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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-reitoria de Pesquisa e Pós - Graduação - VRPPG

VITÓRIA BARBOSA RODRIGUES

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS PELA CRIANÇA SURDA À INICIAÇÃO MUSICAL


SOB O PRISMA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Fortaleza
Dezembro/2017
1

VITÓRIA BARBOSA RODRIGUES

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS PELA CRIANÇA SURDA À INICIAÇÃO MUSICAL


SOB O PRISMA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Trabalho em formato de artigo científico


apresentada ao curso de graduação em Terapia
Ocupacional da Universidade de Fortaleza
como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso
II.

Orientadora: Profa. Dra. Marilene Calderaro da Silva Munguba

Fortaleza
Dezembro/2017
2

VITÓRIA BARBOSA RODRIGUES

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS PELA CRIANÇA SURDA À INICIAÇÃO MUSICAL


SOB O PRISMA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Trabalho em formato de artigo científico apresentada ao curso de graduação em Terapia


Ocupacional da Universidade de Fortaleza como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II.

Data de aprovação: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Orientadora
Dr. Marilene Calderaro Munguba
Universidade de Fortaleza

_________________________________________________
Examinador
Esp. Aderson dos Santos Sampaio
Universidade de Fortaleza

_________________________________________________
Examinador
Esp. Willer Cysne Prado e Vasconcelos
Universidade de Fortaleza
3

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS PELA CRIANÇA SURDA À INICIAÇÃO MUSICAL


SOB O PRISMA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

MEANINGS ATTRIBUTED BY THE DEAF CHILD TO MUSICAL INITIATION


UNDER THE PRISM OF THE OCCUPATIONAL THERAPIST

Vitória Barbosa Rodrigues1, Marilene Calderaro Munguba2

RESUMO
Introdução: A interação majoritariamente visual com o mundo é uma característica comum à
maioria dos surdos, porém essas pessoas podem sentir o som de forma semelhante aos
ouvintes. Na área educacional, o terapeuta tem o papel de mediador do aprendizado do surdo,
facilitando a aquisição de novas habilidades, necessárias para seu bom desempenho
ocupacional no contexto escolar. Objetivo: O presente trabalho objetiva conhecer os
significados atribuídos pela criança surda à iniciação musical sob o prisma do terapeuta
ocupacional. Resultados: A família mostrou-se, nos discursos de cada criança, um importante
canal de estimulação à musicalidade. Ao serem questionados sobre os jogos e brincadeiras
musicais realizados na escola durante o período de coleta, as crianças se mostraram
entusiasmadas, relembrando cada brincadeira realizada. Esse entusiasmo também foi
percebido a cada dia de atividade quando passávamos para chamar as crianças. Ao final da
entrevista, foi feita uma enquete aos participantes para saber que nota eles dariam a sua
experiência individual com música e foram unânimes marcando a opção “1. Muito Bom”. Tal
resultado demonstra a efetividade da mediação feita entre o surdo e a musicalidade.
Conclusão: É preciso que terapeutas ocupacionais, pedagogos e familiares trabalhem juntos,
desenvolvendo estratégias para um desenvolvimento mais completo da criança surda, nos
aspectos cognitivos, motores, mas também emocionais e sensitivos.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional, surdez, musicalidade.

ABSTRACT
Introduction: Major visual interaction with the world is a feature common to most deaf
people, but these people can feel the sound in a similar way to the listener. In the educational
area, the therapist has the role of mediating the learning of the deaf, facilitating the acquisition
of new skills, necessary for their good occupational performance in the school context.
Objective: The present work aims to know the meanings attributed by the deaf child to the
musical initiation under the prism of the occupational therapist. Results: The family was

1
Concludente de Terapia Ocupacional na Universidade de Fortaleza, Bolsista PIBIT/CNPq - UNIFOR –
Fortaleza, CE, Brasil - vitoria.b.rodrigues@hotmail.com
2
Doutora em Ciências da Saúde, docente do Curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Fortaleza, líder
do grupo de pesquisa Educação nas Profissões de Saúde – UNIFOR – Fortaleza, CE, Brasil -
marilenemunguba@unifor.br
4

shown in each child's discourse an important channel of stimulation to musicality. When


asked about the games and musical games held at the school during the collection period, the
children were enthusiastic, reminding each play done. This enthusiasm was also felt each day
of activity as we went to call the children. At the end of the interview, participants were asked
to note what they would give their individual experience with music and unanimously marked
the option "1. Very good". This result demonstrates the effectiveness of mediation between
deafness and musicality. Conclusion: Occupational therapists, pedagogical, and family need
to work together to develop strategies for a more complete development of the deaf child in
cognitive, motor, but also emotional and sensitive aspects.

Key words: Occupational Therapy, Hearing Impairment, musicality.

1 INTRODUÇÃO

Buscar os significados atribuídos pelo sujeito a um determinado objeto é, antes de tudo,


permitir a si mesmo olhar com os olhos de outra pessoa. Portanto, a pesquisa se inicia com a
busca do esclarecimento de conceitos pertinentes à pessoa surda, facilitando a compreensão
de sua identidade e cultura.

Segundo Munguba (2007, p.387) “o surdo constrói a sua identidade envolvendo traços
culturais como a língua, formas de relacionamento e de percepção de mundo baseadas em
fatores visuais e gestuais de sua comunidade”. A interação majoritariamente visual com o
mundo é uma característica comum à maioria dos surdos. Enquanto um ouvinte conhece
alguém pelo que fala, o surdo percebe gestos e expressões. Evidência dessa visualidade é a
Língua Brasileira de Sinais (Libras), língua gesto-visual que se inseriu naturalmente nas
comunidades surdas.

Apesar da visualidade da cultura surda essas pessoas podem sentir o som de forma
semelhante aos ouvintes. Segundo Shibata, citado em Pereira (2001), esse fato acontece
porque as vibrações emitidas pelo som são interpretadas no lobo temporal do cérebro da
pessoa surda, a mesma região na qual as ondas sonoras são interpretadas no cérebro dos
ouvintes. Silva (2007, p.19) afirma que “se sentimos sensações diferentes quando estes
acordes são executados, fica claro que o surdo também tem a possibilidade de sentir as
mesmas sensações, porém através da vibração”.
5

Diante dessa potencialidade, foi pensado o game TOC TUM, um jogo eletrônico que
tem sido desenvolvido por meio da parceria entre o curso de Terapia Ocupacional da
Universidade de Fortaleza e o MIN, a célula de Mídias Interativas do NIC (Núcleo Integrado
de Comunicação) da mesma instituição. Esse jogo tem o objetivo de introduzir conceitos
básicos da música, trabalhando duração, timbre, altura e intensidade do som.

O desenvolvimento do jogo despertou novas questões, como saber se a iniciação


musical possui significação para o seu público alvo. Sá (2016) afirma que alguns surdos veem
a música como uma imposição do “ouvintismo”, referindo-se ao modo ouvinte de percepção,
e enfatiza que “cantar, tocar, conhecer e entender a música é um direito que os surdos têm,
caso assim o queiram” (SÁ, 2016, p.9). Por outro lado, ela também sustenta que o ensino da
música pode não só ser recurso para aprimorar a cognição, mas também um espaço de
desenvolvimento da identidade surda, caso seja trabalhado de uma forma própria do surdo,
buscando ensiná-los de forma especifica, pois “todo espaço onde suas características distintas
possam ser consideradas são espaços de vida cultural” (SÁ, 2016, p.7).

No desenvolvimento de um game para a iniciação musical da criança surda, torna-se


importante considerar as especificidades desse público alvo para que o jogo alcance o
objetivo de aprendizagem esperado e, conjuntamente, propicie uma experiência significativa
por meio do uso de estratégias compatíveis com a cultura surda. Sendo assim, o jogo propõe a
experiência musical de forma não invasiva, trabalhando de acordo com a maneira surda de ver
o mundo à sua volta.

A terapia ocupacional, de forma geral, tem como objetivo promover a melhora do


desempenho ocupacional do indivíduo, fazendo com que ele consiga realizar as suas
atividades cotidianas de forma satisfatória a despeito de limitações que apresente, sendo o
brincar a principal atividade cotidiana da criança (SANTOS; MARQUES; PFEIFER, 2006).
Vygotsky (1991, p.64) salienta que “é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera
cognitiva [...]”, deixando de depender dos atrativos visuais externos do objeto, passando a
basear suas ações em aspectos intrínsecos de sua própria subjetividade. Essa transição
demonstra a importância do brincar no desenvolvimento infantil, dos significados e das
6

habilidades cognitivas da criança. Por essa razão, o brincar tornou-se objeto de estudo e
instrumento de intervenção na terapia ocupacional.

Ainda na linha de pensamento de Vygotsky, abordado em Munguba (2002), são


conceituadas duas zonas de desenvolvimento: a zona de desenvolvimento real, ou seja, tudo
aquilo que a pessoa já é capaz de fazer sem ajuda, e a zona de desenvolvimento potencial, que
são capacidades ainda em desenvolvimento. Entre essas duas zonas existe a zona de
desenvolvimento proximal (ZDP), “que consiste na distância entre as duas zonas”
(MUNGUBA, 2002, p. 42). Fazem parte dessa zona as habilidades executáveis, porém sem
independência, sendo necessário algum nível de ajuda.

O terapeuta ocupacional se apropriou do conceito da ZDP. O brincar, presente em sua


prática, pode gerar essa zona de desenvolvimento, porquanto é uma situação ilusória, aonde
“a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu
comportamento diário” (VYGOTSKY, 1991, p. 69). Sendo assim, o brinquedo é um
facilitador no desenvolvimento de habilidades.

Na área educacional, o terapeuta tem o papel de mediador do aprendizado do surdo,


facilitando a aquisição de novas habilidades, necessárias para seu bom desempenho
ocupacional no contexto escolar, e adaptando atividades, para que não haja lacunas em seu
aprendizado (MUNGUBA, 2007), promovendo independência e inclusão. Por essa razão, o
trabalho do terapeuta ocupacional mostrou-se fundamental no desenvolvimento do game de
iniciação musical.

O presente trabalho objetiva conhecer os significados atribuídos pela criança surda à


iniciação musical sob o prisma do terapeuta ocupacional. Tal estudo tem sua importância na
verificação da relevância da musicalização do surdo para o próprio surdo, um campo
relativamente pouco explorado.

2 METODOLOGIA
A presente investigação é um recorte do Projeto de Iniciação Científica intitulado:
“Desenvolvimento e aplicação de jogo eletrônico educativo como instrumento de mediação
7

da iniciação musical do surdo”, em andamento, no qual tem desenvolvido o jogo eletrônico


“TOC TUM”, uma parceria entre curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Fortaleza
e a célula de Mídias Interativas (MIN) da mesma instituição. O projeto é vinculado ao Grupo
de Pesquisa Ensino em Ciência e Tecnologia, e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa
em Seres Humanos da Universidade de Fortaleza, sob o parecer de nº 074/2009 na data
26/03/2009. O estudo se configura em pesquisa participante (SEVERINO, 2016) com
abordagem qualitativa (MINAYO, 2015).

A coleta das informações foi realizada no Instituto Filippo Smaldone, uma escola
especializada no ensino de crianças surdas em Fortaleza, no Ceará, no período de setembro a
dezembro de 2017. O Instituto oferece o serviço educacional e o de inclusão social dessa
criança surda e traz em sua proposta o bilinguismo e a adaptação às necessidades da pessoa
surda, sendo assim um campo compatível com a proposta da pesquisa.

A pesquisa teve como foco crianças surdas na idade de oito a dez anos, de qualquer
gênero e que tenham interesse em música. Esta faixa etária foi definida para estar de acordo
com o jogo TOC TUM, já que o estudo está sendo elaborado dentro do contexto do
subprojeto de seu desenvolvimento.

Inclui-se crianças com grau de surdez variado e utiliza-se como critério de exclusão
crianças surdas com outras deficiências associadas, porque possuem especificidades não
atendidas pelo jogo.

Na seleção dos sujeitos, o interesse por música e ritmos foi averiguado por meio de um
instrumento elaborado pela própria equipe de pesquisa. Consiste em um conjunto de sete
desenhos para colorir, cada um representando uma brincadeira diferente. Solicita-se, na
aplicação, que a criança escolha as duas que mais a interessam. Foram chamadas para
participar do projeto as crianças que coloriram as figuras na seguinte ordem de preferência: a
brincadeira predominantemente musical (tocar instrumentos), as brincadeiras musicais e
corporais (brincadeira de roda e dança das cadeiras), as brincadeiras predominantemente
corporais (cabo de guerra e amarelinha) e as brincadeiras predominantemente mentais
(empilhar objetos e xadrez).
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Como técnica de coleta de informações foi utilizada entrevista semiestruturada


(SEVERINO, 2016, LAKATOS; MARCONI, 2010), baseada em um roteiro utilizado após as
aplicações dos jogos analógicos (Apêndice A), onde todas as perguntas foram traduzidas para
Língua Brasileira de Sinais - Libras. Também será utilizada a observação direta. As
informações dessa observação serão registradas em diário de campo, definido por Severino
(2016) e Minayo (2015) como uma ferramenta de documentação pessoal do pesquisador que
possibilita a reflexão da rotina das pessoas acompanhadas, favorecendo a comparação do
quadro evolutivo analisando limites e desafios da prática profissional e de pesquisa.

A coleta de dados seguiu as seguintes etapas: aplicação atividades e jogos analógicos


para iniciação musical, registrando informações em diário de campo; aplicação de roteiro de
entrevista semiestruturada individualmente com cada criança com a finalidade de aprofundar
os aspectos já observados durante as atividades.

Foi adotado o método Análise do Discurso (BARDIN, 2009), mais especificamente


Análise Temática, definido por Minayo (2015) como tendo diferencial em descobrir os
núcleos de sentido que constituem a comunicação em que a presença ou frequência tragam
significados para o objetivo do estudo.

A pesquisa adotará os princípios éticos preconizados pela Resolução nº 466/12 do


Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012), que regulamenta pesquisas envolvendo seres
humanos.

Aos participantes será garantido o anonimato por meio da utilização de siglas,


referindo-se às cinco crianças entrevistadas como P (participante) seguindo de um número
referencial.

A coleta de informações ocorrerá mediante a assinatura do Termo de Consentimento


Livre e Esclarecido (TCLE) pelos pais/responsáveis de cada criança participante da pesquisa
(ANEXO B) e do Termo de assentimento pela criança participante (ANEXO B).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram da entrevista semiestruturada cinco crianças, onde cada uma pôde falar
sobre sua experiência com música. As perguntas eram relativas à experiência prévia com
música, à vivência dos jogos e brincadeiras do grupo de musicalização e à nota que essas
crianças dariam a sua experiência geral com música. Diante dos resultados extraídos da
observação direta dos jogos e brincadeiras, do diário de campo desenvolvido e das falas
coletadas na entrevista semiestruturada, surgiram alguns núcleos temáticos importantes para a
discussão.

3.1 O papel da sociedade na musicalização


Todas as crianças entrevistadas responderam já ter experiência prévia com música.
Dessas, quatro relataram ter tido essa experiência por meio de pessoas próximas ouvintes,
como pais, irmãos e amigos, identificando a música como elemento social.

“Em casa, minha mãe escuta. Percebo e gosto muito.” (P3)

O ser humano, surdo ou não, é um ser musical em potencial que interage, expressa-se
e encontra prazer na musicalidade desde os primórdios da história (HAGUIARA-
CERVELLINI, 2003). Sendo assim, a criança surda também tem o direito de ter contato com
esse elemento tão humano, que se entranha em meio às relações sociais, de forma natural, sem
a abordá-la objetivando igualar surdo e ouvinte, mas sim respeitando seu espaço e forma de
senti-la.

A família mostrou-se, nos discursos de cada criança, um importante canal de


estimulação à musicalidade. É preciso evidenciar para esta família o valor que ela pode
agregar à criança, não apenas como forma de tratamento, mas como forma de estimular o
desenvolvimento como indivíduo, a sua afetividade, além de sua motricidade e cognição.

3.2 Motivação para a musicalização


Ao serem questionados sobre os jogos e brincadeiras musicais realizados na escola
durante o período de coleta, as crianças se mostraram entusiasmadas, relembrando cada
brincadeira realizada. Esse entusiasmo também foi percebido a cada dia de atividade quando
passávamos para chamar as crianças.
10

Brincadeiras legais, muito boas, “adorei.” (P3)

Haguiara-Cervellini (2003) sugere que a musicalidade e o mundo de sons e ritmos


são intrínsecos ao ser humano e estão presentes desde as primeiras semanas de vida, ainda no
ventre da mãe, com suas pulsações e movimentos. À medida que cresce, passa a perceber o
ritmo do seu próprio organismo e do mundo ao seu redor. A música é então um elemento
externo ritmado o qual as pessoas, especificamente os surdos, podem sentir, reproduzir e
produzir, criando sua própria musicalidade.

Outro fator contribuinte para a motivação das crianças participantes é a ludicidade


proporcionada nas atividades realizadas. Segundo Ferland (2006 apud ZEN; OMAIRI, 2009):
“[...] a criança é capaz de experimentar através da brincadeira o
prazer, a descoberta, domínio, criatividade e expressão, que levarão a
um determinado efeito no desenvolvimento dessa criança. Sendo que
uma das principais características do brincar é o prazer que essa
atividade proporciona, é de fundamental importância à existência
desse prazer para que o brincar realmente aconteça.”

Destacou-se um dos jogos que consistia em vendar os olhos e procurar um


instrumento de percussão apenas pelo som emitido e/ou vibração, pois foi citado por mais de
uma criança e nele o prazer do brincar superou até mesmo o medo de brincar sem usar sua
visualidade. O brincar, atividade ocupacional da criança, imprescindível para seu
desenvolvimento, é também uma atividade atrativa para ela, motivando à participação no
grupo.

3.3 “E viu que era muito bom!”3

3
Referência a citação bíblica de Gênesis.
11

Ao final da entrevista, foi feita uma enquete aos participantes para saber que nota
eles dariam a sua experiência individual com música (Figura 1) e foram unânimes marcando a
opção “1. Muito Bom”. Tal resultado demonstra a efetividade da mediação feita entre o surdo
e a musicalidade, inspirado no modelo de Vygotsky, citado por Munguba (2002). O surdo está
na Zona de Desenvolvimento Potencial, e quando estimulado à musicalidade de maneira
respeitosa a sua cultura e forma de percepção de mundo, ele de chegar a se interessar,
reproduzir e até produzir música.

Figura 1. Enquete sobre experiência musical

Os dados da enquete também nos dão pista do significado que a música tem para
essas crianças. Segundo Houssais e Villar (2008), a palavra significado quer dizer o sentido
que alguém dá a algo, ou ainda a importância/valor atribuído. As crianças participantes deram
a sua experiência pessoal com música a nota máxima do teste.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Falar sobre iniciação musical de crianças surdas é um assunto que causa desconforto.
De um lado, causa estranhamento ao senso comum, de outro, provoca o medo de surdos que
passaram pela ditadura do “ouvintismo”.
O surdo traz consigo sua cultura e uma maneira diferente do ouvinte de perceber os
estímulos ao seu redor e, para levar a musicalidade a ele é preciso saber abranger esses
aspectos que são alheios a nós ouvintes, especialmente a sua forma gesto-visual de interação.
12

Essas razões nos levaram a desenvolver a musicalidade por meio de jogos e brincadeiras que
estimulavam ritmo, hora de tocar e de parar, entre outros aspectos da música que contribuíram
para formação de significado.
Por fim, é preciso que terapeutas ocupacionais, pedagogos e familiares trabalhem
juntos, desenvolvendo estratégias para um desenvolvimento mais completo da criança surda,
nos aspectos cognitivos, motores, mas também emocionais e sensitivos.

6 REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.

BRASIL. Resolução CNS no 466, de 12 de Dezembro de 2012. Brasília: Diário Oficial da


União, 13 jun. 2013. Seção 1.

DESLANDES, S. F.; GOMES, R.; MINAYO, M. C. S. (Orgs.). Pesquisa social: teoria,


método e criatividade. 34. ed. Petrópolis: Vozes, 2015. (Coleção temas sociais).

HAGUIARA-CERVELLINI, N. A musicalidade do surdo: representação e estigma. São


Paulo: Plexus, 2003.

HOUSSAIS, A.; VILLAR, M. S. Minidicionário Houssais da língua Portuguesa. 3. ed. Rio


de Janeiro: Objetiva, 2008.

INSTITUTO FILIPPO SMALDONE (Fortaleza). Educação. Disponível em:


<http://filipposmaldone.blogspot.com.br/p/educacao.html>. Acesso em: 28 nov. 2016.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São


Paulo: Atlas, 2010.

MUNGUBA, M. C. Videogame: estratégias de aprendizagem, visão do terapeuta ocupacional


para o século XXI: aporte para terapeutas ocupacionais e pais. Fortaleza: Universidade de
Fortaleza, 2002. 143 p.
13

_______________, Abordagem da terapia ocupacional na disfunção auditiva. In:


CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia ocupacional: fundamentação & prática. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 385-398.

PEREIRA, J. Apreciar música não é uma exclusividade de quem ouve. 2001. Disponível
em: <http://www.alert-online.com/br/news/health-portal/apreciar-musica-nao-e-uma-
exclusividade-de-quem-ouve>. Acesso em: 24 out. 2016.

SÁ, N. R. L. Os surdos, a música e a educação. Disponível em:


<http://dialogica.ufam.edu.br/dialogicaV2-N5/Os surdos, a música e a educação.pdf>. Acesso
em: 16 nov. 2016.

SANTOS, C. A.; MARQUES, E. M.; PFEIFER, L. I.. A brinquedoteca sob a visão da terapia
ocupacional: diferentes contextos. Cadernos de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 2, n.
14, p.91-102, 2006. Disponível em: <http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-
content/uploads/2014/07/BRINQUEDOTECA-E-TERAPIA-OCUPACIONAL.pdf>. Acesso
em: 26 nov. 2016.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. rev. e atual. São Paulo:
Cortez, 2016.

SILVA, C. S. Educação musical para surdos: uma experiência na escola municipal Rosa do
Povo. 2007. 31 f. TCC (Graduação) - Curso de Licenciatura Plena em Educação Artística,
Centro de Letras e Artes, Unirio, Rio de Janeiro, 2007.

VYGOTSKY, L.S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: VYGOTSKY, L.S. A


formação social da mente. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

ZEN, Camila Cristiane; OMAIRI, Claudia. O modelo lúdico: uma nova visão do brincar para
a terapia ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da Ufscar, São Carlos, v. 17, n. 1,
p.43-51, jan. 2009.
14

7 – ANEXOS
_____________________________________________________________________
15

ANEXO A

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ


UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: Significados atribuídos pela criança surda à iniciação musical sob
o prisma do terapeuta ocupacional
NOME DO PESQUISADOR: Marilene Calderaro Munguba
ENDEREÇO: Av. Washington Soares, 1321, Bairro Edson Queiroz, CEP 60811-341,
Fortaleza-CE
TELEFONE: (085) 3477-3122

Prezado Pai ou Responsável,


Seu filho está sendo convidado a participar desta pesquisa, desenvolvida por Marilene
Calderaro Munguba, que irá investigar os significados atribuídos pela criança surda à vivência
musical sob o prisma do terapeuta ocupacional. Nós estamos desenvolvendo esta pesquisa
porque queremos saber qual a importância da iniciação musical mediada por jogo eletrônico
para a criança surda.

POR QUE SEU FILHO(A) ESTÁ SENDO CONVIDADO A PARTICIPAR?


O convite para a participação de seu filho se deve ao fato de ele(a) ser uma criança com grau
de surdez de severo a profundo, na faixa etária de 8 a 10 anos de idade, matriculado
regularmente no Instituto Filippo Smaldone.

2. COMO SERÁ A MINHA PARTICIPAÇÃO?


Ao participar desta pesquisa, seu filho(a) irá participar de aplicação de um jogo eletrônico de
iniciação musical, de vivências com instrumentos musicais e entrevistas acerca do tema
abordado. Lembramos que a participação de seu filho(a) é voluntária, isto é, ela não é
obrigatória, e você tem plena autonomia e liberdade para decidir se ela(a) pode ou não
participar.
Você pode desistir da participação a qualquer momento, mesmo após ter iniciado as
intervenções sem nenhum prejuízo para você ou seu filho(a). Não haverá nenhuma
penalização caso você decida não consentir a participação, ou desistir dela. Contudo, ela é
muito importante para a execução da pesquisa. A qualquer momento, durante a pesquisa ou
posteriormente, você poderá solicitar do pesquisador informações sobre a participação e/ou
sobre a pesquisa, o que poderá ser feito através dos meios de contato explicitados neste
Termo.

Assinatura do pesquisador_______________________
Assinatura do pai ou responsável_______________________
16

3. QUEM SABERÁ SE EU DECIDIR PARTICIPAR?


Somente o pesquisador responsável e sua equipe saberá que você está participando desta
pesquisa. Ninguém mais saberá da sua participação. Entretanto, caso você deseje que o nome
do seu filho(a) / seu rosto / sua voz ou o nome da sua instituição conste do trabalho final, nós
respeitaremos sua decisão. Basta que você marque ao final deste termo a sua opção.

4. GARANTIA DA CONFIDENCIALIDADE E PRIVACIDADE.


Todos os dados e informações que seu filho(a) irá nos fornecer serão guardados de forma
sigilosa. Garantimos a confidencialidade e a privacidade dos seus dados e das suas
informações. Toda informação será utilizada somente para esta pesquisa. A entrevista
somente será gravada se houver sua autorização e a gravação será feita para que nenhuma
informação seja perdida. O material da pesquisa, com os seus dados e informações, será
armazenado em local seguro e guardado em arquivo por pelo menos 5 anos após o término da
pesquisa. Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da
pesquisa. Caso você autorize que a imagem do seu filho(a) seja publicada, teremos o cuidado
de anonimizá-la, ou seja, o rosto dele ficará desfocado e/ou colocaremos uma tarja preta na
imagem dos olhos dele e ninguém saberá quem é.

5. EXISTE ALGUM RISCO SE EU PARTICIPAR?


A pesquisa oferece um risco mínimo devido à exposição, podendo ser minimizado por meio
da interrupção da entrevista.

6. EXISTE ALGUM BENEFÍCIO SE EU PARTICIPAR?


Os benefícios esperados com a pesquisa são no sentido de contribuir para a iniciação musical
dos sujeitos participantes, a partir do jogo eletrônico TOC TUM e dos jogos analógicos com
instrumentos.

7. FORMAS DE ASSISTÊNCIA E RESSARCIMENTO DAS DESPESAS.


Se você necessitar de esclarecimento ou orientações, como resultado encontrado nesta
pesquisa, você será encaminhado por Marilene Calderaro Munguba para o serviço de Terapia
Ocupacional do Núcleo de Assistência Médica integrada – NAMI, situado na Rua
Desembargador Floriano Benevides Magalhães, 221 - Edson Queiroz, Fortaleza – CE com o
número telefônico (85) 3477-3611. Caso o Sr(a). aceite que seu filho(a) participe da pesquisa,
não receberá nenhuma compensação financeira. No caso de algum gasto resultante da sua
participação na pesquisa e dela decorrentes, você será ressarcido, ou seja, o pesquisador
responsável cobrirá todas as suas despesas e de seus acompanhantes, quando for o caso, para
a sua vinda até o centro de pesquisa.

Assinatura do pesquisador_______________________
Assinatura do pai ou responsável_______________________
17

8. ESCLARECIMENTOS
Se você tiver alguma dúvida a respeito da pesquisa e/ou dos métodos utilizados nela, pode
procurar a qualquer momento o pesquisador responsável.

Nome do pesquisador responsável: Marilene Calderaro Munguba.


Endereço: Av. Washington Soares, 1321, Bairro Edson Queiroz, CEP 60811-341.
Telefone para contato: (085) 3477-3122
Horário de atendimento: 08:00hs às 12:00hs e 13:30hs às 18:00hs

Se você desejar obter informações sobre os seus direitos e os aspectos éticos envolvidos na
pesquisa, poderá consultar o Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza. O Comitê de
Ética tem como finalidade defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua
integridade e dignidade, e tem o papel de avaliar e
monitorar o andamento do projeto, de modo que a pesquisa respeite os princípios éticos de
proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da não maleficência, da
confidencialidade e da privacidade.

Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade de Fortaleza – COÉTICA

Av. Washington Soares, 1321, Bloco da Reitoria, Sala da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-
Graduação, 1º andar.
Bairro Edson Queiroz, CEP 60811-341.
Horário de Funcionamento: 08:00hs às 12:00hs e 13:30hs às 18:00hs.
Telefone (85) 3477-3122, Fortaleza-CE.

9. CONCORDÂNCIA NA PARTICIPAÇÃO
Se o Sr(a). estiver de acordo com a participação de seu filho(a) na pesquisa, deve preencher e
assinar este documento, que será elaborado em duas vias: uma via deste Termo ficará com o
Senhor(a) e a outra ficará com o pesquisador. O representante legal do participante, quando
for o caso, deve rubricar todas as folhas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –
TCLE, apondo a sua assinatura na última página do referido Termo. O pesquisador
responsável deve, da mesma forma, rubricar todas as folhas do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido – TCLE, apondo sua assinatura na última página do referido Termo.

Assinatura do pesquisador_______________________
Assinatura do pai ou responsável_______________________
18

10. USO DE VOZ E/OU IMAGEM


Caso o Senhor deseje que o nome do seu filho(a), seu rosto ou sua voz apareça nos resultados
da pesquisa, sem serem anonimizados, marque um dos itens abaixo.
____ Eu desejo que o nome do meu filho conste do trabalho final.
____ Eu desejo que o rosto/face do meu filho conste do trabalho final.
____ Eu desejo que a voz do meu filho conste do trabalho final.

11. CONSENTIMENTO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o
Sr._________________________________________________, portador da cédula de
identidade __________________________, declara que, após leitura minuciosa do TCLE,
teve oportunidade de fazer perguntas e esclarecer dúvidas que foram devidamente explicadas
pelos pesquisadores. Ciente dos serviços e procedimentos aos quais seu filho(a),
_________________________________________________, será submetido, e não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO em participar voluntariamente desta pesquisa.

E, por estar de acordo, assina o presente termo.

Fortaleza, _______ de ________________ de _____.

__________________________________________________
Assinatura do pai ou responsável

_________________________________________________
Assinatura do pesquisador

__________________________________________________
Impressão dactiloscópica
19

ANEXO B
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

TERMO DE ASSENTIMENTO

Assentimento do menor (8 a 10 anos de idade) para participar de uma pesquisa

Título da pesquisa: Significados atribuídos pela criança surda à iniciação musical sob o
prisma do terapeuta ocupacional
Patrocinador da pesquisa: Universidade de Fortaleza - Unifor
Nome da Pesquisadora: Marilene Calderaro da Silva Munguba
Número de telefone da pesquisadora: (85) 34773203

1. Como será a pesquisa?


Você está sendo convidado a participar desta pesquisa, desenvolvida por Marilene Calderaro
Munguba, que irá investigar os significados atribuídos pela criança surda à vivência musical
sob o prisma do terapeuta ocupacional. Nós estamos desenvolvendo esta pesquisa, porque
queremos saber qual a importância da iniciação musical mediada por jogo eletrônico para a
criança surda.

Seus pais permitiram que você participe. Você não precisa participar da pesquisa se não
quiser, é um direito seu, não terá nenhum problema se desistir. As crianças que irão participar
dessa pesquisa têm de 8 a 10 anos de idade. Uma pesquisa é uma forma de entender como
novos projetos podem ser realizados.

Queremos saber se há surdos que tenham interesse música; como este aprendizado possa ser
proveitoso para eles; e se o jogo eletrônico pode ajudar nesse aprendizado.

2. A pesquisa poderá ajudar você?


• Os benefícios esperados com a pesquisa são no sentido de contribuir para a iniciação
musical dos sujeitos participantes, a partir do jogo eletrônico TOC TUM e dos jogos
analógicos com instrumentos.

Rubrica do pesquisador__________________________________
Rubrica do participante___________________________________
20

3. O que acontecerá se você participar da pesquisa?


Caso você aceite participar, pedimos para você comparecer nas aplicações dos jogos que
acontecerão no horário de aula. Você também precisará responder algumas perguntas após
aplicação dos jogos.

• Você também pode mudar de ideia e deixar a pesquisa mais tarde, mesmo que você já tenha
começado a participar.

• Você precisará visitar o local da pesquisa várias vezes durante 9 meses.

• A pesquisadora Vitória Rodrigues estará sempre aberta para ouvir sugestões e críticas
relacionadas aos jogos.

4. Você tem que participar dessa pesquisa?


• Converse com sua mãe, com o seu pai ou com a pessoa que toma conta de você sobre como
você se sente.

• Se você não quiser participar da pesquisa, ninguém ficará chateado com você.

• Você precisa dizer para sua mãe, para seu pai ou para a pessoa que toma conta de você se
você quiser desistir da sua participação por alguma razão.

5. Alguém saberá se você participar dessa pesquisa?


• Ninguém saberá que você está participando da pesquisa, não falaremos a outras pessoas,
nem daremos a estranhos as informações que você nos der.
• Quando terminarmos a pesquisa, você poderá lê-la. Daremos o estudo para a diretora
Joseane do ICES.
• Se você tiver alguma dúvida, você pode me perguntar. Eu escrevi o meu telefone na parte de
cima desse texto.
• Sempre que você tiver dúvidas, faça quantas perguntas quiser.
Marcarei minha decisão abaixo, indicando se eu quero ou não participar deste estudo. Posso
mudar de ideia e parar o estudo a qualquer momento.

Rubrica do pesquisador__________________________________
Rubrica do participante___________________________________
21

6. Comitê de Ética que analisou a pesquisa.


O Comitê de Ética serve para defender as pessoas que participam de alguma pesquisa e para
verificar se ela está sendo feita da forma correta. Qualquer dúvida que você tenha sobre a sua
participação na pesquisa você avisa seu pai, sua mãe ou a pessoa que cuida de você para que
entre em contato conosco. Nos tiraremos todas as suas dúvidas sobre a sua participação na
pesquisa.
Abaixo você encontra o endereço aonde nós funcionamos e horário que poderá nos procurar:

Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade de Fortaleza – COÉTICA


Av. Washington Soares, 1321, Bloco da Reitoria, Sala da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-
Graduação, 1º andar.
Horário de Funcionamento: 08:00hs às 12:00hs e 13:30hs às 18:00hs.
Nome da criança (impresso/em letras de forma)
___________________________________________________
Data
_______________________________________________________
Assinatura da criança

A ser datado pelo participante ou por seu representante/testemunha se o participante não


puder ler.
_____________________________________________________
Nome do representante legal/testemunha, se aplicável (impresso/em letras de forma)*
_______________________________________________________
Assinatura Data

Rubrica do pesquisador__________________________________
Rubrica do participante___________________________________
22

*É necessária uma testemunha se o participante não puder ler (por exemplo, se for cego ou
analfabeto) ou se for indicado pelo plano da pesquisa. A testemunha deverá participar de toda
a discussão do consentimento do participante. Ao assinar este termo de consentimento, a
testemunha garante que as informações apresentadas neste termo foram explicadas ao
participante, que ele parece ter entendido o que foi explicado e que ele forneceu seu
consentimento por vontade própria.

A ser datado pela pessoa que assinou.


Pesquisador:
Expliquei o estudo de forma completa e cuidadosa à criança e aos pais/tutor legal. Foi dada a
eles uma oportunidade de fazer perguntas sobre a natureza, os riscos e os benefícios da
participação da criança nesta pesquisa.

______________ __________________________
Assinatura da pesquisadora - Data

________________________________________
Nome da pesquisadora impresso/em letras de forma

Rubrica do pesquisador__________________________________
Rubrica do participante___________________________________
23

8 - APÊNDICES
_____________________________________________________________________
24

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA


APÓS JOGOS MUSICAIS ANALÓGICOS

Número:_____________________________________________________
Idade:_______________ Série:________________ Data:___/___/___

1. Você experiência antes música já?


___________________________________________________________________________

2. Experiência como?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. Instrumentos experiência como?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

4. Jogos experiência como?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5. Jogos dificuldade você ter? Qual?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6. Nota experiência música nota qual?

1. MUITO 2. BOM 3. NEM BOM NEM 4. RUIM 5. MUITO


BOM RUIM RUIM
25

Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional / Brazilian Journal of Occupational


Therapy
ISSN: 2526-8910
Diretrizes para Autores

APRESENTAÇÃO DOS ORIGINAIS

Os originais devem ser encaminhados aos Cadernos Brasileiros de Terapia


Ocupacional/Brazilian Journal of Occupational Therapy por meio eletrônico no
site: www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br

FORMATO

Textos em português, inglês ou espanhol, digitados em arquivo do programa Microsoft Word


2007 ou posterior, papel tamanho A4, margens de 2,5 cm, espaço 1,5, letra Times New
Roman 12. Todos os parágrafos devem começar na coluna 1, sem tabulação.

Os textos submetidos deverão atender aos critérios de estruturação para a sua apresentação e
estarem de acordo com as diretrizes apontadas a seguir. É sugerido aos autores que façam
um checklist quanto à estrutura do texto antes de submetê-lo ao periódico. Os textos que não
atenderem aos itens mencionados serão devolvidos aos autores para adequação anteriormente
à avaliação pelos Editores de Seção. Seguem abaixo as diretrizes para elaboração da: 1) Folha
de Rosto e 2) Estrutura do Texto.

1. Folha de rosto

Abrange as seguintes informações: título, autores, contato do autor responsável e/ou de


correspondência (endereço institucional) e fonte de financiamento.

Título: Conciso e informativo. Em português e inglês. Quando o texto for apresentado em


espanhol, o título deve ser apresentado nos três idiomas (espanhol, português e inglês).

Informar, em nota de rodapé, se o material é parte de pesquisa e/ou intervenção.


26

No caso de pesquisas envolvendo seres humanos, indicar se os procedimentos éticos vigentes


foram cumpridos. No caso de análise de intervenções, indicar se todos os procedimentos
éticos necessários foram realizados. Informar, ainda, se o texto já foi apresentado em
congressos, seminários, simpósios ou similares.

Autores: Nome completo e endereço eletrônico do(s) autor(es). Informar maior grau
acadêmico, cargo e afiliação institucional de cada autor (instituição, cidade, unidade da
federação, país). O periódico aceita que sejam até cinco os autores do texto. Em casos
devidamente justificados, um número maior de autores poderá ser aceito pelos Editores-
Chefes.

Contato: Indicar autor responsável pela comunicação com a revista. Nome completo,
endereço institucional (instituição, rua, CEP, cidade, unidade da federação, país), endereço
eletrônico e telefone para contato.

Fonte de Financiamento: Os autores deverão informar se o trabalho recebeu ou não


financiamento.

Agradecimentos: Se houver, devem vir ao final das referências.

Contribuição dos Autores: Os autores devem definir a contribuição efetiva de cada um no


trabalho. Indicar qual a colaboração de cada autor com relação ao material enviado (i.e.:
concepção do texto, organização de fontes e/ou análises, redação do texto, revisão etc.).

Os autores deverão dispor em nota de rodapé a afirmação de que a contribuição é original e


inédita e que o texto não está sendo avaliado para publicação por outra revista.

2. Estrutura do Texto

Resumo e Abstract: Devem refletir os aspectos fundamentais dos trabalhos, com no mínimo
150 palavras e, no máximo, 250. Preferencialmente, adotar explicitação da estrutura do
trabalho, com colocação de subtítulos (Introdução, Objetivos, Método, Resultados e
Conclusão). Devem preceder o texto e estar em português e inglês.
27

Palavras-chave: De três a seis, em língua portuguesa e inglesa, apresentadas após o resumo e


após o abstract, respectivamente. As palavras-chave deverão vir separadas por vírgulas.
Consulte o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde – http://decs.bvs.br) e/ou o Sociological
Abstracts.

Tabelas: Devem estar citadas no texto através de numeração crescente (ex.: tabela 1, tabela 2,
tabela 3) e apresentar legenda numerada correspondente à sua citação. As tabelas deverão ser
apresentadas em formato editável (indica-se, preferencialmente, o uso do programa Microsoft
Word 2007 ou posterior para preparação e envio das tabelas em formato .doc). Tabelas devem
estar também devidamente identificadas e em escala de cinza. As tabelas devem estar
inseridas no texto, em formato editável, e não ao final do documento ou na forma de anexos.

Figuras: As figuras (diagramas, gráficos, quadros, imagens e fotografias) devem ser


fornecidas em alta resolução (300 dpi), em JPG ou TIF, coloridas e em preto e branco, e
devem estar perfeitamente legíveis. Toda figura deve estar citada no texto através de
numeração crescente (ex.: figura 1, figura 2, figura 3) e deve apresentar legenda numerada
correspondente. As figuras devem ser encaminhadas como documentação suplementar, em
arquivos separados e com a respectiva legenda. Todo diagrama, gráfico, quadros, imagem
e/ou fotografia deve ser nomeado(a) como figura.

Os textos podem apresentar no máximo cinco figuras e/ou tabelas.

Citações e Referências

Citações no texto: Quando o nome do autor estiver incluído na sentença, deve estar grafado
com as iniciais maiúsculas e com a indicação da data. Ex: Segundo Silva (2009), [...]. Se o
nome do autor vir entre parênteses, esse deve estar grafado em letras maiúsculas. Quando
houver mais de um autor, os nomes devem estar separados por ponto e vírgula. Ex: (SILVA;
SANTOS, 2010). Se os autores estiverem incluídos no corpo do texto/sentença, os nomes
deverão vir separados pela letra “e”. Ex: Segundo Amarantes e Gomes (2003); Lima, Andrade
e Costa (1999). Quando existirem mais de três autores em citações dentro ou fora dos
28

parênteses, deve-se apresentar o primeiro autor seguido da expressão “et al.”. Toda a
bibliografia utilizada e citada no texto deverá, obrigatoriamente, estar na lista de referências,
assim como toda a lista de referências deverá estar citada no texto.

As citações diretas (transcrição textual de parte da obra do autor consultado) com menos de
três linhas devem ser inseridas no corpo do texto entre aspas duplas; as citações diretas com
mais de três linhas devem ser destacadas do texto com recuo de 4 cm da margem esquerda,
com o tamanho da fonte um ponto menor que o da fonte utilizada no texto e sem aspas (nesses
casos, é necessário especificar na citação a(s) página(s) da fonte consultada).

Referências: Os autores são responsáveis pela exatidão das referências citadas no texto. As
referências deverão seguir as normas da ABNT NBR 6023/2002. Ao final do trabalho, as
referências devem ser apresentadas e ordenadas alfabeticamente, conforme os exemplos:

 Livro:

CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia ocupacional: fundamentação & prática. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

 Capítulo de livro:

CASTRO, E. D.; LIMA, E. M. F. A.; BRUNELLO, M. I. B. Atividades humanas e terapia


ocupacional. In: DE CARLO, M. M. R. P.; BARTALOTTI, C. C. Terapia ocupacional no
Brasil: fundamentos e perspectivas. São Paulo: Plexus, 2001. p. 41-59.

 Artigo de periódico:

LOPES, R. E. Terapia ocupacional em São Paulo: um percurso singular e geral. Cadernos de


Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 12, n. 2, p. 75-88, 2004.

 Tese:
29

MEDEIROS, M. H. R. A reforma da atenção ao doente mental em Campinas: um espaço para


a terapia ocupacional. 2004. 202 f. Tese (Doutorado em Saúde Mental) – Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

 Documentos eletrônicos:

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Cidades@: São


Carlos. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 21 jun. 2008.

Registro de ensaios clínicos

O periódico Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional/Brazilian Journal of Occupational


Therapy apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da
Saúde – OMS e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE,
reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de
informação sobre estudos clínicos em acesso aberto. Sendo assim, quando se tratar de
pesquisa clínica, somente serão aceitos para publicação os artigos que tenham recebido um
número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios
estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE
(http://www.icmje.org/faq_clinical.html). O número de identificação deverá ser registrado
ao final do resumo.

Revisão Ortográfica

Após a fase de apreciação, os textos aprovados serão submetidos à revisão de língua


portuguesa (todo o texto) e inglesa (versão do título, das palavras-chave e do resumo), sendo
que os autores deverão arcar com o custo desse trabalho, no valor de R$220,00/texto.

Justifica-se a elaboração de revisão ortográfica para a garantia da habilidade de comunicação


escrita dos textos a serem publicados e a sua leitura pelo público nacional e internacional.

Condições de Submissão

Não há cobrança de taxa de submissão.


30

É de responsabilidade dos autores a conferência de todas as normas especificadas.

Quando o artigo estiver aprovado, os autores deverão pagar a taxa de publicação no valor de
R$130,00, a fim de contribuir parcialmente com os custos de editoração científica.
Na ocasião do início do processo de publicação, os autores deverão pagar a taxa de R$220,00
referente à revisão de português e de inglês (especificamente título e abstract).
Os pagamentos deverão ser feitos pela conta FAI - Cadernos de Terapia Ocupacional - Banco
do Brasil - Ag: 1888-0, C.C.: 5996-X, Código Identificador: 6335-5, CNPJ: 66.991.647/0001-
30
Enviar comprovante de depósito, juntamente com a identificação do artigo,
para: cadto@ufscar.br

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