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1.1. Introdução
1.2. Redes
Dois tipos de rede são de uso comum: a rede estereográfica ou rede de Wulff e a
rede de igual área de Lambert ou rede de Schmidt (Fig. 1.1). As duas redes são
construídas de forma diferente.
A projecção estereográfica é um tipo de projecção azimutal (ver Glossário). Os
termos rede de Wulff ou rede estereográfica referem-se apenas às redes desenhadas numa
projecção estereográfica. O termo estereograma refere os pontos ou curvas projectados
numa rede estereográfica.
A projecção de igual área é um segundo tipo de projecção azimutal que pode ser
usada para projectar o hemisfério inferior num plano horizontal. Uma projecção de igual
área não é uma projecção estereográfica. O termo rede de Schmidt refere uma rede
desenhada numa projecção de igual área e é distinto de rede estereográfica. Na prática,
todavia, os geólogos tendem a usar o termo rede estereográfica indistintamente, para
designar tanto a rede de Wulff com a rede de Schmidt.
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.1. (a) Rede estereográfica ou rede de Wulff. (b) Rede de igual área de Lambert
ou rede de Schmidt (ROWLAND & DUEBENDORFER, 1994).
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Projecção estereográfica e de igual área
Projecção esférica de um
plano
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Projecção estereográfica e de igual área
zénite
A intersecção da esfera com um plano que não passa pelo centro é um círculo
menor. Tais círculos menores também resultam da intersecção de cones circulares com a
esfera se o apex desses cones se posicionarem no centro da esfera (Figs. 1.6 e 1.7).
traço ciclográfico
círculo máximo
projecção esférica de uma plano
círculo máximo
a b
traço ciclográfico ou
círculo máximo
FIGURA 1.4. Projecção estereográfica de um plano inclinado. (a) Projecção esférica (r é o raio). (b) As
linhas de projecção, do zénite ao círculo máximo no hemisfério inferior, intersectam o plano de projecção
equatorial segundo um arco circular. (c) Estereograma do plano inclinado (MARSHAK & MITRA, 1988).
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Projecção estereográfica e de igual área
plano de projecção
círculos máximos
círculos menores
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Projecção estereográfica e de igual área
Usando este procedimento é possível construir uma rede de igual área. Nesta rede,
as curvas traçadas de N para S representam projecções de igual área de planos com
diferentes pendores e que contêm o eixo horizontal N-S da esfera de projecção. A segunda
série de curvas representam projecções de igual área de cones circulares cujos vértices se
situam no centro da esfera de projecção e cujos eixos são coaxiais com o eixo N-S da
esfera de projecção (Fig. 1.6). Assim, a rede de igual área é análoga à rede de Wulff e é
usada, da mesma forma, para projectar rectas, planos e polos. As curvas numa rede de
igual área são arcos elípticos e não segmentos de arcos circulares como na rede de igual
ângulo. As linhas da rede com direcção N-S são designadas por círculos máximos e o
outro conjunto de linhas por círculos menores.
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.9. Propriedades da projecção estereográfica de igual ângulo (MARSHAK & MITRA, 1988)
(ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.10. Propriedades da projecção de igual área (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
Para resolver os exercícios que lhe são propostos necessita do seguinte material:
rede estereográfica, folha de papel vegetal, “punaise”, lápis e borracha.
Antes de usar a sua rede é conveniente colá-la num cartão resistente e forrá-la com
papel transparente. Assim poderá usá-la na sala de aula e no campo sem receio de a sujar
ou molhar. Fure o centro da rede com o “punaise” e insira-o na parte de trás da rede. Se o
fixar com fita cola isso impede que o buraco do centro aumente durante a resolução dos
exercícios. Quando não está a usar a rede tape o “punaise” com um pedaço de borracha.
Coloque a folha de papel vegetal sobre a rede e fure-a com o “punaise” (Fig. 1.11). Este
serve de eixo de rotação para a folha de papel vegetal. Assinale na folha de papel vegetal a
posição do N.
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Projecção estereográfica e de igual área
colocar a
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Projecção estereográfica e de igual área
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Projecção estereográfica e de igual área
normal ao plano
a b c
FIGURA 1.13. Projecção de plano, com atitude N30°W;50°SW, e do seu polo (MARSHAK & MITRA,
1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
estratificação
clivagem
a b c
FIGURA 1.14. Linha de intersecção entre dois planos (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
linha 1
linha 1=16°;N42°E
80°
a b c
12
Projecção estereográfica e de igual área
P2
P1
FIGURA 1.16. Ângulo inter-flancos de uma dobra (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.17. Pendor aparente de um plano com pendor verdadeiro conhecido (MARSHAK & MITRA,
1988) (ver texto).
1.3.7. “Pitch” ou “Rake” de uma linha
Reveja o conceito de “pitch” ou “rake” de uma linha, em anexo.
Considere um plano de xistosidade, 110°;43°SW, e uma lineação mineralógica
contida nesse plano, 34°;160° (Fig. 1.18a). Determine o “pitch” da lineação no plano de
xistosidade. Siga os procedimentos enunciados nas alíneas 1.3.1 e 1.3.2 para projectar o
plano e a linha. Rode o papel vegetal de forma a que a direcção da foliação coincida com
o N da rede (Fig. 1.18b). Leia o ângulo a partir da primitiva, ao longo do círculo máximo,
até à lineação, tendo em atenção que o “pitch” é sempre um ângulo inferior a 90° (Fig.
1.18b). Rode o papel vegetal para a posição inicial (Fig. 1.18c). Neste caso, a orientação
da lineação mineralógica é dada por um “pitch” de 58°E na xistosidade 110°;43°S.
a b c
FIGURA 1.18. “Pitch” ou “rake” de uma linha contida num plano (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver
texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
charneira da dobra
C
D
C
C
FIGURA 1.19. Ângulo entre uma linha e um plano (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
ângulo entre os dois flancos. Projecte os planos e respectivos polos (Fig. 1.20b). A recta C
representa a linha de charneira. Rode a folha de papel vegetal até que os polos fiquem
alinhados no mesmo círculo máximo e determine o ponto B, à mesma distância angular de
cada polo (Fig. 1.20c). Rode o papel vegetal de forma a alinhar B e C no mesmo círculo
máximo (Fig. 20d). Este círculo máximo representa o plano que bissecta o ângulo entre os
flancos e contém a charneira, ou seja, o plano axial da dobra. Rode o papel vegetal para a
sua posição original (Fig. 1.20e). O plano axial tem atitude N84°E;84°S.
a PA
b
c d e
FIGURA 1.20. Plano bissector do ângulo entre dois planos que se intersectam (MARSHAK & MITRA,
1988) (ver texto).
1.3.10. Rotações
Para resolver alguns problemas em geologia estrutural é necessário simular a
rotação física de um elemento estrutural em torno de um eixo no espaço.
Existem dois procedimentos básicos usados para efectuar uma rotação: (1) rotação
em torno de um eixo vertical e (2) rotação em torno de um eixo horizontal. A rotação em
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Projecção estereográfica e de igual área
torno de um eixo inclinado é facilmente realizada pela combinação dos dois métodos
anteriores.
Rotação de uma linha em torno de um eixo vertical
Considere a linha 40°;S50°E. Qual a sua orientação após ter sido rodada 40° no
sentido dos ponteiros do relógio em torno de um eixo vertical? (Nota: o ponto de vista do
observador é de cima para baixo, conforme a Figura 1.21a).
Conforme representação na Figura 1.21a, à medida que a linha roda descreve um
segmento de um cone circular cujo eixo passa através do centro da rede estereográfica.
Projecte o ponto L que representa a linha (Fig. 1.21b). Desenhe um traço na primitiva
indicando a direcção da linha. Sem mover a folha de papel transparente conte 40°, no
sentido dos ponteiros do relógio, ao longo da primitiva e desenhe um segundo traço
marcando a direcção S10°E. Rode a folha de papel transparente de forma a colocar o
segundo traço no diâmetro NS (Fig. 1.21c). Conte 40°, a partir da primitiva, no sentido do
centro da rede, e marque o ponto L’ que representa a posição final da linha, depois da
rotação, com coordenadas 40°;S10°E (Fig. 1.21d). Repare que a direcção da linha mudou
mas o mergulho se manteve.
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.21. Rotação de uma linha inclinada em torno de um eixo vertical (MARSHAK & MITRA,
1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.22. Rotação de um plano em torno de um eixo vertical (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver
texto).
Rotação de uma linha em torno de um eixo horizontal
Uma linha que representa um eixo de rotação horizontal projecta-se como dois
pontos sobre a primitiva da rede estereográfica. Para simular a rotação em torno de um
eixo horizontal devemos rodar o papel transparente de forma a trazer o eixo de rotação
para a linha N-S da rede. A rotação de qualquer linha em torno deste eixo é efectuada
movendo o ponto, que representa a linha, ao longo de um círculo menor da rede
estereográfica. A rotação de um plano é efectuada movendo todos os pontos do círculo
máximo, que representa o plano, segundo distâncias angulares iguais, ao longo dos
círculos menores.
Considere uma lineação de estiramento que mergulha 30° segundo o azimute 220°.
Qual a orientação desta lineação depois de ter sido rodada 30°, no sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio, quando se olha para N, em torno de um eixo horizontal com direcção
N10°W (Fig. 1.23a)?
Projecte o ponto L, que representa a lineação, e desenhe um traço sobre a primitiva
indicando a direcção N10°W do eixo de rotação (Fig. 1.23b). Rode o papel vegetal 10°, no
sentido dos ponteiros do relógio, de forma a que o eixo de rotação coincida com a linha
NS da rede. Conte 30°, para a direita, ao longo do círculo menor que contém o ponto L, e
projecte o novo ponto L’, representando a nova posição da linha depois da rotação (Fig.
1.23c). Note que a rotação aumenta o mergulho da linha e modifica a sua direcção. L’
mergulha 51° segundo o azimute 202°.
Eixo de rotação
Lineação rodada
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.23. Rotação de uma linha em torno de um eixo horizontal (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver
texto).
Rotação de um plano em torno de um eixo paralelo à sua direcção
Considere um plano com coordenadas N20°E;20°SE. (a) Qual é a atitude do plano
depois
Lineação
de ter sido rodado 30° no sentido dos ponteiros do relógio, quando se olha para
NE, em torno de um eixo paralelo à direcção (Fig. 1.24a)? (b) Qual a atitude do plano
depois de ter sido rodado 30° no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, quando se
olha para NE, em torno de um eixo paralelo à direcção (Fig. 1.24a)?
Projecte o círculo máximo e o polo P do plano original. Coloque o traço da
direcção do plano coincidente com o eixo N-S da rede estereográfica. Conte 30° para a
esquerda, ao longo do diâmetro W-E, e desenhe o novo polo e o novo círculo máximo do
plano com coordenadas N20°E;50°SE (Fig. 1.24b). Para rodar no sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio conte 30° para a direita, a partir do polo e do traço original do plano.
Note que depois de contar 20° alcança a primitiva e o plano é horizontal. Se continuarmos
a rotação o plano começa a inclinar para NW, e os 10° restantes são contados do lado
oposto a partir da primitiva (Fig. 1.24c). O plano rodado tem agora as coordenadas
N20°E;10°NW. No caso (a) a rotação origina um aumento do pendor do plano enquanto
no (b) a inclinação do plano é menor do que a do original.
Eixo de rotação
(N20°E)
FIGURA 1.24. Rotação de um plano em torno de um eixo paralelo à sua direcção (MARSHAK & MITRA,
1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
Eixo de rotação
Camada
inclinada Camada
rodada
FIGURA 1.25. Rotação de um plano em torno de um eixo horizontal oblíquo à direcção do plano
(MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
Lineação
FIGURA 1.26. Rotação de uma lineação contida num plano em torno de um eixo paralelo à direcção desse
plano (MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
Flanco da
dobra
Flanco da dobra
rodado
FIGURA 1.27. Rotação de um plano em torno de um eixo inclinado horizontalizando o eixo de rotação
(MARSHAK & MITRA, 1988) (ver texto).
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.28. Rotação em torno de um eixo inclinado (RAMSAY & HUBER, 1983)
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Projecção estereográfica e de igual área
Eixo do testemunho
a b
FIGURA 1.29. (a) Ângulo δ entre o eixo do testemunho e o polo π do plano de estratificação num furo de
sondagem. (b) Duplo cone circular descrevendo o conjunto de todas as posições possíveis do polo da
estratificação em relação ao eixo do testemunho (RAMSAY & HUBER, 1983).
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Projecção estereográfica e de igual área
Eixo do testemunho
Circular
Parabólica Hiperbólica
Elíptica
FIGURA 1.30. A inclinação do eixo da sondagem determina o tipo de secção cónica (circular, elíptica,
parabólica ou hiperbólica) segundo a qual o cone intersecta a superfície do solo (MARSHAK & MITRA,
1988).
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Projecção estereográfica e de igual área
Marca de orientação
Marca de orientação
FIGURA 1.31. Marcas de orientação usadas em sondagens pouco profundas. (a) Sondagem vertical com
marca no topo. (b) Sondagem inclinada com marca lateral (MARSHAK & MITRA, 1988).
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Projecção estereográfica e de igual área
primitiva, para ambos os lados do ponto marcado. Una os novos pontos sobre a primitiva
com o N da rede e registe a intersecção destas rectas com a linha EW. Esses pontos na
linha EW definem o diâmetro da circunferência. Determine o ponto médio e desenhe a
circunferência com um compasso. Projecte o furo de sondagem 2 no estereograma. O
ângulo entre o polo da estratificação e o eixo do testemunho é 90°-41°=49°. Desenhe a
circunferência em torno da sondagem 2, usando o mesmo método utilizado para a
sondagem 1 (Fig. 1.32b). Projecte o furo de sondagem 3 no estereograma e use o mesmo
método utilizado para os furos anteriores, sabendo que o ângulo entre o polo da
estratificação e o eixo do testemunho é 90°-51°=39° (Fig. 1.32c).
As três circunferências intersectam-se num ponto que representa o polo da
estratificação. Usando este polo desenhe o traço de círculo máximo correspondente à
estratificação. A atitude da estratificação é N75°E;13°S (Fig. 1.32d).
FIGURA 1.32. Determinação da atitude da estratificação a partir de três furos de sondagem não paralelos
(MARSHAK & MITRA, 1988).
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Projecção estereográfica e de igual área
Geometricamente uma dobra é uma superfície curva. Há dois tipos de dobras: (1)
dobras cilíndricas (Fig. 1.33a) são geradas pelo movimento de uma linha recta imaginária
paralelamente a ela própria no espaço (a linha que gera a dobra é designada por eixo da
dobra) e (2) dobras não cilíndricas (Fig. 1.33b) geradas por uma linha que se move no
espaço de forma não paralela a ela própria. Se uma extremidade da linha é fixada a dobra
resultante é designada por dobra cónica. Se o movimento da linha não é sistemático a
dobra resultante é complexa. Por vezes, as dobras complexas podem ser subdivididas em
partes que são aproximadamente cilíndricas. A geometria de superfícies cilíndricas ou
cónicas pode ser analisada em diagramas ß e π numa rede de igual área.
FIGURA 1.33. (a) Dobras cilíndricas; (b) Dobras não cilíndricas (ROWLAND & DUEBENDORFER,
1994).
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Projecção estereográfica e de igual área
produzem círculos máximos que não se intersectam num ponto comum, embora os pontos
de intersecção se concentrem numa determinada área que dá uma orientação média para o
eixo ß. Para n atitudes planares projectadas (Fig. 1.34) o número de intersecções x é dado
pela progressão aritmética
x = 0 + 1 + 2 +...+ (n-1) = n (n-1) / 2.
Assim, se houver 200 planos projectados o número de intersecções é 19 900. O contorno
dos pontos de intersecção salienta uma área com máxima concentração das intersecções.
FIGURA 1.34. Diagrama β de dobras cilíndricas. O número de intersecções de círculos máximos aumenta
rapidamente à medida que o número de planos projectados também aumenta (MARSHAK & MITRA,
1988).
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Projecção estereográfica e de igual área
Círculo π
FIGURA 1.35. Diagrama π de dobras cilíndricas. Os polos dos planos concentram-se ao longo de um
círculo máximo cujo polo é o eixo (π=β) (MARSHAK & MITRA, 1988).
Numa dobra muito aberta, com um ângulo inter-flancos grande, a distribuição dos
polos, numa rede de igual área, corresponde a uma elipse (Fig. 1.36b). Com o decréscimo
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Projecção estereográfica e de igual área
do ângulo inter-flancos o padrão de distribuição dos polos muda para uma cerca de círculo
máximo incompleta e, finalmente, para uma cerca de círculo máximo completa (Fig.
1.36c).
FIGURA 1.36. Modificações no padrão de distribuição dos polos num diagrama π com o aumento do
ângulo inter-flancos (MARSHAK & MITRA, 1988).
Um diagrama π dá informação, não só, sobre o eixo da dobra, mas também sob a
forma da dobra. Por exemplo, se uma dobra possui uma zona de charneira larga e
arredondada a densidade dos pontos será uniforme no círculo π e os dois pontos extremos
no círculo definem o ângulo inter-flancos (Fig. 1.37a). O círculo π para uma dobra com
flancos planares e zona de charneira estreita possui duas zonas de distribuição máxima
correspondentes aos dois flancos e estes máximos podem ser usados para determinar o
ângulo inter-flancos (Fig. 1.37b). Para uma dobra em “chevron”o círculo π na projecção é
definido por dois pontos máximos correspondentes aos dois flancos (Fig. 1.37c). Muitas
dobras naturais mostram padrões que são intermédios entre um círculo π de charneira
larga e um círculo π de dois máximos (flancos).
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Projecção estereográfica e de igual área
FIGURA 1.37. Variação dos diagramas π função da forma da dobra. (a) Dobra com charneira larga
arredondada; (b) dobra com charneira estreita; (c) dobra em “chevron”; (d) dobras assimétricas
(MARSHAK & MITRA, 1988).
Normalmente, não é possível dizer nada de conclusivo sobre a simetria das dobras
a partir de um diagrama π, porque outros factores para além do pendor dos flancos da
dobra determinam a simetria da dobra. A concentração de pontos ao longo da cerca que
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Projecção estereográfica e de igual área
Traço axial
Plano axial
Eixo π
FIGURA 1.38. Determinação da atitude do plano axial a partir de um diagrama π (MARSHAK & MITRA,
1988).
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Projecção estereográfica e de igual área
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