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ARTUR FAO TEORIA MUSICAL |e bag wet to 2 Obra Oficialmente Adoptada 4 Artur Fernandes Fao nasceu em Vila Praia de Ancora a 27 de Abril de 1894, Matriculou-se no Conservatério de Lisboa, onde foi um aluno distinto; ali dirigiu por varias vezes a orquestra na execugdo de obras suas ¢ fez 0 curso de italiano. Terminou o curso superior de violino em 1917 € 0 curso superior de contraponto, fuga e composico em 1919, ambos com distingao. Tomou parte como 1.° violino nas orquestras sinfonicas e da Opera. Em Julho de 1920, apés brilhante concurso de provas piblicas, foi nomeado director da Banda da Armada. Escreveu varias obras para canto, com acompanhamento de orquestra e piano, tendo algumas delas sido executadas pelas orquestras sinfénicas de David de Sousa e Pedro Blanch. Dedicou-se a obras de didéctica musical, publicando um valioso trabalho intitulado «Teoria Musical» que foi aprovado por despacho Superior, quer no Conservatério (Secgao de Musica), quer nos Ministérios da Guerra e da Marinha. Em 1921 atendendo ao valor das suas obras, foi condecorado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de S. Tiago da Espada. Recebe em 30 de Janeiro de 1939 0 grau de Oficial da Ordem Militar de Aviz. Acompanhou Sua Exceléncia o Presidente da Reptiblica ao Rio de Janeiro, por ocasifio do Centenétio da Independéncia do Brasil, tendo ali realizado concertos que foram aplaudidissimos. Foi maestro durante mais de 35 anos da Banda da Armada, tendo terminado o mandato com o posto de Capitio-Tenente conferido em 18 de Janeiro de 1955. Miisico de talento, muito contribuiu para elevar o nivel musical do Pais. Compositor versétil cheio de sensibilidade, chefe de banda distinto, director de orquestra, notdvel pedagogo, ARTUR FERNANDES FAO recebe no fim de tantos anos dedicados & miisica e A «sua» banda, a recompensa merecida, bem expressa, aliés, no louvor do Corpo de Marinheiros da Armada de 10 de Dezembro de 1955: «... Nos termos do art 118 do Regulamento de Disciplina Militar louvo o Capitao-Tenente misico Artur Fernandes Fao pela sua grande dedicagdo, competéncia profissional, interesse e esforgo empregados para conseguir fazer da Banda um agrupamento musical de valor e categoria para prestigio da Armada, durante 0 tempo que serviu a mesma.» Faleceu em 9 de Novembro de 1963. INDICE Primeira Parte ‘Mitsica Panta musical - Notas de misica Caves. Figurase sea valor relatvo.... ausas - Notago musical - Escala data do modo maior ~ Grats ~ Tom ~Meio-tm ~ Mads Ligadara de prolonga;to — Poatos de aumentao Linhas eespacossuplementares ~ Repredugto dos sons CCompassos - Barras de divisto ~ Barra dupla ~ Tempos. ‘eres pret ocompac. Compasses mais Ussd0$ ‘Unidade de compassoe de tempo ~ Respiraglo - nin ds GGrauscoajunts disjunts —Inervaos diatnicos simples on Unfsso00~ Inverse dos inter 08 on Intervalos ascendentes, descendents, melodic ¢harménicos ‘Alteragdesacidentais ~AlteragSes de precausio ‘Graus modais~ Escala ditnicas maiores scala simples ~ Altera dupas ~ Esclas do modo mencr ‘Formula harménica ~ Inervalos da escala hamnica ‘Tons homéaimas ~ Conversfo da excala maior em menor e da ecala menor cm maior CCompassos de tempos de divstobindria ~ Compassos de tempos de divisto teria CCompassos correspondents. CCompassos de tempos de divsio teméria mais usados o-oo Come deeper ~ Modan de tom - Madara decomp Quidteras : Suspensio “Tempos fortes ~ Temposfacos~ Sincopas ~ Notas a contra empo Mania ao emg Ge guns nner de inks plement Ate = St En Andamentas a Intensidade dos sone [Notas naturais alteradas ~ Fung6es do Bequadro ‘Tetracorde ~ Encadeamento de escalat = ‘Tons proximos ¢afstados. Divislo do tom ~ Melo-tom scala croMslie8 cnn Ritmo — Melodia Elementos para conhecero tom aque a melodia prtenc Gero Enamona epee vo Escalasenarménieas ‘Compassos (Continuo) nn Compass mists nnn Compaso de 10 Quieres (Continaao Intervals composts ~ Escala compos. ‘Claves(Continuag) Intervalosconsoante ¢dissonantes ~ “soma ovina Intervalosdiminitos e aumenados Intervals alterados Quadro dos intervals com a respoctiva composi “Maneira mais fil de qualifcar os intrvalos Escalas a que os itervalos pentencem. - TrAnspOtGH0 “Transerigio ~ iil ac d= Ligadura de expressto Primeira Parte MUSICA PAUTA MUSICAL Miisica € a arte de exprimir sentimentos ou impresses por meio de sons. A misica escreve-se na pauta musical, também denominada pentagrama, ‘A pauta musical compde-se de cinco linhas paralelas ¢ equidistantes, e de quatro espagos. As linhas © espagos, que formam a pauta musical, chamam-se linhas ¢ esparos naturais, e contam-se ara cima. 2 linha ——— 1 linha NOTAS DE MUSICA Notas de miisica sio sinais que servem para representar os sons musicais. ‘As notas, eseritas em vérias posigGes da pauta, representam sons diferentes. —- = = = As notas de misica so sete, e designam-se pelos nomes seguintes: dé, ré, mi, fa, sol, 14, si. CLAVES Clave um sinal que indica 0 nome das notas, e determina a altura dos sons que elas representam. As claves mais usadas sio: clave de sol na 2.* linha, ¢ clave de fi na 4" linha. A clave dé 0 seu nome A nota que Ihe corresponder na mesma linha, Portanto, uma nota na 2.* linha chama-se sol, se a clave for de sol na 2.* linha. Clave de sol na 2.* linha: - Da nota sol, que a quinta nota das sete que se empregam na misica, deduz-se 0 nome das Copyright Sasett &, C*, L*. outras. Para isso desce-se da quinta nota até & primeira, sol, f4, mi, Sol fa_mi_ré do ; Sol 6 si fe sobe-se da quinta até A sétima, sol, 14, si: —S—= a ré mi fé Sol ia si ontens eno nome a oe ne es = Uma nota na 4.* linha chama-se 6, se a clave for de fa na 4." linha. Fa Da nota 4, que € a quarta nota das sete que se empregam na miisica, deduz-se o nome das restantes. Para isso desce-se da quarta nota até & primeira, ff, mi, 16,46: Fa__mi_ré_ db Fo sol SE a ds é omi wot SS Ca Ie SSS SS s sons representados pelas notas sobem gradualmente & medida que vao subindo na pauta. Alguns instrumentos, como por exemplo, o piano, usam simultaneamente estas duas claves, que se escrevem em duas pautas ligadas por uma chaveta, ‘A mio direita toca, geralmente, na clave de sol, que ocupa a pauta superior, ¢ a mao esquerda na clave de f4, que ocupa a pauta inferior: (© estudo das claves continua na 2." parte) FIGURAS E SEU VALOR RELATIVO As notas de mésica tomam vdrias formas, a que se dé 0 nome de figuras. As figuras sdo sete, © servem para determimar o valor mais ou menos prolongedo de cada som: semibreve, mfnima, seminima, colcheia, _semicolcheia, fusa ¢ —semifusa pe ee ; s A semibreve ° tem valor igual a duas minimas A minima " " " duas semfnimas A seminima " " duas colcheias A colcheia A semicolcheia " duas fusas Sawa J J d emery) 5 S A fusa " duas semifusas waw OO As colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas, quando estéo em grupos de duas ou mais, ligam-se por meio de tans oF ff OPS QUADRO QUE INDICA O VALOR RELATIVO DE TODAS AS FIGURAS A. semibreve i vale duas minimas: P ou 4 semfnimas: r r f moma pool, Hf tt "i Co oo Coo ou 32 fusas: ou 64 semifusas: 10 PAUSAS Pausas sio sinais que servem para indicar o siléncio. Cada figura de nota tem a sua pausa correspondente: ee eee ~ = tee yg y 9 |G As pausas sto, portanto, tantas como as figuras. Nota: as pausas de semibreve ¢ de minima sio semethantes: a de semibreve € colocada sob a quarta linha, ¢ a de minima sobre a terceira, NOTACAO MUSICAL ‘A notagdo musical € constituida por todos os elementos empregados na miisica escrita. Esses elementos dividem-se em us classes principais, a saber: sinais representativos da altura dos sons, da duracao dos sons ¢ dos siléncios. Os elementos que determinam a altura dos sons: a pauta, as notas ¢ as claves; os que determinam a durago dos sons, so as figuras das notas, € 05 que determinam a duragio dos siléncios, so as pausas. ESCALA DIATONICA DO MODO MAIOR GRAUS TOM - MEIO-TOM MODOS As sete notas da musica, dispostas progressivamente com a duplicago da primeira - dé - formam a escala diaténica. Se a progressio sobe, a escala € ascendente; se desce, & descendente. Escala diat6nica ascendente Escala diat6nica descendente = Cada nota da escala denomina-se grau. Assim, o dé é 0 primeiro grau; 0 ré 0 segundo; o mi o terceiro; © f4 © quarto; 0 sol 0 quinto; o 14 0 sexto; 0 si o sétimo, ¢ 0 dé 0 citavo. Os graus da escala conservam sempre 0s seus ntimeros, ainda que estejam dispostos numa ordem 2° grau 42 grau 7° grav 6° grav = = = oo ‘A diferenga de sons, que existe entre 0s graus constitutives da escala diaténica, no € sempre igual. A diferenga existente entre 0 terceiro € 0 quarto, ¢ entre o sétimo € 0 oitavo, € justamente metade da diferenga que existe entre os outros graus ¢ denomina-se meio-tom. A diferenga existente entre os outros graus a escala, denomina-se tom ‘Analisemos a sucesso dos tons € meios-tons na escala seguinte: Do primeiro para o segundo grau - dé a ré — a diferenga & de um tom; do segundo para 0 terceiro grau = ré a mi ~a diferenga € igualmente de um tom: do terceiro para quarto mi a fé — a diferenga € de meio-tom; u do quarto para o quinto ~ fd a sol ~ 6 de um tom; do quinto para 0 sexto ~ sol a ld — & de um tom; do sexto para 0 séimo — Id a si - & de um tom, e do sétimo para o oitavo ~ sia dé - € de meio-tom. Tim tom 1 Tom VT Tom UT om 11 Tom 12 Tom 1 € = = = = = = = Oo. u wl v v vw Vil vu ‘A escala, que tem dois meios-tons, um do terceiro para 0 quarto grau ¢ outro do sétimo para 0 oitavo, e cinco tons entre os restantes graus, chama-se eseala diaténica do modo maior. ‘A escala diat6nica do modo maior compée-se, portanto, de cinco tons e dois meios-tons. Os tons € ‘meios-tons, que fazem parte da escala diat6nica, chamam-se tons ¢ meios-tons diat6nicos. Modo € a forma de ser de uma escala diaténica, Esta forma de ser da escala depende da ordem como nela se sucedem 0s tons ¢ 0s meios-tons. Pode dizer-se, pois, que 0 modo imprime & escala um aspecto fisionémico particular. Os modos so dois: modo maior ¢ modo menor. LIGADURA DE PROLONGACAO Ligadura € uma linha curva que se emprega por cima ou por baixo das notas de miisica (Quando se aplica a ligadura a duas ou mais notas que representam o mesmo som, aligadura ¢ de prolongagdo. Nestes casos, 86 se pronuncia a primeira nota, prolongando-se 0 som pelo valor da nota ou notas seguintes: as 6 sol mi 6 = SS SS PONTOS DE AUMENTACAO Ponto de aumentagio € aquele que, colocado depois de qualquer figura ou pausa, the aumenta merade do valor. oT ‘A semibreve com um ponto de aumentagdo tem o mesmo valor que uma semibreve ligada Cie a uma m{nima: ‘A minima com um ponto de aumentago tem o mesmo valor que uma mfnima ligada a Rf uma. seminima: ‘A semfnima com um ponto de aumentagdo tem 0 mesmo valor que uma semfnima ligada RG uma colcheia: ‘A colcheia com um ponto de aumentagio tem o mesmo valor que uma colcheia ligada a ‘uma semicolcheia: ~~ ‘A semicolcheia com um ponto de aumentagio tem o mesmo valor que uma semicolcheia ligada a uma fusa: ‘A fusa com um ponto de aumentagio tem 0 mesmo valor que uma fusa ligada a uma semifusa: Sia Pat ss" we () Os algarismos romanos indicam os graus 14 (Os compassos quatemérios marcam-se a quatro tempos; 0 1” € 0 2° 4 como os dois tempos dos compassos bindrios; 0 3.° termo com um movimento horizontal da mio, da esquerda para a direita ¢ 0 4.° com igual movimento ‘20 do 3° tempo dos compassos temérios. (© compasso nunca se marca com o pé. Quando, seja porque motivo 2°. » for, nfo poder marcar-se com a mio, marca-se mentalmente. 1.9 Tempo VALORES QUE PREENCHEM OS COMPASSOS Os valores (das figuras de notas e de pausas) que preenchem os compassos, so indicados por niimeros fraccionérios depois da clave. () A semibreve 6, para este efeito, considerada como unidade de valor. ‘A unidade de valor — semibreve — é representada pelo denominador 1 Um meio da unidade ~ minima - € representado pelo denominador 2 (porque a semibreve vale duas minimas). Um quarto da unidade — seminima - ¢ representado pelo denominador 4 (porque a semibreve vale 4 semfnimas). Um oitavo da unidade - colcheia - é representado pelo denominador 8 (porque a semibreve vale 8 colcheias). Um décimo sexto da unidade — semicolcheia ~ € representado pelo denominador 16 (porque a semibreve vale 16 semicolcheias). © numerador da fraccio indica 0 mimero de figuras que preenche o compasso; o denominador indica sua qualidade. 2 Exemplifiquemos com 0 compasso de 4 (é-se dois por quatro): 0 numerador 2, indica que > compasso se 1 preenche com duas figuras; 0 denominador 4, indica que sio, cada uma delas, 4 da unidade de valor. O compasso de 46 ‘um compasso bindrlo que se preenche com o valor (figuras ou pausas) de dois quartos da unidade de valor (um para cada tempo): Os valores que preenchem qualquer compasso, podem ser somados ou fraccionados, desde que dessas operagdes no resulte excesso nem diminuigo da equivaléncia dos valores que representam: ‘Somados Fraccionados Tempos = 1 2. 2 — es Quando, no principio dum trecho, a frase musical no comeca no primeiro tempo do compasso, é uso no se escreverem as pausas que deviam preceder a primeira nota. Assim € geralmente substitufdo por () Nao se deve colocartrago entre 0s algarismos que indicam compass. 15 COMPASSOS MAIS USADOS BINARIOS © compasso indicado pela fracgdo % € j4 nosso conhecido. raw O compasso indicado pela frac¢do 7 (Ié-se dois por dois) é igualmente um compasso bindrio mas que 2 se preenche com o valor (figuras ou pausas) de dois meios da unidade de valor, (um para cada tempo). A fracgio ; é frequentemente substitufda por um C cortado ¢'. Também é substituida, mas éom menos frequéncia, pelo algarismo 2. Somados _Fraccionados 1 2 21 2. Tempos TERNARIOS O compasso indicado pela fracgio ; (lé-se trés por quatro) € um compasso ternério, que se preenche com o valor (figuras ou pausas) de trés quartos da unidade de valor (um para cada tempo). A fracgao ; pode ser substituida pelo algarismo 3. Somados _Fraccionados 123 3 MH 2 3 1 2 3 © compasso indicado pela fracgo a (lt-se trés por oito) igualmente um compasso ternério, mas que se preenche como valor (figuras ou pausas) de srés oitavos da unidade de valor (um para cada tempo). Somados Fraccionados 2S oe 2 3. 1 2 Tempos QUATERNARIOS © compasso indicado pela fracgho (lé-se quatro por quatro) & um compasso quaternSrio, que se preenche com o valor (figuras ow pausas) de quatro quartos da unidade de valor (um para cada tempo). A fracgio ‘ € geralmente substitufda por um C. Somados —_Fraccionados 123 4 4 a a Tempos 16 © compasso indicado pela fracgao A (-se quatro por oito) € igualmente um compasso quaternério, ‘mas que se preenche com o valor (figuras ou pausas) de quatro oitavos da unidade de valor-(um para cada tempo). Somados __Fraccionados Temps 1 2 3 4 4 a UNIDADE DE COMPASSO E DE TEMPO E preciso néo confundir unidade de valor, que & sempre a semibreve, com unidade de compasso ou de tempo, que € uma coisa diferente Unidade de compasso ¢ o valor que preenche um compasso. Assim, a unidade no compasso de i é uma minima; no compasso ae? 6 uma semibreve; no compasso ee}. 6 uma minima com um ponto de aumentagao; ‘no compass de : uma semfnima com um ponto de aumentagdo, ¢ no compasso de ‘ uma semibreve. Unidade de tempo € o valor que preenche um tempo de qualquer compasso. Assim, a unidade de tempo, no compasso de 2, € uma seminima; no compasso de *, € uma mfnima; no compasso de 3, 6 uma semfnima; 4 2 4 no compasso de 3, é uma colcheia, etc. 8 RESPIRACAO Respiragéo ¢ um sinal (+) que indica o lugar onde se deve respirar. Muitas vezes 0 sinal de respiragdo indica também um curtissimo siléncio entre duas notas. Na misica para certos instrumentos, como 0 violino, 0 violoncelo, a harpa ou o piano, o sinal de respiragio nio 6, evidentemente, para respirar; € para fazer o curtissimo siléncio de que acima se fala. 2 Quer no solfejo, quer no canto ou nos instrumentos em que os executantes tém de respirar, mesmo que no esteja notada, a respiragio faz-se sempre & custa do valor da nota antecedent. Respiragio feita 4 custa do valor da nota antecedente: Respiragdo feita a custa do valor da nota seguinte, 0 que & um erro grave: DENOMINACAO DOS GRAUS 44 sabemos que as notas da escala se denominam graus. Cada grau de qualquer escala diaténica tem denominagao propria: 0 1.° denomina-se ténica, 0 2° sobre-ténica, 0 3° mediante, 0 42 sub-dominante, 0 5. dominante, 0 6. sobre-dominante € 0 7° sensivel. 17 ‘A duplicagdo dos graus, tanto inferior como superiormente, no Ihe modifica a denominagdo: A t6nica ténica dominante 6 ea = GRAUS CONJUNTOS E DISJUNTOS Graus conjuntos sio aqueles que se sucedem pela sua ordem numérica, como do 1.° a0 2°, do 2.° ao 3°, do 52 20 6, ete: Graus disjuntos sio aqueles que nio se sucedem pela sua ordem numérica, como do 1.” a0 3°, do 1.” a0 4°, do 22 a0 69, etc.: = INTERVALOS DIATONICOS SIMPLES Intervalo 6 a diferenga que existe entre duas notas que representam sons de alturas diferentes. s intervalos sio sete: de segunda, terceira, quarta, quinta, sexta, sétima e oitava, Os intervalos, com excepgo do de oitava, podem ser de duas espécies. As segundas, terceiras, sextas € sétimas, podem ser maiores ou menores; as quartas podem ser justas ou aumentadas; as quintas podem ser diminutas ow justas; a5 oitavas so sempre justas. s intervalos justos podem também denominar-se perfeitos. Os intervalos si0 denominados pelo niimero de graus que encerram, ¢ qualificados pelo ntimero de tons € meios-tons que contém. Por exemplo: 16 a dé encerra trés graus; & portanto, um intervalo de terceira; e, como contém um tom (de 1d a si) e um meio-tom (de si a dé) a terceira 6 menor. ‘A segunda menor contém meio-tom: A 22M. () contém um tom: A 34 m, contém um tom e um meio-tom: ‘A.3* M, contém dois tons: ‘A 42 justa contém dois tons e um meio-tom: ‘A 4* aumentada contém trés tons: Vv () 0s imervalos maiores sio indicados em abreviatura por M. € 0s menores por m. 18 A5- diminuta contém dois tons € dois meios-tons: A 5 justa contém tés tons & uum, meio-tom: A.6+m. contém trés tons e dois meios-tons: A 62 M. contém quatro tons € um meio-tom: AT m. contém quatro tons dois meios-tons: ‘A. 74 M, contém cinco tons € um meio-tom: A 8° justa contém cinco tons € dois meios-tons: vu Do que fica exposto se vé que, com as notas da escala diaténica maior, se formam os seguintes intervalos diaténicos: () Duas 2." menores que se encontram sobre 0 3.° ¢ 0 7.° graus, Cinco 2. maiores que se encontram sobre 0 1°, 0 2°, 0 4%, 0 Quatro 3.* menores que se encontram sobre 0 2°, 0 3, 0 6° e 0 7° graus. ‘Trés 3% maiores que se encontram sobre 0 1°, 0 4° € 0 5.° graus. Seis 4 justas que se encontram sobre 0 1.°, 0 ‘Uma 4." aumentada que se encontra sobre 0 4° grau. ‘Uma 5.* diminuta que se encontra sobre 0 7.° grau. Seis 5 justas que se encontram sobre 0 1°, 0 Trés 6" menores que se encontram sobre 0 3°, 0 6. ¢ 0 7. graus. Quatro 6." maiores que se encontram sobre 0 1°, 0 2°, 0 4° € 0 5° graus. Cinco 7. menores que se encontram sobre 0 2°, 0 3°, 0 5°, 0 6° € 0 7° graus. Duas 7." maiores que se encontram sobre o I.” € 0 4.° graus. Sete 8." justas que se encontram sobre todos os graus. © 0 62 graus. 03°, 0 5°, 0 6 0 7° graus. 0 3°, 0 4°, 0 5° ¢ 0 6° graus. intervalo de 4* aumentada também pode chamar-se tritono (intervalo de trés tons). Intervalos diaténicos sio aqueles que se formam com as notas da escala diat6nica. Intervalos simples so 0s que nfo excedem a oitava justa. (@) Bata matéria nfo & para decorar, mas sim para o aluno poder analisar © compreender a formaglo da escala. 19 UNISSONO Entre dois sons da mesma altura nfo hé intervalo; a jungo desses dois sons forma o unissono, uunfssono uunfssono INVERSAO DOS INTERVALOS. Obtém-se a inversio de qualquer intervalo, mudando a nota inferior uma oitava superior: ou mudando a nota superior uma oitava inferior: = Em qualquer dos casos uma das notas consérva-se imével. Na inversio, © un{ssono transforma-se em oitava, a segunda em sétima, a terceira em sexta, a quarta fem quinta, a quinta em quarta, a sexta em terceira, a sétima em segunda e a oitava em unissono. A sua qualificago, exceptuando os intervalos justos, que conservam a primitiva, toma-se oposta na inversio. Assim, 0s intervalos maiores transformam-se em menores, 05 menores em maiores, os diminutos em aumentados ¢ os aumentados em diminutos: 22M. 32Ms 4 justa 52 justa 62M. Intervalos Propostos: Inversbes: E fécil conhecer prontamente qual o resultado da inversio de um intervalo, porque o interval proposto somado com a sua inverséo dé sempre 0 niimero nove. Exceptua-se a oitava que na inversio resulta um unfssono. Todas as inversdes dos intervalos antecedentes foram obtidas pela mudanga da nota inferior para a citava inferior. 20 INTERVALOS ASCENDENTES, DESCENDENTES, MELODICOS e HARMONICOS Intervalo ascendente € aqucle em que a primeira nota € mais grave. Intervalo descendente & aquele em que a primeira nota € mais aguda Intervalo melédico € aquele em que as notas, que o formam, sd0 ouvidas sucessivamente, Intervalo harménico & aquele em que as notas, que o formam, sio ouvidas simultaneamente. Intervalo melédico Intervalo melédico Intervalo ascendente descendente harménico Os intervalos harménicos contam-se sempre a partir da nota mais grave. ALTERACOES Alterages so sinais que modificam a altura dos sons. Os sinais de alterago slo tres: sustenido # , bemol © bequadro © sustenido, aplicado a uma nota, eleva meio-tom 0 som que cla representa, © bemol, aplicado a uma nota, baixa meio-tom o som que ela representa. © bequadro destréi 0 efeito do sustenido ¢ do bemol. As alteragées, que elevam os sons, sio alteragdes ascendentes, € as que os baixam, sio descendentes. As notas, afectadas pelas alteragies, sio nomeadas pelos seus nomes, seguidos do nome da alteragao que as afectou. Por exemplo: d6 sustenido, dé bequadro, d6 bemol, etc. Subiu 1/2 tom —Desceu 1/2 tom —Desceu 1/2 tom = —Subiu 1/2 tom 6 d6 sustenido 46 bequadro 46 bemol 46 bequadro As alteragdes empregam-se de duas maneiras fixas ou acidentais, As alteragoes fixas chamam-se consttutivas As alteragdes constitutivas empregam-se pela ordem seguinte: os sustenidos por quintas justas ascendentes fou quartas justas descendentes em ftw ne bp Os bemois por quartas justas ascendentes ou quintas justas descendentes em si, mi, Id, ré, sol, d6 e fa: (ordem inversa aos. sustenidos). ‘As alteragdes constitutivas escrevem-se em seguida & clave, © exercem a sua acgdo em fodas as notas do mesmo nome que se encontram nesse trecho musical. Todas as notas fi e dé so afectadas pela acgo dos sustenidos: 2 Todas as notas si, mi, Id © ré sdo afectadas pela acco dos bemois: Os conjuntos de alteragées constitutivas, chama-se, vulgarmente, armagdo da clave. Diz-se: a armaclo da clave tem dois sustenidos, ou quatro bemois, ou cinco sustenidos, etc As alteragdes constitutivas empregam-se até ao nimero de sete (tantas quantas as notas). Observacdo: Os sustenidos constitutivos podem empregar-se numa ordem mais ou menos arbitréria que © uso tem consagrado. Seja qual for a ordem empregada, o seu efeito € sempre © mesmo: ALTERACOES ACIDENTAIS - ALTERACOES DE PRECAUGAO As alteragdes acidentais, que também podem chamar-se acidentes, empregam-se no decorrer de qualquer ‘techo musical ¢ alteram as notas a que estio aplicadas € todas as que se the seguirem € ocuparem a mesma posicdo na pauta, dentro do mesmo compasso: No exemplo precedente o sustenido aplicado ao primeiro fa, exerce a mesma aco no segundo fd, porque ‘este esté colocado em igual posi¢o na pauta (1° espaco); no 2.° compasso, 0 fi, que ocupa a segunda parte do segundo tempo, nio € fé sustenido, porque esté colocado em posigdo diferente do fé que na segunda parte do 1° tempo foi alterado. Alteragdes de precaucdo sao as que, em rigor, niio seria necessdrio empregar; © seu emprego tem como ‘inico fim evitar dividas. © fa que ocupa a segunda parte do segundo tempo do 2.° compasso do exemplo precedente, no é como 44 sabemos, f sustenido, mas € costume, nestes casos, aplicar-Ihes um bequadro que se chama bequadro de precausdo: © exemplo seguinte apresenta um caso idéntico, com um bequadro de precaugio aplicado ao si que, fem rigor, mio era preciso: ‘Muitas vezes, as alteragées de precauco estio entre paréntesis. ‘Como excepgdo & regra, uma alteragdo acidental prolonga a sua acglo a0 compasso seguinte, quando a iltima nota do compasso esté ligada a uma nota que ocupa igual posigio: 22 GRAUS MODAIS Além da sucesso dos tons € meios-tons que formam as escalas hé uma particularidade que acusa rapidamente 0 modo a que elas pertencem; so 0s intervalos que 0 3.° ¢ 0 6.° graus formam com a t6nica. Se estes graus formam com a t6nica uma terceira ¢ uma sexta maiores, a escala € do modo maior: Escala diat6nica de d6 modo maior 62M. ‘Se os mesmos graus formam com a ténica uma terceira e uma sexta menores, a escala é do modo menor: Escala diaténica de d6 modo menor © 3° € 0 6° graus sfo por isso chamados graus modais. Graus modais sto, pois, 0s que caracterizam 0 modo. ESCALAS DIATONICAS MAIORES Quando se diz escala maior, entende-se escala diaténica do modo maior. As escalas podem comegar por qualquer nota, As escalas tomam 0 nome da sua tnica. Se a escala tem como ténica um dé, é escala de dé; se tem como ténica um mi, é escala de mi; se tem um fa, & escala def § , ete. J4 € conhecida a escala diat6nica maior. Essa escala, que tem como t6nica um dé, é a escala de d6 maior: = Esta escala de d6 maior € a escala modelo. ‘Uma escala, que comece por qualquer outra nota que nao seja d6, tem de manter a mesma uniformidade da escala modelo na sucesso dos tons € meios-tons que a formam. Em todas as escalas tem de se encontrar dois meios-tons: um entre 0 3.° ¢ 0 4 € outro entre o 72 © 0 8° graus, ‘Tem igualmente de se encontrar cinco tons: um entre 0 1.° e 0 2.*; outro entre 0 2.° € 0 0 4° € 0 5°; outro ene 0 5° € 0 6%, € outro ente 0 6 € 0 7.” graus. Para se obter essa uniformidade, ¢ indispensivel recomrer As alteragBes. ‘Suponhamos uma escala comegada por um sol: Ltom 1 tom 1/2 tom 1 tom 1 tom 1/2 tom 1 tom 23 A sucesso de sons até a0 sexto grau esté certa, mas entre 0 sexto € o sétimo encontra-se meio-tom entre o sétimo ¢ 0 oitavo encontra-se um tom, 0 que nio est em conformidade com a escala modelo. E, portanto, necessério fazer subir meio-tom ao 7.° grav. Subindo meio-tom, afasta-se do 6.° grau, aproxima-se do 8, ficando um tom entre 0 6.° € 0 7.° graus € meio-tom entre 0 7° € 0 8°, como se pretendia. Este resultado obtém-se aplicando um sustenido a0 7° grav. a, mo Escala de sol 1tom tom 1tom 1/2tom tom 1tom 1/2tom ‘Vejamos uma escala comegada por um fé: Esta escala tem um tom entre 0 3° € 0 4.° graus, € no um meio-tom como devia ter; tem meio-tom entre © 4° e 0 5° graus, quando devia ter um tom. E portanto, necessério fazer descer meio-tom ao 4.° grau. Descendo meio-tom afasta-se do 5.° grau ¢ aproxima-se do 3.°, ficando meio-tom entre 0 2 e042 graus, ¢ um tom entre 0 4° € 5°, como se desejava. Este resultado obtém-se aplicando um bemol ao 4° grau. Escala de fi M.: ‘As alteragdes que tomaram regular ou uniforme a sucessio dos tons € meios-tons das escalas de sol € 4, foram empregadas acidentalmente para exemplificar. As alteragSes, que se empregam na formagao das escalas, so constitutivas, €, portanto, colocam-se em seguida 2 clave. Com o emprego dos sete sustenidos obtém-se sete escalas diaténicas maiores. Escala de sol M. Escala de ré Mz Escala de 1 M: Escala de mi M.: Escala de si Mz €) A linha curva indica meio-tom. scala de £6 $M Escala de d6 Se Facilmente se conhece qual é a escala que se forma em determinado némero de sustenidos constitutivos, porque 0 tiltimo sustenido empregado & sempre o sétimo grau da escala (nota sensfvel) que esté & distincia de 22 menor do 8° grau; 0 8° grau é a repetigio do 1, e, portanto, a t6nica, Se 0 sltimo sustenido for fa f , a ténica € sol; se for sol f , a tOnica é Id; se for mi § , a tonica é fa fete. ‘As escalas, formadas com sustenidos na sua ordem progressiva encontram-se & quinta justa superior: sol-ré-lé-mi-si-fé $ -d6 f Com o emprego dos sete bemois obtém-se outras sete escalas diat6nicas maiores. Escala de f M.: Escala de si b M. 4. Escala de mi b M.: x = = x= Escala de li b Mu: Escala de 16 5 M. Escala de sol b M: Escala de d6 b M. ‘A t6nica das escalas diaténicas maiores com bemois encontra-se a 4." justa inferior do dltimo bemol escrito, Quando houver mais do que um bemol constitutive, 0 pentiltimo ocupa o mesmo grau da ténica. Se 0 peniiltimo bemol for si} , a escala 6 de si} , se for id 5 , a escala & de ld | , ete As escalas formadas com bemois na sua ordem progressiva, encontram-se a quinta justa inferior. f4-si -mi b 44 6b -sot b -a6 5 ‘Sendo as escalas maiores a reprodugio da escala de dé maior, € evidente que todos os intervalos diaténicos compreendidos nesta escala, se encontram em todas as escalas maiores, ¢ sobre os mesmos graus. ESCALA SIMPLES Escala simples € a que ndo excede a 8* justa. AAs escalas comegam e acabam com a ténic Qualquer seguimento de notas, mesmo por graus conjuntos, que ndo comece ¢ acabe com a t6nica, & tum fragmento de escala. ALTERACOES DUPLAS © sustenido pode ser duplo x ou fR © bemol também pode ser duplo Hb © bequadro é sempre simples. © sustenido duplo eleva dois meios-tons ao som representado pela nota a que esté aplicado, se esta nota nfo estiver j4 afectada por um sustenido simples: Se a nota tiver j4 sofrido a acgio de um sustenido duplo s6 eleva meio-tom: © bemol duplo baixa dois meios-tons ao som representado pela nota a que esté aplicado, se esta nota nio estiver jé afectada por um bemol simples: Se a nota tiver j& softido a acgdo de um bemol simples, 0 bemol duplo s6 baixa meio-tom: As notas afectadas por uma alteragdo dupla nomeiam-se: dé sustenido duplo (ou dobrado), si bemol duplo, etc Na prética niio se empregam alteragdes duplas constitutivas. Podem empregar-se na teoria, seguindo os sustenidos duplos a mesma ordem dos simples e os bemois duplos a ordem dos bemois simples. ESCALAS DO MODO MENOR Ouando se diz escala menor; entende-se escala diaténica do modo menor. Hé duas f6rmulas de escala menor: harménica e melédica. FORMULA HARMONICA Na escala menor pela férmula harménica altera-se meio-tom ascendente 0 7.° grav tanto na ordem ascendente como na ordem descendente. Os meios-tons encontram-se do 2.° para o 3°, do 5° para o 6° e do 7° para o 8° graus; do 6.° para © 72 graus encontra-se tom ¢ meio; entre os outros graus encontra-se encontra-se um tom: Escala harménica = = 9 Ff m wv wow vw Esta férmula da escala também se chama escala uniforme por ser igual na ordem ascendente descendente. = oc S INTERVALOS DA ESCALA HARMONICA Além da diferenga estabelecida pelos intervalos de 3.* ¢ 6." sobre a t6nica, que na escala maior sio maiores € na escala menor sio menores, a contextura da escala menor & muito diferente da da escala maior. Na escala harménica encontram-se 0s seguintes intervalos, que nfo se encontram na escala maior: 2* aumentada que contém um tom e um meio-tom (mais meio-tom do que a 2* maior): 4. diminuta que contém um tom e dois meios-tons (menos um tom mais meio-tom do que a 4.* justa): ‘5 aumentada que contém quatro tons (mais meio-tom do que a 5." justa): Ss m 7.* diminuta que contém trés tons ¢ trés meios-tons (menos um tom mais meio-tom do que a 7.* menor): va 'TERVALOS COMPREENDIDOS NA ESCALA DE LA MENOR HARMONICA — Tres 2" mi () 1 v vir () Esta matéria no & para decorar, mas sim para o aluno poder examinar e compreender a formasio da escala, 27 Trés 2™ M: ‘Uma 2." aumentada: Quatro 3. m. Trés 3" Ms Uma 4. diminuta: Quatro 4." justas: Duas 4. aumentadas: Duas 5. diminutas: Quatro 5.* justas: ‘Uma 5." aumentada: Trés 6% m.: I v vu Quatro 6." M.: Uma 7 diminuta: ‘Trés 7* menores: Sete 8." justas: > o ° i tt Vv v vl vu 1 ‘Sendo as escalas menores a reproducSo da escala de Ié menor, 6 evidente que todos os intervalos, compreendidos nesta escala, se encontram em todas as escalas menores pela f6rmula harmGnica, € sobre os mesmos graus. FORMULA MELODICA Na escala menor pela forma melédica alteram-se meio-tom ascendente 0 6.° € 0 7.° graus na ordem ascendente ¢ destréem-se as mesmas alteragdes na ordem descendente. Os meios-tons encontram-se do 2.° para 0 3° € do 7.° para 0 8.° graus na ordem ascendente € do 6.° para 0 5. © do 3. para o 2.° na ordem descendente; entre os outros. graus encontra-se um tom: Escala melédica: = se ess Esta formula de escala também se chama escala biforme, por ter duas formas, uma na ordem ascendente, € outra na ordem descendente, Pelo exposto se vé que, dos intervalos formados entre a t6nica ¢ 0s graus modais, 56 a , na ordem ascendente da escala melédica, é maior. A escala melédica no contém os intervalos aumentados ¢ diminutos que se encontram na escala harménica (segunda aumentada, quarta diminuta, quinta aumentada, sétima diminuta) e por isso nio oferece tantas. dificuldades na entoagio. Na ordem descendente da escala mel6dica, 0 7° grau perde a qualidade de sensfvel, denominando-se, neste caso, sub-t6nica, * 6 invariével; ESCALAS RELATIVAS Escalas relativas so as que se formam com igual nimero de alteragdes. constitutivas Todas as escalas maiores tém a sua relativa menor, e vice-versa. ‘A ténica da escala menor encontra-se @ 3." menor inferior da ténica da sua relativa maior. 29 ‘A t6nica da escala maior encontra-se 8 3.* menor superior da t6nica da sua relativa menor. Portanto, a escala de sol maior tem como relativa a escala de mi menor, a escala de Id maior tem como relativa a escala def f menor; a escala de dé menor tem como relativa a escala de mi b maior, ete. No modo menor hé também uma escala que serve de modelo para todas as escalas menores. Essa escala € justamente a de 1d menor, relativa de dé maior, que, como esta, & construida sem qualquer alteragio constitutiva ESCALAS HARMONICAS Escala de mi m. (relativas de sol M.): Escala de sim. (relativa de ré M.): Escala de ff m. (relativa de I M.): Escala de d6 $f m. (relativa de mi M.): Escala de sol $m. (relativa de si M.): Escala de ré fm. (relativa de ff M.): Escala de lé { m. (rolativa de dé $M): As escalas menores, formadas com sustenidos na sua ordem progressiva, seja qual for a formula ‘empregada, encontram-se & 5." justa superior: mi-si-fé -d6 sol 16 e I Escala de ré m. (relativa de ff M.): Escala de sol m. (felativa de si b M): Escala de 46m. (relativa de mi M.): Escala de £4 m. (relativa de 16M): Escala de sim. (relativa de ré = M)): Escala de mi } m. (relativa de sol M,): Escala de 14 mm (elativa de d6 b M): ‘As escalas menores formadas com beméis na sua ordem progressiva, seja qual for a frmula empregada, encontram-se & 5 justa inferior: ré-sol-d6-té-si b -mi be b . ESCALAS MELODICAS 31 Sol m, Fé m: si bm: Mi b ms Lab m: TONALIDADE Tonalidade ¢ a base da construgdo de qualquer trecho musical. Os elementos fornecidos pela base tonal sto as notas da scala, ‘A tnica nfo 96 d& 0 nome a escala, como também & tonalidade. Com as notas da escala de dé maior, constréi-se um trecho na tonalidade de dé maior; com as notas da escala de mi menor, constr6i-se um trecho de tonalidade de mi menor, etc. Portanto, quando se diz que este ‘ou aquele trecho de misica esté na tonalidade de d6 maior, sol menor ou ff maior, etc., quer dizer que o referido trecho foi escrito com as notas pertencentes & escala dessas mesmas tonalidades. (1) Os modas maior © menor também podem denominar-se modos clésicos. Assim, diz-te; escala maior cldsica de f; escala menor clissica de ré, pela formula harménica; escala menor cldssica de si, pela f6rmula meléica ete 32 A diferenca existente entre escala e tonalidade € a seguinte: na escala, as notas sucedem-se progressi- ‘vamente por graus conjuntos; na tonalidade, as notas sucedem-se arbitrariamente. Tonalidade de 14 menor escala Disposigio arbitréria fi Trecho construfdo com as notas da escala de d6é maior, e, portanto, nessa mesma tonalidade. A palavra tonalidade 6 vulgarmente substitufda pela palavra fom. Quando se diz tom de ré maior, ou tom de si bemol menor, deve entender-se tonalidade de ré modo ‘maior, ou tonalidade de si bemol modo menor, etc. E, no entanto, necessério no confundir o emprego da palavra tom quando se refere & tonalidade, ‘com © emprego da mesma palavra quando se refere & distincia existente entre certos graus da escala. TONS HOMONIMOS Tons homénimos so aqueles que, sendo de modos diferentes, tém por base a mesma ténica, como 14 maior e 14 menor; sol maior € sol menor, etc. CONVERSAO DA ESCALA MAIOR EM MENOR E DA ESCALA MENOR EM MAIOR bo M. Para converter uma escala maior na sua homénima menor, pela f6rmula harménica, basta alterar meio-tom descendente 0 3° € 0 6° graus: Para converter uma escala menor, pela formula harm6nica, na sua homénima maior, basta alterar meio-tom ascendente 0 3° € 0 6: graus: 33 COMPASSOS DE TEMPOS DE DIVISAO BINARIA - COMPASSOS DE TEMPOS DE DIVISAO TERNARIA Os compassos, quanto a divisio € subdivisio dos valores que se preenchem, formam duas classes distintas: compassos de tempos de divisdo bindria © compassos de tempos de divisdo temdria ('). Compassos de tempos de divisdo bindria, so aqueles em que a figura que preenche a unidade de tempo € divisivel em duas partes, ou seus miltiplos 4, 8, 16, ete é 234 ‘A unidade de tempo aos compassos de 4, 4 0U 4 (que se preenche com al © valor de uma sem{nima) dividida em duas partes ¢ seus miltiplos 4 e 8: Cit’ pebeeees d 23 le tempo nos comy @) (que se preench A unidade de tempo ypassos de > ou > () (que se preenche f r com 0 valor de uma minima) dividida em duas paries e seus mltiplos 4 ¢ 8: cere coEeerey Compassos de tempos de divisdo ternéria, sio aqueles em que a figura que preenche a unidade de tempo € divisivel em «és partes ou seus miltiplos 6, 12, etc. ‘A unidade de tempo no compasso de $ (que se preenche com o valor r de uma minima com um ponto de aumentacio) dividida em trés partes e seus miltiplos 6 e 12: anes ‘A unidade de tempo nos compassos de 4 ede 8 ou fal (que se preenche cer ‘com 0 valor de uma semimfnima com um ponto de aumentagio) dividida em ceeeer tués partes © scus miltiplos 6 © 12: ) Os compéadios dizem: compassos simples © compassot composts. (© A eitura dos nimeros fraccionérios que indicam os compass faze imerpondo-hes « proposigdo por; exemplo; 3 wés por os; 3 wo por qa; 1 doe prot, COMPASSOS CORRESPONDENTES Todo o compasso de tempos de divisio bindria tem um correspondente de tempos de divisso teméria, Um compasso de tempos de divisio bindria transforma-se no seu correspondente de tempos de divisio teméria, pelas seguintes operagées: 1°, multiplica-se 0 numerador da fracgdo por 3 € 0 denominador por 2; aplica-se um ponto de aumentagdo as figuras que preenchem cada tempo. Tempos de Tempos de Tempos de ‘Tempos de divisdo bingria divisio teméria__divisdo binéria divisio tenéria dedr 82 dee der Adedree 282 Ader deeds ‘Um compasso de tempos de divisio ternéria transforma-se no seu correspondente de tempos de divisio binéria, pelas operagdes inversas: 1°, divide-se 0 numerador da fracgdo por 3 ¢ 0 denominador por 2; 2°, suprime-se 0 ponto de aumentagdo as figuras que preenchem cada tempo. ‘Tempos de Tempos de Tempos de ‘Tempos de divisto ternéria divisto binéria diviso ternéria diviséo binéria derder #2 dr de Oderderder : #2 Ade deer Como se vé pelos exemplos precedentes, nos compassos de tempos divisio teméria, cada tempo & preen- chido pelas mesmas figuras que nos seus correspondentes de tempos de divisdo binéria, acrescidas de um ponto de aumentagio € vice-versa, pee nn 0s compassos correspondentes tém 0 mesmo nimero de tempos. Por exemplo: 0 compasso de & bindro; ‘© seu correspondente de ‘ 6 igualmente binério; © compasso de ; € temério; 0 seu comespondente de 9 € igualmente temério, etc. Quando 0 numerador da fracgdo € 2, 3 ou 4, 0 compasso & de tempos de divisio bindria. Quando 0 numerador da fracgdo é 6, 9 ou 12, 0 compasso € de tempos de divisio teméria. 35 COMPASSOS DE TEMPOS DE DIVISAO TERNARIA MAIS USADOS BINARIO 6 © compasso indicado pela fracgéo ¢ € um compasso bindrio que se preenche com o valor (figuras ou pausas) de seis oitavos da unidade de valor (trés para cada tempo). ‘Tempos 1 2 Wo TERNARIO © compasso indicado pela fraco ; um compasso ternfrio que se preenche com o valor (figuras ou - pausas) de nove oitavos da unidade de valor (trés para cada tempo). Tempos 12 3 12. QUATERNARIO n © compasso indicado pela fracgo jg £ Um compasso quatemétio, que se preenche com o valor de doze vitavos da unidade de valor (trés para cada tempo). ‘Tempos 1 2 3 4. 4 1 2. 3. 4. (Esta matéria continua na 2.* parte). Observagio: nimero de tempos ou fracgdes de tempos que cabe a qualquer figura s6 pode saber-se depois de estabelecido © compasso. Uma semibreve tem quatro tempos no compasso de *, mas no compasso de 4 2 2304 {fem dois tempos. Uma colceia tem meio tempo nos compass de 4, 4 € | mls no compasto de : tem um de® 9c ! tem um tergo do tempo, etc. gs 8 tempo, € nos compassos 36 COMPASSOS DE ESPERA H& muitas vezes siléncios que excedem 0 valor das pausas. Quando esses siléncios excedem 0 valor de um compasso, escreve-se sobre uma barra 0 nimero de ‘compassos que devem passar em siléncio € que se chamam compassos de espera. Quando 0 valor do siléncio corresponde a um compasso, & indiferente indicé-lo pelo algarismo 1 sobre barra, ou por uma simples pausa de semibreve. 2 cl 1 ow ‘A forma de indicar os compassos de espera & a mesma, quer se trate de compassos binérios, temérios ou quaternétios MUDANGA DE TOM MUDANCA DE COMPASSO No comego de qualquer trecho musical, escreve-se a clave; depois as alteragdes constitutivas, se as houver, para estabelecer 0 tom; em seguida escreve-se a fracga0 que indica 0 compasso. Qualquer trecho musical pode, no seu decurso, mudar de tom ou de compasso. ‘A mudanga de tom € acompanhada de barra dupla. Se 0 novo tom ¢ formado pot menor niimero de alteragdes constitutivas do que o tom primitivo, 6 neces- sério anular as alteragdes que excedem a formacao do novo tom: Lab M si b M. Se 0 novo tom é formado com alteragSes constitutivas de espécie diferente daquelas que formavam 0 tom primitivo, € necessério anular as que formavam esse tom: La M. Fa M. si b M. RE M. ‘A mudanga de compasso € também acompanhada de barra dupla. 38 Uma seis-quidlteras toma o valor de quatro figuras da mesma espécie daquelas que a formam, ¢ executa-se no mesmo espago de tempo em que elas se executavam: Uma trés-quidlteras (€ evidente que pode haver grupos seguidos) & de acentuagio rftmica teméria: Uma seis-quiflteras € de acentuagio ritmica binéria: © preenchimento dos tempos em quislteras pode ser feito com figuras ¢ pausas de valores desiguais, desde que a soma desses valores corresponda ao valor das respectivas quidlteras: 3 3 3 3 3 3 6 Quando as quidlteras sao constituldas por pausas e figuras, e estas nao estio ligadas por barras (m{nimas, seminimas, etc.) é uso colocar-se, por cima ou por baixo, uma chaveta que indica quais os valores que as constituem: us (Esta matéria continua na 2.a parte) SUSPENSAO ‘Suspensio € um sinal que prolonga 0 valor da figura ou pausa a que esté aplicada ‘A suspensio pode escrever-se por cima ou por baixo das figuras ou pausas: Nido esté determinado o valor que a suspensio aumenta & figura ou pausa a que se aplica. O executante pode atribuir-lhe 0 valor que 0 seu gosto € 0 carécter do trecho Ihe impuserem. Também se aplica a suspensiio sobre a barra dupla, indicando assim uma pequena paragem: Execugdo aproximada: 39 TEMPOS FORTES - TEMPOS FRACOS Os tempos de qualquer compasso no tém todos a mesma acentuacéo; dividem-se em tempos fortes, meios-fortes © fracos. No compasso binétio, 0 1.° tempo & forte, e 0 2.° fraco. No compasso temério, 0 1.° tempo € forte, € 0 2° € 0 3° fracos. ‘No compasso quatemério, 0 1° tempo € forte, 0 3. meio-forte, ¢ 0 2° € 0 4. fracos: OF f Fore Fof mf Além da acentuago mais ou menos forte dos tempos, existe em qualquer espécie de compasso uma acentuaglo que deve cair sobre a primeira parte da cada tempo, quando este se encontra dividido ou subdividido fem fracgBes, mesmo que seja um tempo fraco. Quando um valor esté dividido em duas partes iguais, a primeira 6 forte e a segunda fraca; quando esté dividido em trés partes iguais, a primeira é forte e a segunda e a terceira fracas; quando esté dividi ‘quatro partes iguais, a primeira é forte, a terceira meio-forte, e a segunda e a quarta fracas: Fof LG Ff mf 3 SINCOPAS NOTAS A CONTRA-TEMPO Geralmente, a distribuigo dos diversos valores € combinada de forma a permitir que cada tempo conserve ‘8 acentuaco normal; no entanto, algumas vezes inverte-se @ ordem natural da acentuago para se obterem sincopas € notas a contra-tempo. ‘Sincopa é uma nota que comega num tempo fraco ou parte fraca de um tempo, ¢ prolonga © seu valor sobre 0 tempo forte ou parte forte do tempo seguinte: sinc. sinc. sinc. _sine. =F 4 ‘A s{ncopa contraria a acentuago natural dos tempos ou das partes dos tempos ¢ interrompe a marcha regular do efeito ritmico, retardando ou antecipando a entrada das notas. Stncopas que retardam a acentuagdo natural dos tempos: Sincopas que antecipam a acentuago natural dos tempos: © mesmo exemplo com a acentuagdo natural dos tempos: (©) F ~ designa fone; mf - meio-fone ef fraco A sincopa pode ser de duas espécies: regular ou igual; irregular ou desigual. ‘Sincopa regular é a que divide o seu valor em duas partes iguais, isto 6, tanto valor tem no tempo ou parte fraca do tempo em que comega, como no tempo ou parte forte do tempo em que acaba (veja exemplos precedentes). ‘Sincopa irregular € a que se divide em duas partes desiguais: sine. _ sine, sinc. sinc. ‘A sincopa, quer seja regular quer seja imegular, 6 sempre colocada no mesmo grau da escala. Notas a contra-tempo sio as que se colocam nos tempos fracos ou partes fracas dos tempos, precedidas de pausas nos tempos fortes ou partes fortes dos tempos: MANEIRA DE EVITAR O EMPREGO DE GRANDE NUMERO DE LINHAS SUPLEMENTARES ara evitar o emprego de grande niimero de linhas suplementares, que tomariam a leitura muito dificil, escrevem-se as notas muito agudas uma citava inferior, € as notas muito graves uma oitava superior, e indica-se ‘que essas notas devem ser executadas uma oitava superior ou uma oitava inferior. A indicagio de que as notas devem ser executadas a oitava consiste numa linha ponteada sobre ou sob esas notas, a que se chama linka de oitava. Se a indicago esté superiormente as notas, entende-se que a oitava € superior; se esté inferiormente, entende-se que & inferior. ‘Logo que termina a linha de oitava, as notas sio executadas na altura em que esto escritas. E costume indicar esta transigo pelas palavras italianas in loco ou simplesmente loco, que quer dizer, lugar; isto é, as notas devem ser executadas na altura de som que representam. Se a disposigdo de uma pauta superior, como pode acontecer na mtisica para piano, no permite colocar a indicagio de oitava sobre as notas, coloca-se por baixo, mas acompanhada da palavra superior. No caso inverso, a indicagéo de 8.* 6 acompanhada da palavra inferior. 41 ABREVIATURAS Abreviaturas sfo sinais que se empregam para evitar a repeti mesmos grupos de notas. Abreviaturas: SINAIS DE REPETICAO Sinais de repetigio so aqueles que, colocados depois de um trecho ou parte de um trecho, indicam que estes devem ser executados duas vezes. Sinal de repetigao Sinal de repetigao ‘So empregados com frequéncia uns compassos sobre os quais se escreve primeira e segunda vez. Estes compassos indicam que, quando se executa a misica pela primeira vez, € executado o compasso de 1.* vez; © quando se faz a repetigdo, esse compasso jf no € executado, saltando-se a0 compasso de 2." vez: 42 B também frequente encontrar no fim de alguns trechos as letras D.C., abreviaturas das palavras italianas Da Capo. Estas letras indicam que se deve voltar ao principio do trecho. Também se encontram as palavras italianas: al segno, que querem dizer: ao sinal. ‘Ha ainda outros sinais que se prestam a combinagdes para fazer repetir a mésica, Os mais usados sio os seguintes: $5 e, J 'a0s quais se chama vulgarmente sinal 5 ¢ sinal O: % e e al segno No exemplo precedente, depois de executado 0 trecho, o executante volta a0 $§ chega a0 primeiro ff salta a0 segundo, deixando em claro a misica escrita entre esses dois sinais, e acaba na palavra Fim. ANDAMENTOS Andamento € 0 grax de movimento com que se executa qualquer trecho de misica. Seja qual for a nacionalidade ou proveniéncia da mésica, os andamentos sio em geral indicados por ‘meio de termos italianos (). Esses termos so numerosos, ¢ escrevem-se, algumas vezes, em abreviatura, Os termos com que usualmente se indicam os andamentos, partindo do andamento mais vagaroso para © mais répido, sio os seguintes: quer dizer muito lentamente. lento, muito vagarosamente. " "argo, Jentamente. ‘menos vagaroso que o largo. Adagio... : " "de -vagar, menos vagaroso que o larghetto. Andante (em abreviatura And:*).. D andante, menos vagaroso que adagio. Andantino (em abreviatura And.™) mmm“ " M@NOS Vagaroso que o andante. Allegretto (em abreviatura All.) * "menos vagaroso que o andantino. Allegro (em abreviatura All.) vu. " "alegre, depressa depressa, mais apressado que 0 allegro. " "vivo, muito depressa. © mais depressa posstvel. [Em andamentos lentos € costume dividir os tempos dos compassos de tempos de divisto binéria em duas partes, e 0s dos compassos de tempos de divisio ternéria em wés. Qualquer compasso, assim marcado, chama-se compasso subdividido, Em andamentos vivos, 08 compassos de 4 © de 3 marcam-se a um tempo. (Esta matéria continua na 2." parte). ( Alguns compositores comegaram a usar, para a indicagdo dos andamentos, vocsbulos das suas nacionalidades. Outros escrevem esses vocdbulos seguidos dos italianos correspondentes. 4B INTENSIDADE DOS SONS Intensidade € 0 grau de forga que se imprime aos sons. Os varios graus de intensidade, com que se devem emitir os sons, so indicados por palavras italianas, quase sempre escritas em abreviaturas: Piano (em abreviatura p) .. Pianissimo (em abrev. pp) Pit piano ‘mais piano. Forte (em abrev. f) wm" forte, com intensidade. Fontissimo (em abrev. ff). fortissimo, com muita intensidade. ‘significa piano, com pouca intensidade. Pianissimo, com intensidade muito suave, Pit forte "mais forte, pesante. Forte-piano (em abrev. fp) " forte-piano, forte ¢ imediatamente piano. Mezzo-forte (em abrev. mf) . Crescendo (em abrev. cresc:) Decrescendo (em abrev. decresc.)... Diminuendo (em abrev. dem. meio-forte, meia intensidade. crescendo, aumentando gradualmente a intensidade. decrescendo, diminuindo gradualmente a intensidade. " diminuindo, significa 0 mesmo que decrescendo. ‘Mezzo-voce (em abrev. mez.-voc:).. meia voz, a meia intensidade. ‘Smorzando (em abrev. smorz.) "— enfraquecendo muito 0 som. Perdendosi : " perdendo-se, fazendo quase desaparecer 0 som Moriendo... " — morrendo, estinguindo 0 som. Também se empregam ff © ppp, que significam, respectivamente: extremamente forte extrema- ‘mente piano. As palavras crescendo © decrescendo ou diminuendo so muitas vezes substituidas por sinais: sinal de cresc, =~ _ ¢ sinal de dim. ————— AAs palavras italianas sotto voce traduzidas a letra dizem: debaixo da voz. No sentido em que se empregam indicam que os sons devem ser emitidos com muita suavidade e de voz ligeiramente velada (quando se trate de vozes). Fim da 1.? Parte 45 Segunda Parte NOTAS NATURAIS E ALTERADAS Notas naturais sio as que pertencem a um determinado tom. Notas alteradas sio as que nfo pertencem a um tom determinado. © si} € uma nota natural no tom de £4 maior: © si 6 uma note aterada no tom de £4 msior: © f4 € 0 dé sustenidos sio notas naturais no tom de ré maior: Pe cow en armen atincs tie mae PE eT FUNCOES DO BEQUADRO © bequadro desempenha trés fungSes distintas: Lt — Destréi as alteragdes pro- duzidas pelo sustenido e pelo bemol: 2. ~ Aplicado a uma ou mais notas afectadas por sustenidos constitu- tivos, € uma alteragio descendente: 3 — Aplicado a uma ou mais notas afectadas por beméis constituti- vos, € uma alterago ascendente: TETRACORDE ENCADEAMENTO DE ESCALAS ‘Tetracorde € um seguimento de quatro notas por graus conjuntos, formando os seguintes intervalos: tum tom da Lt para a 2* nota; um tom da 2 para a 3 ¢ meio-tom da 3" para a 4". ‘A escala maior compde-se de duas partes iguais, constituindo, cada uma delas, um terracorde. 3s tetracordes sio separados pelo intervalo de um tom que se encontra do 4.° para o 5.° grau da escala maior, € chama-se 1.° tetracorde a0 mais grave € 2° a0 mais agudo: Escala de d6 maior = 19 tetracorde 2° tetracorde A perfeita igualdade simétrica que existe entre os dois tetracordes, dé lugar a que todo 0 tetracorde seja comum a duas escalas. © 1° tetracorde da escala de d6 maior é composto pelas mesmas notas que compdem o 2° da escala de f& maior. © 25 tetracorde da escala de dé maior é composto pelas mesmas notas que o .° da escala de sol maior. © 1? tetracorde de uma escala comeca pela t6nica, ¢ o 2° pela dominante. Considerando 0 1° tetracorde de uma escala como 2.° de outra, a nota, que na primeira escala era a t6nica, passa a set a dominante da nova escala Considerando 0 2.° tetracorde de uma escala como 1° de outra, a nota, que na primeira escala era a dominante, passa a ser a t6nica da nova escala: vm 4 eae = So 3 E evidente que tem de se empregar as alteragées constitutivas destas novas escalas. Sem elas, nem os intervalos compreendidos no tetracorde estavam certos, nem se tinham estabelecido as tonalidades de f maior € sol maior. [As alteragdes constitutivas podem, no encadeamento das escalas, empregar-se acidentalmente, mas no devem perder o carfcter de constitutivas, porque determinam a tonalidade a que a escala pertence. Considerando sucessivamente 0 2.° tetracorde como 1° de outra escala, obtém-se 0 encadeamento das escalas por 5. superiores, cujas tonalidades diminuem em beméis ou aumentam em sustenidos: 47 : i de Dé conal- F de St consi] [2 4 FA const] | dorado 1° de Sol | [3° de Sol const] [2* de RE consi de Micon | | derado 1° de | | Aerede 1 de D6 |S Ty S| Seago 1 de Rel | derado 1" de Lt > Haast tcp yan Esci — , Sem empregar mais de sete alterages consttutivas, o exemplo precedente podia comegar pela escala de dé b maior e percorrer todas as tonalidades até d6 # maior. Neste caso 0 encadeamento das escalas sucede- se da forma seguinte: 46 b - sol b - sé b - 16 b- mi b-si b - t4- d6~-sol- 6-16 - mi- si fa $ dof Considerando sucessivamente 0 1° tetracorde como 2.° de outra escala, obtém-se 0 encadeamento das escalas por 5.* inferiores, cujas tonalidades diminuem em sustenidos ou aumentam em bemis. T° de Li coi derado 2° de Ré i | [i de Sol conai- of derado 2° de Sol! | serado 2° de D6 ale oo hepegiel | aie cons oe Sg Escala de| = ; ——Excaladesorm. | Escala de Fa M, adesi Mo | Escala de Dg 1 de Dé derado 2° de Fi ‘Sem empregar mais de sete alteragdes constitutivas, o exemplo precedente podia comegar pela dscala de d6 $ maior € percorrer todas as tonalidades até dé) maior. Neste caso 0 encadeamento das escalas sucede-se da forma seguinte: a6 $ - 6 f -si-mi--r6-sol-d6-6-sib-mib-mb-6b - sot b- ash © encadeamento das escalas pelos tetracordes comuns demonstra que cada escala contém, em si propria, elementos de outra escala. ‘A escala menor no € divisivel em duas partes iguais, e por isso, no modo menor no se pratica 0 tetracorde. TONS PROXIMOS E AFASTADOS Tons préximos sio aqueles cuja armagio da clave € a mesma ou apenas difere numa alteragio para ‘mais ou para menos (exceptuando-se desta regra os tons de d6 maior e If menor). Tons afastados sio aqueles cuja armagdo da clave difere em duas ou mais alteragoes. Cada tom (maior ou menor) tem cinco tons préximos, trés dos quais s40 préximos directos ¢ dois préximos indirectos. Se 0 tom primitive € do modo maior, os tons préximos directos sio 0 seu relative menor € os tons maiores formados com mais uma ¢ menos uma alterago constitutiva. Os tons indirectos so 0s menores, relativos dos maiores directos: RE maior (dois sustenidos). Si menor. LA major (mais um sustenido). Sol maior (menos um sustenido). Fé $ menor (relativo de 1é maior) Ce 8 Mi menor (relative de sol maior). ‘Se 0 tom principal € do modo menor, os tons préximos directos sio 0 seu relativo maior e os tons ‘menores formados com mais uma ¢ menos uma alterago constitutiva. Os tons indirectos sto os maiores, relativos dos menores directos: ‘Tom primitivo. Sol menor (dois beméis). Sib maior. Tons préximos directos: RE menor (menos um bemol). D6 menor (mais um bemol), ee cies F& maior (relative de ré menor). Mi b maior (relativo de d6 menor). (Os tons préximos dos tons de dé maior ¢ 1é menor so formados com um sustenido e um bemol consttutivos. ‘Nota: quando se diz que esta nota é mais tonal do que aquela, quer dizer que esta pertence a um tom ‘menos afastado do tom primitive. Por exemplo: sendo 46 maior o tom primitivo, si } é mais tonal, porque pertence a tons proximos de d6 maior (fa M. e ré m.) do que m b que pertence a um tom afastado: por sua vez, mi b , que pertence aos tons de si} maior ou sol menor, é mais tonal do que 1é ) , que pertence aos tons de mi b maior ou 46 menor, tons mais afastados do tom primitivo do que os tons a que pertence o mi b DIVISAO DO TOM MEIO-TOM DIATONICO - MEIO TOM CROMATICO © intervalo de um tom existente entre dois graus (como de dé, a ré, de sol a Ié, de sia dé $ , de mi b a £4, ete.) € sempre divisfvel em dois meios-tons. Para obter a divisio de um tom, recorre-se a um som intermedifiio. A divistio de um tom pode fazer-se de duas formas: cst he ‘ou pela alteragdo descendente do grau superior: SS Os meios-tons, resultantes da divisio de um tom, s4o sempre de espécies diferentes: um € diaténico € 0 outro cromdtico. Melo-tom diaténico € 0 que se encontra entre dduas notas que ocupam graus diferentes (4 vimos que os meios-tons diat6nicos entram na formagdo das escalas iaténicas): Meio-tom eromitico & 0 que se encontra entre duas motas que ocupam o mesmo grau: 49 1/2 tom erom. _ 1/2 tom diat. Spit ds as rn gs ie EO © tom for cromético, © segundo € diaténico: 1/2 tom diat. 1/2 tom crom. Se 0 primeiro for diat6nico, 0 segundo € cromético: ESCALA CROMATICA Escala cromética é aquela em que todos 0s sons se sucedem por meios-tons. Toda a escala diaténica, maior ou menor, pode transformar-se em escala cromética. Para se fazer essa transformagio, dividem-se em dois meios-tons os intervalos de tom que fazem parte da escala, ‘A escala diaténica tem de receber cinco alteragées na ordem ascendente ¢ cinco na ordem descendente para se transformar em escala cromética. As alteragGes mais logicamente empregadas na escal alteragées ascendentes (sustenidos, sustenidos duplos, e bequadros que anulam 0 efeito dos beméis constitutivos) na ordem ascendente; € alteragdes descendentes (beméis, beméis duplos, ¢ bequadros que anulam 0 efeito dos sustenidos constitutivos) na ordem descendente, © nimero de alteragses constitutivas € que indica quais as alteragdes acidentais a empregar. ‘A escala de dé maior no tem nenhuma alteragdo constitutiva. Por isso, as alteragées a empregar na ‘ordem ascendente so 0s cinco primeiros sustenidos (fé, d6, sol, ré, Id), e na ordem descendente os cinco primeiros beméis (si, mi, 16, ré, sol). cromética sic Nos exemplos das escalas crométicas, as semibreves indicam as notas das respectivas escalas diatSnicas. Escala crom. de D6 M. = Na escala de ré maior, que tem dois sustenidos constitutivos (ff e d6), as alteragdes a empregar na ordem ascendente sio os cinco sustenidos que se seguem aos dois constitutivos (sol, ré, 14, mi, si); na ordem descendente.as cinco alteragdes so dois bequadros que anulam os dois sussenidos constitutivos (fa © d6), ¢ os trés primeiros beméis (si, mi, 16 ): Escala crom. de R6 M. Na escala cromética de si maior, que tem dois beméis constitutivos (si ¢ mi), as alteragdes a ‘empregar na ordem ascendente so dois bequadros (que anulam os dois beméis constitutivos), ¢ os trés primeiros sustenidos (Fé, d6, sol); na ordem descendente, as alteragSes a empregar so os cinco beméis que se seguem 20s dois beméis constitutivos (4, ré, sol, d6 fa) Escala crom. de Si b M. Esta teoria é aplicada a todas as escalas maiores, seja qual for 0 seu nimero de alterages constitutivas Quando a escala maior tem mais de duas alteragdes constitutivas (sustenidos ou beméis), é indispensével ‘© emprego de alteragies duplas acidentais: Escala crom. de La M. A SSeS = 4 nino ake o Escala crom. de Si M. ule one Escala crom. de RE} M. Escala crom. de D6 b M. A faculdade de se dividir um tom por duas formas diferentes (alteragdo ascendente do grau inferior ou alteragdo descendente do grau superior) dé origem a que as escalas crométicas possam ser escritas de vérias formas. ‘A methor forma da escala cromética € aquela em que as alteragdes acidentais a fazem afastar menos do tom a que pertence. A alteragio ascendente do 6° grau na escala de d6 maior é 14 sustenido. Ora, Ié sustenido pertence a0 tom de si menor, que é afastado do tom de d6 maior. ‘A alteragio descendente do 5.° grau na mesma escala € sol, que pertence ao tom de ré } maior, também afastado do tom de d6 maior. ‘Substituindo a alteragiio ascendente do 6.° grau (14 { ) pela alteragiio descendente do ¢ substituindo igualmente a alterago descendente do 5.° (sol } ) pela alterago ascendente do obtém-se uma escala cromética mais tonal, isto é, uma escala em que 05 graus que recebem alteragbes se afastam menos do tom primitivo. ote Se Nas escalas crométicas, assim construfdas, empregam-se alteragdes ascendentes na ordem ascendente (excepto no sétimo grau que recebe uma alteracio descendente), e alterages descendentes na ordem descendente (excepto no quarto grau que recebe uma alteragdo ascendente). ‘A melhor forma da escala cromética do modo menor € a que recebe alteragdes ascendentes no 1°, 3. 42, 6° © 72 graus, na ordem ascendente; na ordem descendente, os meios-tons sucedem-se como na estala cromética sua homénima maior: Escala crom. de Dé m. 51 As escalas crométicas, seja qual for a sua forma, devem sempre passar pelos graus diatSnicos que per- tencem ao respectivo tom e modo. © modo das escalas menores 6 pode ser apreciado na escrita. Auditivamente as escalas crométicas maiores sto iguais as menores. Por isso se diz que as escalas crométicas néo tém modo. ‘A escala cromética maior ou menor, seja qual for a sua forma, compreende sempre, nos limites de uma citava, doze meios-tons, sendo cinco eromiticos e sete diat6nicos. RITMO Ritmo € 0 resultado da disposigdo dos valores que representam os sons e os siléncios. Os ritmos fundamentais so dois: bindrio e terndrio. © ritmo € determinado pela acentuago dos sons (tempos ¢ partes fortes ¢ fracas dos tempos ('). ‘A divisio de um tempo em duas partes constitui um ritmo binério. A divisio de um tempo em trés partes constitui um ritmo temétio. Ritmo bindrio: Ritmo temério: (Os diversos valores, que representa os sons ¢ os siléncios, prestam-se as mais variadas combinagbes ritmicas ritmo, que € uma das partes mais importantes da misica, refere-se exclusivamente aos valores, € por isso se fizeram os exemplos precedentes com notas sobre 0 mesmo grau. Com os mesmos valores, quer dizer. com 0 mesmo ritmo, podem constituir-se vérias melodias. © mesmo ritmo dos dois exemplos precedentes: are ert i MELODIA ‘Melodia € uma sucesséo de sons que exprime uma ideia musical, ‘A melodia é 0 resultado da inspirago do compositor. Uma melodia () A scentuagdo obstinada dos tempos fortes consti, em muitos casos, um ero de interpretagdo, Esta matéria nio pode, pela sus ranscendéncia, desenvolverse no estado elementar da musica 52 Outra melodia Nota: bd tratados de melodia, que todos os miisicos (todos os bons misicos) devem conhecer. No entanto, sendo a melodia a espontinea manifestagio da inspiraglo musical, ela pode e deve ter a mais completa liberdade de movimento. ELEMENTOS PARA CONHECER O TOM A QUE A MELODIA PERTENCE ‘A melodia € construfda com as notas pertencentes a determinada tonalidade, £ fécil saber quais os tons que se formam por meio das alterag®es constitutivas, Néo havendo qualquer alteragio na armago da clave, a melodia esté no tom de d6 maior ou no de lé menor; se houver um sustenido, esté no tom de sol M. ou mi m., etc. Como conhecer se uma melodia pertence ao tom do modo maior ou a0 seu relative menor? A forma mais rudimentar de os procurar, € a seguinte: L4 menor Procura-se 0 5.° grau do tom de modo maior, e, se cle estiver alterado meio-tom ascendente, néo seré 0 5.° grau ‘do modo maior, mas sim o 7.° grau, nota sensfvel do seu relativo menor, e por consequéncia a melodia est no modo menor: Se 0 5° grau do tom do modo maior néo estiver alterado, € natural que @ melodia esteja no modo maior: ‘A melodia, em geral, comega ¢ acaba com a ténica, mas também pode comegar e acabar com outros ‘graus. Também pode dar-se 0 caso de no se encontrar na melodia a nota que 0 5.° grau do tom maior e 0 72 do tom menor. (© melhor, em casos idénticos, € entoar a frase, porque o sentimento tonal, se existe, € para isso um auxiliar poderoso. Na melodia que segue, nfo se encontra 0 5 grau do modo maior, nem 0 7.° do seu relativo ‘menor; mas entoando-a, 0 sentimento tonal diz ime- diatamente que esti em 14 menor: Pode também a melodia ter 0 5.° grau do tom do modo maior alterado meio-tom ascendente, ‘sem que essa alteragio destrua o sentimento desse modo: 53 Pode ainda a melodia no ter 0 5.° grau do tom do modo maior alterado e pertencer a0 ‘modo menor. No esquegamos que a escala me- édica, na ordem descendente, nao tem nenhuma alterago: Observagdo: no hé nenhuma regra absoluta que indique o tom e © modo de certas melodias sem acompanhamento: e, para se poder apreciar as que tém, & indispensével saber 1é-l. GENEROS Género € a forma como se sucedem os sons. Os géneros fundamentais so dois: diatdnico e cromético (*). © género diaténico € formado por tons € meios-tons diaténicos, tendo por base a escala diat6nica. Melodia formada com as notas da escala de ré maior, e, portanto, do género diat6nico: © género cromético € formado por meios-tons diaténicos e crométicos, tendo por base a escala cromética, Melodia formada com as notas da escala cromética de d6 maior, e, por- tanto, do género cromético. Os géneros diat6nico e cromético podem suceder-se no decurso de qualquer melodia ou frase melédica. Obtém-se, assim, um terceiro género que se chama ‘sénero misto: ENARMONIA - TEMPERAMENTO ‘Cada tom compée-se de nove pequenas partes que se chamam comas e que se repartem pelos dois meios- tons, dando quatro a0 diaténico ¢ cinco ao cromitico: 172 tom cromético $ comas | |? tom diaténico 1? tom diat6 122 tom cromatico 5 comas Seomas | | Pelo exposto se vé que o dé sustenido & mais elevado do que 0 ré bemol. Nao s6 pela analogia dessas notas, mas ainda pela enorme complicagio que seria ocasionada pela producdo exacta destes sons em certos (©) Maitos autores consideram a enarmonia como género instrumentos, concebeu-se um meio de afinar esses instrumentos de maneira que o tom pudesse ser dividido em dois meios-tons iguais, fundindo os dois sons num 56, que, conforme as circunstancias, se chamaré dé sustenido ou ré bemol. Esta ligeira modificagio, que se dé na afinago rigorosa dos intervalos, chama-se temperamento. A faculdade de passar do ré bemol a0 dé sustenido, ou vice-versa, sem modificar 0 som, chama-se ‘enarmonia, 08 homofonia, Enarmonia ou homofonia, ¢, pois, a coincidéncia entre notas de nomes diferentes, que representam © mesmo som (’) be Assim, as notas deste fragmento i enarmonizam com = ie ee =H ‘As notas enarménicas sio as seguintes: Podem-se fazer vérias enarmonias com alteracdes duplas, que ndo tém aplicagio na prética: ESCALAS ENARMONICAS Para se achar 0 niimero méximo de escalas € necessério: Tomar como ténica cada uma das sete notas naturais, d6, ré, mi, {4 sol, If, si 2° — Tomar como t6nica cada uma das mesmas notas sustenizadas. Tomar como t6nica cada uma das mesmas notas bemolizadas. Organizam-se desta forma vinte e uma escalas do modo maior, que, somadas a igual niimero de escalas relativas menores, perfazem um total de quarenta e duas. Para se organizarem todas estas escalas, € preciso empregar como alteragées constitutivas um bemol duplo, para a escala de f4 b maior, cinco sustenidos duplos, para a escala de si $ maior. Na escala de sol menor (relativa de si $ maior) tem de se fazer uso de um sustenido triplicado para alterar ascendentemente o 7° grau. Embora se fagam exercicios tebricos com 0 nimero de alteragées constitutivas indicado no perfodo anterior, na prética nunca se estabelece qualquer tonalidade com alteragdes duplas. Com o emprego das alteragées simples, obtém-se trinta escalas, incluindo as que séo formadas sem alteragdes (d6 M. € 14 m). AAs trinta escalas so ainda, praticamente, reduzidas a vinte e quatro, porque seis delas so enarménicas de outras seis Da soma das alteragées constitutivas das escalas que enarmonizam, obtém-se um total de doze, ‘A eescala formada com sete sustenidos enarmoniza com a que é formada com cinco beméis; a que é formada com seis sustenidos enarmoniza com a que & formada com seis beméis, etc. (€) Duas nots enarménicas tocam-se na mesma tecla do piano. 55 bof M cenarmoniza com Re bM. rep. caaroniza com sot b M. sig. enarmoniza com D6 b M. utm eaarmotiza com sibm: | 2 | soi m. a oe 56 COMPASSOS (Continuagao) Existem muitos compassos além daqueles que jé sio conhecidos. AAs fracgdes indicam sempre os valores que 0s preenchem. ‘A forma de encontrar os compassos de tempos de divisio ternéria correspondentes aos de tempos de ivisio binfria, ou vice-versa, € igual para todos. COMPASSOS DE TEMPOS DE DIVISAO BINARIA A DOIS, A TRES E A QUATRO TEMPOS E SEUS CORRESPONDENTES DE TEMPOS DE DIVISAO TERNARIA COMPASSOS DE TEMPOS COMPASSOS DE TEMPOS DE DIVISAO BINARIA DE DIVISAO TERNARIA BINARIOS TERNARIOS 37 QUATERNARIOS Pela simples modificagio ortogréfica, pode a miisica ser escrita em vérios compassos de determinada espécie, sem que isso modifique 0 seu efeito auditivo. ‘Compasso de tempos de divisdo bindria: Do mesmo efeito auditivo que o exemplo precedente: Compasso de tempos de divisio terndria: Do mesmo efeito auditivo que 0 exemplo precedente: 58 Também h4 compassos de um tempo: so os compassos de ; e de. que se preenchem respectivamente com uma minima e uma semfnima. Os tempos estes. compassos so de divisio binéria: COMPASSOS MISTOS Compassos mistos sio aqueles que resultam da jungto de dois ou mais compassos. s compassos mistos slo: de 7 € de 9 © compasso de se ‘isto quando é o resultado da jungao do compasso de de ‘outro, te? Esta combinagio pode fazer-se inversamente, quer dizer, 0 compasso de 7 seguido do compasso 4 Algumas vezes aparece uma linha ponteada para indicar qualquer dos compassos deve marcar-se primeiro: © compasso de tempos de divisio temnéria de s correspondente a0 compasso de tempos de divisio binéria de § foi experimentado com povco érito. © compasso de 7 € 0 resultado da jungio do compo de 4 seio do comps de 3: © compasso de % & 2 junglo do compasso 2. de # seguido dos compassos de 3 € de (Os tempos fortes nos compassos mistos sfo os primeiros tempos dos compassos que se juntam. Assim, isl csnases 2) ‘0s tempos fortes sfio: 0 1." omnes et) © primeiro do compasso de 3 ao primeiro do compasso de 7 Estes compassos, em verdade, nfo so a cinco, nem a sete, nem a nove tempos; para o serem era preciso ue cada um deles tivesse, como todos os outros compass0s, um 56 tempo forte: o 1.”. Portanto, estes compassos mistos no passam de compassos et ge 3 atemados, ‘no constituindo, por isso, qualquer nova combinagao ritmica. ‘Ao compasso de § € uso chamar-se compasso quindro, Para ser um compasso quinésio € preciso, como {jf se compreenden, ter uma acentuagto quinéria. Neste caso deixa de ser compasso misto. Os compassos de tempos de divisio teméria correspondentes aos de tempos de divisio binéria de 7 respectivamente de 4 4° 9 ey © de 7} no aparece na pritica. 59 COMPASSO de 1? 10 © compasso deg. divide-se em dois tempos iguais, sendo cada um preenchido com cinco coleheias. A acentuagdo ritmica dos seus tempos €, portanto, quinéria. Este compasso € oriundo das provincias vascas, de Espanha, onde o aplicam em bailados e cangdes regionais, ¢ 0 denominam compasso zortzico. QUIALTERAS (Continuagao) ‘As modificagdes na divisdo normal dos valores para a obtencdo das quidlteras, tanto pode aplicar-se a ‘um compasso, como as divisées © subdivisdes dos valores que os preenchem. {Um compassso de “ preenchido com uma trés-quisiteras e ep poof 4 ref 3 4 itr 1) » d 7 Dois tempos do mesmo compassso preenchidos com uma trés-quidlteras: ‘Um tempo preenchido com uma trés-quidlteras: Meio-tempo preenchido com uma trés-quislteras: ' ww we ww ow ste ne Um quarto de tempo preenchido com uma trés-quidlteras: Existem muitos grupos de figuras que constituem quiiteras que ainda ndo conhecemos. H. Leonard, o grande mestre de violino, escreveu nos seus Estudos Classicos grupos de vinte ¢ uma, vinte e nove, trinta e uma, trinta e trés € trinta e seis quiditeras. ‘Vejamos, pois, as regras para o seu emprego. Quando um valor de divisio binéria se divide em quiélteras, o ntimero de figuras em que ele € divisivel ‘qumenta sempre. A diferenga entre 0 niimero normal de figuras, em que um valor de divisio binéria é dividido ¢ 0 nimero normal de figuras de valor imediatamente inferior, pode ser preenchido por quidlteras. Valor de divistio bindria: dividido em valores normais: aumentou o nimero de figuras da mesma espécie: ‘Valores normais: aumento 0 ndémero de figuras da mesma espécie: idem: idem: Valores normais: aumentou 0 niimero de figuras da mesma espécie: J tt ctr tates lebecfeelelevealeale! ‘Quando um valor de divisio teméria se divide em quidlteras, 0 nimero de figuras em que ele € divisivel diminui sempre. AA diferenga entre 0 numero normal de figuras em que um valor de divisio teméria € dividido e o nimero normal de figuras de valor imediatamente superior, pode ser preenchido por quidlteras. Valor de divisio teméria: dividido em valores normais: diminui 0 nimero de figuras da mesma espécie: Valores normais: diminui o niimero de figuras da mesma espécie: idem: Valores normais: diminui o nimero de figuras da mesma espécie: d. Celababababababafefef 61 INTERVALOS COMPOSTOS ESCALA COMPOSTA Intervalos compostos so aqueles que excedem a 8* justa s intervalos compostos derivam dos simples. s intervalos compostos conservam a qualificagio dos simples. Se 0 intervalo simples € menor, 0 seu derivado composto também menor. Se 0 intervalo simples € maior, 0 seu derivado composto é também maior. Se 0s intervalos simples sio diminutos, justos ou aumentados, os seus derivados compostos so igualmente diminutos, justos ou aumentados. Para qualificar um intervalo composto, procede-se da forma seguinte: qualifica-se primeiro o intervalo simples ¢ soma-se a oitava ou oitavas que o transformaram em composto; essa oitava ou oitavas sio sempre somadas como sétimas; porque, sendo somadas como oitavas, a nota, que forma o intervalo simples, era contada duas vezes. M, D6 a ré, intervalo simples de 2." maior; ré a r6, intervalo de 8.* que, nestes casos, se conta como 7.*; portanto: 2M. 2 M474 = 9" Mz 4* aumentada +7." = 11." aumentada: 4* aumentada 122 justa Se justa +7." = 12 justa: S* diminuta +7* +7" = 19* diminuta: 62 maior +7 47: © 61M. Para conhecer qual € o intervalo simples que deu origem 20 composto, basta subtrair ao intervalo composto as oitavas necessérias (que se contam por sétimas), para que nfo exceda a oitava justa, Os intervalos compostos nio se invertem. Escala composta ¢ a que se compe de duas ou mais oitavas. Escala composta (teés oitavas): CLAVES (Continuagao) A clave, nio s6 dé 0 nome as notas, mas também determina com exactido o grau, mais ou menos elevado, dos sons que elas representam. Hi trés espécies de claves: clave de fi de dé e de sol. A clave de f& tem duas posigdes: na 3." ¢ na 4* linhas. ‘A clave de dé tem quatro posigdes: na 1, na 2" na 3+ e na 4" tinhas. A clave de sol tem duas posigées: na 1 € na 2* linhas. As claves tém, portanto, a0 todo, oito posigdes. A posigdo que as claves ocupam distingue-se pelas seguintes formas: a linha, em que se coloca a clave de f8, fica no meio dos pontos que a acompanham. Clave de fa Clave de f§ = a a —— A linha em que se coloca a clave de dé, fica ao centro da clave. Clave de 46 Clave de 46 na 4," Tinha: R=— na 1 linha: y= A linha, em que se coloca a clave de sol, € envolvida pela parte central da clave. Clave de sol Clave de sol As claves, seja qual for a posigo que ocupam, dao sempre 0 seu nome & nota que thes corresponder na mesma linha, As outras notas tomam os nomes que hes competirem pelas posigées que ocuparem em relacio Aquela: a6. we mi Fa, sol Md si a6 a a a a sib we mi fe wh Sd sib SSS = Do re mi fa sols si a Dore mi fe ol ib sis a ee a sis ‘A clave, em que as notas representam sons mais graves, ¢ a de ff na 4 linha. Partindo desta clave Para aquelas em que as nolas representam sons mais agudos, encontram-se, por ordem ascendente, as claves de ff na 3°, d6 na 4%, d6 na 3, d6 na 2%, d6 na 14, sol na 2* e sol na L* linhas. © iintervalo formado entre as claves contfguas € sempre de terceira: Fo La Dé Mi Sol Si RE Fa SSS E = os 4 Ss As notas da clave de ff na 4." linha tem o mesmo nome que as da clave de sol na 1* linha, mas no Tepresentam os mesmos sons; entre estas duas claves, existe o intervalo de duas oitavas (15.* justa): 1s Os mesmos sons transcritos para a clave de sol na 2." linha: Para qualificar os intervalos obtidos pelas claves, toma-se como termo de comparagio um d6, a que se dé 0 nome de dé central. —— Em todas as claves, 0 d6 central é unfssono a0 dé que se encontra no centro de y==_ duas pautas, quando na pauta inferior esté a clave de f4 na 4 linha, ¢ na superior a clave de sol na 2* linha: D6 central em todas as claves Pelo quadro seguinte também se vé com toda a clareza a relagdo que existe entre as vérias claves. ‘As notas sobrepostas representam unfssonos: ‘A. qualificagao dos intervalos obtidos pelas claves, com excepgdo do intervalo formado pelas claves extremas — que € invaridvel ~ depende dos graus que as notas ocupam: 2m. 32M. Thm. 73M. 97m. 9oM, 11 justa 11" aum. 13m, 134M. 15. justa 152 justa INTERVALOS CONSONANTES E DISSONANTES s intervalos harménicos sio de duas espécies: consonantes e dissonantes. s intervalos consonantes dividem-se em consonantes varidveis © consonantes invaridveis. ‘So consonantes variéveis por mudarem de qualificagio, sem perderem o carécter consonante, 08 intervalos de 3+ € 6+ menores ¢ maiores. ‘Sto consonantes invaridveis os intervalos de 4%, 54 © 8 justas: = = Todos os intervalos no inclufdos nos consonantes, como os intervalos de 2." ¢ 7.*, e ainda os aumentados ¢ diminutos, séo dissonantes. s intervalos compostos tém a mesma denominagdo dos simples. Se o intervalo simples é consonante, © seu derivado composto também & consonante. Se o intervalo simples é, dissonante, 0 seu derivado composto também € dissonante. TRANSFORMACAO DOS INTERVALOS INTERVALOS DIMINUTOS E AUMENTADOS Qualquer intervalo pode sofrer uma ou mais transformagées. As transformagSes nos intervalos dio-se: pela alteracdo (ascendente ou descendente) da nota inferior; pela alteragdo (ascendente ou descendente) da nota superior; pelas alteragdes simultiineas (ascendentes ou descendentes) das duas notas que o formam. A alteragio ou alterages das notas, que limitam os intervalos, provocam a subiracedo ou adigdo de um ow mais meios-tons crométicos. A alteragao ascendente da nota inferior do intervalo encurta-o, subtraindo-Ihe meio-tom: A alteragio descendente da nota superior do intervalo também 0 encurta, substraindo-Ihe meio-tom: A alteragio ascendente da nota superior do intervalo alarga-o, adicionando-lhe meio-tom: A alteragio descendente da nota inferior do intervalo também o alarga, adicionando-the meio-tom: As alteragdes simultineas, ascendentes da nota inferior e descendenle da nota superior, encurtam o intervalo, subtraindo-Ihe dois meios-tons: As alteragdes simultaneas, descendente da nota inferior ¢ ascendente da nota superior, alargam o intervalo adicionando-the dois meios-tons: As alteragdes simultineas, mas da mesma espécie, aplicadas as duas notas, néo modificam a estrutura do intervalo: Embora na pritica nfo seja corrente 0 seu emprego, os intervalos podem também transformar-se em ‘sobre-aumentados © subdiminutos. Todo © intervalo aumentado, a que se adicione meio-tom, transforma-se em sobre-aumentado. Todo © intervalo diminuto, a que se subtraia meio-tom, transforma-se em subdiminuto. Da inversdo de um intervalo sobre-aumentado resulta um intervalo subdiminuto; da inversio de um intervalo subdiminuto resulta um intervalo sobre-aumentado. Invergao Adicionar meio-tom diat6nico a qualquer intervalo é adicionar-Ihe um novo graw; se 0 intervalo & de 2." passa a ser de 34, se 6 de 3. passa a set de 4% ete: Subtrair meio-tom diat6nico a qualquer intervalo é subtrair-Ihe um grau; se o intervalo € de 6. passa a ser de 54 se € de 5.* passa a ser de 44 ete. INTERVALOS ALTERADOS Intervalos alterados sio aqueles que se formam com notas que nfo podem pertencer a uma escala diaténica. Os intervalos alterados também podem denominar-se intervalos cromdticos, porque nfo se podem obter sem o emprego de uma ou mais alteragdes. 61 Os intervalos alterados sio: Meio-tom cromitico. Sexta aumentada. Segunda diminuta. Sétima aumentada. Terceira diminuta. Oitava diminuta. Terveira aumentada. Oitava aumentada, Sexta diminuta Os intervalos nio mencionados encontram-se todos nas escalas diat6nicas maior e menor. Todos os intervalos, sobre-aumentados ou subdiminutos, slo igualmente intervalos alterados. QUADRO DOS INTERVALOS COM A RESPECTIVA COMPOSICAO DE CADA UM Na contagem dos tons ¢ meios-tons que compdem os intervalos, dois meios-tons de espécies diferentes (um cromético e outro diaténico) somam um tom, Dois meios-tons da mesma espécie, por terem mesmo néimero de comas, no podem somar-se. a tom crom, ase.: 12 tom crom, dese.: SEGUNDAS menor maior aumentada ‘enarmonia ‘meio-tom um tom ‘um tome meio TERCEIRAS ° diminuta menor ‘maior aumentada dois meios-tons ‘um tom e meio dois tons dois tons e meio QUARTAS dimminuta justa aumentada ‘um tom e dois meios-tons dois tons meio ts tons QUINTAS diminuta Justa aumentada dois tons e dois meios-tons tt@s tons e meio {quatro tons SEXTAS menor maior aumentada dois tons e trés meios-tons trés tons e dois meios-tons quatro tons € meio cinco tons OITAVAS diminuta ‘menor maior aumentada ‘quatro tons e dois ‘meios-tons SETIMAS justa aumentada tis tons e trés meios-tons cinco tons e meio seis tons indica uma acentuagao suave, e este A uma acentuago mais forte. Quando um sinal de acentuago tem um ponto no meio, 0 som & acentuado e destacado: A palavra tenuto (em abreviatura ten.) indica que o valor da nota, a que esté aplicada, deve ser mais protongado: Po Acentuar, reforgar ou esforgar um som no quer dizer que a sua emissio seja fortissima, As acentuagées so feitas em relagdo ao grau de intensidade do trecho que se executa. Na execugdo de um trecho em pianfssimo, qualquer acentuagéo deve set em piano, ou, quando muito, em meio-forte. As acentuagBes num trecho em piano serio meio-fortes, ou fortes, etc. Quando um trecho tem igual articulagao durante muitos compassos, indica-se a articulagfo no Primeiro ¢ escreve-se a palavra italiana simile, que significa semelhante, para indicar que a articulago do primeiro ‘compasso continua nos compassos seguintes: simile ‘As articulagdes so, muitas vezes, indicadas por palavras italianas e por ‘sinais; as palavras mais usadas sto as seguintes: Legato significa ligado. Legatissimo "muito ligado, Staccato "— destacado, Staccatissimo "muito destacado Marcato " marcado. Leggiero " ligeito (com leveza). Sforzando (em abrev. sfé) "—esforgando. Rinforzando (em abrv. rinf) " reforgando. ANDAMENTOS (Continuaga0) Os andamentos sio muitas vezes ligeiramente modificados por palavras que se juntam Aquelas que 0s indicam. ‘As mais usadas sto as seguin Agitato significa agitado, Animato animado. Assai "muito. Cantabile " metodioso. ‘Comodo * e6modo. Con fuoco "com vigor. Con moto significa com movimento. Deciso "— decidido. Energico "—— enérgico. Giusto justo. Grave grave. Maestoso majestoso. Ma non tropo "mas no muito. Moderato " moderado. Molto "muito. Molto pit "muito: mais. Mosso "—— movido. Poco "_- pouco. Pomposo " pomposo. Quasi ” quase. Religioso " religioso. Risoluto " resoluto. Sostenuto " — sustentado. Tanto "tanto, Tranguilo *— tranguito. Troppo "muito. Un poco pit “wm pouco mais. Pia mosso "mais depressa. Exemplos da jungéo de palavras: allegro moderato; allegro ma non troppo; allegro molto, etc. (Os andamentos também sio modificados passageiramente no decorrer de um trecho. As palavras empregadas para esse fim sto; Para retardar 0 andamento: Allargando (em abrev. allarg.) significa alargando. Rallentando (em abrev. rall) * afrouxando. Ritardando (em abrev. ritard.) * — retardando. Ritenuto (em abrev. riten.) "retido Slargando (em abrev. slarg.) "— alargando. Para apressar 0 andamento: Accelerando (em abrev. accel.) significa apressando. Affrettando (em abrev. affret.) * ——apressando. ‘Animando animando. Incalzando indo ao encalgo. Stretto "cerrado. Stringendo (em abrev. string.) "— apertando. Para tornar 0 andamento momentaneamente li Ad libitum () (em abrev. ad, lib.) significa & vontade. A piacere * idem. Rubato “sem rigor de compasso. Senza tempo () Bxpressto latina, 81 utras palavras se empregam para retomar o andamento: A tempo significa a tempo. 1° tempo " — primeiro andamento, Tempo "a tempo. Tempo primo " — primeiro andamento. Muitas vezes as palavras rallentando, ritardando, stringendo, animando e accelerando, so seguidas ou precedidas das palavras poco a poco; querem dizet que a mudanga de andamento se faz pouco a pouco. Rallentando ou ritardando indicam afrouxamento no andamento, mas de uma forma pouco pronunciada. Ritenuto indica afrouxamento muito pronunciado. So usadas muitas outras palavras italianas que nfo modificam os andamentos, mas indicam 0 cardcter da misica, € a0. mesmo tempo o sentimento com que se deve interpretar. ‘As que mais se usam sio as seguintes: Affetuoso significa afectuoso. Amoroso amoroso Appassionato " — apaixonado, Ardento " ardente. Brillante "~— brithante, Brioso " airoso. Capriccioso " —caprichoso. Con allegrezza "com alegria. Con anima "com alma. Con bravura "com bravura. Con brio "com viveza. Con delicatezza "com delicadeza. Con dolore "com dor. Con expressione "com expressio. Con grazia "com graga. Con gusto "com gosto. Con spirito "com espirito. Con tenerezza "com ternura Delicatamente " delicadamente Disperato " — desesperado, Dolce "suave. Dolcissimo * muito suave Doloroso " doloroso. Dramatico " dramético, Expressivo " expressivo. Giocoso "alegre. Grazioso " gracioso. Imperioso " — imperioso. Malincolico ". melancélico. Mesto "triste. ‘Scherzando * — brincando, Semplice "simples. Teneramente " termamente, Tristamente " tristemente, Os andamentos so indicados como no comego dos trechos de misica, Quando um trecho € de igual andamento ao de certos trechos caracteristicos, como a valsa, o minuete, a marcha, etc., no lugar das palavras que indicam os andamentos é frequente ver-se: tempo di valsa, tempo di minuetto, tempo di marcia, etc. Além das modificagdes passageiras que j4 conhecemos, os andamentos podem, dentro do mesmo trecho, mudar de uma forma definitiva. Um trecho, que comece, por exemplo, em andante, pode ter virias mudangas de andamento no seu decurso (largo, vivo, presto, etc.) acabar noutro andamento qualquer. 82 MODOS GREGORIANOS ‘Além das escalas do modo maior e do modo menor (ou modos cléssicos) outras se podem formar; silo as escalas dos modos gregorianos ('). Para se obterem as escalas modelo dos modos gregorianos, tomam-se sucessivamente, como t6nica de cada modo, as notas ré, mi, f6, sol, If e si, formando-se a escala com as notas a que habitualmente chamamos naturis, isto & as notas das teclas brancas do piano. Estas escalas diferenciam-se pela colocago dos ineios-tons, ‘Modo de ré Modo de mi Modo de f& (escala modelo) (escala modelo) (escala modelo) 7 — (aio tem nome grego) (Dério dos gregos) (Hipolidio dos. gregos) Modo de sol Modo de 4 Modo de si (escala modelo) (escala modelo) (escala modelo) (ipotriglo dos gregos) (Hlipedérico dos greg0s) (io tem nome grego) Em todas estas escalas, 0 1.° grau desempenha as fungdes de ténica, e 0 ‘modo de si, as de dominante. Na escala do modo de si, uns historiadores atribuem as fungdes de dominante a0 4.°, ¢ outros 20 52 grav, As escalas dos modos gregorianos, reproduzem-se a partir de qualquer grau, com a condigdo de manter a uniformidade na sucesso dos tons € meios-tons, conforme a escala modelo de cada modo (tal qual como nas escalas do modo maior ¢ menor). 2, excepto na escala do Vejamos a escala do modo de ré, tom de fé: es O mesmo modo de ré, mas tom de mi: — ner bos A escala do modo de If, tom de sol: ono Ormeme male eon ses F = ae () Estes modos chamam-se gregoranos por ter sido o papa S. Gregétio © Grande que, 90 século VI, regulamentou sua sdopyfo. (0s modos pregorianos foram banidos do sistema musical na Europa no séc. XVI, © adoptados, em sua substinigSo, o modo maior © 0 modo menor. ‘Grandes mestres, como Lisct, Fauré, Debussy © M. de Palla izeram excelente misca utlizando os modos gregorianos. @) A excala do modo de si nio era usada na Europa, mas sim no Extremo Oriente, na Idade- Média. 83 Na demonstragio que segue, tomou-se a mesma nota como tnica para todas as escalas, para que bem ressaltem as diferengas que distinguem a sua formagio em todos os modos (gregorianos © clAssicos). ESCALAS DOS MODOS GREGORIANOS Modo de Ré = igual na ordem descendente tom de ron aa ee tom de lé: Modo de F4 > oom om tom de 14: Modo de Sol = sw oe . tom de 14: Modo de La = now ” ” escala modelo Modo de Si pry — OS ” tom de 14: ESCALAS DOS MODOS CLASSICOS ‘Modo maior > igual na ordem descendente tom de lé: 2 Modo menor se tom de 1é: _o Modo menor te. fom de lé: METRONOMO ‘As palavras no podem indicar os andamentos de uma forma absoluta. De individuo para individuo, hé ‘modificagdes na interpretago dos andamentos. (Os compositores, para que as suas obras sejam executadas rigorosamente nos andamentos em que as imaginam, servem-se de um aparelho de preciso chamado metrénomo. Este aparelho tem uma escala numerada, sobre a qual oscila um péndulo provido de um regulador. Acertando-se o regulador sobre 0 niimero 80 e pondo-o em movimento, 0 péndulo dé 80 oscilagées mum minuto. Acer- tando-o sobre 0 nimero 120, dé 120 oscilagdes num minuto, etc. Cada oscilago do péndulo correspondente sempre & figura que se escreve junto da marcagio metronémica. Assim, a marcagéo metronémica (em abreviatura M.M.) ¢ = 80 quer dizer que cada oscilago do péndulo corresponde a uma seminima, e que devem ser executadas 80 seminimas (ou valores equivalentes) durante um minuto. ‘AM. M.d = 80 quer dizer qua cada oscilagéo do péndulo corresponde ‘a uma mfnima, ¢ que devem ser executadas 80 minimas (ou valores equivalentes) to, sum A MM. d = 80 quer dizer que cada oscilagao do péndulo corresponde a uma seminima com um ponto de aumentagao, e que devem ser executadas 80 seminimas com um ponto de aumentagao (ou valores equivalentes) durante um minuto. Na MM. ¢ 120 so executadas 120 seminimas durante um minuto. Na MM. = 176 séo executadas 176 colcheias durante um minuto, etc. ‘A escala numerada do metrénomo comega em 40 ¢ acaba em 208 oscilagdes. Nas mudangas de compasso, também se empregam indicages metronémicas. Quando, na mudanga de um compasso as figuras continuam a ter a mesma duragio que tinham no compasso anterior, a indicacio metrondmica :o=0; d=did-—daid=did=d. ote ‘A indicagdo metronémica J = o quer dizer que, a partir do compasso onde est4 colocada, a semfnima tem duragdo igual A mfnima do compasso anterior: ded De notagao diferente, mas do mesmo efeito auditiv que ‘© exemplo precedente: Note-se que nestas indicagSes metronémicas, « primeira figura refere-se ao compasso para que se muda, € a segunda refere-se a0 compasso que se deixa. ‘Quando se passa de um compasso, cujos tempos séo de divisio binéria, para outro, cujos tempos sio de divisio teméria, com 0 mesmo andamento ¢ igual figura como unidade de tempo, a indicagio metronémica & dadidadidad, a. Quando se passa de um compasso, cujos tempos sfo de divisio ternéria, para outro, cujos tempos so de divisio bindria, com 0 mesmo andamento ¢ igual figura como unidade de tempo, a indicagdo metronémica é dadadadadad, at 85 © mesmo movimento. Stesso tempo ou Uistesso tempo signifi Stesso tempo Stess0 tempo As palavras stesso tempo, do exemplo precedente, podem ser substitufdas pelas indicagées metronémicas se- guintes: De notagao diferente, ‘mas do mesmo efeito auditivo que os exemplos precedentes: ORNAMENTOS Ornamentos sio notas ou grupos de notas que se empregam para imprimir mais graca e mais beleza & melodia. ‘As notas de omamento sio escritas em caracteres mais pequenos junto das notas principais da melodia, ou indicadas por sinais convencionais. ‘Notas principais da melodia, ou simplesmente notas principais, sio aquelas que formam a melodia. ‘A execucio dos ornamentos faz-se & custa do valor das notas principais ou das pausas. Todos os compassos devem, portanto, ser integralmente preenchidos com os valores das notas principais da melodia, isto é, da mesma forma que se faria, se as notas de omamento nio existissem: De uma forma geral, 0 valor das notas de omamento no esté rigorosamente determinado. O valor que se Ihes atribui depende do gosto de executante, do carécter da miisica e do andamento em que 6 executada. Os omamentos sio: apogiatura, grupeto, mordente, trilo e condugdo melddica. ‘Com excepeio das apogiaturas breves, do trilo e de algumas condugses melédicas, os compositores ‘modernos preferem escrever os omamentos na notago ordindria, determinando-Ihes rigoroso valor. Apogiatura: esta palavra € o aportuguesamento da palavra italiana appoggiatura, que significa apoio, A apogiatura diz-se superior, quando a nota que o grau imediatamente superior & nota principal a que sth aplicads, e inferior, quando & formada pelo seu grau imediatamente inferior. ‘A apogiatura pode ser de duas espécies: longa ou breve. ‘A apogiatura breve pode ser simples ou dobrada. ‘A apogiatura longa também pode chamar-se apogiatura expressiva. A apogiatura longa é executada A custa do valor da nota principal a que esté aplicada e tira-the metade do seu valor, se ele for divisivel por dois; se o valor for divisivel por trés, tira-the um ou dois tergos: Execuséo: A apogiatura breve, quer simples quer dobrada, 6 sempre executada com rapidez ¢ A custa do valor da ‘nota principal ou pausa antecedentes. A apogiatura breve, quando é simples, distingue-se da longa por ser atravessada por um trago obliquo: Execugio: F As apogiaturas, longas ou breves, simples ou dobradas, so sempre graus conjuntos das notas principais da melodia a que estio aplicadas. Ndo sendo graus conjuntos, perdem as fungSes de apoio ¢ deixam de ser apogiaturas. Grupeto: esta palavra também 6 0 aportuguesamento da palavre Pequeno grupo. Grupeto € um omamento mel6dico, composto de tr€s ou quatro notas, que antecede ou segue @ nota principal a que esté aplicado: Os grupetos podem escrever-se com os pequenos caracteres proprios dos omamentos (como no exemplo precedente), ou indicar-se por sinais de abreviatura. Quando © grupeto & iniciado pelo grau superior da nota principal, indica-se com este sinal eo © quando 6 iniciado pela nota inferior, o sinal toma a disposicio inversa a2 as eee Significagio: liana gruppetto, que significa © sinal de grupeto colocado depois da nota principal indica que ele € composto de quatro notas e que a sua execuglo € feita depois da nota principal (como no exemplo precedente). 87 sinal de grupeto colocado sobre a nota principal indica que ele € composto de ts notas € que a sua execugio antecede a nota principal. Sais snes See Ss Significagio: © grupeto de trés notas compse-se dos graus conjuntos (superior ¢ inferior), tendo intercalado entre eles 8 prépria nota principal; © grupeto de quatro notas compie-se da mesma forma com a adigo da nota principal, como mostram os exemplos precedentes e seguintes. © intervalo formado entre a nota mais aguda e a mais grave do grupeto (1.* e 3°) pode ser de terceira diminuta ou terceira menor, mas nio deve exceder estes limites, quer o grupeto seja de trés quer seja de quatro notas. Se a nota superior ou inferior do grupeto, ou mesmo as duas, tiverem de ser alteradas, coloca-se a res- pectiva alterago por cima ou por baixo do sinal que o indica. Sinal de abreviatura: a —— A execugio dos grupetos faz-se, geralmente, da forma seguinte: © grupeto de tres motas pode executar-se A custa do valor da nota que o antecede ou segue: a. fp a Sinais de abreviatura: Significagao: Execugdo do gru- peto a custa do valor da nota que 0 antecede: Execugio a custa do valor da nota que o segue: 88 (© grupeto de quatro notas executa-se A custa do valor da nota que o antecede. Sinais de abreviatura: Significagao: Execugio: Quando nota principal da melodia a que esté aplicado um grupeto é seguida de um ponto de aumentago, a quarta nota do grupeto toma o valor desse ponto. Sinais de abreviatura: Le Mordente: mordente é um omamento melédico formado com duas ou quatro notas, cuja execugio precede a nota principal. © mordente, quando formado por duas notas, & simples ou breve; quando formado por quatro, € duplo ‘ou longo, © mordente pode escrever-se com os caracteres préprios dos oramentos, ou indicar-se com este sinal a quando é simples, e com este w quando é duplo. Quando 0s sinais que indicam o mordente no tém qualquer indicago, o mordente € feito com 0 grau conjunto superior da nota principal, ¢ chama-se mordente superior Quando qualquer dos sinais que indicam o mordente esté atravessado perpendicularmente por uma pequena barra, 0 mordente € formado com o grau conjunto inferior da nota principal, ¢ chama-se mordente inferior. (© mordente executa-se A custa do valor da nota a que esté aplicado. Se houver um ov H ou # sob sinal do mordente, a nota que o forma recebe essa alteragfo ” ” + “ . ‘ * ~ 4 Sinais de abreviatura: Execugio: 89 Quando © mordente esta escrito com pequenos caracteres, como no exemplo seguinte, a sua execugéo faz-se, geralmente, como a execugéo da apogiatura dupla, isto é, a custa do valor da nota antecedente. Essa execugio, praticada na parte fraca do tempo, descaracteriza-o: Trilo: O tilo & produzido pelo movimento alternado e répido de duas notas conjuntas: A nota de ormamento empregada no trilo € sempre o grau superior & nota principal da melodia Quando 0 intervalo formado entre a nota principal e grau superior € de um tom, o trilo é maior; quando esse intervalo € de meio-tom o trilo é menor. O trilo indica-se em abreviatura pelas letras tr colocadas sobre @ nota principal. Quando a nota superior tiver de receber alguma alterago, coloca-se 0 respectivo sinal junto das letras de abreviatura. re Ona SS © trilo comega e acaba pela nota principal, como os exemplos acima demonstra, No entanto, é geralmente, precedido © seguido de algumas notas de omamento que the servem de preparagdo e terminagdo: & tr Sinais de abreviatura Execugio: Uma forma de execugio: outra: A duragdo do trilo é representada pelo valor da figura sobre a qual € indicado. Quando o tilo tenha de prolongar-se além do valor de uma s6 figura, devem as letras que o indicam ter como continuago uma linha tremida sobre as notas seguintes, durante 0 valor das quais ele se deve prolongar: i Quando 0 trilo € colocado sobre uma figura de longa duracdo, pode comecar com relativa lentidao e acelerar gradualmente 0 seu movimento. O exemplo que segue dé uma ideia aproximada de um trilo nessas condigées: & Além dos ornamentos jé mencionados, outros hé que se apresentam com as mais variadas formas melédicas. Hé omamentos de uma, duas, trés, quatro, cinco, seis, sete, e mais notas que, pela sua disposigdo, néo podem ser inclufdos no mimeo dos que foram mencionados. Estes omamentos mel6dicos, que podem suceder-se por graus conjuntos ou disjuntos, diaténicos ou crométicos, ascendentes ou descendentes, precedem sempre uma nota principal da melodia. Todos os omamentos nestas condigdes sero aqui englobados nesta dni condugdes melédicas. Condueio melédica é, portanto, uma nota, ou grupo de notas, que precede uma nota principal, mas definigao: que, pela sua disposigio, no pode ser classificada como apogiatura, mordente ou trio. ‘A condugdo mel6dica pode, excepcionalmente, executar-se & custa do valor da figura que a segue, mas a regra geral & executar-se a custa do valor da figura ou pausa antecedentes: ‘Condugées melédicas: Execugao: 1 Execugio excepcional: VALOR DOS ORNAMENTOS DA NOTACAO ORDINARIA Os andamentos obrigam a modificar a notagdo ordindria em que a execugo dos omamentos é feita: ~ Pelo exemplo precedente se vé que os omamentos tém menos valor (valor relativo) nos andamentos Ientos do que nos andamentos vivos. CADENCIA Cadéncia ou suspenséo omamentada € uma sucessio de notas, que formam um ou mais desenhos mel6dicos, depois de uma simples suspensio. Estas reunides de notas podem escrever-se com os pequenos caracteres proprios dos omamentos, ou com 0s caracteres ordinariamente empregados na melodia. Os desenhos melédicos da cadéncia no tém 0 valor rigorosamentt determinado, Durante a sua execugio, feita & vontade do executante, a marcagio do compasso é interrompida: Apesar de ndo estar rigorosamente determinado o valor das figuras que compéem os desenhos melédicos nas condigdes do exemplo precedente, o executante deve procurar distribuir-Ihes valores proporcionais, isto é, distribuir pelas colcheias metade do valor das seminimas; pelas semicolcheias metade do valor das colcheias, € vice-versa, provedendo assim, sempre de uma forma aproximada, com todas as figuras fetta eee 92 PORTAMENTO Portamento é uma forma expressiva de ligar 0s sons. Esta expresso consiste num ligeiro arrastamento do som inicial que se pretende ligar ao seguinte, fazendo ouvir uma infinidade de sons intermadiérios néo definidos, sem se deter em nenhum. Esta forma de ligar os sons é essencialmente privativa dos instrumentos de intonagées livres (violino, violoncelo, voz humana, etc). Embora no possa compreender-se o portamento sem o exemplo prético, quer dizer, sem o ouvir, ‘0 exemplo seguinte poderé dar uma ideia aproximada do seu efeito, tendo em vista que os sons devem ser muito ligados, arrastando a voz ligeiramente do primeiro para 0 segundo som: Efeito aproximado: a” exemplo precedente mostra 0 efeito aproximado do portamento quando ele é praticado por vozes. Quando 6 praticado por instrumentos de arco, 0 seu efeito pode ser o mesmo, mas geralmente nio ¢, pois a nota de curta duragdo que antecede a segunda mfnima 6 substituida por uma nota de audigo quase imperceptivel, cuja escolha 6 doterminada pelas posigdes de que 0 executante se serve ("). Em geral, 0 portamento nao é indicado na escrita. A oportunidade para o seu emprego € escolhida pelo executante. No entanto, ainda que raras vezes, aparece a indicaglio do portamento que, consiste numa linha recta entre as notas em que ele deve praticar-se: Neste caso, nilo se faz um portamento normal, mas sim um portamento excepcionalmente arrastado. © portamento niio € praticével nos instrumentos de intonagées fixas (piano, érgo, harpa, etc.). ARPEJO ‘Arpejo € a execugto sucessiva das notas que fazem parte de um conjunto de sons. Execugio © arpejo € indicado por uma linha tremide junto das notas: Execuglo © arpejo € descendente, se a linha tremida 0 indicar: (©) Nos instumentos de arco 0 executante encurta, com ot dedos da mio esquerda, a extensio natural das cords, ora pars emits sons ‘agudos, ora para faciltar ou dar expressio a certas melodiat. A medida que vai encurtando as cordas, vai mudando de posigdo

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