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Saviani.
Vamos entender agora o que o autor fala sobre cada uma dessas teorias.
Teorias não-críticas
1. Pedagogia tradicional
Inicialmente, a escola teria como objetivo libertar os indivíduos, que já tinha
poder aquisitivo porém não tinham acesso ao conhecimento. A burguesia
queria também ter acesso ao saber. Seu objetivo é converter os “súditos em
cidadão”. Neste contexto, a marginalidade era justificada pela ignorância,
ficava de fora da sociedade quem não era “esclarecido”. A escola então tinha
o papel de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade, de
maneira sistematizada. Era centrada no professor, que deveria transmitir
essas informações de uma forma lógica aos alunos. Com o tempo, esse
objetivo de “desmarginalizar” através do conhecimento foi perdendo sua força,
pois nem todos tinham acesso a escola, e nem todos que entravam
conseguiam acompanhar as tarefas propostas. Por fim, nem todos que
conseguiam ser bem-sucedidos na escola conseguiam se adaptar à sociedade
da maneira esperada.
2. Pedagogia nova
As críticas à pedagogia tradicional deram origem à Pedagogia Nova. Ela
mantém a crença no poder da escola e seu papel de promover igualdade
social. Para o ponto de vista desta pedagogia, o marginalizado não seria o
ignorante, mas o rejeitado. Começa a se medir a inteligência através de testes,
e busca-se respeitar as diferenças individuais no ensino. Ou seja, entende-se
que todos são diferentes, têm ritmos de aprendizado diferentes, portanto a
anormalidade não se dá nas diferenças, mas na desadaptação ou
desajustamento no indivíduo. Portanto a marginalidade será superada quando
os membros da sociedade se aceitarem em suas diferenças e
individualidades. A Pedagogia Nova deslocou “o eixo da questão pedagógica
do intelecto para o sentimento, do lógico para o psicológico, do conteúdo para
o método, do professor para o aluno, do esforço para o interesse, da disciplina
para a espontaneidade, do diretivismo para o não-diretivismo, da quantidade
para a qualidade” (Saviani, p. 20, 1999). Ou seja, o importante não era mais
aprender, mas “aprender a aprender”, pois o aluno guiaria seus próprios
conhecimentos. A escola agrupava alunos segundo áreas de interesse, e a
iniciativa principal de aprender dependia exclusivamente do aluno. A
aprendizagem seria resultado de um ambiente estimulante e livre. Esta
proposta não teve grande aderência pois exigia custos muito altos, um
professor para um pequeno grupo de alunos. Assim, a Pedagogia Nova
proporcionou um ensino melhor para a elite, enquanto o restante da sociedade
absorveu de maneira rasa esses conceitos e aplicou-o sobrepondo-se à
Pedagogia Tradicional, jogando ao aluno maior responsabilidade por seu
aprendizado, porém sem dar à ele a estrutura necessária para tal.
3. Pegadogia Tecnicista
A Pedagogia Nova se mostrou ineficaz em resolver o problema da
marginalidade. Então a Pedagogia Tecnicista surge baseada no pressuposto
da neutralidade científica e da produtividade, buscando reorganizar o processo
educacional para torná-lo mais eficiente e operacional. É uma objetivação do
trabalho pedagógico, no qual o aluno deve se adaptar ao processo,
executando as tarefas necessárias para alcançar seus objetivos. Ela foi
organizada com o objetivo de impedir que a subjetividade do sujeito pudesse
atrapalhar o processo de aprendizagem. O principal elemento aqui é o método,
a organização dos meios de maneira racional, dando ao aluno e ao professor
posições secundárias. O processo define como, quando e quem fará as
atividades. Para a Pedagogia Tecnicista, o marginalizado será o
incompetente, que não foi capaz de ser eficiente com o método proposto. Aqui
o que importa é aprender a fazer.
Teorias crítico-reprodutivistas
Estas teorias postulam que não é possível compreender a educação sem seus
condicionantes sociais, e entendem que a função da educação seria a
reprodução da sociedade na qual ela está inserida.
Referências