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CE N T RO DE E NSI N O S U PE RI OR DO AMAPÁ

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

ARQUITETURA E URBANISMO

LÍVIA GÓES FERREIRA CARDOSO

PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DA ESCOLA


ESTADUAL BARÃO DO RIO BRANCO, NO MUNICIPIO DE
MACAPÁ- AP

Macapá
2016
1

LÍVIA GÓES FERREIRA CARDOSO

PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DA ESCOLA


ESTADUAL BARÃO DO RIO BRANCO, NO MUNICÍPIO DE
MACAPÁ- AP

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro
de Ensino Superior do Amapá - CEAP, como
requisito parcial para obtenção do bacharel em
Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora: Professora Juliane Gonçalves da
Silva

Macapá
2016
2

LÍVIA GÓES FERREIRA CARDOSO

PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DA ESCOLA


ESTADUAL BARÃO DO RIO BRANCO, NO MUNICIPIO DE
MACAPÁ- AP

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Arquitetura
e Urbanismo do Centro de Ensino
Superior do Amapá – CEAP, como
requisito para à obtenção do
Bacharel em Arquitetura e
Urbanismo, com nota final igual a
_______, conferida pela Banca
Examinadora formada pelos
professores:

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof.ª.
CEAP

Prof.ª.
CEAP

Prof.ª
CEAP

Macapá, ___ de ___________ 2016.


3

AGRADECIMENTOS

Obrigada Deus por esses 5 (cinco) anos de luta e esforço para me

torna uma Arquiteta.

Agradeço aos meus Pais que com seu apoio e dedicação me fizeram

chegar onde estou, e ao Plínio que ficou ao meu lado durante todo esse tempo.

Meus agradecimentos sinceros a minha família toda, em especial a

minha avó Celé in memoriam, que sempre foi seu desejo me ver realizando o

meu sonho, e eu sei que lá no céu a senhora está feliz por mim.

Agradeço aos meus Professores, em especial a minha Orientadora

Juliane Gonçalves, por compartilhar seus conhecimentos e sempre me ajudar

com este trabalho.

A minha turma, que esteve trilhando este caminho junto comigo,

especialmente a Adrya Palheta, Gabrielle Guedes, Sabrina Queiroz e Stephanie

Collares que foram minhas verdadeiras amigas nesses 5 anos, amo muito vocês.
4

“A ARQUITETURA não é um curso, é um


caminho, percurso. Dentre todas as
artes, esta me satisfaz, tira de mim tudo
o que sou capaz, até o que não sou me
faz!”

Emanuel Souto
5

PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DA ESCOLA ESTADUAL


BARÃO DO RIO BRANCO, NO MUNICIPIO DE MACAPÁ- AP

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo elaborar um projeto de conservação e restauro da


Escola Barão do Rio Branco, localizada no Município de Macapá, Estado do
Amapá. Por se tratar da primeira escola construída em alvenaria, estilo
neocolonial e pelo valor histórico que representa para os amapaenses, como
também pela ausência de trabalhos referente a esse patrimônio, no Estado, daí
a sua importância, principalmente para o meio acadêmico. Na metodologia foi
utilizado o método de abordagem de estudo hipotético dedutivo, por trabalhar a
partir de uma observação do objeto de estudo, desenvolver um problema, trazer
resultados hipotéticos, dar um norte para pesquisa bibliográfica, fazendo uma
análise mais profunda sobre o estado que se encontra e apresentando uma
proposta de restauração do edifício, junto com a elaboração de um projeto
arquitetônico, seguindo todas as normas e adequações específicas para
conservação da Escola Barão do Rio Branco. Se a arquitetura é um meio de
conservação da história, a restauração é um resgate da sua identidade, ou seja,
restaurar é restabelecer um estado completo daquilo que já existiu em um dado
momento, daí a importância deste trabalho.

Palavras-chave: Conservação. Escola Barão do Rio Branco. Patrimônio.


Restauração.

AUTORA: Lívia Góes Ferreira Cardoso

ORIENTADORA: Juliane Gonçalves da Silva


6

ABSTRACT

This work aims to elaborate a conservation and restoration project of the Barão
do Rio Branco School, located in the Municipality of Macapá, State of Amapá.
Because it is, the first school built in masonry, neocolonial style and for the
historical value, it represents for the amapaenses, as well as for the absence of
works related to this patrimony, in the state, hence its importance, especially for
the academic environment. In the methodology was used the method of
deductive hypothetical study approach, to work from an observation of the object
of study, to develop a problem, to bring hypothetical results, to give a north to
bibliographic research, making a deeper analysis on the state that is Meets and
presents a proposal for the restoration of the building, together with the
elaboration of an architectural project following all the norms and specific
adaptations for the conservation of the Barão do Rio Branco School. If
architecture is a means of preserving history, restoration is a rescue of its identity,
that is, restoring is restoring a complete state of what already existed at a given
moment, hence the importance of this work.

Keywords: Conservation. Barão do Rio Branco School. Heritage. Restoration.


7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fachada da Catedral Notre-Dame ....................................................20

Figura 2 – Escultura dos santos e reis na fachada da Catedral Notre Dame ......20

Figura 3 – Agulha do cruzeiro da Catedral Notre Dame......................................21

Figura 4 – Gárgulas da Catedral Notre Dame ....................................................21

Figura 5 – Fachada da igreja Saint-Chapelle .....................................................22

Figura 6 – Inauguração como Escola General Flores da Cunha em 1937...........32

Figura 7 – Inauguração da exposição do centenário da revolução Farroupilha


...........................................................................................................................32

Figura 8 – Levantamento fotográfico..................................................................33

Figura 9 – Procedimentos e testes de restauração - limpeza das fachadas com


sistema de jateamento a base de gelo seco.......................................................33

Figura 10 – Atual fachada principal do conjunto e a proposta de restauração.....34

Figura 11 – Atual pátio interno e a proposta........................................................34

Figura 12 – Atual pátio esportivo e a proposta....................................................35

Figura 13 – Fachada atual da escola de Uberlândia...........................................36

Figura 14 – Porta central com verga de arco pleno.............................................36

Figura 15 – Sacada principal e detalhamento do balcão.....................................37

Figura 16 – A estrela da Republica no frontão de perfil recortado.......................37

Figura 17 – O antigo prédio da Escola Industrial de Macapá..............................39

Figura 18 – O antigo prédio da Escola normal de Macapá..................................39

Figura 19 – O hospital geral de Macapá..............................................................39

Figura 20 – Grupo Escolar Barão do Rio Branco em construção........................40

Figura 21 – Praça Barão do Rio Branco no início dos anos 50............................41

Figura 22 – Localização da cidade Macapá........................................................42

Figura 23 – Localização do Terreno Macapá mapa/satélite................................42

Figura 24 – Vistas da Rua Candido Mendes e Rua São José,


respectivamente.................................................................................................43
8

Figura 25 – Localização do Setor, quadra e Lote................................................43

Figura 26 – Imagens da Caixa d’agua e o Transformador existentes no local.....44

Figura 27 – Vista da fachada principal e lateral do terreno dando ênfase na


vegetação do local..............................................................................................44

Figura 28 – Foto via satélite do terreno com os estudos de ventilação e


insolação............................................................................................................45

Figura 29 – Perímetro da Zona Comercial..........................................................45

Figura 30 – Representação da área de ocupação de acordos com os parâmetros


do setor comercial..............................................................................................46

Figura 31 – A edificação que funcionava como escolar antes da construção do


Grupo escolar.....................................................................................................47

Figura 32 – Construção da escola Barão do Rio Branco.....................................48

Figura 33 – Entrada principal do antigo Cine Teatro Territorial, localizado aos


fundos do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Macapá..............................48

Figura 34 – Inauguração da Grupo Escolar Barão do Rio Branco.......................49

Figura 35 – Grupo Escolar Barão do Rio Branco e a sua entrada.......................49

Figura 36 – Anexo do Grupo Escolar Barão do Rio Branco.................................50

Figura 37 – Vista lateral da área esquerda do prédio do Barão do Rio


Branco................................................................................................................50

Figura 38 – Pilar do anexo 03 na parte frontal da edificação...............................51

Figura 39 – Praça localizada entre os anexos 01 e 03........................................51

Figura 40 – A parte posterior do anexo 02..........................................................51

Figura 41 – Quadra poliesportiva localizada próxima ao anexo 01.....................52

Figura 42 – Janela de veneziana do anexo 03....................................................52

Figura 43 – Janela de veneziana junto com vidro embutido................................53

Figura 44 – Sala de aula do anexo 04.................................................................53

Figura 45 – Janela de esquadria de Ferro com vidro embutido da fachada frontal


do prédio principal..............................................................................................54

Figura 46 – Fachada atual da antiga entrada do Cine Territorial.........................54

Figura 47 – Bandeiras de veneziana das portas das salas dos anexos...............55


9

Figura 48 – Digrama das Reformas....................................................................55

Figura 49 – Fluxograma do prédio principal........................................................60

Figura 50 – Fluxograma do anexo 01..................................................................60

Figura 51 – Fluxograma do anexo 02..................................................................60

Figura 52 – Fluxograma do anexo 03..................................................................61

Figura 53 – Fluxograma do anexo 04..................................................................61

Figura 54 – Folhas de vidro nas esquadrias de madeira e cobogós....................65

Figura 55 – Área administrativa do primeiro pavimento......................................65

Figura 56 – Salas padrões 01 e 02 restauradas..................................................65

Figura 57 – Corredor do prédio principal- Atual e proposta.................................66

Figura 58 – Sala de Informática do anexo 02 e cozinha no anexo 03..................66

Figura 59 – Área da Lanchonete.........................................................................67

Figura 60 – Cine Territorial.................................................................................67

Figura 61 – Parque.............................................................................................67

Figura 62 – Estacionamento...............................................................................68

Figura 63 – Fachada do anexo 01.......................................................................68

Figura 64 – Fachada do anexo 02.......................................................................68

Figura 65 – Fachada do anexo 03.......................................................................69

Figura 66 – Fachada do anexo 04.......................................................................69

Figura 67 – Fachada do prédio principal proposta..............................................69

Figura 68 – Maquete da Escola Barão do Rio Branco.........................................70

Figura 69 – Maquete da Escola Barão do Rio Branco 2......................................70

QUADROS

Quadro 01 – Quadro de Intensidade de Ocupação do setor comercial...............46

Quadro 02 – Programa de necessidade.............................................................59


10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................12
2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS................................................15
2.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL.............................15
2.2 CONSERVAÇÃO E RESTAURO.................................................................16
2.3 OS TEÓRICOS E SUAS REFLEXÕES CRÍTICAS.......................................18
2.3.1 Viollet-le-Duc ...........................................................................................18
2.3.2 Jonh Ruskin.............................................................................................22
2.3.3 Cesari Brandi...........................................................................................23
2.4 AS CARTAS PATRIMONIAIS E SEUS CRITÉRIOS DE CONSERVAÇÃO E
RESTAURO.......................................................................................................24
2.4.1 Carta de Atenas 1931...............................................................................24
2.4.2 Carta de Restauro de 1972......................................................................26
2.4.3 Carta de Veneza de 1964 .........................................................................28

3 PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO............................................30


3.1 ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE INTERVENÇÃO EM
PATRIMÔNIO CULTURAL ................................................................................30
3.1.1 Conhecimento do Bem............................................................................30
3.1.2 Diagnostico..............................................................................................31
3.1.3 Proposta de intervenção.........................................................................31
3.2 CASOS CORRELATOS: CONSERVAÇÃO E RESTAURO EM
EDIFICAÇÕES ESCOLARES............................................................................32
3.2.1 Restauração do Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto
Alegre................................................................................................................32
3.2.2 Escola Estadual de Uberlândia...............................................................35
3.3 O PATRIMÔNIO CULTURAL E A CONSERVAÇÃO DE OBRAS
HISTÓRICAS NO MUNICIPIO DE MACAPÁ-AP...............................................38
3.3.1 As primeiras escolas edificadas no município de Macapá e seu estado
de conservação................................................................................................38

4 ELABORAÇÃO DE PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO PARA A


ESCOLA ESTADUAL BARÃO DO RIO BRANCO............................................40
4.1 IDENTIFICAÇÃO E CONHECIMENTO DO BEM.........................................40
4.1.1 Pesquisa histórica sobre a escola Barão do Rio Branco......................40
4.1.2 Condicionantes legais ............................................................................42
4.1.3 Análise tipológica, identificação de materiais e sistemas
construtivos.....................................................................................................46
4.2 DIAGNÓSTICO............................................................................................55
4.2.1 Mapeamento de dados............................................................................55
4.2.2 Analise do estado de conservação........................................................57
4.3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.................................................................58
4.3.1 Programa de Necessidades....................................................................58
4.3.2 Organograma e Fluxograma...................................................................60
4.3.3 Memorial descritivo.................................................................................61
4.3.4 Maquete....................................................................................................64

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................71
11

REFERÊNCIAS.................................................................................................75
APÊNDICES......................................................................................................77
APÊNDICE A- Tabela de danos: Fachada frontal do prédio principal.................77
APÊNDICE B- Tabela de danos: Fachada frontal do anexo 02...........................78
APÊNDICE C- Tabela de danos: Fachada frontal do anexo 03 e 04...................79
APÊNDICE D- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Sala de aula padrão 01.......................................................................................80
APÊNDICE E- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Sala de aula padrão 02.......................................................................................81
APÊNDICE F- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Sala de aula padrão 03.......................................................................................82
APÊNDICE G- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Cine Territorial....................................................................................................83
APÊNDICE H- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Cine Territorial 2.................................................................................................84
APÊNDICE I- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Área administrativa ............................................................................................85
APÊNDICE J- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Área administrativa 2..........................................................................................86
APÊNDICE K- Tabela de danos: Planta de levantamento fotográfico interno –
Área da Lanchonete...........................................................................................87

ANEXOS............................................................................................................88
ANEXO A- Figuras do processo de análise da restauração do Instituto de
Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre.............................................88
ANEXO B- Figuras do resultados da restauração do Instituto de Educação
General Flores da Cunha, Porto Alegre..............................................................89
12

1 INTRODUÇÃO
O trabalho tem por objetivo elaborar um projeto de restauro e conservação
da Escola Estadual Barão do Rio Branco, no município de Macapá-AP. O tema
foi proposto a partir seguinte problema: “Por ser uma edificação que carrega um
valor histórico de grande importância para o Estado do Amapá, a Escola Barão
do Rio Branco poderá ser considerada como um patrimônio cultural, com a
possibilidade de ser restaurada e voltar a sua utilização original? “.
Como hipótese foi analisado o descaso e o abandono do poder público ao
prédio da Escola Estadual Barão do Rio Branco, considerando o mesmo como
uma potencialidade como patrimônio cultural, o que consolida o fato que há uma
desvalorização dos monumentos ou edifícios antigos do Estado. Em sua maioria
são destinados a serem órgãos públicos sem antes um restauro adequado e uma
manutenção constante ao longo do tempo. Além disso, para que possa
reconhecer a sua importância como patrimônio cultural, uma conservação deve
ser feita a edificação, e assim beneficiando a sociedade novamente.
Este trabalho teve como intuito a elaboração de um projeto de restauro e
conservação para a Escola Estadual Barão do Rio Branco que demonstre a
potencialidade da sua edificação como patrimônio cultural, que preserve a
identidade da coletividade e somente assim resgate a sua importância e
reconhecimento diante da sociedade amapaense.
Foram discorridos os seguintes objetivos específicos: Levantamento dos
aspectos conceituais, as condições históricas, sociais, culturais e identitárias do
projeto de Restauração da Escola Barão do Rio Branco; investigação de
questões técnicas em relação ao objeto estudado e a elaboração de um projeto
de restauro e conservação da edificação Escola Barão do Rio Branco, que
respeite a identidade histórica cultural e resgate a sua importância e o
reconhecimento da sociedade amapaense.
No decorrer do curso de Arquitetura e Urbanismo, a pesquisadora teve a
oportunidade de conhecer a história da arquitetura e urbanismo e assim
conhecer sobre a formação e a construção do que se chama hoje de Estado do
Amapá, e por meio desse interesse, compreensão e afeição, e então identificou
a realidade que se encontra a Escola Barão do Rio do Branco, e se tornou como
objetivo do seu trabalho trazer à tona a história, ou seja, conservando a
edificação para que futuras gerações vejam a história do Amapá.
13

Quando a Escola Barão do Rio do Branco foi inaugurada, a proposta era


revolucionar a educação do então Território do Amapá, pois as escolas eram a
imagem do desenvolvimento do local, ou seja, o então governador Janary Nunes
propôs uma nova infraestrutura para a cidade, tornando o Grupo Escolar Barão
do Rio Branco a primeira escola de alvenaria do Território do Amapá. Diante de
tal fato histórico, a sua importância vem valorizar a imagem do Estado em sua
época como território federalista, uma das poucas arquiteturas que era do antigo
centro de Macapá que pode ser ainda vista atualmente, então a preservação,
restauração e manutenção da Escola Barão do Rio Branco é de grande
importância.
O trabalho teve como intuito teórico a contribuição para a arquitetura e
urbanismo servindo como referência neste tema, enquanto projeto modelo de
restauro, além de servir como uma fonte de informação sobre a Escola Barão do
Rio Branco. Em relação a contribuição para sociedade, verifica-se a falta de
informações detalhadas sobre as edificações antigas de Macapá, tornando
desconhecidas e não dando a sua devida importância.
A pesquisa é relevante para a academia visto que os estudos servirão de
base para as próximas pesquisas. Além de trazer à tona um debate sobre a
importância dos patrimônios históricos culturais e enriquecer o material teórico e
bibliográfico da referida instituição de ensino.
Como metodologia, foi utilizado neste trabalho o método de abordagem
de estudo hipotético dedutivo, por trabalhar a partir de uma observação do objeto
de estudo, desenvolver um problema, trazer resultados hipotéticos e então dar
um norte para a pesquisa.
A coleta de dados foi a secundária que teve como abordagem qualitativa
através da pesquisa bibliográfica (análises em artigos, publicações avulsas e
imprensa digital), além de pesquisas documentais como leis e normas
específicas, de órgãos competentes ao patrimônio histórico, e as escolas
públicas do estado do Amapá. Foi feita também feita a coleta de dados
analisando plantas e fotos antigas da escola, além da visita in loco para análise
do edifício. As normativas empregadas para a elaboração do projeto
arquitetônico são baseadas nas leis propostas, voltadas para patrimônios
históricos, as cartas patrimoniais que foram publicadas pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, Associação Brasileira de
14

Normas Técnicas, que inclui as normas especificas sobre Acessibilidade a


edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos.
A obtenção das informações se deu por meio de visitas in loco, para
caraterização do prédio, investigação dos danos causados pelo tempo e assim
trazendo comparação com os resultados das pesquisas documentais.
E já finalizando, o trabalho apresenta da seguinte forma: Segundo capítulo
apresenta os aspectos conceituais, contendo os conceitos das principais
ideologias do capitulo, que fala das questões técnicas como os teóricos e as
cartas patrimoniais trabalho, seguindo o terceiro, além de explicar as etapas de
elaboração do projeto de Restauração, de acordo com as normas do IPHAN. E
o quarto capitulo vem ser o resultado dessa teoria, a onde uma proposta de
intervenção, através de um projeto arquitetônico, junto com o processo de
restauração, analisando as questões técnicas de acordo com as normas já
citadas e dando a utilização de escola de ensino para que possa beneficiar a
sociedade amapaense.
15

2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS


2.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL
A palavra patrimônio vem do latim “patrimonium”, que quer dizer herdado
do pai ou de outro ancestral, assim passado de geração para geração.
(FERREIRA, 2013, p.140). É o que se considera como herança comum, o
conjunto de elementos culturais e naturais, materiais e imateriais, herdados de
seus antepassados ou criados no presente, em que uma comunidade
reconhece, identifica e que deve ser transferido para futuras gerações.
De acordo com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional), há três tipos de patrimônio: material, imaterial e arqueológico. Os
materiais são aqueles tangíveis, como por exemplo, os objetos e ou artefatos,
os imateriais são as manifestações culturais de um determinado povo e, os
arqueológicos, que são “locais onde se encontram vestígios positivos de
ocupação humana”:
[...] São considerados sítios arqueológicos os locais onde se encontram
vestígios positivos de ocupação humana; os sítios identificados como
cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolongado ou de
aldeamento, "estações" e "cerâmicos”, as grutas, lapas e abrigos sob
rocha. As inscrições rupestres ou locais com sulcos de polimento, os
sambaquis e outros vestígios de atividade humana também são
considerados sítios arqueológicos (IPHAN,2003).

A importância do patrimônio histórico é uma forma de relembrar o legado


do passado, enquanto questão cultural, que passa a ter caráter de herança para
todo o povo, e a arquitetura é um meio que dispõe para a conservação da história
da existência de um povo.
Patrimônio ainda se divide em três tipos: patrimônio histórico, patrimônio
cultural e patrimônio ambiental. Os patrimônios históricos são objetos ou
elementos da arquitetura, que são importantes para a compreensão da
identidade histórica, mantendo vivos os costumes ou usos daquele povo. Já o
patrimônio cultural se torna importante por ser um meio de se adquirir
conhecimento para a compreensão da história local, assim adequando a sua
própria história. E, o patrimônio ambiental diz respeito à relação do homem com
o meio ambiente natural, onde a sua interação acaba afetando e até participando
do seu cotidiano (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, 2009).
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 216, conceitua patrimônio
cultural, como sendo os bens “de natureza material e imaterial”, tanto os
16

individuais, quanto os coletivos, que sejam “Portadores de referência à


identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira” (BRASIL, 2012, p.124). Ainda na constituição, no mesmo artigo, há
uma mudança estabelecida pelo Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937,
que titulava Patrimônio Histórico e Artístico, passando a ser denominado de
Patrimônio Cultural Brasileiro, abrangendo o conceito de referência cultural e
também aqueles bens que são difíceis de reconhecer, como é o caso dos de
caráter imaterial.
Ainda na Constituição Federal, no mesmo artigo 216 há uma definição de
patrimônio cultural brasileiro:
Os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade, nos quais se
incluem:
a) As formas de expressão;
b) Os modos de criar, fazer e viver;
c) As criações cientificas, artísticas e tecnológicas;
d) As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artísticos-culturais;
e) Os conjuntos urbanos e sítios de valor históricos, paisagísticos,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cientifico.

Observa-se que patrimônio cultural, segundo a Constituição, são todas as


formas de expressão; os modos de criação (tanto científicas, quanto artísticas e
tecnológicas); as obras, objetos, documentos, edificações e espaços para
manifestações (artísticas e culturais); os conjuntos urbanos e sítios de valor
históricos (paisagísticos, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico).
Quanto a patrimônio, a Constituição diz ser “o conjunto de bens móveis e
imóveis existentes no País” (BRASIL, 1988), cuja conservação seja de interesse
público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer
por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico,
e a Escola Barão do Rio Branco pode ser classificada como um bem imóvel.

2.2 CONSERVAÇÃO E RESTAURO


De acordo com o Manual de Elaboração de Projetos de Preservação do
Patrimônio Cultural (IPHAN, 2005, p.13), a definição de Conservação é “Um
conjunto de ações destinadas a prolongar o tempo de vida de determinado bem
cultural. Engloba um ou mais tipos de intervenções.” Nesta definição, a
17

conservação envolve várias ações para “prolongar a vida” do bem cultural e se


torna um meio de manter a integridade, preservar e garantir a sua importância
histórica e cultural.
Historicamente, o interesse pela preservação surgiu quando os bens
considerados históricos começaram a ser destruídos, após a deposição da
nobreza pela revolução francesa a sua importância então é reconhecida
(CHOAY, 2008). Desse ato de conservação nasce o termo Restauração, que de
acordo com a carta de Veneza (1964) no artigo 9º diz que seu objetivo é
conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento, respeitando
a sua originalidade:
A restauração é uma operação que deveria ter caráter excepcional.
Tem por objetivo conservar e revelar os valores estéticos e históricos
do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original e aos
documentos autênticos [...] (CARTA DE VENEZA, 1964).

Se a arquitetura é um meio de conservação da história, a restauração é


um resgate da sua identidade, ou seja, restaurar é restabelecer um estado
completo daquilo que já existiu em um dado momento, daí a importância deste
trabalho.
Em seu livro Teoria da restauração, Cesari Brandi diz que “a restauração
constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua
consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à
sua transmissão para o futuro” (BRANDI, 2004 p.30). Para o Autor, restaurar
significa reconhecer uma obra de arte e a sua importância para o futuro. É um
processo que simboliza trazer seu valor estético e histórico de volta.
Já o Manual de Elaboração de Projetos de Preservação do Patrimônio
Cultural (IPHAN, 2005) define a Restauração como a capacidade de intervir, com
o objetivo de restabelecer a edificação enquanto unidade na sua concepção de
origem:
É uma intervenção destinada a restabelecer a unidade da edificação,
relativa a concepção original ou de intervenção significativa na sua
história. O restauro deve ser baseado em análises e levantamentos
inquestionáveis e a execução permitir a distinção entre o original e a
intervenção. A restauração constitui o tipo de conservação que requer
o maior número de ações especializadas. (Manual de Elaboração de
Projeto para a conservação do Patrimônio Cultural (IPHAN, 2005, p.14)

É importante destacar que para o IPHAN, a restauração deve ser feita de


forma especializada e baseada em estudos e análises que não permitam ser
18

questionados e que na sua execução é preciso fazer distinção entre o que é


original e onde vai ser feita a intervenção.
Também cabe destacar os diferentes termos que se relacionam com a
conservação desses tipos de edificações. De acordo com o Manual de
Elaboração de Projetos para Conservação de Patrimônio Cultural (IPHAN,
2005), há três tipos de projetos: reabilitação, revitalização, e restauração. Sendo
que os três se assemelham em seus objetivos, porém seus processos ocorrem
de maneiras distintas. Os projetos de reabilitação são aqueles em que o
processo leva a edificação para um novo uso, diferente daquele ao qual ele foi
destinado, quando projetado. Já a revitalização se utiliza mais em áreas urbanas
do que edificações, pois ele reabilita as estruturas sociais, econômicas e
culturais locais, melhorando assim a qualidade dessas áreas ou conjuntos
urbanos. E o terceiro tipo de projeto é o de restauração, cuja duração na etapa
de análises e levantamentos chega a ser maior do que as outras tipologias de
intervenções, o que requer maior ação especializada.
Hoje em dia, o patrimônio cultural se tornou um fator importante para uma
cidade ou Estado, passando a ter uma definição de regras para a sua proteção
e conservação, que mundialmente é feita pela UNESCO (Organização das
Nações Unidas para Cultural, Ciência e Educação). E no Brasil é o IPHAN
(Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional), que atua na gestão da
preservação e proteção dos bens históricos, artísticos e culturais nacionais.

2.3 OS TEÓRICOS E SUAS REFLEXÕES CRÍTICAS


2.3.1 Viollet-le-Duc
Considerado o “pai da restauração”, Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc é
uma referência na área e no livro Restauração, conta os primórdios da
Restauração. Para o autor, “Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou
refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido
nunca em um dado momento” (VIOLLET-LE-DUC, 2013, p.29).
Para Viollet-le-Duc, a obra restaurada tem quer ser de acordo com o que
o arquiteto propôs, assim quando o autor restaura uma obra arquitetônica, ele
passa a pensar na pureza do estilo, nos detalhes que contribuem para uma
compreensão melhor do que a obra representa, por isso que seu estilo de
restauração passa a ser chamado de restauro estilístico e sua percepção sobre
19

a restauração se confirma no seu livro quando ele diz que “é preciso colocar- se
no lugar do arquiteto primitivo”:
Em circunstâncias semelhantes, o melhor a se fazer é colocar-se no
lugar do arquiteto primitivo e supor aquilo que ele faria se, voltando ao
mundo, fossem a ele colocados os programas eu nos são proposto.
Mas compreende-se, então, que é preciso deter todos os recursos que
possuíam esses mestres antigos, que é preciso proceder como eles
procediam” (VIOLLET-LE-DUC, 2013, p. 65).

O “pai da restauração” se assegura de fazer verificação assídua em toda


edificação, através de toda a documentação da mesma, ele ainda destaca a
grande importância das fotografias para identificação e conhecimento sobre a
edificação, pra ele o importante era conhecer a obra, ou seja, sua estrutura,
anatomia e seu temperamento antes mesmo de intervir. Por esse fato, na
restauração das suas obras somente aceitava operários formados, que
estivessem cientes da reponsabilidade do tipo de obra, que estavam
trabalhando. Quando se trabalhava com as patologias que ele identificava na
obra, ele selecionava materiais melhores e mais resistentes para a substituição
daqueles que faltavam, porém os materiais não poderiam descaracterizar o estilo
da edificação.
Sua paixão ao estilo gótico fica em evidência na escolha de seus trabalhos
de restauração, pois suas restaurações mais importantes foram edificações
neste estilo arquitetônico, quando ele traz aquele arquiteto primitivo que não foi
utilizado anteriormente, ele incrementa detalhes do estilo gótico, isso fica em
evidência na obra da Igreja de Notre-Dame, de Paris, que se situa na praça de
Paris, na pequena ilha (Lle de La Cité) da cidade de Paris, França, a adição de
detalhes góticos nas fachadas e o detalhamento desses elementos inseridos
mostra a sua preocupação quanto ao destaque do estilo então Notre-Dame
(figura 01), se torna um modelo de catedral gótica, que na época da revolução
francesa foi bastante destruída, e somente no século XIX foi pelas mãos de
Viollet-le-Duc e Jean Baptiste Lassus que volta em toda a sua glória, com o
trabalho de restauração.
20

Figura 01: Fachada da Catedral Notre Dame

Fonte: Site do Prezi

Os elementos constituídos foram as esculturas como mostra as figuras 02


que são uma da maiores intervenções de Viollet-le-Duc na catedral. A agulha do
cruzeiro foi a maior intervenção de Viollet-le-Duc como mostra na figura 03,
devido ao seu estado que se encontrava, ou seja, em estado danificado.
Figura 02: Esculturas dos Santos e Reis na fachada da Catedral de
Notre-Dame

Fonte: Site “Um pouquinho de cada lugar”


A planta originalmente era retangular e compacta, em sua restauração foi
acrescentado um transepto, dando um forma cruciforme. No entanto, as
modificações de maior impacto foram nas fachadas oeste e ocidental,
principalmente na última citada.
21

Figura 03: Agulha do cruzeiro da Catedral Notre Dame

Fonte: Site “curiosity flux”

Uma das criações que Viollet-le-Duc fez na igreja foram as estátuas de


gárgulas e quimeras como mostra na figura 04, que se encontram no alto da
igreja, servindo como desaguadouro e também decorativa, já as quimeras
somente como função ornamental.
Figura 04: Gárgulas da Catedral Notre Dame

Fonte: Site “paronomio”

Outro trabalho feito por ele entre 1840 e 1868, foi na igreja de Saint-
Chapelle como mostra na figura 05, que fazia parte do palácio feito por Philippe
Auguste, que também segue o estilo gótico, respeitando a ideia do arquiteto, sua
intervenção quanto adição de elementos, foi menor em relação a igreja de Notre-
Dame.
22

Figura 05: Fachada da igreja de Saint-Chapelle

Fonte: Site Pinterest

Diante de estudos arqueológicos e estudo minucioso sobre o estado


original da edificação, Viollet-le-Duc devolve seu aspecto do século XIII, sendo
assim descartando alterações feitas na edificação, pois para ele somente é
importante o estado original da obra. O destaque dessa igreja é a utilização de
vitrais em tons escuros.

2.3.2 Jonh Ruskin


Jonh Ruskin, levava a ideia da importância do patrimônio, como algo
primordial para a sociedade. Nesta perspectiva, o termo “patrimônio” se
fortaleceu com as teorias de Ruskin, além dessas teorias já citarem algo sobre
o que chamam hoje de material e imaterial. Segundo Ruskin (2008, p.55):
É ao se tornarem memórias ou monumentais que os edifícios civis e
domésticos atingem uma perfeição verdadeira; e isso em parte por eles
serem, com um tal intento, construídos de uma maneira mais solida, e
em parte por suas decorações serem consequentemente inspiradas
por uma significado histórico ou metafórico”.

Enquanto que para Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc a Restauração era


uma ação de grande importância, John Ruskin era contra restaurar, pois de
acordo com ele o monumento histórico era a ligação da humanidade com o
passado, sendo assim parte da natureza. Então a restauração poderia ser algo
perigoso, pois a modificação poderia acarretar a quebra desse elo, seu estilo foi
reconhecido como romântico.
23

Essa luta de Ruskin vem ser dessa forma, muito em função da época em
que ele viveu, aonde a revolução industrial veio a se tornar potente, ou seja, o
conflito entre novas tendências e o tradicionalismo, e como ele defendia a
herança deixada pelo povos como um elo com os antigos povos. Rogerio Pinto
Dias Oliveira fala sobre os pensamentos de Jonh Ruskin e afirma que ele:
Entendia a Arquitetura como uma expressão forte e duradoura capaz
de se eternizar carregando em si uma enorme carga de valor histórico
e cultural. Ruskin defendia a ideia de que as edificações deveriam
atravessar os séculos de maneira intocada envelhecendo segundo seu
destino, lhe admitindo a morte se fosse o caso. Com algumas exceções
permitia pequenos trabalhos de intervenção que evitassem a queda
prematura das edificações (OLIVEIRA, 2013)

As únicas intervenções que Ruskin admitia eram as de pequeno porte,


para que evitassem rupturas na estrutura do elemento, e tendo o cuidado que
essas intervenções não tivessem resultados visíveis. Para ele seria melhor a
destruição do edifício e a utilização de seus materiais em qualquer outra coisa,
que restaurá-lo tirando a ‘dignidade’ da obra e de quem a fez.
2.3.3 Cesari Brandi
A conservação era somente um termo utilizado para falar sobre as obras
que existiam, naquela época não se dava a importância devida a esses
elementos, então houve a revolução francesa, quando muitos monumentos
importantes foram parcialmente destruídos. Esses monumentos no qual seu
valor histórico e estético era algo valorizado, portanto o termo conservação
deixou de estar somente documentado, e começou a ser praticado e restauração
passou a não ser somente teórico, e sim uma prática para trazer esses valores
de volta.
Cesare Brandi foi grande destaque desta época, pois quando assumiu o
Instituto Central de Restauração (ICR) de Roma, coordenou inúmeras
restaurações de obras destruídas pelos bombardeios. Para tanto, Brandi
desenvolve no livro Teoria da Restauração (2013), toda teoria que serviu como
delimitador, considerado “[...] embasamento à prática do restaurador, aliando
suas pesquisas teóricas nos campos da estética e filosofia da arte com as
práticas e experiências desenvolvidas no âmbito do ICR.” (CUNHA, 2004).
Cesari Brandi, diferente de Ruskin, acreditava que o papel fundamental
do restauro era de “intervenção voltada a dar novamente a eficiência a um
produto da atividade humana”, de acordo com o livro Teoria da Restauração, a
24

restauração propriamente dita serve para melhorar as edificações, para que


sejam de fato inseridas no atual momento em que a edificação está. Quando
relaciona a teoria de Brandi com Viollet-le-Duc, as suas singularidades se tornam
diferentes quanto à importância, as mudanças ocorridas ao longo do tempo da
existência da obra, assim respeitando-as como parte da obra e não como uma
ação estranha ou indesejável a edificação como retrata Viollet-le-Duc.
Cesari Brandi, quando fala sobre restauro, diz que há um equilíbrio
histórico e estético do elemento, além de estar dentro de um contexto para o qual
a sua funcionalidade é imprescindível, que chama de “restauro criativo”.
Classifica o restauro em dois momentos: primeiro o reconhecimento da
obra de arte e segundo, o restauro propriamente dito, assim enfatizando o
conhecimento que se deve ter da obra arquitetônica, antes da intervenção. Em
seu capítulo sobre o conceito de restauração, Cesari finaliza definindo sobre a
restauração trata do “[...] restabelecimento da unidade potencial da obra de arte,
desde que isso seja possível, sem cometer um falso artístico ou um falso
histórico, e sem cancelar nenhum traço da passagem da obra no tempo.”
(BRANDI, 2004, p.33). Nesta expectativa Brandi enfatiza que restaurar, é voltar
ao seu valor histórico e estético, analisando as suas mudanças que ocorreram
na fachada e dando a elas a devida importância, e tomando o devido cuidado a
não alterar a suas características originais e também modificadas ao longo da
sua trajetória.
Então diante dos fatos apresentados, para Brandi (2004) antes de atender
o gosto ou do arbítrio individual, deve-se aprofundar os conhecimentos, sejam
técnicos, humanísticos, ou de aspecto histórico, estético ou filosofo, dentro desta
expectativa efetuando um restauro de legitimidade.
2.4 AS CARTAS PATRIMONIAIS E SEUS CRITÉRIOS DE CONSERVAÇÃO
E RESTAURO
2.4.1 Carta de Atenas de 1931
No período em que o crescimento urbano em relação à arquitetura era
uma das grandes preocupações, a Carta de Atenas surge para intervir no
segmento, ao estabelecer ações de conservação do patrimônio urbano nos
aspectos legais, técnico-construtivos e princípios norteadores para a
25

conservação, estabelecendo, especificamente em suas doutrinas gerais, que se


respeite a obra de arte, mas que o estilo não seja prejudicado:
A conferência constatou que nos diversos Estados representados
predomina uma tendência geral a abandonar as reconstituições
integrais, evitando assim seus riscos, pela adoção de uma manutenção
regular e permanente, apropriada para assegurar a conservação dos
edifícios. Nos casos em que uma restauração pareça indispensável
devido à deterioração ou destruição, a conferência recomenda que se
respeite a obra histórica e artística do passado, sem prejudicar o estilo
de nenhuma época. (CARTA DE ATENAS, 1931, p. 01)

A Carta de Atenas foi feita em 1931, durante o congresso Internacional de


arquitetos e técnicos em monumentos, que tinha como objetivo a conservação
dos monumentos históricos que estavam sob ameaça de destruição, surge
assim a primeira normativa internacional voltada somente ao patrimônio,
incluindo as problemáticas do restauro de monumentos. Vale acrescentar a
preocupação de estabelecer os princípios de acordo com a legislação e as
necessidades de cada país e o papel da educação quanto ao respeito pelas
heranças materiais.
Foram estabelecidas medidas legislativas e administrativas referentes aos
monumentos históricos como cita na Carta de Atenas (1931):
Consagração de um certo direito da coletividade relativamente à
propriedade privada. As diferenças entre as várias normas legais
devem-se às dificuldades em conciliar o direito público com os direitos
dos particulares. As normas legais devem adequar-se às
circunstâncias locais e respeitar a opinião pública, de forma a produzir
a menor oposição possível. As autoridades públicas devem poder
tomar medidas que visem a conservação dos monumentos
pertencentes a proprietários privados. O Serviço Internacional de
Museus deverá publicar um quadro comparativo das normas em vigor
nos diferentes Estados.

Essas normas estabelecem medidas que devem ser seguidas para que
haja conservação do elemento, assim dando a responsabilidade ao poder
público que no caso do Brasil, o IPHAN protege esse monumentos históricos e
visa essa conservação e manutenção continua. A valorização também é citada
como um princípio estabelecido na conferência “[...] Nas construções dos
edifícios, o caráter e a fisionomia das cidades, sobretudo na vizinhança dos
monumentos antigos, cuja proximidade deve ser o objeto de cuidados especiais.”
(CARTA DE ATENA, 1931).
Visando a conservação do patrimônio, a carta fala sobre a restauração
desses monumentos, que estão sendo prejudicados ou sob ameaça, onde a
preservação do modelo original é muito importante:
26

Dadas as condições da vida moderna, os monumentos encontram-se


cada vez mais ameaçados pelos agentes atmosféricos. Porém, devido
à complexidade dos casos de degradação não é possível formular
regras gerais. No entanto, a Conferência recomenda:
Que os arquitetos e conservadores colaborem com especialistas das
áreas das ciências física, química e natural. Que o Instituto
Internacional de Museus se mantenha informado relativamente a todos
os trabalhos de conservação empreendidos. Quanto à escultura
monumental considera que a deslocação das obras deve ser
desencorajada. A preservação dos modelos originais que ainda
existam é fundamental, na sua falta deverão ser executados moldes
(CARTA DE ATENA, 1931).

A restauração deve ser feita com intuito de conservar e restabelecer os


elementos perdidos pela degradação do monumento, que são causados pelos
agentes atmosféricos, tendo em vista o modelo original. Dentro desta
expectativa, é importante ter o apoio de outros profissionais especialistas na
área. A carta também define normativas sobre as técnicas construtivas e também
sobre a Conservação de Monumentos e Cooperação Internacional.
A Carta de Atenas de 1931 é um documento que foca nos aspectos que
antes nunca foram mencionados, definindo como um documento inovador
relativo ao patrimônio. Ditando cuidados e regras quanto à conservação e
preservação do patrimônio histórico.

2.4.2 Carta de Restauro de 1972


Na Carta de Restauro, elaborada em 6 de Abril de 1972 pelo governo da
Itália, com a expectativa de normatizar as intervenções de restauro,
estabeleceram os métodos mais adequados através de normas e instruções
anexas. Com esta expectativa foram criados doze artigos, que visam as diversas
áreas da restauração, como pressupõe a utilização dos materiais e execução de
uma restauração, e até então a conservação do patrimônio cultural.
A carta ainda conceitua sobre os seguintes elementos:
a) Salvaguarda, que é a medida de conservação que não implica a
intervenção direta sobre a obra.
b) Restauração, que é qualquer intervenção que mantenha em
funcionamento, facilitando a leitura para transmitir integralmente ao
futuro as obras e os objetos considerados de valor cultural
(MINISTÉRIO PÚBLICO DA ITÁLIA, 1927)
A carta ainda especifica as questões técnicas de restauração de pinturas,
esculturas e escavação em conjuntos históricos. Nela aconselha, sobre uma
27

manutenção recorrente, para que evite uma intervenção de maior porte e cita o
seguinte: “[...] nova utilização para os edifícios, desde que seja compatível com
os elementos históricos e artísticos do mesmo.” (CARTA DE RESTAURO, 1972).
A Carta de restauro em seu artigo 6º, ainda elabora os princípios gerais
que não se deve fazer em relação a operações de salvaguarda e restauro:

1) Aditamentos de estilo ou analógicos, ainda que com formas


simplificadas e mesmo quando existem documentos gráficos ou
plásticos que possam indicar qual era o estado ou devia ser o aspecto
da obra acabada;
2) Remoções ou demolições que apaguem a passagem da obra
através do tempo, a menos que não se trate de alterações limitadas,
deturpadoras ou incongruentes, em relação aos valores históricos da
obra, ou de aditamentos de estilo que falsifiquem;
3) remoção, reconstrução ou traslado para locais diferentes dos
originais; a menos que isso seja determinado por superiores de
conservação;
4) alteração das condições acesso ou ambientais em que chegou até
os nossos dias a obra de arte, o conjunto monumental ou ambiental, o
conjunto decorativo, o jardim, o parque etc.;
5) alteração ou remoção das pátinas. (MINISTÉRIO PÚBLICO DA
ITÁLIA, 1927

Nessas recomendações, de que a obra não tenha acréscimo de estilo,


modificando os seus elementos originais, também cita a proibição de remover,
demolir ou alterar algum elemento que esteja contido na existência do
patrimônio, pois assim poderá perder o seu valor histórico. Já os princípios gerais
que devem ser cumprido são:
1) Acréscimo ou reintegrações de pequenas partes verificadas
historicamente, executadas de forma harmônica e com material
diferenciado, se possível com datas;
2) Limpeza de pinturas e esculturas, respeitando as patinas, sem
chegar a superfície nua do material;
3) Anastilose com documentação rigorosa e técnicas claramente
distinguível;
4) Modificação ou inserção de caráter sustentante for para a sua
conservação, sem alteração cromática ou da matéria.
5) Nova ambientação ou instalação da obra quando for para sua
conservação ou destruição da ambientação original.
6) As intervenções na obra ou em seu entorno deverão se acompanhar
de rigorosa documentação, assim como as pesquisas
multidisciplinares realizadas, devendo a ser deixado em testemunho do
estado anterior, sendo que qualquer produto utilizado não poderá
alterar o aspecto e a cor da superfície (MINISTÉRIO PÚBLICO DA
ITÁLIA, 1927).

Os projetos de restauros devem obedecer o seguinte aspecto, em relação


aos estudos aprofundados que a carta explica, como a localização, situação,
aspectos tipológicos, construtivos, acréscimos, modificações, pesquisas
bibliográficas, arquivista iconográficas, históricas, levantamentos gráficos com
28

medidas corretas e levantamentos fotográficos (MINISTÉRIO PÚBLICO DA


ITÁLIA, 1927).
Nela também cita sobre a questão da execução da restauração e a
responsabilidade da mesma:
A execução dos trabalhos pertinentes a restauração dos monumentos,
que quase sempre consiste em operações delicadíssimas e sempre de
grande responsabilidade, deverá ser confiada a empresas
especializadas e, quando possível, executada sob orçamento e não
sob empreitada (MINISTÉRIO PÚBLICO DA ITÁLIA, 1927).

A autora destaca a importância de contatar uma empresa especializada,


pois é um trabalho delicado que deve ser feito por aqueles que entendem sobre
o assunto e por orçamento, não por empreitada. Ainda cita sobre a supervisão
da obra, sendo necessário continuamente a sua vigilância, caso haja alguma
dificuldade ou desestabilização nas paredes, até mesmo caso apareça algum
fato novo durante a restauração.
O objetivo da carta é trazer instruções apropriadas para facilitar a
intervenção, considerando as suas peculiaridades, como o cuidado que se deve
ter com cada elemento da obra, pois cada uma tem a sua peculiaridade e valor
histórico.

2.4.3 Carta de Veneza de 1964


A Carta Internacional sobre Conservação e Restauração de Monumentos
e Sítios, também conhecida como Carta de Veneza é um texto elaborado diante
do debate entre os teóricos do chamado Restauro Crítico, do qual foi discutido
sobre a pauta do 2º Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de
Monumentos Históricos, realizado em Veneza, em maio de 1964. Essa Carta é
considerada como um importante documento de referência para restauradores,
pois tem como objetivo a preservação do monumento, para manter o legado para
as gerações futuras, como trazendo as principais definições do que é
Monumento histórico, e assim fazendo uma explicação desde o momento da
“criação arquitetônica até um sítio urbano ou rural (testemunho de uma
civilização), conservação e restauração.” (MAGALHÃES, 2005).
De acordo com a Carta de Veneza as definições das terminologias como
Conservação, Restauração, Sítios Monumentais, escavações e documentos ou
publicações levam as principais recomendações para ser com os termos
mencionados, que são: ênfase na autenticidade, técnicas modernas com
29

comprovada eficácia, respeito as contribuições de todas as épocas, adições


integradas ao conjunto e distintas originais, anastilose e relatório ou
documentação da restauração e publicação.
A carta ainda comenta o uso de técnicas modernas, para que além de
aumentar a resistência e durabilidade do monumento, as técnicas antigas se
tornam inadequadas para utilização, então elemento que por meio da
restauração devem ser substituídos, tem como papel não se distinguir dos
elementos que já compõe a obra, como diz no Artigo 13º da carta:
Artigo 13° - Os acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que
respeitarem todas as partes interessantes do edifício, seu esquema
tradicional, o equilíbrio de sua composição e suas relações com o meio
ambiente (CARTA DE VENEZA, 1964).

Diferente do que Viollet-le-Duc pensava, a carta cita sobre o respeito das


alterações ocorridas durante seu tempo, pois o estilo arquitetônico não é o
principal objetivo da restauração.
30

3 PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO


3.1 ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE INTERVENÇÃO EM
PATRIMÔNIO CULTURAL
Um projeto de intervenção em Patrimônio Cultural precisa de um conjunto
de elementos importantes para sua execução, fazendo uma relação com os
conceitos de restauração, reabilitação ou revitalização, dependendo do estado
em que a edificação encontra-se, o que irá definir a forma de atuação. O projeto
tem como objetivo o prolongamento do tempo de conservação de um patrimônio
ou mais. De acordo com o Manual de elaboração de projetos do IPHAN (2005),
para a elaboração de um projeto de restauração é necessário seguir seu
processo já pré-estabelecido, ou seja, seguir as etapas que são: a Identificação
e Conhecimento do Bem; Diagnóstico e Proposta de Intervenção.

3.1.1 Conhecimento do Bem


A fase mais importante do projeto, para o reconhecimento do elemento
como patrimônio cultural, é uma análise da edificação, envolvendo questões de
aspectos históricos, estéticos, artísticos, formais e técnicos. Sua evolução
também deverá ser estudada desde os fatores que levaram a sua construção até
seu estado atual de conservação. No Manual do IPHAN (2005, p.20) ele define
esse processo como: “[...] o propósito de aferir a autenticidade dos elementos,
identificando alterações, avaliando qualitativamente a ambiência da edificação,
subsidiando, portanto, decisões projetuais.”
Dentro dessa fase, é importante citar alguns itens específicos que há: o
primeiro é a pesquisa histórica que é obtida por meio arquivística, bibliográfica e
de fontes orais, só assim buscando conhecer e situar a edificação ao longo do
tempo de sua existência, principalmente sobre seus elementos arquitetônicos,
para que identifique as alterações feitas e avaliando as decisões projetuais. As
questões técnicas podem ser vistas por meio de projetos existentes da edificação
e também por um levantamento de fotos antigas e ainda deve ser feita uma
análise dos materiais construtivos, seu sistema construtivo e análise
arqueológica.
31

3.1.2 Diagnóstico
De acordo com o manual de Elaboração de Projetos de Preservação do
Patrimônio Cultural (IPHAN, 2005), é a etapa de consolidação dos estudos e
pesquisas anteriormente realizados, que complementa o conhecimento do
objeto, analisando de forma pormenorizada determinados problemas ou
interesses específicos de utilização do Bem. As atividades compostas são o
mapa de danos, que é o levantamento dos danos existentes no edifício de acordo
com as patologias, ou seja, em relação aos seus agentes e causas, depois é
preciso fazer uma análise no estado de conservação da edificação, em relação
ao estado de conservação dos materiais, para identificação das patologias dos
materiais, então deverá ser feito uma análise do estado de conservação do
sistema estrutural, vendo como se comporta a estrutura do prédio em seus mais
diversos componentes, depois a identificação dos agentes degradantes e
finalmente, a degradação dos danos de fundação e danos estruturais.

3.1.3 Proposta de Intervenção


A proposta de intervenção é o conjunto de soluções encontradas para os
problemas que foram identificados na etapa anterior, assim fazendo a execução
de técnicas que melhor se adaptam ao projeto.
Esta etapa consiste em estudo Preliminar, que apresenta os principais
conceitos e fundamentos, e assim surgem as primeiras ideias do projeto, ou seja,
tentativas de determinar um melhor meio, para a busca da melhor forma
arquitetônica, os produtos que devem ser apresentados são: o memorial,
especificação preliminar de matérias e serviços, estimativa de custos e peças
gráficas (plantas gerais, cortes e elevações esquemáticos, perspectivas e
outros).
Dando continuidade à intervenção, os projetos básicos obtidos nas
identificações e conhecimentos do bem e análises processadas no diagnóstico,
fundindo com as técnicas e materiais que vão ser utilizados, nesta parte é
importante a definição da proposta de intervenção, diferente do estudo preliminar
que somente era uma ideia base.
E por fim, com tudo definido, a etapa de projeto executivo dentro da
proposta de intervenção, serve como produto final do projeto, com plantas gerais,
cortes, elevações, perspectivas, detalhamentos e o memorial descritivo, o que
32

de acordo com o manual de elaboração do IPHAN, é importante ter o manual de


manutenção preventiva para que haja conservação do patrimônio cultural.

3.2 CASOS CORRELATOS: CONSERVAÇÃO E RESTAURO EM


EDIFICAÇÕES ESCOLARES
3.2.1 Restauração do Instituto de Educação General Flores da Cunha,
Porto Alegre
O primeiro caso correlato apresentado, de conservação e restauro é o do
Instituto de Educação General Flores da Cunha, inaugurado em 1937, como
mostra na figura 06 que foi tombado pelo patrimônio do Município de Porto
Alegre, pela EPAHC Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado,
Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural.
Figura 06: Inauguração como Escola General Flores da Cunha em 1937.

Fonte: Marlene C.

De acordo com o Projeto de Restauração que foi feito pela empresa 3C


Arquitetura e Urbanismo, a obra é um conjunto arquitetônico construído em uma
em uma área de 8.400 m², que íntegra o quarteirão do Parque Farroupilha.
(Figuras 07)
Figura 07: Inauguração da Exposição do Centenário da Revolução
Farroupilha.

Fonte: Prati.com.br.
33

O projeto original de restauração diz que: “[...] seguiu duas orientações:


por um lado, recuperar e conservar o edifício, patrimônio estadual tombado; por
outro, modernizá-lo e adaptá-lo à nova configuração da escola e às novas
tecnologias.” (3C ARQUITETURA E URBANISMO,2013).
O projeto levou em consideração “[...] a compilação de pesquisa histórica
sobre o sítio, edifício e sobre a escola, desde o momento de sua fundação”. E
procurou seguir todas as etapas como: “[...] levantamento métrico-arquitetônico
dos pavilhões, bem como o levantamento e análise de cada uma das
infraestruturas presentes no conjunto”. Interessante que o projeto de restauração
identificou danos e alterações na escola e procurou pela originalidade de cada
material “e a configuração inicial dos espaços internos”.
Figura 08: Levantamento fotográfico

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

Paralelamente, “[...] foram elaborados cadernos específicos de estudo de


cores, de esquadrias e de restauração do mobiliário histórico” (3C
ARQUITETURA E URBANISMO,2013). Como demonstra na figura 09 e também
nas imagens que estão anexadas a este trabalho.
Figura 09: Procedimentos e testes de restauração - limpeza das fachadas
com sistema de jateamento a base de gelo seco.

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo


34

É um trabalho interessante, que mostra todas as etapas de um projeto de


restauro, demonstrando seu estado original e o que foi realizado como “[...]a
recuperação dos materiais e a qualificação dos espaços”.
Figura 10: Atual fachada principal do conjunto e a proposta de
restauração.

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo


Inclusive um trabalho Inter setorial “[...] junto às secretarias do estado,
entidades do patrimônio e representantes da escola, possibilitou a formulação
de estratégias para adaptá-lo às normas vigentes e às novas necessidades da
escola.” (3C ARQUITETURA E URBANISMO,2013).
Figura 11: Atual pátio interno e a proposta

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo


35

Outra parte interessante é que demonstra a complexidade e o conjunto de


necessidades de uma obra dessa magnitude, para a qual “Foram desenvolvidos
projetos de acessibilidade, paisagismo, elétrica, iluminação interna e externa,
segurança, lógica, sonorização, hidráulica, PPCI, climatização e estrutural” (3C
ARQUITETURA E URBANISMO,2013).
Figura 12: Atual pátio esportivo e a proposta

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

O resultado foi um trabalho primoroso, que serve de exemplo para


pesquisadores do assunto, conforme as figuras 10, 11 e 12 e também os anexos
dos resultados da restauração presentes neste trabalho.
3.2.2 Escola Estadual de Uberlândia
O segundo caso correlato, apresentado é o da Escola Estadual de
Uberlândia (figura 13), que teve início em 1912 e foi tombada em 2005, devido a
conservação do prédio histórico. Atualmente a sua função antes voltada para
escola, hoje em dia é utilizada como museu. A escola é o modelo devido a
conservação do prédio, por via das intervenções feitas ao longo do tempo.
De acordo com o dossiê de tombamento (2005), “[...] a história da Escola
Estadual de Uberlândia teve início em 1912, com a instalação do Ginásio de
Uberabinha, instituição particular sob a direção de Antônio Luiz da Silveira.” O
referido dossiê destaca a união de um grupo de pessoas influentes que criaram
a “Sociedade Progresso de Uberabinha”. Esse grupo era formado por: “Arlindo
Teixeira, Tito Teixeira, José Nonato Ribeiro, Antônio Rezende, Custódio Pereira,
36

Carmo Gifoni e Clarimundo Carneiro”. O objetivo do grupo era a construção do


prédio novo para a escola. “A obra foi realizada pelo construtor Hermenegildo
Ribas, entre 1818 e 1921; não há confirmação se a autoria do projeto é sua.”
(URBELÂNDIA,2005)
O documento diz que o colégio funcionou até 1929 em regime particular.
Após a doação do prédio para o Estado de Minas Gerais, foi instalado o Ginásio
Mineiro de Uberabinha, em 1929. Atendia em regime de internado, 129 alunos.
O documento diz que, “Ainda em 1930, durante a Revolução Constitucionalista,
o prédio foi transformado em quartel general das Forças Revolucionárias do
Triângulo Mineiro.”
Figura 13: Fachada atual da escola de Uberlândia

Fonte: Dossiê de tombamento da escola de Uberlândia

Nas duas pavimentações o destaque é para a fachada que “[...] é marcada


pela presença da porta central com verga de arco pleno encimada por duas
janelas no nível do segundo pavimento.” (Figura 14).
Figura 14: Porta central com verga de arco pleno

Fonte: Dossiê de tombamento da escola de Uberlândia


37

Outro destaque “[...] é para a verga em arco-pleno, que se abrem para um


pequeno balcão na sacada principal, como mostrar na figura 15.” No dossiê diz,
que no total são “[...] seis janelas, de vergas de arco abatido, distribuídas em
dois panos marcados por pilastras adoçadas.”
Figura 15: Sacada principal e detalhamento do balcão

Fonte: Dossiê de tombamento da escola de Uberlândia

A fachada é arrematada por ático contínuo, com acrotérios


correspondentes aos cunhais e às pilastras adoçadas; no centro, apresenta-se
um frontão de perfil recortado, tendo na parte superior a Estrela da República e,
abaixo, o ano de inauguração do prédio, como mostra na figura 16 (1921).
Figura 16: A estrela da Republica no frontão de perfil recortado

Fonte: Dossiê de tombamento da escola de Uberlândia

Sua planta organiza-se em um volume horizontal que constitui a fachada


frontal e três pavilhões iguais, dispostos paralelamente, que se articula em
posição ortogonal ao volume frontal, formando um “E” deitado. Sua construção
emprega estrutura autoportante de tijolos maciços, alicerces de pedra.
Uma mudança observada em 1942, foi a construção de um “[...] galpão
com palco e um campo de basquete iluminado para uso noturno, calçou-se os
38

pátios, pintura e reparos gerais no prédio foram feitos.” Outra reforma geral foi
feita em 1973, quando “[...] o assoalho de madeira foi retirado e substituído por
cerâmica; a escada de acesso do primeiro ao segundo pavimento, de madeira,
foi substituída por outra, de concreto.” (URBELÂNDIA,2005)
Na administração de Dilma de Paula Sagatto (1980/1996) foram feitas
várias intervenções: pintura geral, colocação de guarda-corpo de metal na
escada interna, a portaria também recebeu grades de proteção, o patamar de
acesso à porta lateral esquerda do prédio foi fechado com alvenaria para
instalação de uma copiadora, alteração nos usos de salas, colocação de grades
nas janelas da fachada frontal do primeiro pavimento.
Em 1992 o prédio foi novamente pintado. No terreno dos fundos, foram
construídos vários anexos ao longo dos anos: cozinha, depósito, casa do
zelador, marcenaria, uma quadra poliesportiva coberta com estrutura metálica
(1974) e salas para laboratórios (1981). A fachada conserva todos os elementos
decorativos originais.

3.3 O PATRIMÔNIO CULTURAL E A CONSERVAÇÃO DE OBRAS


HISTÓRICAS NO MUNICIPIO DE MACAPÁ-AP
3.3.1 As primeiras escolas edificadas no município de Macapá e seu
estado de conservação
De acordo com o historiador do Amapá Edgar Rodrigues, a região hoje
ocupada pelo Estado do Amapá, foi desmembrada do Estado do Pará,
pelo Decreto-lei n° 5.812, em 13 de setembro de 1943, constituindo o Território
Federal do Amapá. Em 27 de dezembro de 1943, aos 31 anos, Janary Nunes era
nomeado, pelo presidente Getúlio Vargas, governador do Território Federal do
Amapá. Janary Nunes tomou posse, como o primeiro governador da história do
Território do Amapá, em 25 de janeiro de 1944, após receber das mãos do
governador do Pará todos os bens patrimoniais existentes na região.
Fez um governo de muitas construções, construiu escolas e postos de
saúde nos municípios, mandou edificar casas para diretores e funcionários e
construiu grupos escolares, entre eles a Escola Barão do Rio Branco (situado
em frente à praça do mesmo nome), a Escola Industrial de Macapá como mostra
na figura 17 (antigo Ginásio de Macapá - hoje Escola Integrada de Macapá).
39

Figura 17: O antigo prédio da Escola Industrial de Macapá

Fonte: Acervo coleção digital do IBGE

Escola Doméstica de Macapá (antigo Ginásio Feminino de Macapá - hoje


Escola Estadual Irmã Santina Riolli), a Escola Normal de Macapá, como mostra
na figura 18 (antigo Instituto de Educação do Amapá - IETA).
Figura 18: O antigo prédio da Escola normal de Macapá

Fonte: Acervo coleção digital do IBGE

O Hospital Geral de Macapá, a primeira unidade de saúde da capital como


mostra na figura 19.
Figura 19: O hospital geral de Macapá

Fonte: Acervo família Dias Façanha

As edificações construídas naquela época tem como estilo principal o


neocolonialismo, a onde se faz presente também na escola Barão do Rio Branco,
no qual é o é o objeto de estudo deste trabalho.
40

4 ELABORAÇÃO DE PROJETO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO PARA


A ESCOLA BARÃO DO RIO BRANCO
4.1 IDENTIFICAÇÃO E CONHECIMENTO DO BEM
4.1.1 Pesquisa histórica sobre a Escola Barão do Rio Branco
O grupo escolar de Macapá (como mostra na figura 32), era
extremamente precário devido ao estado da edificação, era uma casa particular,
onde funcionava desde 1944, localizada no canto da antiga Praça São Sebastião
(atual Veiga Cabral) onde hoje é o cruzamento da Av. Presidente Vargas com a
Rua Cândido Mendes (SEED/AP, 2003).
A edificação era simples, de estilo arquitetônico colonial, como muitas
casas naquela época, pois a vila da Macapá foi construída a partir do século
XVIII e com a posse do Governador Janary Nunes, inicia-se a construção do
Grupo Escolar Barão do Rio Branco em 1946 situado na Avenida Fab.
Criada em 13 de maio de 1946, com o nome inicial de Grupo Escolar
Barão do Rio Branco, pelo governador Janary Gentil Nunes, a construção inicia-
se no ano de sua inauguração, naquela época muitas construções foram devido
ao decreto de Janary Nunes (Rodrigues) Na figura 20, é possível ver a
construção da escola, onde se vê a primeira construção do segundo pavimento
em processo, a segunda já estava em processo de receber o telhado.
Figura 20: Grupo Escolar Barão do Rio Branco em construção

Fonte: Site Porta Retrato / acervo do museu histórico do Amapá.

O prédio foi inaugurado em 13 de setembro de 1946 e foi a primeira escola


construída em alvenaria, em Macapá (RODRIGUES). A escola simbolizava o
início de crescimento do então território federal do Amapá.
A escola localizada na Avenida Fab, em frente a praça do Barão do Rio
Branco, tinha como referência, a proximidade com a Escola Industrial de Macapá
(como mostra na figura 21) que também foi construída na mesma época, no
governo de Janary Nunes.
41

Figura 21: Praça Barão do Rio Branco no início dos anos 50

Fonte: Site Porta Retrato / acervo do museu histórico do Amapá.

No prédio também funcionava o Cine teatro Territorial, a primeira sala de


projeção de filmes da cidade, era também anexada à escola, além de ter como
função projeção de filmes, também era um local de eventos importantes para
cidade. Existia uma entrada alternativa do cine territorial, que devido as
modificações ao longo tempo não existe mais.
Em suas instalações havia o anexo do Grupo Escolar Barão do Rio Branco
localizado na lateral esquerda do estabelecimento para o lado da Rua Cândido
Mendes. Nesse anexo funcionou, o Serviço de Administração Geral do antigo
Território Federal do Amapá e no outro anexo funcionava a educação infantil.
Funcionou inicialmente com o curso primário. A clientela atendida naquela
época da inauguração da escola era de aproximadamente 300 alunos de ambos
os sexos, funcionando em dois turnos com jardim de infância, alfabetização
inferior e superior, e turmas de 1ª a 4ª séries do antigo primário (RODRIGUES).
Em seus primeiros anos o Colégio Amapaense, funcionou nas salas
do Barão, no horário noturno, até 1952, quando foi transferido para seu prédio
próprio na Praça da Bandeira. Observe que o muro ainda era original e o leito da
Av. Fab estava todo irregular.
O Grupo Escolar Barão do Rio Branco no passado foi dirigido por grandes
mestras do magistério amapaense, como Graziela Reis de Souza, professora
Carmelita e Raimunda Mendes Coutinho, a primeira alfabetizadora do Território
Federal do Amapá (RODRIGUES). Diversas pessoas que moram, ou já moraram
em Macapá tem essa escola na memória, e hoje, muitos estudantes ainda
constroem as suas histórias nela.
42

Também foi possível obter informações precisas pelo levantamento feito


com plantas baixas, cortes e elevações e a planta de situação e locação
presentes no apêndice deste trabalho.
4.1.2 Condicionantes legais
A cidade de Macapá localiza-se no Estado do Amapá, no Norte do Brasil
como mostra na figura 22, encontrando-se na latitude 0°; longitude 51º W e
possui altitude de 16m. Com temperatura máxima de 31°C e 33°C (40°C), média
de 25° e 26°C e mínima de 22,9°C. Macapá possui clima quente e úmido,
pluviosidade medida com 169 dias com chuva, durante a estação chuvosa
(dezembro a julho) e 196 dias sem chuva, durante a estação seca (agosto a
novembro). Sua umidade relativa do ar apresenta variabilidade sazonal, variando
entre 60 e 100%, com desvio padrão σ = 5,2.
Figura 22: Localização da cidade Macapá

Fonte: Imagens da Google

O Terreno está localizado no bairro central (figura 23), de acordo com


figura abaixo. Foi nesse bairro que se estabeleceram os primeiros habitantes de
Macapá, dando origem ao núcleo urbano que foi transformado em cidade, em 4
de fevereiro de 1758. A verticalização da localidade teve início no começo da
década de 1950, configurando-se como importante centro comercial e
administrativo. (RODRIGUES,2013)
Figura 23: Localização do Terreno Macapá mapa/satélite.

Fonte: Mapas de Macapá


43

De acordo com pesquisas feitas no bairro central, essa região por ser
centro de comércio de Macapá, se tornou um local com uma gama de
referências. Como exemplo, o hospital geral de Macapá se localiza na Avenida
FAB, próxima a escola Barão, além de ter mais duas praças próximas, também
há o Teatro das Bacabeiras na mesma Rua Cândido Mendes. Além de vários
serviços de entretenimento, alimentício e serviços diversos.
O terreno situa-se na Avenida FAB, entre a Rua Candido Mendes e a Rua
São José (figura 24), sua localização fica ainda mais simples pelo fato de estar
em frente à Praça Barão do Rio Branco, que tem o nome semelhante à escola.
A Avenida FAB considerada uma das principais avenidas de Macapá é
conhecida como divisora das zonas norte e sul da cidade, sendo assim uma
avenida de grande fluxo, a fachada frontal do terreno se dá a avenida FAB,
tornando o acesso principal do terreno e a rua São José é acesso alternativo do
terreno.
Figura 24: Vistas da Rua Candido Mendes e Rua São José,
respectivamente.

Fonte: Arquivo pessoal

De acordo com o mapa de setores da cidade de Macapá, a Escola Barão


do Rio Branco localiza-se, conforme a imagem a seguir (figura 25), no lote 397,
seção 001 e quadra 043. Suas medidas são 57,50 de Lateral (Rua São José) e
114,58 (Avenida FAB).
Figura 25: Localização do Setor, quadra e Lote.

Fonte: Mapa de Lotes de Macapá


44

Por ter as instalações de uma escola, o terreno possui, rede de água, com
uma caixa d’agua já instalada, assim como rede de esgoto dispostas por todo
terreno. Na questão elétrica, os lotes tem rede elétrica, com grande capacidade
de energia, pois há transformador ligado à rede elétrica para abastecer a
edificação (Figura 26).
Figura 26: Imagens da Caixa d’agua e o Transformador existentes no local

Fonte: Arquivo pessoal


Por estar em estado de abandono por quatro anos, a sua vegetação se
tornou densa, contribuindo com a deterioração do prédio (Figura 27).
Figura 27: Vista da fachada principal e lateral do terreno dando ênfase na
vegetação do local

Fonte: Arquivo pessoal

Em relação aos estudos de ventilação do terreno, como o norte se


encontra em sentido posterior do terreno, nesse caso os ventos predominantes
são no sentido nordeste (NE), com variações entre leste-nordeste (ENE) e leste
(E) (Figura 28). A intensidade também varia durante o ano, o vento entre fraco a
moderado (0 a 25 m/s). Os meses em que o vento é mais forte, e podem ocorrer
rajadas de vento com mais frequência, são os meses de setembro, outubro e
novembro. A incidência de radiação solar é maior na região tropical, que em
outras regiões da Terra. A elevação do sol ao meio-dia varia pouco em torno de
90° (linha do equador). A quantidade de energia que atinge a superfície, por dia,
45

varia entre 34 e 36 MJ/m2, dependendo da época do ano. De acordo com a


imagem abaixo, o sol irá se pôr e nascer voltado para as laterais do terreno, por
isso, as menores fachadas receberam maior incidência solar, sol da manhã e da
tarde.
Figura 28: Foto via satélite do terreno com os estudos de ventilação
e insolação

Fonte: Google Earth

De acordo com o Código de Lei e Uso de ocupação do solo da Cidade de


Macapá, a Escola Barão do Rio Branco se encontra na Zona Comercial como
mostra na figura 29, local que provém alta densidade, com baixa verticalização
e também incentiva a locação de serviços e comércio da cidade.
Figura 29: Perímetro da Zona Comercial

Fonte: Lei do Uso e Ocupação de Solo de Macapá

De acordo com o quadro de uso e atividades o setor comercial (Quadro


01) denominado de centro comercial e de serviço da cidade, ou seja, seu uso
permitido são residenciais uni e multifamiliar, comercial e industrial dos níveis 1
e 2, além de permitir serviço níveis 1, 2 e 3 porém em relação ao mesmo só
poderá ter atividades como cinema e teatro que se encontram no uso de serviço
nível 3.
46

Quadro 01: Intensidade de Ocupação do setor comercial


Setor Diretrizes para Parâmetros para ocupação do solo
intensidade de CAT Altura Taxa de Taxa de Afastamentos mínimos
ocupação máximo máxima para ocupação permeabilidade Frontal Lateral e
edificação máxima mínima Fundos
SC Alta densidade 1,2 (a) 14 80% Isento até 250 m² 3,0 1,5 ou 2,5
Verticalização ou 15% para lotes (e) ou 0,3 x
Baixa 1,5(b) H (d)
ou acima de 250m²
2,0(c)
Fonte: Uso e ocupação de solo de Macapá

De acordo com as dimensões do terreno, a área total é de 6.588,22 m²,


comparando com a quadra de parâmetros abaixo da zona comercial, local de
localização do terreno, verifica-se a taxa de ocupação máxima, juntamente com
os recuos necessários, cuja ocupação edificada será de 5591,87 m².
Figura 30: Representação da área de ocupação de acordos com os
parâmetros do setor comercial

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

Quanto a taxa de permeabilidade mínima, por ser um terreno que passa


de 250 m², será no total de 988,23 m² como mostra na figura 30.
4.1.3 Análise Tipológica, Identificação de Materiais e Sistema Construtivo
Macapá foi criada no século XVIII, com o intuito de servir de cidade
modelo e foi construída em volta da fortaleza de São José. O estilo que foi
utilizado naquela época, foi o colonialismo, seus elementos eram simples, como
mostra na foto da casa que antigamente era a escola barão do rio branco que
era localizada no canto da antiga Praça São Sebastião, onde hoje é o
cruzamento da Av. Presidente Vargas com a Rua Cândido Mendes (figura 31).
47

Figura 31: A edificação que funcionava como escolar antes da construção


do Grupo escolar

Fonte: Site Porta Retrato

De acordo com o historiador de Edgar Rodrigues, quando Janary Nunes


assumiu o cargo de governar o território do Amapá, seus primeiros atos como
governador foi melhoria e criações das infraestruturas das edificações de poder
público, como hospitais e escolas e uma dessas escolas foi a construção da
Escola Barão do Rio Branco em 1946. De acordo com o que foi visto na visita in
loco e nas pesquisas históricas, o principal estilo arquitetônico encontrado foi o
neocolonialismo que mesmo na época de 1940, estivesse iniciando a sua
segunda fase, que seria uma fase onde o modernismo e neocolonialismo
caminhassem lado a lado, nas regiões mais distantes como o território do
Amapá, o neocolonialismo foi visto como uma forma de se voltar à simplicidade
do colonialismo, porém como dito anteriormente buscavam-se novas técnicas
dentro desse estilo, assim se volta para características já vistas na cidade, porém
com novas técnicas a serem utilizadas (CARVALHO, 2007)
Naquela época o objetivo de Janary era trazer a modernização que estava
ocorrendo no Brasil, com o estilo neocolonialismo porém o mesmo já estava em
sua segunda fase, com estilo bem mais detalhado em suas fachadas, então o
estilo neocolonialismo que chega a Macapá é o da segunda fase, semelhante ao
estilo colonial e bem mais perceptível, simples porém com materiais modernos
da época. O Grupo Escolar Barão do Rio Branco vem ser a prova que o
neocolonialismo chega a Macapá. De acordo com a visita in loco feita e análise
das pesquisas bibliográficas feitas, a edificação adota uso de alvenaria que ainda
não existia na época antes da sua construção, com uma estrutura de telhado de
madeira.
48

Em sua primeira fachada foi feita a construção somente do prédio principal


com o cine territorial na parte dos fundos como mostra na figura 32, ainda está
sendo construído e a lateral há vegetação.
Figura 32: Construção da escola Barão do Rio Branco

Fonte: Arquivo da Museu histórico da Macapá

E para que o cine territorial fosse utilizado pela sociedade, construíram


uma abertura na lateral como mostra na figura 33, que devido as modificações
ao longo tempo não existe mais.
Figura 33: Entrada principal do antigo Cine Teatro Territorial, localizado
aos fundos do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Macapá.

Fonte: Site Porta Retrato / acervo do museu histórico do Amapá.

Na foto da inauguração da escola como mostra a figura 34, é possível ver


os primeiros elementos importantes da fachada como as janelas que são
esquadrias de ferro com vidro difuso, com as maiores janelas basculantes de
três folhas, com as duas das extremidades que são pequenos quadrados de
basculantes e o do meio eram retângulos de janelas basculantes de vidro
49

embutido. Um elemento muito presente nas edificações neocoloniais são a


simetria, como se apresenta na imagem e a presença de pórtico central em
destaque com arco pleno para destacar a entrada do prédio. Também se
identificam varandas no pavimento terreno com a presença de arco pleno. A
utilização de telhado de barro pode ser identificada devido naquela época ser
bastante utilizado em edificações na cidade, em relação a cor escolhida foi o
branco, pois foi feita em todas as edificações feitas naquela época.
Figura 34: Inauguração da Grupo Escolar Barão do Rio Branco

Fonte: Site Porta Retrato / acervo do museu histórico do Amapá.

A segunda modificação foi feita nos anos 60, com a construção dos
anexos ao lado do prédio principal como mostra na foto, e adição de muro de a
entrada no terreno da escola, é possível ver na figura 35, que o muro é baixo,
porém de forma desigual, já a entrada ao terreno eram dois pergolados altos e
brancos com a identificação da escola.
Figura 35: Grupo Escolar Barão do Rio Branco e a sua entrada

Fonte: Arquivo da Museu histórico da Macapá/ Acervo coleção digital do IBGE

Os anexos são edificações de somente um pavimento, onde o anexo 01


foi utilizado para serviço do administrativo do antigo território do Amapá como
50

mostra a figura 36, em sua fachada frontal foram utilizados elementos vazados
nas janelas, com entradas em forma de arco pleno e uma estrutura de cobertura
utilizada nas entradas do anexo, além de pequenas muretas que utilizavam para
delimitar a entrada, até a construção dos anexos 03 e 04, a única entrada
utilizada era pela parte frontal terreno.
Figura 36: Anexo do Grupo Escolar Barão do Rio Branco

Fonte: Site Porta Retrato / acervo do museu histórico do Amapá.

O anexo 2 como mostra na figura 37, onde funcionou o Jardim de Infância,


seguia o mesmo estilo do primeiro, no entanto a diferença era nas aberturas,
pois o arco pleno não era utilizado como entrada e sim como uma janela, são
preenchidos por elementos vazados do mesmo estilo das janela próximas.
Figura 37: vista lateral da área esquerda do prédio do Barão do Rio
Branco

Fonte: Site Porta Retrato

Já na terceira reforma feita, foram construídos os anexos 03 e 04, que se


comparados, diante dos elementos dos pilares e vigas que estão localizados na
fachada frontal desses anexos, são diferentes dos anexos 01 e 02 como mostra
na figura 38.
51

Figura 38: Pilar do anexo 03 na parte frontal da edificação

Fonte: Arquivo pessoal

Na terceira reforma, a entrada do anexo 01 que antes era na fachada que


estava direcionada a parte frontal do terreno, passou a ser em sua fachada
posterior, formando assim uma pequena praça entre os anexos 01 e 04 como
mostra na figura 39.
Figura 39: Praça localizada entre os anexos 01 e 03

Fonte: Arquivo pessoal

Quanto ao anexo 02, a fachada que tinha os dois arcos plenos, foi
reconstruída e assim colocando janelas comuns, na parte frontal a viga e os
pilares são diferentes dos que como são os outros anexos (figura 40).
Figura 40: A parte posterior do anexo 02

Fonte: Arquivo pessoal


52

E já na última modificação feita na escola, a necessidade surgiu de


construir uma quadra poliesportiva, localizada próximo aos anexos 01 e 03, sua
entrada se localiza na passarela do anexo 03, na figura 41 mostra uma parte da
quadra poliesportiva. E também a construção de uma lanchonete para servir
como cantina da escola.
Figura 41:Quadra poliesportiva localizada próxima ao anexo 01

Fonte: Arquivo pessoal

Os elementos mais marcantes são a utilização de janelas que na primeira


e segunda fachada ao analisar as fotos antigas, elas são de ferro com vidro
embutido, quando construíram os anexos 03 e 04 foram modificadas se tornaram
de madeira com veneziana, e as esquadrias, com dimensões grandes (como
mostra na figura 42), ou seja, já havia uma preocupação com conforto térmico
devido ao clima da cidade.
Figura 42: Janela de veneziana do anexo 03

Fonte: Arquivo pessoal


53

As janelas se diferem no prédio principal e dos anexos, pois no prédio, as


janelas foram feitas com duas folhas na extremidade da esquadria de vidro
embutidos e as outras folhas são de venezianas fixas como mostra na figura 43.
Figura 43: Janela de veneziana junto com vidro embutido

Fonte: Arquivo pessoal

Já as janelas dos anexos e algumas nas laterais do prédio principal, são


somente folhas de venezianas como mostra na figura 44.
Figura 44: Sala de aula do anexo 04

Fonte: Arquivo pessoal

Há também um tipo de esquadria que somente utiliza folhas de ferro com


vidro embutido (figura 45), que ao analisar é a único tipo que existe desde a
primeira fachada, que se encontra na fachada principal do prédio principal.
54

Figura 45: Janela de esquadria de Ferro com vidro embutido da fachada


frontal do prédio principal

Fonte: Arquivo pessoal

Antigamente podia ver sua presença na entrada alternativa do cine


territorial, como atualmente foi fechada essa entrada, essas janelas também
foram retiradas e colocaram no lugar portas, se tornando algo de certa maneira
confusa, pois são aberturas que ficam no segundo pavimento do Cine, assim
sendo inutilizadas, como mostra na figura 46, na atual fachada da antiga entrada
do Cine Territorial.
Figura 46: Fachada atual da antiga entrada do Cine Territorial

Fonte: Arquivo pessoal

As portas também são um elemento importante devido ter a presença de


bandeiras em cima das mesmas que também são venezianas iguais as janelas
como mostra na figura 47.
55

Figura 47: Bandeiras de veneziana das portas das salas dos anexos

Fonte: Arquivo pessoal


As reformas ocorridas na Escola estadual Barão do Rio Branco ao longo
do tempo estão ilustradas na planta para a melhor visualização, assim
classificadas de acordo com a reforma feita, como mostra na figura 48.
Figura 48: Digrama das Reformas

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

Neste diagrama mostras as edificações de acordo com as quatro reformas


classificada em cores em forma de imagem, que são explicadas neste subitem.
4.2 DIAGNÓSTICO
4.2.1 Mapeamento de Dados
Os mapas foram feitos de acordo com o que foi visto nas visitas, junto com
a análise das plantas já existentes da escola Barão do Rio do Branco, que estão
presentes nos apêndices deste trabalho. Com o objetivo de apresentar uma
proposta de intervenção, o mapa de danos tem como intuito fornecer
informações precisas sobre os problemas encontrados, e somente assim poderá
achar soluções que combinem com as técnicas padrões utilizadas para
restauração de edificações.
56

No mapa de danos da fachada frontal do prédio principal, devido as


pequenas reformas feitas ao longo do tempo do seu uso antes do total abandono,
foi tendo a manutenção de pequenos danos, por isso que a fachada não está tão
danificada, comparada com as outras áreas da escola, então os danos mais
identificados foram pintura danificada, descolamento na pintura, esquadrias
danificadas, manchas de umidade e descontinuidade na superfície da parede.
Ao analisar as patologias, a mais encontrada foi a pintura danificada, pois devido
ao tempo foi criando camadas de sujeiras, e perda da pintura, causada pelo
descolamento da pintura que é uma das patologias encontradas, além das
manchas escuras e manchas de umidade que são resultados do encanamento
dos banheiros que estão localizados próximo as varandas que também
prejudicam a pintura, também devido aos fatores climáticos a fachada se
encontra exposta, e assim também prejudicando sua pintura. A área mais
encontrada essa patologia foi na faixa de rodapé da fachada. As esquadrias
também foram prejudicas, como os vidros que estão quebrados e a madeira que
devido ao tempo e presença de cupim.
Os mapas de danos das fachadas dos anexos que estão no apêndice
deste trabalho, também apresentam patologias semelhantes, acrescentando
somente os danos causados ao telhado que em uma de suas últimas reformas
feita, no qual era antes telhado de barro, foi trocado por telha fibrocimento. O
causador maior desses danos são fatores climáticos, além da presença de
árvores de grande porte que também podem prejudicar os telhados dos anexos.
Já nos mapas de danos das salas de aula, que são no total de vinte e
duas salas, foi feito uma classificação de acordo com o dimensionamento e as
esquadrias presentes. Sendo assim as salas de aula de cada grupo de sala
padrão, apresentam patologias semelhantes, não tendo a necessidade de
elaborar um mapa de danos de cada sala de aula. Nas salas de aula padrão 01,
02 e 03, a patologia mais presente são pichações feitas nas paredes e manchas
de umidade presentes nas paredes que estão próximas aos banheiros, além
disso, apresenta fissuras nas paredes devido a problemas estruturais causados
pelas manchas de umidade. As esquadrias também foram comprometidas pela
presença de microrganismo vivo, além dos pisos estão com camadas de sujeiras
e em algumas partes, apresenta fissuras.
57

O mapa de danos do cine territorial foi elaborado em duas partes, no qual


o primeiro apresenta os danos presentes no primeiro pavimento a onde se
localiza o hall, banheiros, a área do auditório e palco com o área técnica que
estão abaixo do palco. As principais patologias encontradas são esquadrias
danificadas, os pisos são originais, ou seja, presentes desde a construção do
Cine Territorial e estão danificados. A área técnica apresenta mais fissuras e
machas escuras que pode ser apresentado como mofo, devido ao local ser
isolado e escuro. O palco apresenta poucos danos em seu piso de madeira, já
os banheiros estão com seu encanamento totalmente comprometido. Na
segunda parte das tabelas de danos do Cine territorial, discorre sobre os
problemas do segundo pavimento que são a sala de projeção, área VIP e a
escada, o que mais está danificado é o piso, que também é original, e por ter um
declive na área VIP, afeta diretamente as vigas e colunas abaixo. Na sala de
projeções os primeiros equipamentos que utilizavam para projetar os filmes
estão em estado de abandono, em relação a estrutura há fissuras e machas
escuras.
Nas áreas administrativas os danos mais frequentes são manchas
escuras provenientes do tempo de abandono, além das esquadrias danificadas,
as divisórias feita de compensado. Com as esquadrias abertas e as áreas que
abriram para colocação de aparelhos de ar condicionado, a chuva invade criando
as manchas de umidade que estão causando fissuras na estrutura do prédio.
A área de localização da lanchonete é aberta, então há muitas manchas
escuras no piso, os bancos de concreto estão danificados. A fachada da
lanchonete se encontra pichada e o no telhado há presença de microrganismos
vivos.
4.2.2 Análise do estado de conservação
Para solucionar os problemas encontrados de acordo com o mapa de
danos, técnicas serão utilizadas para que solucione esses problemas. E
solucionando será possível reparar os danos, evitando assim intervenções
futuras de grande porte.
Um dos problemas muito encontrado nos mapas de danos é a pintura
danificada, devido alguns fatores climáticos, tempo de abandono e pichações
feitas pelos alunos. Ao analisar essa patologia, as solução deve ter como objetivo
de fornecer durabilidade, principalmente em relação a pintura para que não só
58

solucione as danificação da pintura, mais também solucione os problemas com


manchas escuras e manchas de umidade, sendo assim a devida solução
encontrada é refazer a parte de acabamento das paredes, desde início do
processo, colocando a massa para que receba a pintura adequada, assim
eliminando as manchas escuras e as manchas de umidade, é claro que quanto
as manchas de umidade deve ser localizado o causador, e assim eliminando
qualquer risco de manchas de umidade no futuro.
Uma proposta deste trabalho é utilizar materiais inovadores que busque a
durabilidade, e assim não necessitando de intervenções maiores no futuro,
fazendo assim uma relação com Cesari Brandi, em sua restauração moderna
que buscava materiais modernos para substituição, porém tomando o cuidado
para não descaracterizar a edificação. Portanto, antes da aplicação das tintas,
em cada dano deve ser feito uma análise do causador do dano e assim depois
de ser feita a remoção do revestimento, aplicar tinta que é anti-umidade ou
produtos químicos especializados em retirar essa umidade, e assim poderá ser
refeita a pintura da cor original. Para as fissuras encontradas o processo será
semelhante ao das manchas de umidades, porém os produtos que serão
utilizados para preencher essas fissuras serão diferentes.
Em relação as esquadria, será feito o restauro adequado das esquadrias,
porém serão aplicados produtos para prevenir o aparecimento de cupim, como
também no telhado, onde patologias dos microrganismos vivos é mais presente.
Com objetivo de tornar as esquadrias mais duráveis, também serão aplicados
nos caixilhos produtos para que não se torne um problema o seu uso constante.

4.3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO


4.3.1 Programa de Necessidades
De acordo com a planta baixa existente e a visita in loco feita, o local já
apresenta alguns ambientes necessários para uma edificação escolar, de acordo
com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no entanto
alguns ambientes, não podem ser modificados ou acrescentados nenhuma
construção sem um fator histórico ou norma, devido ser um projeto de
restauração, a readaptação é necessário. No quadro abaixo, apresenta o
programa de necessidades, com os ambientes existentes e os criados:
59

Quadro 02: Programa de necessidades

MENTO
ZONEA
DIEMENSIONAMENTO
AMBIENTES
MÍNIMO

Almoxarifado 8,33 m²
ADMINISTRA

Coordenação 16,04 m²
Diretor 11,53 m²
TIVO

Sala de rádio 13,21 m²


Sala dos professores 25,25 m²
Secretaria 26,50 m²
Biblioteca 60,71 m²
Ensino especial 51,76 m²
Laboratório 60,94 m²
PEDAGOGIA

Sala de Artes 47,50 m²


Sala de aula para 32 alunos 50,33 m²
Sala de aula para alunos 47,50 m²
Sala de informática 50,30 m²
Sala de Balé 47,50 m²
Sala de Judô 60,00 m²
Sala de educação física 47,50 m²
Central GPL 2,00 m²
Deposito de lixo 2,00 m²
SERVIÇOS

Deposito de material de limpeza 2,00 m²


Lanchonete 12,30 m²
Pátio descoberto 133,00 m²
Refeitório 60,00 m²
Sanitários feminino e masculino 16,49 m²
Área cultural 40,95 m²
TERRITORIAL

Área VIP 21,11 m²


Auditório 126,00 m²
CINE

Backstage 33,32 m²
Hall de entrada 16,23 m²
Lanchonete do Cine 27,19 m²
Sala de som 17,05 m²
W.C do Cine Territorial 17,00 m²
QUADRA

Quadra poliesportiva coberta 256,77 m²

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora


60

4.3.2 Organograma e fluxograma


Figura 49: Fluxograma do prédio principal

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

Figura 50: Fluxograma do anexo 01

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

Figura 51: Fluxograma do anexo 02

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora


61

Figura 52: Fluxograma do anexo 03

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

Figura 53: Fluxograma do anexo 04

Fonte: Elaborado pela Pesquisadora

4.3.3 Memorial descritivo


O projeto proposto tem o intuito de conservar a Escola Barão do Rio
Branco assim restaurando a estrutura que já se encontra em estado crítico, além
de trazer adequações necessárias que uma escola necessita, de acordo com o
Fundo de Desenvolvimento da Educação - FNDE. A norma da ABNT 9050
também será seguida, devido a carência de um espaço adequado para atender
portadores de necessidades especiais.
De acordo com o FNDE, entre as 22 salas de aula existentes, 12 serão
utilizadas como salas normais, e as outras serão redistribuídas para salas
62

diversas e serviços gerais, de acordo com o programa de necessidades


elaborado neste trabalho. Em relação a parte administrativa serão substituídas
algumas salas, e outras permanecerão com a mesma utilização como mostra no
planta baixa do projeto de intervenção que está no apêndice deste trabalho.
O projeto não modifica suas estruturas, pois mesmo em estado de
abandono, com algumas restaurações ela pode ser conservada. As maiores
modificações serão no Cine Territorial, também a maior parte do telhado, pois há
a presença de cupim como citado no mapa de danos, além da restauração das
esquadrias já estavam bastante danificadas.
Para atender a ABNT 9050 que define algumas normas para portadores
de necessidade especiais, as maiores modificações foram feitas nos banheiros
que tinham dimensões necessárias, portanto foram feitas modificações nos
boxes e a inclusão de um banheiro com barras de apoio e espaço de circulação,
porém como o espaço para os banheiros são limitados, ficou apenas dois box
normais, como já tinha no projeto original. No entanto os banheiros que se
localizam na fachada do prédio principal não podem ser modificados para
portador de necessidades especais, pois modificaria a elevação frontal do
prédio.
De acordo com o que foi visto na visita in loco, já existia uma preocupação
quanto à acessibilidade, por isso as passarelas que ligam os blocos são no nível
do piso cimentado da área externa, criando assim pequenas rampas em suas
extremidades, por isso serão restauradas essas passarelas, adicionando
somente corrimão para melhorar a acessibilidade. Na fachada principal do
prédio, em uma das suas últimas modificação feitas, foi implantado uma rampa,
assim de modo, será feita uma restauração e incluindo corrimão como diz na
norma da ABNT 9050.
Em relação às modificações dos ambientes, de acordo com o FNDE são
necessários alguns espaços para que possa atender as necessidades básicas
dos alunos de ensino fundamental que não existiam na escola Barão do Rio
Branco, que são a coordenação, almoxarifado na área administrativa, já na parte
pedagógica o laboratório de ciências que não existia, e como parte faltante na
questão de serviços, a cozinha, refeitório, área de serviço, a dispensa, depósito
de material de limpeza, central de gás e central de lixo são os ambientes que
faltavam na escola.
63

Na proposta de implantação, a parte externa do prédio terá um


estacionamento para os professores e visitantes na área que está localizada na
fachada frontal da escola e próximo a entrada lateral que direciona para Rua São
José.
Foi também elaborado na área na lateral direita que fica na fachada frontal
da escola, um parque para os alunos, além de utilizar as árvores já existentes
para arborização do parque, e também recriar um dos elementos antigos
presentes em que foi o pórtico que se assemelha a um pergolado utilizado como
entrada para escola em sua época inicial.
A área dos fundos da escola foi criada uma horta, para que os alunos
possam aprender sobre educação ambiental e alimentar. E uma parte da área
dos fundos, foi feita a central de gás e de lixo que não existiam antes, e que são
obrigatórias em uma escola.
As plantas que se encontram no apêndice deste trabalhos, estão
organizadas na ordem: Planta de situação, locação, implantação geral, planta
baixa existente e a proposta, planta layout, corte, elevação e detalhamentos,
como. Sendo assim as únicas pertencentes a nova proposta, são a implantação
geral, planta baixa, corte e detalhamento pois foras feitas modificações
significativas. As outras plantas são da proposta original, pois como é um projeto
de restauro, não haverá modificações em sua estrutura.
Como já havia modificações na escola quanto às instalações de
climatização das salas, o projeto propõe a utilização dessas instalações, porém
para que não haja modificação das janelas venezianas que são os elementos
importantes da arquitetura da escola e também espessura espessa das paredes
beneficiam também, haverá a restauração dessas janelas, no entanto ao invés
de serem fixas serão de correr criando a melhor ventilação das salas quando
houver necessidade de abri-las e também colocar na parte interior da janela
folhas de vidro e então não modificando a fachada e assim tendo a climatização
devida. Como mostram as foto 32 e 50, apresentando venezianas que serão
restauradas e em sua parte interna serão colocadas folhas de vidro temperado.
Com o objetivo de atender as necessidades de adaptá-lo em um auditório
de acordo as normas, a maior intervenção será feita no cine territorial, que além
de adequá-lo para atender os portadores de necessidades especiais, também
serão alterados os materiais para atender questões acústicas do auditório, além
64

de ser modificada a área do palco, para seja feita uma entrada de serviço do
palco para a área cultural.
Uma importante questão surgiu quanto aos elementos colocados nas
aberturas do segundo pavimento que seriam as esquadrias de ferro com vidro
embutido, semelhantes às esquadrias que estão localizadas na fachada frontal
do prédio principal, assim reconstituindo a antiga entrada do cine territorial pela
lateral do prédio principal.
O objetivo é trazer mais próximo possível da antiga fachada, porém as
janelas de ferro com vidro embutido, que localizam-se nas laterais, na altura das
aberturas, vão desde o primeiro, até o segundo pavimento, não será restaurado
com a sua altura total, pois para obedecer a norma 9050, o banheiro que se
encontra na lateral do hall de entrada do cine foi aumentado, então a janela não
poderia ser reconstruída, ou seja será somente aproveitada a abertura que já
existe no segundo pavimento.
Essa volta ao passado se relaciona muito com o que Viollet-le-Duc
acreditava, para ele o que mais importava era o projeto original, ou seja, a volta
dessa entrada na lateral do prédio principal, acarretará em trazer a ideia original
do arquiteto de que o cine territorial pode ser utilizado tanto pelos alunos quanto
pela sociedade amapaense.
4.3.4 Maquete
Assim para que seja feita a visualização do projeto e como estará o
espaço, as fotos renderizadas do projeto foram feitas de acordo com os mapas
de danos, na figura 54 as imagens das as janelas com os vidros embutidos para
a climatização artificial, como já foi explicado no memorial descritivo, as janelas
serão restauradas, e para a melhor climatização dos espaços, será colocado
folhas de vidro na parte interna das esquadrias, assim não descaracterizando as
fachadas.
A área administrativa (figura 55) continua sendo estruturalmente da
mesma maneira, porém a restauração em todas as janelas e portas, no primeiro
pavimento, local da secretaria, continua sendo o mesmo. Devido a necessidade
de alguns ambientes faltantes, o lado direito na área administrativa será
modificado para a inclusão desses ambientes necessários de acordo com o
FNDE.
65

Nos mapas de danos as salas de aula padrões 01 e 02 que apresentas


algumas patologias também serão restauras como mostra na figura 56. E
comparar o corredor do prédio principal, o seu estado atual e a proposta.
Figura 54: Folhas de vidro nas esquadrias de madeira e cobogós

Fonte: Maquete

Figura 55: Área administrativa do primeiro pavimento

Fonte: Maquete

Figura 56: Salas padrões 01 e 02 restauradas

Fonte: Maquete
66

Na figura 57, pode ser perceber a comparação entres os corredores um


em seu estado atual, danificado e sujo e na imagem ao lado a proposta com as
esquadrias e pintura restauradas.
As salas dos anexos 02, 03 e 04 serão utilizadas para outras atividades,
portanto as salas do anexo 02 e 04 serão para atividades extracurriculares,
laboratórios e uma sala adaptada para o ensino especial, já as salas do anexo
03 serão para serviços gerais, como cozinhas, refeitório e área técnica. Na figura
58 mostras dois exemplos dessa redistribuição de ambientes.
Figura 57: Corredor do prédio principal- Atual e proposta

Fonte: Maquete

Figura 58: Sala de Informática do anexo 02 e cozinha no anexo 03

Fonte: Maquete

Abaixo, apresenta áreas externas que foram propostas na implantação


que serão construídas para atender as necessidades de lazer das crianças, além
de trazer conforto térmico e acústico nas áreas que serão restauradas. Além das
fachadas do prédio principal e dos anexos que serão restauradas e assim
solucionando as patologias encontradas que foram mostradas nos mapas de
danos, e por fim duas imagens, que mostra o terreno total da Escola Barão do
Rio Branco restaurada.
67

Figura 59: Área da Lanchonete

Fonte: Maquete

Figura 60: Cine territorial

Fonte: Maquete

Figura 61: Parque

Fonte: Maquete
68

Figura 62: Estacionamento

Fonte: Maquete

Figura 63: Fachada do anexo 01

Fonte: Maquete

Figura 64: Fachada do anexo 02

Fonte: Maquete
69

Figura 65: Fachada do anexo 03

Fonte: Maquete
Figura 66: Fachada do anexo 04

Fonte: Maquete

Figura 67: Fachada do prédio principal

Fonte: Maquete
70

Figura 68: Maquete da Escola Barão do Rio Branco

Fonte: Maquete

Figura 69: Maquete da Escola Barão do Rio Branco 2

Fonte: Maquete

A escola Barão do Rio Branco é uma referência no Estado do Amapá por


se a primeira escola construída em alvenaria, com o estilo neocolonial e pelo
valor histórico que representa para os amapaenses, daí a importância da sua
escolha, como também pela ausência de trabalhos referente a esse patrimônio,
no estado, o que representa uma fonte de pesquisa para o meio acadêmico.
71

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da elaboração do projeto de conservação e restauro da Escola


Estadual Barão do Rio Branco, localizada no Município de Macapá, Estado do
Amapá, foi possível demonstrar a potencialidade da sua edificação como
patrimônio histórico cultural, enquanto proposta para a preservação da sua
identidade e para o resgate da sua importância e reconhecimento para a
sociedade amapaense.
No aspecto conceitual da restauração foi possível entender o pensamento
de três autores importantes: Cesari Brandi, John Ruskin e Eugène Emmanuel
Viollet-le-Duc.
Para Cesari Brandi restaurar significava reconhecer uma obra de arte e a
sua importância para o futuro, dentro de um processo que simbolizava trazer de
volta seu valor estético e histórico. É considerado um dos principais nomes
quando se trata de restauro moderno.
John Ruskin era contra restaurar, pois de acordo com ele o monumento
histórico era a ligação da humanidade com o passado, sendo assim parte da
natureza. Então a restauração poderia ser algo perigoso, pois a modificação
poderia acarretar a quebra desse elo, seu estilo foi reconhecido como romântico.
Defendia a intocabilidade da degradação, onde a conservação preventiva
deveria vir em primeiro lugar.
Enquanto que para Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc, considerado o pai
da restauração, considerava esta, uma ação de grande importância, sua paixão
ao estilo gótico fica em evidência na escolha de seus trabalhos de restauração.
Quando trabalhava com as patologias que ele identificava na obra, ele
selecionava materiais melhores e mais resistentes para a substituição daqueles
que faltavam, porém os materiais não poderiam descaracterizar o estilo da
edificação. Buscava a perfeição, onde partes pudessem ser reconstruídas, a
partir de uma interpretação da arquitetura.
Na perspectiva de conceituação de restauro, foram levados em conta os
três Autores, sendo considerados os mais importantes para o desenvolvimento
deste trabalho.
72

Também foram levadas em consideração as cartas patrimoniais e seus


critérios de conservação e restauro: Carta de Atenas de 1931; Carta de Restauro
de 1972 e Carta de Veneza de 1964.
Dois casos correlatos de conservação e restauro em edificações
escolares, foram levados em consideração: A restauração do Instituto de
Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre e a Escola Estadual de
Uberlândia, em Minas Gerais.
Foi feita uma pesquisa das condições históricas, sociais, culturais e
identitárias da época em que foi construída a Escola Estadual Barão do Rio
Branco, para poder entender o momento da sua construção e a sua importância
para a comunidade. À partir daí foi elaborado o projeto de conservação da sua
edificação respeitando a identidade histórica cultural e o resgate da sua
importância.
A definição de conservação é do Manual de Elaboração de Projetos de
Preservação do Patrimônio Cultural (IPHAN, 2005), que leva em conta um
“conjunto de ações destinadas a prolongar o tempo de vida de determinado bem
cultural. Engloba um ou mais tipos de intervenções.”
O projeto proposto tem o intuito de conservar a Escola Estadual Barão do
Rio Branco, assim restaurando a estrutura que já se encontra em estado crítico,
além de trazer adequações necessárias que uma escola necessita de acordo
com o FNDE. A norma da ABNT 9050 também será seguida, devido a carência
de um espaço adequado para atender portadores de necessidades especiais.
O projeto não modifica a sua estrutura, pois mesmo em estado de
abandono, com algumas restaurações ela pode ser conservada, as maiores
modificações foram no cine territorial para que atenda as normas para ser
utilizado como auditório e também os banheiros para que atendam a norma da
ABNT 9050, e também a maior parte do telhado já estava com a presença de
cupim como já cita no mapa de danos além da restauração das esquadrias já
estavam bastante danificadas.
As maiores modificações foram feitas nos banheiros que tinham
dimensões que não poderiam ser utilizadas por cadeirantes, assim foram feitas
modificações nos box e a inclusão de um banheiro com barras de apoio e espaço
de circulação, porém como o espaço para os banheiro são limitados, ficou
apenas dois box normais, seguindo o projeto original. No entanto os banheiros
73

que se localizam na fachada do prédio principal não podem ser modificados para
portador de necessidades especiais, pois poderia comprometer a elevação
frontal do prédio.
Na fachada em sua última modificação feita, foi implantado uma rampa,
assim de modo que será feita uma restauração e incluindo corrimão como diz na
norma da ABNT 9050.
Em relação às modificações dos ambientes, de acordo FNDE é
necessário alguns espaços para que possam atender as necessidades básicas
dos alunos, espaços estes, que não existiam na escola Barão do Rio Branco,
que são a coordenação, almoxarifado na área administrativa, já na parte
pedagógica o laboratório não existia, e como parte faltante na questão de
serviço, a cozinha, refeitório, área de serviço, a dispensa, D.M.L, central de gás
e central de lixo são os ambientes que faltavam na escola.
Na proposta de implantação, a parte externa do prédio terá um
estacionamento para os professores e visitantes, na área que está localizada na
fachada frontal da escola e próximo a entrada lateral que direciona para Rua São
José. Foi também utilizada a área na lateral direita que fica na fachada frontal da
escola, como parque para crianças, além de utilizar as árvores já existentes para
arborização do parque. Na área dos fundos da escola, foi criada uma horta, para
que os estudantes possam aprender sobre educação ambiental e alimentar. E
uma parte da área dos fundos, foi feito a central de gás e de lixo que não existiam
antes, e que são obrigatórias por ser uma escola.
Como já havia modificações na escola, quanto às instalações de
climatização das salas, o projeto propõe a utilização dessas instalações, porém
para que não haja modificação das janelas venezianas que são elementos
importantes da arquitetura da escola e também a espessura das paredes, haverá
a restauração dessas janelas, no entanto ao invés de serem fixas serão de correr
criando uma melhor ventilação das salas quando houver necessidade de abri-
las e também colocar na parte interior da janela folhas de vidro, e então não
modificando a fachada e assim tendo a climatização devida.
Com objetivo de atender as necessidades de adaptá-lo em um auditório
de acordo as normas, a maior intervenção será feita ao cine territorial, que além
de adequá-lo para atender os portadores de necessidades especiais, também
será necessário alterar os materiais para atender questões de acústica do
74

auditório. Uma importante questão surgiu quanto aos elementos colocados nas
aberturas do segundo pavimento sendo as esquadrias de ferro com vidro
embutido, semelhantes as esquadrias que estão localizadas na fachada frontal
do prédio principal, assim reconstituindo a antiga entrada do cine territorial pela
lateral do prédio principal. O objetivo é trazer mais próximo possível da antiga
fachada, porém as janelas de ferro com vidro embutido, que se localizam nas
laterais, na altura das aberturas, vão desde o primeiro até o segundo pavimento,
não será restaurado com a sua altura total, pois para obedecer a norma 9050, o
banheiro que se encontra na lateral do hall de entrada do cine foi aumentado,
então janela não poderia ser reconstruída, então será somente aproveitada
abertura que já existe no segundo pavimento. Essa volta ao passado se
relaciona muito com o que Viollet-le-Duc acreditava, que o mais importante é o
projeto original, ou seja, a volta dessa entrada na lateral do prédio principal,
acarretará em trazer a ideia original do arquiteto de que o cine territorial pode ser
utilizado tanto pelos alunos quanto pela sociedade amapaense.
A escola Barão do Rio Branco é uma referência no Estado do Amapá por
se a primeira escola construída em alvenaria, com o estilo neocolonial e pelo
valor histórico que representa para os amapaenses, daí a importância da sua
escolha, como também pela ausência de trabalhos referente a esse patrimônio,
no estado, o que representa uma fonte de pesquisa para o meio acadêmico.
Considerando as características da edificação, com o espaço destinado
para o parque infantil, a horta e também pela localização privilegiada e conforme
dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei 9.394 de
1996), em seu artigo 11, inciso V, que diz da responsabilidade dos Municípios
em oferecer a educação infantil e ensino fundamental a sugestão é que o prédio
da Escola Barão do Rio Branco seja municipalizado, passando suas ações ao
Município de Macapá.
E para finalizar, o trabalho apresentado é inovador e o resultado é uma
proposta completa e surpreendente, que pode servir de inspiração e de pesquisa
para quem deseja fazer um trabalho dessa natureza, sendo uma contribuição,
para quem acredita na restauração, enquanto resgate da identidade, capaz de
restabelecer um estado completo daquilo que já existiu e que tem significado
para a sociedade.
75

REFERÊNCIAS

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MONUMENTOS HISTORICOS-ICOMOS. Carta de Veneza. IPHAN, 1964. 2 p.

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VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. 3º Edição, Cotia, SP:
Ateliê Editorial. 2006.
77

APÊNDICES
APÊNDICE A - Mapa de Danos 01
78

APÊNDICE B- Mapa de Danos 02


79

APÊNDICE C - Mapa de Danos 03


80

APÊNDICE D - Mapa de Danos 04


81

APÊNDICE E - Mapa de Danos 05


82

APÊNDICE F - Mapa de Danos 06


83

APÊNDICE G - Mapa de Danos 07


84

APÊNCIDE H - Mapa de Danos 08


85

APÊNDICE I - Mapa de Danos 09


86

APÊNDICE J - Mapa de Danos 10


87

APÊNDICE K - Mapa de Danos 11


88

ANEXOS
ANEXO A - Figuras do processo de análise da restauração do Instituto de
Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre

Figura: Levantamento métrico de patrimônio arquitetônico e catalogação do


mobiliário

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

Figura: identificação e localização dos danos e mapeamento dos danos

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

Figura: Prospecção do estudo dos revestimentos das paredes.

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo


89

ANEXO B- Figuras do resultados da restauração do Instituto de Educação


General Flores da Cunha, Porto Alegre
Figura: Zoneamento atual e Zoneamento proposto

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

Figura: Diagrama das épocas de cada construção

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

Figura: Diagrama de acessibilidade universal e infraestrutura proposta.

Fonte: 3C Arquitetura e Urbanismo

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