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Engenharia Ambiental
UAB-UFSCar EdUFSCar
Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, km 235 Rodovia Washington Luís, km 235
13565-905 - São Carlos, SP, Brasil 13565-905 - São Carlos, SP, Brasil
Telefax (16) 3351-8420 Telefax (16) 3351-8137
www.uab.ufscar.br www.editora.ufscar.br
uab@ufscar.br edufscar@ufscar.br
Sydney Furlan Junior
Introdução à Mecânica
Aplicada à Engenharia e à
Mecânica dos Sólidos
2015
© 2011, Sydney Furlan Junior
Concepção Pedagógica
Daniel Mill .
Supervisão
Douglas Henrique Perez Pino
Revisão Linguística
Clarissa Galvão Bengtson
Daniel William Ferreira de Camargo
Kamilla Vinha Carlos
Paula Sayuri Yanagiwara
Rebeca Aparecida Mega
Diagramação
Izis Cavalcanti
Juan Toro
Vagner Serikawa
ISBN – 978-85-7600-260-4
1.4 Unidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.3 Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.4 Deformação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.5 Material. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
8.4.1 Momento estático dos pontos da fibra (j) em relação ao eixo z. . . . . . . . . 127
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
Apresentação
Caro leitor, esta publicação irá auxiliar na introdução ao tema Mecânica Apli-
cada e dos Sólidos. Nos cursos de Engenharia, conteúdos como Mecânica
Aplicada e Introdução à Mecânica dos Sólidos Deformáveis introduzem o leitor
na importante tarefa do cálculo estrutural. Eles têm caráter básico e exigem sólida
base conceitual. A observação, o raciocínio lógico e coerente, a estruturação de
ideias e dos conceitos envolvidos nos cálculos são amplamente exercitados.
A despeito das possíveis falhas e das limitações deste texto, espero que
você, caro leitor, tenha uma atitude de boa vontade, paciência e persistência na
busca de condições favoráveis à reflexão dos assuntos discutidos e à incorpora-
ção de habilidades indispensáveis no exercício da engenharia.
9
Unidade 1
13
a) Lei do paralelogramo para adição de forças: duas forças atuantes numa
partícula podem ser substituídas por sua resultante, representada pela
diagonal do paralelogramo cujos lados são as forças a serem somadas;
c1) se a força resultante numa partícula é nula, ela permanece com sua
velocidade constante – em repouso, se inicialmente parada;
c2) quando a força resultante numa partícula não é nula, ela se move
com aceleração proporcional à força, na mesma direção da força;
c3) forças de ação e reação entre dois corpos em contato têm o mesmo
valor e direção mas sentidos opostos.
Outra idealização frequente ocorre quando uma força atua em uma área
muito pequena se comparada com as dimensões do corpo em estudo. Nesses
casos, considera-se que a força seja concentrada no ponto.
1.4 Unidades
15
Unidade 2
19
Serão, então, estabelecidos os procedimentos para somar forças atuantes
num mesmo plano. Essa operação pode ser feita gráfica ou numericamente. Na
solução dos problemas, sempre se prefere o cálculo numérico, mais preciso.
( )
0,5
R = F12 + F22 − 2 ⋅ F1 ⋅ F2 ⋅ cos β (2.1)
20
Figura 2.2 Exemplo de soma de duas forças pela lei do paralelogramo.
R = F1 + F2 + F3 + F4 (2.3)
Figura 2.3 Regra do polígono para a soma de várias forças: solução gráfica.
Por exemplo: para a soma de duas forças, decompõe-se cada uma em com-
ponentes Fx e Fy (Figura 2.4b)). A resultante será obtida a partir da soma algébrica
das componentes em cada direção. Se houver interesse em calcular o valor da 21
resultante e sua direção – em vez de representá-la pelas componentes –, basta-
rá resolver a geometria do triângulo retângulo formado por Fx e Fy:
( )
R = (F1x + F2 x ) + F1y + F2 y = Rx + Ry
(2.5)
tg θ = R y / R x (2.7)
Rx = 4, 51KN
kN (para a direita)
Ry = −5, 99 KN
kN (para a esquerda)
R2 = R2x + R2y R = 7, 50 KN
kN
23
O conceito de equilíbrio de uma partícula pode ser empregado na solução
de inúmeros problemas. A construção do DCL (Diagrama do Corpo Livre) é
fundamental na resolução dos exercícios. Escolhe-se um corpo (ou uma parte)
da situação real para análise e equacionamento do equilíbrio, isolando-o do seu
entorno e mostrando todas as forças que nele atuam.
∑F x =0 e ∑F y = 0 (2.8)
Assim, para que o problema seja determinado, pode haver apenas duas
incógnitas: qualquer direção (ângulo) ou valor de uma força, entre as mostradas
no DCL da partícula.
Essas duas equações podem ser substituídas por apenas uma equação
vetorial, representada pela soma vetorial das forças atuantes. Como citado ante-
riormente, a notação vetorial só é importante para os problemas tridimensionais
e não será utilizada.
24
Quando se usa a notação escalar, o sentido de cada componente da força
é estabelecido pelo sinal algébrico, conforme a orientação da seta relativamente
a eixos cartesianos previamente adotados.
Problema 2.2 Um vaso é suspenso por três fios e suportado por ganchos em
B e C. Conhecendo os ângulos β = 30° e α = 50° :
a) Se o vaso pesa P = 500 N, calcule o valor das forças nos três fios;
25
a) Equilíbrio do ponto A:
Voltando na 1a equação:
26
∑F x = 0 → FABx − FACx = 0 → FAB ⋅ cos β − FAC ⋅ cos α = 0
Como nenhum dos dois fios pode ter força maior que 400 N e o fio AC está
mais solicitado que o fio AB:
Observe ainda que, para a geometria dada, é impossível que a força nos
fios seja igual. A solução das forças em relação a P mostra que o fio AC sempre
fica mais tracionado que o fio AB.
27
Solução: as forças exercidas nos ganchos são as forças de tração nos ca-
bos a eles ligados – ação e reação – força do gancho no cabo = força do cabo
no gancho.
Equilíbrio do ponto A:
tgθ = 0, 5 4 θ = 7,12°
β = 53, 2°
28
triângulo ABF: senβ = c 2 → c = 1, 6
Problema 2.4 O carro vai ser rebocado conforme esquema da figura com
uma força de 3 kN. Sabendo que as cordas utilizadas resistem a no máximo 3,75
kN, qual é o menor ângulo da corda AB para que a operação tenha sucesso?
29
∑F x =0 → FACx − FABx = 0 → FAC ⋅ cos 30 − FAB ⋅ cos θ = 0
FAC = 1155
, FAB ⋅ cos θ
Não se sabe qual corda vai romper antes, pois as expressões para FAB e FAC
(funções de θ) não permitem uma conclusão direta. Supondo que FAC = 3, 75 kN:
FAB = 3, 44 < 3, 75
30
A hipótese da corda AC romper antes da corda BC mostrou-se verdadei-
ra. Considerar FAB = 3, 75 resultaria, para outro valor de θ, num valor maior que
3,75 para FAC,−ou seja, seria uma situação impossível de ocorrer. Logo, o ângu-
lo entre as cordas vale: (180 − 30 − 19,1) = 130, 9° . Aplicando a lei dos senos:
l sen30 = 1, 3 sen130, 9 → l = 0, 86 m.
Esse é o menor ângulo possível. Caso ele seja menor, para obter a mesma
componente na direção da força necessária para o reboque – fixada em 3 kN – o
valor da tração deve ser maior que 3,75 kN, e a corda rompe.
31
Unidade 3
Imagine agora que o mesmo carro, sem a corda, esteja submetido a forças
exercidas por dois macacos posicionados junto às rodas traseiras, orientadas
para cima. O principal efeito dessas forças no carro é imprimir um movimento de
rotação em torno do eixo dianteiro. Ou seja, forças aplicadas em corpos rígidos
podem provocar movimentos de translação e rotação caso não sejam contraba-
lanceadas por forças reativas: 35
a) b)
Figura 3.1 a) pessoas puxando um carro com uma corda; b) DCL do carro.
M = r × F (3.1)
36
Figura 3.2 Diferentes situações de forças e momentos.
Imagine agora uma força “inclinada” aplicada no mesmo ponto, com com-
ponentes Fx e Fz. Naturalmente, percebe-se que há tendência de giro do tubo
em torno dos eixos z e x, pois o momento provocado por essa força tem compo-
nentes nessas duas direções.
Figura 3.3 Cálculo do momento: situações de força aplicada numa chave de rodas.
Observe agora a Figura 3.3b), em que a força aplicada no mesmo ponto não
é mais perpendicular à chave. A distância d dada não é mais a distância a ser em-
pregada no cálculo do momento, pois não é perpendicular – do ponto O até a linha
de ação da força. Ou seja, a distância (d’) precisa ser calculada empregando-se
conceitos de geometria plana para os dados do problema.
38
Figura 3.4 Decomposição da força em componentes para cálculo do momento.
Componentes da força:
Fx = F ⋅ cos (α − β )
Fy = F ⋅ sen (α − β )
MF = MFx + MFy
39
Problema 3.1 Calcule o momento provocado pela força de 50 N em relação
ao ponto 0:
d = 1, 5 ⋅ cos 15
∑F = 0 e ∑M = 0
∑F x = 0 ; ∑ Fy = 0 ; ∑ M0 = 0 (3.2)
42
O rolete ou cilindro e o fio impedem apenas um movimento de translação.
Assim, só podem exercer uma força sobre o corpo, na direção impedida – no
caso do fio, de sentido conhecido, aquela que traciona o fio.
3.4.2 DCL
Nos casos a) e b), a barra foi fixada por um apoio fixo e um móvel, situação
que corresponde a três vínculos. No caso c) foi usado um engaste, que também re-
presenta três vínculos. Quando carregada ou submetida à ação de forças, o com-
portamento dessa barra muda conforme sua vinculação em termos de reações,
tensões, deformações etc., mas o equilíbrio é possível em todas as situações.
No caso a), o apoio A fixa completamente a barra nesse ponto, mas sua
rotação em relação ao ponto A não fica impedida. É necessário acrescentar mais
um vínculo, representado pelo apoio móvel em B, capaz de exercer uma força
vertical (para cima ou para baixo), impedindo o corpo de girar. O esquema é
similar ao caso em que um fio exerce o papel do apoio móvel, mas, neste caso,
o fio só consegue exercer uma força na barra orientada para cima – ou seja, a
barra só ficará em equilíbrio se estiver submetida a um carregamento dirigido
para baixo, que traciona o fio.
44
O equacionamento do equilíbrio é representado pelas três equações ante-
riormente apresentadas, ∑F x = 0 ; ∑ Fy = 0 ; ∑ M0 = 0, sendo 0 um ponto qual-
quer do corpo escolhido para a análise do momento. Como há três equações que
regem o equilíbrio no plano, pode haver, no máximo, três incógnitas para que o
problema seja determinado. Normalmente, elas correspondem às forças exerci-
das pelos vínculos.
O sistema de três equações e três incógnitas pode ser resolvido pela solu-
ção simultânea das equações. No entanto, quase sempre se consegue calcular
as incógnitas, resolvendo, isolada e sucessivamente, cada equação, desde que
ela contenha apenas uma incógnita.
45
Figura 3.6 Placa vinculada por apoio fixo e móvel.
∑F x = 0;
∑F y = 0;
∑M 0 = 0.
46
a.1) Equações clássicas do equilíbrio:
Observe que foram analisadas as equações numa ordem em que foi possí-
vel resolvê-las isoladamente, sem precisar resolver o sistema. Nem sempre isso é
possível.
∑F x = 0 → A x = 0, 766 kN
∑M A = 0 → By ⋅ 4 − 1, 0 ⋅ cos 50 ⋅ 2 = 0 → By = 0, 321kN
∑M b = 0 → − A y ⋅ 4 + 1, 0 ⋅ cos 50 ⋅ 2 = 0 → A y = 0, 321 kN
b)
Sempre que possível, em casos mais simples como este, tente acertar o
sentido da incógnita para não precisar corrigir a resposta.
48
3.4.5 Corpos com cargas distribuídas
Essa força equivalente deve ter o mesmo valor que a resultante do carre-
gamento distribuído, assim como deve provocar o mesmo momento em relação
a qualquer ponto. Para isso, seu valor deve ser igual à área do diagrama que re-
presenta a carga distribuída, e sua linha de ação deve passar pelo centro geomé-
trico desse diagrama. Vamos ilustrar para o caso de um carregamento distribuído
uniformemente, representado por um diagrama retangular de força, com valores
constantes ao longo da extensão do carregamento, conforme o Problema 3.3:
Equações de equilíbrio:
∑F x = 0 → Ax = 0
∑F y = 0 → A y + B − 15 = 0 → A y = 4, 09 kN (para cima )
49
3.4.6 Idealização de modelos
50
Solução: a hipótese de caminhar em chão liso é hipotética para que possam
ser desprezadas as forças de atrito, que não alteram a resolução desse exercício.
Na verdade, caminhar em chão perfeitamente liso é impossível.
51
Equações de equilíbrio:
∑M 1 = 0 : 1, 2 ⋅ R2 − W ⋅ (1, 5 ⋅ cos θ + 0, 2) = 0 →
→ R2 = W ⋅ (1, 5 ⋅ cos θ + 0, 2) 1, 2
∑F y = 0 : R1 + R2 = W →
R1 = W (1 − 1, 5 ⋅ cosθ ) 1, 2
Sabe-se que as reações nos pés da pessoa (R1 e R2 ) só podem ser diri-
gidas para cima, ou seja, nesse problema não é possível ter valores negativos
para essas incógnitas, pois isso é fisicamente impossível. Apenas o valor de R1 pode
ser negativo – o peso W tende a girar a pessoa no sentido horário. Note que o
valor de R2 é sempre positivo. Assim:
Solução:
∑M 1 = 0 : 1, 2 ⋅ R2 − 0, 7 ⋅ (1, 5 ⋅ cos θ + 0, 2) − 0, 5 ⋅ 0, 6 = 0 →
(sempre positivo)
Observe que essa condição é mais favorável, pois o peso da pessoa ajuda
a mantê-la em equilíbrio.
Problema 3.6 Uma prancha de madeira está apoiada entre dois prédios.
Um garoto está parado na posição indicada. A prancha se deforma levemente e
fica submetida à distribuição de carga triangular nas extremidades, cujos valores
máximos valem w A e wB. Despreze a massa da prancha e calcule os valores de
w A e wB, medidos em N/m:
RA = 0, 45 ⋅ w A 2
RB = 0, 3 ⋅ wB 2
53
Equações de equilíbrio (desprezando ∑F x = 0, que nada acrescenta):
RB = 238, 4 N
RB = 0, 3 ⋅ wB 2 → 238, 4 = 0, 3 ⋅ wB 2 → wB = 1589 N m
b) ∑F y = RA + RB = 700 → RA = 461, 6
Analogamente:
RA = 0, 3 ⋅ w A 2 → 461, 6 = 0, 45 ⋅ w A 2 → w A = 2051 N m
54
Relativamente à estrutura inteira, essas forças são internas – ocorrem aos
pares e se anulam –, mas são externas a cada parte tratada isoladamente quando
participam do equacionamento do equilíbrio.
Sempre que possível, deve-se iniciar a resolução do problema por uma parte
que tenha apenas três incógnitas, para que elas possam ser todas calculadas.
Resultados obtidos numa parte devem ser usados na análise das outras, já que
toda força sempre aparece em duas partes, ação e reação. Ou seja, não se
escrevem indiscriminadamente as equações de equilíbrio de todas as partes, já
que, muitas vezes, nem todas serão usadas, mas de forma seletiva e sequen-
cial, evitando a solução de sistemas com muitas equações.
Cuidado especial deve ser tomado quando mais de dois corpos estiverem
conectados num pino, pinos com três barras ou duas barras ligadas num pino
externo (apoio fixo). Essas situações são mais complexas, já que nelas não há
um par de forças de ação e reação, mas três corpos interagindo.
57
Figura 3.10 Barras articuladas nas extremidades sem força no vão.
∑M A = 0 → By ⋅ lbarra = 0 → By = 0 → ∑ Fy = 0 → A y = 0
Note que isso só será verdade caso não haja outras forças atuantes na bar-
ra. Assim, sempre que aparecer uma barra desse tipo, essa conclusão pode ser
previamente utilizada, o que facilita os cálculos. É como se se estivesse fazendo
antecipadamente o equilíbrio da barra.
58
∑M A = 0 → −10 ⋅ 3 + 4, 5 ⋅ By = 0 → By = 6, 67 kN
∑F y = 0 → A y + By − 10 = 0 → A y = 3, 33 kN
∑F x = 0 → − A x + Bx = 0 → Bx = − ( −1, 25) = 1, 25 kN
∑F y = 0 → Cy − 10 + By = 0 → By = 10 − 3, 33 → By = 6, 67 kN
(ou C x = 1, 25 ; Cy = 3, 33 )
− A x − Bx = 0 → A x = −1, 25 kN
( )
0,5
A = C = 1, 252 + 3, 332 = 3, 56 kN
60
∑M A = 0 → −20 ⋅ 4 − 10 ⋅ 3 + 4, 5 ⋅ By = 0 → By = 24, 44 kN
Barra BC:
→ C = −15, 43 kN (sentido
o contrário ao adotado)
∑F x = 0 → 20 + 0, 351⋅ C − Bx = 0 → Bx =
61
A x + Bx = 20 → A x = 5, 42 kN
(5, 42 )
0,5
2
+ 14, 442 = 15, 43 kN
Uma dúvida muito frequente ocorre quando há forças aplicadas nos pinos
de ligação, como a força horizontal de 20 kN aplicada no pino C. O que fazer
com ela? Considerá-la no DCL de qual corpo, já que ela está aplicada exata-
mente na junção das duas barras?
Mesmo que não se tivesse feito antes o equilíbrio da estrutura inteira para
calcular as componentes verticais das reações nos apoios, ainda se poderia re-
solver todas as incógnitas. Mas se teria mais trabalho quando se fosse analisar o
equilíbrio de cada parte. Por isso, é sempre interessante fazer o DCL da estrutura
inteira para conseguir calcular o maior número possível de incógnitas nos apoios:
62
Barra AC (usando os valores de A y e By calculados para a estrutura inteira):
∑M c = 0 → − A y ⋅ 1, 5 − A x ⋅ 4 = 0 → − ( −14, 44) ⋅ 1, 5 − A x ⋅ 4 = 0
→ A x = 5, 42 kN
∑F x = 0 → Cx + 20 −A x = 0 → Cx + 20 − 5, 42 = 0 → Cx = −14, 58 kN
∑F y = 0 → Cy + By + 10 = 0 → Cy = 14,4
44 kN
BC:
∑F y = 0 → −Cx − Bx = 0 → Bx = 14, 58 kN
63
Na posição em que essa barra estiver ligada a outra, colocar uma força
com a mesma direção, mas de sentido contrário;
64
Unidade 4
O peso é sempre uma força vertical dirigida para baixo e representa a resul-
tante das forças de atração exercidas pela Terra sobre os corpos. Por definição, o
centro de gravidade é o ponto de aplicação da força-peso.
Imagine que você vai suspender uma placa retangular com um fio. Em que
ponto o fio deve ser fixado à placa para que ela fique em equilíbrio? Ao fazer o
DCL da placa, as únicas forças que aparecem são o seu peso e a força que o fio
exerce na placa. Foi visto que, num corpo em equilíbrio submetido à ação de
apenas duas forças, elas obrigatoriamente passam pelo mesmo ponto e têm o
mesmo valor e sentidos opostos. Assim, a linha de ação do fio tem de passar
pelo CG da placa. Caso contrário, ela não ficará em equilíbrio, pois a equação
de equilíbrio de momento não pode ser satisfeita. Essa situação é ilustrada na
Figura 4.1. Em a), a placa fica em equilíbrio; e em b) a placa gira e busca a po-
sição de equilíbrio indicada em c):
67
Figura 4.1 Placa suspensa por um fio: situações a e c em equilíbrio.
P ⋅ x cg = ∫ x ⋅ dP (4.1)
P ⋅ y cg = ∫ y ⋅ dP (4.2)
A ⋅ x c = ∫ x ⋅ dA (4.3)
A ⋅ y c = ∫ y ⋅ dA (4.4)
A ⋅ y c = ∫ y ⋅ dA = ∫ y ⋅ B ⋅ dy = ∫ B ⋅ y ⋅ dy = B ⋅ H2 2
0
com A = B ⋅ H → y c = B ⋅ H 2 B ⋅ H = H 2
2
A = ∫ dA = ∫ B ⋅ dy = ∫ Bdy = B ⋅ H
0
70
Solução:
h = y = x2
2
x4
A ⋅ x c = ∫ x ⋅ dA = ∫ x ⋅ h ⋅ dx = ∫ x ⋅ x 2 ⋅ dx = ∫ x 3 ⋅ dx = =4
0
4
2
x3 8
A = ∫ dA = ∫ h ⋅ dx = ∫ x 2 ⋅ dx = = → xc = 4 ⋅ 3 8 →
0
3 3
→ x c = 1, 5 u.c.
b = ( 2 − x ) ; cuidado, pois b ≠ x.
(
b = 2 − y 0,5 )
4
2y 2,5
( ) (
A ⋅ y c = ∫ y ⋅ dA = ∫ y ⋅ b ⋅ dy = ∫ y ⋅ 2 − y 0,55 ⋅ dy = ∫ 2y − y1,5 ⋅ dy = y 2 − ) 5
0
A ⋅ y c = 16 − 12, 8 = 3, 2 → y c = 3,2
2 ⋅ 3 8 → y c = 1, 2 u.c.
h = 4 − y = 4 − x2
( ) (
A ⋅ x c = ∫ x ⋅ dA = ∫ x ⋅ h ⋅ dx = ∫ x ⋅ 4 − x ⋅ dx = ∫ 4x − x 3 ⋅ dx = 2x 2 −
2
) x4
4
=4
0
( )
A = ∫ dA = ∫ h ⋅ dx = ∫ 4 − x 2 ⋅ dx = 4x −
x3
3
8 16
=8− =
3 3
→
0
→ x c = 4 ⋅ 3 16 → x c = 0, 75 u.c.
b=x
b = y 0,5
4
2y 2,5
A ⋅ y c = ∫ y ⋅ dA = ∫ y ⋅ b ⋅ dy = ∫ y ⋅ y 0,5
⋅ dy = ∫ y1,5 dy =
0
5
72
4.3.2 Simetria
A ⋅ x c = ∑ x i ⋅ Ai (4.5)
A ⋅ y c = ∑ y i ⋅ Ai (4.6)
73
A Figura 4.3 mostra um exemplo de uma figura composta, constituída por
um retângulo e dois triângulos. Para cada uma dessas partes, se conhece o
respectivo centroide. Para a área A2, as distâncias y2 e x2 do centroide C2 até
os eixos x e y de referência, que entram no somatório, estão representadas na
figura para ilustrar. Para esse exemplo:
A ⋅ x c = ∑ xi ⋅ Ai = x1 ⋅ A1 + x 2 ⋅ A 2 + x 3 ⋅ A 3
com A = A1 + A 2 + A 3
74
A ⋅ y c = A1 ⋅ y1 + A 2 ⋅ y 2 + A 3 ⋅ y 3 = 27 ⋅ 6 + 54 ⋅ 4, 5 + 18 ⋅ 10
y c = 5, 91 cm
A ⋅ x c = A1 ⋅ x1 + A 2 ⋅ x 2 + A 3 ⋅ x 3 = 27 ⋅ 8 + 54 ⋅ 3 + 18 ⋅ 4
x c = 4, 55 cm
75
Solução:
(
pressão exercida pela água: p = γ ⋅ h = 10 ⋅ h γ = 10 kN m3 )
para h = 3 m → p = 30 kN m2
para h = 6 m → p = 60 kN m2
força exercida pela água: for a = p ⋅ l arg ura = p ⋅ 3 (força distribuída ao longo da
altura da comporta)
para h = 3 m → f = 90 kN m
para h = 6 m → f = 180 kN m
76
Outra opção, que, nesse caso, é mais simples, é tratar o carregamento como
a soma de um carregamento triangular e um retangular, cujos pontos de aplicação
e as resultantes são conhecidos. Prosseguir-se-á com essa segunda alternativa:
Como o problema questiona a força exercida nos apoios (reações das forças
calculadas), a resposta é B = 45 kN e A = 360 kN, ambas dirigidas para a direita.
Observe que ele resulta sempre um valor positivo – produto de área por
uma distância elevada ao quadrado. Essas expressões aparecem frequente-
mente na engenharia, especialmente no cálculo de tensões e deformações de
barras submetidas à flexão – assunto da Unidade 8. Por isso, aprender-se-á
a calcular essa importante propriedade geométrica das figuras.
77
4.4.1 Cálculo por integração
Ix = ∫ y 2 ⋅ dA
b B = h H → b = B ⋅ (H − y ) H
78
Assim,
B (H − y )
dA = b ⋅ dy = ⋅ dy
H
H
B 2 B
Ix = ∫ y 2 ⋅ dA = ∫ y ⋅ (H − y ) ⋅ dy = ∫ H ⋅ y 2 ⋅ dy − y 3
H H0
B y 3 y 4 B H4 H4
Ix = H⋅ − = −
H 3 4 H 3 4
B ⋅ H3
Ix =
12
Figura 4.5 Momento de inércia de um triângulo em relação ao x que passa pelo centroi-
de, paralelo à base.
79
Ix = ∫ y 2 ⋅ dA com dA = b ⋅ dy
b B=hH
2
H
2H
2
B B 3 2Hy
Ix = ∫ y 2 ⋅ dA = ∫ y 2 ⋅ − y ⋅ dy = ∫ dy − y 3 ⋅ dy
H 3 H −H 3
3
H 2H y 3 y 4 2H 8H3 4H4 2H H3 H4
Ix = ⋅ − = − − − −
B 3 3 4 3 81 81 3 81 4 ⋅ 81
H 4H 2 11H4
Ix = +
B 3 ⋅ 81 12 ⋅ 81
B ⋅ H3
Ix =
36
Ix = Ix + A ⋅ d2
80 (4.9)
Observação: é usual representar com um traço acima da letra I o momento
de inércia que se refere a um eixo do centroide.
Conforme foi apresentado no item 4.3.3, uma área composta é formada pela
associação de várias figuras mais simples. Para calcular o momento de inércia
de figuras compostas, será adotado procedimento similar ao caso do centroide.
Conhecendo o momento de inércia de cada parte constituinte, o momento de
inércia da figura composta em relação a um eixo qualquer será a soma algébri-
ca dos momentos de inércia de todas as partes calculadas em relação a esse
mesmo eixo.
81
Problema 4.5 Calcule o momento de inércia da figura do Problema 4.3, em
relação aos eixos:
a) eixo x dado;
Solução: a figura pode ser dividida em três partes: um retângulo (A2) e dois
triângulos (A1 e A3), das quais se conhecem a posição do centroide e o valor do
momento de inércia em relação aos seus eixos do centroide:
Ix = Ix1 + Ix 2 + Ix 3
Ix1 = 6 ⋅ 93 36 + 27 ⋅ 62 = 1093
Ix 3 = 12 ⋅ 33 36 + 18 ⋅ 102 = 1809
Ix = 4360 cm4
82
b1) determinação do centroide da figura – em relação aos eixos dados, con-
siderados como referência: esses valores já foram calculados no Problema 4.3:
y c = 5, 91 cm
x c = 4, 55 cm
Ix = Ix1 + Ix 2 + Ix 3
Ix = 904 cm4
Iy = Iy1 + Iy 2 + Iy 3
Iy 2 = 9 ⋅ 63 12 + 54 ⋅ (3 − 4, 27) = 249
2
Iy = 817 cm4
Após ter calculado o valor de Ix , poderia ter sido usado o teorema dos
eixos paralelos à figura total para calcular o valor I x. Utilizar-se-á essa relação
apenas para conferir a resposta:
83
Ix = I x + A ⋅ d2
436004 + 99 ⋅ 5, 912
A razão para esse destaque é que na mecânica dos sólidos, tema das
próximas três unidades, usualmente se trabalha com barras, nas quais a orien-
tação de eixos adotada é: x para o eixo da barra e yz para uma seção transversal
qualquer da barra, sendo y o eixo vertical e z o eixo horizontal. Assim, no que
se refere ao estudo da seção transversal, você vai se deparar, por exemplo, com
expressões de momento de inércia Iz em vez de Ix. E tudo é absolutamente igual
ao que até agora foi feito, trocando o nome do eixo x por z.
84
Unidade 5
5.3 Tensão
87
Figura 5.2 Tensão total nos pontos da seção de corte.
força interna F
tensão total = ρ=
área em que atua A cos θ
F F
σθ = ρ ⋅ cos θ = ⋅ cos θ = ⋅ cos2 θ (tensão normal)
A cos θ A
F F
τθ = ρ ⋅ s en θ = ⋅ sen θ = ⋅ cos θ ⋅ sen θ (tensão de cisalhamento)
A cos θ A
5.4 Deformação
∆l
Deformação específica longitudinal: ε = ;
l
∆h
Deformação específica transversal: ε t = ;
h
εt
88 Coeficiente de Poisson: v = .
ε
5.5 Material
89
Unidade 6
Esforços solicitantes são esforços internos que resultam das tensões que
atuam numa dada seção. No contexto deste livro, eles são classificados em
força normal, força cortante e momento fletor. Pela Lei de Hooke, a tensão é
proporcional à deformação.
Falta colocar no DCL a ação da parte da direita, que atua na seção em que a
barra foi separada. Estabelecendo as equações de equilíbrio, percebe-se que elas
só poderão ser satisfeitas se surgirem, nessa seção, forças nas direções x e y e
momento em torno de z. Estes são os esforços solicitantes na seção s.
93
Figura 6.1 Barra em equilíbrio.
94
6.3.1 Convenções de sinais
∆V dV ∆M dM
lim ≅ = −p e lim ≅ =V
∆x → 0 ∆x dx ∆x → 0 ∆x dx
Integrando:
V = −p ⋅ x + c1 e M = V ⋅ x + c 2 = ( −px + c1 ) ⋅ x + c 2 = −px 2 + c1 ⋅ x + c 2
Carga concentrada, p = 0:
V = −0 ⋅ x + c1 constante;
M = −0 ⋅ x 2 + c1 ⋅ x + c 2 reta.
V = −p0 ⋅ x + c1 reta;
M = −p0 ⋅ x 2 + c1 ⋅ x + c 2 parábola.
dM dV
Das relações entre V = e = −p resulta:
dx dx
96
d dM d2M
= = −p < 0
dx dx dx 2
Solução:
Equações de equilíbrio:
∑F x = 0 : HA + 60 = 0 (1); e ∑F y = 0 : VA + VC − 40 = 0 (2)
∑M A = 0 : VC ⋅ 5 − 40 ⋅ 3 + 30 = 0 (3))
97
Figura 6.10 Barra em equilíbrio.
∑F x = 0 : N − 60 = 0 N = 60 kN constante
∑F y = 0 : V − 22 = 0 V = 22 kN constante
∑M S = 0 : M − 22 ⋅ x + 30 = 0 M = 22 ⋅ x − 30 kN linear
x = 0 : M = 220 − 30 = −30 kN ⋅ m; x = 3 m : M = 22 ⋅ 3 − 30 = 36 kN ⋅ m
∑F x = 0 : N − 60 = 0 N = 60 kN constante
∑F y = 0 : V − 18 = 0 V = 18 kN constante
98
x’′ = 0 : M = 18 ⋅ 0 = 0 x’′ = 2 m : M = 18 ⋅ 2 = 36 kN ⋅ m
Figura 6.12 Diagramas dos esforços solicitantes.
Solução:
b)
99
Figura 6.14 Esforços do corte (I).
100
Figura 6.15 Diagramas dos esforços solicitantes.
Para uma barra com força normal, supõe-se que a tensão tenha distribuição
uniforme na área da seção, igual à força normal dividida pela área.
Sempre que está sob tensão, um corpo se deforma. A Lei de Hooke esta-
belece uma relação linear entre tensão e deformação, que depende apenas do
módulo de elasticidade do material. Como visto anteriormente, o modo como o
material se deforma depende de sua natureza – frágil, dúctil etc. Assim, gene-
ricamente, a Lei de Hooke só é válida no regime elástico. Forças axiais provocam
deslocamentos axiais: alongamento para tração e encurtamento para compressão,
calculados pela Lei de Hooke.
Outro aspecto importante que será tratado nesta unidade: para a régua,
muito provavelmente você não conseguirá quebrá-la, desde que mantenha a di-
reção da força axial. O fio de cabelo, por sua vez, rompe facilmente. Isso ocorre
porque, no primeiro caso, você não ultrapassou a tensão limite de resistência
do material.
105
7.3.1 Tensão normal
Uma barra solicitada por forças axiais F aplicadas nas extremidades pode
ser tracionada ou comprimida:
Tensão normal: σ = N A.
ε = ∆dx dx;.
Lei de Hooke: σ = E ⋅ ε.
N ∆dx N
Portanto, = E⋅ ; ∆dx = ⋅ dx.
A dx E⋅ A
107
∆l( x ) x
N
Integrando, ∫ 0
∆dx = ∫
0
E⋅ A
⋅ dx .
N⋅ x
Em trechos com (N, E, A) constantes: ∆l ( x ) = .
E⋅ A
N⋅ 0 N⋅l
x = 0; ∆l ( 0 ) = e x = l; ∆l ( l) = =0
E⋅ A E⋅ A
N⋅ x
∆lAB = ∆l (l) = ,
E⋅ A
Esforços solicitantes:
108
Figura 7.5 Cortes imaginários e coordenada x’.
Figura 7.6 Esforços dos cortes imaginários na barra em equilíbrio.
N N⋅ x
σ= e ∆l ( x ) = ,
A E⋅ A
σ=
−50
= −15, 62 kN cm2 ∆lAB =
(−50) ⋅ 150 = −1, 562 ⋅ 10−1 cm
3, 2 15000 ⋅ 3, 2
30 30 ⋅ 100
σ= = 9, 38 kN cm2 ∆lBC = = 6, 250 ⋅ 10−2 cm
3, 2 15000 ⋅ 3, 2
( )
Trecho CD: A = π ⋅ 1, 62 4 = 2, 01 cm2
30 30 ⋅ 250
σ= = 14, 92 kN cm2 ∆lCD = = 2, 488 ⋅ 10−1 cm
2, 01 15000 ⋅ 2, 01
109
Os pontos de todas as seções ao longo do comprimento da barra se deslo-
cam em relação ao engastamento fixo da seção A. No regime elástico, é possí-
vel a seguinte superposição de efeitos:
∆lAC = ∆lAB + ∆lBC = −1, 562 ⋅ 10−1 + 6, 250 ⋅ 10−2 = −9, 370 ⋅ 10−2 cm
∆lAD = ∆lAC + ∆lCD = −9, 370 ⋅ 10−2 + 2, 488 ⋅ 10−1 = 1, 550 ⋅ 10−1 cm
110
Figura 7.8 Barra engastada e isostática.
Esforços solicitantes:
∑F x = 0: N−F = 0
∑F x = 0 : N − F + 50 = 0 111
N = F − 50, válida no intervalo: 2 m ≤ x’′ ≤ 3, 5 m.
F − 50
Trecho AB: σ = = 0, 5 ⋅ F − 25 ≤ σadm
2, 0
F
Trecho BC: σ = = 0, 5556 ⋅ F ≤ σadm
1, 8
∑F x = 0 : F1 − P − F2 = 0 (7.1)
∑M C = 0 : F1 ⋅ 4 − P ⋅ 6 = 0 (7.2)
Equação de equilíbrio:
1, 5 ⋅ P
Barra 1 σ = = −0, 75 ⋅ P ≤ σadm P > 0, logo σ :< 0
2, 0
0, 5 ⋅ P
Barra 2 σ = = 0, 25 ⋅ P ≤ σadm P > 0, logo σ < 0:
2, 0
114
O valor admissível da força P é aquele que torna a tensão atuante igual à
tensão admissível. Portanto, Padm = 60 kN.
30 ⋅ 150
Barra 2: N = 0, 5 ⋅ 60 = 30 kN ∆l2 = = 0,15 cm (alongamento)
15000 ⋅ 2, 0
δP + 0,15 0, 60 + 0,15
= δP = 0, 975 cm.
6 2
115
Figura 7.17 Barras deformáveis interligadas.
∑F x = 0 : F1 ⋅ senα − F2 ⋅ senα = 0
(7.3)
∑F y = 0 : F1 ⋅ cos α + F2 ⋅ cos α − 40 = 0
(7.4)
116
Figura 7.19 Esforços do corte imaginário nas barras deformáveis.
Equação de equilíbrio:
25 ⋅ 50
∆l1 = ∆l2 = = 0, 5 cm
12500 ⋅ 2, 0
119
Unidade 8
• Flexão pura: N = 0, V = 0, M ≠ 0 ;
• Flexão simples: N = 0, V = 0, M ≠ 0 ;
• Flexão composta: N ≠ 0, V ≠ 0, M ≠ 0 .
Voltando ao modelo da régua, uma força axial aplicada não provocou de-
formação ou alongamento visível. Aplicando uma força vertical no meio da
régua, apoiada nas extremidades, você percebe nitidamente a sua deflexão,
principalmente se ela estiver na posição “deitada”. As deformações são visíveis
e decorrem quase totalmente da flexão – efeito do momento fletor –, embora
haja outras componentes menos importantes que provocam deformação.
123
Figura 8.1 Tensão normal e deformação longitudinal de uma barra flexionada.
Lei de Hooke: σ = E ⋅ ε = E ⋅ ( y r ) = (E r ) ⋅ y = k ⋅ y
N = ∫ σ ⋅ dA e M = ∫ σ ⋅ dA ⋅ y
A A
N = ∫ σ ⋅ dA = M = ∫ k ⋅ y ⋅ dA = k ⋅ ∫ y ⋅ dA = 0
A A A
E
Mas k = ≠ 0. Logo, ∫ y ⋅ dA = 0 .
r A
124
Substituindo σ = k ⋅ y na equação do momento fletor:
M = ∫ σ ⋅ dA ⋅ y = ∫ k ⋅ y ⋅ dA ⋅ y = k ⋅ ∫ y 2 ⋅ dA
A A A
M
M = k ⋅ Iz . Logo, k = M Iz e σ = ⋅ y.
Iz
125
Figura 8.4 Tensões e forças na parte abaixo da fibra (j).
Admite-se que a tensão de cisalhamento τ 0 seja distribuída uniformemente
na área de corte (b ⋅ dx ). Assim, F0 = τ 0 ⋅ b ⋅ dx.
M
F= ∫
A inf
σ ⋅ dA = ∫ I
A inf Z
⋅ y ⋅ dA.
dM
Analogamente, dF = ∫
A inf
σ ⋅ dA = ∫ I
A inf Z
⋅ y ⋅ dA .
∑F x = 0 : (F + dF) − F0 − F = 0 F0 = dF
dM
Logo, τ 0 ⋅ b ⋅ dx ∫ I
Ainf Z
⋅ y ⋅ dA .
dM 1
Rearranjando, τ 0 = ⋅ ∫ y ⋅ dA .
dx IZ Ainf
dM
Lembrando que = V e chamando Sz = ∫ y ⋅ dA de momento estático da
dx A inf
V ⋅ Sz
τ0 =
b ⋅ Iz
126
8.4.1 Momento estático dos pontos da fibra (j) em relação ao eixo z
Em relação ao eixo z:
h2
b h2
h2
b
Sz,abaixo = ∫
y
y ⋅ b ⋅ dy = ⋅ y 2
2
= ⋅ − y2
2 4
y
y
b 2 h2
y
b
Sz,acima = ∫ y ⋅ b ⋅ dy = ⋅ y 2 = ⋅ −y − − =
−h 2
2 2 4
−h 2
b h2
=− ⋅ − y2
2 4
Integrando a área abaixo ou acima da fibra (j), resulta o mesmo valor com
sinais trocados para o momento estático. O sinal negativo não é considerado.
127
Figura 8.6 Seção transversal composta de retângulos.
M y 1 M
⋅ y = E⋅ =
Iz r r E ⋅ Iz
128
Da geometria diferencial:
d2 v
1 dx 2
=
r 2 32
dv
1 +
dx
1 d2 v .
Assim, =
r dx 2
Igualando a curvatura (1 r ) obtida da Lei de Hooke e da geometria diferencial:
d2 v M
=
dx 2
E ⋅ Iz
d2 v M .
Portanto, =−
dx 2
E ⋅ Iz
Problema 8.1 Para a barra do Problema 6.1, cujos diagramas dos esforços
solicitantes são apresentados na Figura 8.8, pede-se: a) utilizando a seção trans-
versal (I), desenhe os diagramas da tensão de cisalhamento e da tensão normal
nas seções dos esforços solicitantes máximos; b) determine os valores máximos
da tensão de cisalhamento, da tensão normal de tração e da tensão normal de
compressão na seção transversal (II):
A1 ⋅ y1’′ + A 2 ⋅ y’2′ 15 ⋅ 4 ⋅ 2 + 3 ⋅ 20 ⋅ 14
y cg = = = 8 cm
A1 + A 2 15 ⋅ 4 + 3 ⋅ 20
130
Figura 8.11 Área abaixo da fibra (2).
d=
1 d=
2 d3 = 0, pois CG, cg1, cg2 e cg3 estão alinhados:
4 ⋅ 243 6 ⋅ 83 6 ⋅ 83
Iz = + ( 4 ⋅ 24 ) ⋅ 02 + + ( 6 ⋅ 8 ) ⋅ 02 + + ( 6 ⋅ 8 ) ⋅ 02 = 5.120 cm4
12 12 12
15 ⋅ 43 2 3 ⋅ 203
Iz = + (15 ⋅ 4) ⋅ ( −6) + + (3 ⋅ 20) ⋅ 62 = 6.400 cm4
12 12
v m á x = 50 kN seção A
50 ⋅ 256
τ (2)abaixo = τ ( 4)acima = = 0, 625 kN cm2
4 ⋅ 5120
50 ⋅ 256
τ (2)acima = τ ( 4)abaixo = = 0,156 kN cm2
16 ⋅ 5120
50 ⋅ 384
τ (3 ) = = 0, 234 kN cm2
16 ⋅ 5120
−3000
σ (1) = ⋅ 12 = −7, 03 kN cm2
5120
−3000
σ ( 2) = ⋅ 4 = −2, 34 kN cm2
5120
−3000
σ (4) = ⋅ ( −4) = 2, 34 kN cm2
5120
−3000
σ (5 ) = ⋅ ( −12) = 7, 03 kN cm2
132 5120
Figura 8.14 Diagramas da tensão de cisalhamento e tensão normal.
50 ⋅ 384
τ m á x = τ ( 2) = = 1, 0 kN cm2
3 ⋅ 6400
É suficiente analisar apenas os pontos da fibra (2) que contêm o CG, pois
Sz (2) é máximo, e b = 3 cm é a menor dimensão da seção transversal, tornando
a relação Sz (2) b máxima:
−3000 −3000
σ (1) = ⋅ 16 = −7, 50 kN cm2 σ ( 4) = ⋅ ( −8 ) = 3, 75 kN cm2
6400 6400
τ = 0, pois V = 0
2250
σ (1) = ⋅ 16 = 5, 62 kN cm2
6400
2250
σ ( 2) = ⋅ ( −8 ) = −2, 81 kN cm2
6400
Equações de equilíbrio:
∑F x = 0 : HA = 0 ∑F y = 0 : VA + VC − 20 ⋅ 5 = 0
(1)
∑M A = 0 : VC ⋅ 5 − 20 ⋅ 5 ⋅ 2, 5 = 0
(2)
135
Esforços solicitantes:
Barra (I):
−10 ⋅ x 2 + 50 ⋅ x
d2 v
dx 2
= −
25000 =
1
25000
(
⋅ 10 ⋅ x 2 − 50 ⋅ x )
dv 1 x3 x2
θ= = ⋅ 10 ⋅ − 50 ⋅ + c1
dx 25000 3 2
1 x4 x3
V= ⋅ 10 ⋅ − 50 ⋅ + c1 ⋅ x + c 2
25000 12 6
136
Condições de contorno:
1 04 03
vA = v ( 0) = ⋅ 10 ⋅ − 50 ⋅ + c1 ⋅ 0 + c 2 = 0 c2 = 0
25000 12 6
1 54 53
v c = v ( 5 m) = ⋅ 10 ⋅ − 50 ⋅ + c1 ⋅ 5 + 0 = 0 c1 = 4,1667 ⋅ 10−3
25000 12 6
Portanto:
1 x4 x3
v= ⋅ 10 ⋅ − 50 ⋅ + 4,1667 ⋅ 10−3 ⋅ x
25000 12 6
1 24 23
vB = v (2 m) = ⋅ 10 ⋅ − 50 ⋅ + 4,1667 ⋅ 10−3 ⋅ 2 = 6, 2 ⋅ 10−3 m = 0, 62 cm
25000 12 6
Barra (II):
d2 v −15 ⋅ ( x ′ ) + 50 1
2
= − ’ = ⋅ 15 ⋅ ( x’′ ) − 50
dx 25000 25000
θ=
dv
=
1 (x ′ )2
⋅ 15 ⋅ ’ − 50 ⋅ ( x’′ ) + c1
dx 25000 2
v=
1
⋅ 15 ⋅
( x’′ )
3
− 50 ⋅
( x’′ )
2
+ c1 ⋅ ( x’′ ) + c 2
25000 6 2
1 33 32
v A = v (3 m) = ⋅ 15 ⋅ − 50 ⋅ + c1 ⋅ 3 + c 2 = 0 (8.1)
25000 6 2
dv 1 32
θA = = ⋅ 15 ⋅ − 50 ⋅ 3 + c1 = 0 (8.2)
dx x =3 m
25000 2
137
De (8.1) e (8.2): c1 = 3, 3 ⋅ 10−3 e c 2 = −3, 6 ⋅ 10−3
Portanto:
( x’′ ) ( x’′ )
3 2
1
v = ⋅ 15 ⋅ − 50 ⋅ + 3, 3 ⋅ 10−3 ⋅ ( x′’ ) − 3, 6 ⋅ 10−3
25000 6 2
1 13 12
vB = v (1 m) = ⋅ 15 ⋅ − 50 ⋅ + 3, 3 ⋅ 10−3 ⋅ 1 − 3, 6 ⋅ 10−3
25000 6 2
= −1, 2 ⋅ 10−3 m
= −0,12 cm
138
Exercício proposto 8.3. Na seção B, determine o deslocamento transversal
do eixo das barras (I) e (II). Despreze o efeito da força cortante. Dado: rigidez
contra a flexão E ⋅ Iz = 30.000 kN ⋅ m2:
139
Referências
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141
Sobre O Autor
143
Este livro foi impresso em 2015 pelo Departamento de Produção Gráfica – UFSCar.