entre correntes / = 13 tr, a
;T
l%!
bd qual só é válida para cargas equilibradas. As correntes nas linhas só podem, neste caso, ser obtidas vectorial-
lttr
ht
H
gd
mente.
L.rt
T'I
l-{
7J
H
rE
tst
lr
#F b,3
Fig.28
ìq$ô'
Por análise dos esquemas eléctricos respectivos, podemos tirar as seguintes conclusões:
1. Se desligarmos alguma das cargas, as outras cargas continuam a funcionar normalmente (com a mesma
corrente), como se nada tivesse acontecido. No entanto, as correntes nas duas linhas que ligam os nós dessa
carga soÍrem alterações (figura 28 a)).
2. Se cortarmos uma das fases (linhas), dois dos receptores Íicam em série e esta associação fica, por sua vez,
em paralelo com o terceiro receptor, sob uma tensão composta, tal como se representa na figura 28b (Ze Z"
Íicam em série; este conjunto fica em paralelo com Z). A corrente em Z mantém o mesmo valor; a corrente em
Z e em Zs é agora menor; as correntes nas linhas /r e /, também alteram os seus valores.
3. Concluímos Íinalmente que, tanto na ligação em triângulo como na ligação em estrela com neutro, os recep-
tores funcionam independentemente uns dos outros, desde que sejam ligados às três fases da rede.
ffi
lÕ3
Õ.ã.4 Potêncios cm codo coÍgo ffi
ffi
- ffifi
As potências activa e rcactiva consumidas por cada uma das cargas ligadas em triângulo, equilibrado ou
ffi
desequilibrado, são obtidas, tal como na ligação em estrela, pelas seguintes expressões usuais:
ffi
>Á
h€
Pt= U, /zr COS{pr i Pr= Uz lzzCOSrpz i P"=Us /zsCOS ípe ffi
Q, = P' tg rp, i @= P,ïg qz i @= P. tg gs
S,= U, lz. ; Sz= U, lzz ; Se= IJe lz,
ProblGÍnos
I tt -
A uma rede trifásica de 2201380 V são ligados em triângulo três receptores indutivos iguais, com
I
os seguintes valores: Z = Z, = Z" = 190 O ê cos {p = COS Qz = COS gc = 0,8.
r
Calcule:
a) A resistência e a reactância de cada receptor
b) A corrente em cada receptor e o ângulo rp
c) As correntes nas linhas
d) As potências activa e reactiva em cada receptor
Resolução:
t., = lzz =
b)'Zl190 ls, = l, = -a9= j91 =2A
cosq-0,8+g=36,9"
i__13,-l - A uma instalação trifásica de 22Ol38O V são ligados em triângulo os segulnlss 1;Qs ;êôeÈtore-s:
1 resistência de 1 10 Q
1 dispositivo FL, com FL = 50 f) e XL = '170(-)
1 dispositivo FC, com Rc = 80 Q e Xc = 60 f)
ttn:,to
Triângulo desequilibrado.
Resolução:
380
'
a) /" = 1., =!:--
R 110
= 3.45 A
380
Zc -
Zc= Rc' + Xc" =#0' +60' =100 Ç1, lc= lst -uc =3,8A
100
b) cos <p*= 1 -+ 9*=0" -+ tgq"=0
F. 50
COS Qr - -j-i: -
' z 177,2
!:---9-=o,g
' = Zc
cos{pc -+ çc=-36,9' -+ tge"- -0,75
100
c) Pn = IJc la = 380 x 3,45 = 1311 W; Q, = O VAr
Pt = Llc /L cos tpL = 380 x 2,14 x0,282=229,3W
Q- = Prtg e'- 229,3x3,4=779,6YAr
Pc = Uc /c cos {pc = 380 x 3,8 x 0,8 = 1 155,2 W
Q" = P" tg gc = 1 155,2 x (- 0,75) = - 866,4 VAr
I65
Probl@mos
f-'--'-----]
- Um motor trifásico tem os enrolamentos ligados em triângulo à rede de 22Ol38O V. Admitindo que
a resistência equivalente de cada enrolamento é de 85 Q e o factor de potência é de 0,8:
I pq ,,- Uma carga triÍásica, em triângulo, ligada à rede de 22Ol38O V, tem os seguintes receptores entre
fases:
R: a) 2A; 4 A;3,04 A; 0'; 36,9'; - 45,6"; b) 760 W; 0 VAr; 1 216 W; 912 VAr; 808,6 W; -824,8 VAr; c) 2784,6W;
87,2YAr
R: a) 2,53 A; b) 4,39 A; c) /r. = lr, =2,53 A; 1,,-0 A; /' = ltt =1,5g A; lz= lzs=2,53 A; lz=4,39 A
(t(t
Probl@mos
116 - Três impedâncias iguais, ligadas em triângulo a 2201380 V, têm os seguintes valores: Z = 253 I
1
Vffiá
ffi
***
Vontogcns cJos sistcmos trifósicos
a) Na produção de energia - O alternador trifásico produz uma potência5}ok superior à de um alternador mo-
nofásico do mesmo custo, pois aproveita melhor o seu circuito ferromagnético.
b) No transporte de energia - O sistema trifásico apresenta menos perdas no transporte de igual potência e
necessita de menos material acessório, sendo portanto mais rentável.
c) Na distribuÍção de energia - Permite a utilização de dois níveis de tensão distintos (tensão simples e ten-
são composta); permite a utilização, pelo consumidor, do motor assíncrono trifásico, que é um motor barato,
robusto, de fácil construção e manutenção.
ffi Potêncios trÌÍosicos
P=lJzlzcostp, Q=lJzlzSênQ
Visto que um sistema trifásico é constituído portrês cargas, para obter as potências totais (trifásicas) não te-
remos mais do que somar as potências parciais respectivas.
Assim, obtemos como expressões gerais para as potências activa e reactiva triÍásicas, em estrela ou tri-
ângulo, equilibrado ou desequilibrado:
P,= P, + Pz + Ps= ll, /r COS {pr + U, l, COS {pz + U" l" COS {ps
Q,= Q, + Qz + Q"= U. /r SêÍì{pr + U, l, SeÍì {pz + U"l" SênQe
Note que, no caso das potências reactivas, a soma é algébrica, pois a bobina tem potência reactiva positiva
e o condensador tem potência reactiva negativa.
A potência aparente trifásica será dadJpoÍ St = . Ot'
^,Ff
Vamos ver de seguida que, se o sistema for equilibrado, podemos obter as potências Ptè Qt, através de ex-
pressões mais simpliÍicadas, válidas quer para a ligação em estrela quer para a ligação em trìângulo.
Vejamos então!
P,=3Us/cosg=3ã/cos<p
Ë
ã
E
n
'..i.t.....'
,,úa
tn
E
g Racionalizando, obtemos finalmente, para a potência activa trifásica em estrela equilibrada:
H
g
m
í-l
H P, ='Vã U" / cos g
t{
:Ã{
>-Á
ld
bE
H em que /é a corrente na linha (igual à corrente na carga, na ligação em estrela).
Para a potência reactiva trifásica em estrela equilibrada obtínhamos, por raciocínio semelhante:
o,-JãUc/senrp
Pr=Pr=Ps= Uc /zCOSg
P,=3lh /z cos {p
Visto que a corrente na carga, em triângulo equilibrado, e n-- t I Jg (/- corrente na linha), vem:
I
D.-e
rt= ôUc /z cos {p = 3U"-i cos g
í3
Racionalizando, vem para a potência activa trifásica em triângulo equilibrado:
Por raciocínio idêntico, obtemos as potências reactiva e aparente triÍásicas em triângulo equilibrado:
8.4 Conclusõos
-
Por análise do formulário anterior, podemos tirar algumas conclusões:
1. Seja o sistema equilibrado ou não, podemos sempre calcular as potências trifásicas utilizando as expres-
sões gerais (soma das potências parciais).
2. Se o sistema for equilibrado, as potências trifásicas podem ser calculadas mais facilmente utilizando as ex-
pressões particulares deduzidas em 8.2 e 8.3.
Note que as expressões são idênticas, tanto para a ligação em estrela como para a ligação em triângulo,
embora não conduzam ao mesmo resultado, para as mesmas impedâncias, pois as tensões e as correntes
nas cargas são diferentes.
3. As expressões reÍeridas em 2) náo podem, em caso algum, ser utilizadas em cargas desequilibradas, na
medida em que o resultado viria Íalseado.
5. Demonstra-se facilmente que três cargas iguais absorvem, em triângulo, o triplo da potência absorvida em
estrela. Demonstre!
1..,7.U
rrn
TN
Na figura 31 sugere-se a ligação do wattÊ
m metro, para medir a potência, numa carga de
g-l um sistema trifásico equilibrado em estrela.
Este método é o mais rápido e também o que
tãt
l;-l necessita de menos material.
v4 Note que, como o sistema é equilibrado,
5 pode dispensar-se o condutor neutro, ligando
Tã
o wattímetro ao ponto N'em vez de A ou N.
Flg.31
ed''
Pr=P,+ Pr+ Pt
Fig.32
_\1.
Fig.33
Os wattímetros medem as correntes de duas fases (/, e 12, por exemplo), através das suas bobinas amperi-
métricas. As bobinas voltimétricas são submetidas a tensões compostas diferentes (tensões lJn è IJza, pot
exemplo), sendo uma das fases (a terceira) comum, conforme se sugere na figura 33. A fase comum é aquela
cuja intensidade não percorre a bobina amperimétrica de nenhum wattímetro (fase 3, na Íigura).
Este método é utilizado quer em sistemas equilibrados, quer em sistemas desequilibrados, com as cargas em
estrela ou em triângulo, as quais são ligadas aos terminais a', b', c'. Se a carga estiver ligada em estrela, o condu-
tor neutro deve estar desligado, pois de outro modo escoar-se-ia alguma energia pelo neutro (em caso de de-
sequilíbrio), a qual não seria medida por nenhum dos wattímetros. É esta a única restrição à utilização do método.
Concluímos, ponanto, que se o neutro for Ìndispensável, na instalação, não podemos utilizar o Método de Aron.
E
ã
x
K
7'2
- B lnterprctoçõo dos leituros
-
.4 ConÍorme foijá referido, o método é utilizado em cargas equilibradas ou desequilibradas, sem neutro. Por
í.,{ outro lado, as cargas podem ser de tipos diferentes (resistivas, indutivas ou capacitivas).
íâl Estes factos conduzem a que os dois wattímetros indiquem leituras que podem ser iguais ou diÍerentes en-
I...{
Yá
E!l
tre si, dependentes das cargas a que estão ligados.
íãlf
Assim, três tipos de situação podem ocorrer:
1.'Os ponteiros dos dois wattímetros desviam-se no sentido das escalas (para a direita). Neste caso, a potên-
cia triÍásica é obtida directamente por:
Pt=Pt+Pe
2.' Os dois ponteiros deslocam-se para fora das escalas (para a esquerda). Neste caso, devemos invefier as
ligações das bobinas amperimétricas para que os ponteiros se desloquem para dentro das escalas , de modo
a podermos medir as potências. A potência triÍásica será dada novamente por:
Pt= Pn+ Pe
3.' Um dos ponteiros desloca-se para fora da escala. Neste caso, trocam-se as ligações da bobina amperimé-
trica respectiva, de modo que o ponteiro se desloque para o interior da escala. A potência trifásica será dada,
neste caso, por:
Nota: Não importa qual dos wattímetros se desloca para fora da escala, pois a potência trifásica é sempre da-
da pela diferença entre a maior e a menor das potências, portanto positiva.
Fig.34
,,:lF,
I.:?3
Por análise do gráfico, podemos então tirar as seguintes conclusões, válidas para sistemas equilibrados: E
Ë
lkt
O Método de Aron permite-nos ainda calcular a potência reactiva trifásica Or, utilizando as duas leituras
dos wattímetros. E a seguinte expressão de cálculo, válida apenas para sistemas trifásicos equilibrados:
Recorde que os ponteiros dos dois wattímetros podem desviar-se no mesmo sentido ou em sentido contrá-
rio, pelo que as potências podem ter ambas o mesmo sinal (sendo ambas positivas) ou sinais contrários (con-
sidera-se então, na fórmula, que P" será negativo).
Q, = 15
" [P^ - (- P")] = {ã x (P,o + P')
Teremos oportunidade de clarificar este assunto, através da resolução de problemas.
P,
COSqt=-
ou ainda:
. O' -^ Pa- Pe
tO(0t=:=\3 = COS(Dt=...
P, Pe+ Pe
Demonstra-se ainda, em sistema equilibrado, que:
Po _J3 + tg tp,
1, Po- P'
P"-Jã-igg, to rDt = ' Pe+ Pe
expressão esta que nos permite igualmente calcular cos et, conhecidos Paê Pe.
ffi-nú.sisig tiiiãs;õè..È
_:-t::'r:.:r::.,-.'.:Ì.,-
r:ì,r::t :i :::.-:=:.:ij:
alEmestr:ela.éútinrà0a..=.........=---,.'..- j..1.1ìi::r1=;..ìi
:,..,...:,,a.:,:.t
^-
2.
ou
Noteque x2gc'È
-@-
r--
} T'
Fro[rlcmets
b) Em triângulo equilibrado
Fig.36
Triângulo equilibrado.
'A corrente absorvida a linha em triângulo é, para a mesma carga,tripla da absorvida em estrela.
'A potência absorvida em triângulo é, para a mesma carga, tripla da absorvida em estrela.
'Destes resultados, infere-se que em cargas equilibradas deve ser utilizada, sempre que possível, a ligação
em triângulo em vez da ligação em estrela, pois a potência útil será mais elevada. É o que acontece, por
exemplo, no caso dos motores que são geralmente construídos para funcionarem em triângulo, embora mui-
ìos deles arranquem inicialmente em estrela (reduzindo assim os picos de corrente), para só depois ser feita,
automaticamente, a ligação em triângulo dos seus enrolamentos.
Potência útil - 1O CV
Tensão - 380 V
lntensidade na linha - 16 A
Faclor de potência -0,76
Resolução:
l?ú
ProblGmes
Pu
n=- 7350
' Pu 8 003,5
ì P3 I - Um sistema desequilibrado,
j
ligado em estrela com neutro a uma rede de 2201380 Vr é,eonstitúído
pelos seguintes receptores:
Resolução:
220
1"= U"
220 ''4
' /,=9=??O
a)
Z, 110 =2A:
r,=!1-
Z, 80
=2,7sA ;
Z"- 55
Note que o sistema está desequilibrado (com o neutro tigado), pelo que a potênciatriÍáéica,sÓ.podè,Sêieá|.
culada somando as potôncias em cada carga.
Froblemos
P4 - Fez-se um ensaio laboratorial, utilizando o Método de Aron, a três cargas iguais. Medimos os
seguintes valores: Pn=2500 W e Pe = - 1000 W.
Resolução:
Por comparação entre estes valores e os do gráÍico, pode concluir-se pela existência de analogia entre
eles, vendo-se claramente que lrpl > 60'e que cos q < 0,5.
f) Por análise do gráfico e dos valores indicados na alínea d), também se conclui que é impossível determinar
se a carga é indutiva ou capacitiva. Para o saber, teria de ser Íornecida no enunciado uma informação suple-
mentar (note que, na Íigura 34, Po corresponde a uma das curvas e Pe à outra, e não necessariamente às
que sào indicadas).
g)Também não é possível saber se as cargas estão ligadas em estrela ou em triângulo, a não ser que no
enunciado seja dada informação complementar que permita tirar essa conclusão.
p. 1 500
h) Uc= =380V
3/-cosq r/ãx 9,5 x0,24
r18
Probl@mos
T-'._
I P? I - Um motor trifásico, ligado em estrela, com uma potência hominal de,4,,',ftW;,úm réndimentó:,d-è
72'/" e cos q - 0,75, é ligado à rede de 2201380 V.
a) Calcule as potências activa, reactiva e aparente do circuito
b) Calcule a corrente na linha
l
i ïq I - Uma carga triÍásica, ligada em triângulo, é constiluída peloslséguìntés:rêceplo!.es:
Carga 1: Z, = 139 9, cos 9' = 0,7 indutivo
Carga2: Zz=100Ç), cos. tpz = 0,8 capacitivo
Carga 3: Zs = 150 Ç), CoS {ps = 0,5 indutivo
neutro.
o^ \/
Protrl@íncrs
R: a1) 500 W; 1905,3 VAr; 1969,8 VA; a2) 0,25;75,3"; a3) 3 A; b1 ) 5300 W; 3983,7 VAr; ôô30,2 VA; b2) 0,8;
37"; b3) 10,1 A; c) A potência activa, a corrente e o factor de potência, em carga, são muito mais elevados
do que em vazio. Em vazio, o motor é muito indutivo (cos g baixo); em carga, é bastante menos indutivó
(cos g elevado).
tgq$à*is$ilw!*
:F#J3ü#i
*ffiru Método de Bouchçrot @rn sistcÍnos trifósicss
O método de Boucherot é aplicável em sistemas triÍásicos, tal como já o aplicámos em sistemas monofási-
cos. O objectivo da utilização deste método é o mesmo que já foi referido em corrente alternada monofásica.
Recordemos, no entanto, o método e os seus objectivos.
Foijá referido que ele é utilizado em situações nas quais o cálculo de correnÌes totais em circuitos paralelos
(principalmente) se torna demasiado complexo, quando se utilizam os méÌodos usuais (já estudados). Este
método substitui também a resolução vectorial dos problemas, a qual é morosa e conduz geralmente a erros
apreciáveis.
Na figura 37, apresentamos uma instalação trifási-
ca constituída por dois motores triÍásicos, absorvendo
em cada Íase as correntes parciais lt ê lzê ainda a co:'-
rente total /Ì, grandeza esta que será calculada pelo
método de Boucherot, conforme iremos ver.
Fig.37
r8r
Recordemos então os pressupostos de aplicação do método, aplicado a diversos receptores trifásicos li-
gados em paralelo:
1. A potência activa total trifásica P, é igual à soma aritmética das potências activas parciais trifásicas dos vá-
rios receptores.
2. A potência reactiva total trifásica Q, é igual à soma algébrica (Q. > 0 e Q"< 0) das potências reactivas par-
ciais triÍásicas dos vários receptores.
3. A potência aparente totaltriÍásica ó dada por Sr = P,2 +Ql.
Estas igualdades são válidas, quer os receptores sejam ligados em estrela, quer os receptores sejam liga-
dos em triângulo, ou com ambas as ligações simultaneamente.
Partindo destas igualdades, é possível, de uma forma rápida e com resultados precisos, obter as seguintes
grandezas: a corrente total absorvida pelo conjunto dos receptores triÍásicos e o Íactor de potência total do
conju nto dos receptores.
De outro modo, os cálculos seriam laboriosos ou conduziriam a erros finais que poderiam ser bastante
acentuados. Mais uma vez se chama a atenção do aluno para a utilização correcta da máquina de calcular, au-
xiliar precioso nestes cálculos. De reÍerir ainda que deve prestar uma particular atenção ao problema do arre-
dondamento dos valores parciais obtidos durante o cálculo, pois se é verdade que há cálculos em que os erros
pouco se <propagam", há outros em que os erros cometidos, em cada etapa, conduzem no final a valores bas-
tante diÍerentes dos reais.
Melhor que qualquer teoria sobre erros (nos cálculos), a sensibilidade do aluno perante cada situação é ex-
tremamente importante, levando-o a optar nuns casos pelo arredondamento às décimas, noutros às centési-
mas ou mesmo às milésimas, consoante agrandeza dos números e as operações a eÍectuar.
Vejamos então alguns problemas, para clariÍicar o assunto tratado neste ponto.
Problemos
Problernos
Fig.38
Aplicação do método de
Boucherot a dois motores trifásicos.
Resolução:
P' qqoo
'
a) Pu, = - =6097,6w
n 0,82
P",- P'
=11T=8928,6w; t,- Pu, 1928,6
n 0,84 {3 u" cos ç, fjx 380x0,8 =17'A
J' 15026'2
s, -
c)cos.D,- =018
19173,7
.i1iï1iltii11ïi1{-rtlii$XXil*
t83
-
P'roblemos
c)CalculeacorrentetotalabsorvidapelosdoisreceptoreS,emsimultâneo
d) Calcule o factor de potência global
/ ." . ,
'..
''"'"''
. --':
- um motor triÍásico'ré úú'ó,út10,,,réõéptô.i;:Rlr!ilfáêjdó'lr:iÀrdü!ìiúô::àtêrâillílib
'
qa:6dçdn:íiíú b.e tisadqs g l
Moto;: Py = 1 0 CV, . 4 = a t.
'i!,,ó1;'.,',,,,,;6,,,.,',.,.ç6i{.,g,=.,,Ò,
Receptor R: P" = 5 kW, cos rp = ?
a) A potência
pofencra reactrva
reactiva totâl
total
b) A corrente absorv.ida pôi,Cadâ,r:èÒeptor
absorvida à rede, por cada receptor
c) O Íactor de potência do receptor F :-
'
"".
,ì uii,,:ii::p:rtiìrrìì,uaìì:tr]u.::iìr,,:rir:.]
ilrrì.i:lljlliriilllillll,l:11ìi:llliirll:lllllt:1;:1ìlrrr:rrl1r.:irl:ii1jr,:lurì:
i,.rri:a,r':.,r.iltr:li:iirl:::t:ra.iu,:iaì::1ìr:iiria'r:liìllll,:r11.ìrirì:rr:t::rr,r l
.:r!.irliiirrrrarurrira)ìl{iillì::it:tiitì:itltllltiltìlt;:*::li:::,r,:l
:ì,rrr.,:]]].r.ri]]l.r.,r:l.lliii:,iL]1it.lri]:.il;i:r..{.i l::til.]i
rrrrl.il'll.lil.rllllll:liialll:iaall:i11lllailll:iit::ri;l1l1lll11r,r1r:.{rriiu:'i'i.,.rr:
l1l,:]]ìr':r:rrrr.rllrrtla.r:i;ll;t:.;{t:lltl:!llì:ì1Ìr:!riì::rlllliiì:llri
,r.rr.lii.rr:;rili:,ì.liilll:ll:1ilìlal1r,:ir:ir.i:air:lirllilì:l:atr...ri,i
:lla:tl,llll:ata:.:::ìì:rlr::!ì'rt'::arìi,a):rìì19:llll:is:ialll::ilì:,aialll;llrl:iii.i:a
'rrrr,rn:':r,.:rìì:rrrrraì:::rau:igll:lallilaaìl:,4Ì:':-:rr1trr.:!ìr.i::ilrr:rìirl.
.).:..1 : L::... ì :.. t..ì:.))t ::..),4)t t;;:..1:::.4:' -'i i.tr"r":r'rrrrt,l;e::
.:.::a:.)):::a),:aLl:l:att):.41::a:.)..'..r.:e;:ti1ïrr;t;:l:i.l:liirri':arrir::aì'
;r,ilri.::iìalìaallat:tlrl:rlrr.t'r:llui;;trtl::;t:utdia,l:lu:t:rl::rllaarlrl.ll
.ì,rr, r.r. :i., lliìì,l allìr:lraì:1.ì.llr.i:r,i:1ti,i3j":.lrr r:ì,,:rir!r.r!l..ir1rr..r:iir,::
€
,8{
E
ffi
ffi Compensoçõo triÍósico
74
l<
Tal como foijá visto na compensação de circuitos indutivos monofásicos, o objectivo da compensação do fac-
tor de potência em circuitos trifásicos é o de reduzir a potência reactiva total da instalação e, deste modo, diminu-
ir o valor da corrente absorvida à rede, com todas as vantagens daí advenientes e já referidas anteriormente.
A compensação trifásica de uma carga indutiva, constituída por vários receptores trifásicos, consiste
em ligar à rede trôs condensadores iguais, em estrela ou em triângulo.
Geralmente, é utilizada a ligação dos
condensadores em triângulo, em virtude
de esta se revelar mais económica, visto
conduzir a capacidades inferiores às que
seriam necessárias se os condensadores
fossem ligados em estrela. Os condensa-
dores, em triângulo, Íicam no entanto
submetidos à tensão composta, pelo que
a sua tensão nominal é r/3vezes maior do
que em estrela.
Na Íigura 39 sugere-se a compensa-
ção trifásica de um motor, utilizando três
condensadores ligados em triângulo.
Fig..39
nüf
Compensação trifásica de um motor.
A corrente total /' é menor que a do motor /'.
:
Tal como vimos em corrente alternada monofásica, a compensação triÍásica pode ser feita: individualmen-
te a cada receptor, por grupos de receptores ou englobando toda a instalação. As vantagens e os inconvenien-
tes de cada um dos tipos de compensação são os então reÍeridos.
Vejamos então como se calcula a capacidade de cada condensador!
Suponha que se pretende compensar um motor trifásico com uma potência absorvida triÍásica P" e um
COS {pi =0,7 para um COS tpi = 0,85.
a=2nf
U- tensão simples ou composta, consoante os condensadores estão ligados
em estrela ou triângulo, respectivamente.
Obtemos assim a capacidade de cada um dos três condensadores (iguais) que, submetidos à tensão U
(tensão composta ou simples), vão compensar a instalação de cos (piniciar para o cos (prinar desejado.
Problcmos
Pl - Um motor trifásico, alimentado pela rede de 2201380 V - 50 Hz, tem as seguintes características:
P" = 15 CV. 11 = 85% e cos q - 0,81. Calcule:
Resolução:
n P
.'í.=_ 15x735 {ôôz^^r^,
=12970.6W
n 0,85
t8ó
Protrl@mos
Q,. 1 703,5
v=:
^ :37,6 pF
U'A 380'x100n
jzqf-
e1
"t ''t = -----?".-=
,.lT tl cos qÍ ---l?
=20,7 A
"
V3 x 380 x 0.95
Como se vê, a capacidade de cada condensador, em estrela, é tripla da capacidade de cada condensador,
quando ligados em triângulo, Íicando por isso mais cara a instalação.
;, PZ - Pretende-se fazer a compensação global de três motores, alimentados a 22OBBA V - 50 Hz, com
t_-,__-
as seguintes características: