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CALAMBAU era seu nome antigo, pré – histórico. Antes, no inicio do século XVIII, o sítio, em
que a cidade está: eram muito freqüentados pelos donos da terra, os índios. Em sua língua
CALAMBAU significa lugar onde o mato é ralo e o rio faz curvas.
Em 1704, veio para esta região rica (em ouro), João de Siqueira Afonso, que explorou o ouro
no leito do rio. Antes de 1710, o citado taubateano, a fim de aprisionar índios e encontrar mais
ouro, regressava a CALAMBAU. E nela os primeiros habitantes brancos foram paulistas e
portugueses das famílias: Borba Gato, Cabral da Câmera, Carneiro Flores, Miranda, Moura,
Costa, Fernandes, Fonseca, Siqueiro, Freitas de Souza, Moreira, Teixeira Guimarães, etc,
todas muito interessadas na mineração, com o trabalho dos índios e dos escravos africanos.
Mais de escravos que de índios, pois estes, de preferência, eram empregados nos trabalhos da
agricultura, mais próspera do que a mineração.
Com eles vieram os seus capelães oratórios e os seus altares desmontáveis. Pois, a posse da
terra, sempre se seguia a celebração do Santo Sacrifício da Miss e a ereção do Cruzeiro no
morro mais alto.
Quanto ao padroeiro dessa cidade, acredita – se que a escolha de Santo Antônio se deu ao
fato, de que a maioria dos habitantes que surgia ali, as margens do Rio Guarapiranga, ser
formados por portugueses, conterrâneos do Santo, além desta outras razões.
A velha matriz inaugurada em 1775, havia sido ampliado pelo Padre Francisco Lopes da Silva
Reis (Padre Chiquinho), entre outubro de 1923 e novembro de 1924. Mas, antes de ser iniciada
a segunda metade deste século: não estava mais em condições de continuar mais sendo Casa
de Orações, um templo de Deus. Então o Padre José Nicomedes Grossi Vigário, da paróquia
encomendou a planta da nova igreja ao arquiteto italiano Rafael Juliano.
Desreferida Igreja Matriz de Santo Antônio de Calambau foi inaugurada, no dia 07 de setembro
de 1953. Desde a criação do CURATO ( povoação pastoreado por um vigário), em 1861, até os
dias, teve a serviço espiritual da comunidade, uma série de sacerdotes. Entre eles, destacamos
o primeiro e os padres mais conhecidos pela população de hoje:
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Com o seu nome deveras humilde que sempre mereceu o maior respeito, Calambau viveu mais
de cem anos no Brasil Colônia, todo o tempo do Império e sessenta e quatro anos na
República.
Como se vê, trata-se de longo passado em que o velho arraial, com os seus casarões
banhados de sol, que é fonte universal de vida, e aluminados pela lua, que é madrinha da noite
e mãe da poesia, foi crescendo, pouco a pouco. Com o vagar das árvores de lei. Longo e
bendito passado em que ele criou a sua personalidade na História, na Geografia e na Política.
Quase dez meses depois, o Relator Geral declarou no seu parecer: "Espero que esta ilustrada
Comissão, atendendo ao nosso apelo, à vontade soberana da população calambauense e às
animadoras perspectivas de desenvolvimento que a sua emancipação lhe proporcionará, vote
favoravelmente à criação do município de Calambau, com suas atuais divisas".
Em voto separado, o nobre Deputado Pinto Coelho Filho declarou: "Havendo a Câmara
Municipal de Piranga concordado com a pleiteada emancipação de Calambau, deixamos aqui
com entusiasmo e júbilo o nosso voto favorável no sentido de se conceder a referida
emancipação, com as divisas atuais e com o MESMO TOPÔNIMO, augurando o futuro
município constante prosperidade e ao seu povo laborioso e patriota perenes felicidade". E o
Deputado Nunes Coelho Filho assim votou: "Conhecendo o Distrito de Calambau desde anos
atrás e vindo acompanhando, com interesse, o seu crescente progresso, bem assim, havendo
examinado atentamente o processo relativo à sua justa emancipação, subscrevo, com prazer, o
voto em separado do Deputado Pinto Coelho Filho".
Um deputado perrista foi o autor da façanha assim gozada por Carlos Drummond de Andrade,
no Correio da Manhã, de 14 de janeiro de 1954:
Houve quem atribuísse o traumatizante rabo de arraia, o incrível passe de mágica à CEDAJE,
cujos digníssimos membros não ignoravam a existência de uma lei, em vigor, proibindo a
mudança de topônimo, quando comprovada a existência de outro idêntico ou semelhante no
território nacional, e impedindo que na designação de novos topônimos, fossem utilizados
nomes de pessoas vivas.
Ora, no Estado de São Paulo, havia e ainda há o Município de Presidente Bernardes, criado
em 1925, com a emancipação do Distrito de Guarucaia.
O ato foi mesquinharia não honrou o velho Arthur, mas feriu profundamente os brios de quem
ama a terra natal que ficou sem o melhor patrimônio, o seu nome, sua honra maior. Tanto o
não honrou, que o homenageado não tomou conhecimento nem passou recibo da esquisita
homenagem que lhe foi prestada.
O referido ato só foi louvado e aplaudido por fanáticos que até hoje ainda sacrificam tudo à
paixão política: a tradição do berço, o respeito às origens, o amor à pátria e outras prendas que
influem na formação do caráter.
É pena haver ainda quem se recusa a aprender a lição de Rui Barbosa: A pátria é o céu, o
solo, o povo, a tradição, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados.
Já houve uma lei severa punindo com castigos multas que apagasse qualquer inscrição lapidar
esculpida a fim de perenizar verdades históricas que nunca deverão ser desfeitas na memória
dos homens.
Não sei como classificar o crime de quem, estouvadamente, apaga, na História e na Geografia,
nomes que, nelas, deveriam ser rigorosamente conservados e defendidos. Pois nada
descaracteriza mais uma pessoa ou uma cidade ou um município do que a mudança do seu
nome. Quem o firmou foi o sociólogo e historiador João Camilo de Oliveira Torres.
O passado vale mil vezes o presente, o qual só valerá alguma coisa daqui a mil anos, e olhe lá.
Os nomes de cidades, feios ou bonitos, deviam ser tombados para sempre pelo Patrimônio
Histórico e punido com pena de morte quem ousasse trocá-los. Não toquem os nomes. Não
adiante nada à glória dos sujeitos, e gera na alma de cada munícipe um profundo, irreparável
desgosto.
Distrito de Calambau
#CoisasDeCalambau
por: Murilo Carneiro
Distrito de Calambau
O distrito de Santo Antônio de Calambau possui um igreja, uma agência de correio, uma
farmácia,uma banda de música, casas comerciais e alguma lavoura.
Recebe malas de correio, de cinco em cinco dias, pela estação da cidade de Ubá (Estrada de
Ferro Leopoldina), com escala por Conceição do Turvo.
Possui este arraial, desde 1906,a Biblioteca Calambauense, fundada pelo Sr. Carlos Pinto de
Castro, sob o plano da Laminense, instituida pelo operoso mineiro Sr. Napoleão Reys.”
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