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“Consegui o pensar direito: penso como um rio tanto anda: que as árvores das beiradas mal nem vejo…

Quem me
entende? O que eu queira. Os fatos passados obedecem à gente; os em vir, também. Só o poder do presente é que é
furiável? Não. Esse obedece igual – e é o que é.”
– João Guimarães Rosa, em ‘Grande Sertão: Veredas’

Em Diferença e Repetição, há uma reflexão vertiginosa sobre o Passado, o Presente e o Futuro. O passado é a Memória
pura, assim como o Presente é puro Habitus, nossa confusão se dá, quando pensamos o passado como algo empírico e
o presente algo dado pelo execesso de passado. Nada disso. É o Presente que é insuficiente, faz com que conheçamos
a condição de insufiiencia, que é o Passado. O passado retorna por insufiencia, nela, na insuficiência do presente e do
futuro (já que este nem existe), que conhecemos o Passado Puro, a Memória, o espírito. Um paradoxo e um influência
recípocra acontece entre passado e presente, o futuro é produto de tal relação. Isso é evidente. Por isso, assim como
o passado, o presente tem sua razão insufuciente, é uma razão suficiente,

“Profundo é toda a capacidade de lidar com a linguagem.


Desprendido de tudo que me finca o chão
Desaprendi.”

“Na alegoria das casa, eu anjo sem asas, desaprendi a voar.”

Você vê que um ser humano é medíocre, quando ele se ve só e não se suporta. Apelando, ao Outro para poder fugir de
si e de sua pequenez. A individuação é inevitável, querer estar sempre agarrada em outrem, é somente um sinal do
temor de ser nada, exatamente no momento que o é. Todo existir é uma vertigem e tem suas ilusões manifestas, o
outro é a maior delas. Na verdade é a Estrutura Outrem, quem põe em jogo o Eu e o Outro, a dissolução dessa
estrutura nos faz voltar a agir como bêbes, o outro é uma ilusão de igualdade, pois nada na natureza se nos assemelha
tanto quanto um outro humano. Isso causa um conforto e uma inquietude no animal humano. Ele não vivi isso diante de
um a macaco, de jacaré, nem de uma porta. Mas diante de outro humano a estrtura outrem se manifesta e nos move.
Movemo nos impulsionados pelo simulacro do outro. Sim, simulacro, pois seria muita ingenuidade egóica pensar que o
outro é como você, ele é somente da mesma espécie que você e não você. Daí nasce a ilusão da imagem do outro, o
outro como imagem é puro reflexo desse Eu.

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