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ELETRÔNICA DIGITAl I 1

CIRCUITOS COMBINACIONAIS

Os circuitos digitais de um modo geral podem ser divididos em duas categorias principais:

• Circuitos Combinacionais (ou Combinatórios)


• Circuitos Sequenciais

Circuitos Combinacionais são aqueles em que o sinal de saída depende única e exclusivamente
das combinações dos sinais de entrada.
Os circuitos deste tipo não possuem nenhum tipo de memória, ou seja, as saídas não dependem
de nenhum estado anterior do circuito. Os circuitos combinacionais são compostos somente por
portas lógicas.

Outra categoria de circuitos digitais são os que possuem realimentação, ou seja, o sinal de saída
depende não somente dos valores atuais dos sinais de entrada, mas também dos valores de
estados anteriores do circuito. Estes circuitos são denominados circuitos seqüenciais. Os
circuitos seqüenciais possuem, além de portas lógicas, algum tipo de dispositivo de memória.

Exemplos de circuitos combinacionais:

• Codificador
• Decodificador
• Somador
• Comparador
• Gerador de paridade
• Multiplexador
• Demultiplexador

Exemplos de circuitos seqüenciais:

• Contador
• Registrador
• Controlador
• Multiplicador

APLICAÇÃO DE UM SISTEMA DIGITAL

Consideremos como exemplo inicial, o projeto de um sistema digital (Circuito Combinacional)


para controlar o acionamento da ignição de um automóvel com transmissão automática, ativar
um alarme quando as condições estabelecidas não forem satisfeitas, além de mostrar ao
motorista qual a situação, através de um conjunto de leds indicadores existentes no painel do
automóvel.

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ELETRÔNICA DIGITAl I 2

Na figura abaixo temos um diagrama esquemático do sistema:

PA

Sensor do Partida
Câmbio M
AL
Alarme

Sensor do
LM
Freio
Led do
F
Sistema Câmbio
de
P Controle Led do
Sensor da Freio
LF
Porta

Led da
LP Porta
Sensor do C
Cinto
Led do
LC Cinto

O automóvel possui os seguintes sensores, com seus respectivos valores lógicos correspondentes
à cada situação:

⎧ = 1 , posição neutro
Sensor do Câmbio: M⎨
⎩ = 0 , posição diferente de neutro

⎧ = 1 , acionado
Sensor do Freio de Estacionamento: F ⎨
⎩ = 0 , livre

⎧ = 1 , fechada
Sensor da Porta: P⎨
⎩ = 0 , aberta

⎧ = 1 , fechado
Sensor do Cinto de segurança: C⎨
⎩ = 0 , aberto

Ao ser acionada a ignição, os seguintes requisitos devem ser obedecidos para que a partida seja
efetivada:

• a) Para dar a partida, o câmbio deve estar na posição neutro. Caso não esteja soar o
alarme e acender o LED correspondente ao câmbio no painel
• b) Se a porta estiver aberta, a partida será dada somente se o freio de estacionamento
estiver acionado. Caso não esteja, soar o alarme e acender o LED correspondente.
• c) Se o cinto de segurança estiver aberto, será acionada a partida, porém o alarme
deverá soar e o LED correspondente ao cinto deverá acender.

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ELETRÔNICA DIGITAl I 3

As tabelas verdade correspondentes ao sistema proposto estão mostradas abaixo:

M F P C PA AL LM LF LP LC
0 0 0 0 0 1 1 1 1 1
0 0 0 1 0 1 1 1 1 0
0 0 1 0 0 1 1 1 0 1
0 0 1 1 0 1 1 1 0 0
0 1 0 0 0 1 1 0 1 1
0 1 0 1 0 1 1 0 1 0
0 1 1 0 0 1 1 0 0 1
0 1 1 1 0 1 1 0 0 0
1 0 0 0 0 1 0 1 1 1
1 0 0 1 0 1 0 1 1 0
1 0 1 0 1 1 0 1 0 1
1 0 1 1 1 0 0 1 0 0
1 1 0 0 1 1 0 0 1 1
1 1 0 1 1 1 0 0 1 0
1 1 1 0 1 1 0 0 0 1
1 1 1 1 1 0 0 0 0 0

As funções lógicas para o acionamento da partida e para o alarme são, respectivamente:

PA = Σ(10,11,12,13,14,15)

AL = Σ(0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,12,13,14)

Utilizando o mapa de Karnaugh para encontrar a expressão mínima das funções, temos:

M M

1 1 1 1 1

1 1 1 1 1
C C
1 1 1 1
P P
1 1 1 1 1 1

F B

PA = MF + MP AL = M + P + C

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As funções correspondentes ao acionamento dos LED’s no painel são as seguintes:

LM = M

LF = F

LP = P

LC = C

O circuito combinacional que realiza as funções encontradas acima é o seguinte:

M F P C

PA

AL

LM

LF
LP

LC

A implementação física do circuito pode ser feita de várias maneiras, a saber:

• Projeto de circuito integrado específico (microeletrônica)


• Utilização de Dispositivo de Lógica Programável (PLD)
• Montagem a partir de componentes discretos

Exemplos de componentes discretos disponíveis comercialmente:

• 7400: 4 portas NAND de 2 entradas


• 7402: 4 portas NOR de 2 entradas
• 7404: 6 portas NÃO
• 7408: 4 portas E de 2 entradas
• 7410: 3 portas NAND de 3 entradas

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• 7411: 3 portas E de 3 entradas


• 7420: 2 portas NAND de 4 entradas
• 7421: 2 portas E de 4 entradas
• 7427: 3 portas NOR de 3 entradas
• 7430: 1 porta NAND de 8 entradas
• 7432: 4 portas OU de 2 entradas
• 7486: 4 portas XOR

Níveis Lógicos

Nos circuitos digitais, os dois valores possíveis para as variáveis lógicas são representados por
dois níveis diferentes de tensão. Em uma lógica positiva, o bit “1” é representado por um nível
alto de tensão, enquanto o bit “0” é representado por um nível baixo de tensão.

Assim: Tensão alta (high) = 1,


Tensão baixa (low) =0

Os níveis de tensão utilizados para representar os valores lógicos 1 e 0 são chamados níveis
lógicos. Numa situação ideal, um nível de tensão representa a condição “alta” e outro nível de
tensão representa a condição “baixa”.

Na prática, a condição “alta” pode ser representada por um valor de tensão situado entre um valor
mínimo e um valor máximo especificado para aquela condição. Da mesma forma, a condição
“baixa” pode ser representado por uma valor de tensão entre o mínimo e o máximo especificado.

Na figura abaixo, está representada esta situação:

Níveis Lógicos

VHmax
Tensão “alta”
bit “1”
VHmin
Indefinido
VLmax
Tensão
“baixa”
VLmin

Os valores VHMax, VHmin, VLmax e VLmin dependem da tecnologia utilizada no circuito.

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Níveis Lógicos para a família TTL

Para os dispositivos da família TTL, os valores limites dos níveis lógicos estão mostrados na
figura abaixo:

Níveis Lógicos TTL


5,0V VIHmax 5,0V VOHmax

VIH VOH
Nível alto -“1” Nível alto -“1”
2,4V VOHmin
2,0V VIHmin
Indefinido Indefinido
0,8V VILmax
VIL 0,4V VOLmax
Nível baixo - “0” VOL Nível baixo - “0”
0,0V VILmin 0,0V VOLmin

ENTRADA SAÍDA

Níveis Lógicos para a família CMOS

Considerando uma tensão de alimentação de 5V, os valores limites dos níveis lógicos para os
dispositivos da família CMOS estão mostrados na figura abaixo:

Níveis Lógicos CMOS

5,0V VIHmax 5,0V VOHmax


VOH Nível alto -“1
Nível alto -“1” 4,9V VOHmi
VIH
3,5V VIHmin

Indefinido Indefinido

1,5V VILmax
VIL
Nível baixo - “0” 0,1V VOLmax
VOL Nível baixo - “0”
0,0V VILmin 0,0V VOLmin

ENTRADA SAÍDA

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Sinais Digitais

Os sinais digitais são formados por uma seqüência valores altos e baixos de tensão, os quais são
denominados pulsos.

Pulso Positivo:

Nível alto

Nível baixo
t0 t1

Borda Positiva Borda Negativa

Pulso Negativo:

Nível alto t0 t1

Nível baixo

Borda Negativa Borda Positiva

Características do Pulso:

90%

50% Amplitude

10%

tW
Largura do pulso
tr tf

Tempo de subida Tempo de descida

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Trem de pulsos periódico:

T
Período

f=1/T T=1/f

A “Relação de trabalho” (Duty Cicle) de um sinal digital periódico é definida pela relação entre a
largura do pulso tW e o período, em percentagem.

Relação de trabalho (Duty cicle) = (tW / T)×100 (%)

Exemplo:
No sinal digital abaixo, determinar:

a) Freqüência
b) Período
c) Relação de trabalho

ms
0 1 10 11 20 21 30 31

Período: T = 10 ms
Frequência: f = 1 / T = 1 / 10×10-3 = 100 Hz
Relação de trabalho = (tW / T)×100 = (10-3 / 10×10-3) ×100 = 10%

Trem de pulsos não periódico:

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CODIFICADORES

Codificador com entradas mutuamente exclusivas

Considere o codificador mostrado na figura abaixo, onde temos quatro, entradas identificadas
como E1, E2, E3 e E4.

E1
A2
E2 CODIFI- A1
E3 CADOR
A0
E4

Na saída do codificador temos o valor binário equivalente à entrada que estiver ativada:

Entrada ativa A2 A1 A0
E1 0 0 1
E2 0 1 0
E3 0 1 1
E4 1 0 0

Projetar o codificador caracterizado acima, considerando que uma e somente uma das entradas
está ativada em determinado instante.

A tabela verdade é:
E4 E3 E2 E1 A2 A1 A0
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1

Determinação das funções:

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ELETRÔNICA DIGITAl I 10

(A2) (A1) (A0)

E4 E4 E4

E1 E1 E1

E2 E2 E2

E3 E3 E3

A2 = A1 = A0 =

O circuito combinacional correspondente ao codificador está mostrado abaixo:

Codificador com possibilidade de mais de uma entrada ativada

Desejamos agora projetar o codificador considerando a mesma especificação apresentada


anteriormente, porém com saída igual a zero quando nenhuma das entradas for ativada, ou quando
mais de uma entrada for ativada.

Entrada ativa A2 A1 A0
E1 0 0 1
E2 0 1 0
E3 0 1 1
E4 1 0 0
Outro 0 0 0

A tabela verdade neste caso, é a seguinte:

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ELETRÔNICA DIGITAl I 11

E4 E3 E2 E1 A2 A1 A0
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1

As funções são:

(A2) (A1) (A0)


E4 E4 E4

E1 E1 E1

E2 E2 E2

E3 E3 E3

A2 =
A1 =
A0 =

O circuito combinacional correspondente é:

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ELETRÔNICA DIGITAl I 12

E4 E3 E2 E1

A2

A1

A0

Codificador com prioridade

No codificador com prioridade, podemos ter uma ou mais linhas de entrada ativas
simultaneamente porém, a saída do codificador corresponde ao estado da linha de mais alta
prioridade que está ativada.

Entrada ativa A2 A1 A0
E1 0 0 1
E2 0 1 0
E3 0 1 1
E4 1 0 0

Para o projeto do codificador, vamos considerar que a linha de mais alta prioridade é E4 e a de
mais baixa prioridade é E1

A tabela verdade neste caso é:


E4 E3 E2 E1 A2 A1 A0
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 13

0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1

As funções são:

(A2) (A1) (A0)

E4 E4 E4

E1 E1 E1

E2 E2 E2

E3 E3 E3

A2 = A1 = A0 =

O circuito correspondente está mostrado abaixo:

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DECODIFICADORES

Considere a situação abaixo, onde temos um valor em binário nas linhas A, B e C. Conforme o
valor presente nestas linhas, queremos sinalizar o led correspondente num painel. Desta forma, se
o valor presente nas linhas for A=0, B=0, e C=0 o led de número 0 do painel deverá acender, se o
valor for A=1, B=0, e C=1 o led de número 5 deverá acender e assim sucessivamente para os
demais valores.

L0 0
L1 1
L2
A 2
L3
DECODI- 3
Binári B L4
FICADOR 4
L5
C 5
L6
6
L7 7

Tabela verdade:

A B C L0 L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1

Assim:
L0 = L1 =
L2 = L3 =
L4 = L5 =
L6 = L7 =

O circuito correspondente está mostrado abaixo:

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ELETRÔNICA DIGITAl I 15

A B C

L0

L1

L2

L3

L4

L5

L6

L7

Obs.: É interessante observar que cada uma das saídas do decodificador acima,
corresponde à um minterm da função. Portanto, o circuito pode ser considerado um
gerador de minterms.

Decodificador Gray - Binário

Considere um codificador(encoder), que a partir de sinais de entrada gera dados no código Gray.
Para utilizar os dados gerados pelo encoder, é necessário uma conversão dos mesmos para o
código binário. Projetar o decodificador para efetuar esta conversão, conforme o diagrama
esquemático mostrado abaixo.

A B3
B B2
Entrada ENCODER DECODI-
C FICADOR B1
D B0
Gray Binário

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ELETRÔNICA DIGITAl I 16

Tabela verdade:
A B C D B3 B2 B1 B0
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1

(B3) (B2)
A A

D D

C C

B B
B3 = B2 =

(B1) (B0)
A A

D D

C C

B B
B1 =

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ELETRÔNICA DIGITAl I 17

B0 =

O circuito correspondente ao decodificador é:

DECODIFICADOR PARA DISPLAY DE 7 SEGMENTOS

O display de 7 segmentos é composto por 7 diodos emissores de luz (LED), identificados como a,
b, c, d, e, f, g, e dispostos conforme a figura abaixo:

f b

e c

Cada um dos leds pode ser acionado a partir de um circuito digital, de duas maneiras diferentes,
conforme mostrado abaixo:

S Vcc
Circuito

R
R

S
Circuito

(a) (b)

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ELETRÔNICA DIGITAl I 18

Na configuração (a) o led apaga quando o nível do sinal S for baixo (bit 0) e acende quando o
nível do sinal S for alto (bit 1).

Na configuração (b) o led acende quando o nível do sinal S for baixo (bit 0) a apaga quando o
nível do sinal S for alto (bit 1).

O display de 7 segmentos pode estar na configuração anodo comum ou catodo comum, conforme
mostrado na figura abaixo:

(Anodo comum) (Catodo comum)


Vcc
a a
b b
c c
d d
e e
f f
g g

Exemplo: Projetar um decodificador do código binário para display de 7 segmentos,


catodo comum. Para cada valor binário de entrada, mostrar o dígito equivalente
do sistema hexadecimal.

É necessário que exista uma saída no decodificador para acionar cada um dos leds, conforme
mostrado no diagrama esquemático abaixo:

a
A
b
B c
Binário d
C
e
D f
g

As saídas estão identificadas com as mesmas letras do led que deve ser acionado.

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ELETRÔNICA DIGITAl I 19

As tabelas verdades para as sete saídas do decodificador estão apresentadas a seguir:

A B C D a b c d e f g
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1

Portanto: a=∑
b=∑
c=∑
d=∑
e=∑
f=∑
g=∑

Decodificador para display de 7 segmentos – Mapas de Karnaugh

(a) (b)
A A

D D

C C

B B
a= b=

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ELETRÔNICA DIGITAl I 20

( c) (d)
A A

D D

C C

B B

c= d=

( e) (f)
A A

D D

C C

B B

e= f =

(g)
A

B
g=

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ELETRÔNICA DIGITAl I 21

Decodificador para Display de 7 segmentos – Projeto alternativo

(a) (b)
A A

D D

C C

B B

a= b=

( c) (d)
A A

D D

C C

B B

c= d=

( e) ( f) (g)
A A A

D D D

C C C

B B B

e= f =

g=

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ELETRÔNICA DIGITAl I 22

COMPARADOR

O comparador é um circuito que realiza a comparação entre duas palavras de n bits, indicando na
saída o relacionamento (do ponto de vista de valores) entre estas duas palavras.

Tomemos como exemplo, o projeto de um circuito comparador, para comparar duas palavras de
um bit A e B, produzindo uma saída S, sendo:

S = 0, se as duas palavras forem iguais;


S = 1, se as duas palavras forem diferentes.

A
COMPA
S
RADOR
B

A tabela verdade para a saída S é:

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
A função é,
S = AB + A B = A ⊕ B

O circuito correspondente ao comparador é:

A
S
B

Projetar um circuito comparador para comparar duas palavras de dois bits A e B, produzindo uma
saída S conforme abaixo:

S = 1, se as duas palavras forem iguais;


S = 0, se as duas palavras forem diferentes.

Tabela verdade para a saída S:

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1

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ELETRÔNICA DIGITAl I 23

A função é,
S = A ⋅ B + AB = A ⊕ B

A
S
B

Consideremos agora, o projeto de um circuito para comparar duas palavras de 2 bits A e B,


produzindo uma saída S com as seguintes características:

S = 1, se as duas palavras forem iguais;


S = 0, se as duas palavras forem diferentes.

A1

A0 COMPA S
RADOR
B1

B0

A tabela verdade para a saída S é:

A1 A0 B1 B0 S
0 0 0 0 1
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 0
0 1 0 1 1
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 0
1 0 0 1 0
1 0 1 0 1
1 0 1 1 0
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 0
1 1 1 1 1

A função para a saída S é: S = Σ(0,5,10,15)

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ELETRÔNICA DIGITAl I 24

S = A1 A 0 B 1 B 0 + A1 A0 B 1 B0 + A1 A 0 B1 B 0 + A1 A0 B1 B0

Como pode-se observar, a função não pode ser simplificada. No entanto, é possível representar a
função de outra maneira:

S 0 = A1 B 1 ( A 0 B 0 + A0 B0 ) + A1 B1 ( A 0 B 0 + A0 B0 )
= A1 B 1 ( A0 ⊕ B0 ) + A1 B1 ( A0 ⊕ B0 )
= ( A1 B 1 + A1 B1 )( A0 ⊕ B0 )
= ( A1 ⊕ B1 )( A0 ⊕ B0 )

Assim, o circuito correspondente é:

A1

B1
S
A0

B0

Exercício:
Projetar um circuito para comparar duas palavras de 4 bits A e B, produzindo
uma saída S sendo:
S = 1, se as duas palavras forem iguais;
S = 0, se as duas palavras forem diferentes.

Por analogia com o desenvolvimento do comparador para duas palavras de 2 bits visto acima, a
função correspondente a um comparador para duas palavras de 4 bits é:

S = ( A3 ⊕ B3 )( A2 ⊕ B2 )( A1 ⊕ B1 )( A0 ⊕ B0 )

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ELETRÔNICA DIGITAl I 25

O circuito correspondente é:

A3

B3

A2

B2
S
A1

B1

A0

B0

Nos comparadores vistos acima, a saída S indica simplesmente se as duas palavras comparadas
são iguais ou diferentes. Veremos agora, um circuito comparador para comparar duas palavras A e
B, cujas saídas indicam se: A < B, A = B ou A > B.

Comparador para palavras de um bit:

A>B
A
COMPA
A=B
RADOR
B
A<B

Saídas do comparador:
(A>B) = 1 se A > B;
(A=B) = 1 se A = B;
(A<B) = 1 se A < B;

As tabelas verdade para as três saídas são:

A B A>B A=B A<B


0 0 0 1 0
0 1 0 0 1
1 0 1 0 0
1 1 0 1 0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 26

As funções correspondentes são:

( A > B) = A B
( A = B) = A ⊕ B
( A < B) = AB

Circuito do comparador:

A B

A>B

A=B

A<B

Comparador para palavras de 2 bits:

Veremos a seguir um circuito para comparar a magnitude de duas palavras A e B, de dois bits cada
uma,

A1
A>B
A
A0
COMPA A=B
RADOR
B1
B A<B
B0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 27

Tabelas verdade:

A1 A0 B1 B0 A>B A=B A<B


0 0 0 0 0 1 0
0 0 0 1 0 0 1
0 0 1 0 0 0 1
0 0 1 1 0 0 1
0 1 0 0 1 0 0
0 1 0 1 0 1 0
0 1 1 0 0 0 1
0 1 1 1 0 0 1
1 0 0 0 1 0 0
1 0 0 1 1 0 0
1 0 1 0 0 1 0
1 0 1 1 0 0 1
1 1 0 0 1 0 0
1 1 0 1 1 0 0
1 1 1 0 1 0 0
1 1 1 1 0 1 0

Funções:
(A=B) = Σ(0,5,10,15)
(A>B) = Σ(4,8,9,12,13,14)
(A<B) = Σ(1,2,3,6,7,11)

Portanto:
( A = B) = ( A1 ⊕ B1 )( A0 ⊕ B0 )
( A > B) = A1 B1 + A1 A0 B 0 + A0 B1 B 0
( A < B) = A1 B1 + A1 A 0 B0 + A 0 B1 B0

Representando as funções de outra forma:

( A > B) = A1 B1 + A1 A0 B1 B 0 + A1 A0 B1 B 0
= A1 B1 + A0 B 0 ( A1 B1 + A1 B1 )
= A1 B1 + A0 B 0 ( A1 ⊕ B1 )

( A < B) = A1 B1 + A1 A 0 B1 B0 + A1 A 0 B1 B0
= A1 B1 + A 0 B0 ( A1 B1 + A1 B1 )
= A1 B1 + A 0 B0 ( A1 ⊕ B1 )

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ELETRÔNICA DIGITAl I 28

O circuito correspondente é:

A1 A0 B1 B0

A>B

A=B

A<B

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ELETRÔNICA DIGITAl I 29

MULTIPLEXADOR

Um multiplexador digital é um circuito que possui mais de uma entrada de dados digitais e
seleciona um deles, em um determinado instante, para transferir para a saída. A seleção de qual
entrada deverá ser transferida para a saída é feita através de entradas de seleção, também
chamadas de entradas de endereço. O multiplexador atua como uma chave de múltiplas posições
controlada digitalmente, de modo que o valor digital aplicado às entradas de seleção define qual
entrada de dados será comutada para a saída.

Na figura abaixo, está representado um multiplexador com duas linhas de entrada.

E1
MUX S (Saída)
E0

A
Entrada de seleção

O número de linhas de entrada que podem ser selecionadas é 2n, onde n é o número de entradas de
seleção disponíveis. No multiplexador mostrado acima, como temos somente duas entradas, é
necessária somente uma entrada de seleção (A).

Neste multiplexador, temos a entrada de seleção A e duas entradas de dados, E1 e E0 que serão
multiplexadas para a saída S, de acordo com o valor de A.

Para A = 0, queremos transferir o conteúdo da entrada E0 para a saída, e para A = 1, queremos


transferir o conteúdo da entrada E1 para a saída.

A tabela verdade para o multiplexador é:

A E1 E0 S
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 1
1 1 1 1

A função correspondente à saída S é:


S = AE 0 + AE1

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ELETRÔNICA DIGITAl I 30

O circuito correspondente ao multiplexador está mostrado na figura abaixo:

E1
S
E0

Veremos a seguir um multiplexador com duas entradas de seleção (A e B), com capacidade
portanto, de selecionar uma dentre quatro linhas de entrada. O diagrama esquemático do
multiplexador está mostrado na figura abaixo:

E3

E2
MUX S
E1

E0

A B

A especificação de qual entrada deve ser transferida para a saída em função das entradas de
seleção, está mostrada na tabela:

A B S
0 0 E0
0 1 E1
1 0 E2
1 1 E3

A função correspondente à saída S é:


S = A ⋅ BE 0 + ABE1 + A BE 2 + ABE 3

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ELETRÔNICA DIGITAl I 31

O circuito está mostrado na figura abaixo:

A B

E3

E2
S

E1

E0

Multiplexador com entrada de habilitação

Existem situações em que é necessário estabelecer o instante ou o intervalo de tempo em que o


multiplexador deve atuar. Este procedimento é denominado de Habilitar ou Desabilitar o circuito.
Quando o circuito está habilitado, ele responde normalmente aos sinais de entrada, de acordo com
sua funcionalidade. Quando o circuito está desabilitado, ele não responde aos sinais de entrada, ou
seja, não executa a função para o qual foi projetado.

No multiplexador de duas entradas cujo diagrama esquemático está mostrado abaixo, a entrada H
habilita o funcionamento do circuito.

• Para H = 0 o circuito está habilitado a realizar a operação de multiplexação.


• Para H = 1 o circuito está desabilitado e a saída é sempre 0, independente dos
sinais de entrada.

H
E1 MUX S
E0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 32

O circuito correspondente é:

H A

E1
S

E0

O integrado 74xx157 é um multiplexador quádruplo(quatro multiplexadores) de duas entradas. A


entrada de seleção (EN) é comum aos quatro multiplexadores do integrado.

E0 E1
13
D1 12
14 QD
D0
10 157
C1 9
11 QC
C0
6
B1 7
5 QB
B0
3
A1 4
2 QA
A0
1
SEL
15
H EN

É possível colocar multiplexadores em cascata, com objetivo de se obter um multiplexador com


maior número de entradas.

Por exemplo, o multiplexador 74xx151, mostrado na figura abaixo, é um multiplexador de 8


entradas (3 entradas de seleção).

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ELETRÔNICA DIGITAl I 33

7
EN
12
13
7 151
6
14
5
15 5
4 Y
1
3 6
2 W
2
3
1
4
0
9
C
10
B
11
A

Dois multiplexadores 74xx151 podem ser ligados em cascata, de modo a se obter um


multiplexador com 16 entradas (4 entradas de seleção), conforme mostrado na figura abaixo.

7
EN
E7 12
13
7 151
E6 6
14
E5 5
15 5
E4 4 Y
1
E3 3 6
E2 2 W
2
3
E1 1
4
E0 0
D 9
10
C
C B
11
B A
A S

7
EN
E15 12
13
7 151
E14 6
E13 14
5
E12 15 5
1
4 Y
E11 3 6
E10
2 W
2
3
E9 1
4
E8 0
9
C
10
B
11
A

Da mesma forma, é possível ligar quatro multiplexadores 74xx151 em cascata, para se obter um
multiplexador de 32 entradas, e assim sucessivamente.

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ELETRÔNICA DIGITAl I 34

DEMULTIPLEXADOR

O demultiplexador é um circuito que executa a função inversa do multiplexador, ou seja, recebe


dados a partir de uma única linha de entrada e transfere para várias linhas de saída (uma de cada
vez), que são selecionadas a partir das entradas de seleção.

S1
E DEMUX
S0

A
Entrada de seleção

No demultiplexador mostrado acima, o sinal presente na linha de entrada (E) será transferido para
a linha de saída S1 ou S0, em função do valor da entrada de seleção (A), conforme mostrado na
figura abaixo.

A S0 S1
0 E 0
1 0 E

As tabelas verdade para as saídas S1 e S0 são:

A E S0 S1

0 0 0 0
0 1 1 0
1 0 0 0
1 1 0 1

As funções respectivas são:

S0 = AE
S1 = AE

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ELETRÔNICA DIGITAl I 35

O circuito que realiza a operação de demultiplexação está mostrado abaixo:

E S0

S1

Para um demultiplexador com 4 linhas de saída (2 entradas de seleção) temos:

A B S0 S1 S2 S3
0 0 E 0 0 0
0 1 0 E 0 0
1 0 0 0 E 0
1 1 0 0 0 E

As funções são:
S0 = A ⋅ BE
S1 = ABE
S1 = A BE
S0 = ABE

Circuito:
A B

S0
E
S1

S2

S3

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ELETRÔNICA DIGITAl I 36

SOMADOR BINÁRIO

Meio Somador (Half Adder):

Um meio somador (half adder) é um circuito que executa a soma binária de dois bits. O circuito
possui duas saídas, uma correspondente à soma destes dois bits e outra correspondente ao “vai
um” (Carry).

A S (Soma)
MEIO
SOMADOR
B C (Vai um)

As tabelas verdade para as saídas do circuito são:

A B S C
0 0 0 0
0 1 1 0
1 0 1 0
1 1 0 1

As funções são:
S = AB + A B = A ⊕ B
C = AB

O circuito para o meio somador é:

A
S
B

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ELETRÔNICA DIGITAl I 37

Somador completo (Full Adder):

Na soma de dois números binários com n bits, são somados os bits coluna a coluna, com os dígitos
menos significativos somados primeiro. A soma de cada par de bits gera um bit de soma (S) e um
bit de vai um (C) como foi visto acima.
Para a soma do primeiro par de bits (menos significativo), pode ser utilizado um meio somador,
visto que só existem dois bits a serem somados. Na soma seguinte, é necessário somar três bits: os
dois bits dos números a serem somados mais o bit de vai um da soma anterior. A mesma situação
ocorre com as colunas subseqüentes.
Para estas somas, o meio somador não é adequado. É necessário neste caso, um circuito com
capacidade para somar três bits. Este circuito é chamado somador completo (full adder).

A
S
B SOMADOR
COMPLETO
Co
Ci

A tabela verdade para o somador completo é:

A B Ci S Co

0 0 0 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 1
1 0 0 1 0
1 0 1 0 1
1 1 0 0 1
1 1 1 1 1

As funções são:

S = ABC i + A B ⋅ C i + A ⋅ BC i + ABC i
= ( AB + A B)C i + ( A ⋅ B + AB)C i
= ( A ⊕ B)C i + ( A ⊕ B)C i
= A ⊕ B ⊕ Ci

C 0 = AB + AC i + BC i

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ELETRÔNICA DIGITAl I 38

Circuito do somador completo:

B
S
Ci

Co

Somador binário paralelo

O somador binário paralelo é obtido através do cascateamento de somadores completos. Cada


somador completo é responsável pela soma de um par de bits (coluna) dos números binários a
serem somados. O “vai um” de uma soma se propaga para o somador seguinte, onde é somado
com o próximo para de bits.

A3 B3 A2 B2 A1 B1 A0 B0
Cin
A

Ci

Ci

Ci

Ci

Somador Somador Somador Somador


Co

Co

Co

Co
S

Cout
S3 S2 S1 S0

No somador binário paralelo, existe um número de somadores completos igual ao número de bits a
serem somados.

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ELETRÔNICA DIGITAl I 39

Somador binário paralelo com vai um antecipado

No somador binário paralelo visto acima, embora a soma seja feita em paralelo, com cada par de
bits sendo somados por um somador completo, o resultado final da soma somente estará completo
depois que o “vai um” se propagar por toda a cadeia de somadores. Se imaginarmos um somador
para um grande número de bits, 32 bits por exemplo, este tempo de propagação do vai um pode
ser significativo.

Uma forma de evitar esta propagação é antecipar o bit de vai um para todos os somadores, de
modo que o bit de vai um esteja disponível a todos os somadores simultaneamente.

Consideremos um somador completo:

Cin
A

B
Somador Ci
Co

Cout

A condição para que um bit de “vai um” seja gerado no somador é: C g = AB

Isto significa que, se as entradas A=B=1, um bit de vai um é gerado no somador,


independentemente do vai um de entrada Cin.

A condição para que um bit de “vai um” vindo de um somador anterior seja propagado através do
somador atual é:
Cp = A+ B

Portanto, vai existir um “vai um” na saída de um somador qualquer, se este “vai um” for gerado no
somador ou se for propagado através do mesmo.

Assim, C out = C g + C p C in

A3 B3 A2 B2 A1 B1 A0 B0
Cin3 Cin2 Cin1 Cin0
A

Ci

Ci

Ci

Ci

Somador Somador Somador Somador


Co

Co

Co

Co
S

Cout3 Cout2 Cout1 Cout0

S3 S2 S1 S0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 40

C g 3 = A3 B3 C g 2 = A2 B 2 C g1 = A1 B1 C g 0 = A0 B0
C p 3 = A3 + B3 C p 2 = A2 + B2 C p1 = A1 + B1 C p 0 = A0 + B0

A condição para que haja um bit de vai um em cada um dos somadores é:

No somador 0:
C out 0 = C g 0 + C p 0 C in 0 = A0 B0 + ( A0 + B0 )C in 0
= A0 B0 + A0 C in 0 + B0 C in 0

Somador 1:
C in1 = C out 0
C out 1 = C g1 + C p1C in1
= C g1 + C p1 (C g 0 + C p 0 C in 0 )
= C g1 + C p1C g 0 + C p1C p 0 C in 0

Somador 3:

C in 2 = C out1
C out 2 = C g 2 + C p 2 C in 2
= C g 2 + C p 2 (C g1 + C p1C g 0 + C p1C p 0 C in 0 )
= C g 2 + C p 2 C g1 + C p 2 C p1C g 0 + C p 2 C p1C p 0 C in 0

Somador 4:
C in3 = C out 2
C out 3 = C g 3 + C p 3 C in3
= C g 3 + C p 3 (C g 2 + C p 2 C g1 + C p 2 C p1C g 0 + C p 2 C p1C p 0 C in 0 )
= C g 3 + C p 3 C g 2 + C p 3 C p 2 C g1 + C p 3C p 2 C p1C g 0 + C p 3C p 2 C p1C p 0 C in 0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 41

Somador binário de 4 bits com vai um antecipado

Cg3

Cp3

Som_1
B
B3

S3
A3

A
Ci
Cg2

Cp2

Som_1
B2

S2
A2

A
Ci
Cp1
Cg1

Som_1
B
B1

S1
S
A1

A
Ci
Cg0

Cp0

Som_1
B
B0

S0
A0

A
Ci
Ci0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 42

SUBTRATOR

Uma operação de subtração de dois números pode ser realizada através de uma soma, trocando-se
o sinal do subtraendo.

Assim, a operação A - B pode ser realizada através da operação A + (-B).

Lembrando que, no sistema binário um número negativo é representado através de seu


complemento de dois, e que, o complemento de dois de um número binário é obtido
complementando o número e adicionando 1, temos:

A − B = A + (− B ) = A + B + 1

Desta forma, é possível utilizar um somador para efetuar uma subtração (A-B), complementando a
entrada B e somando 1.

Para somar 1, basta fazer Ci = 1.

A B

Ci = 1
A

Ci

Somador
Co

Co S

Para se obter um subtrator para números binários de n bits, basta ligar em cascata n subtratores.
Na figura abaixo é mostrado um circuito subtrator de para números binários de 4 bits.

Ci = 1
A

Ci

Ci
A

Ci

Ci

Somador Somador Somador Somador


Co

Co
Co

Co

S
S

Co

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ELETRÔNICA DIGITAl I 43

Implementando uma lógica adicional, é possível construir um circuito que execute as operações de
soma e de subtração.

O circuito mostrado na figura abaixo, executa as operações de soma e de subtração de dois


números binários de 4 bits. A operação a ser executada é selecionada através da entrada OP.

• OP = 0, o circuito realiza a soma A + B;


• OP = 1, o circuito realiza a subtração A - B.

Circuito Somador/Subtrator

A3 B3 A2 B2 A1 B1 A0 B0

OP

OP = 0, Soma
OP = 1, Subtração

A B Ci A B Ci A B Ci A B Ci

Co S Co S Co S Co S

Cout
S3 S2 S1 S0

Condição de estouro (overflow)

Quando é utilizado o complemento de dois para a representação de números binários negativos, os


valores limites que podem ser representados são:

-2n-1 ≤ N ≤ 2n-1 - 1

onde: n é o número de bits utilizados para representar o número.

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ELETRÔNICA DIGITAl I 44

Qualquer operação aritmética cujo resultado esteja fora destes limites, produz uma condição de
estouro (overflow). Caso isto ocorra, o resultado da operação é um número binário que não
representa o resultado correto da operação.

É importante em muitos casos, que uma condição de overflow possa ser detectada, evitando assim
o uso inadvertido de resultados inválidos.

Existem duas situações em que uma condição de overflow pode ocorrer:

a) Soma de dois números positivos, cujo resultado seja maior que ≤ 2n-1 - 1
b) Soma de dois números negativos, cujo resultado seja menor que -2n-1

Em ambos os casos, o bit de sinal vai estar incorreto.

Consideremos um somador binário paralelo com n estágios, conforme mostrado na figura abaixo:

An-1 Bn-1 A0 B0
Cin-1 Cin0
A

Ci

Ci
Somador . . . . . . . . . . . . . . Somador
Co

Co
S

S
Cout0
Coutn-1 Sn-1 S0

Na tabela verdade abaixo, estão representadas todas as possibilidades que podem ocorrer no
último estágio (n-1) do somador.

An-1 Bn-1 Cin-1 Sn-1 Coutn-1 OV


0 0 0 0 0 0
0 0 1 1 0 1
0 1 0 1 0 0
0 1 1 0 1 0
1 0 0 1 0 0
1 0 1 0 1 0
1 1 0 0 1 1
1 1 1 1 1 0

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ELETRÔNICA DIGITAl I 45

Através da tabela é possível observar que uma condição de overflow ocorre somente em duas
situações:

• Soma de dois números positivos, com resultado negativo (Sn = 1);


• Soma de dois números negativos, com resultado positivo (Sn = 0)

Assim, a expressão lógica para a condição de overflow é:

OV = A n −1 B n −1 S n −1 + An −1 Bn −1 S n −1

ou, se tivermos acesso ao bit de carry de entrada do último somador:

OV = C in−1 ⊕ C outn −1

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