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0 AMOR-PERFEITO
JORNAL CRITICO JOCOSO E NSTRIJCTO.
g C ^ " 1 mi
i cousas, c pessoas tào parecidas
H H I S H I ? " , i; como
ju> a luz com as tre- REVISTA THEATRAL.
í ^ v í l com os nomes coi tso presente, tratare-
M dia d'estes que pertencem aind"
($&}i | vas.—
mus de Mas.empregar
no oas todos os meios a —par droit de conquéte, et par droit
nosso alcance, para que possamos de naissance — á semana de que
desempenhar, se fòr possível, o lindo hoje é o uliiino dia—andava eu passeando
nome, que adoptamos. no salão do thealro de S. Pedro, com o maior
O AMOU-PEBFEITO.SO apresentará ás conquistador do bellosexo, que por ahi
vezes alegre o prazenteiro,—se o tem campêa, O TAMERLAO, é um manceho
po estiver bom, e a estação fòr pro- elegante, jauola pur sang, physionoinia ára-
picia; murcho, e sentimental,—se o be, olhos vivos e penetrantes, bigodes po-
voados, e graciosamente retorcidos, talhe
stidueste o quizer desarraigar, e 050/ esbello, e traje simples, mas bem composto.
do verão reduzil-o a misett) pó; cri Se trouxera uuias bolas á Frederico, uma
tico e picante, porem com decên- farda branca de largos canhões vermelhos,
cia,— se o cireumdaremhcrvas agres um chapéo de trois cornes e uma d'eslas es-
três, e o quizerem, por força , aca- padas que carregavam denodadamcnle em
[1 nhar, e fazel-o fenecer antes tio tem- Nerwende, ou em Fontenay, seria o mais
Mj po; espinhoso, e eriçado,—quando aprimorado capitão dedragõesdeLuiz XIV.
' se lhe approxime alguma serpe vene- Então, finalmente, sahiu-se com uma des-
cripção apaixonada ; disse-me elle iníerpel-
nosa, com o intuito de feril-o. lando-me, como se eu tivesse professado, e
Mas, em qualquer d'estes casos, cíngido o cilicio de TRAPPA.
será sempre modesto c attencioso
— Como? interrompi eu.
para cora o— Bello-Sexo, pois que é — O baile do Cassino inspirou-o.
flòrzinha sempre apreciada das Bel- — Nem lá estive....
las, e nào quer perder, por motivo ai — Mas a sua Ella, que sahiu em certo jor-
gum, o bom conceito, de que goza. nal, como a borboleta surgindo do estado de
Aceitará, para fazer incluir em suas chrysalida.
Nj columnas, tudo quanto lhe quizerem — Está enganado. Nunca me servi do jor
™ offertar, sendo escripto em estilo de- nal para namoros typographicos. E' umaco-
cente e correcto. bardia. E' peior do que metter cartas de í
amores pela greta da porta, ou deixar o co-
Esforçar-sc-ha por tornar-se va-i ração ás furiadellas, esmagado entre duas fo-
riado e interessante, juntando a uma lhas de um álbum.
critica razoável, e bem dirigida, úteis Enlão não era o seu retrato? EVCT
<D 2tmor-í)rrfftto.
í»YA(X/YYfVYrYY\A\VXi\AIVVYiXiXJVVXY\Y\X\X\Xi\\\XiXX\"» YYVYVWXYXXXrYXVVVXXWeXXWVVWIXVXXVXVXXXX*
— Quero dar-lhe um prrt rito critico, r 'pie se esl.-nilt* desde as tnrrinhas ati as frizas
hermeui ulirii. Quando nas ehr&nicas da Be- para achar a minha pagina, a-rmleci a alma,
vista Theatral, como no mostratlur do Des- ee-itii as p.ilpebras com força para se nte
marais vir trouxas d'ovos e alcorcas, altn- a n mclhareiii os olhos, procurei convencer-
hua-as ao meu collega, que tem .1 desventu- me de que me encendia o peito uma paixão
ra tle ser solúvel como assucar na- agu.it de volcanica, arrebalei- me, torci-me, su-pirri.
Cythcra. e embriaguei-me num estado da alma que
— Não, solúvel não é. E' eslhetico, ama participava do enlevo do extasis e da prostra-
o bello, devora-o. ção do delirio, trazendo á memória lodus os
— Tome-o tomo qui/er. Fique aqui entre amores enlhusiasticos, c ardentes, que po-
nós. E' uma predisposição dalma. O bello voam ns l.istos do sentimentalisino desde *
niliiiiro-o, dest-ievel-o não posso. 0 vne-.-i- poetisa de Leshos, até ás ntgruras românti-
hularii) ou é muito curto ou muito si.fado: cas tle Wi-rii r, e d'ali ao ideal incomparavel
Não potlendo rasteol-o, ni-olho- me aos mo- da synipallna platônica, e infeliz de Julia e
nossylaho", ás iutt-i jeirües, etc. Raphael.
— Quer um conceito que eu já tinha for- Alargava-se-mr a alma cem vezes. O vol-
mado ? tãej rebentara para dar relevo á monolonia
— Qual ? In plaiiiei. Desele- então juLui i que entrara
— Cuslava-mc a crer que fosse sua aquel- i freqüentar a suavidade das |regiõfs bem-
la lamúria. aventuradas de Danle, dePelrarcha, de By-
— Porque? disse eu, já quasi arrependi- ron. Tinha na cabeça como delineada e promp-
do de lhe haver dudo as premissas para tal la a fábula inteira de uma epopéa tle amor.
conseqüência. Entrara a conversar com os mysterios do
— Essa c boa ! A sua physionomia não s. nliuicnlo. Tinha apreciado o patlccer de
mente. Lt5-se-lhes nos olhos o iiulilTeren lltloisn, provado i l.u a de fcl de Elernaui,
lisino. i-hegatlo a dt cifrara metaphysica do suicídio
tle W erlhcr.
Aqui ine puz eu a scismar, e achei que
n'esle oráculo estavam incluidos dois juízos I inlia-me submettido a uma metomorpho-
i-ontr.tiios. Um d'elles Ia/ia tio mim um lio se provocada, e como que artificial. Cin-
mem serio, grave, inflexivt-l, prudente, unia gium-mc agnra as roupagens vaptnusas dos
e-spreie* de Endymion, insensível às frechas apaixonados, sentia os pes despegai eiii-se da
de Diana. Era lisonjeiro; mas o outro era terra, e linha como umas velleidades de
pungente. Dava-me carta de sceptiro, vota voar. Mas as a/as ? — Esmoreci concebendo
va-me ao ostracismo, quehrava-me gratuita- que me faltava este órgão sobrenatural.
mente a corda do sentimento, e encanecia- As a/as dá-as a linguagem, o estilo, o co-
ine os cabcllos em um momento, como lorido, e a riqueza da elocução.
a perda de seis manusci iptos gregos os Era lastimoso este couvencimento da in-
tinham feito alvejar, d'um dia para outro, ao sufliciencia de todos os vocabulários. Dese-
philologo Guarini.—Consultei comigo a pon- jei realisar a unidade da arte na sua maior
deração do negocio; rellecti que ainda não plenitude. Suspirei porque a palbeta se iden-
linha completado os annos em que a pruden tificasse com o verbo,—que o buril se al-
cia e principalmente o senso, e as tranqui- uasse ao pincel,—que o rythmo se fundisse
bernias eleiloraes empurram a gente para as com as proporções da staluaria,—que o vo-
freguezias...., colligi reminiscencias, enlrei cábulo se absorvesse de novo na unidade
no theatro, — folhiei aqui lie livro sihylino panlheistica do templo. Eu não queria ser
', CD ^nior-Jjcrfctto.
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Raphael, poique as madonasdormem acor- rohuslecer. Não e-percii que desta, e se en-
dadas na leia. Rejeitava ser Canova, poi- curte gradualmente para se sumir de novo n
que as Venus são pallidas e frias, como se nas colyledones. Não : estala-se o vidro, a
dormissem ainda nas pedreiras de Cariara. temperatura torna-se-lhe insoleiiie, o eliina
Olhava ao Solaio a IM usa de Byron, ou de ha de lhe enregelar os tecidos e a planta
Lamartine, porque RS liaidées, e as Julias fi- morrerá.—Ahi tendes o amor.
cam invisíveis sob o véu cerrado dos perío- Quando virdes as águas rccrcsccr tumul- J
dos poéticos. Detestava Bellini e Verdi, poi- tuosas no lago, e banhar as eumiadas tia mar- fít
que a harmonia slringindo-me o sentimento, gem, tende o dilúvio por certo e fugi. A alma \
cegava-me para criar ás apalpadellas em lambem transborda. Quando o amor se es-
busca tias Normas, e tias Elviras, que me fu- praiar pelo infinito, não lhe esforceiso envol-
giam nas azas dos zephyros. Desejava ser tório deixai-o que estale. Perdestes o gozo no
mais do que isto. Queria uma palavra, uma presente ; vivereis no passado, A saudade
côr, uma linha, uma nota, que resumisse do que seperde punge, mas deleita. A sneie-
ntysteriosamente todas as manifestações do dade do que perdeu as premidas da novida-
bello n'um syncrelismo impossível; almejava de, enoja e marlyrisa. Escolhei entre a sua-
um talisman, um sopro, um conjuro, com vidade da alma e a desordem dos sentidos.
que reproduzisse n'um momento o que eu Era assim que eu dizia, quando ouvi a pa-
sonhava no fundo d'alma; porque o amor só lavra horrível... que horror! que horror! 0 (7.
dura um momento. Ai d'elle se chega a du Artista ja não lein dias destinados. dos. Vou á Efy
rar o que \ivem as folhas do arbusto! O imprensa! vou á imprensa Mas o .iKÍgt
amor só tem duas estações,— a primavera,
que.... o que é, redargui eu, •» pondo-mc
pon a fc~3j?t
eo estio—. A primaveia para abrir—o estio
abanar-lhe o rosto com um lenço ico de cam- iv^jn
paia morrer. A primavera para se refrescar
braia de linho, que não era meu..'... Nada.... i*>>sl
com o bafejo da virat ão, que embala o sen-
Nada... uma desfeita d'eslas : preferir o cor-
limento sem irrilal-o; o estio para lhe dar-
po.... á alma.... Que horror... Preferir o
dejar os raios do sol que o abrazem ; a pri-
perna torta ao elegante,ao dandy, ao tudo!...
mavera paia crer e esperar; o estio para
gozar e soíTier. O outono não o consenle Preferir a venta atulada de tabaco, que eu já
o amor, que não seja para as lagrimas; o in havia descripto com todas as forças da i-lo-
verno para as saudades. Deve a ílòr colher- cução!!... A mim!... a mim ! que morro ^
se de prompto para que se não mirre na ar- por ella?!!... Foi então que percebi que
vore. Mais vale haurir-lhe o perfume um só se representava o Barbeiro de Syviglia, com.
dia na jarra de Sevres, do que vel-a ir ce- posição d'este... poesia d'aquelle. — A Sr.»
dendo ao tempo no ramusculo da arvore. Ttla Idelvira—-este passarinho da primavera
Tudo tem principio, meio, e fim. O meio Irina, gorgeia e dá taes saltinhos nas cordas
suppõe a primasia fobre os seus extremos. d'a!ina que mais não pode ser!— Eu lam-
So principio cresce-se; no meio para-se ; no bem morro por ella!... Mas sempre o mes-
fim declina-se. Do nada ao nada passa-se mo?!. Isso não passarinho, trina n'um can-
por uma existência gradual: o amor é ex- to igual ludo quanto a poesia do autor der-
cepção. Ou não nasce, ou aborta, ou cresce ramou de dentro d'alma em cada nota...
sempre. Fechae um baobab gigante dos tró- segue assim, e olha... olha que harmonia se 3
picos nas estufas da Europa. Enlestou com lepercule em todos os ouvidos, em lodosos
as vidraças do teclo, roçou por ellas; mas a corações, e que accenlos lu tiras e fazes ou- I
seiva não parou, as fibras continuaram a vir em cada nota d'orqueslra que se mista "
ra com os jorros do teu sentimento: não fa-
CD 2lmor-tJfrfrito. «J
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ias talar d'outin 501 le e tão barbaramente a ponlapé, que ferve, e a menos de real. R e -
melodia pina d'ahna onde existe toda a ex- commeiidamos quem compelir que man-
pressão tia vida! O Sr. Brunacci continua de essa gente | ara Petropolis, afim t e 11.as se
com os seus patlerimentos de larynge, e nas abastei -cr a colouis.it ao lão necessária como
articulações da perna esquerda, e já agora proveitosa n este santo paiz
uma vez tpie o folhelenista do Mercantil nos Por he.je não podemos mais, não só por
declarou que e»te Sr. era mesmo de facto e (alta de rspaço, comei porque são hoias de
tle direito — et par droit de conquéte, et par almoço, e eu depois nào trabalho.,. \té do-
droitdt naissance—coxo—pode-se declarar mingo... Adeus., seminais... Ora enlão .'...
— porque longe de haver pronunciamento— Adeus !..,.
haverá o respeito e a compaixão que o seu O MOSTA>"HFZ
pouco mêiüoartista reclama. Obaixocons-
« ta-nos que lodosos dias faz preces com mui- ÍS-f-s-V
tos padres nossos e ave Ma rias—para que a
pnrterre não caia uma noite em si O
barítono é uni homem tpie canta como mui- VARIEDADE.
tos que por ahi se ouvem... esforça-se por
U
nos agradar é verdade; mas a sua larynge 111 homem de espúrio, e simulta-
precisa muito descanço e reforma— Vá para neamente muito instruído, e bas-
o Murro Queimado, com vencimento por tante desgraçado, cuiilou que preen-
inteiro, provada e justificada, com aulhenli- chei ia um pequeno logar, uni lanlo lucra-
cas certidões, a moléstia— c isto tudo bem tivo, lão bem como qualquer Unha de
reconhecido— porque não quero vcl-o ir parvos convenientemente pagos, e que só
3 despolicanicnle entre dois pretos!... Olhe cura-ii de sua felicidade. Requerei) um em-
jg o bichinho tia Caixa!.... Olhe essa cai i prego ; porem não tinha .patronos, c é cor-
calma que por ahi anda— que mesmo as leule que o mérito só, nao pôde protegei :
sim pareceria spectro, ou múmia; se lhe gastou em balde Ires ou quatro requerimen-
não ealiissc de vez cm quando o fedorento tos que, segundo velha usança, não foram
pingo do rape!..—Basta meu amiguinho!- presentes ao monarcha.
Não preciza fazer acto de contradicção Cativado, impaciente e ca
mas creia que vamos no numero seguinte bre, lembrou-se de um esl cada vez mais po- '/foge^
ES
chamar á nulhoria os accionislas, para que seria indigno tle uni corlezralagema, que não \\Ê5fy
Ym. anda tle ás ve/cs é mãe de idéasão. A necessiila-
e elle es- ' w ^ s ^ ' ,
R
lhe tomem estreitas contas felizes,
muito arredio — Deixe-se de jornaes, c creveu com todo o cuidado uni pequeno bi-
muito mais de um tal qual tem.— E* de fôr- lhete, que dirigiu a — S. 51, o rei de Roma.
ma!.... Mas como o teilactor cahiu na es- — Pedia um emprego tle seis mil francos, o
parrell.a, é que eu não sei, actinselhaiuo- que era muito modesto.
Ihes que se segure, senão leva codilho, e se Com o coração palpitando de esperam as,
quizer pedir resposta á tal criança, não ac foi em busca de um official geneial, familiar
coita, porque abafa sempre os azes! á pessoa do imperador; confessou-lhe o apu-
O Lago tias Fatias foi perfeitamente em 10 em que se achava, mostrou-lhe o bilhete,
tudo. A i." dançarina enloqueceu-nos mos- e disse lhe: « Senhor, Carieis ainda unia ac-
trou-seexiinia e encarladura aintla, nas mais « cão generosa, e grangearieis direito á mi-
subidas thflieuldudes: o corpo de baile ei nha eterna gratul.io, te me facililasseis o
vergonha do theatro, peruada , cabeçada e « meio de entregar este papel ao inipera-
6 (D3mor-fJerfrito.
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dor. » O general tpie era tão tralavel como Suppunha amor esse eanlo,
Se ouvia trir-arsaudade-
Da roseira n'um raminho, Mas oh! porque assim elle era,
Pousado o cantor plumoso, Como o beija-flor ligeiro?
O innocente passarinho: Porque pelo amor recente
Suffocava o amor primeiro ?!
Porque errava A abelha, que de continuo
Da borboleta ao jasmiui, Passeia de flor em flor,
Da rosa ao cravo elegante E' pelo cheiro attrahida,
Sem á escolha pôr um fim ? ! Que rompe d'almo licor.
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