Você está na página 1de 40

Anamnese

Ectoscopia
Sinais Vitais
Cabeça e Pescoço
Sistema Respiratório
Sistema Cardiovascular

Caio Teixeira dos Santos


MED 95
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Anamnese..................................................................................................................................2-4

Ectoscopia..................................................................................................................................5-9

Sinais Vitais.............................................................................................................................10-11

Cabeça e Pescoço...................................................................................................................12-21

Inspeção.......................................................................................................................12
Cabelo e Sobrancelhas.................................................................................................12
Linfonodo................................................................................................................13-14
Tireoide...................................................................................................................14-15
Seios da face................................................................................................................15
Parótida..................................................................................................................15-16
Processo Mastoide.......................................................................................................16
Olhos.......................................................................................................................16-19
Orelha e Nariz.........................................................................................................19-20
Cavidade Oral..........................................................................................................20-21
Sistema Respiratório..............................................................................................................22-28

Sistema Cardiovascular..........................................................................................................29-39

1
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Anamnese
10 etapas

I. Identificação (13 coisas)


Nome, Idade, Data de Nascimento, Sexo, Cor, Estado Civil, Ocupação (atual e anterior),
Nacionalidade, Naturalidade, Residência, Religião, Escolaridade e Outras Procedências
Obs.: PAPM II não pede data de nascimento e escolaridade.

II. Queixa Principal (QP)


Palavras do paciente, separadas, entre aspas, no máximo 3.

III. História da Doença Atual: HDA


Cronologia (início meio e fim) em texto corrido com termos médicos Exemplos:
7 dimensões de uma queixa: Localização e irradiação;  Região retroesternal
Característica ou Qualidade ou Padrão; irradiando para dorso
 Lancinante
Intensidade ou Quantidade ou Gravidade;  9 em 10
Cronologia (início, duração e frequência);  Início há 6 horas
Situação em que aparece;  Aparecimento súbito
 Posicionamento
Fator de melhora ou piora e
 Palidez, hipotensão
Sintomas associados.

Terminar com: “paciente admitido no HUV no dia **/**/**, leito **-*, enfermaria *”.

IV. Revisão de órgãos e sistemas (pelo menos 3 de cada)


 Geral (febre, calafrios, alterações de peso – quantificar, sono, sudorese...)
 Pele (relato de alterações da cor ou pigmentação, prurido, rash, ressecamento, erupções
cutâneas, úlceras, abscessos, queimaduras, etc.) Cabelos (alterações da cor, textura,
distribuição, perda – poderá ser listado em “Cabeça”), unhas (coloração, infecções, etc.),
 Cabeça: cefaleia, trauma, etc.
 Olhos: Dor ocular e secura, acuidade visual, alterações da percepção das cores, uso de
lentes, fotofobia, diplopia, visão borrada, escotomas.
 Ouvidos: acuidade auditiva, ou zumbido, otorreia, otorragia, otalgia
 Nariz: epistaxe, alterações do olfato, rinorreia, obstrução nasal e dor.
 Boca e garganta: histórico dentário, gengivite, dor, sangramento e úlceras orais,
odinofagia e disfagia.
 Pescoço: dor, tumorações, alterações da tireoide.
 Mamas e Axilas: tumorações, dor, descarga mamilar
 Respiratório: tosse, expectoração (e sua caracterização), dispneia, sibilância, dor
torácica, cianose. Ronco e Apneia do sono.
 Cardiovascular: dor torácica, angina, palpitações, palpitações, ortopneia e dispneia
paroxística noturna, edema periférico.
 Vascular Periférico: claudicação intermitente, varizes, flebite, Fenômeno de Raynaud,
etc.
 Abdômen: Hérnias, tumorações.
 Gastrointestinal: apetite, sede, náuseas, vômitos, disfagia, eructações, flatulência,
pirose, regurgitação, dor abdominal/cólicas, hematêmese, alteração da coloração das

2
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

fezes (melena, hematoquezia, acolia fecal), icterícia (habitualmente descrita em pele),


hemorroidas (podem ser descritas em antecedentes), etc.
 Urinário: frequência (polaciúria), volume (poliúria, oligúria e anúria), alterações do
hábito urinário (noctúria ou nictúria, enurese ou enurese noturna), redução ou
interrupção do jato urinário, gotejamento, retenção urinária, incontinência, urgência,
corrimento urinário, etc.
 Masculino: alterações urinárias citadas acima, alterações estruturais penianas, dor
peniana, disfunção erétil, dor escrotal ou testicular, etc.
 Feminino: dismenorréia, amenorréia, menorragia, metrorragia, corrimento vaginal.
 Musculoesquelético: dores muscular, óssea e articular; alteração na amplitude de
movimentos (limitação), alterações sugestivas de inflamação (perguntar sobre edema,
hiperemia, dor e calor), deformidades, fraqueza (perda de força) e atrofia.
 Neurológico: paresia, paralisia, parestesia, hiperestesia, hipoestesia, convulsões,
tonturas, lipotímia, sincope, coma, alterações em sensibilidade especial ou geral, afasia,
perdas ou alterações da memória, cognição, ataxia, alterações de coordenação,
tremores e movimentos involuntários, tics, etc.
 Psíquico: problemas comportamentais na infância, ansiedade, irritabilidade, alterações
do humor, personalidade, sono.
 Hematológico: sangramento fácil, petéquias, equimoses, alterações em linfonodos, etc.
 Metabólico e Endócrino: intolerância ao frio ou ao calor, alterações do peso (caracterizar
variação e tempo decorrido), anorexia ou outras alterações do apetite como polifagia
ou hiperorexia, polidipsia, poliúria, diaforese, etc.

V. História Patológica Pregressa (DI DA M A C T I T I D)


Doenças da infância: rubéola, caxumba, sarampo, varicela, coqueluche, meningite e
Afirmar ou
roséola
negar!
Doenças da adultice: (Separar as doenças por órgãos)
Endócrino-Metabólicas: Diabetes, hiperuricemia, anemia, dislipidemia, hiper ou
hipotireoidismo.
Cardiovascular: HAS, Infarto, AVE, Insuficiência cardíaca.
Intestinal: Úlcera gástrica, hemorragia digestiva, hemorroidas.
Sistema Renal e urinário: Infecção urinária repetitiva, cálculo renal e
Insuficiência Renal.
Respiratório: Pneumonia, Asma, Sinusite.
Medicações em uso (nome, dose, frequência, aderência, regularidade)
Alergias (alimentos, medicamentos, insetos, animais, ocupacional, específicas)
Cirurgias (tipo, motivo, data, local, anestesia, complicações, sequelas, resultado)
Transfusões (motivo, data, local, reações)
Internamentos (motivo, data, local, medicações, procedimentos, exames)
Traumas e Acidentes (data, segmento afetado, sequela)
Imunizações (tríplice, poliomielite, influenza, caxumba, pneumococo, tétano, hepatite
A e B, BCG, PPD).
DST e doenças infecciosas.

VI. História Fisiológica


Gestação e Nascimento (parto, intercorrências e complicações);
Desenvolvimento Físico e Psicomotor

3
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

História Sexual (Pubarca, Telarca, características do ciclo menstrual,


menarca/menopausa, libido, promiscuidade, contracepção, proteção,
homossexualidade, climatério).
Número de Gestações e Partos (Normais e Cesarianas)
Número de Nascidos Vivos e Abortamentos (Espontâneos/Induzidos)
Gestações (condições, pré-natal, intercorrências, doenças gestacionais, tempo
gestacional)

VII. História Familiar


Ancestrais (pais e avós, vivos ou mortos, com causa e idade)
Parentes e Cônjuges (estado de saúde, doenças prevalentes, comorbidades, infecções,
sintomas similares, causa/idade da morte)
Genitores e Filhos (doenças hereditárias)
Doenças genéticas

VIII. História Social


Habitação: arquitetura (alvenaria, pau-a-pique, etc.), rural ou urbana, cômodos,
banheiro interno
Coleta de lixo (quantas vezes/semana), tipo de abastecimento de água, rede de esgoto,
Renda
Animais (quais, quantos e vacinação)
Hábitos (etilismo, tabagismo, drogas, cafeína, vícios, sono, atividade física, atividade
sexual, estresse, exposição solar, banho de rio).
Alimentação (o que come e qual grupo predomina: carboidratos, proteínas, lipídios ou
se é balanceada.
Ingestão hídrica (quantidade), Hábito intestinal e urinário.
Condições Culturais (nível cultural, religiosidade, leitura, formação).
Emprego (relações, riscos, acidentes, ambiente e stress de trabalho).
Ambiente familiar (Estressante, harmonioso, de bom relacionamento com todos)

IX. O Paciente se considera feliz?

X. Diagnósticos
Principal
Diferencial
Sindrômico

4
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Ectoscopia

“Lúcido e orientado no tempo e no espaço. Ativo e colaborativo. Postura atípica. Fácies


atípica. Bom estado geral e nutricional. Enchimento capilar satisfatório com menos de
3s.
Mucosas coradas, hidratadass, acianótica, anictérica
Peso, Altura, IMC, Medida da circunferência abdominal”

I. Nível de consciência:
 Lucidez: paciente abre os olhos para o examinador e responde
adequadamente
 Letárgico: paciente sonolento, reage a um estímulo verbal mais alto (chamar
pelo nome, perguntar como está passando), responde e depois adormece
 Obnubilado: sonolento, abre os olhos após sacudi-lo, mas responde
lentamente e confuso
 Torpor: só desperta após estímulo doloroso e tem respostas lentas ou
inexistentes. O paciente retorna ao estado não reativo quando o estímulo
cessa.
Estímulos: beliscar um tendão, friccionar o esterno e riscar o leito ungueal.
 Coma: o paciente não responde a estímulos e permanece de olhos fechados
(após aplicar repetidamente os estímulos)

II. Orientação no tempo e espaço:


O paciente sabe qual o mês, ano em que está?
O paciente sabe a cidade ou hospital em que está?

III. Atitude ou Postura


 Atípica: Normal
 Típica: Característica de algum quadro
Exemplos:
Antálgica: posição confortável quando sente dor
Genupeitoral
Ortopneica
Opistotóno

IV. Fácies
 Atípica: Normal, sem doença.
 Típica: Com doença

A. Mixedematosa: deficiência grave de hormônio tireoidiano


Edema periorbitário, cabelo grosso, rarefeito, rosto arredondado, lábios e
nariz volumosos e supercílios escassos e muito ralos no terço externo.

Obs.: A infiltração que alarga o rosto e engrossa as pálpebras é elástica, não


deixando cacifo.

5
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

B. Leonina ou Virshuniana: acúmulo de granulomas na pele, lábios e nariz


grossos com ausência ou redução dos supercílios

Os lepromas são distribuídos sem simetria, alguns separados, outros


confluentes. Ocorrem na hanseníase (lepra) e em outras doenças,
especialmente leucodermias.

C. Cushingoide: Rosto com forma de lua cheia, congesto, acompanhado de


obesidade centrípeta (pescoço, tronco e abdome), observando-se estrias
atróficas.
Causado por excesso de cortisol (sobrecarga do eixo endócrino ou
iatrogência)

D. Mongoloide: olhos oblíquos com prega cutânea (epicanto) que cobre a


carúncula lacrimal – parte interna da fenda palpebral.
Crânio braquicéfalo (pequeno e largo) e nariz pequeno, boca entreaberta
deixando ver a língua grossa.
Característica de Síndrome de Down

E. Olímpica (Sífilis congênita): A fronte é desenvolvida (fronte olímpica) e o


nariz em forma de sela.

F. Basedowiana ou Hipertireoidismo: Olhos brilhantes, protusos (exoftalmia) e


muito abertos.
Expressão de espanto e pescoço volumoso à palpação da tireoide
Pele úmida
Característica de Basedow-Graves

G. Renal: Rosto edemaciado (especialmente nas pálpebras), pálido


Característico de doenças com redução acentuada de albumina, como nas
nefropatias.

6
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

H. Paralisia facial (periférica): face assimétrica, desviada para o lado


acometido (lesão do 7º par craniano).
Paciente não enruga a testa, comissura labial desviada para o lado são,
aumento da fenda palpebral do lado acometido e diminuição dos sulcos do
lado acometido

I. Hipocrática: lábios entreabertos, finos, olhar inexpressivo, vago, olhos


fundos, rosto recoberto de suor (frio e viscoso) e pálido, nariz afilado e
extremidade frias.
Ausência da gordura de Bichat
Característico do estado final de várias doenças.

J. Parkinsoniana: olhar fixo, face imóvel, contraída, atitude de admiração


(face em máscara).

K. Tetânica: riso sardônico – músculos da face em contratura, lábios


repuxados em sentido horizontal, fendas palpebrais estreitas e sulcos
nasolabiais mais fundos.

L. Acromegálica: extremidade cefálica hiperdesenvolvida e mandíbula


volumosa (prognatismo mandibular).
Protrusão frontal, maçãs do rosto proeminentes e apófises orbitárias
muito desenvolvidas.
O maxilar inferior, com grande desenvolvimento e largura, forma
considerável prognatismo; nariz, lábios, orelhas crescidas.
Pálpebras espessas, sobrancelhas grossas e hirsutas, juntam-se na base do
nariz.

V. Biotipo
Baseado no ângulo de Charpy:
Classificação
Normolíneo: ângulo = 90°

7
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Longilíneo: ângulo < 90°


Brevelíneo: ângulo > 90°

VI. Peso, altura, IMC

VII. Estado nutricional


Adequado
Anêmico
Desnutrido:
Marasmo
Kwashiakor
Obesidade

VIII. Circunferência abdominal:


Linha média entre a crista ilíaca anterossuperior e a última costela, que pode coincidir
com o umbigo (mas não é a referência).
Medida na expiração
Mulheres – devem ter menos de 88
Homens – devem ter menos de 102 (98 para referência Europeia)

IX. Coloração da pele e mucosas


 Mucosa: (++++++)
Avaliar principalmente as da boca e da conjuntiva palpebral
Classificação:
Hipocorada
Corada

8
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Hipercorada
 Cianose:
Avaliar as unhas dos dedos da mão, os lábios e em pessoas de pele escura pode ser útil
inspecionar também as regiões palmares e plantares.
Classificação:
Cianótica
Acianótica
 Icterícia
Avaliar escleróticas. A icterícia também pode aparecer na conjuntiva palpebral, nos
lábios, no palato duro, na superfície inferior da língua, na membrana timpânica e na
pele.
Classificação
Ictérica
Anictérica
Obs.: Para detectar a coloração amarelada que acompanha os níveis elevados de
caroteno (carotenemia), inspecione as regiões palmares, as regiões plantares e a face.

X. Mobilidade e Turgor cutâneo


Serve para avaliar o grau de hidratação da pele
Puxe uma prega cutânea e observe a facilidade
com que ela é levantada (mobilidade) e quão
rapidamente retorna à posição inicial (turgor).
Realizar no dorso da mão, parte inferior e
posterior do braço ou no abdome.

No edema, a mobilidade diminui, e na


desidratação o turgor reduz.

XI. Enchimento capilar


Consiste em comprimir a polpa do dedo contra a
unha até que fique branca e depois liberar a
pressão.
A recoloração do leito ungueal se faz normalmente
em 2 segundos*

XII. Estado geral

9
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Sinais Vitais

“PA= 120/80 mmHg (em braço direito deitado) e 120/70 (em pé)
FC= 80bpm
FR= 16 irpm
TAX = 36,5°C
Sat = 98%”

I. Pressão arterial
Duas etapas: palpação e ausculta
 Explicar ao paciente o que vai ser feito, pedir para não falar durante o exame e
perguntar:
Se a bexiga está cheia
Se praticou atividade física nos últimos 60 min
Se ingeriu bebida alcoólica, café ou alimentos
Se fumou nos últimos 30 min
Se está com dor
 Posicionamento ideal do paciente:
Sentado, pernas descruzadas, pés apoiados, dorso recostado, relaxado e braço
na altura do coração

 Palpar a artéria braquial, sentir e posicionar o manguito (com a referência para a


artéria e com 2 a 3 dedos acima da fossa cubital).

 Palpar o pulso radial e inflar a bolsa até o desaparecimento do pulso (estimativa da


PA sistólica) e depois desinflar.

 Posicionar o estetoscópio no local da artéria braquial (sem ser abaixo da bolsa para
não alterar a medição).

 Inflar rapidamente 20 a 30mmHg acima da estimativa feita no método palpatório e


depois soltar a válvula acompanhando o manômetro, com velocidade de 1 a 2
mmHg/s.

 Encontrar o valor sistólico e o valor diastólico. O primeiro “tum” e a parada do


“tum”.

 Caso precise aferir novamente, aguardar, no mínimo, 1 minuto antes de repetir

II. Frequência Cardíaca


Palpar o pulso radial (processo estiloide do rádio) por 1 minuto (no caso de pulso
irregular) e contar quantas vezes o pulso se enche.
No caso do pulso regular, pode contar em 15 segundos e multiplicar por 4 ou em 30
segundos e multiplicar por 2.
Termos:
Normocardia: FC normal ( 60-100 bpm)
Taquicardia: FC elevada (acima de 100 bpm)

10
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Bradicardia: FC reduzida (menor que 60 bpm)


Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico
Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico

III. Frequência Respiratória


Observar o número de incursões respiratórias que o paciente realiza durante um minuto
(no caso de irregular). Se regular, pode ser contada em 15 segundos e multiplicar por 4
ou em 30 segundos e multiplicar por 2.
Para que não haja interferência é válido contar a FR durante palpação do pulso radial
para que o paciente se distraia e não altere a aferição.
Termos:
Eupneia: respiração normal (12-20 irpm)
Taquipneia: FR elevada (acima de 20 irpm)
Bradipneia: FR reduzida (menor que 12 irpm)
Apneia: ausência de movimentos respiratórios

IV. Temperatura
Realizar a aferição com termômetro digital, geralmente na região axilar (côncavo axilar),
de 3 a 5 minutos.
Atenção para fixação do termômetro na posição adequada
TAX adequada: 36,6°C a 37,2°C
Termos:
Eutermia: temperatura corporal dentro da faixa adequada
Hipotermia: temperatura corporal abaixo de 35°C
Hipertermia: temperatura corporal elevada

11
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Cabeça e Pescoço

I. Inspeção:
Paciente se possível sentado
Primeiramente observar o conjunto:
Simetria
Mudança de coloração de pele
Massas e tumorações
Cicatrizes
Abaulamentos
Posteriormente analisar as estruturas por partes.

II. Cabelos e sobrancelhas:


 Cabelos

Observar a cor, implantação, distribuição, presença de falhas


Alopecia androgênica: entradas, calvície
Alopecia areata: queda localizada – estresse, fungos, hipotireoidismo,
seborreia, idade, desnutrição e quimioterapia
Realizar a palpação com as polpas dos dedos, dedilhando em movimentos
circulares e pesquisar:
Deformidades ósseas, retrações e abaulamentos, fechamento de
suturas em crianças
Sentir a densidade do cabelo, se quebradiço ou não e observar a
presença de processos inflamatórios, caspa, seborreia e piolhos
afastando os cabelo

 Sobrancelhas
Observar a presença de madarose
Rarefação das sobrancelhas no terço distal é chamado Sinal da Rainha Vitória

12
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

III. Linfonodos

Realização do exame:

Paciente equidistante ao examinador, preferencialmente sentado


A palpação deve ser feita com a polpa dos segundo e terceiro dedos, em
movimentos circulares de dedilhamento. Os linfonodos submentonianos são
avaliados com o polegar.
A palpação deve ser feita simetricamente
Nas cadeias cervicais, deve ser feita de cima par abaixo, percorrendo toda a
região.
Localização
 Pré-auriculares: anteriormente ao pavilhão auricular
 Retro auriculares: sobre o processo mastoide
 Occipitais: base do crânio
 Tonsilares: no ramo da mandíbula
 Submandibulares: abaixo do arco da mandíbula
 Submentonianos: no triângulo submentoniano**
 Cervicais Superficiais: ficam superficiais ao ECOM
 Cervicais Posteriores: entremeados ao músculo trapézio
 Cervicais Profundos: entremeados ao ECOM, profundamente (única cadeia que não
é palpável ao exame físico!)
 Supraclaviculares: localizados acima da clavícula.

Avaliar formato, dimensão, mobilidade, consistência, sensibilidade e temperatura.


Ideal: esférico, pequeno ou não palpável, móvel, elástico, sem dor e temperatura
normal
Diferenciação entre linfonodo inflamatório e neoplásico:

Linfonodos inflamatórios Linfonodos neoplásicos


Evolução rápida, com presença de sinais Evolução progressiva, inicialmente silenciosa
flogísticos
Doloroso Indolor

13
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Pele local hiperemiada Pele incialmente sem alterações de cor


Hipertermia local Normotermia local
Com frequência são múltiplos desde o início Com frequência são únicos desde o início do
do processo inflamatório processo neoplásico metastático
Superfície regular, lisa Superfície irregular
Nódulos em geral menores que 2 cm Nódulos em geral maiores que 2 cm
Flutuação com poucos dias de evolução Flutuação ausente, exceto em casos
avançados
Presença de celulite nos tecidos vizinhos Ausência de celulite nos tecidos vizinhos
Presença de sinais e sintomas sistêmicos que Ausência de sinais e sintomas sistêmicos de
revelam a presença de infecção infecção
Fixação do linfonodo aos tecidos vizinhos Fixação aos tecidos vizinhos em fase mais
logo no início do processo tardia do processo

IV. Tireoide

Exame: Inspeção e Palpação


 Inspeção:
Pedimos para o paciente engolir e observamos. Se ela estiver aumentada já vai
ser possível observar.
(Posicionamos uma lanterna tangenciando a luz com a glândula para observar)

 Palpação
Paciente equidistante e na mesma altura que o examinador

Anterior: o examinador fica anteriormente ao paciente e com as duas mãos


forma uma garra no pescoço: com o polegar esquerdo empurra a glândula
contralateral e palpa com o polegar direito, pedindo para o paciente engolir. O
mesmo é feito com o polegar direito.

Posterior: o examinador fica posteriormente ao paciente e com as duas mãos


forma uma garra no pescoço: repete o mesmo procedimento, mas executa com
a polpa dos dedos das mãos e o polegar fica posterior.

A tireoide normal dificilmente é palpável, possui consistência de músculo 6


características:

L isa

14
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

E lástica
M óvel
I ndolor
T emperatura (normal, não está aumentada)
A usculta (não é possivel ouvir sopros)

Sinal de Pemberton: Ocorre em pacientes


com bócio mergulhante, que ao levantar os
braços até que toquem as orelhas, o bócio
comprime as estruturas vasculares do
pescoço e o paciente fica com pletora facial

V. Seios da Face

Os seios da face palpáveis são o maxilar e o frontal.

A palpação deve ser feita primeiramente no frontal e depois no maxilar, sendo realizada com os
polegares, em movimentos de baixo para cima e bilateralmente.

Atenção para não comprimir os olhos do examinado.

VI. Parótida

15
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Situa-se superficial e posteriormente à mandíbula e é palpável quando aumentada

Técnica:
Posicionar equidistantemente e à mesma altura do paciente, posteriormente.
Com uma mão apoia-se a cabeça contralateralmente à palpação. Com a polpa dos dedos
da outra mão, deve-se realizar um dedilhamento do ângulo da boca em direção à
mandíbula e palpar circularmente essa região. O mesmo deve ser feito do lado oposto.

VII. Processo mastoide

Técnica de palpação: Usa-se a polpa do dedo indicador para palpar o processo e com a
outra mão o pavilhão auricular é afastado.
O mesmo procedimento é repetido do outro lado.

Matoidites, Linfomas e Mielomas alteram o exame.

VIII. Olhos

Ectoscopia:

 Pterígio: Lesão benigna, mas pode diminuir a visão do paciente.


É o espessamento triangular da conjuntiva bulbar em direção à córnea. É uma
membrana
Geralmente, quando está avançada, o oftalmologista tira. Sendo que é recidiva.
O paciente apresenta o olho vermelho com uma membrana esbranquiçada.
É um crescimento lento (diferentemente da conjuntivite).

 Conjuntivite: Infecção aguda


Maior causa de procura a oftalmologistas.

16
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 Catarata: opacificação do cristalino com uma pupila aperolada


Progride com o tempo, aumentando de tamanho.
Pode cegar – causar amaurose

 Hemorragia conjuntival
Extravazamento de sangue causado, geralemente, por um trauma ocular
podendo apresentar equimose periorbitária (olhos de guaxinim) Trauma local
ou da base do crânio.

 Entrópio: inversão da borda da palpebra e cílios


Aparece pela senlidade (velhice), geralmente
É benigno, mas causa incômodo
Se começar a fazer infecções de repetição, aconselha-se cirugia

 Ectrópio: Eversao da borda palpebral


Aparece pela senlidade (velhice), geralmente
É benigno

 Hordéolo (tersol): Processo inflamatório infeccioso de uma glandula na borda


palpebral, geralemente, bacteriano, suporativo, doloroso com edema e calor
local
Tratamento: Antibiótico tópico e higiene. Ou apenas compressa

 Herpes Facial:
Uma das piores dores do ser humano
Herpes facial envolvendo o ramo oftálmico
Muita dor
Com vesículas (na fase aguda) e crosta (na fase de remissão)

 Ptose Palpebral: queda da palpebra


Uni ou bilateral
Causa: Síndrome de Claude Bernard Horner (ptose, miose e enoftalmia,
anidrose)
Acontece pela lesão do oculomotor e comprometimento da inervação
simpática

17
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 Halo Senil
Benigno
Relacionado com a idade
É um anel cinzento-azulado que circunda a íris, um pouco afastada da borda da
córnea.

Avaliar motricidade ocular, reflexo fotomotor, consensual, acomodação e alinhamento

 Avaliar o alinhamento dos olhos em repouso


Posicionar-se diante do paciente de modo equidistante e na mesma altura.
Pedir para que ele fixe o olhar em uma estrutura distante e incidir a luz de uma
lanterna.
Se os olhos estivem centralizados, o reflexo estará no centro das córneas. Se
existir deslocamento do reflexo em um dos olhos, ficará caracterizado como
presença de estrabismo

 Avaliar a motricidade (nervos e músculos): Teste das seis posições ou teste do


H

O médico fica equidistante e à mesma altura do paciente e pede comandos


como acompanhar o movimento apenas com os olhos. A cabeça deve ficar
parada!
Faz a forma da letra H e para nas extremidades: Coloca-se os dois dedos
indicadores frente ao paciente, depois o esquerdo forma metade do H e retorna
ao início. A mão é trocada e o mesmo é feito.
As alteraçoes nesse exame aparecem em casos de tumores, isquemia,
trauma, lesao muscular e do nervo (prinicpalmente do 3° par, mas avalia
o 3, 4 e 6° par).

Obs.: Existe o teste de acomodação: pede-se para o paciente olhar para a ponta do dedo que
está afastado e vai se aproximando. O ideal é que os olhos acompanhem

 Avaliar a reação dos olhos à luminosidade

18
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Reflexo Fotomotor: incide-se a luz da lanterna sobre o olho e observa a


contração da pupila desse mesmo olho. Deve ser feito bilateralmente

Reflexo Fotomotor indireto: incide-se a luz da lanterna sobre um olho e observa


a contração da outra pupila. Deve ser feito bilateralmente e é válido posicionar
a mão sobre o nariz do paciente para deixar a luz apenas para uma região.

A contração pupilar em resposta à luz é levada pelo nervo óptico e dada pelo
oculumotor
Menor que 2: Miose
Maior que 4: Midriase
Pupila diferente do outro lado: Anisocórica
Para dizer que é isocórica tem que comparar com o outro lado.

Pupilas não reativas podem occorer em trauma ocular, presença de


catarata, lesão do nervo óptico e do 3° par (oculomotor), principalmente.

Obs.: A miose é a excitação do parassimpático. Aparece


em casos de intoxicação por organofosforado (usado para
combater pragas agrícolas, agrotóxico).

Outros casos de miose são a Sindrome de Horner, lesão


de tronco cerebral e neurossífilis.

Obs2.: A midríase é a excitação do simpático. É por lesão


do 3° par craniano por isquemia, sangramento, trauma
(craniano, de base de cranio), uso de cocaína (fibrilação
atrial, infarto e midríase fixa).

IX. Orelha e Nariz


Ectoscopia
Formato e implantação do pavilhão auricular
Simetria e hiperemia da mucosa nasal e presença de secreção

19
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 Implantação baixa das orelhas


Aparece, normalmente, em algumas síndromes de
mutações cromossomiais
S. Down (21),
Edward (18) e
Crouzon: alteração cranio-facial com ou
sem retardo mental com
hipodesenvolvimento neuropsícomot

X. Cavidade oral

Requer lanterna e espátula


Paciente sentado e com a boca aberta. Primeiramente será feita a observação das
estruturas e será pedido para que o paciente fale “eeeee” ou “aaaaahh”.
Posteriormente, a lanterna e a espátula serão usadas para auxiliar na visualização
das estruturas.
É válido pedir para que o paciente movimente a língua de acordo com a região a ser
analisada.
Observar: lábios, gengivas, dentes, úvula, amigdalas, língua, vestíbulo,
região sublingual, ducto parotídeo* e carúncula – papila lingual.
*: visto após lateralizar a língua com a espátula (figura 2).

Observar a presença de:


 Monilíase ou Candidíase
33% dos pacientes com SIDA tem essa patologia
Relacionada com linfomas, neoplasia ocultas, doenças infectocontagiosas
graves, tumores...
Pode aparecer na úvula

 Variações normais da língua

20
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Língua geográfia - apresenta áreas vermelhas lisas desprovidas de papilas


juntamente com áreas ásperas e revestidas normais.

Língua negra ou pilosa (pode ser causada por tabagismo). É a produção


excessiva de queratina com um aspecto semelhante a pelo - Hipertrofia das
papilas filiformes
Pode ser retirada e pode ter recidiva se não mantiver higiene adequada.

Língua escrotal – com sulcos, fissuras, pode aparecer em Down

 Herpes simples
Erupções cutâneas com vesículas
Causa intensa dor, ardencia, prurido.
Aparece em momentos definidos.

 Fenda palatina e fenda labial.

 Má conservação dos dentes

21
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Sistema Respiratório

I. Inspeção Estática

1. Observar a cor do paciente:


 Cianose: hipóxia, por hipoventilação alveolar; desvio arteriovenoso e alteração
funcional de trocas gasosas
2. Observar as unhas:
 Baqueteamento digital:
Causa extratorácica: Cirrose, Esquistossomose, Doença de Chron e Diarreia
Crônica
Causa cardíaca: Cardiopatia Congênita Cianótica e Endocardite Bacteriana
Subaguda
Causa pulmonar: Câncer, fibrose pulmonar idiopática e doenças supurativas
(empiema, bronquiectasias e abcesso pulmonar).
É raro em doenças granulomatosas como tuberculose, sarcoidose,
paracoccidioidomicose e pneumoconiose.

3. Observar circulação colateral


4. Observar alterações da parede torácica
 Cicatriz, tumores (de partes moles ou ósseos) e inflamação
5. Observar deformidades ou assimetrias
 Retração ou abaulamento
6. Observar o formato do tórax
 Tonel: DPOC; asma e bronquiectasias difusa: Posição de hiperinsuflação.
(Obstrutivo).
 Peito de pombo: Congênito ou adquirido (relação com CIA e CIV e asma grave
persistente da infância)
 Peito escavado: Repuxamento das fibras anteriores do diafragma
 Cifoescoliose torácica: Idiopática ou relacionada à Neurofibromatose, distrofia
muscular e poliomielite.

II. Inspeção Dinâmica

1. Observar a frequência respiratória


 Normal de 16 a 20 rpm.
Insuficiência Respiratória com FR acima de 35 é sinal de gravidade
FR maior ou igual a 30 pode ser pneumonia grave.
FR acima de 25 rpm indica crise grave de asma.

 Obs.: Doenças restritivas (Edema de pulmão, doenças intersticiais, etc.)


aumentam a FR para manter a ventilação minuto porque o volume corrente
diminuiu. É um indício de que os pulmões estão mais rígidos.

 Nas doenças obstrutivas, o aumento da FR só acentua o trabalho para vencer a


resistência das vias aéreas, mas a taquipneia pode acontecer em casos de crise
de asma e exacerbações agudas da DPOC.

22
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

2. Intensidade dos movimentos, uso de musculatura acessória e sinais de esforço


respiratório:
 Batimento da asa do nariz; retração de fúrcula e tiragem intercostal e
subcostal).
Fisiologicamente, só usamos o musculo na fase inspiratória da ventilação
(porque na inspiração o pulmão é forçado contra o colabamento).
A tiragem ocorre em asma grave e DPOC.

3. Observar o tipo respiratório:


 Em homens é tóraco-abdominal e mulheres é torácico.
Uma respiração abdominal pode indicar lesão no aparelho respiratório, dor, etc.

4. Observar movimento paradoxal do tórax inferior: diafragma retificado e rebaixado –


indica obstrução crônica ao fluxo aéreo.

5. Observar o Sinal de Lemos Torres: abaulamento expiratório intercostal nas bases


pulmonares na face lateral do hemitórax. Traduz a presença de um derrame pleural livre

6. Observar a expansibilidade:
 4 primeiros arcos costais: lobos superiores - movimento para frente e para cima;
 5 e 6° arcos: lobo médio e língula (esq) - movimento tanto ântero-posterior
como lateral;
 7 – 10ª costela: lobo inferior - movimento apenas lateral.

7. Observar os padrões de ventilação:


Normal;
Taquipneia
Kussmaul (respiração acidótica);
Cantani;
Hiperventilação neurogênica central;
Cheyne-Stokes (IC e distúrbios neurológicos);
Dispneia suspirosa;
Caótico ou Biot (afecções destrutivas de neurônios
medulares).

III. Delimitar o tórax


Linhas do tórax
 Tórax anterior
Linhas verticais: linhas paraesternais (bordas do esterno) e hemiclaviculares

Linhas horizontais: Linhas que passa pela 3ª articulação condroesternal (usar o


ângulo de Luis como referência da 2ª articulação) e linha que passa pela 6ª
articulação, geralmente pelo apêndice xifoide.

 Região Axilar

23
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Linhas verticais: axilar anterior, média e posterior (partindo da prega axilar


anterior, côncavo axilar e prega axilar posterior, respectivamente)

Linha horizontal: linha que passa pela 6ª articulação condroesternal,


geralmente pelo apêndice xifoide.

 Tórax posterior
Linhas verticais: Linha vertebral (linha que une os processos espinhosos das
vertebras) e linha escapular (linha que passa pela borda interna da escápula)

Linhas horizontais: linha que passa pela borda superior da escápula e linha que
passa pela borda inferior

Regiões do tórax:
1: Esternal 7: Axilar 9: Supraescapular
2: Supraesternal 8: Infraaxilar 10: Escapular
3: Supraclavicular 11: Interescapulovertebral
4: Infraclavicular 12: Infraescapular
5: Mamária
6: Inframamária

IV. Palpação

1. Identificar regiões de hipersensibilidade

2. Avaliar a expansibilidade:
São 4 manobras – 2 anteriores e 2 posteriores
A verificação da expansibilidade dos ápices pulmonares se chama Manobra de Ruault
É importante formar pregas cutâneas, repousar as mãos e pedir para o paciente virar o
rosto e inspirar e expirar profundamente. (Falar puxar e soltar o ar).

 Anteriormente:
Lobos Superiores: 4 dedos em cima do trapézio e os polegares na linha
médio esternal.

24
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Lobo médio e língula: dedos na prega axilar posterior e deslizam pela


região inframamária até os polegares se encontrarem na linha médio
esternal.

 Posteriormente:
Lobos Superiores: Dedos no trapézio, polegar na linha vertebral, à nível
de C7 com prega.

Lobos Inferiores: Dedos na prega axilar anterior e deslizam até os


polegares formarem uma prega na linha vertebral.

25
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

A diminuição da expansibilidade pode ser fibrose crônica do pulmão ou pleura, derrame,


pneumonia lobar, etc.

3. Analisar o Frêmito toracovocal:


Fugir das partes ósseas!
Fazer com a parte óssea da palma da mão localizada na base dos dedos, ou a superfície
ulnar.
Pedir para o paciente repetir 33
Fazer 3 pontos na frente, 4 atrás (e delimitar o pulmão – 4 dedos abaixo da escápula)

Se estiver diminuído ou ausente é Síndrome de Consolidação ou Fibroatelectasia.

4. Pesquisar linfonodos palpáveis:


Na região supraclavicular: Tuberculose, sarcoidose, paracoccidioidomicose, carcinoma
brônquico e linfomas.
Se encontrar o Nódulo de Virchow na região supraclavicular esquerda, temos o
Sinal de Troissier.

5. Observar posição da traqueia e do mediastino (ICA).


Observar a centralização da traqueia colocando o dedo indicador entre
ela e o ECOM dos dois lados e comparando.

V. Percussão:

26
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Fazer em padrão de barra grega, como na ausculta.


Sempre comparar os hemitóraxes.
Iniciar a percussão pelo lado não acometido

Observar o Sinal de Signorelli: Presença de som maciço durante a percussão do 7 a 11°


E.I. por derrame pleural.

VI. Ausculta:
A alteração ou vai ser um som no lugar errado ou um som adventício.

Sons Normais:
 Traqueal: É o som produzido na traqueia pela passagem do ar e é audível na
região anterior do pescoço sobre a traqueia. Alguns autores dão o nome a este
de som bronquial, uma vez que é muito semelhante e de praticamente mesma
sonoridade.
 Bronquial: som forte, com a expiração durando mais tempo que a ins;
 Bronquiovesicular: sons ins e ex com a mesma duração
 Murmúrio vesicular: o som da expiração desaparece no terço inicial – maioria
do pulmão.

Na consolidação vamos ter troca do murmúrio vesicular para bronquial.


O MV pode ficar reduzido ou abolido no pneumotórax, atelectasia, derrame
pleural e patologias que afastam o pulmão da parede.

Sons adventícios:

27
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 Sibilos: são sons contínuos (ins e ex): Ex.: Asma, DPOC, bronquite
 Crepitações finas: traduz secreção: Final da inspiração (não aparece na ex) -
Surge nas pneumonias. (= teleinspir.)
 Crepitações grossas: Grossas, traduz reabertura: ins e ex.
Modifica e até mesmo pode desaparecer após a tosse - microatelectasia;
bronquiectasias; pacientes em coma com líq. nas vias respiratórias altas; fases
tardias da pneumonia; bronquite crônica e edema pulmonar.
 Roncos: som ins e exp, mais grave e modifica com a respiração ou tosse. Traduz
a presença de líquido nas vias de grande calibre - Consolidação

VII. Sons Vocais


Broncofonia: é a transmissão anormal dos sons originados dos pulmões ou dos
brônquios. Sons vocais mais intensos na área consolidada.

Pectorilóquia Afônica: Mesmo com a voz cochichada consegue-se perceber nitidamente


as sílabas da palavra 33.

Egofonia: Broncofonia auscultada na transição do derrame pleural – Som anasalado

Grasnido: Doença de pequenas vias aéreas – Som de paro

28
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Sistema Cardiovascular

I. Pulso Venoso:
1) Vou olhar a VEIA JUGULAR INTERNA DIREITA (mais retificada e fidedigna, com pouca
variação anatômica).
2) Como examinar?
a. Paciente a 45 graus (Falar que tem q ser esse ângulo)
b. Procurar pulsação entre o terço proximal da clavícula e o tragus
c. Deixar o pescoço levemente lateralizado
d. Ficar por traz tangenciando a região
e. Usar lanterna (jogo de sombra e luz)

3) Achei uma pulsação. É pulsação arterial ou venosa?


Pulso Arterial Pulso Venoso
Bifásico Multifásico
Anterior ao ECOM Posterior ao ECOM
Pressão alta Pressão baixa
Não somo à compressão Some à compressão
Não some na inspiração Some na inspiração
Não muda com decúbito Muda com decúbito
a. Como fazer a compressão da pulsação?
 Coloca o dedo colado e paralelo com a clavícula e comprime. Se sumir, é
venoso.

4) Confirmei que é venoso. E agora? É patológico ou fisiológico?


Fisiológico Patológico
Até 4,5cm de altura da coluna Maior que 5cm
Some na inspiração Aumenta na inspiração (Sinal de
Kussmaul)
Reflexo hepato-jugular de 30s Só diminui quando para a manobra.
a. Como medir?
 Régua no ângulo de Louis, e outra no ápice da coluna venosa. Cruza as
duas com 90° e vê o número.

II. Pulso Arterial:

Reflexo do coração esquerdo (o pulso venoso é do coração direito)

1) Vou olhar os pulsos:


a. Carotídeo (Borda anterior do ECOM até o ângulo da mandíbula)
b. Braquial (borda interna do bíceps, no sulco bicipital).
c. Radial
d. Femoral (dois centímetros abaixo do ligamento inguinal)
e. Poplíteo (circunscreve-se o joelho, com os polegares, firmando anteriormente
sobre a tuberosidade da tíbia, e a mão direita sobre a esquerda são
introduzidas na fossa)
f. Tibial posterior (atrás do maléolo interno)

29
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

g. Pedioso (entre o primeiro e o segundo ou segundo e terceiro metatarsianos)


h. Temporal
i. Axilar

2) O que eu vou analisar?


a. FRESCA e forma
 Frequência
 Regularidade
 Simetria
 Característica da parede
 Amplitude
Braquial, carotídeo e radial são bons pra FC
Braquial e radial são bons para ritmo
Não vai ver ao mesmo tempo nem no carotídeo nem no poplíteo
Braquial é o melhor para característica da parede
a. Sinal da traqueia de passarinho – endurecimento da parede
vascular (senilidade).

III. Precórdio

Paciente sem camisa, deitado com cabeceira a 30 graus

1) Vou fazer a inspeção procurando batimento de câmaras ou vasos


a. Olhar tangenciando
b. Olhar com lanterna

2) Vou fazer a palpação buscando batimentos ou frêmitos


a. Frêmitos com a mão espalmada

3) Vou olhar 8 regiões


(1) Fúrcula esternal: Crossa da aorta - Dedo indicador e médio em anzol
(2) 2° EI, LPD: Aorta ascendente - Dedo indicador chapado no EI, colado no
esterno

30
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

(3) 2° EI, LPE: Artéria Pulmonar - Dedo indicador chapado no EI, colado no
esterno
(4) 3° e 4° EI, LPE: AE - Dedo indicador no 3° e médio no 4° - chapados
(5) 5° e 6° EI, LPD: AD - Dedo indicador no 5° e médio no 6° - chapados
(6) Apêndice xifoide: VD - enfia o dedo, na direção da clavícula: sente pulsar na
ponta (sobrecarga de pressão)
(7) 5° e 6° EI, LPE: VD - região tenar sobre os EI na linha e polegar do lado do
esterno. (sobrecarga de volume)
 Pressiona e joga o peso em cima com o braço esticado
(8) 5° EI, LH: VE - Ictus cordis
 Não se esquecer de sinalizar a linha hemiclavicular
 Palpar junto com o pulso carotídeo

4) Características do Ictus
a. Normal: LEDAM – localização, extensão, duração, amplitude e mobilidade
 5° EI, LH
 2 polpas digitais (2,5cm) em um EI
 2/3 iniciais da sístole
 Apaga com a compressão
 Desce 2 a 3cm em decúbito lateral

SOBRECARGA SOBRECARGA PRESSÓRICA


VOLUMÉTRICA
LOCALIZAÇÃO Passa da LH Não passa da LH e pode ou
não passar do 5° EI
EXTENSÃO 3 Polpas ou maior que 2,5, Normal
mais que 1 EI
DURAÇÃO Terço final da sístole, perto Além de 1/3 inicial da sístole
de B2
AMPLITUDE Fácil apagamento Difícil apagamento
MOBILIDADE Normal Normal

IV. Ausculta

Sempre marcar o pulso carotídeo para ver B1.

1) Uso de diafragma – foco mitral buscando B1 (M1), foco tricúspide buscando B1 (T1),
Foco aórtico acessório buscando B2 (A2), Foco aórtico buscando B2 (A2), Foco pulmonar
buscando B2 (P2) – bulhas normais
2) Passo 2 – uso da campanula - foco mitral buscando B3 e B4 de VE além do foco
tricúspide buscando B3 e B4 de VD – bulhas patológicas
3) Passo 3 – uso do diafragma e campanula – retornar aos passos 1, 2, 3, 4, 5 buscando
sopros – sopros.

Técnica:

1) Silêncio e concentração
2) Posição do paciente:

31
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

a. Decúbito Dorsal, 30 graus


b. Sentado em pacientes com dispneia ou Insuficiência Aórtica, inclinando o
tronco para a frente
c. Decúbito lateral esquerdo em pacientes para aumentar B3 e B4.
3) Ordem do exame: Mitral  Tricúspide  Aórtico Acessório  Aórtico  Pulmonar 
Outros locais

Mitral: 5° EI, linha HC = valva mitral e VE


Tricúspide: 5° e 6° EI, linha PEE + apêndice xifoide = valva
tricúspide e VD
Aórtico acessório: 3° e 4° EI, linha PEE = valva aórtica
Aorta: 2° EI, linha PED = aorta (o vaso, propriamente dito)
Pulmonar: 2° EI, linha PEE = saída da artéria pulmonar.

Carótidas: Acima de 60 anos pode ter estenose na carótida por


placa de ateroma = sopro
Região axilar: 5° EI, irradiação de sopro da Insuficiência Mitral
Fúrcula esternal: Sopro do vaso aórtico
Clavículas: Irradiação do sopro da subclávia, sopro venoso ou
sopro de doença congênita. Comum em crianças. Pode ser
direito ou esquerdo

4) Palpar o pulso carotídeo (ou ictus ou batimento de fúrcula) para marcar qual é B1 e
qual é B2.
a. Vai distender depois que o sangue for ejetado do coração, no início da sístole.
Então, o som mais perto do pulso vai ser o B1 (que marca o início da sístole).
b. Tomar cuidado com reflexo vagal e com soltar trombos ou placas, então,
marca a cartilagem cricóide com o indicador e traça uma linha imaginária com
o dedão até o pulso e palpa dela para baixo.

Bulhas cardíacas

B1

 Componentes: M1 e T1 (com M1 mais forte que T1, fisiologicamente, pela maior força
de ejeção no VE do que no VD)

32
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Lembrando que o som se dá pela batida de uma válvula na outra, e é maior ou


menor de acordo com a força que o sangue passa.
Conforme a gente vai aproximando o foco mitral para o tricúspide, o som que
ouvimos fica desdobrado = TURUM

É ouvida em todo o tórax, mas é mais clara nos focos mitral e tricúspide

 Fatores que alteram o som


Causam hiperfonese:
 Parede torácica fina (em crianças, é mais audível)
 Ventrículo mais competente  ejeta mais sangue  válvulas batem
com mais força uma na outra
 Momentos adrenérgicos (porque vai ter mais sangue circulante  vai
ter que ejetar  vai ter que contrair mais forte): febre, estresse e
gravidez.
 Anemia: o corpo tá com pouco nutriente dentro das células, mas o
corpo entende que o aumento da atividade cardíaca vai funcionar.
 Taquicardia
 Estenose mitral e tricúspide
 Febre Reumática: entre as válvulas fica fibrina, que age como um
elástico (porque o átrio vai fazer uma força maior para abrir a valva e
depois vai fechar com mais força).

Causam hipofonese:
 Parede torácica espessa (obesos, doença pulmonar que gera
hiperinsuflação)
 IC
 Porque o ventrículo fica menos competente: ejeta menos
sangue  válvulas batem com menos força uma na outra
 Também acontece porque vai ter um volume de reserva no
ventrículo devido à contração que não está sendo eficaz
fazendo com que a valva abre parcialmente. Na hora que
fechar, volta mais fraco.
 Tamponamento cardíaco (barreira entre o foco da ausculta e o
estetoscópio).
 Insuficiência mitral e tricúspide (na hora que a valva for fechar, não vai
tocar uma válvula na outra. Pode ocorrer de chegar a um momento de
nem encostar, e não gerar som em casos mais graves).

B2

 Componentes: A2 (foco aórtico convencional e aórtico acessório) e P2

33
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Não é puramente o som de uma válvula batendo na outra, mas do sangue retornando e
batendo nas valvas aórtica e pulmonar que já estão fechadas. (Mas falamos que é o som
do fechamento delas).

É o som que marca o fim da sístole e início da diástole

A2 é fisiologicamente maior que P2.


Mas quando inspiramos, a pressão negativa do tórax também exerce influência
no coração e o volume de sangue que entra no átrio aumenta.
Então ao invés do TUM, fica TRUM, no pico da inspiração e também com
o tórax inclinado para frente (pela gravidade).

Dá para ouvir no tórax inteiro, mas é melhor no foco certo


Um dos focos aórticos tem que ter a sonoridade maior que a sonoridade do foco
pulmonar.

 Fatores que alteram a segunda bulha:


Hiperfonese:
 Espessura da parede torácica diminuída
 Aumento do volume de ejeção:
 Estados hiperdinâmicos
 HAS (porque vai ter uma resistência no vaso maior, e vai ter que contrair
com mais força). Por ser sistêmica, é A2 maior que P2.
 Na hipertensão só da artéria pulmonar, P2 vai ficar maior que A2 (pelo
aumento da resistência que vai ter que vencer).

Hipofonese:
 Diminuição do volume de ejeção
 Estenose aórtica grave
 IC grave
 Insuficiência aórtica e pulmonar (o sangue na hora de voltar não vai
bater na estrutura toda)
 Estenose aórtica grave (pouco sangue vai passar e essa pequena
quantidade não bate forte na hora que volta)

Bulhas Acessórias

Fases de Diástole:

34
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

1) Átrio cheio e ventrículo vazio (com Patrial < Pventricular)


2) Relaxamento isovolumétrico (Patrial < Pventricular  Patrial > Pventricular)
3) Enchimento rápido (porque o líquido passa do meio de maior pressão para o de menor
pressão)
4) Enchimento lento (Patrial pouco maior, quase igual à ventricular)
5) Contração atrial (para não represar)

B4

 Fisiopatologia: Ocorre na fase de CA (final da diástole, antes de B1 – TURUM TA)


É decorrente de um movimento de contração atrial vigoroso e se dá por dois fatores:
Pelo som mais forte da contração atrial e
Pelo som do volume de sangue entrando no ventrículo com alta pressão
balançando as estruturas (cordas tendíneas, folhetos valvares e a parede do
ventrículo)
 É a bulha do coração hipertrofiado
Na fase de enchimento rápido, o sangue todo não entra no ventrículo porque o
volume está reduzido. Isso faz com que sobre mais sangue no átrio para a fase
de contração atrial. Pela lei de Frank Starling, a contração vai ser maior em
resposta ao volume e isso vai jogar o sangue no ventrículo com mais pressão e
vai balançar as estruturas.
Obs.: Enquanto isso acontece o paciente não tem sintomas, mas quando o átrio
não der mais conta de ejetar todo o volume, vai congestionar as veias gerando
sintomas de IC.

 É mais audível com a campânula – permite diferenciar


Foco Mitral: B4 de VE
Foco Tricúspide: B4 de VD

 Patologias que causam B4


 HAS de longa data (B4 de VE)
 Estenose aórtica
 Miocardiopatia hipertrófica
Causa mais comum de morte súbita em atletas. Tem uma fase
assintomática, mas evolui com dispneia.
O coração hipertrofia porque a pessoa realizou muita atividade física,
então tende a regredir ao repouso (diferente da cardiopatia congênita).
Obs.: Esse coração tem o músculo elástico, na hipertrofia congênita, é
duro.
 DAC (2ª causa mais comum)
O desacoplamento da actina e da miosina se dá pela enzima
fosfolambano que só funciona com O2. Na DAC, tem-se uma hipóxia e
isso vai desacoplar mal e o volume vai ficar reduzido (vai entrar pouco
no ER e sobrar no átrio)

35
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 Endomiocardiofibrose (o ventrículo é infiltrado com gordura, fibras e fica duro)


 Hipertensão Pulmonar (B4 de VD)

 Obs.: Doenças que não geram B4 por não ter os dois componentes sonoros:
 Fibrilação atrial: não tem contração atrial
 Estenose M e T: tem contração atrial, é mais vigorosa, mas não entra sangue
com alta pressão

B3

 Ocorre na fase de enchimento rápido decorrente de um enchimento hipervolumétrico


Fisiologicamente, passam 70% do sangue na fase de enchimento rápido, se por algum
motivo passar 90 mL, esse volume entrará abruptamente no ventrículo vibrando as
estruturas gerando o som.
Como ocorre no enchimento rápido, B3 se desdobra em B2 – TUM TA RA.

 É a doença do coração dilatado


 Ao contrário de B4, pode ser fisiológica
 Testes ergométricos: o esforço físico vai requisitar mais volume nos órgãos,
então vai ter mais chegando ao ventrículo, gerando B3
 Jovem: é naturalmente hiperdinâmico e também é mais adrenérgico (a ação das
catecolaminas no sistema venoso promove a contração das veias e mais
chegada de sangue, gerando B3)

 O importante vai ser a anamnese


 A marca da B3 fisiológica: desaparece em pé, porque o retorno venoso diminui.
Obs.: B3 é mais comum do lado esquerdo porque o lado direito é mais adaptado
a excessos de volume.

 Mais audível com a campânula


B3 no VE: foco mitral
B4 no VD: foco tricúspide

 Patologias que causam B3


 Insuficiência mitral e tricúspide
Vai regurgitar sangue para o átrio na hora da contração ventricular e na
próxima fase, de enchimento rápido, vai ter mais volume
Numa insuficiência mitral grave, por exemplo, o volume de 70 a 90mL
pode chegar a até 150mL
 Insuficiência pulmonar e aórtica
Parte do que foi ejetado na sístole do ventrículo vai voltar para ele e
quando o sangue do átrio descer, vai encontrar um volume parado
gerando reverberação de onda, que vibra o sangue e as estruturas.
(Reverberação)

36
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 CIA
Parte do volume do AE passa para o AD, aumentando o volume dando
um enchimento hipervolumétrico (B3 de VD)
 CIV
O sangue do VE vai passar na sístole para o VD, circula e volta ao AE
dando hipervolume (B3 de VE)
 IAM
O coração perde força e o volume de ejeção diminui ficando um volume
parado. (Reverberação)
Se for IAM de coração direito: B3 de VD
Se for IAM de coração esquerdo: B3 de VE
 Chagas:
Perda de potência, ejeta menos (Reverberação)
 Miocardite:
Perda de potência, ejeta menos (Reverberação)

Descrição da Ausculta

RCR, 2T, A2 > P2, sem bulhas acessórias e sem sopros


RCR, 3T, A2 = P2, com presença de B3 ou B4 de VE ou VD
RCR, 4T, A2 < P2, com presença de B3 e B4 de VE ou VD

Sopros

 O fluxo sanguíneo fisiologicamente é em camadas – laminar – tendo baixo atrito com a


parede.
A partir do momento em que esse fluxo passa a ser turbilhonado, teremos ruídos (vai
ter atrito)

 Causas de sopros
 Estenoses valvares ou vasculares
Carótida, mitral, aórtica, pulmonar e tricúspide. O estreitamento vai
turbilhonar o fluxo que passar
 Comunicação entre câmaras de baixa e alta pressão (CIV, CIA e Fístula
arteriovenosa)
O sopro se dá pela passagem turbilhonada do fluxo da região de maior
pressão para o de menor pressão.
 Regurgitação valvar
Insuficiência mitral, tricúspide, aórtica e pulmonar. Por não estar
totalmente fechada, vai ter retorno do fluxo.
 Dilatação súbita do trajeto
Dilatação de um vaso. Ocorre muito por HAS: vai dilatar a aorta, e o
sangue que vinha laminar vai se desorganizar para preencher todo o
espaço.

37
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

 Aumento da velocidade de fluxo dentro do vaso ou do coração


Estados hiperdinâmicos: febre, anemia, ansiedade, infecção,
hipertireoidismo.
A válvula não suporta o volume e o fluxo do sangue se desorganiza.
Causa comum de sopro em jovens.

 Classificação do sopro
1) Epicentro: qual a origem do sopro?
Vai ser o foco da ausculta onde o som estiver mais alto

2) Momento em que aparece: sistólico ou diastólico?


Marca B1 e B2 e vê o intervalo em que aparece

3) Cavidade direita ou esquerda?


Faz a Manobra de Rivero-Carvalo: pede-se que o paciente inspire e isso aumenta
a pressão negativa no tórax, e consequentemente no coração, fazendo com que
haja retorno venoso para o coração direito.
Se o sopro aumentar na inspiração quer dizer que é do coração direito.
Se aumentar na expiração é de coração esquerdo porque o pulmão é
comprimido e o excesso de sangue vai para o lado esquerdo

4) Qual a irradiação?
Sopro na fúrcula esternal: sopro aórtico (hipertenso)
Sopro na axila: insuficiência mitral
Sopro na clavícula esquerda: PCA – crianças

5) Qual a intensidade? (++++++)


+/6+: bem discreto
++/6+: assim que coloca o esteto ouve, mas é leve
3+/6+: assim que coloca o esteto ouve, mas é alto
4+/6+: forte com frêmito e esteto colado no tórax
5+/6+: forte com frêmito e esteto parcialmente colado no tórax
6+/6+: forte com frêmito e esteto descolado, mas próximo = CIV ou FAV

6) Qual o comportamento com manobras?


Ficar sentado e em pé: aumenta a RVP, diminuindo o retorno venoso, o que
diminui o sopro
Hand Grip Test: pede-se para o paciente apertar com força a mão de alguém e
isso aumenta a RVP (pela compressão muscular), diminuindo o retorno venoso.
É bom para diferenciar o sopro de estenose aórtica do sopro de
insuficiência mitral. Os dois são sistólicos e podem irradiar para o foco
do outro.
Insuficiência mitral: o sopro vai aumentar porque vai ter mais
volume sendo regurgitado (pela RVP maior)

38
CHECK LIST SICC V – Caio Teixeira
2018.1

Estenose aórtica: o sopro diminui porque vai passar menos fluxo


sanguíneo pela valva
Ficar de cócoras: aumenta o retorno venoso, que aumenta o sopro porque vai
ter mais volume

Obs.: Sopro inocente:

Comum em crianças. Na maioria das vezes é sistólico, audível em torno do foco aórtico
acessório ocorrendo por aumento do volume e velocidade do sangue.
Simula uma estenose aórtica, mas diminui/some com a redução do retorno venoso (ficar
em pé), porque o excesso vai ter “acadabo”.

39

Você também pode gostar