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ARQUITETURA E URBANISMO
Macapá
2016
1
Macapá
2016
2
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof.ª.
CEAP
Prof.ª.
CEAP
Prof.ª
CEAP
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus Pais que com seu apoio e dedicação me fizeram
chegar onde estou, e ao Plínio que ficou ao meu lado durante todo esse tempo.
minha avó Celé in memoriam, que sempre foi seu desejo me ver realizando o
meu sonho, e eu sei que lá no céu a senhora está feliz por mim.
Collares que foram minhas verdadeiras amigas nesses 5 anos, amo muito vocês.
4
Emanuel Souto
5
RESUMO
ABSTRACT
This work aims to elaborate a conservation and restoration project of the Barão
do Rio Branco School, located in the Municipality of Macapá, State of Amapá.
Because it is, the first school built in masonry, neocolonial style and for the
historical value, it represents for the amapaenses, as well as for the absence of
works related to this patrimony, in the state, hence its importance, especially for
the academic environment. In the methodology was used the method of
deductive hypothetical study approach, to work from an observation of the object
of study, to develop a problem, to bring hypothetical results, to give a north to
bibliographic research, making a deeper analysis on the state that is Meets and
presents a proposal for the restoration of the building, together with the
elaboration of an architectural project following all the norms and specific
adaptations for the conservation of the Barão do Rio Branco School. If
architecture is a means of preserving history, restoration is a rescue of its identity,
that is, restoring is restoring a complete state of what already existed at a given
moment, hence the importance of this work.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2 – Escultura dos santos e reis na fachada da Catedral Notre Dame ......20
Figura 61 – Parque.............................................................................................67
Figura 62 – Estacionamento...............................................................................68
QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................12
2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS................................................15
2.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL.............................15
2.2 CONSERVAÇÃO E RESTAURO.................................................................16
2.3 OS TEÓRICOS E SUAS REFLEXÕES CRÍTICAS.......................................18
2.3.1 Viollet-le-Duc ...........................................................................................18
2.3.2 Jonh Ruskin.............................................................................................22
2.3.3 Cesari Brandi...........................................................................................23
2.4 AS CARTAS PATRIMONIAIS E SEUS CRITÉRIOS DE CONSERVAÇÃO E
RESTAURO.......................................................................................................24
2.4.1 Carta de Atenas 1931...............................................................................24
2.4.2 Carta de Restauro de 1972......................................................................26
2.4.3 Carta de Veneza de 1964 .........................................................................28
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................71
11
REFERÊNCIAS.................................................................................................75
APÊNDICES......................................................................................................77
APÊNDICE A- Tabela de danos: Fachada frontal do prédio principal.................77
APÊNDICE B- Tabela de danos: Fachada frontal do anexo 02...........................78
APÊNDICE C- Tabela de danos: Fachada frontal do anexo 03 e 04...................79
APÊNDICE D- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Sala de aula padrão 01.......................................................................................80
APÊNDICE E- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Sala de aula padrão 02.......................................................................................81
APÊNDICE F- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Sala de aula padrão 03.......................................................................................82
APÊNDICE G- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Cine Territorial....................................................................................................83
APÊNDICE H- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Cine Territorial 2.................................................................................................84
APÊNDICE I- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Área administrativa ............................................................................................85
APÊNDICE J- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Área administrativa 2..........................................................................................86
APÊNDICE K- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Área da Lanchonete...........................................................................................87
ANEXOS............................................................................................................88
ANEXO A- Figuras do processo de análise da restauração do Instituto de
Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre.............................................88
ANEXO B- Figuras do resultados da restauração do Instituto de Educação
General Flores da Cunha, Porto Alegre..............................................................89
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1 INTRODUÇÃO
O trabalho tem por objetivo elaborar um projeto de restauro e conservação
da Escola Estadual Barão do Rio Branco, no município de Macapá-AP. O tema
foi proposto a partir seguinte problema: “Por ser uma edificação que carrega um
valor histórico de grande importância para o Estado do Amapá, a Escola Barão
do Rio Branco poderá ser considerada como um patrimônio cultural, com a
possibilidade de ser restaurada e voltar a sua utilização original? “.
Como hipótese foi analisado o descaso e o abandono do poder público ao
prédio da Escola Estadual Barão do Rio Branco, considerando o mesmo como
uma potencialidade como patrimônio cultural, o que consolida o fato que há uma
desvalorização dos monumentos ou edifícios antigos do Estado. Em sua maioria
são destinados a serem órgãos públicos sem antes um restauro adequado e uma
manutenção constante ao longo do tempo. Além disso, para que possa
reconhecer a sua importância como patrimônio cultural, uma conservação deve
ser feita a edificação, e assim beneficiando a sociedade novamente.
Este trabalho teve como intuito a elaboração de um projeto de restauro e
conservação para a Escola Estadual Barão do Rio Branco que demonstre a
potencialidade da sua edificação como patrimônio cultural, que preserve a
identidade da coletividade e somente assim resgate a sua importância e
reconhecimento diante da sociedade amapaense.
Foram discorridos os seguintes objetivos específicos: Levantamento dos
aspectos conceituais, as condições históricas, sociais, culturais e identitárias do
projeto de Restauração da Escola Barão do Rio Branco; investigação de
questões técnicas em relação ao objeto estudado e a elaboração de um projeto
de restauro e conservação da edificação Escola Barão do Rio Branco, que
respeite a identidade histórica cultural e resgate a sua importância e o
reconhecimento da sociedade amapaense.
No decorrer do curso de Arquitetura e Urbanismo, a pesquisadora teve a
oportunidade de conhecer a história da arquitetura e urbanismo e assim
conhecer sobre a formação e a construção do que se chama hoje de Estado do
Amapá, e por meio desse interesse, compreensão e afeição, e então identificou
a realidade que se encontra a Escola Barão do Rio do Branco, e se tornou como
objetivo do seu trabalho trazer à tona a história, ou seja, conservando a
edificação para que futuras gerações vejam a história do Amapá.
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a restauração se confirma no seu livro quando ele diz que “é preciso colocar- se
no lugar do arquiteto primitivo”:
Em circunstâncias semelhantes, o melhor a se fazer é colocar-se no
lugar do arquiteto primitivo e supor aquilo que ele faria se, voltando ao
mundo, fossem a ele colocados os programas eu nos são proposto.
Mas compreende-se, então, que é preciso deter todos os recursos que
possuíam esses mestres antigos, que é preciso proceder como eles
procediam” (VIOLLET-LE-DUC, 2013, p. 65).
Outro trabalho feito por ele entre 1840 e 1868, foi na igreja de Saint-
Chapelle como mostra na figura 05, que fazia parte do palácio feito por Philippe
Auguste, que também segue o estilo gótico, respeitando a ideia do arquiteto, sua
intervenção quanto adição de elementos, foi menor em relação a igreja de Notre-
Dame.
22
Essa luta de Ruskin vem ser dessa forma, muito em função da época em
que ele viveu, aonde a revolução industrial veio a se tornar potente, ou seja, o
conflito entre novas tendências e o tradicionalismo, e como ele defendia a
herança deixada pelo povos como um elo com os antigos povos. Rogerio Pinto
Dias Oliveira fala sobre os pensamentos de Jonh Ruskin e afirma que ele:
Entendia a Arquitetura como uma expressão forte e duradoura capaz
de se eternizar carregando em si uma enorme carga de valor histórico
e cultural. Ruskin defendia a ideia de que as edificações deveriam
atravessar os séculos de maneira intocada envelhecendo segundo seu
destino, lhe admitindo a morte se fosse o caso. Com algumas exceções
permitia pequenos trabalhos de intervenção que evitassem a queda
prematura das edificações (OLIVEIRA, 2013)
Essas normas estabelecem medidas que devem ser seguidas para que
haja conservação do elemento, assim dando a responsabilidade ao poder
público que no caso do Brasil, o IPHAN protege esse monumentos históricos e
visa essa conservação e manutenção continua. A valorização também é citada
como um princípio estabelecido na conferência “[...] Nas construções dos
edifícios, o caráter e a fisionomia das cidades, sobretudo na vizinhança dos
monumentos antigos, cuja proximidade deve ser o objeto de cuidados especiais.”
(CARTA DE ATENA, 1931).
Visando a conservação do patrimônio, a carta fala sobre a restauração
desses monumentos, que estão sendo prejudicados ou sob ameaça, onde a
preservação do modelo original é muito importante:
26
manutenção recorrente, para que evite uma intervenção de maior porte e cita o
seguinte: “[...] nova utilização para os edifícios, desde que seja compatível com
os elementos históricos e artísticos do mesmo.” (CARTA DE RESTAURO, 1972).
A Carta de restauro em seu artigo 6º, ainda elabora os princípios gerais
que não se deve fazer em relação a operações de salvaguarda e restauro:
3.1.2 Diagnóstico
De acordo com o manual de Elaboração de Projetos de Preservação do
Patrimônio Cultural (IPHAN, 2005), é a etapa de consolidação dos estudos e
pesquisas anteriormente realizados, que complementa o conhecimento do
objeto, analisando de forma pormenorizada determinados problemas ou
interesses específicos de utilização do Bem. As atividades compostas são o
mapa de danos, que é o levantamento dos danos existentes no edifício de acordo
com as patologias, ou seja, em relação aos seus agentes e causas, depois é
preciso fazer uma análise no estado de conservação da edificação, em relação
ao estado de conservação dos materiais, para identificação das patologias dos
materiais, então deverá ser feito uma análise do estado de conservação do
sistema estrutural, vendo como se comporta a estrutura do prédio em seus mais
diversos componentes, depois a identificação dos agentes degradantes e
finalmente, a degradação dos danos de fundação e danos estruturais.
Fonte: Marlene C.
Fonte: Prati.com.br.
33
pátios, pintura e reparos gerais no prédio foram feitos.” Outra reforma geral foi
feita em 1973, quando “[...] o assoalho de madeira foi retirado e substituído por
cerâmica; a escada de acesso do primeiro ao segundo pavimento, de madeira,
foi substituída por outra, de concreto.” (URBELÂNDIA,2005)
Na administração de Dilma de Paula Sagatto (1980/1996) foram feitas
várias intervenções: pintura geral, colocação de guarda-corpo de metal na
escada interna, a portaria também recebeu grades de proteção, o patamar de
acesso à porta lateral esquerda do prédio foi fechado com alvenaria para
instalação de uma copiadora, alteração nos usos de salas, colocação de grades
nas janelas da fachada frontal do primeiro pavimento.
Em 1992 o prédio foi novamente pintado. No terreno dos fundos, foram
construídos vários anexos ao longo dos anos: cozinha, depósito, casa do
zelador, marcenaria, uma quadra poliesportiva coberta com estrutura metálica
(1974) e salas para laboratórios (1981). A fachada conserva todos os elementos
decorativos originais.
De acordo com pesquisas feitas no bairro central, essa região por ser
centro de comércio de Macapá, se tornou um local com uma gama de
referências. Como exemplo, o hospital geral de Macapá se localiza na Avenida
FAB, próxima a escola Barão, além de ter mais duas praças próximas, também
há o Teatro das Bacabeiras na mesma Rua Cândido Mendes. Além de vários
serviços de entretenimento, alimentício e serviços diversos.
O terreno situa-se na Avenida FAB, entre a Rua Candido Mendes e a Rua
São José (figura 24), sua localização fica ainda mais simples pelo fato de estar
em frente à Praça Barão do Rio Branco, que tem o nome semelhante à escola.
A Avenida FAB considerada uma das principais avenidas de Macapá é
conhecida como divisora das zonas norte e sul da cidade, sendo assim uma
avenida de grande fluxo, a fachada frontal do terreno se dá a avenida FAB,
tornando o acesso principal do terreno e a rua São José é acesso alternativo do
terreno.
Figura 24: Vistas da Rua Candido Mendes e Rua São José,
respectivamente.
Por ter as instalações de uma escola, o terreno possui, rede de água, com
uma caixa d’agua já instalada, assim como rede de esgoto dispostas por todo
terreno. Na questão elétrica, os lotes tem rede elétrica, com grande capacidade
de energia, pois há transformador ligado à rede elétrica para abastecer a
edificação (Figura 26).
Figura 26: Imagens da Caixa d’agua e o Transformador existentes no local
A segunda modificação foi feita nos anos 60, com a construção dos
anexos ao lado do prédio principal como mostra na foto, e adição de muro de a
entrada no terreno da escola, é possível ver na figura 35, que o muro é baixo,
porém de forma desigual, já a entrada ao terreno eram dois pergolados altos e
brancos com a identificação da escola.
Figura 35: Grupo Escolar Barão do Rio Branco e a sua entrada
mostra a figura 36, em sua fachada frontal foram utilizados elementos vazados
nas janelas, com entradas em forma de arco pleno e uma estrutura de cobertura
utilizada nas entradas do anexo, além de pequenas muretas que utilizavam para
delimitar a entrada, até a construção dos anexos 03 e 04, a única entrada
utilizada era pela parte frontal terreno.
Figura 36: Anexo do Grupo Escolar Barão do Rio Branco
Quanto ao anexo 02, a fachada que tinha os dois arcos plenos, foi
reconstruída e assim colocando janelas comuns, na parte frontal a viga e os
pilares são diferentes dos que como são os outros anexos (figura 40).
Figura 40: A parte posterior do anexo 02
Figura 47: Bandeiras de veneziana das portas das salas dos anexos
MENTO
ZONEA
DIEMENSIONAMENTO
AMBIENTES
MÍNIMO
Almoxarifado 8,33 m²
ADMINISTRA
Coordenação 16,04 m²
Diretor 11,53 m²
TIVO
Backstage 33,32 m²
Hall de entrada 16,23 m²
Lanchonete do Cine 27,19 m²
Sala de som 17,05 m²
W.C do Cine Territorial 17,00 m²
QUADRA
de ser modificada a área do palco, para seja feita uma entrada de serviço do
palco para a área cultural.
Uma importante questão surgiu quanto aos elementos colocados nas
aberturas do segundo pavimento que seriam as esquadrias de ferro com vidro
embutido, semelhantes às esquadrias que estão localizadas na fachada frontal
do prédio principal, assim reconstituindo a antiga entrada do cine territorial pela
lateral do prédio principal.
O objetivo é trazer mais próximo possível da antiga fachada, porém as
janelas de ferro com vidro embutido, que localizam-se nas laterais, na altura das
aberturas, vão desde o primeiro, até o segundo pavimento, não será restaurado
com a sua altura total, pois para obedecer a norma 9050, o banheiro que se
encontra na lateral do hall de entrada do cine foi aumentado, então a janela não
poderia ser reconstruída, ou seja será somente aproveitada a abertura que já
existe no segundo pavimento.
Essa volta ao passado se relaciona muito com o que Viollet-le-Duc
acreditava, para ele o que mais importava era o projeto original, ou seja, a volta
dessa entrada na lateral do prédio principal, acarretará em trazer a ideia original
do arquiteto de que o cine territorial pode ser utilizado tanto pelos alunos quanto
pela sociedade amapaense.
4.3.4 Maquete
Assim para que seja feita a visualização do projeto e como estará o
espaço, as fotos renderizadas do projeto foram feitas de acordo com os mapas
de danos, na figura 54 as imagens das as janelas com os vidros embutidos para
a climatização artificial, como já foi explicado no memorial descritivo, as janelas
serão restauradas, e para a melhor climatização dos espaços, será colocado
folhas de vidro na parte interna das esquadrias, assim não descaracterizando as
fachadas.
A área administrativa (figura 55) continua sendo estruturalmente da
mesma maneira, porém a restauração em todas as janelas e portas, no primeiro
pavimento, local da secretaria, continua sendo o mesmo. Devido a necessidade
de alguns ambientes faltantes, o lado direito na área administrativa será
modificado para a inclusão desses ambientes necessários de acordo com o
FNDE.
65
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
66
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
68
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
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Fonte: Maquete
Figura 66: Fachada do anexo 04
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
70
Fonte: Maquete
Fonte: Maquete
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
que se localizam na fachada do prédio principal não podem ser modificados para
portador de necessidades especiais, pois poderia comprometer a elevação
frontal do prédio.
Na fachada em sua última modificação feita, foi implantado uma rampa,
assim de modo que será feita uma restauração e incluindo corrimão como diz na
norma da ABNT 9050.
Em relação às modificações dos ambientes, de acordo FNDE é
necessário alguns espaços para que possam atender as necessidades básicas
dos alunos, espaços estes, que não existiam na escola Barão do Rio Branco,
que são a coordenação, almoxarifado na área administrativa, já na parte
pedagógica o laboratório não existia, e como parte faltante na questão de
serviço, a cozinha, refeitório, área de serviço, a dispensa, D.M.L, central de gás
e central de lixo são os ambientes que faltavam na escola.
Na proposta de implantação, a parte externa do prédio terá um
estacionamento para os professores e visitantes, na área que está localizada na
fachada frontal da escola e próximo a entrada lateral que direciona para Rua São
José. Foi também utilizada a área na lateral direita que fica na fachada frontal da
escola, como parque para crianças, além de utilizar as árvores já existentes para
arborização do parque. Na área dos fundos da escola, foi criada uma horta, para
que os estudantes possam aprender sobre educação ambiental e alimentar. E
uma parte da área dos fundos, foi feito a central de gás e de lixo que não existiam
antes, e que são obrigatórias por ser uma escola.
Como já havia modificações na escola, quanto às instalações de
climatização das salas, o projeto propõe a utilização dessas instalações, porém
para que não haja modificação das janelas venezianas que são elementos
importantes da arquitetura da escola e também a espessura das paredes, haverá
a restauração dessas janelas, no entanto ao invés de serem fixas serão de correr
criando uma melhor ventilação das salas quando houver necessidade de abri-
las e também colocar na parte interior da janela folhas de vidro, e então não
modificando a fachada e assim tendo a climatização devida.
Com objetivo de atender as necessidades de adaptá-lo em um auditório
de acordo as normas, a maior intervenção será feita ao cine territorial, que além
de adequá-lo para atender os portadores de necessidades especiais, também
será necessário alterar os materiais para atender questões de acústica do
74
auditório. Uma importante questão surgiu quanto aos elementos colocados nas
aberturas do segundo pavimento sendo as esquadrias de ferro com vidro
embutido, semelhantes as esquadrias que estão localizadas na fachada frontal
do prédio principal, assim reconstituindo a antiga entrada do cine territorial pela
lateral do prédio principal. O objetivo é trazer mais próximo possível da antiga
fachada, porém as janelas de ferro com vidro embutido, que se localizam nas
laterais, na altura das aberturas, vão desde o primeiro até o segundo pavimento,
não será restaurado com a sua altura total, pois para obedecer a norma 9050, o
banheiro que se encontra na lateral do hall de entrada do cine foi aumentado,
então janela não poderia ser reconstruída, então será somente aproveitada
abertura que já existe no segundo pavimento. Essa volta ao passado se
relaciona muito com o que Viollet-le-Duc acreditava, que o mais importante é o
projeto original, ou seja, a volta dessa entrada na lateral do prédio principal,
acarretará em trazer a ideia original do arquiteto de que o cine territorial pode ser
utilizado tanto pelos alunos quanto pela sociedade amapaense.
A escola Barão do Rio Branco é uma referência no Estado do Amapá por
se a primeira escola construída em alvenaria, com o estilo neocolonial e pelo
valor histórico que representa para os amapaenses, daí a importância da sua
escolha, como também pela ausência de trabalhos referente a esse patrimônio,
no estado, o que representa uma fonte de pesquisa para o meio acadêmico.
Considerando as características da edificação, com o espaço destinado
para o parque infantil, a horta e também pela localização privilegiada e conforme
dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei 9.394 de
1996), em seu artigo 11, inciso V, que diz da responsabilidade dos Municípios
em oferecer a educação infantil e ensino fundamental a sugestão é que o prédio
da Escola Barão do Rio Branco seja municipalizado, passando suas ações ao
Município de Macapá.
E para finalizar, o trabalho apresentado é inovador e o resultado é uma
proposta completa e surpreendente, que pode servir de inspiração e de pesquisa
para quem deseja fazer um trabalho dessa natureza, sendo uma contribuição,
para quem acredita na restauração, enquanto resgate da identidade, capaz de
restabelecer um estado completo daquilo que já existiu e que tem significado
para a sociedade.
75
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
APÊNDICE A - Mapa de Danos 01
78
ANEXOS
ANEXO A - Figuras do processo de análise da restauração do Instituto de
Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre