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A CRIAÇÃO/EDUCAÇÃO ARTÍSTICO-CULTURAL
COMO PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL
Os processos de criação/educação artística estão presentes neste artigo com o intuito de afirmar a
inclusão social como uma realidade e não uma miragem, até porque a arte e a cultura são um direito que
assiste TODOS os cidadãos, independentemente das suas particularidades. Ao considerarmos este artigo
como uma ferramenta teórica, que procura afirmar as práticas artísticas como uma pedagogia inclusiva,
pretende-se demonstrar e reforçar a posição da arte e da cultura na sociedade, como um meio para
transformação social, mudando a forma de agir e pensar do indivíduo e da sociedade. Reflecte-se ainda sobre
a posição que o animador artístico deve ter, no sentido de mediar as realidades socioculturais, para procurar
intervir/prevenir sobre problemáticas constantes que vão surgindo na sociedade contemporânea.
ABSTRACT
The processes of creation / art education are present in this article in order to affirm the social
inclusion as a reality and not a mirage, because art and culture are a right of all citizens regardless of their
particularities. In considering this article as a theoretical tool, which seeks to affirm the artistic practices as an
inclusive pedagogy seeks to demonstrate and strengthen the position of art and culture in society, as a means
for social transformation, changing the way they act and think the individual and society. This is reflected on
the position that the animator art must have in order to mediate the socio-cultural realities, to search for
intervention / prevention issues on constants that arise in contemporary society.
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chegar à inclusão social. Neste capítulo, procurei perceber se a arte e a cultura enquanto
pedagogia inclusiva podem funcionar como forças facilitadores ou não das relações
sociais? Será que os processos de criação/educação artístico-culturais podem contribuir
para a ambicionada Sociedade Inclusiva? Apresentando o meu entendimento de certa
forma mais teorizado, salientando para a importância da arte e da cultura nos processos de
integração e socialização de TODOS os indivíduos, independentemente das suas
“diferenças”.
No capítulo seguinte, abordo a temática dos processos de criação/educação artística
dentro das comunidades/grupos de pessoas com necessidades educativas especiais,
procurando perceber até que ponto a arte e a cultura pode contribuir para a inclusão destes
“cidadãos especiais”. Nesta observação procurei respostas para questões, como por
exemplo: se os educadores/animadores consideram os processos artísticos como
facilitadores da integração e afirmação destes cidadãos na sociedade? Que tipo de
actividades motivam mais os jovens com necessidades educativas especiais? Se essas
“pessoas especiais” assumem a iniciativa de criar quando integrados numa sociedade?
Para obter uma melhor percepção desta realidade além da normal procura
bibliográfica, efectuei uma breve pesquisa das associações/instituições públicas e privadas
que trabalham com estes públicos específicos, sendo que posteriormente a essa pré-
investigação, escolhi uma dessas associações para efectuar uma observação-participante
mais pormenorizada, tendo realizado uma visita ao espaço da ASTA – Associação Sócio
Terapêutica de Almeida, onde pude recolher algumas informações com os colaboradores e
voluntários, para perceber as motivações que os jovens têm quando se encontram em
contacto com as práticas artístico-culturais.
No terceiro capítulo acima de tudo procurei confirmar a importância dos serviços
educativos nas instituições/associações culturais, como principal força motivadora da
identidade cultural dos territórios e ao mesmo tempo como transformadores socioculturais
das sociedades contemporâneas. Sendo que é ainda um recente fenómeno, a minha
pesquisa centrou-se, essencialmente, em definir o que pode ser Serviço Educativo na
cultura? Quais as suas finalidades e potencialidades no campo da acção artístico-cultural?
Para o último capítulo do artigo ficou a posição da animação artística e do animador
como “agentes inclusivos”, definindo o papel de ambas as temáticas em todo o processo
inclusivo através da arte e da cultura. Apresentando sugestões e exemplos práticos do
trabalho do animador e da animação, tendo como base, as expressões artísticas. Afinal,
tanto o animador como a animação enquanto elementos de uma mesma metodologia activa
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que deve empenhar-se na motivação da sociedade onde se encontra inserido, no sentido de
fomentar a participação dos indivíduos na sua vida social e cultural e, consequentemente,
na auto-promoção/valorização do seu Capital Humano e do seu Capital Sociocultural.
(Fernando Pessoa)
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procurar integrar na totalidade o sujeito e ambicionar a transformação social do meio,
através de acções onde a arte e a cultura funcionem como mecanismos capazes de envolver
o seu valor educativo nos processos de inclusão social. Concordo por isso com João de
Freitas Branco (1960, cit. por Sousa, 2003, p. 61), quando afirma que,
“Sem uma formação artística extensiva a praticamente toda a população, não pode
uma nação dizer-se plena de vitalidade, possuidora dos bens todos a que tem direito, apta a
completamente se conhecer a si própria e a outras nações, suficientemente preparada para
modificar a seu favor o curso dos acontecimentos.”
As práticas artísticas e culturais possuem intrinsecamente ligadas a si as noções da
história de um povo/sociedade com as socioculturais e são essas que particularizam cada
um de nós, enquanto “seres sociais”. Englobando por isso, dentro dos processos de
criação/educação artístico-cultural não só as designadas expressões artísticas (teatro,
dança, etc.) mas também as tradições orais, os costumes sociais e religiosos de cada
território, que moldam o indivíduo e a sua vida em sociedade, dotando-o uma “identidade
cultural”. Comprovo a minha afirmação com o Artigo nº 2 /2003, de 17 de Outubro,
estabelecido pela UNESCO, aquando da Convenção para a Salvaguarda do Património
Cultural Imaterial realizada em Paris, onde definiu por património cultural imaterial,
“As práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os
instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as
comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte
integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de
geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do
seu meio, da sua interacção com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento
de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito
pela diversidade cultural e pela criatividade humana. (…) Tomar-se-á em consideração
apenas o património cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos
internacionais existentes em matéria de direitos do homem, bem como com as exigências
de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos e de desenvolvimento
sustentável.”
Sendo o principal objectivo deste capítulo o de afirmar os processos artístico-
culturais como uma metodologia educativa de integração que ambiciona o
desenvolvimento de uma cidadania mais inclusiva e participativa, capaz de quebrar as
barreiras das “diferenças” entre cidadãos. Seguindo o raciocínio de Sassaki (2005), a
inclusão deve orientar-se como, um processo que implica mudança no sistema social
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comum, de forma a acolher toda a diversidade cultural e em simultâneo defender a
igualdade e as diferenças individuais, através de um entendimento da sociedade em geral,
acerca de que a igualdade se refere à dignidade e aos direitos e as diferenças referem-se à
singularidade de cada ser humano.
Neste sentido, falar de inclusão social numa sociedade contemporânea caracterizada
por uma diversificação sociocultural e económica cada vez mais acentuada, implica olhar
os valores não de um indivíduo (individual), mas principalmente de toda a sociedade que o
rodeia (social). Contudo a comunidade deverá redefinir e transformar os seus
comportamentos e modos de agir com os outros, para que seja possível acolher e integrar
todas as pessoas independentemente das suas “limitações” físicas, económicas e/ou
socioculturais. Para que assim se direccionem para a ambicionada sociedade inclusiva,
enfatizada pela ONU – Organização das Nações Unidas, em Assembleia Geral (1990) e
que se baseia no princípio de que todas as pessoas possuem o mesmo valor e que a
sociedade deve empenhar-se para respeitar as diferentes necessidades de cada cidadão.
Reforço minha posição da importância de envolver a arte e a cultura nos processos de
inclusão social, com as palavras de Carolina Campos (2008, p. 70) para quem,
“O estar bem integrado a um grupo é o que confere sentido às pessoas. Não se estará
bem integrado, se alienado da criação e da expressão de emoções. Tudo isso - criar,
expressar-se, interagir e conviver - a arte também ensina. A arte, dessa forma, antecede a
vida, porque a gera (antecede em sua acepção, não cronológica, mas lógica). A arte a
transforma de mera sobrevivência em vida.”
Estes conceitos ganham uma individualização motivadora quando aplicados em
actividades artístico-culturais que possibilitem ao participante relacionar o seu passado,
com o presente numa sociedade dita global, que se afirma mais pelas diferenças do que
pelas igualdades e a pensar num futuro acima de tudo mais equilibrado. Se olharmos a
noção proposta no livro Psicologia da Arte, de Vigotsky (2001), para a medição semiótica
do desenvolvimento psicológico, que engloba não apenas as funções cognitivas, mas
igualmente a dimensão afectiva, os sistemas de relação e de acção. Para ele o papel da
imaginação criadora é evidente na produção de várias disciplinas científicas, técnicas e
artísticas; a vida imaginativa na arte diz respeito à flexibilidade do mundo interior, das
estruturas internas do sujeito; o ser humano é capaz de renovar o meio, de humanizar a
Natureza, porque acima de tudo tem a capacidade de se transformar a si mesmo. Afirma
ainda que esta transformação só é possível com a confluência da arte.
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As experiências artísticas sempre que sugeridas de forma regular e com um carácter
indiferenciado podem ainda proporcionar no indivíduo a capacidade de interpretar e criar
elos de ligação capazes de se traduzirem em valores morais de participação, crítica e
comunicação com os outros, sejam eles como forem.
Porém e como afirma Barbosa (2005, cit. por Silva e Simó, s/d) devemos enquanto
criadores artístico-culturais,
“Desconstruir para reconstruir, seleccionar, reelaborar, partir do conhecido e
modificá-lo de acordo com o contexto e a necessidade, são processos criadores
desenvolvidos pelo fazer e ver arte, e descodificadores fundamentais para a sobrevivência
no mundo quotidiano.”
A arte e a cultura podem e devem ser o motor de um sistema de integração social que
revela valores de igualdade e indiferença para com os “excluídos”, porque afinal somos
todos diferentes e se assim é porque continuamos a excluir os outros com os quais não nos
identificamos em vez de os respeitarmos e compreendermo-nos por sermos distintos?
Quanto maior for a ligação entre o indivíduo e os processos de criação artística, mais
elevada a sua auto-estima poderá estar, afinal pretende-se que nestas actividades as pessoas
sejam “livres” de explorar o seu imaginário e criar personagens ou imagens que não são a
sua diariamente e assim podem auto-estimular os seus níveis de confiança, que permitem
superar as dificuldades de inclusão social e pessoal1. Neste sentido e segundo Elizabeth
D’Angelo Serra (2005, cit. por Campos, 2008),
“Além de respeitar e valorizar os valores culturais próprios do contexto da criança e
do adolescente, é importante dar-lhes condições de acesso à cultura de outros grupos
sociais possuidores de outras histórias, diferentes, mas igualmente importantes. A
Humanidade não se desenvolve no isolamento. É a possibilidade de conhecer e trocar
experiências e ideias que nos enriquece a todos e faz acontecer os avanços sociais. (…) Ter
acesso às fontes de cultura significa ter acesso, também, às formas como outros grupos de
pessoas enfrentam e resolvem os seus problemas. (…) Viabilizar as oportunidades para
desenvolver a imaginação e a fantasia das nossas crianças e jovens é garantir-lhes o acesso
ao conhecimento científico, às expressões de arte e à informação, dando-lhes, assim,
liberdade para criar.”
A estes procedimentos de criação através da arte e da cultura aparecem formalidades
que limitam a sua capacidade e potencialidade de intervenção comunitária, pois de certa
1
Inclusão pessoal, refiro-me à vontade, ambição individual que cada um de nós deve ter para se procurar
inserir/integrar/afirmar num determinado grupo/sociedade
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forma ainda não são vistas como “mais-valias” dentro das políticas de educação formal
implementadas.
Mesmo que esta temática da educação pelas artes seja descrita e defendida há muitos
anos desde Platão e mais recentemente por autores, como Herbert Read e L. S Vigotsky,
ainda não é tida como base de construção para uma educação de modo “livre”, isto é, sob a
forma lúdica-expressiva-criativa, num clima que proporcione a inspiração, motive a
expressão dos sentimentos e estimule a criatividade no indivíduo. (Read, 2007)
Tendo em conta que a sociedade actual está intrinsecamente ligada a fenómenos
sociais, como são a industrialização e a comunicação de massas, importa referir a
importância do impacto visual nas comunidades contemporâneas, sendo por isso
necessário munir as crianças de ferramentas capazes de identificar uma má imagem de uma
boa imagem, não no sentido visual mas sim no educacional, de prevenção sociocultural.
Para isso direcciono minha pesquisa para um dos mais ilustres “defensores” da
educação pelas artes, Herbert Read (2007, p.21), para ele “a educação deve encorajar o
desenvolvimento daquilo que é individual em cada ser humano, harmonizando
simultaneamente a individualidade assim induzida com a unidade orgânica do grupo social
a que pertence.” Neste sentido, a estética assume-se de uma elevada importância para os
processos educativos onde a imaginação e a percepção funcionam como factores
impulsionadores de uma participação mais activa e inclusiva de todos os indivíduos. (Read,
2007) O mesmo autor define como objectivos para a Educação Estética (2007, p. 22):
I. “A Percepção da intensidade natural de todas as formas de percepção e sensação;
II. A coordenação das várias formas de percepção e sensação umas com as outras em
relação com o ambiente;
III. A expressão de sentimento de uma maneira comunicável de formas de experiência
mental que, de modo, ficariam parcial ou totalmente inconscientes;
IV. A expressão do pensamento de maneira correcta;”
O potencial da cultura e da arte enquanto parte integrante de um sistema pedagógico
e sempre que ligados a produções criativas direccionadas para a comunidade em geral
tornam-se evidentes com as afirmações já referidas, ainda que na realidade as políticas
implementadas não se direccionem para esta vertente.
Dando já o mote para o tema seguinte, subscrevo as palavras de Cunha (2007, p.
227) quando defende que, “a inclusão social deve processar-se para a construção de um
novo tipo de sociedade, através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes e
nas mentalidades das pessoas, e mesmo na pessoa com necessidades especiais.” Um dos
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factores que determinam se um indivíduo está inserido social e culturalmente é a sua
inclusão e participação no interior de um determinado grupo/comunidade, como vimos
anteriormente a arte e a cultura possuem factores positivos que devem ser potenciados a
favor da afirmação da sociedade inclusiva que devemos ambicionar e que seja uma
realidade de TODOS e para TODOS.
A função da arte não é a de passar por portas abertas, mas é a de abrir as portas
fechadas.
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ambas as partes. É importante que nestes públicos com características especiais os critérios
de intervenção, exijam do animador, enquanto “educadores inclusivos” a capacidade,
“De individualizar o tratamento e suscitar o interesse, o ânimo e a confiança,
vencendo a sensação de incapacidade e restabelecendo os critérios de utilidade. É
importante o trabalho em grupo, dado que favorece a socialização, e orienta a educação
para condutas de autonomia que potenciem o autocontrolo e a adaptação progressiva à
inserção laboral. Escolher uma ocupação ou um trabalho adequado aos interesses e
capacidades do sujeito é imprescindível para este colectivo, a fim de evitar a sua
inactividade e a falta de adaptação à vida laboral exterior.” (Garcia, 2004, p. 275)
A palavra inclusão tem vindo a ser utilizada em várias “frentes” no interior dos
sistemas educativos, desde as “classes inclusivas” às “escolas inclusivas”, o que tem
levado a alguns equívocos quanto à sua real aplicação, sendo que é nos “cidadãos
especiais” que os níveis de exclusão social se tornam mais evidentes. Isto para tornar todo
este “movimento inclusivo”, em particular, nestas “pessoas especiais” uma realidade,
reforço a minha posição com o referido na Declaração de Salamanca, organizada pela
UNESCO no ano de 1994, sobre os Princípios, Políticas e Práticas na Área das
Necessidades Educativas Especiais, onde se afirma que,
“As crianças e os jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às
escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma pedagogia centrada na
criança, capaz de ir ao encontro dessas necessidades.”
Julgo por isso que os processos de educação/intervenção inclusiva no campo das
artes para estes “cidadãos especiais” poderão alicerçar-se nos princípios da designada
Escola Contemporânea, sugerida por Correia (1995, cit. por Correia, 2008), escola esta
que deve ter atenção à criança/indivíduo como um todo, não só a criança-aluno, e, por
conseguinte que respeite três níveis de desenvolvimento essenciais – académico,
socioemocional e pessoal -, de forma a proporcionar-lhe uma educação apropriada,
orientada para a maximização do seu potencial
Através dos métodos artísticos todos os indivíduos têm a capacidade de se sentirem
incluídos, dada a capacidade aquando da sua prática de libertar a pessoa para a criação e
expressão emocional, sensorial e física, tendo em conta as suas percepções/desejos, o que
fomentará o sentimento de pertença a um grupo/comunidade, obtendo-se assim uma
participação activa desses mesmos indivíduos na vida social e cultural da comunidade.
Como afirma Vigotsky (2001, p. 12) “a arte sistematiza um campo inteiramente específico
do psiquismo do homem-social – precisamente o campo do seu sentimento.”
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Ao observarmos o estado actual da arte, podemos analisar que a variedade e
itencionalidade das práticas artísticas é imensa e praticada de diversas formas, sendo que
mantém a mesma característica durante toda a sua história, isto é, a sua explanação é
normalmente caracterizada pela época em que se pratica e todas as questões políticas,
religiosas, económicas e socioculturais que identificam as sociedades.
Neste sentido e tendo em linha de conta o de procurar afirmar as práticas artístico-
culturais como meio de inclusão, neste caso das “pessoas especiais”, sustento minhas
ideias em Vigostky (2003, cit. Freitas e Pereira, 2007), referindo-se exclusivamente para
toda a actividade criadora como uma manifestação do ser humano, pois só este tem a
capacidade de criar algo novo a partir do que já existe, ou seja, o individuo está
intrinsecamente ligado à capacidade de criar e transformar, independentemente das
limitações ou particularidades de cada um.
A questão que eu coloco nesta fase é o que estará a ser feito no campo da animação
artística dentro das associações/instituições que trabalham com estas comunidades com
necessidades educativas especiais? Pela pesquisa efectuada pude constatar que existe já na
nossa sociedade um aumento (ainda que insuficiente) das organizações, associações e
outras entidades públicas ou privadas, que se esforçam para combater de forma regular e
incansável a exclusão social destas “pessoas especiais”.
Para obter uma real percepção do valor dos processos artístico-culturais nos planos
de educação/intervenção nestas “pessoas especiais”, realizei algumas conversas informais
onde houve desde logo uma partilha de informações importantes, com alguns
profissionais/voluntários que trabalham na instituição que irei referenciar mais
pormenorizadamente, de seguida, é o caso da ASTA2 – Associação Sócio Terapêutica de
Almeida. Durante esta pesquisa pude verificar algo que eu já havia afirmado
anteriormente, que a maioria dos processos de criação associados à arte e à cultura, sempre
que aplicados de forma sistemática e com o rigor de olhar às necessidades específicas de
cada público/indivíduo, podem-se afirmar como uma metodologia participativa de
intervenção/prevenção comunitária e acima de tudo podem contribuir para a afirmação e
inclusão dessas pessoas enquanto cidadãos plenamente integrados social e culturalmente.
A ASTA – Associação Sócio Terapêutica de Almeida, situada no interior do nosso
país, mais concretamente em Cabreira do Côa, no concelho de Almeida, distrito da Guarda,
2
As informações que apresento sobre a Identidade/Missão/Visão e Estratégias de acção da ASTA –
Associação Sócio Terapêutica de Almeida, foram completadas a partir da recolha efectuada no site:
www.assterapeutica.com no dia 12 de Abril de 2010. E as restantes informações foram resultado da minha
visita à associação e das observações e conversas informais que mantive com colaboradores/voluntários.
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é um óptimo exemplo para comprovar que as desigualdades económicas, sociais, culturais
e até geográficas que “diferenciam” as sociedades actuais, em particular no aspecto do
acesso a serviços sociais e culturais, podem ser combatidas no sentido de encontrar um
equilíbrio “indiferenciado” dentro das sociedades. Esta I.P.S.S. - Instituição Particular de
Solidariedade Social, sem fins lucrativos e de utilidade pública, direcciona o seu SONHO
para as pessoas, essencialmente, jovens a partir dos 15-16 anos com deficiência mental ou
multideficiência, para que “possam encontrar o SEU caminho.” A sua principal missão
passa por apoiar na integração dessas “pessoas especiais”, numa conjuntura terapêutica de
natureza comunitária e familiar, promovendo dessa forma um desenvolvimento
individualizado e inclusivo.
Desta forma, tem contribuído activamente para a integração social, humana e
económica destes “cidadãos especiais”, potencializando as suas intenções sócio-
terapêuticas e pedagógicas para que cada indivíduo encontre o caminho mais apropriado.
As suas práticas representam mais que uma ocupação, contribuem para “a
autonomia, a auto-suficiência e auto estima, para que cada um se converta num membro
social digno, útil e produtivo (respeitando sempre os potenciais e características de cada
um), tendo em conta as três condições indispensáveis para que um ser humano/cidadão se
sinta verdadeiramente incluído: uma família, um trabalho e um grupo social.” A associação
emprega actualmente directa e indirectamente 22 colaboradores/voluntários, trabalhando
com cerca de 30 jovens, na sua grande maioria vindos das zonas envolventes, alguns em
regime interno e/ou de residência permanente e outros em regime externo, dado serem
jovens provenientes de localidades próximas e assim podem regressar a suas casas no final
do dia.
O trabalho sócio-terapêutico da ASTA desenvolve-se em três áreas de intervenção,
pode assim dizer-se que numa primeira fase se procura estimular intelectual e
sensorialmente o indivíduo, através de várias oficinas criativas de diferentes campos
artísticos como são o caso da olaria e azulejos, tecelagem e carpintaria, agricultura
biológica, animação e terapias de reabilitação.
Numa segunda fase estabelecem-se processos de socialização (responsabilização)
dentro da comunidade através da partilha de tarefas entre os jovens e com a comunidade
em geral, através de saídas conjuntas para efectuar as compras, passar férias, fazer visitas,
assistir e realizar espectáculos, convívios com outras instituições nacionais e
internacionais. Por fim a participação/dinamização de eventos anuais como são os casos da
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Feira da Solidariedade e a Marcha (dedicada às crianças do mundo), que acabam por
garantir uma enorme importância no processo terapêutico e sociocultural.
Reforço a minha posição da importância dos processos de criação artística como
meio de inclusão nestes “cidadãos especiais”, salientando o seguinte exemplo prático dos
jovens da ASTA, como são prova disso o grupo de teatro e o grupo musical “Pé Coxinho”,
através destes dois agregados artísticos têm visitado vários locais para apresentarem os
seus talentos teatrais e musicais, conseguindo por isso comprovar as actividades artístico-
culturais podem muito bem ser utilizadas como método inclusivo, capaz de quebrar
algumas das barreiras da indiferença e afirmar a arte e a cultura como sendo de TODOS e
para TODOS.
Durante a minha visita às instalações da ASTA, houve uma frase que registei e julgo
que representa e sintetiza bem a força e intencionalidade que os processos inclusivos (neste
caso da ASTA), mas sejam eles em que áreas forem devem possuir nas suas bases de
intervenção: “A diferença faz-nos crescer.” Foi de facto algo que não deixei ficar em claro
e se tornou na resposta mais objectiva a todas as questões que havia levantado
anteriormente para melhor perceber a importância dos processos artístico-culturais para a
inclusão social.
Finalizo este capítulo dando o meu parecer a partir da constatação de toda esta breve
observação-participante na instituição, assim, afirmo que a arte pode funcionar como
unidade central de toda a metodologia terapêutica nos processos de inclusão social e
cultural, “alimentando” a criatividade e despertando a abertura de horizontes no indivíduo.
Declarando ainda as práticas artístico-culturais como sendo capazes de quebrar as imensas
barreiras físicas e emocionais impostas pela sociedade industrializada, que se encontra
demasiado ligada a valores “consumistas” em prol dos valores “humanistas”. Reforço esta
afirmação e posição com a,
“A ideia de que a cultura pode ser um antídoto aos problemas que vivemos como
consequência da globalização neoliberal na qual estamos inseridos, pode parecer
disparatada para aqueles a quem tudo se reduz à economia e concebem o homem
fundamentalmente como homo económicus e homo consumer, acentuando a dimensão de
mero produtor e mero consumidor.” (Ander-Egg, 2008:25)
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OS SERVIÇOS EDUCATIVOS NA CULTURA UM MEIO PARA A INCLUSÃO
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museológicas de estudo e de investigação, de incorporação, de inventário e de
documentação, de interpretação e de exposição.” (Camacho, 2007, p. 28)
Este recente fenómeno que procura implementar os serviços educativos nas
instituições culturais públicas e privadas é um claro sinal de intervenção sociocultural nas
sociedades materialistas, dado que na sua essência procuram estabelecer novas formas de
relacionamento recíproco entre o criador (instituição) – espectador (sociedade), no sentido
de obter uma participação cidadã na vida sociocultural da comunidade. A necessidade de
reforçar os laços entre os espaços culturais e a comunidade, afirma,
“A noção de que as instituições culturais são locais de emancipação da sociedade,
fundadores de consciências críticas e agentes construtivos de mudanças nos vários campos
do conhecimento e das expressões, constitui o fundamento que justifica a actualização da
sua função educativa.” (Barriga, 2007,p. 43)
Contudo e olhando à dimensão pública da arte e da cultura e enquanto pedagogia que
procura afirmar as várias performances artísticas como forma de participação flexível e
aberta ao acto de expressar uma liberdade individual e colectiva, concordo por isso com
Miguel Honrado (2007, p. 19), para quem,
“A Arte se evidencia como território onde pulsa uma das características da sociedade
contemporânea: a tensão entre o público e o privado, o individual e o colectivo, que se
traduz numa relação complexa entre a dimensão individual da arte e a sua progressiva
dimensão pública.”
Importa referir que na maioria destes serviços educativos na cultura não estão
integrados na dita “acção educativa formal”, afinal são locais que possuem infra-estruturas
com particularidades específicas das práticas artísticas e culturais regulares, onde a sua
principal missão será a de descentralizar/democratizar culturalmente as sociedades, levar a
arte e a cultura a todos. Contudo possuem a capacidade de transmitir valores identitários
social e culturalmente das diferentes sociedades e contribuir para a educação e prevenção
dos diversos públicos.
Pelo que pude aperceber-me existe também da parte dos programadores culturais
uma preocupação em criar apresentar momentos culturais para todos os públicos, isto é,
começa-se a ouvir falar em termos como “Famílias ao Teatro”, ”Teatro para Todos” e
“Cafés Dançantes”, entre muitos outros temas, estes aparecem com o intuito criar elos de
ligação entre a comunidade e a instituição, estimulando a relação e a participação na vida
sociocultural entre a sociedade no geral. Neste sentido e de acordo com Barriga (2007, p.
44),
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“Com base no pressuposto de que a instituição cultural serve as comunidades, sendo
uma das suas missões a contribuição para a educação ao longo da vida, portanto, a
formação cultural do indivíduo (numa perspectiva de aprendizagem não formal,
construtiva e crítica), verificou-se nas últimas duas décadas uma preocupação crescente em
criar instrumentos de gestão estratégica prospectiva, capazes de demonstrar a sua eficácia
face às exigências do mercado cultural contemporâneo.”
Do que me foi possível observar a maioria dos espaços culturais, englobo nestes
espaços as associações, fundações, museus e todas as instituições que particularizam os
seus princípios de acção através da arte e/ou da cultura, possuem já o designado serviço
educativo, ainda que nem todos possuam um plano concreto para a sua actuação, mas
importa com isto referir a existência de uma sensibilidade dos gestores/produtores culturais
para orientação pedagógica destes espaços culturais. Assim e tendo em conta o que afirma
Honrado (2007, p. 17),
“No quadro da relação entre públicos e serviço educativo é caracterizado o
desempenho do programador como “orientador num vasto universo de sentidos possíveis”.
Neste sentido, a obra de arte e especificamente a obra performativa são valorizadas em
primeira instância, mais como um “despoletador de sentidos” do que como referente
absoluto.”
Contudo ainda há muito por fazer e caberá de certa forma a nós animadores
artísticos, culturais e socioculturais, a potencialização e dinamização de práticas artístico-
culturais dentro destes espaços culturais, através da sugestão de planos de trabalho no
mínimo de período temporal a curto/médio prazo (3 a 5 anos), devidamente organizados e
planificados, para assim difundir e afirmar a sua aplicação numa dimensão de intervenção
pedagógica/comunitária.
Neste sentido a minha opinião coincide com a de Caride (2006), quando afirma que a
animação se deve valorizar enquanto procedimento sociocultural e educativo que poderá
contribuir para um desenvolvimento individual e social, equilibrando as raízes culturais
com as mudanças actuais. Tendo também a oportunidade de alargar a sua actuação ao
conjunto das várias associações, empresas públicas e/ou privadas que em parceria podem
fomentar atitudes e comportamentos inclusivos, que incentivem a comunicação e a
participação cívica, a criatividade individual e colectiva, a capacidade expressiva, a auto
realização do indivíduo e a transformação social.
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O PAPEL DA ANIMAÇÃO ARTÍSTICA E DO ANIMADOR COMO “AGENTES
INCLUSIVOS”
O teatro é, antes de mais, presença.
(Vieites, 2008)
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preparada toda a parte musical do nosso espectáculo e a parte de encenação e cenografia
através de ateliês de expressão dramática/teatral e artes plásticas, respectivamente. Para o
dia da apresentação propunha que fosse apresentada a peça e com a ajuda de recursos
tecnológicos fosse colocado em rodapé (na boca de cena) uma espécie de letreiro digital,
onde passaria toda a legenda do texto que estaria a ser teatralizado e para assim poder ser
interpretado por todos os espectadores.
No seguimento desta sugestão vou apresentar um exemplo prático de uma actividade
que alia as artes plásticas, com a expressão musical e ainda a sensibilização para questões
de preservação e protecção da biodiversidade. Esta animação/oficina foi desenvolvida no
âmbito da minha actividade profissional, animador sociocultural/educativo na ACERT –
Associação Cultural e Recreativa de Tondela, tendo sido criada a partir de um livro do
Plano Nacional de Leitura, A Arca de Noé de Luísa Ducla Soares.
Esta animação foi apresentada durante a semana da feira do livro da Biblioteca
Municipal Tomás Ribeiro em Tondela e era direccionada para o público infantil (5 aos 10
anos), numa primeira fase era mantida uma conversa educativa e de sensibilização com as
crianças sobre questões como o que é a biodiversidade, ou quais os animais em vias de
extinção, a importância de TODOS preservarmos o ambiente e os habitats naturais dos
animais e outras problemáticas são abordadas, esta fase termina com a contagem da
história da Arca de Noé, de uma forma muito resumida.
Na fase seguinte desafiamos as crianças para uma actividade de expressão plástica,
eles vão ter que unir os pontos que estão na folha A4 para descobrirem o animal, que de
seguida vão pintar e recortar, para depois colarem numa folha postal que levariam para
casa como recordação e onde estão algumas das questões e canções que foram
interpretadas durante a oficina. Esta animação termina com o cantar e coreografar de uma
canção adaptada a partir de um dos versos retirado do livro.
Destaquei esta actividade neste capítulo pois durante a animação tive crianças
provenientes de diferentes realidades socioculturais, algumas até com necessidades
educativas especiais e foi curioso ter a real percepção de que durante a realização desta
actividade lúdico-educativa as crianças esquecem os preconceitos que muitas vezes as
distanciam no dia-a-dia e conseguem ter comportamentos de partilha e cada um deles à sua
maneira exprime a sua criatividade e ideias.
Outras e diversas actividades artísticas podem ser dinamizadas, dou outro exemplo
da criação de arte a partir de lixo, a chamada Reciclarte, isto para afirmar que o potencial
da arte e da cultura enquanto metodologia criativa são imensas e devem ser uma aposta de
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todos os profissionais da animação, não só pela questão artística em particular, mas
também pelo enorme potencial de sensibilizar/prevenir para acções conscientes. Contudo, é
necessário continuar a estabelecer elos de ligação entre a sociedade em geral e as
estratégias pedagógicas dos processos de criação artístico-culturais como meio de inclusão
e participação destas comunidades na vida sociocultural do seu território, tendo sempre em
linha de conta as particularidades de cada indivíduo e respectiva sociedade. Assim e de
acordo com J. A. Caride (1998, cit. Vieites, 2008, p. 252),
“São cada vez mais necessários profissionais capazes de desempenhar e levar à
prática programas de intervenção que tenham como objectivos construir aprendizagens,
favorecer a criação e a diversão, incrementar a participação social e desenvolver a
personalidade de todos e cada um dos cidadãos e cidadãs participantes.”
Por tudo o que já foi referido durante o presente artigo posso afirmar que a arte e a
cultura enquanto modo de expressão, criação e participação, podem potenciar através de
actividades de animação artística uma reeducação dos sistemas inclusivos impostos de
forma pouco convencional pelas políticas adoptadas até aqui, para isso, nós animadores e
as instituições culturais devemos mediar sobre as características das sociedades actuais e
olhar a criação artístico-cultural mais como um meio de inclusão individual e social e não
como um meio para obtenção de resultados/objectivos. Isto poderá comprovar que a
Cultura e a Arte são um trunfo que o animador deve colocar ao dispor das comunidades e
de cada indivíduo para a valorização da sua especificidade dentro de uma vasta diversidade
cultural que cada vez mais caracteriza as sociedades contemporâneas.
CONCLUSÃO
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Se como ficou provado anteriormente que a arte tem um papel preponderante nos
processos de socialização do indivíduo, sem ela é dito que o desenvolvimento humano fica
incompleto, por que razão ainda não está formalizada a sua utilização de forma regular nos
processos de educação formal?
Se a educação prepara o indivíduo para no futuro poder participar e contribuir
activamente para a construção da sociedade onde se vier a inserir, como pode uma pessoa
dizer-se plenamente preparada se não teve um contacto regular com processos criativos
capazes de o levar a exprimir as suas ideias e desejos, neste sentido, confirmo as práticas
artístico-culturais como melhor meio de proceder a essa educação mais completa e livre.
Com tudo o que pude confirmar ao realizar este artigo, posso afirmar que uma
educação centrada nos processos de criação artística, pode influenciar o indivíduo na forma
de pensar, criar, expressar, interagir e conviver com o muno que o rodeia, resumindo, a arte
e a cultura são um óptimo remédio para combater a exclusão social. Além de tudo isso, a
arte está associada ao património Humano, seja ele material e/ou imaterial, logo, todo o
tipo de experiências no campo artístico reforça e encoraja os intervenientes a participarem
nas decisões da sua vida sociocultural, o que levará a uma democratização/descentralização
das práticas artístico-culturais. Como pude comprovar com a pesquisa mais interna na
instituição ASTA, a arte e a cultura têm o potencial de facilitar a integração de “cidadãos
especiais”, munindo-os de ferramentas para poderem olhar o futuro de forma mais
integrada na sociedade.
Pude constatar que embora seja reconhecido o enorme potencial da arte e da cultura
como meio de integração social, ainda não é devidamente reconhecida como uma
pedagogia inclusiva. Assim, cabe-nos pensar na cultura e nas culturas em geral
(diversidade cultural) como realidades em que emergem vivências e experiências dotadas
de um profundo significado para as pessoas e comunidades, revelando assim o seu
protagonismo mediante práticas culturais e artísticas que transcendem as coordenadas
espácio-temporais mais imediatas. (Caride, 2006)
Considero por isso que ainda há muito a fazer no campo da inclusão social através da
arte e da cultura, cabendo assim a nós animadores artísticos e enquanto “educadores
inclusivos”, mediar sobre as fortes desigualdades socioculturais que vão caracterizando as
sociedades actuais, para podermos agir de forma coerente no sentido de procurar expor as
práticas artísticas e culturais enquanto pedagogia, que facilita a inclusão dos indivíduos.
Mas para essa acção se tornar uma realidade de TODOS e para TODOS, temos que
perceber como criar artística e culturalmente com o intuito de educar para a cidadania
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inclusiva? É uma questão para a qual ainda não tenho uma resposta concreta, mas com o
que afirmei anteriormente julgo ter bases para procurar essa resposta.
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Tabela de Siglas
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