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“Várias das novas ruas – com espanto e até protesto dos moradores – passaram a
ter 17 m de largura, ou 25 m [...]; os leitos foram abaulados com sarjetas laterais [...];
surgiram os calçamentos de asfalto ou de paralelepípedos de granito com lastro de
concreto [...]; passeios de concreto cimentado [...], ou ainda formando caprichosos
desenhos [...]; chanfraram-se e arredondaram-se os cantos dos quarteirões; criaram-se
refúgios para pedestres; melhoraram-se as instalações de água, esgotos [...], gás,
iluminação elétrica; estenderam-se as linhas de bondes pelos bairros e substitui-se a
tração animal por tração elétrica; arborizaram-se as ruas; criaram-se jardins [...],
reformando-se ou melhorando-se os existentes na Praça da República e outros; abriu-se
o túnel do Leme; canalizaram-se, retificaram-se, melhoraram-se os cursos dos rios [...];
remodelou-se o Canal do Mangue, marginando-o com palmeiras imperiais que tanto
impressionaram mais tarde Le Corbusier.” (p. 77-78).
Posturas
A Capital Federal
“A abertura na Avenida Central foi o fato capital desse princípio de século. [...]
Para os prédios da avenida, a comissão construtora incumbida das obras [...] instituiu
um Concurso Internacional de Fachadas, em que como programa só contavam a largura
do lote e o gabarito regulamentar, com o que, contrariando o sentido orgânico inerente a
todo verdadeiro projeto arquitetônico – em que plantas, seções e fachadas formam um
só todo indissolúvel – se deu sanção legal ao conceito que persistiu por mais de trinta
anos (até o sucesso alcançado pela moderna arquitetura do Brasil) de que o arquiteto era
um desenhista de fachadas.” (p. 79).
“No prazo recorde de vinte meses foram desapropriados e demolidos 590 velhos
prédios, numa extensão de 1.795 m, reloteados, vendidos ou permutados os terrenos, e
rasgada a avenida, inaugurada por trechos [...].” (p. 79).
Variedade de Estilos
Banimento do Colonial
Art Nouveau
Exposição de 1908
“Na época em que estamos analisando, esses homens, embora com o destino
selado, ainda estavam em plena forma, porque tudo se reduzia a questões de gosto e de
estilo, já que os arquitetos não se davam conta de que as profundas transformações
técnicas, econômicas e sociais provocadas no mundo pela Revolução Industrial em
marcha, cujos reflexos já se tinham feito sentir no Brasil desde princípios ou meados do
século passado, exigiam na arquitetura modificações de fundo, orientadas de dentro para
fora (e não ao inverso, como se fazia) e em que a forma plástica fosse mais efeito do
que causa, antes resultante do que ponto de partida da transformação.” (p. 86).