A obra Didática Magna ou Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos, tinha
pretensão de ser um método seguro de instituir, em todas as comunidades, escolas para
a formação de jovens, independente de sexo ou classe social. Neste livro, considerado
maior contribuição para o pensamento educacional, ele racionaliza todas as ações
educativas, desde a teoria didática até as questões cotidianas de sala de aula.(SILVA,
2006).
Gasparin (1997) refere que Comenius foi capaz de fazer uma leitura da realidade
em suas múltiplas e contraditórias determinações, mostrando direções alternativas,
questionando a educação que estava estabelecida, buscando novos horizontes para as
escolas e o processo pedagógico, expressando as ansiedades dos homens de seu
tempo, contestando valores instituídos; pregando utopias, com grande coragem e
determinação, como um profeta que anuncia a aurora de uma nova era.
Comenius nomeou seu método de ensinar tudo a todos como “Didacografia”, uma
vez que, graças a tal método, poder-se-ia fazer imprimir na mente dos alunos – ao mesmo
tempo e por meio do ensino de um só professor – o conhecimento de todas as coisas, ou
melhor, o conhecimento dos fundamentos, das razões e dos objetivos das coisas
principais. (GASPARIN, 1997).
Batista (2017) refere que este pensador concebeu a educação como forma de
humanização, de fazê-lo passar de um estado bruto para o de ser humano propriamente,
“convém formar o homem, se ele deve ser homem”. Segundo ele, a formação do homem,
deve começar na primeira idade, devido à semelhança de sua estrutura com a da
natureza (plantas) e pela incerteza da vida, que é breve.
Jean - Jacques Rousseau (1712 - 1778), viveu no século XVIII, no “século das
luzes”, no período do Iluminismo (Era da razão). É considerado um grande estudioso
dentro das áreas da política e da educação. Opõe-se ao iluminismo por não considerar
apenas a razão como uma única realidade humana. Ele levava em consideração a
natureza humana, ou seja, as paixões, sentimentos, atitudes e ações. (MANZAN, 2013).
Sua principal obra foi ‘Emílio ou da educação’, publicada em 1762, em que ele
enfatiza sua preocupação quanto ao estabelecimento da caracterização do “ser” da
criança, pontuando na infância de maneira geral, vestígios do homem em estado de
natureza. Ao fazer isso, Manzan (2013), refere o estabelecimento de uma periodização da
vida e do aprendizado, e aponta em seu texto uma denuncia explicita quanto ao descaso
da época perante o tema da infância.
Pestalozzi tinha como meta, abolir algumas heranças das escolas tradicionais que
obrigavam os estudantes a serem passivos, e para tal sistematizou uma proposta
pedagógica que mudou o estatuto do aluno, do professor e do saber, conectando o ensino
ao aprendizado pela intuição. (OLIVEIRA, 2017).
Oliveira (2017) refere que Pestalozzi considerava que as leis psicológicas dariam
as diretrizes do ensino e da educação da criança. A instrução elementar tinha como
objetivo desenvolver as forças morais, intelectuais e físicas da criança, levando em
consideração que a vida cotidiana dessa criança, de modo que o desenvolvimento de tais
forças seguisse seu curso natural.
INCONTRI, D. Pestalozzi e Kardec - Quem foi mestre de quem? (In: Revista Cristã de
Espiritismo, São Paulo: Vivência Editorial 55ª edição fev/mar. 2008)