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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA: GEOGRAFIA AGRÁRIA
PROFESSORA: DRA. CAMILA DUTRA DOS SANTOS
ALUNO: MATHEUS VIEIRA RODRIGUES

OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo de produção capitalista, agricultura e


reforma agrária. São Paulo: Labur Edições, 2007. (p. 13 a 42).

Ariovaldo Umbelino de Oliveira é um professor e geógrafo brasileiro. Possui graduação


em Geografia pela Universidade de São Paulo (1970) e doutorado em Geografia Humana pela
Universidade de São Paulo (1979). É professor titular de Geografia Agrária pela FFLCH – USP
(1998). Autor dos livros "Agricultura Camponesa no Brasil", "Geografia das Lutas no Campo",
"Modo Capitalista de Produção, Agricultura e Reforma Agrária", entre outros.
Primeiramente, é apresentado um histórico da Produção feudal que antecedeu a
capitalista na Europa, berço desses sistemas. É proposto analisar a forma de produção feudal
para entender o modelo capitalista atual.
A estrutura básica do modo feudal de produção é apresentada, basicamente, ao explicar
o que é a servidão e feudos. Sendo a primeira uma submissão do camponês ao senhor, o dono
da terra. Existiram ainda vários tipos de servidão, como os servos de domínios, os fronteiriços,
os aldeões, os vilões e os camponeses em si. Feudos eram as terras que geralmente tinham uma
divisão entre duas partes: domínio e as parcelas. Cada uma com suas exigências determinadas
pelo senhor.
A sociedade feudal enfraqueceu à medida que a sociedade urbana se desenvolveu. O
camponês passou a produzir alimentos para vender nos centros urbanos. além disso, a terra foi
gradativamente transformada em mercadoria. a terra passou a ser desejada e monopolizada
pelos nobres, pois a terra era o meio de produção mais valioso. Os senhores feudais expulsaram
os camponeses de suas terras pois o novo modelo exigia a propriedade de terra privada para
obtenção de lucro. Dessa forma, aumentou o contingente de proletários urbanos enquanto as
terras eram monopolizadas pelos nobres.
A sociedade capitalista implantou novas relações sociais e determinou novos rumos para
a humanidade. O que o camponês produzia para suprir suas próprias necessidades agora é para
suprir o mercado. A indústria doméstica dava lugar a capitalista urbana.
Após contextualizar o feudalismo e a transição deste modelo para o capitalista, o texto
disserta sobre o modo capitalista de produção, assim como fez anteriormente com o modelo
feudal, destacando suas características e tendências. Destaca sua origem a partir da produção
de mercadorias e produção de mais-valia que faz o capitalismo tomar proporção mundial.
O capitalismo passou a submeter os povos da África, América e Ásia, extraindo delas
toda matéria prima para acumular capital. Foi o verdadeiro Imperialismo Europeu. Dessa forma,
o texto discorre sobre a submissão de cada continente ao capitalismo. Em síntese, as
consequências foram péssimas para os continentes dominados e principalmente para África,
que sofreu com o desumano tráfico negreiro.
O tráfico de escravos foi uma atividade rendosa por séculos. Tudo para obtenção de
lucro no modelo capitalista da época, baseado em produção nas colônias visando exportar para
Europa em processo de industrialização.
A agricultura europeia e norte-americana no século XIX teve seu auge capitalista. Novas
técnicas foram aderidas, como a rotação de culturas, permitindo a produção o ano inteiro.
Entretanto, no final do século os frutos da agricultura europeia e norte-americana sofreram com
a concorrência “além-mar”, isto é, os produtos frutos de importação. Destaca-se ainda a
participação das colônias inglesas nas relações comerciais de importação.
A agricultura seguiria o rumo da industrialização após a crise do fim do século XIX. O
autor discorre sobre as características desse novo momento e utiliza citação de Kautsky para
explicar que nesse momento surgiram empresas monopolistas. O capitalismo monopolizador é
descrito e abordado como motivo da concentração de terra na agricultura mundial.
Na última parte do texto, as relações de produção na agricultura sob o capitalismo são
especificadas. Esclarece que relações de produção estão relacionadas às demandas do homem
na sua produção social. Para a produção capitalista, é necessário que haja aquisição de força de
trabalho para fazer outras mercadorias. Por essa força de trabalho realizada pelo proletariado, é
pago um salário muito abaixo do que ele produziu. Esse processo faz parte de uma ideologia
capitalista em que tudo gira em torno do capital. O trabalhador sofre um processo de alienação
através do salário e das práticas de seus patrões. Na verdade, segundo o texto, a riqueza que o
trabalhador produz pertence a ele, porém a ideologia do capital o faz acreditar que seu trabalho
é uma criatura desse capital.
Portanto, o capitalismo presume uma troca desigual de força de trabalho e capital. No
campo, a terra é o principal meio de produção. Nesse cenário, o capitalista compra ou arrenda
a terra para produzir. Posteriormente, o texto analisa as relações não capitalistas do campo.
Assim chamadas pelas suas peculiaridades que remetem ao feudalismo, mas que é capitalista
em sua essência. Finalmente, descreve-se a produção Camponesa sob o capitalismo enfatizando
seus elementos estruturais. Destaca-se seus componentes e seus objetivos.
Pode-se afirmar que Ariovaldo de Oliveira descreveu de forma clara e objetiva as
questões do modelo feudal de produção e posteriormente, o modo capitalista. Explicou as
características dos modelos e como a agricultura se apresenta em cada um deles. Ao falar do
capitalismo, adore uma posição marxista e expõe as relações entre burguesia e proletariado.
Portanto, é um texto que se posiciona criticamente ao modelo que gira em torno do capital. A
obra é útil para interessados em conhecer a história da evolução dos modos de produção e como
o sistema interfere nas relações sociais dos indivíduos. É uma ótima leitura para adquirir um
olhar crítico da sociedade.

(MATHEUS VIEIRA RODRIGUES – Discente do curso de Geografia).

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