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INTRODUÇÃO
O profeta Malaquias surge no cenário da história cerca de cem anos depois que o povo judeu
havia voltado do cativeiro babilônico. Provavelmente já havia passado a época de Ageu,
Zacarias, Esdras e Neemias, e o próprio povo já começava a se instalar na terra; porém, não
com a mesma prosperidade que antes [1].
Devido a isso, o povo caiu em profundo desânimo espiritual, a começar pelos sacerdotes.
Quando eles começaram a observar que as profecias antigas não estavam se cumprindo como
o esperado, tanto os sacerdotes quanto o povo começou a achar que o Senhor havia se
esquecido deles. Por sua vez, o templo que antes era monumental, comparado com o que eles
haviam reconstruído era sem expressão. Com isso a desmotivação tomou o coração das
pessoas e os sacerdotes começaram a exercer o seu ofício sem temor e se corromperam
totalmente. Devido a isso o culto estava totalmente corrompido também.
É nesse cenário da história que o Senhor levanta o profeta Malaquias para corrigir o seu povo
e, principalmente, os sacerdotes; homens que foram levantados por Deus para levar o povo à
adoração e temor ao Senhor. No entanto, o modo como estavam servindo ao Senhor era uma
desgraça para o nome dele [2]. Diante dessa situação, o Senhor levanta o profeta Malaquias
para que tanto os sacerdotes, quanto o povo se voltem para o Senhor.
Os profetas eram o último recurso de Deus para comunicar sua vontade ao povo. Deus levanta
os profetas, que vinham no poder do Espírito Santo e na autoridade de Deus, chamando o
povo ao arrependimento ou advertindo-o das consequências de seus atos. Às vezes pensamos
que o papel do profeta era prever o futuro, que essa era a função principal, mas na verdade
não era – a previsão do futuro era uma parte relativamente pequena do seu ofício. A tarefa do
profeta era chamar o povo ao arrependimento e à obediência da Lei [3]. E foi para isso que o
profeta Malaquias havia sido levantado pelo Senhor: trazer os sacerdotes e o povo de volta
para Ele observando a Sua Lei e o que nela era exigido.
Hernandes Dias Lopes diz que a apostasia começa na liderança. As falsas doutrinas começam
nos seminários, descem aos púlpitos e daí matam as igrejas. Os desvios da teologia desemboca
no desvio moral: o liberalismo, o sincretismo e a ortodoxia morta desembocam em vida
relaxada [5].
2º – A liderança se torna canal de maldição de não de bênção (Ml 2.2). A maldição nada mais é
que a punição da quebra da Lei. Talvez a palavra mais adequada aqui seja castigo. Tanto o
mundo físico quanto o mundo espiritual são regidos por leis. A diferença entre uma lei e um
conselho é que a lei é sancionada pela punição, caso contrário, ela perderia sua força, trazendo
o caos para os relacionamentos. Por mais que as pessoas estejam acostumadas com a
impunidade, espiritualmente a lei de colher o que semeia não será quebrada (Gl 6.7) [6].
A liderança jamais é neutra, ela é uma bênção ou maldição. Sempre que um líder transgride,
ele é um laço para o povo. A liderança é como um espelho. O espelho para ser útil precisa
estar limpo, ser plano e estar bem iluminado. A vida do líder é a vida da sua liderança, mas os
pecados são os mestres do pecado [7].
3º – Há um total cinismo e falta de temor a Deus (Ml 1.7). Eles foram repreendidos, mas não
demonstram nenhum arrependimento. Eles foram corrigidos, mas pouco se importaram com
que o Senhor estava lhes falando.
O mesmo tem ocorrido hoje. O Senhor não deixou de falar com seu povo. A Palavra está nas
mãos dos líderes e eles têm por obrigação lê-la e praticá-la, mas quantos estão interessados
nisso? Muito poucos, infelizmente. Muitos estão distorcendo a Palavra para se beneficiar
através dela; e o povo que não lê a Bíblia acredita nesses falsos líderes, embora muitos que se
juntam a eles são iguais a eles também. Buscam a Deus para se beneficiarem ou para
simplesmente como rotina de vida. São religiosos, mas não adoradores, por isso oferecem
qualquer coisa num total cinismo e falta de temor a Deus.
Eles não tinham coragem de oferecer ao governador a oferta que ofereciam a Deus. Honravam
os líderes humanos, mas não honravam a Deus. Entregavam para o sacrifício animais que era
inadmissível oferecer há uma pessoa. Mas queriam a bênção do Senhor sobre as suas vidas
oferecendo esse tipo de coisa a Ele. As pessoas buscavam agradar ao governador, mas
estavam longe de agradar a Deus. E isso não é diferente dos dias de hoje.
1º – O culto antropocêntrico adora aos homens e não a Deus. Há um respeito exacerbado aos
líderes humanos, mas não a Deus que é o verdadeiro Senhor. Por isso que o Senhor diz para ao
povo para apresentar o sacrifício que ofereciam ao Senhor ao governador e vê se ele aceitaria.
Hoje muitas pessoas vão à igreja por causa do cantor que irá se apresentar, por causa do
pastor popstar que irá pregar. Por que é a igreja da moda. Porque tem muitos jovens. Mas não
vão por causa de Deus.
2º – O culto antropocêntrico honra mais aos homens que a Deus. Há mais respeito em muitos
púlpitos por aí aos políticos que neles se apresentam que ao Senhor de toda a terra. Há uma
bajulação a esse tipo de pessoa que a Deus. Alguns cantores são tratados como deuses. Já o
pregador muitas vezes mal recebe uma oferta.
Teve um irmão que disse que foi pregar em uma igreja. Chegando lá havia um cantor famoso
que iria se apresentar. O cantor recebeu uma oferta de trinta mil reais e o pastor uma oferta
de hum mil quinhentos reais. Esse irmão disse que não havia cobrado nada para estar ali, mas
o que fizeram era algo totalmente desproporcional. Honram mais o cantor que o pregador da
palavra.
EM TERCEIRO LUGAR, O CULTO DESONRA AO SENHOR QUANDO SE OFERECE RESTO E NÃO AS
PRIMÍCIAS (Ml 1.8,9,13,14).
É preferível não ter religião alguma do que ter uma religião que não dá a Deus o que há de
melhor. Se o nosso conceito de Deus é tão baixo a ponto de pensarmos que ele se agrada com
uma adoração indiferente, então não conhecemos o Deus da Bíblia. Na verdade, um Deus que
nos incentiva a fazer menos do que o nosso melhor não é um Deus digno de adoração [8].
Os animais que haviam sido oferecidos como ofertas eram cegos, aleijados, rasgados por feras,
roubados e até doentes. Isso era um insulto a Deus. Até homens famintos evitariam comer tais
animais. Essa prática era contrária a orientação bíblica (Lv 22.20; Dt 15.21). Mais os sacerdotes
não estavam se importando com isso.
1º – Porque tais sacerdotes também não ofereciam a Deus o que tinham de melhor. Eles não
eram capazes de corrigir o povo, pois eles não eram sacerdotes irrepreensíveis.
Eles eram piores que o povo, pois o povo na verdade os imitava. Eles estavam agindo iguais
Hofni e Finéias filhos do sacerdote Eli (1Sm 2.12-17,22,27-29).
Muitos líderes hoje também não corrigem o povo porque eles mesmos andam em pecado.
Não tem compromisso com Deus, mas são filhos do diabo travestidos de sacerdotes do
Senhor.
2º – Porque os sacerdotes e seus familiares se beneficiavam do que era oferecido no altar. Eles
escolhiam as melhores carnes. Escolhiam as carnes de animais que não estavam doentes e
separavam para si. Os sacerdotes queriam estar certos de que teriam comida na mesa. Afinal,
a economia não andava bem, os impostos eram altos, e o dinheiro estava escasso; apenas os
israelitas mais devotos levavam animais perfeitos para o Senhor. Desse modo, os sacerdotes
contentavam-se com algo aquém do melhor e incentivavam o povo a trazer o que tivesse
disponível. Um animal doente iria morrer de qualquer forma, e os coxos não serviam para
nada mesmo, então o povo podia muito bem levá-lo para o Senhor! Esqueceram-se de que o
“obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros
(1Sm 15.22; Sl 51.16,17; Mq 6.6-8; Mc 12.28-34) [9].
E hoje não tem sido diferente. Muitos líderes estão mais preocupados com seus salários do
que ver a igreja adorar de forma certa ao Senhor. O que importa para tais líderes é garantir o
salário mensal. Por isso muitos fazem vista grossa ao pecado do povo. O importante é mantê-
los na igreja não importa que com isso o pecado prevaleça em suas vidas. O importante é
manter a “casa cheia”, ainda que seja de pessoas vazias.
Por isso que muitas igrejas estão imitando o mundo com seus cultos que imitam clubes
noturnos com sua música doentia. Os ministros oferecem “porcos” no altar, para atrair
pessoas a ouvir o seu “evangelho” [10]. No entanto, pastores sérios, que tem compromisso
com a Palavra de Deus têm sido vistos e chamados de fundamentalistas, radicais, fariseus;
pastores que não amam as pessoas. Só que é o contrário, esses pastores querem ver a igreja e
o povo que a frequenta abençoados e não amaldiçoados. Eles se importam com Deus e em
oferecer o melhor culto a Ele. Esses pastores são boca de Deus e profetas de Deus, mas como
sempre ocorreu as pessoas não gostam de ouvir a verdade que liberta, por isso procuram
pastores que falam o que eles querem ouvir e não o que o Senhor tem a falar (2Tm 4.1-4).
Ah, se um de vocês fechasse as portas do templo. Assim ao menos não acenderiam o fogo do
meu altar inutilmente. Não tenho prazer em vocês, diz o Senhor dos Exércitos, e não aceitarei
as suas ofertas.
Esses sacerdotes pós-exílio não aprenderam nada com a história; da quase destruição de Judá
pelos babilônicos, do quanto sofreram com a invasão do inimigo devido ao pecado que eles
haviam cometido e que eles insistiam em cometer. A experiência amarga que sofreram não os
ensinou nada a respeito de Deus e de como Ele é santo e não aceita um culto apóstata.
Não houve entre eles um único sacerdote que fechasse as portas do templo para dar um basta
naquela hipocrisia. Eles estavam com a mente cauterizada e com o coração empedernido. Eles
se tornaram profissionais do templo, pois eles não ofereciam nenhum sacrifício se não
levassem alguma vantagem.
Deus prefere a igreja fechada a um culto hipócrita. É inútil acender o fogo do altar se nele
vamos oferecer uma oferta imunda, se nossa vida está contaminada, cheia de impureza e ódio
(Mt 5.23-25) [11].
Hoje não tem sido diferente, muitos estão oferecendo a Deus um culto desprezível, mas
achando que o Senhor não está se importando com isso. A falta de temor é extrema na vida de
muitos líderes e isso reflete na vida de muitos liderados.
Por isso não temos visto igrejas inclusivas; igrejas que recebem pessoas em adultério como
membros e muitas são colocadas como líderes de departamentos. Sobem no altar com a vida
torta como que se o Senhor estivesse interessado em adoração e não no adorador. Mas o
salmo 50.21 nos diz:
“Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e
porei tudo à tua vista”.
Um dia tais pessoas irão prestar contas diante do Senhor. Com Deus não se brinca.
2º – As pessoas fazem votos de tolo (Ml 1.14). Não cumprem os seus votos. Prometem, mas
não cumprem. Dizem que darão o melhor, mas entregam o pior.
O que temos visto na vida de muitas pessoas hoje é a mesma coisa. Prometem ser mais fiéis,
mas não são. Prometem frequentar a igreja, mas na hora optam por estarem em qualquer
outro lugar do que está na presença do Senhor oferecendo-lhe o seu culto. Vão de festa a
shopping no dia do Senhor. E isso independe se é dia de ceia ou se é há uma festividade
especial na igreja. E o pior que isso não é esporádico, mas é frequente.
Mas quando o “calo aperta”, fazem votos de tolo. O Senhor não está interessado em seus
votos, mas no cumprimento deles.
CONCLUSÃO
É com pesar que temos visto isso ocorrer hoje em dia em muitas igrejas. O tempo passa, mas o
homem não mudou; os mesmos erros do passado são repetidos hoje. A falta de temor, de
reverência, de zelo pelas coisas de Deus continua a mesma na vida de muitas pessoas e o pior,
na falta de muitos líderes.
Todos nós somos responsáveis pelo culto, mas a responsabilidade maior é dos pastores e
líderes; observe que a censura é dirigida primeiramente a eles. Por isso meu irmão tome
cuidado onde você frequenta não se deixe levar pelo engano, pois as consequências serão
sentidas por todos e não só pelos seus líderes.
Honre a Deus com seu culto e com a sua vida, pois o Senhor espera isso de todos nós. Não dê a
Ele o pior, mas o melhor.