GRUPO I
PARTE A
Avé-Marias
pessoas pertencentes
E evoco, então, as crónicas navais: às classes sociais mais
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! desfavorecidas;
Luta Camões no Sul, salvando um livro, a nado! 4 operários navais.
PARTE B
2
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas2
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas Vocabulário:
1 extremo sul da Ásia,
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte, correspondendo ao atual Sri Lanka;
2 pagãs.
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
PARTE C
Escreva uma breve exposição sobre o modo como este tema surge evidenciado no “Sermão
de Santo António” e em Os Maias.
A marca da globalização
4. O ato de fala presente em “Ainda assim, a Eurásia constituía a área que tinha contactos
mais globais e que persistiam há milhares de anos” (ll. 12-13) é
(A) assertivo.
(B) diretivo.
(C) compromissivo.
(D) expressivo.
5. O mecanismo de coesão configurado em “coroa lusa” (l. 34) e “Portugal” (l. 35) é
(A) lexical (reiteração).
(B) lexical (substituição).
(C) gramatical (referencial).
(D) gramatical (frásico).
6. O segmento “dos arquipélagos da Madeira e dos Açores” (l. 44) desempenha a função
sintática de
(A) complemento oblíquo.
(B) complemento do adjetivo.
(C) modificador restritivo do nome.
(D) complemento do nome.
Grupo III
Faça a síntese do texto presente no Grupo II, reduzindo-o a um quarto da sua extensão (cerca
de 150 a 170 palavras).
FIM
COTAÇÕES
Item
Grupo Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6.
I
16 16 16 16 16 20 100
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 12 (6 + 6) 60
III Item único 40
TOTAL 200
Parte A
1. O sujeito poético vagueia pela cidade (“erro pelos cais”), atravessando “boqueirões” e “becos”.
Através da deambulação e do recurso às sensações visuais, olfativas e auditivas, o eu lírico vai
descrevendo de forma negativa o espaço que o rodeia, constatando que, “ao anoitecer”, a ausência
de luz torna a cidade lúgubre, envolta num manto de neblina, onde o cheiro a gás provoca náuseas e
o “cair das badaladas” gera a debandada geral dos trabalhadores que saem dos seus trabalhos
“sujos” e “enfarruscados”. A conjugação destes aspetos, captados pelas sensações do sujeito
poético, origina a imagem de uma cidade nauseabunda e opressiva.
2. A cidade é descrita de forma negativa; a escuridão e o cheiro a gás dominam; esta visão negativa é
reforçada pelo aspeto das casas da cidade “somente emadeiradas” e dos bandos de pessoas que
recolhem ao fim de um dia de trabalho, criando um burburinho e uma agitação que oprimem e
desagradam ao sujeito poético, o que o leva a afirmar que tem “um desejo absurdo de sofrer”. Por
essa razão, considerando o conteúdo da terceira estrofe, o “eu” sente necessidade de se evadir
desta realidade opressora e de buscar outras realidades, o mundo moderno, cosmopolita,
representado pelas grandes metrópoles (“Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo”), onde, acredita,
encontraria a felicidade.
PARTE B
4. O propósito do poeta centra-se em três eixos: cantar, em primeiro lugar, os feitos dos navegadores
portugueses (“que passaram além da Taprobana” por “mares nunca de antes navegados”); em
segundo lugar, cantar os feitos dos reis que dilataram a fé e o império (“foram dilatando / A Fé, o
Império”); finalmente, propõe-se imortalizar aqueles que, pelas ações empreendidas e pelos atos
heroicos, garantiram um lugar na História, imortalizando-se (“aqueles que por obras valerosas / Se
vão da lei da Morte libertando).
5. Nas duas estrofes, o sujeito poético enumera aqueles que, em seu entender, merecem fazer parte
da sua obra: aqueles que ele tenciona louvar, imortalizando-os pelos serviços prestados à Pátria. No
entanto, só no verso 7 da segunda estância o poeta manifesta a sua intenção, através da expressão
“cantando espalharei” (por toda a parte). Porém, faz depender o sucesso do seu propósito de uma
condição, expressa no verso 8, a de possuir engenho e arte suficientes para levar a cabo a sua
resolução, tal é a grandiosidade do valor dos portugueses.
PARTE C
6. As obras “O Sermão de Santo António” e Os Maias, embora distando cerca de dois séculos entre
si, apresentam retratos “crus” das respetivas sociedades em que se inserem e que retratam.
Relativamente à primeira obra, podemos afirmar que António Vieira observou com olhar atento
os comportamentos dos colonos portugueses no Maranhão, representantes de vários estratos
sociais, e expôs o modo como viviam e subjugavam os índios. Através da alegoria e da metáfora,
Vieira, utilizando variedades piscícolas, denunciou defeitos como a arrogância, a prepotência,
Grupo II
Grupo III
Proposta de síntese:
No início do século XV, muitas comunidades viviam isoladas, tendo sido Portugal a desempenhar a
missão de estabelecer pontes entre diversas civilizações, protagonizando, pela primeira vez, o chamado
fenómeno da globalização. Anteriormente, outros povos haviam já expandido o seu território a outras
fronteiras. Porém, estes movimentos tinham-se já extinguido. De qualquer forma, na Eurásia, os
contactos globais eram uma realidade e a aprendizagem que daí resultou teve repercussões na evolução
da Cristandade. Ainda assim, o desconhecimento e as dúvidas em relação ao mundo na sua globalidade
eram muito significativos. Contudo, os europeus haviam de reunir as condições essenciais para
protagonizar a desfragmentação do mundo.
Neste sentido, Afonso IV impulsionou a doutrina expansionista do reino, através da obtenção de
uma bula de Cruzada, mas os acontecimentos nefastos que deflagram, entretanto, na Europa e na
Península Ibérica impediram a sua concretização. Portugal, porém, foi pioneiro a ultrapassar esta crise e
no início do século XV alargou os seus horizontes com a conquista de Ceuta e a tomada da Madeira e
dos Açores.
[170 palavras]