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Dupla: Flávia e

Henrique.

Prática 5: Síntese do complexo


[CoCl(NH3)5]Cl2

Introdução

A síntese dos complexos metálicos têm diversas aplicações na sociedade e o estudo


dos mesmos vem cada vez mais, ajudar a entender o vasto e completo mundo onde
esses tipos de substâncias existem (SHRIVER; ATKINS, 2008). O primeiro a tentar
explicar e a formular uma teoria sobre as ligações existentes em complexos de
coordenação foi Werner em 1893. Ele concluiu que existiam dois tipos de ligação, a de
valência primária, números de cargas no íon do complexo (NOX), e as valências
secundárias, número de átomos ligantes coordenado ao metal (número de
coordenação) (LEE, 1999). Outro aspecto muito interessante no estudo dos complexos
é a substituição dos ligantes. Existem complexos que rapidamente substituem o ligante,
chamamos esse complexo de complexo lábil. Também existem aqueles complexos no
qual é necessário um tempo muito maior para fazer a troca de ligante e denomina-se
esse complexo como não-lábil (SHRIVER; ATKINS, 2008). Para que ocorra a troca de
ligantes é realizado uma reação química, e a velocidade dessa reação depende de
vários aspectos como a identidade do ligante que se ligará ao complexo, onde depende
da força do ligante para realizar a substituição nucleofílica (SHRIVER; ATKINS, 2008).

Outro ponto muito importante de entender na química de coordenação é a força dos


ligantes, essa força está relacionada com a força de interação da ligação metal ligante
e através dela pode ficar claro a formação de um certo complexo e não de outro. Para
isso utiliza-se a série espectroquímica que diz em ordem a força desses ligantes que
podem ser de campo fraco ou campo forte: campo fraco I-< Br-< S-2 < SCN- < Cl- < NO2-
< N3- < F- < OH- < C2O4 2- < NCS- < py < NH3 < en < bipy < phen < NO2- < PPh3 < CN- <
CO campo forte A série apresenta alguns ligantes em ordem decrescente de força.
Dizemos por exemplo que a água é campo mais forte que o Cl- e assim por diante.

Segundo a Teoria do Campo Cristalino (TCC) o ligante “amino” (ou “amin”) é mais forte
que o ligante “aquo” (ou “aqua”) e este último, mais forte que o ligante “cloro”. Assim,
considerando-se apenas a força dos ligantes, pode-se supor que os complexos de
cobalto com amônia são mais estáveis que os complexos de cobalto com ânions
cloreto na esfera de coordenação. Isso pode ser verificado experimentalmente para os
compostos: [Co(NH3)6]Cl3 e [CoCl(NH3)5]Cl2. Enquanto o primeiro é bastante estável em
soluções aquosas, o segundo reage com água produzindo [Co(NH3)5H2O]Cl3. De
acordo com as regras de nomenclatura e de representação de compostos de
coordenação, nos três compostos mencionados, apenas as espécies entre colchetes
estão diretamente ligadas ao átomo de cobalto. Como se observa, o ânion cloreto
também pode fazer parte da esfera de coordenação. Existem várias maneiras de
verificar se esse íon está coordenado. Uma das mais simples é dissolver o composto
de coordenação em água e dosar o íon cloreto usando um sal de prata. Muitas vezes,
se o íon cloreto estiver coordenado ele não se dissocia do metal e não precipita na
forma de AgCl. Essa técnica foi exaustivamente aplicada por Werner para elaborar sua
teoria.

A temperatura e a pressão também são fatores que afetam diretamente a velocidade


da substituição nucleofílica. A temperatura e a pressão agitam as moléculas
deixando-as mais energéticas, isso aumenta a entropia da reação acelerando a
velocidade da substituição dos ligantes (SHRIVER; ATKINS, 2008).

Objetivos

Produzir o composto complexo cloreto de pentaminclorocobalto, esse composto


será usado em práticas futuras.

Parte Experimental

● Materiais e Reagentes:

Chapa de aquecimento e agitador magnético, erlenmeyer, kitassato, béqueres, barra


magnética, espátulas, funil de filtragem a vácuo, trompa d’água, pipetas de volumes variados,
suporte universal de laboratório, garra, papel de filtro, NH4Cl, NH4OH, CoCl2 6H2O, H2O2
a · 30%, HCl, MeOH, acetona.

● Procedimento:

Como descrito na apostila.

Resultados e
discussões

● As reações para essa síntese são:


Quadro 1. Reações envolvidas na síntese do
composto.

(1)[Co(H2O)6]2+(aq) + 6NH3(aq) ⇋ [Co(NH3)6]2+(aq) + 6H2O(l)


(2)2[Co(NH3)6]2+(aq) + H2O2(aq) + 2H+(aq) ⇋ 2[Co(NH3)6]3+(aq) +
2H2O(l) (3)[Co(NH3)6]3+(aq) + HCl(aq) ⇋ [CoCl(NH3)5]3+(aq) + H+(aq)

Quando o cloreto de cobalto(II) hexahidratado foi adicionado a solução amoniacal a


solução tornou-se vermelha-violácea, assim como é o sal hidratado, ao adicionar o peróxido
houve efervescência, porque na reação 2 o peróxido é adicionado para oxidar o íon
hexamincobalto(II) a hexamincobalto(III), a efervecência é evidência da reação redox, na
adição de ácido clorídrico a solução ficou azul intenso e continuou assim por todo tempo
que esteve sob aquecimento, porém, assim que foi posta no banho de gelo mudou para
violeta-avermelhado. Terminadas as reações e a precipitação no banho de gelo os sólido foi
lavado com MeOH e acetona porque o composto é solúvel em água e os solventes sendo
voláteis ajudam na secagem do sólido.
● Calculando o rendimento da reação:
Tabela 1: Massas reais dos reagentes utilizados.
Cloreto de Cobalto(II) hexahidratado(CoCl2 · 6H2O) 1,0066 g
Cloreto de amônio(NH4Cl) 0,5185 g
Tabela 2: Cálculo do número de mol dos reagentes utilizados.
n = MM
m ·
= = 0,0042 mol de CoCl2 6H2O 1,0066 g 237,83 g/mol
n = MM
m
= 53,45 0,5185 g/mol
g = 0,0097 mol de NH4Cl Sendo cloreto de amônio o reagente limitante, já que,
não(NH4Cl) < 6n(CoCl2 · 6H2O), temos:
Quadro 2: Cálculo do rendimento teórico.
1 mol de [CoCl(NH3)5]Cl2 ---------- 250,28 g
0,0016 mol ---------- x x = 0,4 g
Quadro 3: Cálculo do rendimento prático.
0,4000 g de [CoCl(NH3)5]Cl2 ---------- 1 0,3495 g de [CoCl(NH3)5]Cl2
---------- x x = 0,87
● Quanto a geometria apresentada pelo composto de coordenação.
O ligante Cl− causa a distorção da simetria do íon [CoCl(NH3)5]3+, o comprimento de ligação
é menor entre o cobalto e o ligante cloro, isso causa diferença no comprimento de onda que é
absorvido pelo íon.
● Calculando 10Dq para [CoCl(NH3)5]Cl2.
Para o cálculo do 10Dq foi a usada a seguinte equação:
10Dq = f x g
Tabela 3: Valores dos fatores f e g.
f(Cl−) 0,78
f(NH3) 1,25
g(Co) 18.200
Então,

Quadro 4: Calculando 10Dq.

10Dq = 0,78 x 1,25 x 18.200 = 17.745 cm−1 1 kJ/mol = 83,7 cm−1


17.745/83,7 = 212 kJ/mol

● Determinando a cor absorvida pelo complexo.

1 0Dq = N * λ h * c
Quadro 5: Cálculo do comprimento de onda absorvido pelo complexo.
λ = 6,022 * 10 23* 6,626 212
* 10 −34* 2,998 * 10 8 = 564 nm
A cor absorvida durante a transição eletrônica é a cor comprimento de onda igual a 564
nanômetros, que seria a cor verde-amarelado.

Conclusão

De acordo com a prática realizada ,notou-se que pode -se preparar um complexo a partir de
outro .A princípio é necessário trocar os ligantes da rede cristalina do complexo,assim as
reações para a síntese do cloreto de pentaminclorocobalto(III)foram bem sucedidas tornando
possível a observação do procedimento em suas diferentes etapas possibilitando as análises
necessárias e aplicando os conhecimentos acerca das técnicas teóricas utilizadas ,atingindo o
objetivo da aula prática .
Obteve -se no experimento 0,87g das 0,4g do rendimento teórico,resultado que pode ter sido
provocado pela perda parcial do produto ao ser filtrado na filtração a vácuo .Conclui-se então
que o experimento foi bem sucedido. Foi possível a observação da síntese em suas
diferentes etapas.
Referências

● SHIRIVER, Duward F.; ATKINS, Peter. Química inorgânica. 4. Ed. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
● ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. Físico-Química. 8 ed., Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos Editora Ltda, V. 2, 2008.
● LEE, John, D. Química inorgânica não tão concisa. 5ª ed. São Paulo: Blucher,
1999.
● Apostila de Laboratório de Química de Coordenação - 2019/3

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