Você está na página 1de 24

GUIA DE MELHORES PRÁTICAS

EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA
Comissão Técnica Nacional
de Investimentos Imobiliários

GUIA DE MELHORES PRÁTICAS


EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

1ª Edição

São Paulo
Junho/2016

3
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Sumário
INTRODUÇÃO E OBJETIVO ........................................................................................................................... 5
1. NORMAS E LEIS ...................................................................................................................................................... 7
1.1 NORMAS DA ABNT ........................................................................................................................................... 7
1.2 REQUISITOS MÍNIMOS RECOMENDÁVEIS PARA ELABORAÇÃO DO LAUDO ........... 7
2.3 LEI ANTICORRUPÇÃO ................................................................................................................................... 8
2. PRINCÍPIOS ................................................................................................................................................................ 9
2.1 QUALIFICAÇÃO TÉCNICA ............................................................................................................................. 9
2.2 CONDUTA ÉTICA .............................................................................................................................................. 9
2.3 INDEPENDÊNCIA .............................................................................................................................................. 10
2.4 TERMOS DE COMPROMISSO ................................................................................................................... 10
2.5 TRANSPARÊNCIA ............................................................................................................................................. 11
2.6 CONFIDENCIALIDADE ................................................................................................................................... 11
2.7 CONFLITO DE INTERESSE .......................................................................................................................... 11
3. A AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................................... 13
3.1 METODOLOGIA ................................................................................................................................................... 13
3.2 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................................. 14
3.3 VISTORIA ................................................................................................................................................................. 15
3.4 LAUDO TÉCNICO/RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO .............................................................................. 16
3.5 VALOR ..................................................................................................................................................................... 17
3.6 DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO ................................................................................................................. 17
3.7 AMOSTRA .............................................................................................................................................................. 18
4. GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................................ 19
5. COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS ................ 20
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

INTRODUÇÃO E OBJETIVO

Motivação

As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) têm o compromisso máximo


de garantir o pagamento de benefícios a seus participantes de acordo com o regulamento
de cada plano.

Os investimentos imobiliários se constituem em uma importante fonte de rentabilidade para


essas instituições. Dessa forma, a criação de um guia de boas práticas de avaliação de imó-
veis visa:

1) Contribuir para uma melhor prática de avaliação dos ativos imobiliários;

2) Padronizar princípios e procedimentos entre as entidades;

3) Assegurar, aos usuários, a confiança de que a avaliação foi elaborada com elevados
padrões profissionais e de forma independente;

4) Auxiliar as entidades no sentido de busca pelo melhor desempenho e qualidade dos


trabalhos dos avaliadores externos.

Aplicação deste Guia

O guia destina-se às EFPC que, nos termos da regulamentação vigente, demandam laudo
de avaliação externo para balizar operações de compra, venda e locação de imóveis e para
reavaliação patrimonial dos ativos imobiliários de suas carteiras.

Este guia visa apresentar as melhores práticas em avaliação imobiliária requeridas pelas
entidades, sem caráter obrigatório e sem se sobrepor às normas vigentes. Assim, as EFPC
poderão utilizá-lo como referência no relacionamento com os avaliadores contratados e
demais agentes de mercado.

5
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

6
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

1. NORMAS E LEIS

1.1 Normas da ABNT

As avaliações devem atender às prescrições das normas internacionais tendo como referência
a legislação e regras nacionais, obedecendo às determinações da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), em especial as partes 1, 2 e 4 da NBR 14.653.

1.2 Requisitos Mínimos Recomendáveis para Elaboração do Laudo

As EFPC estão sujeitas ao cumprimento de regras em


relação à periodicidade e à forma de contabilização de
seus ativos imobiliários determinadas pelo órgão regula-
dor – PREVIC.

De acordo com a Instrução MPS/SPC Nº 34, de 24 de


setembro de 2009, em vigor, as EFPC estão obrigadas a
realizar avaliações imobiliárias de seus ativos, anualmen-
te, de forma prefencial ou, pelo menos, a cada três anos.
O resultado da reavaliação, positivo ou negativo, deve ser
contabilizado, de uma única vez, na conta do respectivo
ativo no prazo máximo de 180 dias, contados à partir da
data de emissão do laudo, no mesmo exercício social a
que se referir.

Ainda, em conformidade com a mesma norma, a avalia-


ção para alienação dos investimentos imobiliários pre-
cisa ter sido realizada em prazo inferior a 180 (cento e
oitenta) dias.

Para fins de contabilização do valor de avaliação, o ava-


liador deverá decompor o valor de mercado do imóvel
em valor de terreno e benfeitoria. Para aquelas que op-
tam por depreciar seus ativos, recomenda-se que seja
utilizado o horizonte de 50 (cinquenta) anos para a vida
útil-econômica do imóvel avaliando.

Dependendo da extensão da caracterização do imóvel avaliando, quantidade de dados de


mercado efetivamente utilizados (amostra) e identificação destes, dentre outros fatores

7
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

estabelecidos pela norma ABNT 14.653-2, a avaliação será classificada com grau de fun-
damentação nos níveis I, II ou III. Recomenda-se que as EFPC busquem preferencialmente
estudos que apresentem grau de fundamentação e de precisão no mínimo no nível II (dois).

1.3 Lei Anticorrupção

Recomensa-se adoção de práticas de comprometimento dos Prestadores de Serviços com a


inibição de atos de corrupção, devendo ser observado o que dispõe a Lei 12.846/13 no que
tange às EFPC.

8
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

2. PRINCÍPIOS

2.1 Qualificação técnica

O avaliador de imóveis deve possuir qualificação técnica


e experiência na área de avaliações, cumprindo todos os
requisitos exigidos pelas autoridades reguladoras.

Também, deve atender aos requisitos de conhecimento te-


órico da disciplina, experiência prática, conhecimento do
mercado imobiliário, e possuir as habilidades necessárias
para realizar a avaliação com competência.

Adicionalmente, deve manter-se atualizado, com qualificação


contínua por meio de treinamentos e pesquisas de mercado, e
somente aceitar trabalho para o qual esteja habilitado e capa-
citado, assessorando-se de especialistas, quando necessário.

2.2 Conduta Ética

A conduta ética é um componente vital na prática de avaliação, sendo recomendável ao


avaliador observar os valores éticos em escala global.

Os avaliadores devem agir sempre com integridade e evitar conflitos de interesse e quaisquer
outras ações ou situações que sejam inconsistentes com suas obrigações profissionais.

Ao avaliador não é permitido ignorar, se for de seu conhecimento, que o imóvel está sujeito
a qualquer risco (ambiental ou outros) à data de avaliação. Nesta situação, o avaliador deve
aconselhar o proprietário a contratar uma inspeção ambiental ou aquela que couber no caso
do risco identificado.

O avaliador jamais deve reproduzir trabalhos alheios publicados sem a devida citação. No
caso de trabalhos ainda não publicados, será necessária a autorização para reproduzi-lo.
Ao reproduzir, fazê-lo na íntegra, de modo a expressar corretamente o sentindo das teses
desenvolvidas.

O avaliador deverá buscar sempre descrever o imóvel da forma mais fidedigna possível,
acrescentando todo e qualquer detalhe relevante e que possa impactar no resultado final da
avaliação. E, quando da reavaliação dos mesmos ativos, atentar para alterações ocorridas
nas características do imóvel ao longo do tempo.

9
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

2.3 Independência

O avaliador deve agir com independência, integri-


dade e objetividade.

Quando a avaliação tiver um propósito que define cri-


térios específicos de independência, o avaliador deve
estabelecer os critérios exigidos e confirmar que se
enquadra nas condições do contrato a ser firmado.

O avaliador deverá assessorar com independência


o contratante, com o objetivo de retratar a reali-
dade.

2.4 Termos de Compromisso

O acordo deve estabelecer a relação comercial entre avaliador e cliente, preço e condições
de pagamento, as premissas e limitações, a identificação da metodologia a ser aplicada, prazo
de entrega e outros assuntos pertinentes.

O avaliador e o cliente devem concordar com o contexto e escopo da avaliação. A definição


das atribuições inclui:

• identificação dos imóveis envolvidos na avaliação;


• identificação dos direitos de propriedade a serem avaliados;
• finalidade da avaliação e quaisquer limitações relacionadas;
• identificação de todos os subcontratantes ou agentes e a sua contribuição;
• definição do valor de base apurado;
• data a partir da qual a estimativa de valor será aplicada;
• a data do relatório;
• identificação do escopo da avaliação e do relatório;
• independência, identificação de quaisquer condições contingentes e limitantes sobre o qual
a avaliação se baseia.

Os avaliadores devem, de acordo com as normas ABNT, envidar esforços na difusão de


conhecimentos para a melhor e mais correta compreensão dos aspectos técnicos e assun-
tos relativos ao exercício profissional e expressar-se publicamente sobre assuntos técnicos
somente quando devidamente capacitado para tal.

10
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

2.5 Transparência

O avaliador deve sempre informar para o cliente, antes de emitir qualquer relatório, quaisquer
restrições e/ou limitações verificadas durante o processo de avaliação.

A utilização de uma base de valor não reconhecida nas normas usuais de avaliação consti-
tuirá uma prática que deve ser claramente estabelecida nas condições de contratação e do
relatório. O relatório deve, também, incluir uma indicação da diferença entre a base usada e
o equivalente mais próximo reconhecido como base.

É conveniente e recomendável que qualquer instrução específica ou fora do usual de um clien-


te para o avaliador seja feita por escrito e declarada a total responsabilidade pela solicitação.

2.6 Confidencialidade

Quaisquer quesitos de confidencialidade devem estar relacionados


no termo de compromisso entre o avaliador e o contratante.

O avaliador deve tratar as informações relativas ao objeto da ava-


liação como confidenciais, com exceção daquelas de domínio públi-
co, sejam elas de caráter técnico, financeiro ou de outra natureza.

2.7 Conflito de Interesse

O avaliador deverá, de acordo com as normas ABNT,


declinar de sua contratação e informar as razões ao
cliente, se houver motivo de impedimento ou suspei-
ção em decorrência de conflito de interesse.

Evitar potenciais mal-entendidos ou erros de aplicação


da metodologia de avaliação é da responsabilidade do
avaliador, quando o seu propósito for a apuração de
valor diferente do valor de mercado.

Deve ser explicitado qualquer potencial conflito de in-


teresses quando o objeto da avaliação for um imóvel
em que o avaliador, ou a empresa do avaliador, tenha
outro envolvimento na mesma transação para qual a
avaliação se destina.

11
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

12
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

3. A AVALIAÇÃO
3.1 Metodologia

A metodologia para elaborar a precificação deve ser


consistente com as melhores práticas reconhecidas
globalmente.

Como pré-requisito da avaliação, deve-se distinguir


quais são as características da propriedade para
então eleger o método de avaliação a fim de evitar
equívocos de valoração.

A metodologia escolhida deve ser compatível com a


natureza do bem avaliando, a finalidade da avaliação
e os dados de mercado disponíveis.

A norma privilegia o método comparativo de dados de


mercado. Contudo, é desejável considerar também a
adoção do método da renda para avaliações de aqui-
sições, alienações ou empreendimentos que tenham
o fator sinergia em sua composição, como shopping
centers ou hospital, visando capturar na precificação
as premissas que melhor reflitam as características e
as perspectivas do ativo e de mercado.

O método evolutivo é aceitável para derivar um subs-


tituto para o valor de mercado limitado, ou especia-
lizado, para propriedades onde os dados relevantes
são escassos ou inexistentes no mercado.

Recomenda-se a utilização do método involutivo


para os casos em que o objetivo da avaliação seja
capturar o valor do potencial construtivo de um de-
terminado terreno.

Caso necessário, o componente terreno deve ser avaliado por outro método além do com-
parativo de dados de mercado, com vistas a apurar seu valor.

13
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

3.2 Procedimentos

O avaliador deve realizar uma análise preliminar que contemple a seleção de dados e in-
formações pertinentes ao processo de avaliação para se familiarizar com o mercado e a
propriedade em estudo.

A avaliação deve ser distinta do laudo de avaliação. A avaliação inclui todas as pesquisas,
dados, raciocínio, análise e conclusões necessárias para chegar a uma estimativa de valor.
Já, o laudo de avaliação comunica esses processos e conclusões.

Cabe destacar que todos os registros devem es-


tar disponíveis no caso de questionamentos que
possam ser posteriormente efetuados por órgãos
reguladores, auditorias e outros interessados.

Os procedimentos quantitativos e qualitativos


devem ser considerados para então conciliar os
resultados e apurar o valor de mercado.

As complexidades do mercado devem ser reco-


nhecidas e, eventuais diferenças entre os merca-
dos e entre propriedades individuais devem estar
refletidas de modo acurado e confiável.

Todos os ativos devem ser avaliados individualmente.

A avaliação de um imóvel deve ser realizada com o intuito de fornecer ao contratante, infor-
mações objetivas e rigorosas referendando o melhor preço que poderia ser obtido, caso o
imóvel fosse alienado no momento da avaliação, em condições normais de mercado.

O avaliador deve apontar o uso mais adequado de uma propriedade considerando o que é
fisicamente possível, devidamente justificado, legalmente permitido, financeiramente viável, e
que resulte no mais elevado valor e melhor uso do imóvel a ser avaliado.

Deve ser relacionado o conjunto de direitos de propriedade, bem como restrições públicas
ou privadas, tais como servidões, direitos de passagem, a densidade para desenvolvimento,
zoneamento e outras restrições que podem onerar a propriedade.

Fatores sociais, econômicos, governamentais, e ambientais que possam influenciar o valor


de mercado devem ser examinados e analisados para melhor entender o empreendimento.
Qualquer outro fator a ser considerado deve ser investigado em maior detalhe.

14
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

O avaliador deverá solicitar ao contratante a relação de documentos e informações neces-


sárias para subsidiar o estudo da avaliação.

Quando um imóvel for ocupado pelo proprietário, o valor de avaliação deve se basear em
metodologia e dados de mercado aplicáveis ao avaliando.

Sempre que existirem contratos de locação entre empresas de um mesmo grupo, o avaliador
deve considerar os parâmetros do mesmo, em face às condições de mercado.

3.3 Vistoria

O principal objetivo da vistoria é avaliar a posição do imóvel


em termos de mercado quanto à localização, equipamentos,
estrutura e a atratividade global do edifício considerando as
alternativas disponíveis em um nível de renda equivalente.

A vistoria deve ser efetuada com o objetivo de conhecer


e caracterizar o bem avaliando e sua adequação ao seu
segmento de mercado, resultando em condições para a
orientação da coleta de dados.

A vistoria deve ser sempre realizada com a extensão ne-


cessária para produzir uma avaliação profissionalmente
adequada para a sua finalidade.

Nenhuma avaliação deve prescindir de vistoria. O imóvel


avaliando deve ser vistoriado por um avaliador qualifica-
do, obrigatoriamente a cada nova avaliação, ainda que na
eventualidade de ser sempre o mesmo avaliador.

Dados específicos do empreendimento, ou diretamente relevantes para a propriedade e mes-


mo para seus pares, devem ser coletados e examinados, tais como: dados do local, custos e
depreciação, receita e despesa, investimento e taxa de rendimento, histórico da propriedade
e de utilização, e outras informações pertinentes e geralmente consideradas por compradores
e vendedores em suas negociações e transações.

Em casos excepcionais, quando for impossível o acesso ao bem avaliando, admite-se a ado-
ção de uma situação paradigma, desde que acordada entre as partes e explicitada no laudo.

15
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

3.4 Laudo Técnico/Relatório de Avaliação

O relatório deve definir com clareza e precisão as conclusões da avaliação e conter, no míni-
mo, as seguintes informações:

i. Identificação do contratante e contratado;


ii. Objetivo do trabalho;
iii. Identificação e caracterização do bem avaliado;
iv. Indicação do(s) método(s) utilizado(s), com justificativa da escolha;
v. Identificação dos imóveis que compõem a amostra quando utilizado o método comparativo
de dados de mercado;
vi. Análise setorial e diagnóstico de mercado;
vii. A base de valor;
viii. Resultado da avaliação e sua data de referência;
ix. Segregação do valor em terreno e benfeitoria;
x. Qualificação legal e assinatura do(s) profissional(is) responsáveis pela avaliação;
xi. Grau de fundamentação e precisão;
xii. Idade aparente e vida útil remanescente do bem avaliado;
xiii. Local e data do laudo.

Quando a forma de reportar não representar


completamente toda a base para a avaliação,
o avaliador deverá identificar quais os itens
do escopo da avaliação não foram abordados
em seu laudo.

Sempre que o avaliador considerar o regime


fiscal do proprietário para fins de apuração
do valor de mercado, tal fato deve ser men-
cionado no relatório.

A base de valor, juntamente com a sua defini-


ção, deve ser declarada na íntegra no relató-
rio. Quando a base de valor não for atribuída
ao valor de mercado e a avaliação for mate-
rialmente diferente do valor de mercado, uma
declaração nesse sentido deve ser feita.

É desejável que conste no relatório uma pesquisa de inteligência de mercado acerca da região
e concorrência em que o ativo imobiliário está inserido, de modo que subsidie as EFPC quanto
ao estágio de maturidade e potencial de valorização do ativo.

16
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

3.5 Valor

Para distinguir as relações subjetivas que po-


dem ocorrer entre os agentes em torno de
uma transação, o avaliador deve determinar a
base de valor mais adequada para cada ava-
liação a ser elaborada.

O valor de mercado é o tipo mais comumente


adotado, mas outros tipos de valores também
existem, tal como o valor justo.

A apuração do valor de mercado requer o de-


senvolvimento de avaliações unicamente com
base em dados de mercado.

O valor justo é o preço estimado para a trans-


ferência de um ativo a partir de uma tran-
sação entre as partes identificadas, que co-
nheçam o negócio, e que reflita os interesses
respectivos dessas partes.

Caso nenhuma dessas bases seja adequada para uma determinada avaliação, o avaliador
deverá apresentar justificativa bem fundamentada sobre os motivos para utilização de outra.

3.6 Divulgação do Relatório

As divulgações apropriadas, a identificação e a definição dos termos e limitações quanto à


aplicabilidade da avaliação devem estar declaradas no laudo de avaliação.

A data do relatório refere-se à data em que o relatório de avaliação foi assinado. A data de
avaliação é a data de referência da avaliação.

De acordo com as normas da ABNT, o laudo de avaliação pode ser apresentado nas moda-
lidades simplificado, contendo de forma sucinta as informações necessárias ao seu enten-
dimento, ou completo, abrangendo todas as informações necessárias e suficientes para ser
auto-explicável.

É desejável que o avaliador apresente ao contratante um documento resumo com as principais


informações da avaliação.

17
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

O laudo deverá apresentar certificado ou declaração caso seja elaborado de acordo com
padrões internacionalmente reconhecidos no mercado.

A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica


(RRT) deverá obrigatoriamente acompanhar o laudo físico.

3.7 Amostra

Os dados de mercado devem ser coletados, de acordo com o tipo e especificações da proprie-
dade em análise, caso contrário deverá ser apresentada justificativa pelo avaliador. Também,
devem ser tratados para a obtenção de modelos de acordo com a metodologia escolhida.

É desejável ter indicadores de comparação que reflitam as diferenças entre propriedades


com intuito de facilitar a análise.

Assim, recomenda-se haver um esforço do avaliador em apresentar uma amostra que des-
creva e fundamente cada elemento utilizado, bem como sua fonte, a fim de evidenciar sua
origem e garantir a rastreabilidade dos dados.

Uma amostra qualificada é aquela que contemple o maior número possível de elementos cujo
valor seja oriundo de negociação efetiva.

18
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

4. GLOSSÁRIO

Avaliador: pessoas físicas ou jurídicas le- Método Involutivo: identifica o valor de


galmente habilitadas para realizar estudo de mercado de terreno ou gleba, a partir do seu
precificação do ativo imobiliário, não sendo melhor aproveitamento econômico e permis-
permitida a vinculação direta ou indiretamen- são legal. Deve ser utilizado após exauridas
te ao contratante do serviço. as mínimas condições de utilização do méto-
do comparativo de dados de mercado, quer
Grau de Fundamentação: estabelecido seja por ausência de amostra ou por escopo
para indicar o empenho no trabalho da ava- do serviço contratado.
liação, seja pela confiabilidade, como também
pela qualidade e quantidade dos elementos Valor de Mercado: estimativa do montan-
amostrais disponíveis e utilizados de acordo te mais prováve em termos monetários, pelo
com a metodologia selecionada. qual, à data da avaliação, o imóvel poderá ser
transacionado num mercado livre, aberto e
Grau de Precisão: estabelecido quando se competitivo e que, após adequada exposição,
permite aferir o nível de certeza e o de erro reúna todas as condições para uma venda
tolerável. Dependerá da qualidade e quantidade normal entre um vendedor e um comprador
dos elementos amostrais selecionados, da con- que atuem de livre vontade, com prudência,
juntura de mercado e da metodologia adotada. plena informação e interesses equivalentes,
assumindo que o preço não é afetado por
Método Comparativo de Dados de estímulos específicos ou indevidos.
Mercado: identifica o valor de mercado
utilizando modelo estatístico ou de homo- Valor Justo: valor estimado para a transfe-
geneização de amostras de mercado, com- rência de um ativo a partir de uma transação
paráveis ao imóvel avaliado. É o método entre as partes identificadas, que conheçam
preferencialmente recomendado. o negócio, e que reflita os interesses respec-
tivos dessas partes.
Método da Capitalização da Renda: iden-
tifica o valor de mercado utilizando o modelo Base de Valor: o avaliador deve determinar
de fluxo de caixa descontado, adotando pre- a base de valor mais apropriada para cada
missas aderentes à capitalização e cenários avaliação a ser elaborada. As bases mais
viáveis para estimar o valor do imóvel. observadas são (i) valor de mercado e (ii)
valor justo. Caso nenhuma dessas bases seja
Método Evolutivo: utilizado para estimar adequada para uma determinada avaliação,
o valor do imóvel pela soma da composição o avaliador deverá apresentar justificativa
do valor do terreno com o custo de reedição bem fundamentada sobre os motivos para
das benfeitorias devidamente depreciadas e utilização de outra.
o fator de comercialização, quando a indica-
ção for para valor de mercado.

19
GUIA DE MELHORES PRÁTICAS EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

5. COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE INVESTIMENTOS


IMOBILIÁRIOS

Diretor Responsável
Guilherme Velloso Leão (CASFAM)

Coordenador
Marcio Ventura da Silva (PREVI)

Membros
Antônio Carneiro Alves (PRECE)
Carla Safady Cesar Meireles (VALIA)
Daniela dos Santos Oliveira Hildebrandt de Melo (BRASILETROS)
Eduardo Arruda de Brito (TELOS)
Eneida Holandino Rego (VALIA)
Fábio Marzo de Oliveira (CBS PREVIDÊNCIA)
Francisco Fabrini de Augustinis (FUNCESP)
Leonardo Rodrigo Narciso (PREVIDÊNCIA USIMINAS)
Max Leandro Ferreira Tavares (ELETROS)
Patricia Correa de Queiroz (REAL GRANDEZA)
Pedro Gabriel Boainain (FUNDAÇÃO ITAÚ UNIBANCO)
Roberto Sergio Fontenele Candido (FUNCEF)
Rodrigo de Carvalho Magalhães (FAPES)
Sonia Nunes da Rocha Pires Fagundes (PETROS)

20
Abrapp - Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar
Tel.: (11) 3043.8777
Fax: (11) 3043.8778/3043.8780
Av. das Nações Unidas, 12551 – 20º andar – Brooklin Novo
04578-903 – São Paulo – SP
www.abrapp.org.br
www.facebook.com/abrapp

Você também pode gostar