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INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA
Da reprodução à
emancipação: desafios para
as práticas educativas
1 OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
2 COMEÇANDO A HISTÓRIA
Durante esse percurso, nos tornamos íntimos dos intelectuais que fundaram a
Sociologia e, após conhecer os autores, tivemos acesso a conceitos e ao universo
teórico-metodológico da Sociologia.
Sabemos agora que, tal como qualquer outra área do conhecimento, a Sociologia
possui um léxico próprio e que, no campo sociológico, as palavras possuem
significados próprios à natureza científica. Disso concluímos que é o consenso
sobre a significação das palavras – conceitos –, empregadas no interior do
campo, que permite o diálogo, o debate, enfim, é a especificidade dos conceitos
analíticos que garante a comunicação entre os sociólogos e, consequentemente,
a coerente compreensão da realidade.
Mas, apesar das limitações, temos a convicção de que, com as discussões aqui
realizadas, você não verá o mundo tal como o via antes. Esperamos que, a partir
de agora, você veja o mundo social com outros olhos. De agora em diante, a
sua postura será – expectativa nossa – a típica postura daqueles indivíduos que
desconfiam da manifesta superficialidade dos fenômenos. Isso não quer dizer,
necessariamente, que você deverá ser o “chato da turma”, muito menos que foi
a Sociologia, sozinha, que tenha “aberto os seus olhos”. Não é isso!
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A sua postura tenderá a ser mais reflexiva, analítica, quiçá, questionadora não
porque você cumpriu a carga horária relativa ao componente curricular de
Sociologia da Educação, mas porque agora você está mais próximo de concluir
o seu curso. E, apesar de parecer paradoxal, é nessa hora que muitos conceitos/
reflexões/temas começam a fazer sentido. Não porque os autores e temas
discutidos nos últimos períodos são mais importantes, mas porque começamos
a perder o medo de manejar/manipular/aplicar os conceitos, temas, autores e
teorias estudados ao longo do curso.
3 TECENDO CONHECIMENTO
Por fim, na esteira do marxismo, não se pode perder de vista a ideia de que
poderíamos “usar a história para fazer história”. O que quer dizer que, conscientes
da nossa condição de seres explorados, teríamos condições de “alterar os rumos
da história”, fazendo-a agir em nosso favor. Aqui, a tomada de consciência é a
chave para a transformação social.
Apesar disso, não podemos esquecer que o senso comum desempenha papel
essencial nas atividades sociais. Conforme aprendemos com Max Weber, o
senso comum é o elemento que nos permite orientar subjetivamente as nossas
ações em relação às ações dos outros. Por isso, é prudente dizer que “o senso
comum põe em jogo um verdadeiro saber social partilhado pelos membros
de uma sociedade e que lhes permite reconhecer as pessoas e as situações em
função de certas características típicas, como a profissão, o estatuto social, as
finalidades e as normas de ação ligadas a funções institucionais” (SCHUTZ, 1971
apud BOUDON et al., 1990, p. 221).
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AULA 10
Perceba, então, caro aluno, que tanto a Sociologia quanto o senso comum
permitem, cada um à sua maneira, uma interpretação da sociedade. Por isso,
não cabe à Sociologia tentar corrigir os “erros” ou as limitações do senso
comum, mas estudar as suas regras de funcionamento e as minúcias de suas
propriedades formais.
Ao retomar a discussão que realizamos nas aulas 6 e 7, você verá que nelas há
reflexões importantes sobre as instituições sociais modernas. Notadamente,
estudamos o papel da escola, do Estado e do mercado, como também apontamos
as consequências relativas aos sistemas educacionais quando ocorre, sob a batuta
desse último, a imbricação entre essas três importantes instituições modernas.
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Autonomia, neste caso, não pode ser vista como um elemento estático, pois ela é
um processo, um eterno devir. Ela é um verdadeiro vir a ser, que, no entendimento
da teoria marxista, só poderá ser alcançada quando conseguirmos construir
relações sociais conscientes, de forma coletiva e “desalienada”.
Se, durante a leitura do parágrafo anterior, você se manteve atento ao que foi
dito, saberá que é no interstício mencionado acima que se localizam os processos
socializadores. Isto é, é justamente no espaço compreendido entre a vontade de
comer e a ingestão do alimento que a educação encontra guarida.
Ora, se, como vimos até agora, a educação se caracterizar pela transmissão e
partilha das formas de ser, pensar, agir e fazer de uma determinada sociedade, e
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Notadamente, você deve ter percebido que, neste caso, o educador pode ser
qualquer indivíduo que seja capaz de objetivamente transmitir a sua cultura às
gerações futuras. Todavia, diante das especificidades da economia de mercado,
que exige que dominemos um conjunto de conhecimentos e técnicas às vezes
desconhecidas pelo nosso próprio grupo, confia-se à escola e, consequentemente,
ao professor a responsabilidade pela formação das gerações vindouras.
Exercitando
Como atividade avaliativa, sugerimos que você faça uma reflexão sobre o uso
de recursos tecnológicos no contexto da educação escolar. A ideia é que você
faça uma rápida pesquisa em periódicos científicos da área da educação (ex.
Revista Brasileira de Educação), identifique algum artigo sobre esse tema, leia-o
e estabeleça um diálogo entre educação escolar e tecnologia.
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5 TROCANDO EM MIÚDOS
6 AUTOAVALIANDO
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REFERÊNCIAS
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