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Modal Rodoviário

O modal de transporte rodoviário é realizado sobre vias de rodagem pavimentadas ou não,


sendo adaptável aos mais variados tipos de carga, desde passageiros até grãos,
contentores e cargas extremas. É realizado por veículos automotores como ônibus,
caminhões, veículos de passeio e etc. Nesta pesquisa iremos focar especificamente no
transporte rodoviário de cargas do Brasil, fazendo por vezes comparações com outros
lugares do mundo e outros modais utilizados.

Principais modos de utilização:

Como possui na maioria dos casos preço de frete superior ao hidroviário e ferroviário, é
adequado para o transporte de mercadorias de alto valor ou perecíveis, produtos acabados
ou semi-acabados, de preferência com rotas e trajetos próximos.

É o principal meio de transporte realizado no Brasil, qualquer que seja a análise que esteja
sendo feita com um domínio de mais de 75% nos volumes movimentados. A falta de
infra-estrutura em outros modais pode explicar boa parte dessa concentração..

Seus custos:

O frete rodoviário possui apesar do crescente número de pedágios e preços cada vez mais
caros do óleo diesel, uma vantagem de custo sobre o transporte em outros modais. Em
relação à malha ferroviária, por exemplo, trens e composições até ganham vantagem no
transporte de insumos e volumes gigantescos, mas quando a carga é heterogênea e
fracionada, o transporte em caminhões é mais barato.
O modal rodoviário possui um baixo custo de implementação, uma vez que rodará por vias
previamente já construídas, sem necessidade de grandes projetos de engenharia, tomando
como base então somente o custo de aquisição dos veículos para uma empresa. Porem
este possui seu ponto fraco na manutenção, que tem seu valor encarecido ainda mais pela
má condição das vias nacionais. A seguir estão as principais maneiras de se calcular o frete
de uma carga, valor a ser cobrado pela viagem da entrega:

● Frete-Peso

Na formação do frete-peso entram as despesas com o veículo, custos administrativos e


operacionais. No entanto, ainda que as distâncias sejam pequenas, como entre Santos e
São Paulo, deverão ser considerados, para sua composição, o tempo de carregamento e o
volume de trabalho do terminal receptor da carga.

● Frete-Valor

Na composição do frete-valor são consideradas as despesas com o seguro obrigatório de


responsabilidade para prevenir possíveis avarias ou roubos da mercadoria sob custódia,
além do material de proteção - assim denominados os calços, cantoneiras e protetores - de
mão-de-obra especializada e de controle documental de segurança.

Não se pode, entretanto, confundir com o seguro: este deve ser contratado pelo dono da
mercadoria para cobri-la em todas as etapas e durante os diferentes meios de transporte
que a mercadoria, principalmente cargas importadas ou a serem exportadas O frete-valor
será calculado para a provisão de riscos que, mesmo inerentes ao transporte, não são
cobertos pelo seguro, ou seja, será necessário arcar com os custos adicionais de seguro
com cobertura ampliada para poder cobrir esses riscos.

● Taxas Complementares

Os demais componentes tarifários - impostos, taxas oficiais, pedágios e taxas


complementares também são importantes para a formação do preço do transporte
rodoviário de carga. Essas taxas, agregadas ao frete-peso e ao frete-valor, formam o preço
total a ser cobrado na emissão de um conhecimento rodoviário.
Neste grupo se inserem a Taxa de Despacho, o CAT - Custo Adicional de Transporte
Rodoviário, que preferimos chamar de Custo Administrativo de Terminais, porque na área
portuária esse custo é altíssimo, e também as Taxas de Pedágio.

Os Principais Riscos:

O principal risco para o transporte rodoviário de cargas é sem duvida o roubo das mesmas,
já que infelizmente não existe uma segurança de qualidade para o transporte rodoviário no
brasil, podendo-se dizer até mesmo no mundo, ja que por se tratar de um modal de fácil
abordagem por parte dos criminosos, uma vez que se locomove em uma via extensa, com
grandes distancias entre pontos policiados e o veiculo pode ser interceptado de forma fácil,
diferente de locomotivas e navios por exemplo. Isto como já visto encarece o preço do frete,
ainda mais em mercadorias de alto valor agregado, onde deve-se contratar um seguro para
a carga, alem da necessidade de veiculo especial blindado, rastreado e até mesmo
escoltado por seguranças armados.

Outros riscos do modal rodoviário são: o transito recorrente dos grandes centros, acidentes
no percurso, problemas mecânicos onde todos estes podem causar atrasos na entregas
das cargas.

Vantagens:

★ Capacidade de tráfego por qualquer rodovia.


★ Pode ser usado em qualquer tipo de carga.
★ Agilidade no transporte.
★ Grande disponibilidade.
★ Integrável à outros modais.

Desvantagens:
➔ Limite de tamanho e peso das cargas.
➔ Custo de manutenção elevado.
➔ Alto risco de roubo ou acidentes.
➔ Trânsito.
➔ Poluidor.
Alcance do transporte rodoviário:

Ainda que em condições terríveis em muitos trechos pelo país, é possível dizer que muitas
regiões do país somente podem ser alcançadas por meio de estradas e rodovias.
Aeroportos, hidrovias e ferrovias levam a mercadoria apenas até determinado ponto da rota,
de modo que em muitos casos a cobertura do trecho integralmente com o transporte
rodoviário se mostra uma alternativa mais rápida e barata.

Comparando com o resto do mundo:


Na tabela a seguir podemos constatar a grande diferença da utilização dos modais entre
Canadá, Alemanha, EUA, Argentina e Brasil. Nela fica explicita não só a predominancia
mas a dependência rodoviária do Brasil, pensando que nosso pais tem sua malha
hidroviária sub-utilizada.

PORCENTAGEM DE UTILIZAÇÃO

País Marítimo/Hidroviário Ferroviário Rodoviário

Canadá 36 52 13

Alemanha 29 53 18

EUA 25 50 25

Brasil 17 21 62

Argentina 23 23 44
Porém vamos focar apenas no modal rodoviário como dito no inicio desta
pesquisa, vamos as vinte maiores malhas rodoviárias do mundo:

1. Estados Unidos: 6,506,204 quilômetros de rodovias


2. Índia: 4,689,842 quilômetros de rodovias
3. China: 4,106,387 quilômetros de rodovias
4. Brasil: 1,580,964 quilômetros de rodovias
5. Rússia: 1,283,387 quilômetros de rodovias
6. Japão: 1,210,251 quilômetros de rodovias
7. Canadá: 1,042,300 quilômetros de rodovias
8. França: 1,028,446 quilômetros de rodovias
9. Austrália: 823,217 quilômetros de rodovias
10. Espanha: 683,175 quilômetros de rodovias
11. Alemanha: 645,000 quilômetros de rodovias
12. Suécia: 572,900 quilômetros de rodovias
13. Indonésia: 496,607 quilômetros de rodovias
14. Itália: 487,700 quilômetros de rodovias
15. Polônia: 412,035 quilômetros de rodovias
16. Reino Unido: 394,428 quilômetros de rodovias
17. México: 377,660 quilômetros de rodovias
18. África do Sul: 364,131 quilômetros de rodovias
19. Turquia: 352,046 quilômetros de rodovias
20. Paquistão: 262,256 quilômetros de rodovias
■ *Brasil: 189.715 quilômetros de rodovias em boas condições*

O Brasil está na quarta colocação sendo analisado somente o tamanho de


sua malha rodoviária, mas vamos considerar, exclusivamente no Brasil, as
vias que se encontram em boas condições de direção, que são nada mais
nada menos que incríveis 12% do total, ou seja dos 1.580.964 km apenas
189.715 km estão em condições consideradas adequadas, boas e seguras a
condução. Se este fosse o tamanho da malha rodoviária, lembrando que
consideramos apenas o Brasil nesta analise de condições, nós não
passaríamos se quer do vigésimo colocado, o Paquistão.
Estes dados são fruto de um levantamento de 2014 onde foi resultado que
1.391.248,32 km estão em condições ruins, ou péssimas, e os problemas vão
desde a má sinalização das vias, buracos, remendos, fissuras, falta de
acostamento e pintura de faixas até mesmo pontes caídas.

Números em detalhes:

● Apenas 12% das estradas brasileiras são pavimentadas.


● 62,1% dos trechos pesquisados apresentam algum tipo de problema.
● A pesquisa aponta também que 44,7% da malha pavimentada
pesquisada exibem desgastes e 19,1% têm trincas e remendos.
● 3,3% apresentam afundamentos, ondulações e buracos, e em 0,5% a
pista está destruída.
● 28 quedas de barreira.
● 13 pontes caídas.
● 100 erosões na pista.
● 148 buracos grandes.
● 39,9% dos trechos rodoviários pesquisados, a pintura das faixas
laterais estava desgastada e em 15,9% era simplesmente inexistente.
● No caso da faixa central, havia desgaste em 40,8% da extensão
analisada e em 6,8% não havia sequer sinalização.
● 49,7% da extensão percorrida pelos pesquisadores contam com
curvas perigosas sem placas e sem muretas de defesa completas.
● Apenas 11,5% dos trechos contam com os dois instrumentos de
segurança e sinalização.
● O estudo também apontou que em 60,1% delas não havia
acostamento e 66,9% das pontes e viadutos não contavam com as
estruturas de segurança ideais.
● Também foram identificados problemas com muretas ou guardrails em
45,9% dos trechos.
● Em 11,8%, os dispositivos existiam de maneira adequada; em 17,7%
estavam presentes apenas e parte do percurso; e nos 24,6% não
havia a necessidade da estrutura.
O que podemos concluir disto:

Bem, como visto aqui o modal rodoviário apresenta as vantagens de sua


versatilidade de uso e sua enorme disponibilidade no mercado, porém traz
como desvantagens os altos riscos de roubo de carga e avarias, níveis estes
elevados a depender do percurso a ser utilizado, o que influencia no seu alto
custo para longas viagens.
Com isto, fica claro que o transporte rodoviário deve ser utilizado para integrar
os demais, e não como principal meio. Para grandes rotas deve-se investir em
ferrovias ou hidrovias, e utilizar as rodovias apenas para integração dos
mesmos e distribuição final de mercadorias, já que o modal rodoviário tem seu
grande diferencial em alcançar lugares onde ferrovias e hidrovias não podem
ir, como os grandes centros urbanos.

O governo deve primeiro investir em uma melhor estrutura logística,


integrando desde o projeto incial os modais necessários para o transporte das
mais variadas cargas, deixando de lado o lobby, provável causador da falta de
infra-estrutura de transportes existente no brasil.
Blibliografia:

● www2.transportes.gov.br
● www.ogerente.com.br
● www.imam.com.br
● logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br
● cargobr.com
● educacao.uol.com.br
● g1.globo.com
● www.transportabrasil.com.br
● exame.abril.com.br
Curso: Técnico em Logística

Modal Rodoviário
O transporte de cargas no Brasil.

Igor Morais
Ruan Martini

Senac - Mogi Guaçu - 2015

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