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Curso Profissional - Técnico Auxiliar de Saúde HSCG

Higiene Segurança e Cuidados Gerais


UFCD 6562
Ficha Nº1

MICROBIOLOGIA

A Microbiologia é a Ciência que estuda os microrganismos, ou seja, os seres vivos de


dimensões microscópicas que existem como células únicas ou como grupos de células. O
seu nome tem origem em três vocábulos gregos, mikros (pequeno), bios (vida) e logos
(ciência).

Os objetos de estudo da Microbiologia são as bactérias, os fungos, os protozoários e as


micro-algas; também estão incluídos os vírus, apesar de estes últimos não apresentarem
estrutura celular.

O que são microrganismos ?

Os microrganismos são uma forma de vida que não pode ser visualizada sem auxílio de um
microscópio. Estes seres diminutos podem ser encontrados no ar, no solo, e inclusive, no
Homem.

Não são todos iguais, eles podem ser muito diferentes em tamanho e modo de vida,
contudo, todos têm em comum uma estrutura bastante simples.

É grande a importância de determinados microrganismos no Ambiente, em Biotecnologia,


na Saúde e na Agricultura.

Os microrganismos e o Homem

Esta relação pode ocorrer de forma positiva e indispensável à vida (ex: bactérias presentes
no iogurte) ou bastante negativa, neste caso, com efeitos prejudiciais à saúde, podendo
mesmo pôr em risco a vida humana (contacto com microrganismos patogénicos -
causadores de doenças).

Além dos microrganismos já identificados e classificados (bactérias, fungos, parasitas),


existe uma outra categoria que só pôde ser observada após a invenção do microscópio
eletrónico. Trata-se de uma estrutura organizacional bastante simples: o vírus.

Se considerarmos a classificação em 5 Reinos de Wittaker os microrganismos fazem parte


do Reino Monera (seres unicelulares como bactérias e algas azuis), do Reino Protista (seres
unicelulares como protozoários e algas eucariontes) e do Reino Fungi (seres uni ou
pluricelulares como fungos elementares e fungos superiores).
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Reinos da Vida

A primeira classificação dos


seres vivos, apoiada por
Lineu, considerou a
existência de dois reinos - o
Reino Animalia e o Reino
Plantae. No Reino Animalia
incluiram-se os seres vivos
não fotossintéticos, com
locomoção e com ingestão;
No Reino Plantae incluiram-
se os seres vivos
fotossintéticos, sem
locomoção e sem ingestão.
Esta classificação tornou-se
insuficiente com a
descoberta de seres vivos
fotossintéticos e com
capacidade de locomoção.
Assim, o modelo de
classificação foi evoluindo
de modo que a classificação
em cinco reinos de Whittaker
(1969) tem sido a mais aceite
até final do século XX.

Recentemente a classificação de Cavalier-Smith 1998 e de Ruggiero et al. 2015 veio alterar


um pouco este panorama. Os autores consideram a existência de 3 Domínios da vida que
contêm os 7 Reinos: Bacteria, Archeobacteria, Protozoa, Fungi, Chromista, Animalia e
Plantae.

O quadro seguinte refere as principais características dos cinco reinos do sistema de


Whittaker modificado (1969).

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Por outro lado se considerarmos a classificação em 3 Domínios (7 Reinos) de Cavalier-Smith
1998; Ruggiero et al. 2015, encontramos microrganismos nos Reinos Bacteria,
Archeobacteria, Protozoa e Fungi.

Os Fungos

O que são ?

Na natureza há diferentes tipos de fungos. Podemos dizer que eles são uma forma de vida
bastante simples. Existem aqueles que são extremamente prejudicais para a saúde
humana, causando inúmeras enfermidades e até intoxicação. Encontramos também os
que parasitam vegetais mortos e cadáveres de animais em decomposição. Temos
também os que são utilizados para alimento e até aqueles dos quais se pode extrair
substâncias para a elaboração de medicamentos, como, por exemplo, a penicilina.

Durante muitos anos, os fungos foram considerados como vegetais, porém, a partir de
1969, passaram a ser classificados num reino à parte (Reino Fungi), uma vez que não
sintetizam clorofila, não possuem celulose na sua parede celular (excepto alguns fungos
aquáticos), e não armazenam amido como substância de reserva.

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Os fungos são seres eucariontes. Estão incluídos neste grupo organismos de dimensões
consideráveis, como os cogumelos, mas também muitas formas microscópicas, como
bolores e leveduras. Diversos tipos agem em seres humanos causando várias doenças
como, por exemplo, micoses. Os diversos tipos de micoses que conhecemos são
originadas por microfungos, atingindo os seres humanos com maior frequência nos países
tropicais (clima húmido e quente).

Outro tipo importante de fungo é o mofo, que surge através dos esporos, células quase
microscópicas que se encontramos a flutuar no ar. Os esporos preferem locais escuros e
húmidos para se reproduzirem. Em função desta característica, nota-se uma maior
quantidade de mofo em ambientes húmidos, como paredes, gavetas, armários, etc. Estas
mesmas células minúsculas também se agrupam no pão (fig.2), frutas e vegetais, pois
buscam alimentos em ambientes propícios para o seu desenvolvimento.

Fig.2 - bolor do pão

Bactérias

As bactérias apresentam uma estrutura celular bastante simples. Diferente da que ocorre
nas células animais e vegetais. Nem sempre apresentam as mesmas características, pois
possuem variações na sua forma, tamanho, virulência, etc.

Esta forma de vida unicelular e procarionte pode ser encontrada isolada ou em colónias.
Muitas bactérias possuem estruturas extracelulares como flagelos ou cílios, organitos de
locomoção presentes nas bactérias móveis.

De forma geral, as bactérias apresentam: cápsula, membrana plasmática, ribossomas,


parede celular, DNA e flagelos.

As bactérias patogénicas são causadoras de inúmeras doenças, tais como: tétano, febre
tifóide, pneumonia, sífilis, tuberculose, etc. A infecção pode ocorrer através do contacto,
do ar, alimentos, água, etc.

Os antibióticos são excelentes ferramentas no combate às


bactérias patogénicas, pois o organismo infectado por elas
pode ser tratado com o uso adequado deste
medicamento. Nem todas as bactérias são sensíveis ao
mesmo antibiótico, por isso, cabe somente ao médico
prescrever qual o melhor para cada caso.

Fig.3 – bactérias

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Vírus

O que são ?

A palavra vírus tem a sua origem no latim e significa toxina ou veneno. O vírus é uma
estrutura/organismo com grande capacidade de auto multiplicação, utilizando para isso
a sua “maquinaria” interna. É um agente capaz de causar doenças em animais e
vegetais.

O vírus é formado por uma cápsula de proteínas que envolve o ácido nucléico, que pode
ser RNA (ácido ribonucléico) ou DNA (ácido desoxirribonucléico).

Fig. 4 – Esquema de um vírus

Os vírus necessitam de células para poderem replicar o seu material genético, produzindo
cópias da matriz, destruindo as células, pois utilizam toda a estrutura das mesmas para o
seu processo de reprodução. Podem infetar células eucarióticas (de animais, fungos,
vegetais) e células procarióticas (de bactérias).

- Exemplos de doenças humanas provocadas por vírus: hepatite, sarampo, gripe, dengue,
poliomielite, febre amarela, varíola, AIDS etc.

- Os antibióticos não servem para combater os vírus. Alguns tipos de remédios servem
apenas para tratar os sintomas das infecções virais. As vacinas são utilizadas como método
de prevenção, pois estimulam o sistema imunológico das pessoas a produzirem anticorpos
contra determinados tipos de vírus.

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A virologia é a ciência que estuda os vírus e suas propriedades. Os vírus têm sido
classificados como seres vivos ou não vivos em diferentes momentos da história da Biologia.
Os vírus não têm sido aceites pela
generalidade dos cientistas como
verdadeiros seres vivos, não estão
incluidos em nenhum dos reinos
referidos nos 3 Domínios da vida. Os seus
atributos físicos, o tamanho do genoma
e os estilos de vida dos vírus tornam
estes difíceis de classificar. Um novo
estudo de Nasir & Caetano-Anollés
(2015) usa a estruruta das suas proteínas
como evidência de que os vírus são
entidades vivas que pertencem a um
ramo único na árvore da vida.

Fig. 5- representação de vários tipos de vírus


Parasitas

O que são ?

Os parasitas são seres vivos (do Reino Protozoa e outros) que retiram de outros organismos
os recursos necessários para a sua sobrevivência.

São considerados agressores, pois prejudicam o organismo hospedeiro através do


parasitismo.O parasita pode viver muitos anos no seu hospedeiro sem lhe causar grandes
malefícios, ou seja, sem prejudicar as suas funções vitais.
No entanto, alguns deles podem levar o organismo à morte, neste caso, porém, o parasita
sucumbirá junto com o seu hospedeiro, uma vez que, era através dele, que ele se
beneficiava unilateralmente.

O parasita é capaz de se reproduzir disseminando os seus ovos, e estes, costumam infetar


outros hospedeiros, dos quais eles retirarão os meios de sobrevivência através do
parasitismo. A transmissão pode ocorrer entre os humanos através do contacto pessoal ou
do uso de objetos pessoais. Podem também ser transmitidos através da água, alimentos,
mãos sem a devida higienização, poeira, através do solo contaminado por larvas, por
hospedeiros intermediários (moluscos) e por muitos outros meios.

Exemplos:

Fig. 6 – Trichomonas Fig. 6 - Paramécia

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