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Cláusulas Abusivas nos Contratos de Consumo

Trabalho Direito do Consumidor


Aluno: Rafael Bravo

 Caso: Cartão de crédito furtado x Seguro Itaú

PROCESSO: APL 0004324-48.2016.8.19.0202 RIO DE JANEIRO


MADUREIRA REGIONAL 5 VARA CIVEL

ÓRGÃO JULGADOR: VIGÉSIMA QUARTA CÂMERA CÍVEL CONSUMIDOR

PARTES: APELANTE – ITAÚ SEGUROS S.A


APELADO – ISABEL QUIRINO TAVARES

PUBLICAÇÃO: 28/04/2017

JULGAMENTO: 26 DE ABRIL DE 2017

RELATOR: ANDREA FORTUNA TEIXEIRA

EMENTA: Apelação cível. Direito do consumidor. Ação de obrigação de


fazer. Cartão de crédito furtado. Compras realizadas por terceiro fraudador.
Negativa de cobertura do seguro, devidamente contratado pela autora.
Consumidora que não foi ressarcida das compras indevidas, e ainda sofreu
cobrança de juros e encargos. Sentença de parcial procedência dos pedidos
autorais. Dano moral arbitrado em R$5280,00. Inconformismo do banco réu.
Alegação de ausência de cobertura para o sinistro descrito, e na hipótese
de manutenção da sentença, pleiteia que seja limitado o valor ao
denominado "Bolsa Protegida”. Sustenta também a inocorrência de danos
morais a serem indenizados. Sem razão o apelante.

Verifica-se que a justificativa da seguradora para a negativa de


pagamento da indenização securitária mostrou-se infundada, sendo abusiva
a cláusula que exclui a cobertura de furto simples. Esta cláusula torna-se
desfavorável à consumidora que, além das operações fraudulentas em seu
cartão crédito, sofreu também cobrança de juros e encargos. Portanto, essa
cláusula contratual que prevê cobertura de seguro em razão de furto
apenas se este for qualificado é totalmente abusiva. Conforme a Terceira
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a diferenciação entre as
modalidades de furto exige conhecimento técnico jurídico específico, que
viola o direito do consumidor à informação. A condição exigida para
cobertura do sinistro ocorrência de furto qualificado por si só, apresenta
conceituação específica da legislação penal, cujo próprio meio técnico-
jurídico possui dificuldades para conceituá-lo, o que denota sua
abusividade. É extremamente técnica e ofende a simplicidade de
entendimento do consumidor. Vemos, nesse caso, que o Itaú se aproveitou
da vulnerabilidade do consumidor, para garantir vantagem indevida,
perpetrando o desequilíbrio negocial em prejuízo do consumidor.

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