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  • O Texto Literário e o Texto de Massa

    Enviado por

    Heitor Ferraz Mello
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    Ensaio de Edward Lopes sobre o uso da literatura nos cursos de língua portuguesa.

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    O texto literário e o texto de massa

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    © TEXTO LITERARIO E © TEXTO DE MASSA EO ENSINO DA LINGUA PORTUGUESA “oda nang wa esa de savevgnn me a conbaom poe tno dsr Siro Agi, Dedacna cing, De 14 Deve o livro de Portugués incluir unicamente textos literitios? Deve, no ensino secundiro, ser esse livro utiizado para o ensino dda gramatica? As perguntas acima s6 fizem sentido quando se {ntegram nas definigdes produzidas por um conjunto de conceitos correatos que indagam sobre os vinculos entre a lingua © literatura, a literatura ea cultura, ea lingua ea cultura. Como esta ‘ikima relagio engloba as outmas duas, é dela que vamos partir para cescrvolver estas nots. Principiemos com uma concep to vage parcial da lingua ‘como aquela que a toma na sua qualidade de meio de expresso pra a cultura de uma comunidade. A lingua portuguesa seria Aefinida, ent, como 0 meio de expressio da cultura de todos os falantes pertencentes & comunidad de lingua portuguesa Para reduzir um pouco 0 vago dessa concepcio, observemos, inicialmente, que uma comunidade ¢ composta de grupos de individuos que se solidaizam por segments, fagdes ou classes ‘mais ou menos definidos, que se coerentizam internamentte a base ‘da muua coparticipacio em algum trago comum a todos els, 50 fesse que ¢, por outro lado, ausente de outros segmentos, particu laridade que o converte em caracerstca capaz de assinalar, em termos de diferenga relative, a identidade de um dado grupo perante todos os demais da mesma comunidade. Usizando, para faciliar nossa exposigo, uma ldgicabindria de conjuntos comple: mentares, podemos segmentar 0 conjuntouniverso da sociedade brasileira em dois subonjuntos, opondo povo, que é, no Brasil analfabeto ou poueo alfabetizado, & elite alfbetizada. Se nos reportarmos, agora, & nossa primeira definiglo de lingua, seremos ‘obrigados a reconhecer que ead um desses segmentos socials, 0 povo ea elite, possu sua propria cultura, a qual se exprime numa variedade da lingua dotada de um conjunco de tragos gramaticais to pecultarmente dstintvos que, 20 se manifestarem num ato de fala, esses tragos nos permitem identificar no conjunto enunciado a gramaticalidacetipiea da norma culta ou da norma popular da lingua. A oposigio entre essas normas é, como se sabe, da onder ddos paradigmas e, portant, vem claramente marcada, Ela tende, ‘contudo, a ser mitigada ~ nunca, contudo, apagada - no interior

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