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Ia Edição
A Obsessão e Seus Mistérios é uma tentativa de Carlos Bernardo
Loureiro de colocar, nas páginas de um só livro, a longa experiência
obtida em mais de trinta anos de pesquisas na seara da mediunidade e de
trabalhos junto a Espíritos obsessores dos mais variados níveis e
tendências.
Marcelo Loureiro
Ao Leitor,
Ora havendo o Espírito mau saído do homem, anda por lugares áridos,
buscando repouso e não o encontra.
Então diz: voltarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a
desocupada...
Então vai e leva consigo outros sete Espíritos piores do que ele e,
entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que
o primeiro (Mateus, 12).
Áreas de Atuação Obsessória 1
Mental
Emocional
1
Trabalho baseado em artigo do jornalista Hélio Rossi, publicado na Revista Internacional
do Espiritismo, da Editora O Clarim..
Psicológica
Moral
Corporal
2 Diz a História que o rei David conseguiu prolongar sua vida da mesma forma.
noite, quando o hóspede se deitava, absorvia a vitalidade que o jovem
havia deixado na sua cama, e, no dia seguinte, acordava reanimado e
bem disposto.
- Ora, que importa a nós e a ti, Jesus de Nazaré, o que este sofre? Vies
te a perder-nos? Eu sei que és o enviado de Deus.
- Que palavra é essa, pois com autoridade e poder ordena aos Espíritos
atrasados e eles saem?
Lucas afirma que o subjugado foi lançado por terra, como se lhe
faltasse o chão. Aliás, essa reação é natural em semelhante processo de
desobsessão, aos moldes, por exemplo, de alguns casos relatados por
Allan Kardec, na Revue Spirite.
O obsidiado de Gerasa
- Não há nada mais cruel do que uma Coisa. Uma Coisa pode ser
influenciada principalmente porque é extremamente ambiciosa, só pensa em
dinheiro, sexo e poder.
4 Lobotomia frontal: incisão na matéria branca do centro oval do lobo frontal do cérebro.
Esta técnica mutiladora de uma porção do cérebro, para tratamento da insanidade, foi
iniciada no tempo em que predominava a ignorância ctiológica.
seus colegas que, no passado não muito remoto, tentavam resolver o
mesmo problema por meio de sangria, de prolongadas e drásticas
purgações e outras terapias bizarras, quando suas vítimas não eram
reduzidas a cinzas, nas fogueiras.
Há, pois, Espíritos obsessores cuja ação pode ser perniciosa à razão
e à saúde de um modo geral. Não é certo que se a loucura tivesse sido
ocasionada por uma lesão orgânica qualquer, esse meio teria sido
impotente? Se se objetasse que essa loucura podia ser devida a uma
causa fortuita, responderíamos que se se citasse apenas um fato, sem
dúvida seria temerário, daí, deduzir a afirmação de um princípio tão
importante, mas os exemplos de curas semelhantes são numerosos. Não
são privilégios de um indivíduo e se repetem todos os dias em diversos
lugares, sinais inquestionáveis de que repousam sobre uma lei da
natureza.
- Senhor, disseram-me que curais os loucos. Por isso vim vos pedir
ajuda para um parente meu que se encontra em estado completo de
alienação mental. A família pretende interná-lo no hospício de
Condillac. Que se poderia fazer pelo pobre homem?
Meu bravo irmão - disse-lhe o Sr. Dombre - não sei quem me atribui
esta reputação de curar loucos; é verdade que algumas vezes consegui
devolver a razão a infelizes alienados; mas isto depende da causa da
loucura. Verei o que se pode fazer pelo seu inditoso parente.
Sei que fui vítima dos meus maus sentimentos. Não me suicidei,
verdadeiramente, porque fui precipitado ao rio; mas, esse ato foi provocado
por mim, que atraí, por meus sentimentos inferiores, Espíritos capazes de
partilhar das tendências malsãs do meu coração, sentindo-se felizes de
atirar na desgraça espiritual mais um irmão gêmeo na maldade e no atraso
moral. Sei, também agora, que aos maus não faltam auxílios, para a prática
dos mais espantosos crimes ... Se reagisse, tê-los-ia afastado; ignorante das
verdades evangélicas - que só o Espiritismo explica em realidade - afundei
no abismo da morte espiritual. Felizes os que repelem os maus impulsos,
pois só assim não se tornam futuros escravos dos Espíritos da treva, desses
que, no momento oportuno, levam, irresistivelmente, a criatura à prática do
crime.
Saiu da aldeia deixando aos habitantes boas palavras, mas sem lhes
esconder a profunda impressão de estupor que havia experimentado em
presença de um mal que não podia imaginar tão grande. Terminou
confessando “que não se tinha sentido bastante forte para conjurar a chaga
que tinha vindo curar e prometendo voltar, ao menos munido de poderes
maiores.
A religião não foi mais feliz: usou suas munições contra os diabos,
sem poder chamá-los à razão. Então os diabos são os mais fortes, a menos
que não sejam diabos. O que se conclui de tudo isso é que nada do que
os religiosos empregaram deu resultado e não terão melhor resultado
enquanto se obstinarem em não buscar a verdadeira causa onde ela está.
Na capa de seu livro Thirty Years Among the Dead [Trinta Anos Entre
os Mortos], editado em 1924 e reeditado na década de 1970 pela
Spiritualist Press (de Londres), estampa-se a opinião de Sir Arthur Conan
Doyle, o criador do legendário Sherlock Holmes e autor da obra História
do Espiritismo.
(...) nenhum outro assunto tem sido tão bem autenticado através dos
tempos e em toda a literatura como o da existência do Espírito e a vida
futura.
O pensamento e a obsessão
O Dr. Wickland, certo dia, ao voltar para casa à tarde, teve uma
surpresa. Sua mulher manifestou súbito mal-estar, queixando-se de
estranhas sensações. Estava quase a cair, quando se empertigou e disse:
- Acho que devo estar naquele estado a que chamam de ‘morto Então,
de nada me serve mais o meu velho corpo. Se você pode aprender alguma
coisa cortando-o, prossiga e corte o que quiser.
Mas, vale a pena citar o que aconteceu ao menino J. A., de sete anos,
assediado pelo Espírito que, em vida, recebeu o nome de Eduardo
Jackson, e que tentava reencarnar a todo o custo. Era a sua quarta
experiência nesse sentido, sempre procurando apossar-se do corpo de
uma criança. Em dado momento da comunicação, o experimentador
pergunta:
Não vejo por que eu deveria fazer isso, pois o que teria eu a aprender?
Poderiam as almas como nós voltar a ser crianças e sentirem-se satisfeitas?
Alexis Carrel
Chorávamos e orávamos.
- A idéia fixa dessa jovem, por sua mesma causa, atrai em sua volta
uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam
suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências. Os Espíritos
dessa natureza avultam sempre em semelhantes meios e constituem
obstáculo à cura dos doentes. Contudo, podereis curá-la, mas para tanto é
necessário uma força moral capaz de vencer a resistência; e tal força não é
dada a um só. Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias,
durante alguns instantes, e peçam, com fervor, a Deus e aos bons Espíritos
que a assistam; que a prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização
mental; para tanto não necessitam estar junto a ela, ao contrário. Pelo
pensamento podem levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará
na razão do intento. Por tal meio poder-se-á neutralizar os maus fluidos que
a envolvem.
9 Palestra proferida no Centro Espírita Nosso i.ar. São Paulo, em 1985, no C1CLO DE
ENCONTRO COM A CULTURA
sua mente. Toma-se, pois, a finalidade básica de sua vida.
- Tive um sonho bizarro, um sonho horrível, mas que não tem nenhum
sentido.
A piedade pelos que sofrem não deve excluir a prudência e poderia ser
uma imprudência estabelecer relações com todos os que se apresentam a
vós, sob o império de uma obsessão, real ou fingida. É ainda uma prova pela
qual deverá passar o Espiritismo, e que lhe servirá para se desembaraçar
de todos os que, por sua natureza, embaraçariam o seu caminho. Troçaram,
ridicularizaram os espiritas; quiseram amedrontar aqueles a quem a
curiosidade atrai para vós, colocando-vos sob o patrocínio do demônio.
Nada disso teve êxito; antes de se render, querem desmascarar, numa última
bateria que, como todas as outras, resultará em vosso proveito. Não mais
podendo acusar-vos de contribuir para o aumento da loucura, enviam-vos
verdadeiros obsidiados, diante dos quais esperam que fracasseis, e
obsidiados simulados, que vos será impossível curar de um mal imaginário.
Tudo isso em nada de terá o vosso progresso, mas com a condição de agir
com prudência e aconselhar os que se ocupam dos tratamentos obsessionais
a consultar os seus guias, não apenas sobre a natureza do mal, mas sobre a
realidade das obsessões que poderiam ter de combater.
Quando uma pessoa honesta é por eles enganada, pode sê-lo por dois
motivos: o primeiro, pela confiança absoluta que a leva a prescindir de
todo o exame: o segundo, porque as melhores qualidades não excluem
certos lados fracos que dão ensejo ao assédio desarmonizante dos
Espíritos.
Esses Espíritos obsessores, que não têm qualquer ligação com suas
vítimas, quer em passado palingenésico ou no presente, são obstinados
em seus intentos. E bastante dificultoso fazê-los desistir de assediar, de
modo tão determinado e nefando, as suas presas, que, por sinal, lhes
oferecem os elementos morais de que precisam para consolidar as suas
pretensões. Considerados verdadeiros vampiros por alguns estudiosos
dos fenômenos espirituais, tais entidades viciadas anulam e embrutecem
suas vítimas, põem-nas em sanatórios psiquiátricos, levam-nas à loucura,
atiram-nas ao suicídio e ao homicídio.
Para surtir efeito, a Missa Negra tinha que ser celebrada por três
vezes. A primeira realizou-se na Capela de Vellebousin; a segunda,
quinze dias ou três semanas depois, numa habitação mais arruinada, em
Sant-Denis; a terceira em Paris. E esta última que nos descreve d’Areia
e parece ter-se realizado num pavimento que existia ao fundo do jardim
de uma casa da rua Beauregard, pertencente à Marquesa de Montespan,
amante oficial de Luiz XIV. A ela assistiram a bruxa Voisin, sua filha e
mais duas bruxas.
Uma das bruxas trouxera uma criança de poucos dias, comprada por
um escudo de ouro. Acendeu-se o fogo para derreter a banha de um
homem enforcado, fornecida pelo carrasco parisiense Guillaume, amante
da bruxa Voisin. Tratava-se de besuntar, com a banha humana, o círio
negro que iluminava a cerimônia, em que pululavam Espíritos da pior
espécie, desses que infestam os lugares onde prevalecem as paixões
abjetas e a desmedida cobiça.
- Bem sabe que, para o pacto que vai celebrar com o poderoso Espírito
das Trevas é preciso que o seu corpo fique nu.
E, em seguida, apavorada:
- Jesus Cristo disse: aquele que ouvir a palavra dos Evangelhos e não
comer da vinha do Senhor será condenado às penas eternas!
- Como cortou?
Não estaria ele, sob um estado profundo de obsessão que poderia ser
tratado pelos métodos do Espiritismo? Muitos exemplos semelhantes já
foram analisados e tratados em sessões espíritas de desobsessão, num
trabalho conjugado com a Medicina oficial.
- Assassinos! Assassinos!
Sabemos que a palavra alergia foi criada neste século, pelo médico
vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências
da hipersensibilidade humana.