DA CORRESPONDÊNCIA
DO
1 I :.I GB BU
AO VAL.\ DO LAVKADIO
NO RIO DE JANEIRO.
III
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RIO DE JANEIRO
TYPOaRAPHIA UNIVERSAL DE LAEMMERT
61 B, RUA DOS INVÁLIDOS, 61 B
1871
¦A,
PARECER
DA COM. . DE CORRESP. . ESTR-.
do
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AO MESMO DIKIGEDAS.
A GL; JO GL MC; DO w I I
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no MÉ#*
Boston, nas quaes existe nrh Tehtorio apresentado *. 33. .A ber to G.
rito ao mesmo Corpo pelo Pod.-. e IU/. Ir. interesse havia
Goodall, tratou de mandar traduzir o que de mais
do nosso Circulo.
para conhecimento dos MMaç/.
na autorisa-
A tradücção acha-se concluída e ã Com/.a firmada
de 21 de Junho de 1869,
çâo que lhe concede o % 4° do Decreto mesmo deslmo a corres-
E/. V.-., mandou-a imprimir, dando'Or/. o
Lusit.-. Unido.
pendência travada com o Gr/.
Mais um novo Or/. se ergue na Capital fio Império, trabalhando
e em-
para desacreditar a nossa Inst.*. perante o mundo profano, a reputação
pregando as armas da difamação e da calumnia contra sao infeliz-
do Gire/, do Lavradio e de seus membros. Alguns
mente nossos Ilr.*., que assim contribuem para mais/ um scisma,
de artigos em lingua-
publicando em seu órgão semanal uma serie dos quaes se con-
gem indecorosa e inconveniente contra aquelles
siderão victimas de uma perseguição acintosa, quando a necessidade
somente ê que obriga a Com/, de Cor.*. Est.*. a fazer ouvir pela
Câmara.
primeira vez no Gr.*. Or.*, o nome do Vai.-, do General
O restaurador do intitulado Gr/. Or.-. Brazileiro, sacrificando
um passado aíanoso de labor scientifico, sacrificando o seu pre-
sente e talvez o seu futuro, veio da provincia de S. Paulo a esta
Corte, reíinio o que havia e a sua desillusão foi completa: en-
controu um grupo sem ordem e sem nexo dirigido '011/. por üm homem
que tinha vistas interesseiras e apenas tres cujos membros
nada sabião de Maç/., sendo alguns agentes do Lavradio, que
fôrao banidos da Ordem para sempre.
(Foi este o povo maçonico convocado pelo intitulado Delegado
do Sup.-. Cone. do extineto Gr/. Or/. Brasileiro 1) Era preciso
desanimar e abandonar o projecto de restauração do Gr/. Or/;
Brasileiro ou persistir no plano formado. .
Elle optou pelo segundo meio, dissolveu, reconstruía, acceitou,
regularisou, filiou diversas OOff/. , e hasteou emfim o pavilhão
do Gr/. 'Or/. Brasileiro 1
Eis a origem do novo Gr/. Or/., endeosado pelas próprias
expressões do restaurador do unico Circ. legal, legitimo, regular
e coevo da Independência nacional I
A Com/, communica a tal respeito ao Sapmo.\ Gr.*. Or/. que
já levou ao conhecimento das PPot/. com as quaes mantemos
relações de amizade, a existência desse Corpo espúrio ao vai.-,
do General Carnara, assim como apresentará brevemente a refuta-
ção das allegações que faz o referido núcleo sobre a pretenção que
tem de ser a única Pot.1. legitima, regular e legal do Rit.*. Esc.\
no Império do Brasil.
; .' — 5 —
Desnecessário julga a Com.-, demonstrar as vantagens da publi-
ao
cação da correspondência estrangeira. Honrada com a a conüança,
approvação
SapmV. Gr.-. Or.-. ella espera de sua benevolência
de seus actos.
V.-.
Traç.\ aos 18 dias do mez de Março de 1871, E/.
(Assignados)
Dr. Alexandrino Freire do Amaral, 33.*.
Relator. i
ALBERT p. pOODALL
DO
i i
m.viaJirisilicçliflMeiosEstés-Umos
AO OE*. DE BOSTON,
Traduzido pelo Ir.*.
Dl
encerramento da sessão
Recebendo o seguinte relatório depois do fosse
J^Ztpvemf Concelho, mandei qao publicado com as
resoluções do mesmo Gr.-. Corpo.
33.'.
(Assignado) JosiahH. Drummond,
Sob.-. Gr.-. Com.-.
Corpos Mancos
PqyPSBrt US'gentes
que visitei.
BRASIL.
De todas as rBTatlâf reSto- emento'a «W&
Cone,-; do Brasd, recebi aprwptoi fK^„Visd» cada vw mais
M^^^^f^SSão,
de communicar-vos, que que a dirige.
REPUBLICA ARGENTINA.
_ 11 _
*
REPUBLICA DO URUGUAY.
Nenhuma resposta, ha dous annos, tenho recebido de differentes
muita
communicações que dirigi a este Gr.-. Corpo, o que prova
deficiência na direcção de seus negócios.
PERU'.
do
A única communicação offiçial que recebi do Sup/. Cone/,
Peru, ha cerca de dous annos, é uma circular impressa em referencia
á eleição do Sob.-. Gr.-. Com.-.
-*•
HESPANHA.
recebi
Depois da publicação do meu relatório, impresso em 1868,
informações mais minuciosas a respeito das perseguições por que
reinado do terror sob o
passou a nossa Subi/. Ord.\ durante o dos
dominio bárbaro e fanático dos Jesuítas e a crueldade-despotica a tal respeito,
monarchas. Julgando porém sufficiènte o que já dissemaçon.-. neste
limitar-me-hei somente ao estado aclual dos negócios
^Chegando
â Madrid em Abril ultimo, achei dous partidos recla-
mais deplorável
mando a supremacia, estando ambos no estado da a desor-
confusão e demonstrando infelizmente mais tendência para
dem do que para a harmonia. sobre ,..
alguns
,
do-
As pretenções de ambos os partidos
'comentos baseao-se
inquis^
e» diplomas, escapos ás pesquizas vigilantes dos aulon-
a sua
dores, que são o único monumento que demonstra
dade primitiva. .
¦.' de nm
um G. bup. .
O partido que reclama para si a honra possuir
de seu
Cone/, affirma que o Conde de Tilly, por autorisaçãodo Rit/. primo Lsc^.
Grasse de Tilly installou em Sevilha um Sup/. Cone/, de uma
Ant -. e Acc.v no anno de 1807 ; porém em conseqüência teS-we *£%• °
revolta, na qual representava um papel emmen em 21 de^etem^0
Gr.-. Corpo foi removido para Aranjuez, onde sendo br .
de 1808 os seus Officiaes fôrão devidamente empossados
Som.-, ad vitam, Saavedra , Lug-. Ten.- Coni.-., Conde d Ttly ,
«., Jovellanos ;Gr. .Secret. .,
Gr.- Thez/., Carlos Rosas; Gr/. Chanc-., Pelajos
Quintana; e Capit.•. das Guard. ^™Uhaf e
Por morte de Tilly e Saavedrafoi eleito Gr/. Com. ur. . ae
«ob sua direcção o* Sup/. Cone.-, unio-se com o Gr/, de Snp.*.
o Utnlo
Hespanha Sanada no anno de 1817. adoplando
Cone.-. Gr.-. Or/. Nacional de Hespanha de
,mçn.„
1848, dous par-
Durante as perseguições politicas e religiosas
12
Ord/.,fujo esUdo era
tidos disoutárão a primazia da direcção daa revolução de 1868 res-
!$oS e^* coníínuârao até que
as lições ensi-
TMa™abriadtntoHS,^porém infelizmente nem
«adafem nossos -íaer,pà eco «que não fôrão comprehendidas
^2 que preiUm o direito de reorgamsar o
pratals ppr
GrDous°iSdÍviduos
reivindicarão a autoridade do Grão-Mestrado, e
PORTUGAL.
Nenhuma alteração tenho a fazer no meu relatório de Io de De
zembro de 1868, a respeito da historia e estado da Maçon/. em
Portugal, visto como as investigações ulteriores a que procedi de-
monstrárão a sua exactidão; e a feliz união dos dous- Corpos ri-
vaes—Sup/. Cone/.' Portuguez e Gr/. Or/. Lusit.\ effectuada
em 30 de Outubro de 1889, o que jâ vos foi communicado, torna
desnecessária qualquer observação sobre os documentos que vos
fôrão submettidos antes de 30 de Outubro pelo Gr-". Or.-. Lusit.-..
Chegando á Lisboa em Maio ultimo, tive uma conferência cabal
esatisfactoría com o Gr/. Secret/. e outros OQff/. do Corpo Unido,
e congratulei-me pelo progresso da Ord/., que está presentemente
constituída mais de conformidade com a legitima Maçon/.; e tanto pela
certeza de sua permanência e prosperidade no paiz onde por
tempo soffreu as perseguições fanáticas, políticas e religiosasv
Além dos Corpos Maçonicos mencionados por oceasião da minha
visita anterior soube que um Gr.*. Corpo foi installado por auto-
risação do Sup.*. Cone.-, de Irlanda, do qual não fiz menção no meu
relatório de 1868 por não haver obtido então informações'a tal
respeito. . .
Nesta minha viagem obtive as seguintes informações mipstradas
pelo Ir/. Weslby s
« No dia 3 de Abril de 1856 uma petição foi endereçada ao
Sup/. Cone*, da Manda por Frederico G. da Silva Pereira, Joa-
«Ma JgJ ••*
- í« —
«ais «eddectos^ig^ «neto oflicial de
^te,mdoS me» e assmuo.
marinha, tambem não LLoj, . ™ . ^, diminuo numero de
Tem este Corpo quatro
se congratulao quanüo odem reunir sete para os
pouew
íjObr.*., os quaes
seus trabalhos. ^de ^as iniriarões imcia^ filiações são feitas pôr
e n»
Esta associação, pois, «^»S0"S ^ uma sociedade
elevado preço, deve ser Corpo Maçon.*.
de soccorro mutuo de fónna al-
profana ^J2Se^ podem
Nosso- direitos P01s'Je,?eS'cCpo
nao. «o como_torpo superior do «it.*. Frai,-
guma ser contestados, ^ E z ànt... e
cez, mas »»:^°* **• ¦r
Aíc/... ^ocuramos.act4ualmente>com^
™ *<%»$*
à
çSes fraternaes maçomcas da AWrica, e se as-
Franc^açon/. do »^Afl*!^,„ nossos ardentes desejos,
serão P^ençhidos os nossu ^
sim o atacarmos, RSu.n0S
O nosso caro Ir.*, e vosso •-"¦f°J"1n*.*, duas
tempo de tratarmos de tal Wfm 1^*^ jàJeporelle ob-
(é
U». e i vista da UM» »^^ffiê<&âfeftíít* *sto*«ate^ ^
servou e das informações que obtóve ™sSa
assegurar-vos da verdade £.$£&*£% palavra íe Ma-
c -V3S.VSSs iSeací
Ir/.
™ carta particular recebida ao mesn&oemtempo do 111.*.
De uma
33 * Cunha Belém (Maç.*. muito zeloso promover os inte-
dados:
resses da legitima Maç/.) extrahi os seguintes
Valle de Lisboa, 1 de Agosto de 1870.
Car/. e Poder/. Ir/.
se-
E' com summo prazer que vos dirijo estada communicação,
distineta honra de
assim
gundo o que convencionámos, gozando
sá' -;||* "4ÜL.
<£**§»-
eoirôtsv comvòseo se^e áép^s Épicos e di áfftècí&f
caracter, e o zelo que vos distingue em todâS aS qtíe%t§es msum-
pem-
teressão à nossa Ord.*.; Lastimo profundamente a mmha
eieiieir em escrever na 1'Égaa inglesaassim cétíití à imnuár jpo-
raudia da Bespáafeola;\ o qirá me impede dè faüer coto que seja
nÉis^ intetigNefc patra? vôs a laitíha5 êxpbáiptí. ¦;¦/ v.
«aoffituu^ meuMi1 ii1.-., ü{,,feSW tó^s supprl&Õ â Émà
pecítàtefci^pe^ cOtí^rfét
Slado em 21 de Março de 1844, desejando .»§ealmg|
MEMORANDUM.
« uum,
data suas resoluções, a vista ao que
de seu estado. • inmdirrão o Sup*< Cone*, dã
-ncontrao mui-
,gf^^S2|S^
reIKI^
da Italia em Florença. . ,
FIM DO RELATÓRIO.
— 22 -
I (""i
RESOLUÇÕES
**. *. _» __»__*_ ««..» ¦ • (íConp • dos Estados-Unidos da America do
*S28fíofoorfS e Í.Bt...— referencia ao re onhe-
Sé ClSSíe**i
¦¦ *"'.' ^
ffi^í^eáli. Pelo OrOr.-.,«^^ de ;£a°
New-Oiltans.
espúrio da Luifciana, ao
so-
l.a Considerando a aggressão illegal do Gr.-. Or.*. de França do
bre os direitos jurisdiccionaes do Sup.-. Cone.-, da junsdicçãoe de
Sul dos Èstados-Ijnidos, todas as nossas relações ¦¦- de amizade
correspondência cóm este Corpo ficão suspensas.
2" Considerando o seu reconhecimento concedido a um Corpo
espúrio, illegal e irregular, composto de MMaç.-. expulsos, como um
Sup.-. Cone. legitimo do 33u gr.\, seu Par e Igual; nos dora
avante não reconhecemos o Gr.-. Or.-. de França como fazendo parte
da Maçon.-. e o julgamos tanto a elle, como a todos os Corpos e
MMaç.-. de sua jurisdicção infectados da mesma mancha devillegali-
dade, visto entrelerem relações com MMaç.-. clandestinos e irregulares.
3.a D'ora avante só reconhecemos como unico e legitimo Poder
Supremo do Rit.-. Esc.-. Ant.-. e Acc*. em França e suas de-
é Gr.\ M.-. olll.v
pencias, o Sup.-. Cone*, do 33° gr/., de que de la Jonquière.
Ir.-. Crémiem, e Seeret.-. Ger.'. o Visconde
4 * Fica d'ora avante vedado o ingresso em todas as nossas LLoj.-.
de Perfeição, CCone.-., CCap.% e CCons.-. cm todos os Sanctuarios de
Or.-. de
qualquer gráo que seja, aos MMaç.-. da obediência do Gr;-.
França, assim como, fica prohibido a todos os MMaç.-. da nossa ju-
risdicção visitarem os Corpos de sua obediência, e reconhecerem
como MMaç.:. todos aquelles.que admittirem a supremacia do Gr.-.
Or.-. de França.
§.• Esta suspensão de relações fraternaes durará até que o Gr.-.
Or.*. de França se retracte do direito de intervenção sobre a le-
galidade dos Corpos do Rit.-. Ànt.-, e Acc*. de nossas Respectivas
jurisdicções, e dê suficientes garantias de não tornar a, perturbar a
paz Maçon.-. nos Estados-Unidos. >
6.* Quanto ás qualidades dos PProf/. que buscão iniciar-se, não
adraittimos que Poder algum Maçon.-. nos dicte leis a tal respeito.
m
CORKESPONDENCIi
ENTRE 0
Ao Valle do Lavradio.
25
i' GL'. DO fL m. do i:
(TIMBRE.)
Consenti, Car.*. Ir. *., que ouse perguntar-vos, por que não se-
guis vós este exemplo, que se não se recommenda para vós pela au-
toridade de quem o deu, vale de certo muito para a vossa ele-
vada penetração pela importância moral que em. si próprio encerra I
Boa vontade, reciproca lealdade, desinteresse e abnegação, eis
quanto é mister para chegar ao desejado termo; eis os elementos
com que construímos o nosso perduravel edifício, eis os elementos
de que dispondes abundantemente, associando a isso um grande
bemestar, que nós não possuíamos»
Que vos falta pois? Quebrar pequenos preconceitos? Vencer pe*
ris velleidades ? Tão pequeno sacrifício em face de tão grande fe-
sul tado V-
Perdoai-me, Resp-»*. Ir.*., se eu obscuro mas devotado após-
tolo da tolerância maçonica, da verdadeira fraternidade, dá união
perfeita, ouso fallar-vos assim, sem autoridade, senão a do fer-
vente enthusiasmo, para recommendar as minhas palavras.
Outro é porém o principal assumpto desta carta. Devo-vos res-
posta cabal e plena ás vossas perguntas, e vou dar-vola, garan-
tindo-a em todos os seus pormenores com a minha palavra de
honra, como homem, com a minha fé de Maç.*. como Ir.*.
O desejo de vos responder promptamente, me impedio, pelos mui-
tos affazeres da minha vida profana, de fazer copiar todos os do-
cumentos a que terei de alludir; agora mesmo escrevo, para apro-
veitar uma hora feriada, sem elles á vista, o que pôde dar lugar
â algum erro de datas. Brevemente vo los enviarei por cópia para
completo esclarecimento das vossas fraternaes perguntas.
1 Quando o Grande Oriente Portuguez
propoz a juncção ao Grande
Oriente Lusitano, era de todos conhecido que o primeiro destes dous
corpos era formado pelos extinctos Orientes de Portugal e da Con-
federação Maçonica, e que o Supremo Concelho do Gr.-. Or/. de
Portugal se unira tambem ao Grande Oriente Portuquez, a^ceitando
a imposição dòGrão-Mestre eleito para seu Sob.-. Gr.*.Com.-, eaclau-
sula de enviar Representantes seus ao Grande Or.*., que refefen-
dava as suas delibsraçoes, como tudo consta dos differentes artigos
da Constituição e do tratado dessa união. '¦
Ora, nestas circumsiancias, tendo a proposta da juncção sido
apresentada e largamente discutida na Grande Loja, e não tendo
ahi apparecido protesto dos Representantes do Supremo Cons< lho,
nem antes nem depois delia approvada, jà se podia inferir em bom
direito, que o Supremo Concelho havia adherido tacitamente áquelle
acto. Todavia as cousas passárão-se de um modo ainda mais sigci-
ficativo e terminante. O Supremo Concelho do Oriente Portuguez
resolveu tratar directamente da juncção com o Supremo Concelho
do Oriente Lusitano, e para isso nomeou' uma commissão especial,
composta dos Ilr. *. Conselheiros Thomaz Oom, José Mendes da
m
Assumpção, e Joaquim Vital da Cunha Sarjedas. Do lado do Oriente
Lusitano, ficou a mesma commissão que tratou da juncção do Rito
Francez (Sette, Lallemant e eu) por sermos todos membros do Su-
premo Concelho.
As commissões apresentarão as suas cartas de poderes, sendo as
do Oriente Portuguez assignadas pelos Ilr/. Thomaz Oom, Lopes
Banhos, etc. a commissão reunio-se em 21 de Setembro sob a pre*»
sidencia do Ir.*. Thomaz Oom pou ser o mais idoso e o mais gra*-
duado. Ficou decidida e assente a juncção esó o Ir.-. Thomaz Oom
declarou que se abstinha de quaesquer trabalhos até receber res-
posta do Oriente do Lavradio. A commissão mencionou, além delles
próprios, os Ilr/. Mendes Leal, Sob.-. Gr.-. Com/., Domingos Igna-
cio de Lima, Estevão da Costa Pimenta, que se achava ausente,
Florencio Gaspar Lopes Banhos, Frederico Leão Cabrera, Urbano
Egydio da Costa Campos, como membros do seu Supremo Conce-
lko e mais fos IL'/. Innocencio Francisco da Silva e José Joaquim
de Abreu Vianna, que havião sido recebidos na ultima sessão de
que creio ter havido communicação para a Gr/. Loj.*.. Todos estes
Hr/. fôrão reconhecidos como membros effeetivos do Supremo Con-
Celho Unido, e decidio-se que a juncção se fizesse ainda antes dá
dos" Corpos Francezes, o que eflectivamente se realizou em 19 de
Outubro (e não em 20 como por erro typographico sahio no Bole-
tim,) comparecendo todos os Ilr/., excepto o Ir/. Pimenta que
por motivos politicos estava fóra de Lisboa; o Ir/. Thomaz
Oom pela declaração que fizera; o lr/. Cabrera que a este tempo
estava incommodado, e não sahia à noite, e o lr.-. Banhos que
foi o wfi*co que declarou terminantemente por palavra que não
adheria á juncção e que se recusava a entregar o archivo. Pela de-
claração do Ir/. Mendes Leal de que £ò aceitava o cargo de hono-
rario,' ficou Gr.-. Com/, o Ir/. Conde de Paraty, e o lr.*. Mendes
Leal Com.-. Hon.-. ad miam Os dous LLug.-.TTen/. ficarão'am-
bos no exercicio dos cargos sem precedência enlre si, e os outros
cargos fôrão repartidos irmãmente. Regressando á Lisboa o Ir.*. Pi-
menta declarou por escripto que iria ao Concelho logo que o es-
tado de sua sau Ie e affazeres profanos o permitissem, e effectivametíte
foi â festa do Gr.-. M/.; entrou na formação da cadêa maçon.-. e
depois foi tambem uma vez á sessão do Supremo Concelho1, que
por infelicidade nesse dia foi o unico que não se reuoio por falta
de numera.; mas tem-se por mais de uma vez correspondido com
este Corpo, protestando semprea sua adhesão.
O In*. Urbano pedio para se pôr a coberto de todos os trabalhos
pelo seu máo eslado de saude que é melindroso e por morar muito
longe do edifício da Maç/... Depois disto o lr.-. Thomaz Oom es-
creveu uma prancha declarando que por falta de numero abatia as
CColl/. da Resp.'. Loj.*. Vinte e Oito de Julho, de que elle era Veu/. e
- 30 -
official, asserção que se não funda em factos bem assentes, mas que
tem por si boas suspeitas. , 4
Dando-vos as largas informações que me pedistes, tenho ainda
a
explicar-vos os motivos da falta de participações offieiaes. O nosso
Ir.*. Mendes Leal participou n'uma prancha a juncção, mas muito
oecupado com os trabalhos de ministro e de escriptor publico não
nos communicou a resposta.
O Ir.*. Thomaz Oora nada nos disse a respeito do Oriente do
Lavradio, e nos resolvêramos dirigir o manifesto (que foi redigido
para enviar a todas as Potências) igualmente ao Lavradio e Bene-'
dictinos. Parece incrível, mas para se discutir, imprimir e obter as-
signaturas gastou-se um tempo immenso, e agora com a
preoenu-
pa;ão da guerra da Europa hão tem sido expedido para nenhuma
Potência. Consta que brevemente o será e posso desde
já aflan-
çar-vos que a idéa aeceita, a única realmente acceitavel, é entreter
relações de amizade com ambos os prientes, com as duas rectas
paralellas, em quanto ellas se não fundirem èm uma só.
Bem desejaremos, que vós possaes convencer o Poderoso Ir-.
Thomaz Oom, cavalheiro tão respeitável, a voltar an nosso
como Representante vosso, e igualmente teremos prazer de confir-grêmio
mar junlo de vós o Representante do antigo Supremo Concelho Por-
tuguez. Se não fôr ahi possivel desde já a juncção, seja-nos ao me-
nos licito a nós começar a fazê-la desde já, convivendo em fraternaes
relações simultaneamente com um e oulro Corpo Maçon."*.. Será tal*
vez para mais tarde um elemento de harmonia e isso seria a maior
das nossas glorias. Temos tanto a fazer, nós os MMaç.*. de todo
o mundo, precisamos de tal modo atlestar por factos importantes
a nossa existência como sociedade illustrada e illustradora, que toda
a dissidência é peccaminosa. Não quebranlemos as próprias forças,
porque são nossos implacáveis inimigos que entre nós insufflão o
espirito das dissenções para nos vencerem pela desunião, já que nos
não poderião dominar unidos.
Quebremos-lhe o valor do ardil, fazendo-os raivar de inveja e de'
desespero.
São tão poucas já as famílias maçonicas que estão desunidas, que
»ão esgotar todos os esforços para a união universal é uma man-
;ha, e não será de certo a Maçon.*. das generosas terras do Cru-
seiro que dê tão desolador exemplo.
Respeitem-se os escrúpulos e as suas susceptibilidadés reciprocas;
'èspeitem-se
muito, muitíssimo I mas haja tolerância mutua e sin-
era abnegação e o desejado fim obtem-sel
Desculpai-me, Car.*. Ir.*., esta longa communicação, parte
ida por vós, parte oceasionada pela magnitude da idéa que, pe- de-
ôis da juncção da Maç.*. Portugueza, é o meu enlevo-^a juncção
Ia Maç.*. Brasileira.
* -* - n -
venturas e mil bênçãos chova sobre vós o cê* como è- d»-
MU
sejb sincero e fraternal dô
•¦/ Vosso
Ir/, respeitador
¦ fc\, **.'.*,'"'
- '
muito respeitamos, quando aftlrmais que o desejo do Gr.*. Or.*.
Lus.*. Unido é travar relações,com ambos os Corpos do nosso paiz
antes de efftíctuar-se a soa juncção.
Mas se esta ultima fôr frustrada, ousaremos assegurar que sempre
continuará esse desejo ou se predominará para nós o antigo ele-
menio Lusitano? Não estando ao facto dos negócios maçonicosem
Portugal, só o futuro nesse caso daria cabal resposta.
No emtanto, Car.*. Ir.*., prezamos tanto a vossa estima, ava-
liamos com tanta sinceridade os cordiaes sentimentos de que vos
achaes animado a nosso respeito, que nos seria duríssimo com-
municar-vos em qualquer época que a desejada juncção dos
dous Círculos não se effectuou no Império do Cruzeiro, porque
temos um pressentimento de que talvez suspendêssemos nessa occa-
sião as relações tão bem encetadas com um prestimoso Ir.*., por
todos os motivos credor do nosso acatamento.
As duas CCom.*.. continuão em suas conferências a trabalhar para
a realização da grande idéa, e tendo nós a honra de sermos um
dos membros da Com.*, do Circulo do Lavradio, nada por ora po-
demos vos affirmar, senão que da parte delia ha todo o desejo de
destruir os preconceitos antigos, de esquecer o passado e de, sem
quebra de sua dignidade, fazer approximar o dia em que os MMaç.*.
do Brasil se abracem como uma só familia de Ilr.*.
Sja qual fôr a solução que ainda nos parece distar muito, nós
vol-a commumcaremos, assim como a todas as PPot.*., a cujo so-
lemne e imparcial juizo nos sujeitaremos.-
. Desculpai-nos, I1L*. Ir.*., se nesta oceasião nos limitamosá estas
vos par-
poucas linhas, promettendo sermos mais extenso, quando
ticiparmosa opinião do Gr.*. Or.*. sobre a vossa fraternal.prancha.
O Gr.*. Arch.*. do Un.-. vos felicite e guarde.
Vosso aff.\ Ir.*.
do Amaral, 33.*.,
(Assignado) Dr. Alexandrino Freire
Gr.-. Secret.-. Ger.*. da Ord.*,
MAÇ.
ms" ofk "^*
il
reSpf;°rmieS'e,
Respeitável Ir,, que eu me assigne-VosSoadmi-
rador e respeitoso Ir/.
M. da Cunha Belém, 33/.
(Assignado) Dr. A.
-......¦ ..-^ v-v-r-.---;!,. .--: -v«íl.«
- 38
Ao Pod/. e IU/. Ir/. Sob.-. Gr.-. Inspz. Ger.-. 33/. Dr. An-
tomo Manoel da Cunha Belém, mui digno Gr/. Secret.». do
Or.-. Lusit/. Unido, Sup.-. Cone/, da Maçon.-. Portugueza. Gr/.
o Gr.-. Or/.
o Suo;' Cone/, de Boston e de New-Vork, entre com a fusão;
Port/. e Lus/., antagonismo que desappareceu somente
as desmtelhgeoc as
assim como sò «u concorrerá para fazer cessar
dous Or.entes, por ambos admit-
que ainda existem entre os nossos
tirem os Ritos Antigo e Moderno, serem regidos quasi e
pdas
legit.mi-
mesmas leis e pretender cada um para si a prioridade
dade. .
maçonica e afferrado
Não me julgueis partidário da intolerância
talvez â Const.. obsoleta de Frederico II, verdadeiro anachromsnío
da
no século actual. A' vista, porém,, dos princípios fundamentaes da união
Maç/. me parece que o IU/. Ir/., dedicado apóstolo ellas
maç.7., concordará que. se prevalecessem essas irregularidades, de loder,
centro
provarião que cada Provincia poderia ter o seu farião a mesma exi~
cada Municipio, e logo depois cada Dislricto
a anarchia males
geneia, o que daria em resultado a desordem e
differenças de Orien-
que acarretão á Ord.-. essas divergências, essas
tes', essa pluralidade de Corpos Superiores.
E a esse respeito cumpre-me prevenir-vos da existência de mais
um Sup.- Cone/, que ha pouco tempo se installou nesta capital,
arrogando a si a honra de ser o restaurador puro e genuíno do
Rit.*. Ant .ve Ac/., primitivo, único e legitimo Poder no Brasil,
coevo da independência nacional! Nâo tratarei de destruir as suas
alienações, porque tornar-me-hia demasiado enfadonho entretendo
a vossa attenção com a refutação de argumentos empregados pela
especulação e a ambição sórdida. \
No entretanto elle caminha.... atirando baldões e insultos em seu
órgão semanal sobre o nosso Circ/. e o Bened/..
Em resumo, Car.-. Ir/., estando a dignidade salva, a união entre
os vossos dous Círculos firmemente estabelecida, a vossa legitimidade
reconhecida, a mór parte dos nossos escrúpulos desvanecidos, o
a Maç/.
que falta para a completa amizade que deve existir enlre
Brás/, e Port.-. ? Talvez oosculo fraternal, uma simples questão de
fórmula, visto como as relações já exislem, demonstradas pela sym-
sem-
pathia reciproca, pela nossa correspondência, que espero será
pre regular, e pelo acolhimento que temos prestado aos llr.*. por-
tuguezes que aporlão ás nossas plagas e a nós recorrem, munidos
de documentos authenticos ou de uma recommendação vossa.
Antes de concluir, devo ainda communicar vos que ha perto de
cinco mezes cessarão as conferências das duas CCom.\ Unionistas.
Ignoro o motivo dessa interrupção, porquanto não temos sido con-
vocados pelo Presid.-., que é membro do Circ/. Bened/.. No entanto
o Gr/. Or/. do Lavradio, estranhando o facto, aulorisou em sua
ultima sessão ao Sap/. Gr/. M.-. para que se entendesse com o
Gr.-. M/.doOr/. dissidente a tal respeito.
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--^i/v*^-*-^--
4 correspondência está conforme com o respectivo original.
Secret/. Ger/. da Ord.-. ao Vai/, do Lavradio no Rio de Ja-
neiro, aos 10 dias do mez de Abril de 1871. E.\ V.*.