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eat 12 evista Tenis Rio de Jancro- Ano Vil 1,12 € 13-set/out, 2003 BRUANT, Catherine (2001): “Donat Alfred Agache:urbanisme, une sociologie ayplquée”, i BERDOULAY, ¥. ¢ CLAVAL, P. (org), Aux débuts de I'urbanisme francais. Regards ‘cvvisésde scienifiqueset de professionnel de 'aménagement Passe Montreal: Harman, p. 133-150. GOMES, Paulo C, Da Costa (2002): A condigdo urbana, Rio de Jancro: Bertrand Brazil GODOY, Anmando Augusto de (1943): A urbs e os seus problemas. Rio de Janeiro: Joma do ‘Commerc, PEREIRA, Margareth da Silva (1996): “Pensando a metrépole moderna: os plans de ‘Agachee Le Corbusier para o Rio de Janeiro" in: Ribeiro, L.C. de Queiros,e Pechman,R. (078), Cidade, povo e nagdo, Rio de Janeiro: Civilizagio Brasileira p 363.376. SILVA, Lucia (1996): A trafetoriade Alfred Agache no Brazil, iv: Ribeiro, LC. de ‘Queiros, e Pechman, R. (org), Cidade, pove enagio, Rio de Janeiro: Civilizagio Basilera, p. 397-410. STUCKENBRUCK, Denise Cabral (1996): O Rio de Janeiro em questdo: o plane Agache e 0 idedrio reformista dos anos 20, Rio de Janeiro: IPPUR / URFI-FASE, ‘TOPALOV, Chistian, org. (1999): Laboratoires du nouveau siéele. Paris: Ed, de 'BHESS. TERRNORIO |MGET ,UFRT. pro VIN ,ME dA 213 (BL 0) Dez 02) ~Rio Ve DRei AD! VFRT, 2003 Uma nota sobre 0 urbanoe a escala Roberto Lobato Corréa* A presente nota procura corsribuit para a clarificagfo do problema da cescala em geografia. Trala-se de problema complexo, que tem merecido crescente atengio por parte dos gedgrafos, como se exemplifica com a contribuigao de Marston (2000), que considera a escala como uma construgio social, e com debate entre Beewwer (2000 ¢ 2001) ¢ Maxstow e Sutu (2001), no qual a escala é vista do ponto de vista metodolégico e politico. Esta nota tem como ponto de partida, de um lado, um longo envolvimento de seu autor com a temética do urbano ¢, de outro, 0 importante texto de Castro (1995) sobre 0 “problema da escala” na geografia, na qual a autora considera-a do ponto de vista epistemolégico ¢ como uma “ estratégia de compreensio do real como representagio”. A nota objetiva, de modo mais especifico, indicar as relagdes entre 05 modos como 0 urbano pode ser geograficamente analisado, isto é, escala conceitual, as representacies cartograficas ¢ a inteligibilidade do urbano. 1—As Escalas Conceituais do Urbano Na tradigd0 geogréfica o urbano tem sido analisado segundo trés linhas principais de investigacio, A primeira refere-se a0 processo de urbanizagio, isto é, as bases e as formas de concentragio de populagao em tomo de atividades industriais, comerciais e de servigos. As conseqiléncias deste processo coroam esta linha de investigago. A identificagio de formas como a megal6pole, a cidade-dispersa, @ regio metropolitana, o “‘corredor urbano”, a conurbago ¢ a aglomeragao urbana, express6es vigentes na literatura, constituem importantes contribuigdes sobre 4 temética o urbano. QualificagSes como cidade-primaz, macrocefalia urbana, cidade ortogenética e cidade beterogenstica, por outro lado, esto associadas a interpretagdes relativas & aénese e s conseqltneias do referido processo. Hé uma cartografia do processo de urbanizagio e a escala adotada é aquela de nossa area de interesse: intemacional, nacional ou regional, A segunda linha de investigagto diz respeito consideragao de urbano na cescala da rede urbana. Esta é uma escala conceitual. De maneira simples entendemos por rede urbana, ou sistema urbano conforme alguns preferem utilizar, © conjunto funcionalmente articulado de cidades. Este conjunto pode ser analisado em diversas escalas cartogrificas. A terccira linha de investigagio refere-se ao espago urbano, ou espaco intraurbano, como alguns 0 denominam. Trata-se de outra escala conecitual que tem suas correspondentes escalas cartogrificas. Estas duas escalas serio privilegiadss nesta nota c sobre olas nos deteremos a seguir. Pois elas constituem as duas escalas conceituais que, de modo mais nftido, se pode identificar a0 se considerar as tits linhas de investigacio gcogréfica, sobre o urbano. 13 evista Testi Rie Janeiro Ano VIL=2° 12 ¢13-set/out, 2003 2~ Rede Urbana e Espago Urbano e suas Representagoes ‘A figura 1 descreve 0 foco principal desta nota, isto 6, as relagbes entre 8 escalas _cooceituais do urbano eas escalascartogrfieas comtespondentes a mesmo tempo que encamiha ‘a inteigibilidade do urbano com base nos dois tipos de escala considerados, 2 discussto pa conceal ecartogratica. Escala Pequena -1:5.000.000 Ocigem —Fungdes oa oos & Tamanho Intoragdes il Muganca de, eevala Pogue era rence | Terra a 8 * wD au 1996 Figua | As Bias de Ande do Ube Consideremos, conforme esta na paste superior da figura, uma dace cegito e sua rede ufbana. As cidades da fede iferenciam.se entre si de acordo com diversas lirhas de diferenciagio, [Uma nota sobre @ wan € 8 scale s de cidades, a exemplo de cidades antigasorigindrias de missdesreligiosas,cidades mais recentes ‘rigindrias de entrepostos comercials e nicleos urbanos criados nos dias atuais por empresas Industriais ou de mineracio, Segundo o tamanho as cidadesdiferenclam-se de acordo como nimer0 de seus habitames 0u segundo agregados econdmicos distintos, com base, por exemplo, no valor da produgio industrial e da receita do comércio ¢ servigos ea rends de seus habitantes. Hi, assim, cidades Pequenas, médias, grandes ¢centros metropolitanos. Segundo a fungBes, para as quai alocali- ago ne expago desempenha ou desempenhou um papel crucial, a diferenciagdo se faz entre idades monofncionais, como uma funcSo caracterzadora,ecidades plifuncionais, ombinan- do diferentes fungées (industrial, comercial, de servigos, portusri, etc). A pani de suas fung6es, mas também de outros atributos como a renda de seus habican- tes, estabelecerm-sefluxos entre as cdadese enre estas e suas respectivas hinterlndias e fuxos com centros e regibes extra-regionais. Sao fluxos de mercadorias, pessoas, informagbes e de capital, realizados por diferentes meios dotados de periodicidace eintensidade variaveis, Das fungées¢ flaxo emerge uma dferenciagSoentreascidades, qve se caracteriza por ser de natureza hierérquica, com base no diferencia de oferta de bens e servis, combinada com diferengas devido as especalizagBes funcionais, geradoras de relagées de complementaridade centre cidades ‘A Giguea I refere-sea esta rede urbana hipotética,cuja epresentago cartogrfica se faz ‘por meio de mapas com escalas pequenas, 1:500,000, por exemplo, paracscalas ainda menores, aexemplo de um estudo sobre 0 conjunto da rede urbana brasileira, que pode set represeatado em mapa na escala de 1:5.000,000 ou ainda menor, CConsideremos agora, conforme indicado na parte inferior da figura, oespago urbano de uma das cidades da rede urbana. Verficou-se, com indicado, uma operagio escalar na qual scala cartogréfica foi ampliada, Mudam os objets a serem representados. Admitiremos tata sede uma grande cidade, com enorme complexidadeemsexespacouurbano. Asescalascartogréficas ‘que permitiSo representé-1o variam de cercade 1:25.000a 1: 1,000, a cada ampliago os okjlas isponiveis para anise sfo mais numerosos. Ressaltese que dentro da faixa de escalas acima ‘especficada, ainda que haja implicagées para @andlise,ndo alteramos a escala conceitual que ‘continua sendo a mesma, ado espago urbano, {A figura 1, em soa pate inferior, evela ow pode permitiroest¥do, de um lado, do sitio € do plano da cidade e, de outro, do uso da tera ede outs aspects ssocados a esta grande escala, & posivel detctarerepresenar aspect Siaificativos da topogatiae da rede Nuva, assim comd representa os resultados de minuciosos estudos geomorfoligics. O plano da dade, em tabulero de xadeez ou radio-concfatrcg So fecilmenterepresertads, assim como a {ustaposigao de diferentes planos de aruamento, A grande escala, como atimaindicada, possibilitao estudo ea representagao cartogrfica dda variedade deusos da terra urbana, O distrito central de negécios, » 20 pecférica do cent, as reas industria eas diversas reas socais, entre outros, podem ser objeto de andlises acuradas. (Os confitos sociais podem também ser representadoscartograficamente, assim como os iiimeros terrtérios existentes no espago urbano, Os fluxos intraurbanos, de mercadoris e pessoas, por ‘exemplo, podem ser estudados ¢representados cartograficamente, assim como as representagbes, pg. 134 don 3 eGo cl Tei quae ronpeclieadler dormintt 25, 136 Revista Tenitério Ri de Janie po Vil 1,12 ¢ 13-st/out, 2003, ‘Uma observaso final se impde. As duas escalas conceituais, a da rede urbana ea do espaco urbano nio estabelecem uma dicotomia, cindindo o urbano em duas partes que nfo se tocam. Lemibremo-nos que adicotomia no €um dado do mundo real, mas de uma deformasio. intelectual. A operagio escalar nfo intoduz essa visdo deformada, eradora de dicotomia, mas, ‘aocontrério,resselta as rica possibilidades de e analisar o mundo eal, urban no caso, em dois niveis conceituais complementares. Assim, processas sociais ocorrendo no ambito da rede ‘urbana, como a modemizag ado campo, pode gerarcorrentes migratdrias que, por meiode tapas rmigratérias, finalizem em favelas na grande cidade, conformanda o espago urbano. Por outro lado, a moderizaglo do campo pode resultar de interesses indusrais vinculados as grandes empresas com sedes na éea central da cidade. H4, assim, conexdes entre escalas, espaciais © conceituais,distintas, As duas esealas contribuem decisivamente para dar unidade & andlise ‘geogrfica do urbane. Bibliografia Brewer, N. (2000): The Urban Question as a Scale Question: Reflections on Henri Lefebvre Urban Theory and Politics of Scale. International Journal af Urban and Regional Re- search, 24(2), pp. 361-378. ‘Brennen, N. (2001); The Limits to Scale? Methodological Reflections on Scalar Structuation Progress in Human Geograph. 25(4), pp. 591-614. Castno, LE, (1995): 0 Problema da Escala, In Geografia: Conceitose Temas, org. L-E.Casto, PCC. Gomes e RL. Cora, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil ‘Castao, LE. Gove, RCC. © Connt, RL, (1996): Apresentagio. In Brasil Questdes Atuais da ‘Reorganizagdo do Tervitério. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil. ‘Coscaove, D. (1999): Mappings. London, Reaktion Books Ltd Marston, S.A. (2000): The Social Construction of Scale. Progress in Human Geography, 24(2), pp. 219-242, Marston, S.A. € SMITH, N. (2001): States, Seales and Households: Limits to Scale Thinking? A Response to Brenner. Progress in Human Geography, 25(8, pp. 615-619. Revista Testo - Rio de Janciro Ano VIL #° Il, 12 ¢ 13 setJout, 2003 137 Normas para elaboragio de artigos Os artigos a setem avaliadas pelo Comité Editorial deverto obedecer is seguintes 1 - Texto em disquete na linguagem Word for Windonws 7.0, 2 - Otexto deve ter no méximo 20 paginas, com espaco 1,5 € 30 linhas em cada pégina, ‘cada linha com 70 toques. A bibliografia estard contida nas 20 paginas. 3 Os mapas deverdo ser entregues em arte-final em papel vegetal; no caso de fotos, uma cépia e © respective negativo deverto ser entregues. Mapas e fotos deverio serem preto e branco, 4 Cada mapa (dimenséo maxima igual 20 pape! A-4), foto ou tablea seré considerada ‘como pagina. 5 - Na referéncia a autores no texto, deve-se usar 0 dltimo sobrenome em maidsculas, seguindo-se, entre partnteses, a data, Exemplo: SANTOS (1982) 6 - Citagio textual deverd vir entre aspas; citaglo com quatro ou mais linhas devem ser destacadas, com margens direita e esquerda maiores. Ao final da mesma, indicar, centre parénteses, « pagina do texto de onde a citagio foi retirada. bibliografia deve seguir as normas da ABNT, indicando-se, porérm, adata da obra imediatamente apés 0 autor. 8 - Solicita-se evitar notas; se necesséi de pagina, ‘contudo, redigi-las sob forma de nota de pé

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