Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Devocional PDF
Devocional PDF
Devocional PDF
BOM DIA
A M IG O
2019
Bom dia amigo-2019-PrazerdaPalavra.indd 1 13/08/2018 00:52:03
BOM DIA AMIGO 2019
Copyright © Israel Belo de Azevedo
EQUIPE DE COLABORADORES
Capa e miolo: Leila Simões
Revisão: Ana Maria Suman Gomes, André Moraes, Felipe B. A.
Fusco, Genilse Pinheiro, Itamar Alves e Margarethe Cerva.
____________________________________________________
FICHA CATALOGRÁFICA
Uma publicação da
EDITORA PRAZER DA PALAVRA
Rua Conde Bonfim, 568/804 - Tijuca
20520-055 - Rio de Janeiro, RJ
www.prazerdapalavra.com.br
israelbelo@gmail.com
para
Obrigado por ter este livro em suas mãos. Ficaremos juntos por
365 dias.
Meu desejo é que ele seja seu amigo, nas horas alegres e também
nos instantes difíceis da sua vida.
Sugiro que você comece a lê-lo na página marcada com a data
em que o recebeu. Ao final de 12 meses, você o terá lido todo. Se
possível me diga o que lhe significou.
Estou seguro que essas páginas, que me fizeram bem ao escrevê-
las, farão bem a você.
Cada página começa com um pensamento sobre o tema de cada
dia. Eu os selecionei entre autores antigos e contemporâneos, em
torno do tema tratado naquele dia.
No final de cada página, indico alguns capítulos da Bíblia e
transcrevo algumas frases (versículos) do grande Livro de Deus
para nós.
BOM DIA AMIGO 2019 contém ainda, ao final, uma seção
voltada para os PEQUENOS GRUPOS. Eles roteirizam os textos
das segundas-feiras do livro e são destinados aos estudos em grupo.
Que nossa amizade, mediada por estas páginas, cresça a cada dia.
Por fim, coloco-me ao seu inteiro dispor para quaisquer
esclarecimentos e sugestões.
Escreva-me:
israelbelo@gmail.com
www.prazerdapalavra.com.br
Aplicativo: Minha Jornada
Instagram: israelbazevedo
Facebook: Israel Belo de Azevedo
Datas comemorativas
Avós — 26/7
Bíblia — 30/09 e 11/12
Criança — 11/10
Homem — 14/7
Livro — 23/4
Mães — 13/5
Meio ambiente — 5/6
Mulher — 8/3
Namorados — 12/6
Natal — 8/12 e 14/12
Pais — 9/8 e 6/10
Professor — 16/10
Sangue (doador de) — 14/6
Tolerância — 17/11
Trabalhador — 1/5
Voluntário — 1/12
O tempo é a vida
Ah se nós soubéssemos que cada ano recebido é um convite à
vida que Deus nos faz, nós o viveríamos com a alma plenamente
agradecida!
Ah se nós soubéssemos que o tempo perdido é mesmo o que é
(tempo perdido), nós nunca viveríamos cada dia, nunca de modo
dissoluto como se fosse todo nosso, mas como um tijolo recebido
para ser colocado no edifício da vida, que não nos pertence mas nos
foi entregue para ser gestada com responsabilidade e com alegria
saboreada!
Então, desenvolveríamos nosso trabalho não apenas pelo pão que
compramos, mas como uma missão que se cumpre.
Diríamos prazerosamente “sim” a alguns convites e, sem
constrangimentos, “não” a outros, para não ficarmos cansados de
tanto correr e nenhuma diferença fazer.
Importaríamos mais com o outro, não para julgá-lo, mas para
amá-lo primeiro; amando-o, ouvir sua história, compreender suas
emoções, discutir suas razões, subir com ele pela estrada dos sonhos.
Viveríamos cada dia como se fosse um capítulo de um grande
livro que estivéssemos escrevendo juntamente com o nosso querido
Deus, certos de que só Ele comporá o parágrafo final apoteótico,
arrebatador e majestoso.
Dia “D”
Você precisa tomar uma decisão.
Tem a oportunidade de abrir um negócio ou fechar sua loja.
Está diante do desafio de começar um relacionamento ou encerrá-lo.
Há um móvel ou automóvel a ser comprado ou vendido.
Espere. Espere até poder esperar. Não se precipite.
Mas não se demore, pensando que apenas o tempo é capaz de
solucionar seu dilema.
Decida.
Ore, aguarde a concordância de Deus. Mas não espere que sua voz seja
audível, ou que sua resposta esteja num sonho eloquente.
Depois de orar, continue orando até que a paz de Deus envolva o seu
coração com a direção a ser seguida.
Leia a Bíblia, especialmente o livro de Provérbios, pois contém
orientações que transcendem o tempo e as circunstâncias. Uma
delas, certamente, inspirará você.
Avalie todos os aspectos da questão, certo de que a razão é um
recurso que Deus pôs nas nossas mãos para agir.
Não transfira a responsabilidade da decisão para um amigo, mas procure
se aconselhar com pessoas sábias (ou mesmo profissionais).
Tendo chegado a hora de decidir, assuma o risco.
Num exercício, imagine a direção seguida e experimente como se
sente: se em paz ou em angústia? Se tiver paz, volte ao mundo real
e decida. Se a angústia continua, espere um pouco mais; ouça mais;
leia mais; avalie mais. Deus irá lhe responder.
Impulsione
Para subir uma elevação, você precisa tomar impulso.
Para voar numa asa-delta, você precisa de uma rampa.
Para ter chegado onde chegou, alguém o impulsionou.
Quando achou que não conseguiria, seu pai ou sua mãe disse que
você era capaz.
Quando parou diante de uma equação ou de uma frase, seu
professor lhe disse para prosseguir.
Quando não tinha dinheiro para se inscrever num concurso,
recebeu um empréstimo ou uma doação.
Quando ficou doente, alguém o levou ao hospital.
Quando errou, ouviu que, se persistisse, acertaria.
Quando perdeu, alguém o ajudou a vencer.
Impulsione voos.
Pague os estudos de um adolescente.
Diga uma palavra animadora a quem perdeu o vigor.
Pegue pela mão quem está parado, sem saber para onde ir.
Empurre para cima quem parou no meio da subida.
Ensine quem não sabe.
Compre livros para um estudante.
Conte seus sonhos para quem não acredita num futuro diferente.
Ajude um doente a procurar o médico.
Destaque as virtudes de quem não gosta de si mesmo.
Mostre o caminho a quem se perdeu.
Caminhe com quem perdeu a direção.
Impulsione.
“Cantarei para sempre o amor do Senhor; com minha boca anunciarei a tua
fidelidade por todas as gerações”. (Salmo 89.1)
A coragem de perdoar
Quem nunca errou está isento de perdoar.
Quem nunca falhou não precisa perdoar os erros alheios.
Quem não recebeu o perdão que Deus dá –
porque tudo resolveu por seus próprios meios –
não tem motivo para as falhas dos outros relevar.
Os fortes não precisam de os fracos abraçar.
Os que sempre refletem antes de falar
não têm jamais do que se arrepender.
Os que agem sempre certo não têm o que repensar.
Os que enxergam todos os ângulos de uma questão –
sem espaço para a emoção, feitos de exclusiva razão –
jamais precisam suas convicções reconsiderar.
Os que nunca pecaram não têm o que confessar.
Os demais – que não estão nesta condição –
devem humildemente, corajosamente perdoar.
Se não o sabem, de sua empáfia devem abrir mão.
Se nunca o fizeram, devem hoje começar.
Jesus o ensinou em sua principal oração.
Jesus o ofereceu quando olhou para a multidão
Como se não soubesse o que com ele fazia.
Jesus o viveu na vida e na cruz onde morreria.
O único cuja vida foi absolutamente correta
Absolve quem o seu perdão aceita
E passa a viver na alegria completa:
A alegria de quem se doa,
A coragem de quem perdoa.
O convite do rei
Ele nasceu para ser rei. Por isto, foi chamado de “o exterminador”.
Seu pai, o príncipe, morreu, no mesmo dia do avô, quando ele fazia
cinco anos de idade. Outro rei estava no trono. Ao fugir, pisou sobre
o próprio pé e ficou manco para o resto da vida (2Samuel 4.4).
Passou a viver escondido, para se proteger.
Continuou a viver encurvado, com vergonha da sua marca: aleijado.
Ele sabia que era procurado em todo o país, mas não sabia que o
novo rei fora amigo do seu pai, a quem prometera que protegeria
seus descendentes.
Quando finalmente foi encontrado, o rei lhe restituiu todas as
suas propriedades e ainda lhe deu um lugar permanente à mesa no
palácio real (2Samuel 9.1-13).
A história deste homem, Mefibosete, o exterminador, é a de muitas
pessoas, cujas vidas foram espoliadas, estereotipadas, encurvadas,
exterminadas. Mefibosete teve sua vida de volta e passou a fazer suas
refeições à mesa do rei. Mesmo com dificuldades de locomoção, fazia
o que devia. Não tinha mais medo. Ainda que o vissem como um
aleijado, ele se via como um amado por Deus.
Deus deseja – e para isto nos criou – que nos assentemos à sua mesa,
à mesa do rei, que está posta diante de nós, com a comida preparada
(Salmo 23.5).
Ele não mudou fisicamente, mas teve sua vida transformada. Nós
precisamos e podemos ter nossas vidas mudadas. O convite da graça
de Deus requer uma decisão.
Aceita?
A epidemia oculta
Primeiramente, nós nos achamos autossuficientes, certos de que
não precisávamos de ninguém para viver.
Depois, seguimos pelos caminhos que nos afastavam de Deus.
Em seguida, decidimos viver do nosso jeito esquisito, protegidos
por fronteiras, barreiras e trincheiras.
Nesse mesmo tempo, nós nos dedicamos ao trabalho, como se fosse
eterno.
Em lugar de nos cercar de pessoas, preferimos coisas, objetos,
etiquetas e máquinas.
De tal modo nos organizamos que, para falar conosco, nossos amigos
tiveram que marcar hora e aguardar numa sala de espera. Eles ficaram
constrangidos e pararam de vir. Desanimados, deixamos de ir.
O trabalho acabou e os colegas se foram.
Quando ficamos doentes, esperamos que nos visitassem, mas eles
deixaram para depois.
Os oportunistas ofereceram máscaras de Deus em gôndolas de
supermercado e nós as pusemos em nossos carrinhos de compra.
Apareceram os amigos de aluguel e pagamos.
Então, o governo criou o ministério da solidão para enfrentar a
chamada epidemia oculta.
Agora, antes que a solidão nos adoeça, podemos decidir viver.
Podemos trazer Deus de volta para a nossa companhia.
Podemos fazer do convívio com as pessoas a nossa alegria.
Ainda sabemos quais são as coisas simples e certas a fazer, para que
nossos sorrisos se encontrem e nossas mãos se entrelacem.
Amigos se separam
Ondas terríveis ou ruídos fazem com que amigos que antes andavam
juntos, trabalhavam juntos e brincavam juntos se separem, às vezes
para sempre, embalados pela indiferença ou pela mágoa mútua.
O intelectual ciliciano Paulo, ainda jovem e desconhecido, e o
proprietário de terras cipriota Barnabé, já maduro e influente,
mantinham uma amizade sólida, nutrida pela fé cristã, à qual se
converteram em lugares e circunstâncias diferentes.
Barnabé tinha uma incrível admiração por Paulo. Paulo tinha uma
confessada gratidão por Barnabé (Atos 9.27).
Juntos planejavam as viagens, definiam as paragens, escolhiam os
roteiros e selecionavam os companheiros.
Por causa de um deles, os dois se separaram (Atos 15.36-41). João
Marcos desistira de uma viagem e os deixara. Quando quis retornar,
Barnabé, de quem era primo, o aceitou, mas Paulo, exigente, tinha
perdido confiança no assistente, que escreveu também sua história,
sozinho (Colossenses 4.10) ou apoiando outro apóstolo, Pedro
(1Pedro 5.13).
A separação não foi para sempre (Colossenses 4.10). Quando se
reencontraram, Paulo estava mais experiente e mais sereno, admitiu
o quanto a amizade de João Marcos lhe era importante e o reintegrou
à equipe e ao companheirismo.
Amigos se separam, mas não tem que ser para sempre.
Você é o perfume
O dia é possivel por causa de algum despenseiro.
É grande a lista.
O jornal que você lê é o resultado do trabalho de centenas de
colaboradores. Um deles é o jornaleiro.
O livro aberto diante dos seus olhos vem da dedicação de muitas
pessoas. Uma delas é o escritor.
O veículo que o conduz é dirigido por um motorista.
A reforma da sua casa foi feita por um pedreiro.
Seus dentes lhe embelezam os lábios pela mãos e pela inteligência
de um dentista.
A roupa que usa lhe foi apresentada por um vendedor.
Essas pessoas todas vivem do seu trabalho em busca também do
dinheiro.
E elas continuam porque acreditam, às vezes cheias de dúvidas, que
o que fazem tem valor.
Se esses profissionais para você têm valor, dê um jeito de a um deles
isto hoje dizer.
Suas palavras podem ser fontes de vigor e prazer.
Diga “obrigado” ao seu padeiro.
Estimule o seu pastor.
Envie um presente ao seu médico, seja um livro ou um cartão.
Abrace o seu porteiro.
Fale ao seu psicólogo e lhe toque o coração.
Entregue uma gorjeta fora de época ao carteiro ou ao lixeiro.
Ao livreiro, ao professor, ao engenheiro e a quem mais tem adornado
sua vida com joias que são.
Hoje é o dia de você borrifar um corpo com o perfume da sua
manifesta gratidão.
Não se precipite
Não se precipite quando receber um olhar de reprovação.
Não se precipite quando alguém não cumprir o que foi combinado.
Não se precipite quando o diagnóstico em um exame se mostrar
desolador.
Não se precipite quando um desejo estiver prestes a não ser realizado.
Não se precipite quando escutar uma palavra de condenação.
Não se precipite quando chegar um julgamento opressor.
Não se precipite quando alguém trocar de calçada para não o abraçar.
Não se precipite quando não vier a encomenda solicitada.
O olhar pode não ser realmente de reprovação, mas de acolhida.
Um trato pode não ter sido cumprido por uma razão bem justificada.
Um diagnóstico, mesmo ruim, é apenas um diagnóstico antes de o
tratamento ser finalizado.
Uma expectativa frustrada pode ser por coisa melhor substituída.
A palavra pesada pode não ter sido dita.
O julgamento negativo pode ser um elogio em forma escondida.
Sua presença pode não ter sido rejeitada, mas apenas não percebida.
A encomenda pode chegar hoje ainda.
Não sofra sem precisar.
Não julgue antes de conferir.
Não aja sem muito pensar.
Não decida antes de orar.
Você nunca se arrependerá se uma poderosa resposta branda for seu
modo de reagir (Provérbios 15.1).
O presente da humildade
Só podemos julgar os fatos do presente quando eles forem história,
o que só poderá ocorrer no futuro, que é quando temos condições de
olhar para trás e contabilizar os resultados.
No futuro, enxergamos melhor o passado.
No futuro, os fatos já terão mostrado as suas possibilidades.
No futuro, as mentiras são desmascaradas.
No futuro, esquecemos momentos que, quando vividos, pareciam
definitivos.
Nossa interpretação sobre os fatos presentes é sempre precária.
Não temos como saber hoje se o político que discursa eficientemente
sobre ética está desviando milhões.
Não temos como saber se o amigo cuja presença hoje nos alegra vai
nos magoar.
Não temos como saber se o emprego pelo qual tanto sonhamos não
passa de uma ilusão.
Diante da incerteza, dada pela impossibilidade de enxergar as coisas
como elas realmente são, deixaremos de interpretar o presente ou
viver o presente?
O presente é o único tempo que temos nas mãos.
O presente é o que fazemos dele. Ele será cheio de ressentimentos,
se não acertarmos as contas com o passado. Ele será perdido se não
nos envolvermos na sua sólida construção. Ele será ingênuo se nos
deixarmos manipular pelos donos do poder e da opinião.
Não temos como não interpretar a história que vivemos, mas
devemos ser humildes com as nossas palavras. Mesmo que os fatos
não mudem, nós podemos mudar.
Para ler HOJE na Bíblia: João 10
“Eu e o Pai somos um”. (João 10.30)
A vida é possível
Como uma criança que conviveu com a gritaria não vai gritar
também?
Como uma criança que teve que brigar para receber algo, será uma
pessoa de paz?
Como uma criança que ouviu que nunca deveria apanhar, mas
bater, não será arrogante?
Como uma criança que sempre teve o que quis entenderá que nem
sempre poderá ter tudo?
Como uma criança que aprendeu que a mentira é legítima amará
a verdade?
Como uma criança que foi rejeitada vai gostar de si mesma?
Como uma criança que nunca conheceu afeto vai abraçar?
Como uma criança que nunca viu seus pais abrindo um livro será
uma leitora?
Como uma criança que não aprendeu a importância de cumprir os
compromissos assumidos será responsável?
Como uma criança que sempre foi criticada vai achar que tem valor?
Como uma criança que foi abusada confiará nas pessoas?
Uma criança com influências malsãs chegará a um momento que
precisará decidir se será o que fizeram dela ou será o que deve ser.
Se ela decidir não gritar, não brigar, não ser arrogante e aceitar os
limites; amar a verdade, gostar de si mesma e abraçar; ler e levar
a sério seus compromissos; ver valor em si mesma e confiar nas
pessoas, terá que renunciar a todas as mentiras em que acreditou e
pôr os pés a trilhar um caminho totalmente novo e será uma pessoa
livre! (João 8.32).
O bom legado
Numa família de oito irmãos, inseparáveis eram Maria e Elizabeth,
sempre juntas, até na profissão de juízas de direito.
Quando Maria morreu, aos 69 anos, Elizabeth procurou satisfazer
um dos desejos dela, que queria que a sua herança fosse utilizada
para ajudar a quem precisasse na área da saúde.
Como todos os irmãos abriram mão de seus direitos, parte do
dinheiro foi doada para equipar uma ala de um hospital universitário
em Curitiba (Paraná) e a outra foi usada para a construção de uma
UTI neonatal num hospital particular na mesma cidade.
Elizabeth acompanhou pessoalmente as obras, para se certificar
de que os recursos seriam bem empregados. Segundo o diretor do
hospital, ela observava cada parafuso fincado e se alegrava com cada
piso colocado.
O gesto recebeu destaque nos meios de comunicação, mas Elizabeth
fez questão de dizer que nada fizera, mas sua irmã:
– Se a UTI salvar uma vida, já terá valido a pena.
O patrimônio que arrecadamos ao longo da vida pode ficar para os
nossos familiares e esperemos que não briguem na hora de dividi-lo.
Podemos ir além e doar parcial ou integralmente o que ganhamos
para salvar vidas e deixar, assim, um legado que vai ser multiplicado
para outras gerações. Um legado de paz, saúde e alegria.
A verdadeira gentileza
Aprendemos que gentileza gera gentileza.
Atentos, buscamos ser gentis para com os outros. Atentos, esperamos
que os outros sejam gentis conosco.
Elogiamos um prestador de serviços na expectativa de que nos
atenda bem. Presenteamos alguém certos de que fazemos um
investimento. Semeamos gentilezas para colher gentilezas.
Por isto, há pessoas hábeis em suas gentilezas, que sempre dão bons
dividendos.
Lamentavelmente, essa é a natureza das coisas. Sim, lamentavelmente,
porque uma gentileza arquitetada como uma estratégia não é
propriamente uma gentileza, mas uma espécie de troca.
Gentileza verdadeira é aquela feita por uma mão que não se estende
para receber a retribuição.
Quem é verdadeiramente gentil perfuma seu ambiente com um
“muito obrigado” efusivo, não apenas protocolar.
Quem é honestamente gentil oferece um presente como um gesto
espontâneo, não como quem planta uma semente.
Quem é sinceramente gentil não usa as pessoas para alcançar seus
próprios fins.
Quem é afetuosamente gentil não engana as pessoas, fazendo
crer que são desinteressadamente amadas, não preferidas pelo que
podem oferecer de volta.
Quem é realmente gentil não permite que a mão esquerda saiba o
que a direta ofereceu ao outro. Se houver alguma recompensa, virá
de Deus, do jeito de Deus (Mateus 6.3-4).
Para ler HOJE na Bíblia: João 17 a 18
“Disse Jesus:‘O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam
para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é
daqui’”. (João 18.36)
O almoço pós-pago
No Velho Oeste americano, os bares ofereciam refeição de graça a
quem comprasse uma bebida. A comida era sempre muito salgada,
para que os clientes pedissem mais bebida.
Vem desta estratégia comercial a certeza de que não existe almoço
grátis.
Muitas crianças continuam crianças pela vida afora porque seus pais
lhes preservaram de ver a fatura da alimentação servida, da educação
recebida e da diversão oferecida.
Cientes dos preços, devemos comer com sabedoria, caprichar nos
estudos e nos divertir com intensidade e responsabilidade. Comer
sem sabedoria pode nos custar a saúde. Estudar sem dedicação pode
nos furtar o futuro. Divertirmo-nos sem responsabilidade pode nos
ceifar a vida.
Deus nos deu, de graça, o dom da liberdade e nos cobra um preço
pelo que fazemos com ela. Assim, nossa elementar tarefa é aceitar o
fato que todos os gestos geram consequências.
Nossa liberdade afeta a vida do outro. A liberdade do outro afeta a
nossa existência.
Somos pessoas maduras não quando fazemos o que queremos com
a nossa liberdade, mas quando a usamos tendo sempre diante de nós
a etiqueta do seu preço.
Maturidade é aceitar que a liberdade é conferida não só a nós, mas
também aos outros, cabendo-nos lutar por ela e vigiar para que não
nos prejudique.
O valor da curiosidade
Quando temos o privilégio de viajar, podemos regressar como
éramos ou retornar com a nossa visão enriquecida.
Podemos emoldurar as paisagens e ignorar a riqueza das histórias
que elas guardam.
Podemos passar por pessoas e estranhar o quão diferentes são, sem
as conhecer.
Podemos tomar seus sabores, temperos e cheiros, sem nenhum
esforço para apreciá-los.
Podemos considerar os hábitos visitados como sendo inferiores,
atrasados e primitivos, nunca como frutos de tradições diferentes,
pelas quais deveríamos agradecer por tê-las encontrado.
Se queremos que nossa viagem seja inesquecível, precisamos manter
aguda, durante todo o percurso, a nossa curiosidade. É a curiosidade
que nos faz conhecer e o conhecimento nos transforma.
Enquanto alguns se distraem ou dormem, quem é curioso olha ao
redor com o desejo de transferir tudo o que vê, escuta e sente para
dentro do seu próprio baú.
Quem é curioso escuta as falas dos outros, aos quais vê como pessoas
que têm histórias para contar, as suas e as de sua gente, algumas
capazes de ajudar a entender a sua própria cultura.
Quem é curioso sabe que há coisas na terra visitada, como as
paisagens que viu, as conversas que manteve, as amizades que travou,
que não podem ser compradas, nem esquecidas.
A excelência da vida
Podemos tocar nossa vida em diferentes ritmos.
Podemos passar a vida inteira atendendo a emergências, a maioria
porque nada fizemos para que não acontecessem.
Podemos dedicar nossa agenda às urgências, deixando para depois
as coisas até que tenham que ser feitas imediatamente.
Podemos nos ocupar apenas das tarefas da sobrevivência, como se a
vida fosse uma corrida para não morrer.
Podemos ficar no plano da subsistência, feita de comer, beber,
trabalhar e dormir.
Podemos ter como meta a excelência, que nos leva para além da
emergência permanente, da urgência constante, da sobrevivência
exasperante ou da subsistência insuficiente.
Na excelência temos sonhos elevados.
Na excelência experimentamos o sentido da vida.
Na excelência tornamos melhores as existências dos outros.
Vive de modo excelente quem sabe que é amado por Deus, cuja
direção obedece, e ama ao próximo, cuja vida procura dignificar.
A excelência inclui a esperança que a vida, por melhor que seja, tem
uma segunda jornada, esta eterna, e para lá confiantemente segue
sem medo.
A excelência se desenvolve no trabalho feito da melhor maneira
possível, seja ele uma missão ou apenas um modo de sustento.
A excelência acontece num clima de serenidade, que propicia as
condições para decisões sábias, requeridas em todos os momentos.
A festa da gratidão
Uma vitória é sempre um triunfo coletivo.
O atleta que cruza a linha de chegada, recebe os aplausos e, depois,
os louros e os louvores, chegou acompanhado por dezenas de pessoas,
embora invisíveis.
O escritor que digita a última palavra de sua obra não é solitário,
embora apenas o seu nome figure na capa do livro que será lido por
uma multidão de indivíduos.
A mãe que sorri para a alegria maior de sua vida – o bebê envolto em
panos e deitado sobre o seu colo – não o trouxe sozinha à luz.
O estudante que exibe numa parede o diploma ou na gaveta o
contrato que premia seus anos de dedicação não se tornou por si só o
que o seu título ou função certifica.
Mesmo quando o vencedor publica os nomes dos seus colaboradores,
lembrará apenas uma pequena galeria formada por pessoas cujos
esforços foram indispensáveis, como o vendedor que recomendou um
tênis para o corredor, o tio que ofereceu um livro ao menino que um
dia seria escritor, a amiga que apresentou à futura mãe o jovem com
quem escreveria uma história de amor ou o pipoqueiro que disse ao
cliente-mirim que um dia seria “doutor”.
Sempre devemos nos lembrar que não há conquistas solitárias.
Certos disto, sempre devemos agradecer aos que correram conosco,
apostaram em nossos sonhos ou desenrolaram os tapetes para os
nossos voos.
Um ideal de identidade
Não precisamos parecer o que não somos.
Não precisamos demonstrar o que temos.
Não precisamos exibir o que sabemos.
O que importa é o modo como nos dispomos.
Não precisamos parecer fortes, se somos. Se estamos fracos, não
precisamos destacar a nossa fragilidade.
Não precisamos desfilar com o que ganhamos. Se não temos os bens
que carecemos, não precisamos alardear a nossa necessidade.
Não precisamos acreditar que somos bons pelo que sabemos. Se
pouco sabemos, não precisamos publicar nossa ignorância como
prova de humildade.
Somos o que somos pela graça de Deus, que, desde o ventre de nossa
mãe, tem-nos moldado.
Temos o que temos pela bondade de Deus, mesmo que muito nos
tenhamos esforçado.
Sabemos o que sabemos pela misericórdia de Deus, que para estudar
nos tem capacitado.
O que somos não nos faz melhores que o outro.
O que temos não nos faz mais felizes que o outro.
O que sabemos não nos faz superiores ao outro.
O que somos nos diz que cometemos erros que não devemos.
O que temos exige que o usemos bem: que gastemos e compartilhemos.
O que conhecemos mostra que é muito pouco – como um grão de
areia da praia – o que sabemos.
O que somos, temos e sabemos nos oferecem mais oportunidades
de serviço,
De modo que o outro também sinta, através de nós, o perfume de
Cristo.
A cabana
Muitas vezes Davi fugiu de Saul, não porque tivesse medo dele.
Davi sabia que a sua hora chegaria, sem que precisasse afastar aquele
que seria seu antecessor.
Davi não precisava mostrar a sua família que tinha futuro, aos
amigos que era forte ou a Deus que era fiel.
Davi correu muito. Passou por vales. Correu por montes. Atravessou
rios. Bordejou os mares. Para não enfrentar Saul.
Era tarde, numa vez. Davi carregava a lança, para se proteger de
leões, mas não de Saul.
A noite ameaçava chegar, sem que Davi pudesse ver de onde vinha
Saul com o seu esquadrão da morte.
Davi olhou para os montes, mas o socorro não veio (Salmo 121.1).
Davi buscou rochas, mas não encontrou nenhuma fortaleza.
Já desistia, quando uma luz, ainda tênue, nascia no horizonte. Ele
apertou o passo. “O Senhor Deus é o meu pastor. Nada me faltará”
(Salmo 23.1). Enquanto repetia o verso, o bafo da perseguição
aquecia seu pescoço.
Davi correu ainda mais. Mãos inimigas quase o alcançavam, quando
outras mãos o puxaram para o interior da cabana. Os inimigos
pararam à porta. Os cães latiram. Estava claro lá dentro.
Uma mesa estava posta. Na cabeceira, seu amigo Barzilai tinha
numa das mãos uma bacia e na outra um chifre de óleo para ungir os
seus cabelos. Antes de se preparar para o banquete, Davi teve tempo
de balbuciar para si mesmo:
– Ainda que eu ande pelo vale da morte, não temerei. (Salmo 23.4)
E celebrou o amor de Deus com os amigos.
Do lado de fora, Saul e seus guerreiros tiveram que guardar suas
armas e voltar para os seus quartéis.
Dentro da cabana, a festa rolava na certeza da amorosa presença do
Senhor Deus (Salmo 23.6).
A arte de fazer
Tem que dar uma aula? Prepare-se. Estude a matéria. Conheça os
alunos. Chegue antes da hora.
Vai construir uma ponte? Faça de tal modo que estará seguro
quando for passar por ela.
Tem que vender um produto? Abra um sorriso. Conheça o item.
Mostre suas utilidades e qualidades. Agrade seu cliente.
Precisa fazer uma viagem? Consulte o mapa. Planeje o roteiro.
Confira o tempo. Leve as roupas que o itinerário pede.
Tem que cuidar de uma criança? Ponha-se no lugar dela.
Vai conduzir alguém num carro? Confira como está o veículo.
Prepare o automóvel. Deixe o passageiro, amigo ou consumidor, à
vontade.
Tem que responder a uma mensagem? Pense em quem vai recebê-la.
Quer escrever um livro? Imagine quem vai lê-lo. Leia o que
escreveram antes de você. Reorganize sua vida para caberem horas
de dedicação. Escreva sempre. Reescreva.
Tem que atender pessoas? Agradeça o privilégio. Alegre-se com a
tarefa. Torne inesquecível o momento.
Quem faz bem feito nunca se arrependerá.
Quem faz bem feito jamais terá que fazer de novo a mesma coisa.
Quem faz bem feito pode olhar para o que fez, como Deus olhou
para sua criação.
Quem faz bem feito não faz para os outros ou para ser recebido ou
para ser digno da remuneração.
Toda as vezes que fizer uma coisa, não faça para você mesmo. Faça-a
para Deus.
Em equipe
O escritor romano Paulo preferiu o gênero epistolar, como era
comum em sua época. Foram várias as suas cartas, endereçadas a
pessoas e comunidades.
Invariavelmente o gênio de Tarso começava seu livro para uma
comunidade indicando a autoria do texto: eram ele e mais alguém,
como: Sóstenes, Timóteo, Silvano e Tércio. Numa delas, como
foram vários os colaboradores, ele agradeceu aos seus “irmãos
companheiros”. Em apenas uma, não reconheceu seu colaborador,
precisamente por estar sozinho na cadeia.
Paulo se apresentava, portanto, como coautor de seus livros.
Devemos mirar no seu exemplo.
Não produzimos sozinhos. Não vendemos sozinhos. Não viajamos
sozinhos. Por que, então, dizemos: “meu livro”, “meu quadro”,
“minha música”, “minha venda”, “minha viagem”?
Não terminamos nosso curso sozinhos. Não compramos sozinhos.
Não vencemos sozinhos. Por que, então, dizemos: “minha
classificação”, “meu diploma”, “meu carro”, “minha vitória”?
Chegamos, fizemos, realizamos porque contamos com pessoas
que estiveram ao nosso lado, animando-nos, inspirando-nos,
financiando-nos e, muitas vezes, assumindo a parte mais pesada da
nossa tarefa. Devemos valorizar quem segue conosco.
Como Paulo, devemos registrar, por ser a expressão dos fatos, os
nomes dos nossos Sóstenes, Timóteos, Silvanos e Tércios.
A arte de ouvir
Uma organização brasileira começou um programa para levantar
recursos financeiros para os seus projetos, mas o descontinuou.
Depois de vários anos, a instituição resolveu reativar o esforço e
contratou uma nova equipe.
Um dos integrantes selecionou algumas pessoas que poderiam
contribuir no processo. Encontrou casualmente um ex-diretor que
participara daquele esforço inicial.
Na conversa, ficou claro que o profissional nada sabia da trajetória
da organização. Não sabia quem, antes dele, buscou os mesmos
objetivos, com erros e acertos.
O ex-diretor se pôs à disposição para compartilhar suas experiências.
Nunca foi procurado.
Há muitas pessoas que não ouvem. Por isto, perdem a oportunidade
de serem melhores e fazerem melhor.
Os que não ouvem cedem à preguiça, para não terem que pesquisar.
Os que não ouvem deixam-se levar pela presunção e dispensam os
que sabem tanto ou mais que eles. Os que não ouvem estão presos ao
preconceito contra os mais experientes.
Na carreira profissional, em particular, e na vida, em geral,
devemos valorizar o conhecimento dos outros, para melhorar
nosso entendimento das coisas a partir da compreensão dos que
vieram antes.
Ouvir os mais experientes é uma questão de sabedoria, que brilha
mais quando escuta.
A bateria da vida
Alguns dos equipamentos eletrônicos que usamos são movidos
a bateria.
No momento de fabricação, ela recebe uma carga que pode acabar
em momentos surpreendentes. Por esta razão, precisamos ter um
estoque que nos permita fazer a substituição e assim continuar com
nossos equipamentos ligados.
Mesmo que ela seja recarregável, o recurso é limitado e logo a
bateria tem que ser descartada.
A bateria foi feita para gerar energia – eis o seu valor – até se
esgotar – eis o seu problema. Temos uma bateria dentro de nós,
de onde tiramos a energia que precisamos para pensar, amar,
trabalhar e confiar.
Para pensar, precisamos ser alimentados por boas ideias, inspiradas
em boas conversas e bons livros.
Para amar, precisamos estar conectados com outras pessoas: e
quanto maiores forem os laços, maior será a nossa força.
Para trabalhar, precisamos estar ligados à corrente do esforço
meticuloso e do descanso renovador.
Para confiar, precisamos nos alegrar com a energia que vem da
graça de Deus.
Nossa energia não é própria.
Se queremos iluminar a Terra, precisamos estar permanentemente
ligados à Fonte Divina.
Se queremos produzir bons frutos, precisamos estar sempre ligados
à Árvore da Vida, que é Jesus Cristo (João 15.1-4).
O nome de Deus
Deus é mais que o seu nome, mas o mínimo que podemos fazer é
respeitar este nome.
Desrespeitamos a Deus quando desonestamente usamos seu nome
por algum motivo que não o honra.
Desonramos a Deus quando covardemente usamos seu nome para
esconder nossos malfeitos.
Blasfemamos contra Deus quando sagazmente proferimos seu
nome para atestar uma inocência que não temos.
Atentamos contra Deus quando, enfurecidos, ferimos ou
eliminamos pessoas ou animais em nome de uma verdade que Ele
não pronuncia.
Diminuímos a Deus quando displicentemente dizemos seu nome
como um hábito irrefletido. Somos ingratos diante de Deus quando
hipocritamente mencionamos seu nome para parecer o que não
somos e receber os aplausos humanos.
Desmerecemos o nome de Deus quando ignorantemente repudiamos
a pesquisa e o estudo, a inteligência e a razão, o conhecimento e o
diálogo para tornar melhor o mundo que o amoroso Criador nos
deu para cuidar.
Falsificamos o nome de Deus quando levianamente deixamos de
amar os seres humanos com a mesma intensidade com que dizemos
amá-lo.
Merecemos a ira de Deus quando usamos estrategicamente a fé – a
nossa e a dos outros – para nos enriquecer.
Reverenciamos realmente o nome de Deus quando vivemos de um
modo tão digno que leva as pessoas a amá-lo também.
As pessoas importam
É certo que não podemos atender a todas as expectativas das pessoas
próximas.
É certo também que sequer somos informados de algumas das
expectativas que pessoas próximas têm de nós, o que obviamente
nos impede de as considerar.
Algumas são inatendíveis, por estarem além de nossa capacidade ou
por ultrapassarem o que é moralmente aceitável.
Todavia, há expectativas que podemos atender, a partir da pergunta
que precisamos formular: quando temos expectativas, como
queremos ser tratados?
Para atender expectativas, precisamos prestar atenção às pessoas.
Sem dúvida, esta é a melhor atitude que podemos ter. Para muitas
pessoas, suas expectativas são que lhes dediquemos atenção,
notemos sua presença, respondamos ao seu cumprimento,
estendamos-lhes a mão.
Para atender expectativas, precisamos achar que as pessoas são
valiosas porque Deus as fez importantes, como também nos fez.
Suas expectativas são importantes, mesmo que sejam coisas simples
que esperem, como um abraço, uma fotografia ao nosso lado, um
telefonema no seu aniversário, uma resposta a uma mensagem que
nos enviaram.
Para atender expectativas, precisamos nos interessar em fazer o que
podemos fazer e precisamos fazer, mesmo que demande um esforço
de nossa parte.
A coragem vital
Ao completar seis meses de idade, Gabriel sofreu a separação dos
pais.
O pai viera para o Brasil para fazer faculdade. Conheceu Fernanda.
Nascido o filho, Francisco voltou para o Paraguai, agora com
a família. O relacionamento entre o casal não deu certo. Com o
divórcio, Fernanda retornou para o Brasil com a criança no colo.
O marido, que não chegaria a ser um profissional bem-sucedido
e nem um pai devotado aos seus outros filhos, nunca mais a
procurou. O menino cresceu como se não tivesse pai, que jamais
lhe escreveu, jamais lhe enviou um presente e jamais veio vê-lo.
Ela trabalhou e, com muita dificuldade, criou seu filho, que se
tornou um profissional respeitado e um pai dedicado.
O exemplo da mãe, que nunca se viu como vítima de um homem
irresponsável, embora o fosse, marcou o garoto. Ela decidiu amar
e cuidar do seu filho. Colheu do menino o que não recebeu do
marido.
A coragem da mãe inculcou no menino, alvo de preconceito dos
colegas por ser paraguaio e por não ter um pai para o proteger, uma
poderosa força para a vida, orientada pelo desejo de moldar sua
existência pela dedicação ao trabalho e pelo carinho à família, num
percurso completamente diferente do pai.
Coragem perante a vida é uma decisão que todos precisamos ter.
O poder da ingratidão
Por ocasião de uma longa caminhada, Jesus foi procurado por dez
leprosos, homens que eram mantidos fora do convívio social. O
Salvador os restaurou e os enviou aos sacerdotes para que atestassem
a cura e os devolvessem às suas casas (Lucas 17.11-20).
Todos o atenderam e voltaram miraculosamente à vida normal.
Como apenas um deles, que era estrangeiro, voltou para agradecer,
Jesus estranhou e perguntou pelos outros.
Esta história mostra que a atitude de Jesus diante do terror da
ingratidão estava ligada ao modo como encarava a sua própria
missão. Os evangelhos nos transportam várias vezes aos lugares
distantes para onde Ele se retirava a fim de descansar, refletir e orar
(Marcos 6.32).
Aplaudido, saía de cena para meditar sobre a sua missão. Exigido,
buscava o silêncio e sentir a sua satisfação. Tentado, seguia para o
deserto onde recebia a divina aprovação.
A continuidade de Jesus em seu trabalho não dependia das palavras
daqueles a quem ajudava, mas da comunhão que mantinha com o
Pai, a serviço de quem estava.
Quando acossados perla ingratidão, seremos pressionados para
desanimar.
Contudo, continuaremos na tarefa se, como Jesus, nossos
ouvidos estiverem atentos às palavras daquele que nos confia a
missão e nos satisfaz.
O bom desejo
Dê “Bom Dia” no início da manhã, no meio da manhã e no fim da
manhã.
Decida dizer “Bom Dia” mesmo que não ouça a reciprocidade.
Declare“Bom Dia” ao se levantar.
Dedique-se a dizer “Bom Dia” para quem corresponde e para quem
não lhe dá a mínima.
Defenda-se da aspereza das palavras alheias, da braveza dos olhares
fulminantes, da crueldade da indiferença e da dureza dos silêncios
frios com um “Bom Dia”.
Desafie o mau humor em sua volta com um “Bom Dia”.
Desarme a hostilidade com um “Bom Dia”.
Deseje“Bom Dia” aos seus familiares, aos seus amigos, aos seus
colegas, aos seus funcionários, ao seus chefes, aos que seguem com
você no veículo de transporte, no elevador, na escada, na calçada.
Desfaça as caras feias com um “Bom Dia”.
Desperte no outro o desejo de fazer bom o dia.
Determine-se a dar “Bom Dia” mesmo contra as evidências.
Demonstre seu apreço pelas pessoas ensejando-lhes um “Bom Dia”.
Diga “Bom Dia” a quem lhe diz e a quem não lhe diz.
Difunda a cultura da cortesia com gestos e palavras de “Bom Dia”.
Digite“Bom Dia” em seus textos.
Dispare para longe por carta, por telefone, por mensagem eletrônica
seu desejo de “Bom Dia”.
Doe palavras, flores, pães e sorrisos com um “Bom Dia” e também
“Boa tarde” e “Boa noite”.
Duvide se lhe dizem que hoje não será bom o dia.
Desfrute o “Bom Dia” de hoje.
Explode a guerra
Quando explode a guerra, mesmo longe, não importa o que
diga a propaganda, o que acontece – e sempre foi assim – é que
morrem os pobres em casa ou nos campos de batalhas, falecem
os fracos porque não conseguem correr, desaparecem as crianças
que insistem em acreditar na bondade dos grandes. Quanto aos
senhores da guerra, eles se protegem nos subsolos de seus palácios
e usam os cadáveres que produziram como troféus para suas causas
sanguinárias.
A guerra ao longe é também a nossa guerra. Não é para ser
enfrentada com alienação, como se nada acontecesse, nem com
indiferença, como se ninguém sofresse, nem como espetáculo,
como se um videogame parecesse.
É para ser enfrentada com indignação, que rejeita a insensatez e
recebe o refugiado se ele perto chegar; com sólida informação, que
promove a lucidez e contra ela continua a protestar; com oração
pela paz e contra a estupidez, pedindo a Deus que a faça cessar.
O que não podemos, na guerra travada longe, é transportar a
barbárie para perto, como se fosse na nossa rua.
Quando é longe que matam, não podemos transformar nosso
coração num cenário similar, onde bombas explodem e de onde
saem palavras que matam como mísseis.
Acreditar na paz, desejada e experimentada dentro de nós mesmos,
é uma missão com a qual precisamos nos envolver.
O melhor de tudo
Porque cremos, devemos manter a visão no presépio onde Jesus se
tornou como um de nós e maravilhosamente mostrou que Deus se
importa conosco.
Como lemos, devemos recordar, para que nossos olhos continuem
brilhando, os relatos dos encontros de Jesus acolhendo crianças,
recebendo rejeitados, advertindo exaltados.
Como sabemos, devemos ouvir todos os dias Jesus orando ao Pai
para perdoar aqueles que gritavam contra Ele, ofendiam-no em
sua dignidade, feriam-no em sua integridade, para que também
perdoemos.
Porque acreditamos, devemos nos transformar em personagens dos
milagres que Jesus fez, certos de que não mudou, mas igualmente
seguros que nossa fé nele não depende de que aconteçam de novo.
Uma vez que recebemos seus efeitos, devemos fortalecer nosso
coração com a certeza de que a partir do sacrifício de Jesus na cruz em
nosso prontuário nada consta e estamos completamente livres.
Tendo ficado encantados com a ressurreição de Jesus, devemos contá-
la de novo como um fato da história e nos enternecer com a promessa
acerca da vida que definitivamente nos espera.
Porque somos herdeiros de Jesus, devemos nos permitir ser libertados,
guiados, inspirados, consolados, fortificados, orientados e preservados
pelo Espírito Santo que Ele mesmo nos enviou para nos acompanhar
em nossa jornada aqui.
Em busca da maturidade
Quando agimos ou reagimos de modo maduro, fazemos bem a
nós mesmos e aos que convivem conosco. Por isto, devemos nos
embrenhar na busca da maturidade.
Amadurece-nos o tempo. O tempo nos dá naturalmente uma
perspectiva adequada acerca das coisas, ao nos mostrar as que são
realmente importantes. A experiência nos faz errar menos.
Tempo se vive, não se imagina. Tempo se passa, sem que se possa
abreviar ou retardar. Como o tempo também nos endurece, por causa
dos espinhos fincados em nossa carne, devemos cuidar para não
perder a ternura. A amargura é fruto da imaturidade.
Amadurece-nos o estudo. Quando estudamos, entendemos.
Quando estudamos, ampliamos nossa visão. Quando estudamos,
compreendemos o passado. O tempo e o estudo associados produzem
sabedoria, que é a capacidade de tocar a vida no ritmo certo, nem
lenta, nem apressadamente. Sábio é quem vive na perspectiva da
missão, seguindo o exemplo daquele pedreiro que não apenas assenta
um tijolo mas constrói um edifício.
Amadurece-nos a humildade, que interpreta corretamente as derrotas,
vistas como trampolins para futuras vitórias, e que reconhece que os
triunfos obtidos são diplomas que geram ânimo para as próximas
lutas, nunca vencidas sozinhas, mas em cooperação.
“Guerra é guerra”?
Se você está a serviço da paz, com palavras e atitudes, dirão que está
fora da realidade.
Se você procura manter a serenidade, reagindo com equilíbrio,
dirão que tem um inútil sangue de barata.
Se você prefere perder, porque se ganhar significa gritar, pisar,
xingar, dirão que não é competitivo.
Se você tem um ideal, mas não o impõe pela força, dirão que é
covarde.
Se você joga no time dos que amam a concórdia, ouvirá que numa
guerra vale tudo, de mentiras a tiros.
Se você levanta a bandeira da justiça, escutará que o seu interesse
deve vir primeiro sempre!
Se você pondera para se envolver numa causa, perceberá que ganha
uma briga quem bate primeiro.
O grito que ecoa é: “Guerra”.
Pode haver guerra nos estádios, nas ruas e nos palácios, mas não
pode haver guerra no seu coração.
Uma guerra nos estádios pode ser o fruto de uma paixão passageira,
mas, se for definitiva no seu coração, você não torcerá, brigará.
Uma guerra nas ruas pode ser a consequência de uma sociedade
embrutecida, mas, se for mantida no seu coração, você não se
protegerá, atacará.
Uma guerra nos palácios pode ser o retrato de uma política
ensandecida, mas, se for adotada em seu coração, você não buscará o
bem comum, apenas o seu.
Se não houver paz no seu coração, você será igual àqueles que
você condena.
Amados
Quando ressuscitou, a segunda pessoa a quem Jesus encontrou foi
Simão Pedro, que o acompanhara em todos os momentos, exceto em
um. Quando foi julgado, Pedro o abandonou e, por três vezes, com
medo do mesmo destino, negou ser seu amigo.
Aquele abandono tríplice arrasou Pedro, que voltara ao ofício da
infância. Foi assim que Jesus o viu pela segunda vez, durante uma
refeição numa mesa improvisada sobre a areia na praia (João 21.15-17)
Por três vezes, Jesus perguntou ao antigo colaborador:
– Você me ama?
Nas duas primeiras vezes, Jesus lhe perguntou se o amava com perfeito
amor (“ágape”, em grego). Pedro respondeu que era do jeito humano o
seu amor (“filew”, em grego).
Na terceira vez, Jesus usou o termo de Pedro e quis saber se ele o amava
do jeito possível (do jeito “filew”). Pedro respondeu que sim e recebeu
dele a tarefa de cuidar dos seus seguidores.
Jesus não queria que Pedro fosse perfeito, mas que o amasse.
Jesus não ama pessoas perfeitas, mas ama pessoas que decidem amá-lo.
Jesus não ama pessoas perfeitas, mas ama pessoas que lhe dão o
primeiro lugar, acima de outras pessoas, acima das coisas e acima de si
mesmas, para que possam amar a si mesmas sem se idolatrarem, para
que possam colocar as coisas em seus devidos lugares e para que possam
amar as pessoas sem nada esperarem em troca.
O valor da vergonha
Não é vergonhoso admitir uma fragilidade e pedir ajuda para
superá-la. Vergonhoso é sofrer sem necessidade.
Não é vergonhoso reconhecer, particular ou publicamente, um erro.
Vergonhoso é manter o tolo orgulho.
Não é vergonhoso voltar atrás numa decisão. Vergonhoso é persistir
no erro.
Não é vergonhoso ficar desempregado, sem ter contribuído para a
demissão. Vergonhoso é baixar a cabeça, se ela deve ficar erguida.
Não é vergonhoso mudar para um lugar onde o custo de vida é
mais baixo, transferir-se para um apartamento menor ou ter que
trocar o carro por um mais velho. Vergonhoso é contrair dívidas
que não se pode pagar ou ostentar o que tem ou o que não tem,
seja qual for a intenção.
Não é vergonhoso esperar no banco de reservas a vez de entrar no
time. Vergonhoso é não lutar para ser o titular.
Não é vergonhoso pedir perdão, mesmo que custe a humilhação.
Vergonhoso é deixar que o fosso da inimizade aumente.
Não é vergonhoso carregar no corpo uma marca ou ter um
apelido que diminui. Vergonhoso é parar a vida por algo que os
outros fizeram.
Não é vergonhoso ter. Vergonhoso é cobiçar (Jó 31.11) ou não
compartilhar.
Não é vergonhoso recuar. Vergonhoso é desistir de ser feliz.
Não é vergonhoso começar de novo, quantas vezes forem necessárias.
Viver é dialogar
Uma de nossas ilusões é achar que os outros são inferiores a nós.
Temos a ilusão de que os que vieram antes de nós são atrasados.
Nesse caso, temos que descontar do que disseram e do que fizeram o
que nós agora sabemos.
Imaginamos que os que moram longe de nós estão num estágio
inferior ao nosso. Assim, por compaixão, devemos desejar que nos
alcancem um dia.
Quanto aos que pensam diferentemente de nós, supomos que eles
têm muito a aprender conosco.
Por isso, devemos ser pacientes com eles.
Se temos tal ilusão quanto aos povos antigos, precisamos viajar para
um país mais antigo que o nosso e nos admirar com sua ciência e
sua tecnologia. Nós, por exemplo, ainda não conseguimos construir
pirâmides como os egípcios dos tempos faraônicos.
Se julgamos os povos distantes como inferiores, precisamos
conhecer sua geografia e sua história e descobrir que eles são
plenamente iguais a nós.
Se conversarmos com os que pensam diferentemente de nós,
aprenderemos com eles, mudaremos as opiniões deles e até
poderemos mudar as nossas.
Precisamos definitivamente abandonar a ideia de que há pessoas
ou culturas superiores. Precisamos ampliar nosso diálogo com
as gerações passadas e com aquelas que estão chegando. Quando
nos abrimos para os outros, de longe na história, na geografia e na
ideologia, nós nos tornamos pessoas melhores.
Obviamente iguais
Todas as crianças gostam que lhes dediquemos um dia, especialmente
se ganham presentes.
Muitas mães apreciam que haja um dia em que são transportadas
para o palco das homenagens.
Há mulheres que se alegram com a data separada para o
reconhecimento dos seus valores. Outras não se encantam com
iniciativas desta natureza.
De qualquer modo, no Dia Internacional da Mulher podemos todos
lançar um olhar ao redor.
As mulheres ainda são desrespeitadas por serem mulheres. O
desrespeito pode estar na família, quando, por exemplo, reserva-
lhes papéis inferiores ou exige que se calem quando humilhadas; na
empresa, quando, por exemplo, paga menos pelo trabalho que elas
fazem; na sociedade, quando, por exemplo, impede-lhes o exercício
pleno do direito de ir e vir.
As mulheres ainda são atacadas, física ou psicologicamente, por
dizerem “não”, por serem vistas como “coisas”, por desejarem ser
pessoas, por reivindicarem uma dignidade que lhes é intrínseca, por
pretenderem ou não pretenderem fazer uma carreira profissional,
por quererem mudar o mundo.
Devemos todos desejar que nenhuma mulher seja vista como
inferior por ser mulher, escolha ela trabalhar fora ou ficar em casa
ou as duas coisas, dirigir um automóvel ou ser conduzida, vestir-se
com discrição ou com exuberância.
Obviamente somos todos iguais.
Força e coragem
Embora longamente preparado, quando chegou a hora de assumir a
liderança do seu povo, Josué, filho de Num, tremeu.
Ele passou em revista tudo o que ouviu de Moisés, seu antecessor,
e recordou também os principais momentos vividos juntos, com
ênfase nas estratégias. Assim mesmo teve medo.
Teve medo, mas prosseguiu.
Josué tinha um segredo. Quando tomou posse na função, o Senhor
Deus lhe disse umas palavras definitivas:
– Eu estarei com você. Nunca o abandonarei. Seja forte e corajoso.
(Josué 1.8)
Josué entendeu que não podia tirar força de dentro de si mesmo.
Sua força vinha do fato de Deus estar ao seu lado.
Josué compreendeu que sua coragem não era uma espécie de
pensamento positivo. Vinha de uma promessa recebida: Deus estaria
ao seu lado.
Para nos sentirmos fortes e corajosos, precisamos ouvir o que Josué
ouviu e confiar como ele confiou.
Deus não mudou. O que Ele disse a Josué ontem, Ele nos diz hoje.
Que a certeza da companhia de Deus ao nosso lado, seja onde for que
estejamos e seja o que precisemos enfrentar, nos habite.
Força e coragem não são atitudes que desenvolvemos sozinhos.
São disposições que Deus põe no nosso coração como recursos
para viver.
Nossa tarefa é ouvir e confiar. Que a certeza da companhia de Deus
nos habite.
O fogo amigo
Pode ser que precisemos conviver com pessoas habitadas pela
amargura, dominadas pelo medo ou dirigidas pela ira. Seus olhares
só captam erros, suas práticas traduzem seus temores e suas reações
ferem até aqueles quem gostam.
Embora carreguem dores imensas, pessoas há que não percebem
o peso que portam, não entendem que suas jornadas podem ser
diferentes e não aceitam apoios capazes de mudar o sentido de suas
viagens pela vida. Elas preferem reclamar e fazer da lamúria o seu
jeito de ser.
Se nossas disposições são outras e convivemos com pessoas assim,
temos alguns cuidados a desenvolver para evitar que nos contagiem.
Precisamos observar o histórico do comportamento que
reprovamos, para perceber se é passageiro ou permanente. Se for
passageiro, precisamos apenas aguardar o retorno do bom clima.
Se for permanente, precisamos avaliar a nossa capacidade de resistir
ao bombardeio diário dos olhares de reprovação e das palavras
indevidas. Teremos que tomar uma decisão, que não pode ser
intempestiva ou irada, mas ponderada e amorosa, mesmo que difícil.
Só agiremos corretamente se pedirmos ao Espírito Santo de Deus
para nos guiar e, se Ele nos orientar a prosseguir, como geralmente
faz, deveremos continuar esperando que nos mantenha íntegros
e saudáveis.
Caça ao tesouro
Por que acordamos cedo e, às vezes, ainda mais cedo, seja para viajar,
ler um texto, estudar ou escrever uma página?
Por que fazemos exercícios regularmente, em ruas, pistas, campos
ou em academias?
Por que continuamos a orar por uma pessoa que não demonstra
qualquer interesse em mudar?
Por que guardamos dinheiro para o futuro, em lugar de o gastar todo?
Por que deixamos de fazer algo que nos dá muito prazer?
É porque aprendemos que as conquistas pequenas podem acontecer
de uma hora para a outra mas as grandes conquistas, as conquistas
duradouras, as conquistas que definem nossas vidas vêm a longo
prazo, depois de esforço firme, constante e prolongado.
É porque sabemos que todas as vitórias têm um preço e estamos
dispostos a pagá-lo, mesmo que seja alto, faça nosso corpo vergar e
suar ou até machuque a nossa própria carne.
É porque observamos que a vida acontece agora e também amanhã.
É porque temos alvos na vida, alvos elevados.
É porque vislumbramos para o nosso sacrifício uma recompensa,
que pode ser espiritual, emocional, intelectual ou material, e não
temos por que nos envergonhar por estarmos correndo atrás de uma
recompensa, e felizes seremos se estivermos buscando uma que a
traça e a ferrugem não consomem (Mateus 6.20).
A casa do pecado
Entre as ilusões que carregamos sem precisar, afirmamos que somos
naturalmente bons. Dizemos que nosso primeiro gesto visará o bem
do próximo, não o nosso. Cantamos que preferimos a verdade à
mentira. Alardeamos que amamos a paz, a começar em nós.
Essas afirmações não conseguem negar a realidade, estampada
nos meios de comunicação e abrigada nos nossos corações, de que
somos pecadores. Para o mal com o qual convivemos e também
contribuímos, oferecemos diferentes respostas.
Assim, ingenuamente explicamos que o egoísmo não passa de uma
distorção do nosso verdadeiro eu, superficialmente atribuímos a
mentira a um passageiro defeito, preconceituosamente gritamos que
a violência é filha da desigualdade social.
Fazemos tudo para expulsar a palavra “pecado” para os tempos que
chamamos de “atrasados” ou “obscuros”, mas ela nos acompanha,
porque ela nos explica.
Nós, os “avançados”, os “esclarecidos”, somos pecadores. Desde
crianças sabemos disso, apesar dos eufemismos, apesar os sinônimos
que inventamos. As histórias das civilizações e as nossas histórias
pessoais se encontram dentro dos nossos corações, onde o mal
estabelece sua casa.
A boa notícia é que há salvação para o nosso caso: Deus a
providenciou na cruz e não há outro caminho para uma vida sem
culpa (Gálatas 6.12).
Sal
Desde que começamos a viver, nós nos lançamos no mar das
injustiças.
O mundo se organiza em torno da injustiça, manifesta em privilégios
para alguns e rigores para outros, facilidades para uns e dificuldades
para outros. Raramente percebemos a desigualdade quando estamos
na ponta dos benefícios. Quase sempre nos indignamos quando
estamos no extremo dos prejuízos.
Em algumas áreas, pessoas moram em lugares insalubres e caros
para o salário que recebem; andam em meios de transportes cheios e
sujos; recebem pagamentos indígnos; enfrentam filas enormes para
ter direitos aos serviços públicos que lhes são devidos.
Quem monta esse sistema, absolutamente injusto, que
irresponsavelmente ajudamos a manter?
Quando não protestamos, nós nos tornamos cúmplices das
desgraças lamentadas.
Quando reproduzimos, em nossas atitudes, as práticas que
condenamos, contribuímos para o sofrimento que assola. Quando
buscamos jeitinhos à margem da lei, estamos criando as condições
para, amanhã, sermos vítimas jeitinhos dos outros.
Quando trocamos nossa dignidade por um prato de favores,
cassamos nosso próprio direito de viver numa sociedade justa.
Uma terra apodrecida precisa de sal para voltar a ter sabor. Nós
precisamos ser o sal da terra em que vivemos (Mateus 5.13).
O convite à comunhão
Nossa forma de falar muda, mas nós continuamos os mesmos:
continuamos a gritar, bater e matar para termos satisfeitas as nossas
necessidades.
Concebemos novas palavras e novos sentidos para as coisas, mas
permanecemos os mesmos: mantemos nossa carência de afeto e
aceitação.
Inventamos coisas e artefatos novos e complexos, mas nós ainda
somos os mesmos: prosseguimos precisando de paz e segurança.
Só nos realizamos como pessoas se estivermos em comunhão
com Deus. Fora desta comunhão, correremos até cansar e não
encontraremos uma razão sustentável para viver. Fora desta
comunhão, seremos agitados por nossas células como se fossem ondas
bravias a baterem nas rochas. Fora desta comunhão, estranharemos-
nos um com os outros, achando que precisaremos eliminar um para
ser o que queremos ou ter o que desejamos. Fora desta comunhão,
vezes acertaremos mas geralmente erraremos.
Esta comunhão começa com o temor do Senhor, expressão bíblica que
muitos julgam superada, entretanto, definida como o conhecimento
que resulta em sabedoria para a vida (Provérbios 9.10).
Temer o Senhor é colocá-lo em primeiro lugar, como o nosso
primeiro amor, acima de nossas necessidades, acima das nossas
preocupações, como fundamento para as nossas decisões.
A contaminação do desânimo
Quando o desânimo nos alcança e apenas a nós, é conosco a solução,
que começa com uma honesta revisão.
Precisamos descobrir o que nos levou a este estado de espírito. Pode
ser uma coisa do nosso corpo e precisamos buscar um profissional
para que o repare.
Pode ser uma coisa da nossa mente e precisamos procurar ajuda
para que nos restaure.
Seja um problema simples ou grave, teremos que agir, antes que ele
nos paralise por completo.
Quando o desânimo está exposto em todos os rostos, podemos
seguir na multidão. O desânimo amplifica o desânimo e seu único
resultado é a depressão, aquele estado em que nada conseguimos
fazer, por falta de forças para reagir.
Por mais razão que se tenha a multidão para desanimar, não
devemos nos desesperar. Apesar das dificuldades construídas
por pessoas e instituições, afeitas às indiferenças e à corrupção,
precisamos estruturar nosso caminho na contramão.
Sem sermos manobrados, ajuntemos aos que lutam contra as causas
da desesperança coletiva para que um novo tempo nasça.
Sem sermos ingênuos, olhemos para além do momento e para o alto
para ouvirmos vozes de esperança.
Vamos olhar para outros lados em busca de oportunidades; novos
ares para respirar, outros mares para navegar, novos montes para
transpor, novos vales para conquistar.
Carência
Feito para conviver e interagir e desenhado com a marca da
liberdade para pensar, o ser humano começou a cultivar o jardim
que lhe foi entregue para cuidar. Livre como um pássaro capaz de
alto voar, sonhou muito alto como devia realmente se dar.
Assim foi até que, procurado pelo ser-que-rasteja, também chamado
de Neustã (2Reis 18.4). Aquela que, para falar, sempre com a voz
aveluda e imposta, ouviu-lhe o homem a encantadora proposta. O
ser-que-rasteja garantiu-lhe atenção e afeto, desde que se tornasse
dela um seguidor quieto. O ser-que-rasteja ofereceu-lhe aprovação,
prometendo sorte em tudo que quisesse, mesmo que resultasse em
violência e destruição.
O ser-que-rasteja lhe disponibilizou a liberdade que tinha desde a
criação, se lhe entregasse o controle de toda a decisão.
É assim que somos.
Continuamos entregando nossos destinos ao ser-que-rasteja, nada
fazendo sem lhe pedir opinião, abrindo mão de uma liberdade
em nome da aceitação ou do pertencimento à mesma multidão –
a dos que fazem o que todo mundo faz, a dos que pensam o que
todo mundo pensa, a dos que vão aonde todos vão – assim de nossa
magnífica liberdade absurdamente abrindo mão.
Até quando permaneceremos avidamente atentos a vozes de baixo
teor quando podemos ler a Palavra do Grande Autor?
Espera-nos a utopia
A realidade é massacrante. É como uma pedra enorme que deixa o
nosso corpo ofegante.
A realidade é apavorante. É como um túnel sem fim, sem luz
nenhuma possível no sombrio horizonte.
A realidade é exuberante. Parece um deserto impossível de ser
atravessado, tão longo, tão tórrido, tão sufocante.
A realidade é humilhante. Faz de nós grãos de areia ou pingos de
água numa tempestade gigante.
A realidade é viciante. Gostamos dela e nos deliciamos em sua ilusão
delirante.
A realidade é itinerante. Não estava aqui e chegou. Não existia e foi
feita antes de nós ou através de nós. Acostumamo-nos, mas ela pode
desmoronar, mesmo que seja um muro protuberante.
A realidade é migrante. Quando alguém sai de sua casa ou terra,
movido por um sonho, constrói uma nova realidade, carregando
uma pedra que escolheu, avançando por um túnel iluminado pela
esperança, atravessando os desertos ou as águas agarrado no seu
sonho, recusando a morte que parecia certa, dando passos um de
cada vez, pisando um país que não existia antes.
A realidade pode ser frustrante, mas não é eterna. Se o nosso coração
agasalhar a utopia e nos fizer enxergar a realidade que esperamos
(Hebreus 11.1), construiremos para nós mesmos e para muitos
outros uma vida realmente interessante.
Suor e sangue
Se algum dia você tiver o privilégio de ir a Israel, faça tudo para
visitar o pequeno jardim do Getsêmani.
Fica no Monte das Oliveiras, em Jerusalém.
Talvez lhe digam que não há certeza se ele está no mesmo lugar onde
Jesus levava seus discípulos para orar.
Talvez lhe informem que a oliveira maior que ainda viceja num dos
seus cantos não seja contemporânea da grama onde Jesus se prostrou.
Talvez lhe interrompam para tirar fotos ou um carro buzine na
avenida ao lado, como se aquele jardim não fosse especial.
Quando encontrar o jardim, procure um lugar onde possa imaginar
a relva colhendo o suor e o sangue gotejados do corpo do primeiro
filho de Maria.
Quando estiver lá, imagine a angústia de Jesus ao pedir ao Pai que o
livrasse da morte, se assim quisesse.
Quando circular por lá, encontre um canto e, se puder, pare e se
ajoelhe como Jesus fez; se não puder vergar os joelhos, ajoelhe o seu
coração e mostre que está pronto para levar adiante o projeto que
Deus tem para você e através de você.
Depois, mesmo que pareça um gesto solitário, levante os braços,
mãos postas, para agradecer ao Pai pelo plano da salvação que
arquitetou, e também a Jesus porque firmado na sua obediência nos
amou até o fim.
Se compreendêssemos
Há algo que ainda não compreendemos.
E não foi como Deus nos criou a partir do nada.
E não é como Deus transforma as coisas, seja o pão ou o vinho, pelo
seu poder apenas.
E não é como Deus muda as pessoas, livrando-as de lembrança dolorosa
ou de prática viciada.
E não é como o nosso corpo cresce ou a nossa mente floresce.
E não foi como o corpo morto de Jesus voltou a sorrir.
E não será como entraremos na eternidade, para dela nunca mais sair.
Ainda não compreendemos a graça de Deus, demonstrada na cruz
onde seu filho se imolou em nosso lugar. Raciocinamos que “é injusto o
justo pelos injustos pagar”.
Por isto, ainda inutilmente nos esforçamos para merecer o que já
ganhamos.
Por isso, não acreditamos que Deus nos aprova antes que ajamos.
Ele só “ajuda a quem cedo madruga”, vaticinamos.
Por isto, em nossos relacionamentos achamos que “é dando que se
recebe” bondade ou dizemos palavras de agradecimento para conquistar
nova generosidade.
Por isto, exigimos que correspondam ao nosso gesto de amor ou
agradeçam por um oferecimento que de reles esmola não passou.
É no compasso da Graça que Deus vive, transbordando-se no
primoroso amor que permite a nossa resposta livre, amor que nada
espera, amor que nada exige.
Apenas oferece e a amizade tempera.
Será que um dia entenderemos a Graça de Deus?
Automanutenção
Quando entramos em espaços comunitários, ficamos contentes
em ver as coisas limpas, arrumadas e conservadas.
Sentimo-nos desconfortáveis ao andar por corredores sujos,
desviar de buracos, perambular entre paredes por pintar e nos
horrorizar com o lixo espalhado.
Diante da falta de manutenção, vêm-nos logo sensações de
abandono, descaso e desrespeito.
Sem abrir mão de nossa indignação, podemos virar o espelho,
como se fizéssemos uma “selfie”, e perceber o estado em que nos
encontramos.
Parte do que as pessoas veem em nós, lamentados o superficialismo
e o preconceito, pode descrever como estamos por também não
fazermos manutenção de nossas vidas.
Paramos de ler, de modo que nossa imaginação se empobrece e
nosso conhecimento não cresce.
Isolamo-nos e perdemos a capacidade de proferir palavras
profundas e perfumadas.
Afundamo-nos no sedentarismo e fornecemos ferrugem para as
articulações que rangem aos movimentos.
Esquecemos de proceder às autorrevisões periódicas em nossa
alma e vamos seguindo como se estivéssemos no sentido certo.
Podemos ser mais do que somos. Uma sarça se queima um pouco
adiante, Canaã está depois do deserto, Golias pode ser vencido, um
corpo caído nos espera perto de Jericó ou a Macedônia precisa de
nossa ajuda.
Castelos de areia
Os evangelhos contam uma história que tem muito a ver com as
coisas que consideramos como sendo valiosas e não são.
Quando Jesus estava saindo do imponente templo de Jerusalém, um
de seus discípulos lhe disse:
– Olha, Mestre! Que pedras enormes! Que construções magníficas!
– Você está vendo todas estas grandes construções? – perguntou
Jesus – Aqui não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas”
(Marcos 13.1-2)
Não se passaram 40 anos, o prédio foi posto abaixo.
Há muitos símbolos nas palavras de Jesus sobre a destruição do
antigo templo.
Um deles é que castelos, sejam pessoais, profissionais ou
empresariais, podem ruir. Há uma lógica na queda.
Uma delas tem a ver com a mentira.
Tudo aquilo que é levantado sobre a mentira cai um dia.
A mentira pode estar na motivação para se obter simpatia: quando
se diz que o alvo é um, mas, na verdade, é outro.
A mentira pode estar na metodologia empregada para a construção
do sucesso: quando se empregam recursos escusos, que não podem
ser publicamente assumidos.
Cabe-nos refletir se é sobre a verdade que estamos edificando nossas
vidas, nossas famílias, nossas carreiras, nossos negócios, nossos
relacionamentos, para que não sejam de areia os nossos castelos.
Diante do câncer
Um hospital (nos Estados Unidos) afixou num quadro de avisos a
seguinte mensagem:
“O câncer é limitado.
Ele não pode aleijar o amor.
Não pode destruir a esperança.
Não pode corroer a fé.
Não pode devorar a paz.
Não pode destruir a confiança.
Não pode destruir a amizade.
Não pode apagar as lembranças.
Não pode silenciar a coragem.
Não pode invadir a alma.
Não pode reduzir a vida eterna.
Não pode extinguir o espírito.
E não pode diminuir o poder da ressurreição”.
A excelência da Bíblia
Há muitas pessoas com pensamentos brilhantes, capazes de gerar
vida mas também de precipitar a morte. Deus nos inspira a viver e a
viver bem, de modo que nossa liberdade nos impulsione para cima.
Ele tem pensamentos elevados para nós e inspirou homens e
mulheres para registrar esses elevados pensamentos. Esses homens e
mulheres viveram em lugares diferentes e em épocas distintas entre
si, mas o que escreveram não se contradiz e nem contém erro, se
harmonizam e se complementam perfeitamente. Lançando mão de
suas inteligências, como qualquer escritor, pensaram, pesquisaram,
estilizaram e escreveram cartas, contos, crônicas, narrativas,
genealogias, fábulas, parábolas, poemas, provérbios, profecias,
canções, orações e reflexões.
Por meios dessas diferentes produções textuais, a Bíblia nos conta
uma história, a história do amor de Deus para a humanidade.
Quando a lemos, vemos Deus em ação, para nos orientar, nos
corrigir, nos pastorear.
Quem se deixa guiar pela Bíblia se deixa guiar por Deus.
Quem se deixa guiar pela Bíblia recebe dele conforto quando precisa,
correção quando necessita, desafio para o crescimento e companhia
para todas as horas.
Uma Bíblia que se lê é um sinal da presença de Deus que se vê.
A Bíblia é o livro que nos apresenta a graça de Deus, na expectativa
de que respondamos com fé.
Orgulho
Quando o ser humano começou a fazer suas conquistas, uma das
primeiras foi construir uma torre (Gênesis 11), cujo declarado
objetivo era chegar ao céu, para ser tão poderoso quanto o Criador e,
ato contínuo, dispensá-lo para viver ao léu.
Na sua força, seja mental ou muscular, o homem mostra a sua
fraqueza.
É raro quem se torna grande e mantém a sua grandeza.
É raro quem recebe a bênção de crescer e mantém os olhos em
quem o fez se desenvolver.
É raro quem ouve e atende.
É raro quem com o seu próprio erro realmente aprende.
Se é da nossa natureza humana construí-las, precisamos erigir
diferentes torres, a melhor delas devendo ser a humildade, cujas
sandálias não nos deixam esquecer que são de barro os nossos pés
e de vento os nossos músculos. Nossos alfabetos não são mesmo
maiúsculos. Nossas metas habitam de fato a região demarcada
dos rodapés.
Precisamos erigir torres, a mais alta delas importando-nos com a
sua profundidade, aquela que permite a melhor sondagem, a de nós
mesmos, o que demanda, sobretudo, discernimento e coragem.
Até quando precisaremos parecer o que não somos, exibir o que não
temos, comprar abraços e afetos como se fossem objetos, se o amor
de Deus nós já recebemos?
Muito, 1/3
Corremos muito.
Corremos para executar tarefas, umas porque são muitas e temos
que terminá-las e outras porque as deixamos para depois por
prioridades indevidas, desorganização, preguiça ou falta de vontade.
Corremos muito por uma questão de estilo, tantas vezes sem saber
por que.
Nesse caso, precisamos nos lembrar que a vitória não é dos que
correm, mas dos que confiam em Deus (Isaías 40.31)
A pressa é amiga da imperfeição, irmã da superficialidade e escrava
do erro.
Quando fazemos, seja o que for, precisamos saber por que estamos
fazendo o que fazemos, sem nunca perdermos a razão. Talvez não
precisemos fazer o que corremos tanto para fazer.
Depois que fizemos, precisamos refletir se realmente valeu a pena e
se fizemos o melhor e do melhor modo.
Não podemos correr o tempo todo, com ou sem razão. Se temos
que sempre correr, há algo errado com o mundo, que nos impõe a
velocidade, ou conosco, que deixamos a vida escapar, como se não
tivesse sentido.
Precisamos meditar sobre o nosso jeito apressado de fazer, que
pode traduzir nosso modo superficial de ser, no qual não há tempo e
espaço para a oração e para a celebração.
A vida espera ser conduzida por nós.
Trata-se de uma decisão que precisamos tomar. [CONTINUA]
Muito, 2/3
Comemos muito. Poucas pessoas não estão na lista das que se
excedem na quantidade em suas refeições.
Notamos claramente o nosso mau hábito quando nos
alimentamos num restaurante em que a comida é pesada.
Poucas vezes não nos surpreendemos com os números
indicados na balança e no bolso.
Além de comermos muito, alguns comemos depressa demais.
Em certo sentido, nós somos o que comemos ou somos como
comemos: exagerados.
Sabemos que devemos ser moderados (2Timóteo 4.5), mas
não somos. Alguns até desejamos, mas não conseguimos.
Não devemos moderar por causa de um estilo, mas pelas
consequências dos excessos.
Nossos hábitos de alimentação vêm da infância. Quando são
ruins, devemos reformulá-los, de modo a beneficiar a nós e às
próximas gerações.
Comer é uma necessidade. Devemos satisfazê-la, sem excessos.
Comer é um prazer. Devemos vivenciá-lo, sem abusos.
Nossos avós estavam com a razão quando diziam que comemos
para viver e não vivemos para comer.
Somos desafiados a desenvolver o autocontrole (Gálatas 5.21).
A mesa é um excelente lugar, sozinhos ou acompanhados, para
nos exercitarmos, até não sermos controlados por um apetite
desordenado que pode nos cobrar um alto preço.
Hoje é dia de educar nossos hábitos. [CONTINUA]
Muito, 3/3
Falamos muito. Poucas pessoas são comedidas nas palavras,
expressando-se apenas quando o necessário é bom. Como diz o
ditado popular, muitos de nós morremos pela boca.
Muitas vezes, falamos sem pensar. Simplesmente falamos.
Algumas vezes, falamos para pensar, como se nossas ideias só
passassem a ter existência por meio da fala.
Em outras vezes, falamos sem precisar.
Quando falamos muito, falamos sem nos preocupar com os ouvidos
diante de nós, que talvez sejam magoados e feridos por nós.
Chegamos a passar adiante informações que não conferimos e,
mesmo que atestássemos a sua veracidade, conosco deveríamos
guardá-las.
Talvez acreditemos que, pelo muito falar, convenceremos
(Mateus 6.7).
Somos aconselhados a ser prontos para ouvir e demorados para
falar (Tiago 1.19). Somos desafiados a controlar nossa língua, para
que não aconteça de sermos controlados por ela.
Diante do prazer de falar, precisamos desenvolver o prazer de
escutar. É mais sábio quem ouve (Provérbios 10.19).
Além do mais, o mundo não precisa ser tão barulhento.
Precisamos desenvolver a capacidade do silêncio.
O silêncio é um tempo que nos damos para pensar no que ouvimos
e para entrar em conexão com Deus e conosco. O prazer do silêncio
nos espera.
Supervencedores
Ao nos lembrar que somos filhos de Deus, o magnífico poeta bíblico
não se esquece de que podemos passar por duras dificuldades, capazes
de nos afastar da felicidade que Jesus Cristo nos oferece.
Mesmo em meio a situações dramáticas, como “tribulação, angústia,
perseguição, fome, nudez, perigo ou espada” (Romanos 8.35), somos
“mais que vencedores” (Romanos 8.37), segundo o escritor romano.
Os que amam a Deus sabem que a verdadeira glória tem valor eterno
e não vem do triunfo celebrado hoje e esquecido amanhã, como
a do time de futebol que, ao perder, é vaiado, como se nada tivesse
conquistado.
Os que creem em Deus não se alegram com a vitória que vem pelo
uso da força, buscada por nações ou facções que se abalam, ao imolar
inocentes no altar da guerra, feita por bombas e balas.
Vitória é aquela que Deus chama de vitória, mesmo que os homens a
vejam como derrota.
A verdadeira vitória não é a que precisa computar as feridas deixadas,
marcas que brilham mais que as medalhas no peito ostentadas, mas é
aquela que conta com a proteção divina devidamente rememorada.
A supervitória é aquela que não é obtida na solidão, mas é
experimentada sob a bênção de Deus que consolida os feitos de nossas
mãos (Salmo 90.17).
Os supervencedores são aqueles a quem Deus aplaude.
A dor
A dor pode se alojar no corpo ou na alma e pode ser constante ou
intermitente, lancinante ou leve, longa ou breve.
A dor pode vir como consequência de um esforço extremo, como
no atleta.
A dor é o resultado da quebra de uma lei natural, como a que vem
de uma queda por desejo ou distração.
A dor tem uma autoria, que raramente reconhecemos: nós, que
somos responsáveis por ela quando descuidamos de nossa saúde
(física ou emocional), atentando conscientemente ou não contra as
regras, ou quando ferimos os outros com objetos pontiagudos em
forma de atitudes, palavras ou movimentos, fazendo girar a roda do
infortúnio.
A dor só muito excepcionalmente vem de Deus e somente chega
quando esgotamos todos os seus recursos para nos ensinar, corrigir
ou reorientar.
A dor é filha da falta de sabedoria e de santidade, que nos afastam do
equilíbrio e da harmonia.
A dor pode gerar desespero ou reflexão, revolta ou humildade.
A dor não é para ser aceita, mas para ser tratada e nós a enfrentamos
quando zelamos pelo nosso corpo ou mente ou quando nos
deixamos cuidar pelos profissionais a quem procuramos.
A dor pode nos tornar indiferentes ou sensíveis à angústia dos
nossos irmãos.
A dor pode ser curada por Deus, que também pode maravilhosamente
nos dizer que a sua graça nos basta (2Coríntios 12.9).
Deixe-se conduzir
Com a vida desgovernada, Saulo achava que sabia o que estava
fazendo.
Odiava, mas imaginava que amava. Manipulava, embora parecesse
submisso.
Sempre ensinava, mas se dizia aprendiz.
Cheio de trevas no coração, embora o sol fizesse rachar o caminho
sobre o qual trilhava, foi surpreendido por uma luz ainda mais
intensa e por uma voz forte e fraterna.
Imediatamente, percebeu que idolatrava sua própria sabedoria para
pensar e decidir e sua própria força para fazer e acontecer. Entendeu
que o Deus distante estava perto e que dos seus olhos não saía fogo
aterrador mas pingavam pétalas de amor.
Quando se dispôs a segui-lo, escutou que devia esperar por um
pastor que o tomaria pelas mãos.
Entre as coisas que dele ouviu, mãos entrelaçadas, uma era que
deveria se retirar para bem longe, reaprender certo e revisar sua
razão de existir.
Como todos nós, Saulo precisava de uma mente lúcida, de um
coração generoso e de uma mão firme. Deus lhe enviou Ananias.
Na verdade, durante toda a sua vida, esteve em busca de Ananias.
Pensou que o encontrara nos mestres de Tarso, que eram apenas
lúcidos. Achou que era Gamaliel, que era apenas firme. Foi Ananias
quem varreu as escamas dos seus olhos (Atos 9.1-19).
Quando estivesse pronto para a vida e para a missão, ele precisaria
de outras mãos para conduzi-lo.
A cruz vazia
Durante algumas horas, numa sexta-feira à tarde, uma cruz ficou
fixada num lugar visível do lado de fora da velha cidade de Jerusalém.
Estava ao lado de outras.
Dos condenados, um não cometeu crime algum, mas assumiu
a culpa de todos que aceitam o perdão que Ele faz fluir do seu
coração para os corações dos arrependidos e compromissados com a
disposição de não pecar mais.
Por causa de uma festa que se aproximava, era necessário que as
cruzes fossem logo retiradas.
José de Arimateia viu nessa necessidade a oportunidade de assumir
publicamente que era um seguidor de um deles, Jesus, o seu Salvador.
Por isso, pediu o privilégio ao poderoso Pôncio de baixá-lo e levá-lo
(João 19.38).
A cruz ficou vazia.
Desde então, muitas cruzes, grandes e pequenas, têm sido replicadas
em templos, necrópoles, edifícios, casas e salas, mas, para que bem
representem a cruz do Filho de Deus, elas precisam estar vazias,
porque o corpo de Jesus não ficou nela.
Uma cruz com um corpo é uma história incompleta da Salvação e
parece apontar para uma derrota.
Uma cruz vazia é a história na íntegra, que continuaria naquele
sábado e em todos os nossos dias, porque aponta para a graça de
Deus e para a nossa alegria, preparando plenamente a nossa vitória.
O sábado vazio
Sepultado o corpo de Jesus, fez-se longa noite sobre Jerusalém.
Fez-se noite no coração de Maria, sua mãe.
Fez-se noite no coração de Maria de Magdala.
Fez-se noite no coração de Pedro de Betsaida.
Fez-noite no coração de João, filho de Zebedeu.
Fez-se noite na mente de Tomé, o Gêmeo.
Por 36 horas fez-se noite em todos os corações que acreditavam que
Jesus era Deus.
O sábado não era de celebração, mas de lamentação.
O sábado não era de alegria, mas de agonia.
O sábado não era de gratidão, mas de solidão.
Talvez alguns tenham intercedido, mas sem saber como formular
o pedido.
O sábado era simplesmente o fim de toda aquela maravilhosa amizade
vivida à beira do lago de Genesaré, sob os céus de Nazaré, Cafarnaum,
Caná, Cesareia, Tiberíades, Gadara, Jericó e também sobre o chão da
fatídica Jerusalém. Agora era como se estivessem num túnel que não
termina, numa rua sem saída, numa esperança destruída.
O sábado do sepultamento de Jesus é como aquele momento em
que nossos desejos parecem não ser atendidos, em que Deus parece
ter tapado os ouvidos.
Eles não sabiam mas o sábado em que o corpo de Jesus ficou no túmulo
era apenas um interlúdio silencioso para um domingo radiante.
Quando o sábado nos atinge em cheio, devemos nos lembrar que o
domingo se aproxima e nossa história vai mudar de novo.
O primeiro domingo
Das grandes testemunhas da Ressurreição, Maria Madalena é a
maior (João 20.1-2 e 13-18).
Pedro correu para ver o túmulo vazio, mas logo voltou para casa.
João correu para ver o túmulo vazio, mas não entrou de imediato.
Tomé soube que Jesus tinha desaparecido, mas só creria depois.
Maria Madalena, de quem Jesus expulsou demônios, é o nosso
modelo diante da Ressurreição de Jesus, que era o sentido da sua vida.
Maria Madalena amou Jesus até o fim.
Persistente, não abandonou em nenhum momento o palco da
morte e do sepultamento de Jesus.
Corajosa, saiu de casa ainda de madrugada, a escuridão cobrindo
tudo desde o topo, para saber o que tinham feito com o corpo de Jesus.
Destemida, foi a primeira a falar sobre o suposto desaparecimento
de Jesus.
Sincera, teve coragem para admitir que não sabia para onde tinham
levado o corpo de Jesus.
Sensível, chorou o tempo todo de sua visita ao túmulo.
Cuidadosa, queria dar um destino digno ao corpo do seu Salvador.
Por isto, Maria Madalena dialogou com anjos.
Ela foi a primeira a conversar com o Jesus ressuscitado.
Ela pôde chamar o Mestre de “Raboni”.
Ela foi escolhida para ser a porta-voz da Ressurreição.
A Ressurreição de Jesus ainda espera que outras Marias Madalenas
contem a bela história do triunfo da vida sobre a morte.
Realmente arrependidos…
Quando pecamos, podem nos acometer diversas reações, às quais
chamamos de arrependimento.
Podemos ficar apavorados diante da possibilidade de sermos
descobertos.
Podemos sentir vergonha por termos sido desmascarados.
Podemos nutrir raiva das pessoas que nos acompanharam em nosso erro.
Essas atitudes nada produzem de positivo.
Podemos explicar o nosso pecado, de modo que saiamos absolvidos.
Podemos atribuir nosso erro às circunstâncias, como se isto nos
eximisse de nossa responsabilidade.
Podemos dizer que agimos corretamente, como se o nosso pecado
não fosse pecado.
Podemos simplesmente cantar que não nos arrependemos de nada.
Essas atitudes nos impulsionam a continuar errando, cada vez mais.
Podemos nos arrepender.
Se queremos mudar, perguntemos o que Deus espera de nós quando
pecamos.
Quando se viu diante do sua própria vileza, Davi, o rei-poeta que
viveu há três mil anos, orou assim:
– Senhor, eu sei o que tu requeres de mim
Nesta hora de tristeza que parece não ter fim:
Que eu venha com meu coração despedaçado
E humildemente admita diante de ti o meu pecado. (Salmo 51.17)
A explicação, a fuga e a arrogância são passaportes para que
continuemos pecando.
O medo, a vergonha e a raiva logo passam, sem que mudemos.
É a confissão sincera que nos prepara para não cometermos
novamente o mesmo erro.
Antes de agir
Nem todo sonho é realizável.
Só é realizável o sonho intensamente gestado no coração e
corajosamente perseguido.
Só é realizável o sonho realizável.
Há sonhos irrealizáveis. É irrealizável ter de volta uma pessoa que a
morte levou. É irrealizável aprender sem estudar. É irrealizável vencer
sem se esforçar. É irrealizável brilhar nos campos de futebol sem ser
um craque. É irrealizável ter a altura ou a cor dos olhos que não se
tem. É irrealizável voar sem equipamentos. É irrealizável casar com
quem não se quer. É irrealizável pecar sem ser visto. É irrealizável
tornar-se amigo do Presidente da República ou íntimo de um
jogador de futebol de estratosférica fama. É irrealizável aguardar que
maus hábitos gerem bons resultados. É irrealizável mudar o outro.
Quando nutrimos um sonho irrealizável, estamos apenas plantando
a frustração que colheremos. Temos que medir bem o tamanho do
nosso sonho.
O sonhador que não quer apenas colher decepções precisa perceber
com clareza a realidade em que vive, não para se contentar com os
seus limites ou se condenar ao fracasso, mas para saber onde está e
conhecer o tamanho do esforço que precisará desenvolver.
Se queremos mudar a realidade, precisamos conhecer o que
queremos transformar. Só então poderemos ver os recursos que
temos nas mãos e começar a agir.
Há pedras no caminho
O caminho para a realização dos nossos sonhos é uma avenida,
feita de sinais que nos obrigam a parar, calçadas com as quais
podemos nos contentar e ruas que nos levam para longe do alvo que
pretendemos alcançar.
Sinais, calçadas e ruas são, muitas vezes, postos por nós mesmos.
Demoramo-nos nos sinais quando nossos desejos são frágeis.
Detemo-nos nas calçadas quando nossas decisões são instáveis.
Desviamo-nos pelas ruas quando nossas disciplinas são
irresponsáveis.
No alcance de nossos sonhos, ficamos apavorados com medo de
errar e adiamos o passo a dar ou recolhemos as asas a voar.
Na conquista de nossas metas, pode ser que tenhamos alto demais
sonhado, além do que devíamos ter imaginado, com um passo
impossível de ser dado.
Na celebração da vitória desejada, podemos ignorar que o sucesso
tem um preço e que principia e segue a partir do seu começo.
Não temos que desistir. Antes, precisamos firmar o nosso desejo até
o conseguir.
Temos que avaliar o tamanho do sonho e talvez em pedaços o dividir.
Na disposição de prosseguir, temos que sacrificar o tempo do sono
e do lazer, deixando de outras coisas boas fazer.
No caminho da realização, não podemos ser pedras que nos
pomos a erigir.
Se pedras esculpem para nos impedir, cabe-nos tomá-las como
degraus que nos impulsionam para subir.
Felizes no trabalho
O ambiente onde trabalhamos não pode ser bom se o ambiente é
hostil, com disputas mesquinhas e injustiças flagrantes.
Um trabalho não pode ser bom se é exercido sob as chibatas da
escravidão, modernamente desenvolvida por meio de metas absurdas
ou de jornadas abusivas ou de remunerações iníquas.
Quem sofre no trabalho deve pedir a Deus um novo trabalho e
começar a olhar à sua volta em busca de novas oportunidades,
mesmo que demandem mais estudo e mais esforço e muita paciência.
A libertação poderá tardar, mas virá. Deus, que é justo e bom, é um
trabalhador (João 5.17).
São felizes os que se levantam com vontade de começar a desenvolver
as suas atividades e passam o dia sem ficar olhando o relógio à espera
do fim do expediente.
São felizes os que têm colegas ou sócios honestos, com os quais vale
a pena estar.
São felizes os que veem que seu trabalho faz diferença na vida das
pessoas.
São felizes os que podem considerar seu trabalho como parte de sua
vida, não como um apêndice abominável.
Quem é feliz no trabalho deve e pode se empenhar para não torná-lo
ruim para os outros.
Quem é feliz no trabalho será ainda mais plenamente, se fizer
do seu ofício um trabalho para o rei do Universo, o primeiro dos
trabalhadores.
O valor da ambição
Em todas as áreas da vida, precisamos de equilíbrio.
Precisamos de equilíbrio em relação ao dinheiro que temos e ao
dinheiro que não temos.
Para ganhá-lo, precisamos de ambição, palavra que
abominamos, mas que, quando surgiu no século 15, significava
apenas o ato de ir em busca de alguma coisa. O dinheiro não nos
vem. Nós é que vamos.
Quando é excessiva, a ambição cai diante da tentação, fica furiosa e
não mede os meios para se realizar. Uma ambição desordenada nos
torna escravos.
Quando é curta, a ambição também cai diante da tentação de aceitar
como inevitável a escassez, ao ponto de elogiar a pobreza ou se achar
desprezada. A falta de ambição prepara e justifica a preguiça. Uma
ambição equilibrada nos torna saudáveis.
Devemos pedir a Deus que mantenha longe de nós os extremos da
pobreza e da riqueza (Provérbios 30.8-9). Tendo demais, podemos
ser levados a esquecer do próximo e de Deus, como se o dinheiro
fosse tudo. Tendo de menos, podemos equivocadamente pensar que
Deus nos esqueceu e que não passamos de vítimas da sociedade.
Uma ambição equilibrada nos anima para o trabalho e para a
poupança, para o estudo e para a perseverança, para o empenho e
para a esperança.
Rendição
Os pés são nossos e com eles livremente caminhamos, mas somos
mais que nossos pés que podemos ver em movimento.
As mãos são nossas e com elas vigorosamente realizamos, mas
somos mais que nossas mãos que podemos fotografar em ação.
A mente é nossa e com ela pensamos, ordenando os passos simples
dos pés e os movimentos claros das mãos.
A mente, onde nossos pensamentos são gerados, é complexa. A
mente é mais que o cérebro, que, como se fosse um extraordinário
computador, processa os dados da memória, as experiências
novas, os ensinos recebidos, os sonhos acalentados, os princípios
sedimentados, os hábitos estabelecidos, os princípios assumidos
como certos e as emoções diante da realidade, numa lista sem fim.
A mente aprende a pensar de um certo modo, mas diz que é
autossuficiente para organizar os pensamentos e as emoções,
como se guiasse a si mesma. Esquece ela que, quando se guia,
vai por uma estrada que tem começo e fim definidos, margens e
curvas demarcadas, subidas e descidas inevitáveis, depressões e
elevações súbitas.
A estrada que nos leva é o resultado de um projeto.
O que a fé propõe é que, ao trafegar, a mente humana use, sem
deixar a razão de lado, a sua competência para se deixar conduzir
por quem fez a estrada.
A corda da esperança
Há momentos na vida que tudo parece conspirar contra nós.
Ao mesmo tempo, sofremos um revés no trabalho, recebemos o
diagnóstico de uma doença, perdemos alguma pessoa querida e um
vizinho nos escolhe para nos perturbar.
Nessas horas, dizemos que o mundo está desabando sobre nós. Pode
ser, mas pode ser também que a nossa sensibilidade tenha aumentado
depois de um primeiro acontecimento desagradável.
Nesses casos, há uma pergunta que precisamos fazer: quem nos
garante que uma coisa recebida como ruim seja mesmo ruim? Com a
experiência de vida, aprendemos que um desemprego, por exemplo,
pode também ser uma avenida para um novo e melhor começo.
Até uma doença pode ser um tempo para uma reflexão mais
profunda sobre os rumos que nossa vida tem tomado.
Há acontecimentos que nós provocamos, embora não nos
lembremos. Há acontecimentos que surgem sem que nada tenhamos
feito para os provocar. Há acontecimentos que simplesmente
acontecem. Não podemos mudá-los, mas podemos mudar a nossa
atitude diante deles.
Acontecimentos desagradáveis esticam a corda da esperança até o
seu limite. E é essa corda que nos leva a confiar junto com o apóstolo
Paulo, quando nos garante que Deus é aquele que terminará em nós
aquilo que começou (Filipenses 1.6).
Desenterre o passado
O modo como nos relacionamos com o nosso passado fornece-nos
um bom álbum para o presente.
No passado, estão as respostas para as perguntas que hoje fazemos
acerca do mundo e de nós mesmos.
O futuro pode não vir, mas o passado já nos contempla.
O passado, tenha sido um pomar cheio de frutas ou um deserto
pleno de sede, é um corpo vivo. Não temos como enterrá-lo e
imaginar que ficará encoberto.
O passado irriga o nosso presente. A água que dele jorra pode ser
cristalina como uma corrente ou poluída como uma poça.
Precisamos lidar bem com o nosso passado, já que não podemos
fazer de conta que ele não existe nem colocar sobre os seus ombros
toda a culpa dos infortúnios pelos quais agora passamos.
Um bom programa em relação ao passado é conhecê-lo, mesmo que
pareça apenas um cano escondido sob um jardim ou um monturo.
Se temos bisavós, não deixemos de conversar com eles, talvez com
um gravador à mão. Se os nossos avós ainda vivem, devemos ouvi-los
sempre que pudermos. Se os nossos pais estão disponíveis, deixemos
que nos contem a sua história, que é, na realidade, a nossa.
Talvez tenhamos muitos motivos para agradecer a Deus.
Agradeçamos. Talvez tenhamos muitas razões para lamentar.
Lamentemos.
Enquanto agradecemos ou reclamamos, reflitamos sobre o que
somos com a clara consciência do que fomos.
Mania de ostentação
Ostentamos amizades com pessoas famosas nas festas que
promovemos e servimos comidas, bebidas, músicas e danças
caríssimas.
Ostentamos os carros novos que compramos, alguns adquiridos
com a única finalidade de mostrar o nosso poder econômico.
Ainda cedo, ostentamos a bola, o velocípede ou jogo que ganhamos
no natal. Ganhávamos e imediatamente saíamos às ruas para
participar de uma espécie de gincana, em que o vencedor era quem
imaginariamente tivesse ganho o brinde mais cobiçado
Ostentamos roupas, que mais que proteção ao corpo, significam
fidelidade a uma grife e sincronia com a moda, como se fossem virtudes.
Ostentamos títulos acadêmicos, como provas dos conhecimentos
adquiridos.
Ostentamos até mesmo a humildade e chegamos a nos apresentar
como “humildes”.
Alguns dirão que a ostentação é uma forma de compensarmos as
condições que desejávamos e não obtivemos.
Outros dirão que somos vitimas dos estímulos à comparação e à
competição tão presentes na sociedade.
Se somos racionais, como dizemos ser, não temos que comprar a
aprovação dos outros, mostrando-lhes que somos ou temos mais.
Precisamos aprender a radical verdade que os realmente felizes são
os verdadeiramente humildes (Mateus 5.7).
A promessa da coragem
Sentimos medo quando as coisas saem do controle. Aconteceu com
Josué quando teve que substituir Moisés.
Por isto, Deus lhe capacitou com as seguintes palavras:
“Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor,
o seu Deus, estará com você por onde você andar”. (Josué 1.9)
Ele precisava de coragem. Nós precisamos de coragem.
Precisamos de coragem quando temos para realizar uma tarefa que
julgamos maior do que nós.
Precisamos de coragem quando perdemos um companheiro (líder,
cônjuge, filho, pai, irmão) e doa muito.
Precisamos de coragem quando estamos doentes. Temos que
enfrentar nossas enfermidades físicas: buscar o diagnóstico; se
demandar uma cirurgia, enfrentá-la.
Precisamos enfrentar nossas enfermidades psíquicas: buscar o
diagnóstico, aceitar o diagnóstico e buscar a terapia.
Precisamos de coragem quando temos que mudar a nós mesmos. Se
há um hábito ou um vício a ser abandonado, um perdão a ser oferecido,
uma herança familiar a ser rejeitada, precisamos de coragem.
Escutemos a promessa e prossigamos com coragem, mesmo que
esteja doendo a travessia das mudanças pessoais, mesmo que esteja
num leito de hospital, mesmo que as coisas lhe pareçam hoje sem
sentido, mesmo que haja um mar a ser vencido.
Podemos contar
Quais são as necessidades, as quais podemos esperar que Deus que
nos atenderá? (Salmo 37.4)
A tecnologia vem colocando, a cada dia, mais e mais produtos
diante de nós. Um exemplo disso é o telefone celular, que se tornou
uma “necessidade” até para crianças.
Na verdade, todos temos necessidades de segurança. Logo,
precisamos de casas para nos abrigar da intempéries, das feras e dos
ladrões, não de mansões.
Todos temos necessidade de saúde. Logo, precisamos de alimento
que nos nutram, não de pratos criativos e caros.
Todos temos necessidade de pertencer, o que explica parcialmente
a existência da família, dos clubes e das igrejas. Para ser aceita num
grupo, uma pessoa é capaz de se submeter a regras que vão contra os
seus mais caros princípios.
Todos temos necessidade de ser amados, o que faz com que alguns
matem para mostrar que amam...
Todos temos necessidade de autorrealização, o que leva alguns a se
tornaram escravos do poder ou do dinheiro.
Essas necessidades básicas vão se confundindo com necessidades
secundárias, que se tornam primárias, num círculo sem fim. A que
necessidades Deus supre?
Só temos um caminho para resolver o impasse. Deus nos supre as
necessidades que Ele considera como sendo realmente necessárias
para nós. Com relação a estas, podemos contar com Ele.
Koilia ou Diakonia
Que a vida é de curta duração, todos sabemos.
Diante deste óbvio e comum conhecimento, a conclusão universal é
que todos temos que aproveitar a vida.
A partir daí a diferença aparece e ela pode ser sintetizada por duas
palavras gregas, presentes no Novo Testamento: “koilia” (κοιλια) ou
“diakonia” (διακονια).
Num sentido literal, “koilia” é a parte do corpo conhecida como
“ventre” e simboliza aqueles que transformaram os prazeres
vividos a partir da experiência corporal como o lugar para onde
vão, importando pouco com o preço que pagam, uma vez que a
vida é curta.
Já “diakonia” é “serviço”, palavra que pode ser aplicada ao estilo
de vida dos que dedicam seus dias, por serem breves, a tornar
melhores as vidas dos outros, compartilhando com eles seus bens,
talentos e horas.
Nem toda a vida voltada para a satisfação da “koilia” é
reprovável, como nem toda existência orientada para a “diakonia”
está automaticamente aprovada. Quem vive para o ventre pode
também servir ao próximo. Quem põe seu foco no serviço pode
também se alegrar.
A diferença está no foco. O prazer do ventre se esgota em si mesmo.
Já a alegria do serviço transcende o tempo e o espaço.
As duas palavras, que refletem duas maneiras de viver, demandam
uma escolha por parte de cada um de nós.
O plano
O que fazemos com a Graça de Deus, uma vez recebida?
Tendo vindo como um presente, não vamos desembrulhá-lo?
Uma vez que a ganhamos, não iremos redistribuí-la?
Chegada da cruz, nós a poremos numa estante e ali vamos deixá-la?
Graça não é troféu, porque nós não a conquistamos. Alcançou-nos
sem humano esforço.
Graça não é prêmio, que recebemos por ter batido alguma meta.
Baixou-nos sem mérito nosso.
Como éramos culpados e fomos perdoados, graça não é medalha
que ostentemos no pescoço.
Como somos iguais em nossa miséria, graça não é para ser cavada
entre as pessoas como um fosso.
Por nossa limitação, a graça tem o nosso tamanho, para ser
colossalmente expandida.
A graça tomará conta de nossos próprios desejos, se for
sofregamente sorvida.
Como a graça pousa sobre a graça, ela nos veio para em nós ser crescida.
A graça de Deus precisa ser conhecida, admitida, reconhecida,
aprendida, desenvolvida.
A graça pode ser passiva e deixará a nossa vida no mesmo estágio
em que nos encontrou.
Se for viva em nós, a graça nos tornará cada vez mais parecidos com
o seu Entregador.
Deixada em nossos braços, será uma lembrança a preservar.
Feita ativa em nosso coração, será uma bússola a nos orientar.
Tornada operativa em nós e a partir de nós, será o par de asas que
precisamos para voar.
A companhia da aflição
Na hora da aflição, que nos faz companhia hoje ou ainda nos fará,
devemos orar a Deus para que nos livre dela. Jesus mesmo fez assim
na sua última noite antes da cruz. “Afasta de mim este cálice” (isto é:
“livra-me da morte”) – foi o que pediu, enquanto seu suor gotejava
como sangue na relva do Getsêmani.
Ele experimentava seu próprio ensino de que, na vida, passamos por
aflições, sobre as quais corajosamente triunfou (João 15.33).
Quando oramos aflitos, Deus se põe imediatamente em movimento
a nosso favor.
Sempre por sua amorosa soberania, umas vezes Ele nos tira da
fornalha do sofrimento. Nesse caso, quase sempre celebramos.
Sempre também por sua amorosa soberania, outras vezes Ele nos
deixa na fornalha. Nesse tempo, quase sempre nos enchemos de
perguntas e, em algumas situações, ficamos revoltados, sentindo-nos
abandonados. Continuamos por vezes a orar ou desistimos, embora
Deus permaneça em movimento por nós.
Se a aflição persiste, Ele nos conforta, enviando-nos infalivelmente
palavras poderosas postas na sua própria Palavra escrita ou no
momento certo faz com que mãos amigas generosamente recolham
nossas lágrimas. E enquanto vamos sendo consolados, seu próprio
Espírito Santo vai nos ensinando a conviver com a nossa dor, até
posterior decisão de Deus.
Para prosseguir
Para prosseguir, não olhe para trás.
Só olhe para trás se for para celebrar pelo que já alcançou, pelo
trecho que percorreu, pelo percurso que venceu, pelos problemas
que superou. O passado não pode ser algema. Quem olha para trás
apenas a ser estátua se condena.
Para prosseguir, não olhe para os lados.
Só olhe para os lados se for para saudar os companheiros que correm
juntos e notar que não está sozinho, mas cercado de anjos sem asas que
conhecem o caminho. Quem muito olha para os lados perde o foco,
permite que se apague o fogo que o embala; dá ouvido ao comentário
que abala; tropeça na inveja; perde o triunfo que se enseja.
Para prosseguir, olhe para a frente.
À frente está a linha divisória entre a perda e a conquista.
À frente está o troféu que enaltece o atleta que toca o fim da pista.
Você pode ir mais à frente.
Deus põe recursos sobre a sua mesa
Mas você pode se contentar
Com o que já conseguiu no passado
Ou simplesmente fazer-se paralisar
Com os fantasmas inexistentes que o têm atribulado.
Você pode também se divertir
Com a paisagem que se emoldura ao lado
Em lugar de firmemente continuar.
Use os recursos postos em sua mão,
Voe com os pés e acelere o coração.
Apresse o ritmo tendo seu alvo como decisão.
Sua meta persiga.
Esta é a hora.
Prossiga.
Simplesmente, a verdade
A verdade pode ser gravada, oficial ou clandestinamente, que nunca
deixará uma pessoa surpreendida.
A verdade não busca prêmio para ser querida.
A verdade passa pela fotografia, pela cinematografia, pela
ultrassonografia ou pela ecografia e continua confiável, mesmo
quando o protocolo exige que seja repetida.
A verdade não precisa de palco para ser proferida.
A verdade pode ser virada ao avesso e permanece destemida.
A verdade pode ser posta num triturador que não se liquidifica.
A verdade não precisa de complemento que a explique.
A verdade não tem que ser estúpida.
A verdade é eloquente mesmo que tímida.
A verdade jamais gera dano para os que não querem ver a sua
honestidade posta em dúvida.
A verdade prevalece mesmo quando pela ditadura política ou
mediática suprimida.
A verdade não precisa de voz impostada para deixar a outra parte
convencida.
A verdade vive de cabeça erguida.
A verdade aparece, mesmo que fique durante muito tempo abafada,
blasfemada, cassada, derrotada ou escondida.
A verdade, mesmo que doa por um tempo aos bons e fira para
sempre os maus, precisa ser conhecida.
A verdade não é para ser temida.
A verdade liberta hoje a alma ontem oprimida.
A verdade deve ser a essência por nós preferida.
A verdade dura mais que a nossa própria vida.
A melhor riqueza
A esperança não é fonte de vida apenas para os que estão passando
pelos túneis sem luz ou pelos becos sem horizonte.
Quando tudo vai bem conosco e nossa vida prospera, podemos
descobrir o valor da generosidade e do serviço para com o próximo,
porque a esperança nos desaloja do comodismo e do egoísmo.
Aprendamos com os magos do Oriente, aqueles homens cheios dos
recursos do conhecimento e do dinheiro que foram conhecer Jesus
menino e lhe prestar homenagens.
Eles estavam onde estavam, satisfeitos com o que tinham, mas tendo
visto a esperança sob a forma de uma estrela no céu, deixaram-se
tomar pela curiosidade. Descobrindo o que o cosmos e as Escrituras
bíblicas diziam, puseram-se a caminho, rumo ao desconhecido, ao
caminho não percorrido, à cidade ainda não desbravada, à casa ainda
não visitada.
Foram de mãos cheias à casa da família pobre e ali deixaram
objetos de grande valor e utilidade. Voltaram com as mãos vazias. A
esperança foi a sua recompensa.
O que fizeram foi o que Jesus, crescido, fez a vida toda: serviu aos
pobres, aos pobres de coisas e aos pobres de esperança, para que
fossem ricos de graça, que é o melhor que podemos receber, que é o
melhor que podemos compartilhar.
Reclamar adianta?
Temos motivos para reclamar.
Podem ser as macrocoisas, como as notícias que vêm da política, da
economia ou do clima. Podem ser as microcoisas, que dizem respeito
só a nós mesmos, como a enfermidade ou a morte de uma pessoa
querida. Podem ser as nanocoisas, aquelas que só nós percebemos,
como o tempero da comida, a densidade do colchão, a pedrinha no
arroz, a altura da música.
Todas elas podem se tornar megacoisas se começamos a reclamar
delas. A reclamação acaba se tornando um estilo de vida, que não
precisa de nada novo para se movimentar. Sempre temos algo para
reclamar, já que a imperfeição é nossa constante companheira.
Só devemos continuar reclamando contra os políticos quando
acomodados e corruptos, porque os elegemos para transformar as
coisas, e contra a baixa qualidade dos serviços, privados ou públicos,
pelos quais pagamos. Mesmo que não adiante, temos que protestar
contra a desigualdade em todas as suas formas.
Se reclamar se tornou um jeito de viver, temos que decidir parar de
reclamar.
A reclamação é tóxica e nos contamina.
A reclamação é injusta porque enxerga muito pouco.
A reclamação é inútil porque não traz de volta o que nos falta.
Embora tenhamos poucas coisas a reclamar, temos muitas coisas
para agradecer.
O prazer do dever
Quando tivemos que passar por uma cirurgia, algumas pessoas se
mobilizaram para orar.
Passando por um momento difícil, uns amigos vieram nos confortar.
Pode ser que, quando demos uma festa, amigos deixaram tudo e
vieram se alegrar conosco.
Quando tivemos um bebê, casais próximos foram à maternidade
dar-lhe boas-vindas, com um presentinho nas mãos.
Quando perdemos um parente, recebemos abraços de pessoas que
pararam suas agendas.
Pode ser que, enfrentando uma situação de injustiça, alguns amigos
se solidarizaram e ficaram ao nosso lado.
E há aqueles momentos em que as posições trocam de lugar. E
então a nossa oração é requerida por um amigo que vai para um
centro cirúrgico; nosso tempo é necessário para ir ao encontro de
quem sofre; nossa presença completará a alegria de uma festa; nossa
visita a um casal amigo que deu à luz uma criança será uma prova
inesquecível de amizade; nossos ombros farão diferença para uma
família enlutada; nossas palavras precisam estar vigorosamente ao
lado de uma vítima.
Vamos mexer em nossas vidas e comparecer ou continuaremos
ocupados? Permaneceremos distantes ou vamo-nos importar? Não
vamos rir juntos? Não seremos ombros para outros receberem
consolo? Não levantaremos nossas palavras contra a maldade?
Essas situações nos chamam ao dever, ao qual devemos atender,
com ou sem esforço, assim como fizeram conosco um dia.
E nada me faltará
Não me faltará sabedoria para tomar decisões certas. A Palavra de
Deus me ensinará.
Não me faltará coragem para enfrentar os perigos. O Espírito Santo
de Deus me inspirará.
Não me faltará ousadia para derrotar os gigantes. Deus mesmo me
dará as armas para a batalha a travar.
Não me faltará confiança para fruir as promessas de Deus, que as
repete todos os dias em Sua palavra aos meus ouvidos.
Não me faltará esperança para ver minha casa arrumada do outro
lado do rio, preparada para mim pelo próprio Filho de Deus que nela
habitará comigo.
Não me faltará a certeza de que sou amado pelo Pai, que me aprova
sem eu ter merecido.
Não me faltará a voz que me chama e capacita para viver de modo digno.
Não me faltará o desejo de ser por Deus conduzido pelo riacho
das águas transparentes, mesmo quando é ensurdecedor o ruído de
muitas outras correntes.
Não me faltará a força para discernir que o Senhor Deus que me
permite caminhar pelos vales da sombra da morte é o mesmo que
me pega pela mão para seguir pelos pastos verdejantes.
Não me faltará a alegria da vitória depois – depois! – das lutas.
Não me faltará luz – luz do céu – para que eu não tateie em sombras
atemorizantes.
Nada me faltará.
Nada me faltará porque o Senhor Deus é o meu pastor.
O perfil da generosidade
Se perguntarmos a 10 pessoas se querem ser milionárias, quantas
levantarão as mãos para dizer “sim”?
Se perguntarmos a 100 pessoas quantas querem ser generosas quem
responderá “sim”?
Quase sempre pensamos em primeiro ter dinheiro para depois
distribuí-lo.
Pode ser que o volume doado pelos que têm muito seja grande, mas
não será maior que a soma das ofertas típicas de uma “viúva pobre”,
aquela observada por Jesus e que deu a única moeda que possuía
(Marcos 12.41-44).
Os que pouco têm também querem ter mais e podem estar igualmente
controlados pelo desejo de ter mais como a razão de ser de suas vidas.
A ambição não é exclusiva de alguma classe social. De igual modo, a
generosidade não é propriedade de classe social alguma.
Generoso é quem considera o outro como seu igual.
Generoso é quem, tendo algo nas mãos, pensa em usá-lo, para si e
também para o outro.
Generoso é quem se emociona diante da necessidade do outro.
Generoso é quem doa dinheiro, se tiver; comida ou água, se tiver;
roupa ou calçado, se tiver.
Generoso é quem sente compaixão, como a pessoa de posses que doa
dinheiro que faz uma comunidade se desenvolver, como a mulher
que ensina a outra a costurar, como o homem que ensina uma
criança a ler ou contar, como o jovem que se junta para construir ou
reconstruir uma casa para o pobre viver.
Quarenta, 1/2
Foram decisivos os 40 dias finais de Jesus na terra.
Depois de sua morte, veio a ressurreição, ambas em Jerusalém.
A ressurreição ilumina a morte. A morte é vencida na ressurreição.
O túmulo completa a cruz. A cruz vazia deixa uma interrogação que
o túmulo sem corpo responde (João 20.10-18).
Até então Jesus tinha uma agenda conhecida, mas agora ele
desaparecia e aparecia, sem que ninguém o pudesse acompanhar.
Ausente o mestre, seus seguidores precisavam reaprender a viver. Ele
não podia ser encontrado na casa de sua mãe ou de algum amigo. Não
estava mais disponível a todo instante. Ele chegava inesperadamente
e inesperadamente partia. Comia com eles, ensinava-lhes e ia
embora, não sem antes pedir que se reunissem de novo em Jerusalém
(Lucas 24.50-53).
Até lá, quando receberiam o poder que os capacitaria para
compartilhar a graça de Deus em todo o mundo, deveriam esperar.
Esses 40 dias de espera eram necessários porque era preciso que
aprendessem a esperar. O grande dia viria, de surpresa.
Esperaram e viram (Atos 2).
Esperar se aprende.
Também esperamos. Esperamos o dia do encontro definitivo com Jesus.
A qualquer momento, podemos ir até ele.
Ele pode vir até nós a qualquer momento (Pedro 3.11-13).
[CONTINUA]
Quarenta, 2/2
Os 40 dias entre a ressurreição e a ascensão de Jesus eram necessários
para que os seus seguidores fossem restaurados.
Eles precisavam ser curados de sua teologia equivocada. Depois
de tanto tempo com o Mestre, ainda esperavam que ele devolveria
aos israelitas a glória do passado para suplantar o poder imperial
romano e dar de novo liberdade plena ao povo.
E, de fato, eles receberam poder, não para formarem uma nação
independente, mas para se espalharem pelo mundo para anunciar a
graça de Deus, não para servirem a algum poder terreno.
Os seguidores de Jesus precisavam também ser curados de suas
emoções estraçalhadas pela decepção e pela culpa. Apesar de todo
o ensino recebido, a escuridão da cruz ocupou as mentes dos nossos
primeiros irmãos, quando deviam ser iluminadas pela luz do seu
túmulo vazio. Por causa desta condição, nem pescar sabiam mais
direito (João 21.6).
Além da decepção, a culpa atormentava a alguns dos seguidores,
especialmente Pedro de Betsaida. Depois de caminhar sem rumo por
algum tempo, o necessário tempo da espera, Pedro foi curado de sua
culpa por Jesus, o que lhe permitiu alguns dias depois enfrentar a
multidão que debochava dos primeiros cristãos.
Ao receberem o sopro do Espírito Santo em seus corações a renovação
da esperança, estavam prontos para uma vida radicalmente diferente.
É com esta mesma esperança que hoje vivemos.
A tradição, 1/2
Entre os elementos que nos formam está a tradição.
A tradição nos diz o que é bonito. Nós escolhemos dentre as
possibilidades que a tradição preserva e geralmente engrossamos a
fila que ela predominantemente nos recomenda. Quem nos diz, por
exemplo, que determinadas cores combinam entre si e outras não,
senão a tradição?A tradição nos diz o que é certo.
Desde cedo, vamos aprendendo o que é correto e o que deve ser
evitado, decisão que pode variar entre as culturas. Em uma, por
exemplo, ser flagrado na corrupção leva ao suicídio; em outra, é visto
como sinal de esperteza.
É impossível uma vida sem tradição, mas nem toda tradição é boa.
Nem tudo o que a nossa avó nos ensinou vale a pena preservar. Na
sua voz podem habitar medos e estereótipos. Neste caso, temos que
negar a tradição, mesmo que consagrada no pensamento popular.
Ou concordaremos, como cantam os preconceituosos, que um carro
mal dirigido é “coisa de mulher”?
Devemos avaliar as tradições, para valorizar as que defendem
a vida e recusar as que cultuam a destruição. Devemos manter as
que promovem a justiça e nos posicionar contra as que sugerem a
manutenção da desigualdade.
Uma tradição boa, sobre a qual não se sopram boas novidades, é
coisa morta. Para ser mantida, a boa tradição deve ser renovada, para
que continue produzindo frutos bons para se colher. [CONTINUA]
A tradição, 2/2
A tradição é como uma casa de vidro, que muitos têm prazer em
estilhaçar, em busca de notoriedade. Não nos pode seduzir o estrago
e a fama que uma pedra lançada contra o vidro faz soar, porque nos
deve importar se a tradição é boa ou ruim.
A tradição pode carregar a natureza pecadora do ser humano.
A tradição pode consagrar o egoísmo, a preguiça, a corrupção, a
indiferença, o preconceito e o medo, numa flagrante negação dos
dignos valores da solidariedade, do trabalho, da honestidade, da
compaixão, do respeito e da paz.
Nossa atitude diante da tradição depende de nossa conclusão acerca
do seu valor.
Se ela promove a vida em toda a sua amplitude, ela está certa e
devemos segui-la.
Se ela promove a morte, ela está errada e devemos rechaçá-la.
Em todos os tempos, a tradição é uma presença viva. O ser humano
tem dificuldades com ela e precisa se avaliar, porque a tradição
pode estar certa. Cabe-lhe respeitá-la. Quando a tradição oprime as
comunidades, cabe-lhe recusá-la porque está errada.
Jesus negou e combateu a tradição ruim. Diante da tradição boa,
Jesus a afirmou e renovou. Afirmamos a tradição quando impedimos
que ela se petrifique e se perverta. Renovamos a tradição quando
sopramos mais vida aos seus saudáveis pulmões.
Enamorados
A verdadeira beleza de uma pessoa não está nela; está em quem
ela ama.
Seguindo nesta canção, o poeta bíblico escreveu:
– Como você é bela, minha querida! Como você é linda! Como os
seus olhos brilham de amor! (Cantares de Salomão 1.15)
Quem ama vê beleza onde alguns não veem, força que alguns não
percebem, saúde depois da doença, futuro que nem todos enxergam.
Quem ama admira quem ama. Esse é um dos testes do amor
enamorado. Se achamos que o nosso namorado ou cônjuge tem
mais defeitos que qualidades, o nosso amor está morrendo. Se isto
acontecer, é preciso que reflitamos um pouco: quando passamos a
criticar mais e a elogiar menos? Esse cuidado é essencial.
Se a nossa amargura dominar nosso relacionamento afetivo, dentro
de pouco tempo não haverá mais uma união verdadeira. Precisamos
de um olhar sempre apaixonado. Precisamos de um modo positivo
de ver nosso querido ou querida. Isso não quer dizer que ele/ela não
tenha problemas, mas que, juntos, vamos superá-los.
A convivência enamorada torna as pessoas melhores. Um influencia
o outro e é influenciado pelo outro.
A reciprocidade é o jardim em que o amor cresce. A falta
de admiração mútua é areia movediça onde o amor afunda.
Continuemos admirando aquele/aquela que Deus nos deu para
amar. Casais que se admiram não se separam.
Doando vida
Sangue é vida. Sua falta é morte.
A vida se renova todos os dias porque o sangue circula em
nosso corpo.
Enquanto isSo, há pessoas que precisam que o sangue de outro
renove a sua vida por causa de alguma fragilidade. Há pessoas que
precisam de doadores de sangue para continuar vivendo. Há pessoas
que doam. Felizes os que podem doar.
Mais felizes são os que, podendo doar, doam. Saem de suas casas,
escritórios ou oficinas para deixar parte de si num banco.
O doador de sangue é uma pessoa muito especial. Ela não sabe para
quem doa, mas doa. Ela nunca receberá um “muito obrigado” de
quem recebeu seu gesto, mas doa. Quem doa sangue não tem qualquer
interesse senão abençoar. (Assim devem ser todas as doações).
Quem doa sangue não perde nada. Quem doa sangue continua com
o mesmo capital vital. Quem doa sangue nada precisa fazer.
Hoje é dia de doar sangue.
A menos que tenha um motivo, não deixe para amanhã.
Se você nunca doou foi precisamente porque deixou para depois.
Doe hoje.
Quem doa sangue doa o que não lhe custou.
Quem doa sangue participa da vida do outro.
Quem doa sangue imita Deus porque doa vida.
Precisamos de religião?
Religião pode ser coisa de igreja, coisa de culto, coisa de arte, coisa
de reunião, coisa de domingo.
E pode ficar longe do coração, longe da comunhão autêntica, longe
da misericórdia, longe da profundidade.
Uma religião assim não está presente na formulação dos projetos,
na educação dos filhos, na solução dos conflitos. Importa o dinheiro
a ser ganho. Vence a arrogância do temperamento, mesmo irritado.
Vale o grito, recheado até de palavrões. Predomina a negação do
texto áureo:
“Em todas as coisas façam aos outros o que vocês desejam que eles
lhes façam. Essa é a essência de tudo que ensinam a lei e os profetas”.
(Mateus 7.12)
Corpus Christi
Deus foi um corpo que viveu entre nós.
Quando tomou sua última refeição com os amigos, o Deus-homem
Jesus prometeu que o seu corpo seria entregue por eles, para que
continuassem a viver. Simbolicamente, fez seu corpo um pão e deu
a cada um deles uma porção para mastigar, um gesto que os antigos
romanos nunca compreenderam.
O corpo de Jesus na cruz, onde pendeu e sangrou até morrer,
consumou o sacrifício singular, para dispensar todos os outros.
Sobre ele penderam todos os nossos pecados, até serem lavados pelo
sangue que salpicava o chão, para que nenhum de nós precise fazer
qualquer sacrifício para ser perdoado e livre.
Sepultado num túmulo novo, o corpo de Jesus nunca foi encontrado,
embora vigiado e procurado.
Muitos amigos do corpo que morrera o viram várias vezes.
Tocaram no seu corpo, trabalharam com o seu corpo e festejaram
com o seu corpo, que agora era um novo corpo, sem os limites do
espaço e do tempo.
Como parte do seu projeto, o novo corpo fendeu as nuvens e voltou
para casa, abrindo-nos o claro caminho para o céu, pouco depois de
ter se despedido fraternalmente:
– Espero por vocês. Enquanto isso, compartilhem minha mensagem
de amor e perdão a todos quantos puderem, até nos reencontrarmos.
Na esperança de um corpo novo como o de Jesus é que os seus
amigos vivem.
Essencialmente iguais
O modo como devemos tratar aqueles que nos prestam serviços
como empregados (fixos ou temporários) interessa a Deus. Ele é
justo e se preocupa com a justiça.
Seu conselho é claro: “Não se aproveitem do pobre e necessitado”
(Deuteronômio 24.24-25).
Na vivência da justiça, se temos empregados, devemos orientá-
los quanto aos seus direitos. Em nossas contratações, temos que
proceder legalmente e mesmo ir além da lei. De modo nenhum,
devemos contribuir para que fique à margem da seguridade pública.
Temos que pagar em dia, sem atrasar. Não devemos pagar menos
que o mínimo. Mesmo que custe, assinemos sua carteira de trabalho,
nos termos da lei.
Devemos pagar aos que nos servem como gostaríamos de ser pagos.
Devemos tratar os que nos ajudam como gostaríamos de ser tratados
pelo nosso empregador (privado ou público).
Jamais façamos algo que humilhe nossos colaboradores, que têm
uma dignidade própria, uma dignidade que o Criador lhes conferiu.
Somos iguais aos que nos contratam. Somos iguais aos que
contratamos.
Os iguais devem ser tratados com igualdade e somos todos iguais.
Nosso dinheiro, nosso conhecimento ou nossa posição social não
nos tornam diferentes uns dos outros. Na essência, somos todos
iguais. Como iguais, queremos ser tratados. Como iguais, tratemos.
Causas e consequências
Achamos que o passado fica no passado, o presente acontece no
presente e o futuro ainda virá, como se pudéssemos separar a nossa
vida em três.
O presente é formado pelos atos que tomamos agora seguindo
uma trilha que já foi aberta. Nossas decisões, de certo modo, foram
tomadas no passado. Valorizamos o presente como se ele tivesse
vida própria e brilhasse sozinho. No entanto, nossos hábitos têm a
história do nosso sobrenome, mesmo que não a conheçamos.
Precisamos ser humildes e parar de achar que decidimos sozinhos.
Quanto ao futuro, precisamos nos lembrar que o nosso presente
será o passado dele.
O que fazemos agora afeta como viveremos.
Nosso problema é ignorar a óbvia realidade em que os efeitos
têm causas.
Os efeitos são os frutos que colhemos, tendo plantado a semente
muitos anos antes.
Quando os efeitos são imediatos, logo apontamos o dedo para o
momento em que erramos. Quando as consequências chegam muito
tempo depois, já nos esquecemos do que fizemos.
Viver sem pensar nas consequências não nos livra delas; antes,
torna-as mais nocivas.
As crianças precisam que os pais as conduzam por um caminho que
considere causas e consequências. Os jovens e os adultos já sabem de
onde vêm os efeitos. Cabe-lhes sabiamente considerar esta realidade.
Necessidade
O ser humano precisa da Palavra de Deus.
Com o multiplamente talentoso Saulo de Tarso (Tarso hoje
Turquia), depois Paulo (de todo mundo), não foi diferente. Forte
para percorrer milhares de quilômetros não importava o meio de
transporte que houvesse, genial como estrategista da evangelização,
brilhante na arte de convencer o público reunido e belíssimo com a
pena de escritor à mão, legou igrejas, poemas, tratados.
Ele parecia estar em todos os lugares, mas ficou doente. Então, orou
a Deus e pediu que fosse curado.
Era merecedor. Comparando-se com outros missionários,
argumentou, completamente fora de si:
– Eu sou um servo melhor do que eles (2Coríntios 11.23).
Pediu, insistentemente, para ser curado daquilo que chamava de
“espinho na carne”. Deus lhe respondeu de forma muito diferente
do que esperava:
– Paulo, a minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é
mais forte quando você está fraco. (2Coríntios 12.8 – NTLH)
E nunca mais se falou no assunto.
Com o espinho fustigando a carne, Paulo entendeu que sua doença
o impedia de ficar orgulhoso.
Aceitou que o poder de Cristo o protegesse contra ele mesmo.
Em Paulo, o mérito morreu.
Devemos orar para ficarmos livres de achar que merecemos ou de
que precisamos receber espinhos na carne?
Ou a liberdade ou a vida
Um homem pode encher de armas um quarto de hotel e dispará-las
contra pessoas que não conhece mas acha que devem morrer.
Uma mulher pode se embriagar e dirigir seu automóvel na
madrugada até encontrar e matar desconhecidos que trocam o pneu
de seu carro à beira de uma rodovia.
Um menino pode injetar tanta droga em suas veias, que destrói sua
mente, ao ponto de não saber distinguir entre uma mesa posta para
a refeição e uma lixeira posta para guardar dejetos.
Uma menina pode abrir seu ventre para receber uma vida nova e
depois deixá-la a mercê de cães.
Um artista pode expor seu corpo nu em público e convidar crianças,
que não sabem o que fazem, para tocá-lo.
Em nome da liberdade, tudo é permitido para sua garantia. Assim,
mata-se uma civilização, termina-se uma nação, destrói-se uma
cidade, sufoca-se uma família, elimina-se a vida.
A vida celebra sua própria morte quando esquece a ordem da
criação. A vida vem primeiro, depois a liberdade.
Embora contenha o embrião da morte, a vida não deve se sujeitar
à morte por causa da liberdade. É esta que deve estar sujeita à vida.
Cuidar das nossas vidas e das vidas dos outros é um princípio que
não pode ser tornado menor. A liberdade deve estar a serviço da vida.
Humildes e altaneiros
Não podemos garantir que o outro nos respeite, mas podemos ter
como meta respeitar sempre. Nem sempre respeitamos o outro.
Quando falhamos, devemos reconhecer prontamente, pedir perdão
sinceramente e procurar corajosamente reparar o mal que fizemos.
Neste esforço, precisamos nos lembrar de uma regra essencial:
comunicação não é o que falamos ao outro, mas o que o outro ouve
de nós. Uma ofensa proferida sem a intenção de magoar ferirá do
mesmo modo que aquela anunciada com o propósito de machucar.
Nossa humildade diante dos nossos próprios erros mostra a nossa
grandeza.
Nem sempre somos respeitados pelo outro.
Nesse caso, nossa primeira atitude deve ser conferir se realmente
fomos desrespeitados. Será que o outro disse as palavras que ouvimos?
Não podemos tomar decisões por causa de mal-entendidos.
A segunda disposição implica uma viagem pelo coração do
outro. Teve ele o desejo de nos magoar? Sua brincadeira, mesmo
desagradável, foi para nos diminuir? A intenção deve contar.
Nosso sucesso nos relacionamentos depende de como nos vemos.
Os gestos desrespeitosos do outro sempre nos causam dano, mas, se
estivermos seguros de quem somos, o sofrimento será menor e logo
passará.
Se nos virmos como filhos amados de Deus e por Ele valorizados,
seremos altaneiros e manteremos nosso voo na altura adequada.
Benditos
Se são felizes os que distribuem livros, como cantou o poeta Castro
Alves, imaginemos como são felizes os que distribuem o maior dos
livros, a Bíblia Sagrada!
Graças a estes homens, podemos ler páginas que nos enternecem na
solidão de um quarto de hotel.
Por causa deles, quando temos que fazer do hospital a nossa casa,
podemos encontrar palavras de esperança ao lado do leito.
No auge de nossa vida na escola, quando achamos que tudo sabemos,
podemos ser confrontados com uma palavra cujo valor não passa.
Quem serve nos quartéis e nas repartições públicas pode encontrar
orientações permanentes, graças ao exemplares que lhes foram
ofertados.
Desde 1899, os Gideões Internacionais passam adiante, por puro
prazer, cópias da Bíblia, que eles mesmos compram, e em todos os
países do mundo entregam a pessoas desconhecidas, por acreditarem,
com toda a razão, que a Palavra distribuída, por vir de Deus, nunca
voltará vazia (Isaías 55.11).
Benditos são todos os que acham que dar é melhor do que receber
(Atos 20.35).
Benditos são todos aqueles e aquelas que espalham a Bíblia.
Benditos são pais, mães e avós que leem a Bíblia com os seus filhos
e netos.
Benditos são os mestres que explicam a Bíblia aos seus alunos.
Benditos são os leitores que, santamente ávidos, querem ler mais a
Bíblia e conhecer mais quem Deus é.
O preço da decisão
Desde que acordamos, tomamos decisões, umas simples, outras
complexas.
Fomos informados de um funeral, mas temos outros
compromissos. Iremos?
Recebemos uma proposta de trabalho, mas pode não dar certo.
Aceitaremos?
O médico nos disse que precisamos perder peso, para não
adoecermos. Perderemos?
Encontramos uma carteira de dinheiro no chão. Pegaremos?
Somos ofendidos com palavras duras e impróprias. Reagiremos?
Para tomar boas decisões, precisamos de sabedoria, que vem com o
tempo, mas só para os que prestam atenção. A sabedoria é o resultado
da observação curiosa e meditativa, bem como do estudo aplicado e
objetivo. Ela cresce quando ouvimos os mais sábios.
Para decidir bem, precisamos de coragem. Coragem é ousadia. Ter
coragem é apostar e agir, mesmo sem certeza da escolha feita.
Para escolher adequadamente, precisamos de disposição para pagar
o preço. Decisões fáceis nos enfraquecem. Sem disposição para arcar
com as consequências, adiamos até o que não pode ser protelado.
Ao acordar, devemos passar em revista a agenda do dia, anotar as
decisões a tomar e, na hora própria, levantarmo-nos, dizer a palavra
necessária e nos lançarmos para a travessia.
Podemos errar de vez em quando, mas, se deixarmos que os outros
decidam por nós, nunca acertaremos.
Viva o homem
Houve um tempo em que “homem”, palavra masculina, era tão forte
que designava toda a espécie humana.
Houve um tempo em que na família a palavra final era do homem.
Houve um tempo em que o homem provia financeiramente sua
família.
Houve um tempo em que o papel do homem era bem definido.
Esse tempo acabou.
Diante de uma plateia de homens e mulheres, temos que saudar a
eles e a elas, o que é muito bom.
Na vida em casa, homens e mulheres precisam dialogar, em busca
do que é melhor para todos.
No plano econômico, homens e mulheres cooperam para o sustento
da casa, mesmo que elas não exerçam atividade remunerada.
As mudanças possibilitaram às mulheres definir bem o seu
papel, mas geraram nos homens um injustificado sentimento de
inferioridade e, sobretudo, uma indefinição quanto ao seu papel.
É na família que o homem vivencia um papel diferente da mulher e
que deve ser exercido de modo mutuamente complementar com ela.
Do homem vem a vida, que a mulher recebe e gesta.
Do homem vem um tipo distinto de força, capaz de inspirar
confiança e segurança nos demais membros da casa.
Do homem vem o pastoreio (ou orientação espiritual) da sua
família, a menos que não tenha condições e delegue temporariamente
a tarefa à mulher.
Viva o homem.
O mundo da mentira
Ficamos cansados da mentira dos políticos, mas eles não mentem
sozinhos.
Mentem os que vendem produtos.
Mentem os que promovem ideias.
Mentem os empregados. Mentem os empregadores.
Mentem os líderes. Mentem os liderados.
Mentem as noivas dizendo que vão chegar à hora, tendo planejado
que só entrariam 60 minutos depois.
Mente o gerente de banco quando orienta a uma aplicação que
rende menos que as outras.
Por que mentimos?
Mentimos porque somos recompensados.
Mentimos porque precisamos parecer o que não somos.
Mentimos para nos defender atacando a verdade.
Mentimos para justificar nossas ideias, depois que elas se tornaram
insustentáveis.
Mentimos para esconder o produto do roubo.
Mentimos para alardear virtudes que não temos, como a humildade.
Mentimos quando protegemos pessoas que não aceitam os fatos
como eles são.
Mentir se tornou algo tão corriqueiro que não constrange a consciência.
Mentimos porque somos tentados.
Mentimos porque aprendemos a mentir.
Mentimos porque decidimos mentir.
Podemos e devemos abominar a mentira, que mina a confiança em
um indivíduo, em uma família, em uma nação.
Se aprendemos a mentir, podemos aprender a des-mentir, afalar a
verdade. Podemos e devemos falar a verdade. Devemos estar sempre
com os que estão a favor da verdade (2Coríntios 13.8).
Para ler HOJE na Bíblia: Josué 9 a 10
“O sol parou, e a lua se deteve, até a nação vingar-se dos seus inimigos, como
está escrito no Livro de Jasar. O sol parou no meio do céu e por quase um dia
inteiro não se pôs”. (Josué 10.13)
Vida viva
Quando nos sobra o pecado a nos condenar,
Temos a Graça plena de Deus para nos perdoar.
Quando nos vêm vozes velozes para nos dominar,
Temos a sábia Graça de Deus para nos orientar.
Quando, perdidos, não sabemos que rota tomar,
Temos a Graça amorosa de Deus a nos encaminhar.
Quando as lágrimas estão prestes a nos sufocar,
Temos a doce Graça de Deus para nos confortar.
Quando, amargurados, não temos ninguém a confiar,
Temos a Graça completa de Deus para nos restaurar.
Quando o vício se torna uma algema a nos arrasar,
Temos a poderosa Graça de Deus à liberdade nos levar.
Quando a sombria solidão teima em nos acompanhar,
Temos a Graça companheira de Deus a nos animar.
Quando na caverna a depressão nos faz repousar,
Temos a fraterna Graça de Deus para nos sustentar.
Quando adiante há um túnel desesperador a superar,
Temos a Graça de Deus para nossa travessia iluminar.
Quando nos falta a esperança em que nos firmar,
Pela Graça de Deus podemos definitivamente esperar
E ela está vindo ao nosso encontro para nos libertar
E em nosso coração a alegria da vida viva soprar.
A síntese
O Evangelho de Jesus Cristo é apaixonante por sua simplicidade:
somos todos pecadores e Jesus morreu em nossos lugares para nos
libertar do poder do pecado. Sendo todos nós pecadores, merecemos
todos o castigo, mas Jesus recebeu na cruz sobre si todo o castigo e
nos livrou de toda a condenação (Romanos 3.23-24; Romanos 6.23).
O Evangelho de Jesus Cristo é brilhante por afirmar a razão: o
natural e o sobrenatural são dimensões legítimas do nosso modo de
conhecer e viver, não havendo nelas nenhuma contradição essencial,
exceto a que inventamos (Salmo 19.1).
O Evangelho de Jesus Cristo é contagiante pelo bem que faz à nossa
autoestima: somos filhos feitos à imagem e semelhança de Deus
(Salmo 8.4-5; João 3.16).
O Evangelho de Jesus Cristo é exuberante por ser a expressão maior
da graça de Deus: ele não nos é dado por nossos méritos como uma
recompensa por nossa justiça, mas como presente imerecido que
devemos receber com uma alegria comparável a uma joia de grande
valor (Mateus 13.45-46).
O Evangelho de Jesus Cristo é fascinante por seu sentido de
liberdade: nele não há lugar algum para o medo, nem mesmo de
Deus, apresentado na Bíblia como o amor em pessoa (1João 4.18).
O Evangelho é transbordante porque Jesus nos ama até o fim
(João 13.1).
Brincadeiras de avós
Avós são para brincar. Suas casas são para neto brincar, correr,
bagunçar. Eles não se importam com o barulho, se vem de um neto.
Em suas casas, os netos podem comer o que quiserem, sob protestos
dos pais (“É só hoje” – desculpam-se os avós). Os horários da casa
não valem para os netos, que podem acordar e dormir na hora que
quiserem. Na casa dos avós são férias sempre.
Avós são para educar. Talvez não falem tanto quanto falavam quando
eram pais. É que aprenderam que os exemplos são mais eloquentes.
Agora, mais que antes, creem no poder do afeto. Alguns podem levar
os netos à escola e fazer com eles as tarefas. São muito pacientes.
Avós são para pastorear. Agora eles olham para os seus filhos
e computam acertos e erros, para evitar os equívocos e repetir os
acertos no cuidado dos netos. Avós que amam a Deus querem que
seus netos amem a Deus. Contam histórias da Bíblia. Levam à igreja
para o estudo bíblico.
Avós têm as coisas mais valiosas do mundo: tempo e sabedoria. Parte
do seu tempo dedicam à brincadeira com seus netos, à instrução dos
seus netos, ao pastoreio dos seus netos.
Com a sabedoria que têm, gastam melhor o seu tempo.
Felizes os avós que amam ser avós.
Felizes os netos que gostam de estar perto dos seus avós.
Origens
Quem o vê, adulto, rico e famoso, não entende porque não se
submete aos bisturis para recompor sua pele, estrelada de cicatrizes.
Quando menino, num acidente na cozinha da sua casa, uma chaleira
de água quente voou sobre seu pescoço. Os parentes, para o socorrer,
o envolveram num cobertor e aumentaram o calor, a dor e o estupor.
A memória não o lembra, mas as marcas das queimaduras o
recordam.
Carlito Tevez, habilidoso jogador argentino de futebol, sabe que
poderia enfrentar algumas cirurgias e esconder parte da sua história,
mas o artilheiro escolheu deixá-las no corpo para ser lembrado das
suas origens.
O adulto maduro não deve esquecer que foi criança.
O motorista habilidoso não deve rir do aprendiz que tem ao lado
um instrutor.
O cozinheiro famoso não deve deixar de se lembrar que começou
como auxiliar.
O doutor reconhecido não deve apagar seu tempo de estagiário
tímido.
O morador de uma grande metrópole não deve desdenhar do
habitante de uma aldeia.
Ninguém deve esquecer suas origens: nem uma pessoa que ficou
rica, em função de sua dedicação; nem uma família que se tornou
poderosa pela união de todos; nem uma empresa que lidera o
mercado por causa da visão de seus fundadores; nem uma nação
desenvolvida, que se fez grande com os braços dos imigrantes pobres.
O dom
Pode ser que o convite recebido exija que atravessemos distâncias,
mas nossa presença reconhecerá o esforço do outro. Então, vamos.
Pode ser que a nossa participação nada nos acrescente, mas vai
acrescentar ao outro. Então, comparecemos.
Pode ser que o trabalho do outro esteja apenas no início, mas podemos
estimulá-lo com uma palavra para que ele persista. Então, falamos.
Pode ser que tenhamos que tirar algum dinheiro do bolso para
ajudar, mas sabemos que, mesmo pouco, será uma boa contribuição.
Então, colaboramos.
Pode ser que não saibam o que fizemos, mas somos alimentados por
nossa própria memória e esperança. Então, agradecemos.
Pode ser que não conheçamos todos os sonhos do outro, mas aqueles
que conhecemos se tornam também nossos. Então, acreditamos
Quando somos assim, nossa presença é esperada.
Quando somos cercados por pessoas assim, a nossa caminhada é
feita como a de todos, com suor, mas com a diferença do perfume da
alegria (Salmo 24.5).
Não temos que ter muito para enriquecer uma pessoa
(2Coríntios 8.9).
Não temos que saber muito para distribuir um pouco
(Colossenses 3.17).
Não temos que morar perto para o ouvir o rouco (Colossenses 4.6)
Todos podemos fazer da vida uma experiência boa (2Coríntios 2.15).
(Escrito em homenagem ao pastor Eneas Menezes, 1932/2017)
A falha do goleiro
No futebol, quando um goleiro falha, a torcida não o perdoa.
Quando um “frango” é tomado ou um passe é mal dado, a vaia é
impiedosa.
Se a falha resulta na perda do jogo ou do campeonato, ele perde as
condições de voltar a atuar por sua equipe, mesmo que suas atuações
já tenham contribuído para trazer títulos arquivados na sala de
troféus do clube
Um goleiro não pode errar, mas todos os goleiros, mesmo os mais
notáveis, os mais arrojados, os mais hábeis com as mãos e com os
pés, falham.
Em nossa vida, mesmo quando procuramos fazer tudo certo,
cometemos erros. Quando os cometemos, todos os acertos anteriores
tendem a ser esquecidos.
Tendo errado, devemos admitir que falhamos, sem nos explicar, sem
apontar nossas palavras para outros culpados e sem fechar os olhos
para as consequências do que fizemos.
Acertaremos, se tirarmos lições do fracasso momentâneo, para
errarmos menos.
Deve nos acompanhar também a certeza de que a nossa vida não
acabou e precisamos prosseguir, humildes em nossas vitórias e
menos impiedosos diante das falhas dos outros.
Podemos continuar de cabeça erguida. Uma torcida é volúvel e hoje
canta o nosso nome numa grande defesa e amanhã nos massacra por
causa de um erro, mas Deus é firme e imutável em seu amor por nós,
amor que não depende dos resultados que apresentamos.
Múltiplos de 8
Aos oito anos de idade, Olinda tinha uma dificuldade, comum a
muitas crianças no início da sua vida escolar.
Hoje avó, ainda se lembra quando a professora enfileirou os alunos
em frente ao quadro-negro e pediu que cada um escrevesse a tabuada.
A tarefa de Olinda era registrar os múltiplos de 8.
Ela simplesmente travou. Além da vergonha, teve que absorver
um golpe dado com uma longa régua na sua cabeça desferido pela
professora.
O desastre marcou a vida da menina por muitos anos.
Ferida, humilhada, entristecida e magoada, foi para casa, esperou o
pai chegar e lhe contou o drama.
João ouviu a história da filha. Sem saber muito, porque frequentara
pouco os bancos escolares e mesmo cansado de uma jornada pesada
de trabalho, passou a ensinar com dedicação, todos as noites, a
tabuada à sua menina, até que o sono dela o obrigasse a levá-la no
colo para a cama.
Ela aprendeu a tabuada, para nunca mais esquecer, e aprendeu
também que, por menos que tenhamos, sempre há algo que sabemos
e que podemos repartir.
Compartilhe. Compartilhe o que você é. Compartilhe o que você
sabe. Compartilhe o que você tem.
Compartilhe seu tempo. Compartilhe seu conhecimento.
Compartilhe seu dinheiro. Compartilhe afeto.
O segredo
Nenhum pintor o captou.
Nenhum escritor o descreveu.
Nenhum compositor o sentiu.
Nenhum escultor o perenizou.
Nenhum poeta o concebeu.
Nenhum artista o viu.
No entanto, Mateus parou a sua vida para continuar uma nova jornada.
A prostituta sentiu-se amada de verdade, sem moeda trocada.
Pedro caminhou sobre as águas enquanto o fitava.
O de mão atrofiada estendeu-a diante dele para ser curada.
Maria Madalena ficou livre de suas perturbações.
O vento parou de ameaçar com suas agitações.
A mulher aflita recebeu mais que a cessação de sua hemorragia.
A multidão de oprimidos se calava quando o via.
O discípulo, 1/3
Há palavras que precisam permanecer, uma vez que a humanidade é
essencialmente a mesma, mudando apenas as formas como domina
os artefatos que ela cria, incluídos recursos para sobreviver, modos
de morar, meios de se locomover e hábitos de se divertir.
Por mais que se ache revolucionária, uma época, marcada pelo
compasso dos anos e das décadas, não substitui a anterior, mas vai
apenas adaptando-a para responder aos desafios que surgem. Há
6.000 anos, por exemplo, pessoas tatuam seus corpos por achar
bonito o costume, tendo voltado a fazê-lo no ocidente desde o século
19 da era cristã.
Por mais global que se ache hoje, o mundo sempre foi global, seja
por desejo de aventura, seja por necessidade de comércio, alterando
o ritmo dessa marcha em função da velocidade que as tecnologias
possibilitam.
Por mais radical que se veja o tempo em que vivemos, nada há nele
de realmente diferente dos milênios que o precederam.
Os ideais, que transcendem a biologia e a geografia humana,
precisam permanecer.
Tomado por necessária humildade, nosso tempo precisa se deixar
ensinar pelos princípios capazes de moldá-lo com atitudes que geram
a qualidade de vida que almejam para os seus contemporâneos.
É precisamente isto que Jesus Cristo propõe. [CONTINUA em
7 de Agosto]
Vasos de barro
É da nossa condição a fragilidade.
Somos como frascos deixados nas vértices das mesas que se
estilhaçam largamente no chão quando tocados.
No entanto, de nós se exige que sejamos fortes e carreguemos fardos
além de nossa resistência, nem que nossos músculos fiquem destroçados.
Para nós imaginam perfeições de que não precisamos e não
queremos alcançar, conhecedores que somos dos erros por nós
cometidos e dos limites por nós herdados.
Colocam-nos alvos que não nos interessam atingir e sucessos que não
queremos ver, por causa dos preços que não pretendemos liquidar.
Todos murchamos como folhas (Isaías 64.6).
Todos secamos como a relva (Salmo 112.11)
Todos desaparecemos como a neblina (Tiago 4.14).
Somos vasos de barro (2Coríntios 4.7).
Só devemos viver a vida que queremos.
Cientes que somos vasos de barro, devemos cuidar para não sermos
trincados e despedaçados.
Certos de que somos vasos de barro onde habita o tesouro de Deus,
podemos desejar que em nós brilhe o divino poder que, quando
atribulados, não nos deixa angustiados, quando perplexos não nos
permite desanimar, quando perseguidos não nos desampara, quando
abatidos não deixa que sejamos destruídos.
Podemos ser felizes sendo vasos de barro.
O discípulo, 2/3
Ser discípulo de Jesus Cristo não é para todos.
Ser discípulo não é para todos, mas não porque Jesus Cristo tenha
previamente escolhido alguns e recusado outros. Ele recebe a todos.
A graça de Deus pela qual Ele viveu e morreu é para todos os que a
querem pelos motivos certos.
Muitos buscam a Jesus pelas coisas que acham que vão receber.
Diferentemente, Paulo de Tarso (6-67) tinha uma enfermidade,
não foi curado e continuou discípulo de Jesus. Fanny Crosby
(1820-1915) era cega, passou toda a sua existência sem enxergar e
permaneceu discípula de Jesus. Charles Haddon Spurgeon (1834-
1892) tinha depressão, sofreu a vida toda com a dor e seguiu como
discípulo de Jesus. Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) estava preso,
não foi libertado e prosseguiu como discípulo de Jesus. Teresa de
Calcutá (1910-1997) era pobre, permaneceu sem ter muitos bens e
perseverou como discípula de Jesus.
O discípulo é quem aceita que é amado incondicionalmente por
Jesus, reconhece que é pecador e deseja o seu perdão.
O discípulo é quem, tendo sido perdoado, deseja a companhia de
Jesus, mesmo que isto lhe traga restrições e perseguições.
O discípulo é quem renuncia seus pensamentos para se comprometer
com o que Jesus ensinou e abre mão de seus projetos para realizar os
sonhos de Jesus. [CONTINUA em 13 de Agosto]
A fonte perene
São muitas as circunstâncias que conspiram contra a alegria.
Se quisermos, todos temos uma lista enorme a enumerar.
Às vezes sem que percebamos, a tristeza em nosso corpo viraliza,
vinda de uma saudade que nos monopoliza, de uma decepção que
nos paralisa, de uma saúde que nos fragiliza, de um medo que se
agudiza, de um pecado que se banaliza, de um cansaço que se
generaliza, de um projeto que não se realiza, de uma ameaça que se
concretiza, de uma mágoa que nos imobiliza.
Antes que se torne crônica, podemos tomar uma atitude que
a estanca. Temos que cortar pela raiz a sangria: precisamos nos
conectar à fonte da alegria.
Um poeta bíblico nos dá o roteiro:
As pernas do papai
Nossas pernas contam a nossa história pessoal.
No início, não sabíamos andar, mas nosso pai nos pôs em pé e nos
ensinou. Muitas vezes caímos, mas ele nunca nos deixou no chão.
Finalmente, aprendemos a caminhar, porque o nosso pai tornou o
que era impossível para nós um movimento fácil de realizar.
Depois, com as suas coisas a fazer, nosso pai nos chamava para ir
com ele. Muitas vezes seguíamos em silêncio, algumas vezes ainda
éramos puxados pelas mãos dele. O difícil era compassarmos os
ritmos, nós passadas pequenas e ele passadas largas. Olhávamos para
as suas pernas: pareciam de gigantes. Às vezes, protestávamos; às
vezes, sonhávamos em andar na mesma velocidade.
Com o seguir do tempo, passamos a caminhar ao seu lado, no
mesmo ritmo, orgulhosamente de igual para igual.
Dentro de alguns anos – o tempo se tece como um tapete que voa!
– nós tínhamos que nos conter para não deixar nosso pai para trás.
O tamanho das nossas pernas demarca os capítulos do livro da
nossa vida.
As admiradas pernas do nosso pai guardam a memória do nosso
intenso amor por ele.
Pai, nós te agradecemos por nos teres ensinado a caminhar com as
nossas próprias pernas.
Pai, nós te agradecemos por nos teres desbravado as calçadas sobre
as quais escrevemos a nossa própria história.
Invista na bolsa
Certamente o seu nome não está lista dos mais ricos do mundo.
Talvez você guarde seu dinheiro no banco ou em alguma outra
instituição, quando sobra algum valor terminado o mês.
Embora acompanhe o movimento das bolsas de valores, cuja
oscilação frequente os jornais e os telejornais noticiam todos os dias,
talvez não tenha ações custodiadas lá.
Mesmo que tenha, você pode aplicar seu dinheiro em uma bolsa
mais segura: na bolsa da solidariedade.
Não é preciso muito dinheiro para fazer aplicações e ninguém é
considerado especial ou caminha sobre tapetes vermelhos. Para este
investimento, você não precisa conhecer economia ou contar com
um consultor financeiro. Você precisa apenas ter aprendido com
Jesus que mais importante que ganhar o mundo inteiro é preservar
a sua alma.
Quem investe na bolsa da solidariedade não fica acompanhando
as cotações para ver o retorno porque não há retorno que se possa
medir. Na verdade, o investidor na solidariedade sabe que as suas
ações estão estocadas no céu e só as verá lá, onde golpes, escândalos,
previsões e manipulações não acontecem.
Quem guarda na bolsa da solidariedade sabe que rico é quem
ama o próximo.
Quem vive assim não terá seu nome na lista dos mais ricos, mas
estará na lista da graça de Deus, escrita nos céus.
Santo orgulho
Só há um orgulho que se pode chamar de santo: é o sentimento de
um pai ao ver as escolhas e as realizações do seu filho ou filha.
Até mesmo o Deus Pai se orgulhou do seu, ao ponto de dizer sobre
Jesus as seguintes palavras:
– Este é o meu filho querido que me dá muita alegria (Marcos 1.11).
Orgulhe-se o pai cuja filha ama ler, estudar e sempre lhe pedir para
comprar livros.
Alegre-se o pai com o filho que presta atenção às palavras que ouviu
em casa, considerando-as como pérolas de inestimável valor.
Vibre o pai cuja filha se ocupa com o que é “verdadeiro, digno, correto,
puro, agradável e decente” (Filipenses 4.8).
Agradeça o pai pelo filho que procura ser um pai melhor do que ele
mesmo é ou foi.
Realize-se o pai cuja filha vive de um modo que contribui para tornar
melhor este nosso mundo.
Sorria o pai que nota que seu filho está indo mais longe que ele na vida
profissional, ao reter o que recebeu, aproveitar bem as oportunidades,
ousar mais e dilatar os horizontes que lhe foram descortinados.
Enterneça-se o pai cujo(s) filho(s) sente(m) prazer em estar na
companhia dele.
Orgulhe-se o pai cujo filho ou filha também dele santamente se
orgulha.
A singularidade de Cristo
Renunciar à dignidade, atribuída por Deus, é atitude que o homem
toma desde os primórdios. Quando pôde decidir, transferiu o
privilégio para uma serpente.
Abrir mão do acesso direto a Deus é gesto antigo do homem.
Quando podia ser livre, preferiu se fazer escravo de um bezerro e
diante dele lhe cantar louvores.
Deus nos fez iguais, mas teimamos em ser menores.
Deus nos fez livres, mas preferimos rastejar.
Cristo nos escolheu como seus herdeiros e não podemos nos
contentar com menos.
Para tanto, precisamos entender o que Cristo fez na cruz. Quando
ali experimentou a morte, Jesus nos legou a vida em toda a
plenitude. Quando nela se deixou amarrar, o Salvador quebrou as
nossas algemas. Quando dela seu sangue tocou o chão, cada gota
foi dinamitando, até o fim, o muro que nos impedia de ver a Deus.
Quando na cruz expirou, Jesus Cristo rasgou o véu que nos separava
de Deus.
Depois da cruz, não precisamos de intermediários para amar a
Deus, para obedecer a Deus, para pedir a Deus, para nos expor a
Deus.
Só precisamos de Cristo, totalmente suficiente para nos conduzir ao
Deus Pai. E os seus braços continuam a nos convidar para uma vida
sem culpa, mas cheia de dignidade, liberdade, sentido e plenitude.
O discípulo, 3/3
Nos termos de Jesus, a experiência do discipulado se realiza na
contramão da lógica do mercado, onde o consumo é vendido num
crediário de fácil aprovação e apresentado como sendo suave. O
discipulado não é uma envolvente neblina.
No convite de Jesus, a escolha do discipulado não acontece num
ambiente sedutor, onde os botões apertados satisfazem os desejos da
hora e permitem vislumbrar uma vida de confortos e prazeres que a
tecnologia descortina.
Há uma frase dele, que nenhum filósofo, político ou vendedor diria
com voz cristalina.
– Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome
diariamente a sua cruz e siga-me. (Lucas 9.23)
É como se, dando um passo adiante, dissesse o que Ele mesmo
depois termina:
– Aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu
discípulo (Lucas 14.27).
Negar-se a si mesmo é renunciar a um projeto de vida que todos
perseguem, feito de poder, sexo e dinheiro, como paixão que domina.
Tomar a cruz é dispor o coração para corajosamente ir onde e como
o Mestre determina.
Seguir a Jesus nunca foi e nunca será fácil porque exige confiança,
entrega e disciplina.
Quem o segue, no entanto, sabe que a caminhada não é solitária
porque Jesus mesmo é presença que, para fortalecer seu discípulo, ao
seu lado se inclina.
A ternura da educação
Tatiane tinha seis anos quando o pai decidiu lhe ensinar a ler,
a escrever e a contar. Com este propósito, João Luiz, antes de sair
para o trabalho, propunha-lhe um tema, anotado, com suas letras
grossas num caderninho comprado numa papelaria do bairro, e lhe
pedia para copiar o texto que escrevera. Ele só saía quando a filha
começava a executar a tarefa.
Assim, a menina aprendeu algumas palavras e algumas operações
aritméticas.
Já escola, Tatiane só teve quando chegou à segunda série (ou
segundo ano). Ela errava muito na hora de grafar algumas palavras,
especialmente as que tinham dois S ou Ç.
Preocupada, a professora chamou sua mãe. Juntas, notaram a
origem do persistente erro. O pai da menina sabia muito pouco a
língua portuguesa e lhe transmitira os erros gramaticais que eram
próprios da sua baixa instrução.
A limitação foi facilmente superada.
A vergonha deu lugar a uma imensa gratidão. Ela passou a se
emocionar todas as vezes que recordava a atitude do pai, que lhe
legou tudo o que sabia.
Felizes são os pais que buscam superar seus limites para criar
inesquecíveis oportunidades, para que seus filhos escrevam suas
próprias histórias no grande livro do conhecimento.
Felizes são os filhos cujos corações sempre se lembram e se
lembrarão dos gestos de ternura dos seus pais.
O caminho da perseverança
Para chegar onde desejamos, precisamos saber que o nosso coração
deve estar pleno de uma virtude: a perseverança.
Também precisamos nos lembrar que perseverança não é uma
qualidade que se obtém apenas com o desejo que se tece: trata-se de
uma aprendizagem, que enfrenta vários obstáculos.
No caminho da aprendizagem da perseverança, devemos nos acercar
da certeza que o fácil não existe. O que é fácil para nós – saibamos
– teve um custo alto para alguém. Na verdade, não devemos nos
alegrar com aquilo que conquistamos apenas apertando um botão.
Nossa perseverança cresce quando olhamos menos para quem
somos e mais para quem é Deus, o doador da esperança (Salmo 62.5;
Romanos 15.13) com a qual nos movemos.
Nossa perseverança se fortalece quando buscamos remover os
obstáculos que nos minam as forças, como o pessimismo e o
desânimo, vitórias que talvez demandem que procuremos ajuda para
a necessária superação.
Nossa perseverança se robustece quando fixamos o alvo a alcançar,
sem que olhemos para trás, mas apenas para frente. Se é uma
bandeira que precisamos fincar no alto, é para o alto do monte
que nossos olhos precisam mirar. Se é uma tarefa (uma obra, um
concurso, uma verdade) que temos por completar, é no resultado
que devemos prioritariamente nos concentrar.
Nada de desesperança
Para mantermos a esperança, precisamos falar da desesperança.
A desesperança pode ser uma consequência dos eventos que nos
tomam, sobretudo os pessoais.
Um diagnóstico sombrio, indicando um longo e pesado tratamento
ou mesmo a cessação próxima da vida, é um golpe que nos atordoa
e faz da nossa esperança um cálice de saudade, ainda imaginada ou
já real.
A experiência do vazio tem a profundidade do amor sentido e a
intensidade da amizade nutrida. Quanto maior é a alma, de quem
parte e de quem fica, maior é a dor.
Também nessas horas, a esperança ainda é a atitude melhor. Diante
da saúde escassa, nossa ou de uma pessoa querida, enquanto a vida
pulsa, mesmo que por um fio tênue, precisamos crer que Deus, seja
pelas mãos comuns da ciência ou por suas mãos incomuns, pode
reverter o que percebemos como irreversível. Ter esperança é crer
que Deus é o criador e o realizador da vida. Nenhum fio de cabelo do
nosso corpo cai sem que ele saiba e permita. A esperança é a alavanca
que Deus nos põe nas mãos.
Ela nos lembra que Deus é o Senhor da vida, quando Ele a mantém
e também quando deixa as coisas seguirem seus cursos. A esperança
nos faz cantar como Jó que, ao sepultar seus filhos, exclamou:
– O Senhor deu; o Senhor tirou. Louvado seja o seu nome.
O jardim da saudade
Somos como árvores.
Árvores crescem para o alto, espalham-se para os lados e, um dia,
tombam.
Quando caem, as árvores também se espalham e voltam ao pó, de
onde outras árvores surgirão, embora não saibam do seu valor nem
quando crescem nem quando fenecem.
Devemos viver como as árvores: devemos crescer e nos espalhar.
Enquanto não chega a nossa oportunidade de virar pó, podemos
olhar as árvores que morreram.
Tombadas, não nos servem de companhia, não nos dão sombra, não
nos oferecem sustento.
As árvores não têm memória, mas nós temos.
Então, podemos nos lembrar das árvores tombadas, habitantes dos
jardins das saudades. A lembrança deve nos trazer gratidão, que vem
quando reconhecemos o quanto elas nos amaram.
Os mortos não amam, mas nós devemos amá-los, valorizando o
que fizeram por nós e conosco, perenizando o que nos deixaram,
moldando nosso futuro com os exemplos que nos legaram.
Os mortos não sabem que lhes somos gratos e que sobre nossa mesa
estão depositados os frutos dos seus gestos.
Os mortos não ouvem quando dizemos que suas vidas valeram
a pena e nos fizeram bem, mas, assim mesmo, devemos celebrar
nossa história comum sempre que pudermos, mesmo em lágrimas,
contidas ou derramadas.
A saudade é uma espécie de honra que damos às árvores que
tombaram.
A fraqueza da covardia
Que dizer de rapazes que, munidos de chicotes e barras de ferro,
atacam pessoas indefesas? Esses jovens são covardes.
Que dizer de terroristas que incendeiam uma igreja, ceifando as
vidas que cultuam segundo seu credo? Esses terroristas são covardes.
Que dizer de um menino forte que cerca um garoto franzino e o
humilha? Esse garoto é covarde.
Que dizer de um homem que ataca, espanca, machuca e fere
sua esposa?
Um homem que age assim precisa se ver como o que é – covarde –
aquele que só ataca quem não tem força para se defender.
Esse homem precisa saber que a palavra “covarde” é muito antiga
e vem do francês. “Couard” era o termo para “cauda” e se referia ao
animal que abaixava o rabo quando estava com medo. O covarde
é medroso; é por isto que ataca quando não há ninguém para
defender a vítima.
Embora se ache firme e corajoso, o covarde é fraco e medroso
porque se mostra incapaz de segurar seu impulso de oprimir para
dominar.
O covarde pode alegar que seu pai fazia assim ou lamentar que
não consiga se controlar, mas essas explicações não passam de
covardia consigo mesmo, porque indicam que ele aceita uma
condição que deveria fortemente rejeitar, honestamente admitir e
persistentemente procurar ajuda para se libertar das algemas que o
aprisionam e amarram.
Sozinhos e não
Há coisas que podemos resolver sozinhos.
Podemos quitar uma dívida pequena.
Podemos resolver uma ofensa suave que recebemos.
Podemos equacionar um conflito simples que nos atinge.
Podemos conviver bem com um trauma cujas marcas não foram
profundas.
Há separações que podemos superar sem muito sofrimento.
Há perdas das quais podemos nos recuperar num tempo curto.
Há vícios dos quais conseguimos nos libertar sem muito esforço.
Há problemas que podemos resolver sozinhos, desde que desejemos,
decidamos e nos disciplinemos. Não deixemos para amanhã.
No entanto, há dívidas elevadas demais para serem quitadas sem
que alguém nos socorra.
Há mágoas que não conseguimos perdoar sem que alguém ore por nós.
Há traumas que demandam tratamentos profissionais para que
deixem de nos perturbar.
Há separações que requererão um apoio externo para voltarmos
a viver.
Há perdas que, de tão profundas, exigem que sejamos cuidados por
outras pessoas para seguirmos em frente.
Há vícios dos quais não conseguimos nos libertar sozinhos.
Há, portanto, problemas que, para solucioná-los, precisamos da
ajuda de alguém, seja um amigo, um pastor ou um profissional.
Peçamos a Deus que nos indique alguém para nos ajudar em nossa
caminhada rumo à restauração.
Comecemos hoje para celebrar depois a nossa recuperação.
Para ler HOJE na Bíblia: Josué 24; 1Crônicas 5.18-26; 1Crônicas 6.54-81
“Josué disse ao povo: Vocês não podem servir o SENHOR, pois ele é Deus Santo
e não tolera aqueles que adoram outros deuses. Ele não perdoará os pecados e as
maldades de vocês”. (Josué 24.19)
Nosso vulcão
Nossas emoções estão sempre à flor da pele, mas só percebemos
como são quando elas nos fazem perder o equilíbrio.
Nessas horas, geralmente culpamos nossos ancestrais ou as
circunstâncias.
Às vezes, demoramos a perceber que não adianta transferir para
nossos antepassados ou para os acontecimentos a responsabilidade
que, finalmente, nos pertence.
Na verdade, é como se as emoções fossem os nossos óculos. Assim,
é preciso que estejam bem ajustados e limpos para que possamos
ver bem.
Como há emoções boas (como a alegria num gol) e emoções ruins
(como a raiva no trânsito), temos que separá-las umas das outras,
para que as boas tenham liberdade e as ruins sejam contidas.
Nosso problema é com as emoções capazes de destruir.
Se queremos que a noite nos encontre em paz e não irados (Efésios
4.26), devemos reconhecer que as ações que vêm da raiva geram
prejuízos e que não somos naturalmente capazes de não nos irar,
quando provocados.
Para que a raiva não nos agite e tome o controle, peçamos a Deus
que nos ajude nesta jornada rumo à paz interior.
Quando falharmos, devemos pedir perdão pelos gestos explosivos.
Devemos ficar atentos, para que o vulcão não entre de novo em
erupção.
Se cairmos, deixemos que Deus nos levante e tenha continuidade
nosso processo de restauração.
Decididos a viver
Todos vamos adoecer.
Vamos adoecer por causa de hábitos errados.
Poderemos adoecer por causa de doenças que são heranças genéticas,
as quais não podemos evitar. Algumas delas são degenerativas e vão
minando e dominando nosso corpo a cada dia.
Diante de condições assim, devemos reconhecer nossa enfermidade,
com toda a sua gravidade. Para tanto, devemos estudar a doença em
profundidade, para aprendermos a conviver com ela e a observar os
cuidados que podem adiar o seu agravamento.
Será importante que vigiemos para não nos deixar possuir por
algum sentimento de culpa. Definitivamente, nada fizemos para ter a
doença que temos. A ignorância dos outros não pode se tornar nossa.
A segunda atitude é decidir viver intensamente, mesmo com
limitações físicas, o que inclui a busca de terapias, medicamentos,
experimentos e grupos de apoio, que nos ajudem a retardar o
progresso futuro de nossa enfermidade e a minimizar seus efeitos
presentes.
Não sabemos quantos anos teremos pela frente, mas nós viveremos
com vigor e esperança os que temos. Trabalharemos enquanto
pudermos. Ajudaremos outras pessoas enquanto conseguirmos.
Quando chegarmos aos céus, com as mãos cheias daquilo que
compartilhamos, receberemos um novo corpo, que jamais se
degenerará.
Nós e as regras
Viver é viver segundo as regras.
Há a regra do tempo para nascer. Quem nasce antes, por exemplo,
é prematuro.
Há as regras dos horários para o trabalho, para o estudo, para o
lazer, para o convívio. Quem não cumpre esses horários encontra
dificuldades diversas.
Há a regra da palavra, que determina que há o momento de ouvir e
há o momento de se exprimir.
Há as regras que contribuem para a harmonia da vida em família,
na vizinhança, na igreja, entre outros espaços de nossas convivências.
Há a regra que, na política, para se obter votos, é preciso mentir. Ou
não se elege.
Há as regras que especificam que os restaurantes têm que jogar fora
a comida que sobrou sem ser servida.
Há regras boas. Há regras ruins.
Jesus Cristo seguiu as regras, mas nem todas (Mateus 5.17). Era
proibido trabalhar no sábado, mas ele trabalhava no sábado, quando
o amor ao próximo lhe impunha esta desobediência.
Se queremos andar como Jesus andou, rebelemo-nos, não contra
aquelas regras que fazem vibrar as cordas de nossas sonoras
conveniências, mas contra aquelas que oprimem as pessoas, seja na
religião ou na política. Que nossa rebeldia tenha uma causa pela qual
valha a pena viver e morrer, jamais uma expressão de egoísmo.
A verdade e a mentira
A mentira, mesmo que persista por muito tempo, será desmascarada,
disse um dia o Mestre (Mateus 10.26), mas a verdade não precisa da
assessoria de cúmplices profissionais.
A verdade cavalga majestosamente (Salmo 54.5) sobre impérios que
resistem, mas a mentira tropeça no cisco e desmorona.
A mentira tem interesses, mas à verdade só interessa o que é puro.
A verdade nos torna realmente dignos, mas a mentira nos torna
heróis e santos aos olhos do mercado.
A mentira anda de noite, mas a verdade marcha ao sol.
A verdade salva vidas, mas a mentira mata (Provérbios 14.25).
A mentira precisa de disfarces, mas a verdade mostra todo o seu rosto.
A verdade não precisa de explicação, mas a mentira depende do
discurso.
A mentira gera riqueza difícil de sustentar, porque proferida com
palavras de areia, mas a verdade tem um crédito que ninguém
consegue negar (Provérbios 20.17).
A verdade permanece para sempre mesmo que não seja aplaudida,
mas a mentira dura um instante sob holofotes que depois se revelarão
cruéis (Provérbios 12.19).
A mentira é soprada aos nossos ouvidos por Satanás e devemos
resistir-lhe, se não queremos cair juntos, mas a verdade é ensinada
por Deus (Salmo 86.11).
Feliz é a pessoa cujos lábios sentem repulsa em falar mentira
(Provérbios 8.7).
O perigo do “não”
O modo como reagimos a cada “não” ouvido indica o grau de nossa
saúde emocional, intelectual e moral.
Ouvimos muitos “sins”, aos quais nem sempre prestamos atenção,
e inúmeros “nãos”, diante dos quais podemos ficar revoltados,
defensivos, irritados, pensativos, magoados ou agradecidos.
Nem todo “não” é justo para conosco.
Podemos ouvi-lo em casa, quando somos rejeitados ou corrigidos.
Podemos recebê-lo na escola, quando somos desrespeitados
ou educados. Podemos percebê-lo no trabalho, quando somos
preteridos ou demitidos. Podemos captá-lo em outros círculos,
quando somos estereotipados ou cuidados.
Ouvir um “não” é uma aprendizagem, porque naturalmente não
gostamos do seu som. O “não” é uma recusa ao “nosso” jeito de ser
e fazer. O “não” nos convida à mudança de conceitos e atitudes. O
“não” nos impõe disciplina e talvez sacrifício.
Os arrogantes se aborrecem com o “não” e podem ser capazes de
eliminar, relacional ou fisicamente, os que lhes ousam contrariar.
Os felizes também não gostam do “não”, mas se fazem prontos para
escutá-lo, ponderá-lo e tomar decisões sábias. Não gastam tempo
em se defender, mas em refletir. Tendo meditado, seguem pelo bom
caminho. Alguns voltam para agradecer o “não” que tornou melhor
a sua jornada.
História da compaixão
Coisas boas começam com a compaixão.
Quando Bob Pierce (1914-1978) compartilhou numa escola chinesa
sua fé no grande amor de Deus para com o ser humano, uma menina
entendeu, contou em casa e acabou espancada. Sua professora ficou
sensibilizada e desejou cuidar dela, mas não tinha dinheiro. Para
ajudá-la, Pierce lhe deu tudo o que tinha: cinco dólares. Depois,
desafiadas por ele, outras pessoas começaram a contribuir para que
crianças em situações de risco fossem acolhidas e protegidas.
Da compaixão de uma professora, reunida à compaixão de um
missionário, apoiada pelas compaixões de pessoas anônimas,
nasceu uma organização que se tornou uma referência global (Visão
Mundial) no cuidado de crianças e na restauração de comunidades
pobres.
Quando um jovem se importa com comunidades que perderam
suas casas e deseja ajudá-las a reconstruir suas vidas, coisas boas
acontecem.
Quando uma menina sofre ao ver outra criança sem brilho no olhar,
coisas boas acontecem.
Quando uma professora se sensibiliza com as dificuldades de
aprendizagem de crianças, coisas boas acontecem.
Quando deixamos de nos preocupar apenas com os nossos
problemas, coisas boas acontecem. E essas coisas serão grandes
mesmo que continuem aparentemente pequenas.
Dor de amadurecer
Quando nascemos, nossos pais, biológicos ou afetivos, cuidaram de
nós para que sobrevivêssemos. Tivemos que aprender coisas que se
tornariam fáceis, como andar, correr; beber, comer; tomar banho,
escovar dentes; protegermo-nos dos perigos, respeitar o próximo.
Por amor, às vezes, permitiram que nos excedêssemos em exigências,
tornando mais suaves nossas quedas, mais leves nossos erros, mais
fáceis as dificuldades, mais róseo o mundo, mais estrelado o céu.
Mesmo que sejamos cuidadosos e nos protejamos, podemos achar
que há respostas fáceis, decisões que não custam, erros sem culpa,
vitórias sem esforço, triunfo sem ousadia, omeletes preparados sem
que se quebrem os ovos.
Enquanto não forem contestadas pelos fatos – e talvez nunca o sejam
– nossas percepções vão alargando a tenda em que nos refugiamos
ou inflando a bolha que nos encapsula.
Quando percebemos que os nossos desejos estão opostos aos
projetos dos outros ou que as nossas mãos precisam das mãos dos
outros para realizar tarefas, das simples às complexas, estamos nos
tornando pessoas maduras, prontas para conviver com as frustrações
sem nos desesperar, animadas para enfrentar os obstáculos e
conservar a disposição.
Dói quando a nossa vida amadurece, mas é assim que a alegria
acontece.
Amenolatria
Algumas pessoas começam a falar em público e a primeira coisa
que dizem é “Amém”, como se desejassem “bom dia” ou “boa noite”.
Quando alguém posta que é gravíssimo o estado de saúde de uma
pessoa, um desavisado deseja “Amém”, talvez para dizer que vai orar
pelo enfermo.
Outro anuncia um evento e convida à participação, mas tem que se
contentar com um “Amém”, sem certeza sobre quem comparecerá.
Há pessoas que oram a Deus em particular ou em grupo e terminam
suas preces com um forte “Amém”, às vezes repetido.
Nesses casos, estamos diante de uma amenolatria, pondo o “Amém”
como um ídolo.
Como sabemos, “Amém”é palavra hebraica, que entrou em nossa
língua sem ser traduzida. “Amém” vem de um verbo que significa
“ser firme, verdadeiro, confiável” e se trata de uma exclamação pela
qual os ouvintes se juntam no juramento, na bênção, na maldição,
na doxologia ou na oração que ouviram e se dispõem a arcar com
as consequências do que acabaram de escutar. (“Interpreter’s
Dictionary of The Bible”)
“Amém” é para quem ouve, não para quem fala.
Então, o nosso “Amém” deve ser sempre uma resposta.
Demanda que prestemos atenção, frase por frase, ao que ouvimos,
para que possamos reponder “Amém”, “certamente”, “assim seja”,
durante e ao final de uma oração da qual participamos.
Agindo em conjunto
O teatro da vida acontece em um palco que pode ser demarcado
por uma linha imaginária no meio. O título da peça pode ser o
seguinte: A PARCERIA. Numa metade do palco, estamos nós, os
seres humanos, dando os nossos passos.
Na outra metade, Deus que age.
No teatro da vida, cada um age no seu território.
Do lado humano, os passos são dados sempre em direção ao espaço
divino, de olho na linha divisória.
Do lado divino, os passos são dados, sempre em direção ao espaço
humano, desejoso de uma parceria que gere bem-estar. Deus não
invade jamais o espaço do homem; só faz o que lhe cabe, para que o
homem continue humano, em sua liberdade e em sua potencialidade
e em sua responsabilidade.
Já o homem, qual menina que tenta calçar o sapato da mãe, qual
garoto que tenta imitar os passos largos do pai na rua, não se contenta
com o seu território; quer o de Deus, como os habitantes de Babel.
Sim, há dois territórios, com uma linha invisível e móvel a
especificá-los.
O claro projeto de Deus é que, ao longo da linha, que podemos fazer
avançar para o lado dele e que Ele avança para o nosso, nós dois nos
entrelacemos e, de braços dados, sigamos na mesma direção como a
condição para a felicidade, a nossa e a dos outros.
Toalha na cintura
Jesus lavou os pés dos seus discípulos, exatamente como os escravos
lavavam os pés dos seus senhores (João 13.13-15).
Chegados da rua, em lugar de água escassa, os homens lavavam
primeiro as suas mãos, tiravam parte de suas roupas e, antes de
entrar numa casa, lavavam os próprios pés. Os que podiam (e alguns
podiam) tinham-nos lavados por seus escravos, que se vestiam
apenas com a toalha na cintura. Era o seu uniforme.
Jesus lavou os pés dos discípulos porque os considerava como
pessoas dignas.
Jesus lavou os pés dos discípulos porque sabia não há tarefas
menores na vida, quando feitas com amor.
Jesus lavou os pés dos discípulos porque estava certo que é mais
honroso servir do que ser servido.
Na história bíblica, há um toque de humor. Primeiro Pedro não
queria ter seus pés lavados. Depois, pediu para ter não apenas os pés
mas todo o corpo lavado por Jesus.
Embora em nossa cultura não lavemos os pés, os dos outros, porque
são diferentes os nossos costumes, devemos ter a toalha na cintura
e o corpo inclinado (às vezes, ajoelhado) diante do outro como
símbolo de como vemos e consideramos o nosso próximo.
A toalha na cintura – símbolo de humildade e dedicação – deve ser
o uniforme de todo ser humano.
O prazer de obedecer
Temos dificuldade em obedecer porque pensamos sempre no dever
da obediência, raramente no seu prazer. Pensamos muito no peso da
responsabilidade, quase nunca nos seus benefícios.
Aprendemos na história bíblica que a obediência a Deus torna
mais longa e mais feliz a nossa vida (Deuteronômio 11.8-17).
Deus é o Deus a quem se obedece. Quem obedece recebe todas as
manifestações do cuidado de Deus para conosco.
Diante das instruções de Deus para nós, tendemos a pensar que elas
são boas para Ele, quando, na verdade, são boas para nós. Ajuda-
nos na compreensão desta verdade a lembrança de nossa infância,
quando éramos acordados por nossos pais. Eles não nos despertavam
para o bem deles, mas para o nosso. Quando compreendemos isto,
passamos a nos rebelar menos e seguimos mais felizes.
Pode ser que tenhamos recebido algumas ordens que não eram
muito apropriadas, mas não corremos o mesmo risco quando
obedecemos a Deus. Suas instruções são perfeitas e não estão além
do que podemos alcançar.
Não é pesado obedecer a Deus, como sabemos sempre que nos
dispomos a seguir pelo caminho que Ele nos indica. Pesada é a
desobediência, como aprendemos todas as vezes que desobedecemos.
Viveremos melhor se nos lembrarmos que obedecer é bom.
Para amar
Se queremos amar, precisamos nos apropriar do fato que Deus é
amor. A essência de Deus é o amor. Precisamos nos deixar atrair
por este amor, qual um ímã. Não temos uma capacidade própria de
amar, mas amamos por causa do seu amor que mora em nós e é a
fonte geradora de amor em nós.
Se queremos amar, precisamos renunciar a nós mesmos como
centros dos relacionamentos. Embora seja difícil, devemos buscar
aprender a ver as coisas como elas realmente são. Isto começa quando
negamos a nós mesmos e paramos de nos exaltar a nós mesmos.
Precisamos admitir que Deus pode se mostrar por meio do próximo.
Se queremos amar, precisamos fazer em lugar de falar. Precisamos
deixar de ser aqueles que falam sobre o amor para ser aqueles que
vivem amando. Precisamos viver de modo que as pessoas vejam o
nosso amor, sem que necessariamente o declaremos.
Quando amamos, temos Deus habitando em nós. Quando não
conseguimos amar, é porque Deus não está em nós.
Quando amamos, demonstramos que somos feitos à imagem e à
semelhança de Deus.
Quando amamos, aperfeiçoamos o amor de Deus em nós.
(Todas estas verdades nos são recordadas por João (1João 4.7-8),
cuja epístola devemos ler integralmente, se queremos amar.)
O brilho perdido
Onde antes havia palavras vivas, há agora monossílabos mortos.
Onde antes havia uma mente brilhante, há raciocínios que não se
completam.
Onde antes havia uma memória capaz de nos irritar de tanto
lembrar, hoje há fatos desconexos, talvez guardados num cofre cujo
segredo ninguém consegue revelar.
Onde antes havia um par de olhos vivos, há olhares que parecem
não mais ver.
Onde antes os passos eram firmes, há agora uma caminhada insegura.
Com certeza sofrem seus queridos, que buscam compreender o que
não pode ser explicado e se fosse em nada ajudaria.
Aquele corpo agora enfraquecido porta uma história de realizações,
algumas heroicas.
Aquela vida autoconfiante, talvez mesmo um dia até arrogante,
se parece agora como uma folha que o vento faz navegar em sua
dependência.
No seu interior pulsa uma voz que se comunica em códigos que não
foram ainda decifrados.
Aqueles braços que um dia afagaram efusivamente, hoje precisam
de abraços, embora não os saibam pedir ou agradecer.
Assim mesmo, nós amamos a quem sempre amamos, mesmo que
não mais nos responda ou corresponda.
Felizmente, confiamos que Deus não ama menos quem sofre. Ele
ama mais, o que nos conforta.
Em busca da alegria
Jesus estabeleceu a motivação da sua vida: levar-nos a experimentar
alegria, e alegria completa (João 16.24). Esta alegria, disse Ele, vem
dele mesmo, de sua presença conosco (João 15.11).
Viver a alegria completa não é apenas ter uma oração respondida;
antes, é ter conhecido o amor de Deus e estar desfrutando a certeza
da sua companhia.
Viver a alegria completa não é apenas ser perdoado por Ele; mas é
saber que é amado e aceito por Ele, sem a ansiedade de buscar a sua
aprovação, antecipadamente oferecida.
Viver a alegria completa não é pular de triunfo em triunfo, como se
Deus tivesse que provar o seu amor para conosco; melhor é pular de
triunfo como presente dele e saltar sobre os obstáculos, conduzido
por Ele.
A alegria completa começa em nossa jornada terrena, mas prossegue
por toda a eternidade.
A alegria completa é aquela que nos faz perceber e desejar a realidade
da eternidade, permitindo-nos antecipar aquela vida plena, que só
será possível no céu.
É pela oração, especialmente aquela feita para agradecer, que somos
transportados imaginariamente para o céu. Pela oração, sentimo-
nos sentados ao lado de Deus, descansando em seu colo acolhedor,
contemplando sua face sorridente, cantando-lhe felizes louvores.
Perfume!
Perfume as vidas das pessoas. Ao acordar:
1. Lembre-se que recebeu de Deus mais um dia. Agradeça-lhe.
2. Não peça a Deus mais coisas; agradeça pelas recebidas, que não
foram poucas, se você parar para contar.
3. Não se pergunte se levantou com o pé direito ou com o
esquerdo: superstições existem apenas dentro das pessoas, sem
valor real.
4. Não se deixe perturbar pelos eventuais fracassos de ontem e
nem ache que o sucesso de ontem garante inapelavelmente o
de hoje.
5. Deseje, diante de Deus, passar o dia sem pecar; talvez não
consiga, mas deseje e tente viver sem a prática do pecado.
6. Peça a Deus para não fazer as coisas com pressa exagerada, se
andar for suficiente; para não correr, se andar for bastante; para
não andar, se ficar assentado for melhor.
7. Se os joelhos doerem, lembre de suas mãos perfeitas e se apoie
nelas para alcançar os projetos que os seus sonhos acalentam.
8. Pense nos seus próximos dez anos de vida, que incluem este
ano, que inclui este mês, que inclui este dia, que inclui esta
manhã.
9. Suplique a Deus força para não pensar mal de ninguém, não
julgar alguém e nem falar mal de uma pessoa sequer, pelo
menos neste dia.
10. Imagine quanto perfume você poderá exalar neste dia.
Perfeita
A Bíblia é majestosamente maior que a razão humana, mas nunca
a nega, e maior que as civilizações, às quais há milênios prega.
A Bíblia é atual, porque nós, seus leitores, somos sempre os mesmos,
com nossas buscas incessantes e nossos gestos de generosidade e
também com nossa maldade capaz de ódios massacrantes.
A Bíblia é valiosa porque não nos protege quando pecamos, mas
nos acusa, e não nos desdenha quando confessamos, mas nos
escancara o perdão sob o qual nossa alma repousa.
A Bíblia é extraordinária porque, quando percorremos suas
páginas com sinceridade, vislumbramos que, mesmo quando
fala por meio de um grito pavoroso, Deus não se omite porque é
imutavelmente amoroso, tanto quando corrige e exige e também
quando absolve e envolve.
A Bíblia é perfeita no que diz, mesmo naquilo com que não
concordamos. Ela nos muda, para melhor, quando a amamos.
A Bíblia é inesgotável, como se a cada momento a nossa necessidade
descobrisse e em todos os instantes a suprisse, instruindo-nos na
sabedoria de Deus a qual não passa e nos confortando com a sua
maravilhosa graça.
A Bíblia é pequena, irrelevante, superada, sem valor e sem
importância, um livro como qualquer outro, apenas numa
circunstância: quando é transformada em objeto que decora uma
mesa ou uma estante, não uma palavra viva e exuberante.
Promovendo a paz
Quando nos encontramos em meio a um conflito entre pessoas
amigas, não devemos aceitar apenas o papel de testemunhas. Temos
que agir. E a primeira boa atitude a tomar é não falar nada. Calar é
a atitude sábia na hora pesada, em que as palavras duras são jogadas
de um lado para o outro como verdades que precisam ser proferidas,
como se dizê-las nessas horas servisse para construir pontes ou para
manter abertas as portas. Nessas horas tensas, a verdade é nocauteada,
porque uma verdade movida pelo ódio não está a serviço da verdade.
Precisamos ouvir os dois lados, mesmo que um deles já nos tenha
convencido de sua condição de ofendido. Ouvir os dois lados implica
em não ter lado. Quem não tem lado pode continuar ouvindo os
dois lados.
Quando o coração do ofendido não estiver mais saindo pela boca,
devemos falar. Talvez tenha condições de lembrar aos dois os afetos
que já trocaram, os bons desejos que já nutriram um pelo outro,
os compromissos que já assumiram em conjunto, os projetos que
já realizaram juntos, e a necessidade que um tem do outro para
tocarem bem a sua vida.
Quanto a nós, devemos saber que promover a paz pede paciência,
muita paciência, mas quase sempre a aposta pela reconciliação
ganha, mesmo que demore o prêmio.
Não desistamos.
O triunfo da luz
Jesus nos diz que
“Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto
que não venha a se tornar conhecido” (Mateus 10.16b).
Esta verdade já está inscrita na sabedoria popular, especialmente
naquela que diz que a mentira tem perna curta, bem como na
sabedoria bíblica, ao garantir que “saborosa é a comida que se obtém
com mentiras, mas depois dá areia na boca” (Provérbios 20.17).
É um consolo saber que a luz vai triunfar, especialmente quando as
trevas da injustiça ou da mentira nos acossam.
É um consolo saber que a luz vai vencer, especialmente quando as
dores se alojaram no nosso corpo e na nossa mente.
É um consolo saber que o mal tantas vezes perpetrado não durará
para sempre.
Há justiça porque há um Juiz que é justo, Deus, nosso Senhor. Ele
julga os povos (Salmo 7.8).
A verdade afirmada por Jesus nos estimula à prática do bem como
algo firme em nós, mas não pela recompensa. Se formos motivados
pela recompensa, seremos movidos pela ambição, que um dia
também será revelada.
Na prática do bem, não devemos ser motivados pelo medo do
julgamento, mas na prática do mal precisamos ter em mente que
todos seremos julgados.
Contra todas as evidências, o bem que fazemos não é vão no Senhor,
precisamente por ser feito para o Senhor e na força do Senhor
(1Coríntios 15.58).
O roteiro da aprendizagem
O que nos caracteriza é a capacidade de aprender.
Aprender é para todos: para as crianças, para os jovens, para os
idosos. Aprender é para quem sabe pouco, ao dar os primeiros passos
na longa rodovia do conhecimento, e para quem sabe muito, mesmo
depois de elevadas passagens por destacadas casas de pesquisa.
Aprender é para todas as classes sociais e todas as religiões. Aprender
é para todos os ofícios, seja a política palaciana, seja o agronegócio
familiar ou sofisticado.
O que nos distingue é como nos dedicamos a aprender.
Tudo começa com a curiosidade, o desejo de saber o que está
acontecendo, como ocorreu com Moisés, ao ver um arbusto
queimando no fim do horizonte. Tudo continua com o movimento
que damos para não nos contentar com o desconhecimento, para
superar limites e para transformar a realidade.
O que nos dignifica é o que fazemos com o que aprendemos.
Podemos saber por saber. Podemos estudar para ostentar. Podemos
aprender para guerrear. Podemos crescer para nos enriquecer.
Podemos conhecer para nos confundir. Podemos aprender para
fazer melhor, cada vez melhor, a nossa sagrada missão de contribuir
para tornar melhores as vidas dos outros, como a entendeu Moisés
no antigo Egito, e como podemos nos envolver hoje diante das
opressões, distantes e próximas.
Completando a criação
Todos os seres humanos tomam decisões.
Crianças tomam decisões, embora não sejam capazes de avaliar as
consequências do que fazem.
Adultos tomam decisões e sabem que elas têm consequências,
algumas que podem corrigir e adequar e outras que são definitivas
e irreversíveis.
Diante das crianças em sua volta, os adultos oscilam entre
menosprezá-las e lhes superdimensionar a capacidade. Por isto,
alguns jamais levam em conta o desejo delas.
Também por isto, outros deixam-nas expostas a situações de
conflitos, violências e mudanças, como se fossem capazes de suportar
sem sofrer perigosamente a dureza dos golpes recebidos.
Uma criança é inteligente, perspicaz e afetuosa e desenvolverá essas
habilidades se for criada num ambiente santo, saudável e seguro. Ela
não deve ser vista apenas como um ser a se realizar no futuro, mas
como alguém que tem dignidade já na infância. Sua felicidade não
pode ser apenas projetada, mas realizada desde o bercinho que lhe
preparamos.
Uma criança é um ser humano completo e ao mesmo tempo uma
pessoa em formação, logo frágil e dependente.
Quando faz vir ao mundo uma criança, Deus nos diz:
– Cuide.
Quando cuidamos de uma criança, completamos a obra do Criador.
Qual educação?
Lemos e ouvimos que a educação é o maior bem que uma pessoa
e uma sociedade possuem. Concordamos e repetimos que, com
uma boa formação educacional, um individuo e uma nação se
desenvolvem. Batemos palmas para as frases que nos lembram que
carecemos de mais escolas e menos presídios.
De fato, diante de tantos e notáveis avanços científicos e tecnológicos,
concluímos que vale a pena todo esforço educacional porque os
resultados são assombrosos.
No entanto, devemos sair da superfície.
As guerras são decididas por pessoas de alta instrução. A corrupção
é gestada em gabinetes ocupados por pessoas que ostentam elevados
títulos acadêmicos e é protegida por estamentos políticos e jurídicos
com decênios de bancos escolares.
A educação pode instruir para a competição ou para a cooperação,
para a insensibilidade ou para a solidariedade, para a promoção da
justiça ou para a legitimação da maldade.
Precisamos de uma educação que capacita, mas não aliena.
Precisamos de uma educação que combata nosso egoísmo e nos
empurre a trabalhar juntos na promoção da dignidade de todos.
Com todas as letras e números, lutemos pela boa educação, que é
a que valoriza a cooperação, não a competição que elimina, e nos
sensibilize diante das desigualdades, vistas e combatidas como
inaceitáveis.
Cheios de graça
Uma oração antiga, baseada na Bíblia, começa assim:
– Ave, Maria, cheia de graça.
A expressão vem das palavras ditas à futura mãe de Jesus pelo anjo
Gabriel, que a saúda assim, segundo a antiga versão bíblica latina
chamada “Vulgata”:
– Ave, cheia de graça (Lucas 1.28).
A partir desta tradução, a oração tomou a forma conhecida desde
o século 16.
Maria é apresentada como “cheia de graça”, porque o Espírito Santo
a encheu de graça e, a partir daí, tudo aconteceu na vida dela.
Quando a graça lhe foi oferecida, Maria ficou surpresa. A graça é
um evento maravilhoso e transformador em nossas vidas. Devemos
levá-la a sério e não pensar nela apenas como uma coisa recebida ou
um livramento acontecido.
Quando ouviu que Deus contava com ela para compartilhar a graça,
Maria questionou. Deus lhe respondeu. Deus responde às dúvidas
sinceras. A fé não é inimiga da razão. Podemos perguntar.
Quando entendeu a missão que a graça lhe trazia, Maria se
disponibilizou a participar com alegria. Pensando menos em si
mesma e totalmente em Deus, entregou-se para servi-lo, que ainda
hoje precisa de homens e mulheres cheios de graça, a serviço do
amor que Ele deseja que todas as pessoas conheçam.
O mundo precisa de pessoas como Maria. Nós podemos ser
como Maria.
O brilho da esperança
Viemos ao mundo como um projeto de esperança.
Nós podemos ser o que ainda não somos.
Quando nossos projetos são surpreendidos por fatos que nos
deixam sem perspectiva de ser o que queríamos e de fazer o que
imaginávamos, precisamos saber que há boas novidades a nos
esperar. É o que aprendemos com José de Belém, cujo nome não
seria lembrado se não prestasse atenção ao que Deus estava fazendo
com ele e que o levaria muito além do que sonhara. Quando ouviu
o convite para participar de eventos que fariam a esperança habitar
no coração do mundo, ele mesmo se encheu de esperança e passou a
experimentar surpresas seguidas de surpresas. Se Deus é o primeiro
em nosso coração, podemos contribuir para que todas as coisas,
mesmo as ruins, sejam transformadas em coisas boas.
Quando o nosso corpo nos decepciona e a nossa mente não
funciona, precisamos permitir que a esperança nos pegue pela
mão e nos leve. É o que aprendemos com os pastores dos campos
de Belém. Eles tocavam suas vidas sem nenhum brilho até virem
a luz de Deus e escutarem a voz dos emissários de Deus, que os
convidava à vida. Eles se deixaram tomar pela esperança e foram
ao encontro da vida plena. E eles a encontraram quando viram
Jesus no berço de madeira ao lado da mãe. Se queremos viver com
esperança, precisamos ir a Jesus.
Obrigado, mestre
Ano após ano dizemos os mesmos lugares-comuns.
Precisamos valorizar o trabalho de nossos professores.
Dos professores depende o futuro do país.
Todos concordamos, mas os salários continuam indignos,
praticamente em todos os níveis e segmentos.
No Dia do Mestre deste ano, prometemos que os professores serão
valorizados e respeitados.
No próximo Dia do Mestre, prometeremos que os professores serão
respeitados e valorizados.
Faltam recursos para uma remuneração decente para eles, recursos
que sobram em outras areas cujas missões têm efêmero efeito.
Então, no Dia do Mestre de hoje, vamos levantar as velhas bandeiras,
para só baixá-las quando não forem mais necessárias.
Enquanto isto, nós, pais, vamos falar aos nossos filhos do valor dos
seus professores e pedir que aprendam com eles.
Enquanto isto, nós, filhos, vamos tratar nossos professores com
respeito e carinho; vamos honrar também aqueles que um dia nos
ensinaram e nos ajudaram a ser o que nós somos.
Vamos manifestar de forma concreta os nossos desejos. Talvez os
professores mortos possam receber um poema ou uma crônica.
Talvez os professores vivos possam receber um presente: um bolo de
chocolate, uma faixa em frente à sua casa, um livro, um telefonema
desinteressado, um abraço afetuoso.
A identidade do outro
Quem é o outro?
O amargurado dirá: “O outro é alguém de quem devo me distanciar,
pelo trabalho que a proximidade pode trazer”.
O desiludido dirá: “O outro é alguém que espera algo de mim”.
O egoísta dirá: “O outro é alguém que pode me ajudar”.
O fanático dirá: “O outro é alguém que tem que ser convertido”.
O indiferente dirá: “O outro? Não sei quem é!!”
O interesseiro dirá: “O outro é alguém a quem eu posso vender”.
O ladrão dirá: “O outro é alguém de quem posso tirar”.
O político dirá: “O outro é alguém que vota em mim”.
O amigo dirá: “O outro é alguém com quem eu posso caminhar”.
O bondoso dirá: “O outro é alguém com quem posso compartilhar
o que recebi”.
O companheiro dirá: “O outro é alguém que come comigo na
mesma mesa”.
O fraterno dirá: “O outro é aquele que eu posso abraçar, mesmo que
não o conheça”.
O fiel a Deus dirá: “O outro é alguém que Deus me envia para
seguirmos juntos”.
O humilde dirá: “O outro é alguém igual a mim”.
O idealista dirá: “O outro é alguém com quem construirei um
mundo melhor”.
O solidário dirá: “O outro é alguém a quem eu posso ajudar”.
Abaixo o bullying
Sempre existiu a prática do bullying. As vítimas sofriam caladas ou
choravam escondidas.
Sempre os colegas debocharam por que tinham um traço físico
diferente ou falavam com alguma dificuldade. As vítimas ou se
recolhiam ou agrediam.
Entre as vítimas, algumas simplesmente não se importavam e até
brincavam juntas.
Entre os algozes, alguns não tinham a intenção de ferir, mas feriam.
O bullying não é feito só de brincadeiras, mas de ameaças discretas e
agressões concretas. Nestes casos, a maldade se escancara.
O sofrimento das vítimas despertou a consciência coletiva para o
mal que as brincadeiras aparentemente inocentes e as crueldades
claras podem fazer.
Todos agora sabemos bem claramente que as pessoas são diferentes.
Umas resistem às pressões, mas outras sucumbem diante delas.
Podemos e devemos brincar uns com os outros, mas precisamos
avaliar o impacto que nossas palavras e nossos gestos causam. O
melhor método é nos colocarmos no lugar do outro. Gostaríamos de
ser chamados por um traço do nosso corpo ou preferimos ser vistos
pelo nosso nome? Nossa brincadeira diminui o outro?
O critério é o respeito que o nosso colega ou amigo merece em sua
dignidade inquestionável.
O cuidado é para que o modo como tratamos o outro não contribua
para espalhar o preconceito seja de que tipo for.
Celebre
Que diremos a uma pessoa que vai completar 70 anos?
Devemos oferecer-lhe um único conselho:
– Comemore, comemore bastante! Celebre! Celebre!
É um privilégio fazer aniversário. É prova de que sobrevivemos e
que gozamos de uma saúde que ainda nos permite nos alegrar.
A Bíblia nos lembra que a vida é sombra passageira (Salmo 144.4).
Diz-nos ainda: “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã!
Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um
pouco de tempo e depois se dissipa” (Tiago 4.14).
Celebre!
Celebrar é um estilo de vida. O outro é lamuriar-se, reclamar,
queixar-se, simplesmente deixar a vida passar, como se ela não fosse
um dom de Deus.
Já que “o coração alegre aformoseia o rosto” (Provérbios 15.13),
celebre!
Fez 15 anos, celebre; fez 20 anos, celebre; fez 30 anos, celebre; fez 60
anos, celebre.
Fez 1 ano de casado, celebre; fez 25 anos de casado, celebre; fez 50
anos de casado, celebre.
Fez 5 anos de formado, celebre; nasceu-lhe um filho, celebre; seu
filho passou num concurso, celebre; encontrou um emprego melhor,
celebre; leu um livro legal, celebre; viu um filme formidável, celebre;
fez uma linda viagem, celebre.
Como você não sabe o dia de amanhã, celebre o de hoje, em tudo
dando graças (1Tessalonicenses 5.18).
Educando o futuro
O conhecimento do futuro é algo tão desejado que as pessoas
são capazes de pagar por ele, embora o resultado vendido seja
sempre falso.
Nem a meteorologia, que tem alcançado notáveis competências
para a curta duração, acerta todas as suas previsões.
Ações corretas hoje não garantem resultados bons depois, embora
quase sempre gestos insensatos hoje tragam prejuízos certos amanhã.
Se gestos corretos hoje não garantem resultados bons amanhã, por
que agir bem agora? A melhor resposta é que as ações insensatas de
hoje jamais gerarão resultados bons no futuro.
Mantida a incerteza, diante dos fatores ruins a interferir em nossa
história, nossa mais sábia decisão é nos empenhar pelo futuro,
começando por conhecer o presente, por meio do estudo. Nenhuma
oportunidade de aprender pode ser desprezada. A diversão pode
esperar; a dedicação ao estudo, não. Aquilo que aprendemos hoje,
mesmo que aparentemente inútil, poderá nos valer muito amanhã.
Não podemos saber as consequências do que fazemos, mas podemos
ter certeza que, fazendo bem o que nos vem às mãos, gostemos ou
não, nosso capricho não será em vão. Tem sempre alguém vendo o
nosso esforço. E, se não houver, é saboroso mostrar a nós mesmos do
que somos capazes.
O encontro
A oração é a linguagem da alma. Por isto, não é o território dos
lugares-comuns, das frases feitas, das palavras previsíveis, das
sequências bem ordenadas, da razão no comando dos desejos, das
vozes impostadas.
A oração é o espaço do encontro do homem com Deus. Quando
oramos, ficamos entusiasmados porque podemos orar e Deus nos
ouve. Nós, os pecadores, nos encontramos com o Deus Santo, Santo,
Santo e sobrevivemos e ficamos ainda melhores. O encontro é
maravilhoso e temos que ficar maravilhados.
A oração é o quarto do desnudamento. Deus nos vem como Ele
é e nós nos vamos a Ele como nós somos. Ele não disfarça e nós
não precisamos disfarçar. Não precisamos procurar palavras. Não
precisamos impostar a voz. Não há críticos para nos julgar: somos
só nós e Ele.
A oração é como se fosse o aceno final que um náufrago consegue
dar para pedir socorro, o último som de quem espera perdido na
floresta imensa, o derradeiro grito que a vítima de um incêndio pode
dar para chamar por socorro no alto do prédio que arde em chamas.
A oração é a atmosfera onde o desejo humano se sente livre para se
expressar diante de Deus.
A oração é um convite a uma vida de profundidade.
As pessoas superficiais não oram.
É na profundidade que se ora.
É na profundidade que se vive.
O convite da fonte
Se queremos famílias saudáveis, precisamos buscar a Deus como
a fonte dos nossos valores, como a força em nossas lutas, como a
garantia de nossas vitórias.
Se O convidarmos para habitar em nossas casas, não desistiremos
mesmo quando as dificuldades parecerem insuperáveis, seja o
desvio de um filho ou de um cônjuge. Seremos capacitados por Ele a
continuar amando e insistindo na vida familiar. Se as feridas abertas
em nós precisarem ser fechadas por meio do perdão, Ele nos dará
força para perdoar. Se nós tivermos sido os agentes das feridas, Ele
nos dará coragem para pedir perdão e aguardar.
Se O convidarmos para passear por nossas mesas de alegria, não
desistiremos mesmo quando a tragédia se abater sobre as nossas
casas, seja pela escassez de saúde ou de dinheiro, seja pela morte
prevista ou surpreendente.
Se O convidarmos para ocupar todos os cômodos de nossa família,
não desistiremos de educar nossos filhos para a profissão, para a
vida, para a aprendizagem dos valores eternos. Com Ele conosco,
cultivaremos sempre o sentido da missão, seja o sentido intrínseco,
que é o bem estar da família, seja o sentido extrínseco, que é o bem
estar do mundo.
Se O convidarmos para selar nossos compromissos, haverá paz em
nossa família e a paz da família é a paz da cidade e da sociedade.
De mãos dadas
Todas as vezes em que a aflição o ameaçar, leia a seguinte frase da
Bíblia:
“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa
salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir.
(Isaías 59.1)
Ouvir é um privilégio
Ouvir as pessoas é um privilégio.
Quando ouvimos as pessoas, passamos a fazer parte de suas histórias.
Antes, elas nos pareciam distantes, tímidas, arrogantes, insípidas ou
equilibradas, seguras, vibrantes.
Há algo comum entre elas: elas falam. Elas também choram.
As suas lágrimas fazem que marejem também os nossos olhos e
caiam os estereótipos que lhes pusemos. Nessas horas, os distantes se
aproximam, os tímidos se abrem, os arrogantes tremem, os insípidos
brilham; os equilibrados se contorcem, os seguros duvidam, os
vibrantes se calam.
Quando paramos para ouvir as pessoas, transformações acontecem
diante dos nossos ouvidos.
Quando ouvimos as pessoas, elas se sentem seguras diante nós.
Não imaginavam falar, mas falam. Contam segredos que sempre
estiveram guardados. Mágoas afloram. Medos aparecem. Projetos
são revelados. Desejos são compartilhados.
Quando nos encontramos e deixamos que ideias sejam anunciadas
e dores sejam manifestas, as nuvens mudam de cor, as lágrimas são
trocadas por sorrisos (mesmo que ainda discretos), luzes se acendem
no fundo do futuro.
Quem ouve o outro aceita o outro. Quem ouve o outro é aceito
pelo outro. Ouvir faz surgir uma comunidade onde antes havia
apenas solidão.
Ouvir é um privilégio.
A presença da alegria
Não damos graças a Deus para merecer mais e mais esperar receber.
Não damos graças a Deus para mostrar que somos justos e nos
lembramos dele com prazer.
Não damos graças a Deus para publicar que somos sensíveis em
nosso proceder.
Não damos graças a Deus para que os outros vejam que diante do
que Ele faz por nós somos capazes de reconhecer.
Não damos graças a Deus para termos a oportunidade de organizar
uma festa para a diversão.
Não damos graças a Deus para desfilar com roupas novas na celebração.
Não damos graças a Deus para dizer que não temos nenhuma aflição.
Os deformados
Quem agride uma pessoa tem muito mais que línguas ferinas,
músculos fortes ou armas potentes.
Quem agride uma pessoa tem uma visão deformada de si mesmo
e do outro.
O agressor se acha superior, logo, justificado em seu impulso
de liquidar o inferior, quando, na verdade, o inferior é ele, ao não
admitir um pensamento diferente do seu.
O agressor se acha forte e, logo, comissionado para eliminar o
mais fraco, quando, na realidade, o fraco é ele, que não tolera ser
questionado.
O agressor se acha puro e, logo, não quer ver misturada a cor de
sua pele, que acha que faz dele alguém melhor; contestada a sua
ideologia, que vê como sendo a única a ser seguida; paralisado o seu
projeto, que considera o melhor para os outros, e minimizada a sua
força, que exibe como poderosa.
O agressor agride porque aprendeu, em casa ou na rua, que sua
vontade tem que prevalecer.
O agressor agride porque sente prazer em dominar, seja um pobre
em sua dependência, seja uma criança em sua inocência, seja uma
mulher em sua paciência.
O agressor agride porque, tendo apanhado de um forte, a quem
não consegue enfrentar, quer se vingar em um fraco, que não lhe
consegue resistir.
O agressor calaria sua boca, guardaria sua força e deporia suas armas,
se reconhecesse que os seres humanos são absolutamente iguais.
O prazer da generosidade
Temos feito com que o nosso dinheiro seja um instrumento para o
exercício da generosidade?
Há muitas necessidades e poucos contribuintes.
Seja generoso para com a causa de Deus no mundo, causa da justiça,
causa da igualdade, causa da paz, causa do evangelho.
Escolha uma organização para contribuir.
Se participa de uma igreja, priorize-a. Ponha como uma meta ser
generoso por meio da igreja. Se tem falhado, proponha em seu
coração participar constantemente. Esqueça o passado. Contribua
daqui para a frente, com prazer e honestidade (Provérbios 3.9-10).
Se contribui para Deus por meio da igreja, vigie o seu uso. Confira
se a igreja o está usando efetivamente como dinheiro de Deus.
Sejamos generosos para com os amigos e irmãos, dando-lhes
presentes ou ajudando-os na hora da dificuldade. É nisto que
conhecemos o amor (1João 3.16-17).
Ao dar presentes, não espere reciprocidade, porque será ação sem
valor. Presenteie como forma de amar, não de comprar.
Ao ajudar alguém, parente, amigo ou irmão em Cristo, não se deixe
explorar, mas não permita que o medo de ser explorado faça de você
uma pessoa sovina, porque, segundo a Bíblia, aquele que pode fazer
o bem e não o faz comete pecado (Tiago 4.17).
O grande convite
O roteiro não muda.
Deus toma a iniciativa.
Pouco antes de apresentar os Dez Mandamentos ao povo de Israel
no passado, Ele mostra como age:
Por nos amar, Deus faz acontecer o que não conseguimos: Ele
nos faz voar. Ele nos faz voar sobre oceanos invencíveis, sobre
desertos inacessíveis, sobre muralhas intangíveis, sobre precipícios
intransponíveis, até que alcancemos e habitemos lugares seguros.
Por nos amar, Deus propõe um acordo e nos convida para registrá-lo
perante testemunhas, esperando que leiamos, concordemos e assinemos.
Se formos sábios, leremos, concordaremos e assinaremos o pacto.
Se quisermos ser completos, seremos fiéis ao que prometemos.
O contrato inclui compromissos mútuos. Deus faz a sua parte: a
cada manhã, Ele o renova para conosco, ao nos dar mais um dia para
viver e voar.
A cada manhã, podemos renovar ou não o acordo, e nós o faremos,
se prestarmos atenção ao que Deus faz, interessados tanto nas
promessas da aliança quanto nos cuidados nela contidos.
A verdadeira liberdade consiste em seguirmos os compromissos que
assumimos, compromissos que requerem conhecimento, coragem,
coerência e constância.
Os verdadeiros campeões
Todos queremos ser campeões.
Nem que o gol da vitória seja com um pênalti que não foi cometido.
Nem que o gol do triunfo tenha sido marcado com uma mão, o que
é proibido.
Para ser campeão, a ética é desvalorizada e o engano é logo esquecido.
Na disputa de um título, o “fairplay” (jogo limpo) não é requerido.
Dignidades
O voluntariado começa na nossa mente.
Precisamos saber que, quando ensinamos, aprendemos. Aprendemos
porque nos dispomos a aprender.
Quando damos, recebemos. Recebemos não por causa de uma
inexistente lei do retorno, mas porque descobrimos o quanto nossos
gestos têm valor. Na verdade, percebemos que nós temos valor.
Quando inspiramos os outros, ficamos inspirados a fazer melhor e
a ser melhores.
Quando ajudamos, nós nos juntamos ao coro dos que querem mudar
o mundo e não apenas discursar sobre mudanças. Discursamos
contra a injustiça e fazemos algo a favor da justiça. Fazemos algo que
não vai acabar com a desigualdade, mas vai torná-la menor.
Quando servimos ao próximo, nosso impulso é a gratidão. Temos
recebido tanto que podemos devolver um pouco. Não esperamos
gratidão, nem somos movidos por aplausos ou apertos de mão. Se
fazemos o bem à espera de reconhecimento, não fazemos o bem. Se
fazemos o bem para merecer prêmios na terra ou no céu, não os
merecemos.
Entre tantos bons motivos para nos tornarmos voluntários, um é
reconhecer a dignidade do outro. Nós somos dignos. Os outros são
dignos. Não queremos que a nossa dignidade seja arranhada. Não
queremos que a dignidade do outro seja negada.
Presença e comunhão
O cronista bíblico faz uma síntese de como era a vida do povo
hebreu, ao deixar o Egito de trabalhos forçados para a livre Canaã
onde cultivaria suas próprias terras, nos seguintes termos:
1- Não te compararás.
Tu és uma pessoa única. Não tens que ser o que os outros parecem
ser. Não tens que ter o que os outros têm ou dizem ter.
Deus disse ao profeta Jeremias que ele era singular:
– Eu o conheci antes de formá-lo no ventre de sua mãe; antes de
você nascer, eu o separei
e o nomeei para ser meu profeta às nações. (Jeremias 1.5)
O que disse a Jeremias, Deus te diz. A única diferença é que tua
missão é específica.
5 - Não procrastinarás.
Tu sabes o que acontece quando deixamos para amanhã o que não
pode ser adiado: o dia passa, e nada acontece; a semana passa, e nada
acontece; o mês passa, e nada acontece; o ano passa, e nada acontece;
a vida passa, e nada acontece.
Medita na profunda sabedoria divina:
– Quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom
nunca plantará, nem colherá nada (Eclesiastes 11.4)
O que precisa ser feito hoje deve ser feito hoje.
As tarefas do Natal
Temos algumas tarefas para todos os dias.
Precisamos Estudar o Natal de Jesus. A história ocupa poucos
capítulos da Bíblia nos livros de Mateus e Lucas. Embora sejam
breves, as narrativas da Natividade são precisas e claras. Devemos
nos deter em cada momento contado, captá-lo detalhadamente e
complementá-lo com outras leituras sobre cada cidade mencionada,
sobre o nascimento e a infância naquela época e sobre as personagens
que marcam a história registrada.
Precisamos Explicar o Natal de Jesus. Devemos refletir sobre
o processo pelo qual Deus se tornou gente, o papel essencial
desempenhado por Maria e José, a veracidade do censo que levou o
casal a Belém e o movimento dos astros celestes. O Natal nos inspira
a crer e nos desafia a compreender.
Precisamos Espalhar o Natal de Jesus. Esta história não pode se
perder nas lindas celebrações e nem mesmos nos belos gestos de
solidariedade que propõe. O brilho da estação não pode ofuscar a
glória daquele que entre nós viveu. A alegria desses dias não pode
soterrar a manjedoura. Temos que falar pelas montanhas que o
Messias nasceu.
Precisamos Espelhar o Natal de Jesus. Nossas vidas devem traduzir
que, como os pastores, fomos a Belém além do horizonte. Em nossos
relacionamentos, como novos magos, devemos ser ouro, incenso e
mirra para o próximo e o distante.
Mas: por que nos acontecem certas coisas? Por que nossos familiares
não trilham o mesmo caminho por onde vamos? Por que os
casamentos terminam? Por que as doenças consomem os corpos? Por
que crianças dormem nas ruas? O legalismo responde: tudo tem uma
explicação; coisas ruins acontecem porque alguém errou e precisa ser
punido; desista de lutar por seu filho ou por seu cônjuge ou por seu
pai, porque pau que nasce torto nunca se endireita; quem sofre fez
alguma coisa por merecer; faça a sua parte, que tudo conspirará a seu
favor. No legalismo, violência se responde com violência.
A graça sussurra que todos somos responsáveis por nossos atos e
o melhor deles é aceitar a graça, que é oferecida de graça para ser
recebida como graça, não como força e pela força; podemos ser
acometidos de doenças e decepções, mas não estamos sozinhos:
Jesus, que era justo, está conosco (Mateus 28.20) para tornar nossa
caminhada mais suave e segura, não porque mereçamos mas porque
precisamos. [CONTINUA em 16 de Dezembro]
A singularidade da Bíblia
Que livro é este que, escrito em épocas diferentes e por pessoas
diferentes e em lugares diferentes, não se contradiz?
Que livro é este que, produzido em tempos tão distantes, oferece
informações que permanecem tão atuais como as folhas dos jornais
que vão circular amanhã?
Que livro é este cujos ensinos nos mostram quem somos e
nos apontam para o que podemos ser, como se fosse preparado
exclusivamente para cada um de nós?
Que livro é este cujas páginas exalam promessas de vida que se
cumprem linha por linha?
Que livro é este que nos dá a triste notícia de que somos pecadores
– e por isto o mundo é o que nossos olhos veem e os noticiários
mostram – mas nos descortina a boa nova que a graça de Deus nos
livra do poder do nosso pecado?
Que livro é este que podemos ler como uma declaração de amor que
Deus nos faz, amor que nos convida à fé para receber a graça e que
instila em nossa mente a esperança para a alegria de viver?
Este livro é a Bíblia, a santa Bíblia, a Bíblia sagrada, as Escrituras
sagradas, o livro inspirado por Deus, o livro iluminado, o qual
precisamos afirmar e reafirmar como sendo singular, e então amar,
ler e seguir, admirar, compreender e refletir, para que possa nos
orientar, erguer e corrigir, salvar, suster e instruir.
Oração de criança
A menina de três anos ficou muito feliz quando a mãe lhe disse que
iriam montar a árvore de Natal. Ao final do dia, como era o belo
costume em casa, a mãe chamou a filha para a oração, começando-a
com gratidão.
– Deus querido, obrigada por este dia...
Antes que a mãe continuasse, a menininha, de mente afiada, abriu
os olhos e interrompeu a prece:
– Não, mamãe, não é assim.
E completou:
– Deus querido, muito obrigado porque a gente montou o nosso
Natal e ele ficou muito lindo!
A mãe, que sempre ensinou que uma oração deve ser objetiva e
específica, nunca vaga e genérica, viu a beleza e o valor da oração
em família.
Também ficou claro para ela o ensino de Jesus, quando nos lembra
que as crianças são capazes de orar perfeitamente (Mateus 21.15). A
mãe também se sentiu confortável em aprender com sua filhinha e
recompensada por lhe estimular a se comunicar com Deus.
A fé é um sentimento a se compartilhar.
Os adultos podem aprender com as crianças como orar,
especialmente porque elas sabem confiar.
Com os adultos, especialmente com os seus pais, as crianças podem
aprender que elas são carinhosamente amadas por Deus.
Quando compartilhamos nossa fé uns com os outros, ela se torna
mais profunda e nós nos tornamos mais fortes.
Elogio ao otimismo
É ótimo ser otimista.
O otimismo é de grande valor quando nos traz vigor para mais um
dia de trabalho.
O otimismo é ótimo quando nos fortalece na hora da dificuldade.
O otimismo é positivo quando nos ajuda a ver nossas próprias
qualidades.
O otimismo é magnífico quando nos empurra responsavelmente
para frente.
É péssimo ser otimista se o otimismo é daqueles que nos inoculam
uma visão apenas rósea de vida, porque, afinal, nem sempre o céu é
de brigadeiro. As coisas não vão dar certo só porque achamos que
vão dar certo.
É péssimo ser otimista se o otimismo nos impede de enxergar a
realidade dos obstáculos.
É péssimo ser otimista quando nos desvia do trabalho sério.
Como podemos ser contrários ao otimismo, se é ele que nos expulsa
da cama todos os dias?
Como podemos desprezar o otimismo, se é com ele que traçamos planos?
Como podemos deixar de lado o otimismo, se ele é como um
trampolim para novos saltos?
Como podemos nos fechar para o otimismo, se ele nos faz ver
além da curva?
Bem-vindo o otimismo que nos faz pensar nossas vidas a médio e
longo prazos!
Bem-vindo o otimismo que, sabendo que o fácil não existe, nos
anima para seguir pelo caminho menos trilhado!
Bem-vindo o otimismo que faz nossos olhos brilharem.
Planeje o Natal
Encerradas as ações e celebrações natalinas, ficamos com a sensação
de que tudo aconteceu como desejávamos ou, diferentemente,
concluímos que poderíamos ter feito diferente.
Mesmo que tenhamos gostado do que imaginamos, podemos fazer
melhor.
Se tudo correr bem, dentro de 12 meses viveremos as mesmas
sensações, feitas de expectativas, correrias, reuniões, trocas de
presentes, amigos-ocultos, cantatas, abraços e generosidades. Então,
devemos projetar agora o que desejamos para o próximo ano.
Nossa primeira tarefa é definir bem o que queremos.
Queremos levar a notícia do Natal a presídios, hospitais ou
comunidades pobres?
Queremos perfumar o lugar onde vivemos ou trabalhamos com a
mensagem da maravilhosa graça de Jesus?
Queremos presentear pessoas que não nos vão retribuir com coisas?
Queremos promover um evento musical ou teatral impactante?
Queremos levar órfãos ou idosos para passarem parte da estação
das festas conosco?
Se queremos, temos que começar agora, planejando nossas ações.
Depois, precisaremos ficar atentos ao calendário, cuja velocidade
bem conhecemos. Não precisamos deixar para a última hora e
improvisar o que não deve ser improvisado.
Nosso próximo Natal pode ser diferente. O Natal de muitas pessoas
pode ser diferente, a partir de nós.
Histórias a lembrar
Das histórias de Natal uma pode ser escolhida,
Entre as poucas que nos foram relatadas,
Sim, porque os silêncios também contêm histórias,
Que poderão apenas ser imaginadas,
Porque guardadas em tantas memórias
Das testemunhas que as mantiveram fechadas:
Que mais se lembrou Isabel de Maria
Depois do encontro emocionado de duas grávidas?
Que sons além dos primeiros cada pastor ouviria
Ao longo de suas vidas por justiça ávidas?
Como foi a viagem que José fez com sua querida,
Que cuidados mais precisou ao longo das estradas
Até Belém cheia e onde finalmente se registraria?
O que de fato Maria guardou no coração
Como segredos sublimes que nunca revelaria?
De onde vinha cada mago com seu presente,
Quanto tempo durou a viagem desde o oriente?
Como foi a reunião no gabinete de Jerusalém
Que decidiu que “rei só Herodes e mais ninguém”?
Qual destas histórias nos faz chorar:
A do anjo que entrega direito o divino recado,
A da mocinha que se mostra pronta para cooperar,
A do rei que nasce num berço improvisado,
A da misteriosa estrela que parece dançar?
Qual história escolheremos, para nelas meditar,
Para que nossas vidas continuem a encantar?
Como receberemos o presente que Deus nos veio dar?
Como iremos tanta ternura com os outros compartilhar?
O espírito do Natal
Os anúncios falam do “espírito do Natal”, esse sentimento que nos
torna, em dezembro, mais generosos e mais solidários.
Têm razão os anúncios: por causa do “espírito do Natal”,
encontramos tempo para estar com familiares e amigos, esquecidos
pelas outras 51 semanas do ano.
Por causa do “espírito do Natal”, vemos, por uns dias, o deitado
no chão, o andarilho da estrada, o menino descalço, a quem damos
roupas, alimentos, brinquedos e até mesmo rápidos ou ternos
olhares.
Por causa do “espírito do Natal”, refletimos sobre o ritmo de nossas
vidas e chegamos a concluir que precisamos tirar o pé do acelerador,
mesmo que seja meditação-relâmpago e logo voltemos ao padrão
de sempre.
Uma pergunta, que gera outras, não pode ser calada: se somos
capazes, na estação do Natal, de separar tempo para estar com
irmãos e amigos, por que não pode ser Natal o ano todo ou uma vez
por semana pelo menos?
Se somos capazes de, uma vez por ano, olhar para os necessitados e
fazer um gesto que lhes supra as necessidades, por que não podemos
nos envolver em ações que tragam soluções mais duradouras?
Se somos capazes de viver e pensar, por que vivemos sem pensar em
nós mesmos?
Seremos capazes se o “espírito do Natal” for o amor por Jesus
habitando permanentemente em nós.
Jesus radical
A vinda de Jesus foi uma ruptura radical.
Ao seu tempo, a vida política era governada por Roma, mas ele
não fez aliança com o Império. Quando ameaçado de morte por
um representante do governo romano, mandou-lhe um enigmático
recado, de quem não contemporizava: “Vão dizer àquela raposa:
`Expulsarei demônios e curarei o povo hoje e amanhã, e no terceiro
dia estarei pronto’” (Lucas 13.32).
O roteiro de sua vida não era dado pelos dirigentes da época, por
mais poderosos que se achassem. Ele não era pano novo em tecido
velho.
Quando foi interrogado por um representante do Império, ficou
em silêncio, num gesto de ruptura entre o seu reino, totalmente
espiritual, e o império vigente, totalmente baseado na força. Ele
não procurou salvar a sua própria pele. Ele não era pano novo em
tecido velho.
Se quisesse vencer nos termos humanos, teria que se compor com
os partidos políticos e religiosos de sua época. Teria que se compor
com os governantes, pregando, ensinando e curando nos palácios,
fechando os olhos para a imoralidade, a hipocrisia e a corrupção
dos palácios; se o fizesse. No entanto, ele preferiu seguir como um
andarilho que não tinha cama certa para dormir. Ele não era pano
novo em tecido velho.
Receber e compartilhar
Imaginemos uma caixa d’água.
Sua função é receber e distribuir água. Para que continue sua tarefa,
precisa receber mais água que distribui. Esta água passa por um
processo para evitar que impurezas cheguem até o reservatório. Além
disso, uma boia controla a entrada, para que a água não transborde.
A distribuição depende das necessidades a que atende.
Como uma caixa d’água, nossa vida precisa receber um fluxo
constante de alegrias realizadoras, amizades companheiras, certezas
inspiradoras e esperanças verdadeiras.
Temos que cuidar para que entrem em quantidade suficiente para
atender à demanda da distribuição.
Para que os nossos problemas não estanquem ou não contaminem
nossa alegria, nosso companheirismo, nossa confiança e nossa
coragem, precisamos fazer o que fazemos com um sentido tão
apaixonado de missão que não perderemos tempo fazendo coisas
que não ampliem nossa vontade de viver; precisamos ter amizades
que não se movam pela satisfação de interesses pessoais; precisamos
manter uma prática sistematizada e prazerosa de comunhão com
Deus através da leitura da Bíblia e da oração; precisamos olhar
sempre para o nosso Deus como a fonte da nossa esperança.
A rota da realização
Quando há algo a ser realizado, corremos o risco de nunca o
alcançar.
Na rota da realização temos que tomar alguns cuidados.
O primeiro é pedir a Deus que nos dê clareza, coragem, competência
e que seja nosso companheiro na jornada.
O segundo é compreender claramente o que precisamos fazer. Se for
fazer uma viagem, tem que ficar claro o destino. Se for escrever um
livro, são páginas em branco que nos esperam, não um palco. Se for
deixar um vício, deve nos motivar o prejuízo que nos está causando.
O passo da compreensão inclui a clareza quanto ao preço a ser
pago. Alcançar um objetivo demanda sacrifícios profundos, os
quais decidimos que faremos por serem necessários para a vida
nova pretendida.
O passo seguinte é redefinir nossa agenda diária. Temos que
reorganizar a nossa vida, para que a prioridade saia das nuvens do
desejo e pise na terra batida dos acontecimentos. Se tivermos que
acordar mais cedo, dormiremos menos tarde. Se tivermos que largar
alguma rotina, abandonaremos. Precisamos marcar a data e os
horários em que começaremos e continuaremos a alcançar o nosso
objetivo.
Um bom cuidado é compartilhar o que pretendemos fazer. Ao
comunicar nosso sonho, ele não será apenas nosso. Teremos
alguém para nos cobrar, ajudar e até mesmo seguir conosco pela
aventura de viver.
Em casa
Podemos nos sentir bem onde o pé pomos,
Mas é em casa que nos sentimos em casa,
Para ser quem somos, para ser como somos.
Podemos ouvir que temos valor,
Mas é em casa que somos lembrados
Quem somos: até o fim amados,
Nessa jornada que não cessa de correr
E da qual não podemos nos esconder.
Podemos encontrar em muitas casas diversão,
Mas é em casa que podemos abrir nosso coração
Para decididamente desejar, imaginar, projetar,
Para humildemente nossas frustrações contar,
Acolhidamente nossos fracassos chorar,
Os pedaços que de nós sobraram juntar.
Podemos nos afeiçoar a outras pessoas,
Mas é em casa que está nossa família,
Mas é em casa que temos um pai,
Como o da parábola a nos esperar,
Uma mãe, como a de Jesus, pronta
Para nossos segredos guardar,
Um irmão para nos dar a fraterna mão,
Um filho para amar com especial paixão.
Em casa nunca estaremos sozinhos numa ilha
Esculpida pelas pedras da solidão.
Nunca deveríamos abandonar a nossa casa.
Precisamos dela. Ela precisa de nós. Juntos, ela é. Juntos, nós somos.
Nela somos melhores.
Com ela o mundo pode ser melhor.
Cada instante
Será uma prece
De gratidão
De quem não merece
Sequer o pão
Que será comido como presente,
Como dádiva.
O trabalho, leve ou pesado,
Será pensado
Como suor
Que verte
Para o chão
E também sobe a Ti como oração
Contente
Para que cada hora esteja ávida
De mais comunhão
Com os conhecidos,
Com os desconhecidos,
Com os que que vivem a esmo,
Com os que reconhecem o dia como teu dom,
Oh nosso Autor
E de toda Criação.
(Salmo 118.24)
www.itacuruca.org.br
7 de JANEIRO
O Convite do Rei (Salmo 23.5)
ENCONTRO: Se você fosse rei, qual seria seu primeiro decreto?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 23, ressaltando os momentos que
Deus tem preparado para nós.
PERGUNTAS:
Pensando na história de Mefibosete,
1. De que forma você tem se preocupado em repassar as
bondades que tem recebido de Deus e de outras pessoas?
2. Em que áreas é possível que você aceite o convite de mudança a
ser mais gracioso?
3. Que transformações a mudança que Deus provocou em sua
vida puderam ser percebidas na vida das pessoas que o cercam?
EVANGELISMO: Pensando no impacto prático que o evangelho
deve ter em nossas vidas, desafie o grupo a pensar de que formas
isso pode ser demonstrado aos seus amigos durante a próxima
semana.
21 de JANEIRO
Coisas ruins são para todos (2Reis 4.1-7)
ENCONTRO: Quando você era criança, qual era o pior castigo que
seus pais poderiam lhe dar?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 37.1-8 e orem pedindo sabedoria a
Deus para que não invejemos o mal.
PERGUNTAS:
1. De que forma você acredita que as pessoas deveriam ser
punidas pelos seus erros?
2. Como você acha que deve ser punido pelos seus erros?
3. Tem havido espaço para o perdão e para a graça de Deus em
sua vida?
4. Como podemos viver em paz com Deus e não nos
compararmos com os demais?
28 de JANEIRO
Um poeta em sua depressão (Salmo 88)
ENCONTRO: Alguma notícia esta semana foi comovente para
você?
EXALTAÇÃO: Leia Salmo 121, atentando para o acompanhamento
de Deus em nossas vidas.
PERGUNTAS:
1. O quanto o sofrimento alheio é importante para você? Você
tende a superestimar ou subestimar o sentimento do outro?
2. Qual tem sido sua experiência com Deus em momentos de
tristeza?
3. Como cristãos, como você acredita que deveria ser nosso
comportamento mediante a tristeza do outro?
4. De que maneira podemos demonstrar o amor de Deus para
alguém com algum problema emocional?
EVANGELISMO: Desafie o grupo a continuar orando por seus
amigos, falando da importância de que o amor de Deus também é
feito de ações.
4 de FEVEREIRO
A cabana (Salmo 23.4)
ENCONTRO: Você sentiu medo de alguma coisa na semana que
passou?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 3 e salientem a proteção constante
de Deus para conosco. Faça duplas de oração para agradecer a
proteção e cuidado de Deus.
PERGUNTAS:
1. De que forma você tem percebido o socorro de Deus em sua
vida?
11 de FEVEREIRO
A bateria da vida (João 15.1-4)
ENCONTRO: Atualmente, o que tira a sua energia?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 5 e destaquem o verso 11. Peça que
cada um cite uma alegria vivida na semana que passou. Depois
orem em frases, agradecendo a Deus por ser a fonte da nossa
alegria.
PERGUNTAS:
1. De que forma podemos alimentar os bons pensamentos?
2. Como alimentar o amor ao próximo?
3. Nossa energia é própria? (Justifique sua resposta.)
4. O que fazer para produzirmos bons frutos?
EVANGELISMO: Divida em duplas, e peça que cada um ore
pelos amigos do outro, pedindo a Deus oportunidades para que a
mensagem de Cristo seja compartilhada.
18 de FEVEREIRO
Para onde vamos (Hebreus 6.19)
ENCONTRO: Compartilhe um dos desafios de sua vida, que
precisam ser conquistados.
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 8 e destaquem no texto as grandezas
do nosso Deus. Depois exaltem o nosso Deus que tem todo o poder.
PERGUNTAS:
1. Quais as características de quem sabe para onde vai?
2. O que pode nos levar a valorizar as coisas que temos, sem nos
preocuparmos com as que não temos?
3. De que forma podemos alimentar a nossa esperança?
4. De que modo podemos ajudar os que não sabem para onde
vão?
EVANGELISMO: Ouça os pedidos de oração. Ministre a cada um.
Ore pelos que não tem esperança.
25 de FEVEREIRO
Amados (João 21.15-17)
ENCONTRO: Além de Deus, por quem você se sente muito
amado?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 9.1-11. Peça que destaquem os
adjetivos dados a Deus, e falem sobre os significados para a vida de
cada um. Orem juntos agradecendo o amor de Deus.
PERGUNTAS:
1. Quando Jesus foi julgado, Pedro o abandonou e negou por três
vezes. Por que ele fez isto?
2. Jesus foi sujeito aos mesmos sentimentos que qualquer ser
humano pode ter. Quando Pedro o negou, podemos imaginar
o que Jesus sentiu? Se acontecesse conosco, como nos
sentiríamos?
3. Depois de ter negado Jesus, Pedro o reencontrou numa
refeição informal na praia. Qual a pergunta que Jesus fez a
Pedro? E o que Pedro respondeu?
4. Após ter a afirmação de Pedro que o amava, o que Jesus disse a
Pedro? E que lições a pergunta de Jesus nos traz hoje.
EVANGELISMO: Ouça os pedidos de oração. Faça duplas de
oração para que intercedam uns pelos outros, e também pelos
amigos que estão nos cartões de oração.
4 de MARÇO
Clareza nas motivações (Eclesiastes 1.14)
ENCONTRO: O que motivou você a estar no pequeno grupo hoje?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 15. Pergunte quais orientações temos
neste texto e comente o que for sendo dito. Tenha momentos de
orações frases, agradecendo as ricas orientações da Palavra de Deus.
PERGUNTAS:
1. Qual seria o modo correto de lidarmos com o dinheiro?
2. Qual o perigo da fama?
3. Qual deve ser a nossa postura na busca correta dos nossos
objetos?
EVANGELISMO: Peça que cada participante coloque seu cartão
de oração sobre uma cadeira que deve ser colocada no centro do
grupo. Num ato apenas simbólico, deem-se as mãos e orem em
favor dos nomes que estão no cartão, para que Deus nos ajude a
compartilhar a fé com estas pessoas.
11 de MARÇO
O que nos move (Lucas 12.34)
ENCONTRO: O que você acha que Deus espera de você?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 16. Enfatize o verso 2 e pergunte
quem é Deus para cada um. Orem agradecendo a bênção de sermos
filhos de Deus.
PERGUNTAS:
1. O que nos move? E quais as implicações desta resposta?
2. Lucas 12.34 responde em que o nosso coração estará
envolvido(Leia e comente.
3. Quais são os seus tesouros, e o que você tem feito por eles?
EVANGELISMO: Ouça os pedidos de oração. Distribua entre os
presentes, de forma que cada um fique responsável por orar por
um pedido durante a semana. Não esqueça de orar pelos amigos do
cartão.
18 de MARÇO
A casa do pecado (Gálatas 6.12)
ENCONTRO: Qual o seu maior compromisso como alguém que
acredita em Deus?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 23. Enfatize a presença de Deus
conosco mesmo “no vale da sombra da morte”. Orem em duplas,
agradecendo o cuidado de Deus.
PERGUNTAS:
1. Naturalmente somos bons ou maus? (Justifique sua resposta.(
2. Para o pecado, oferecemos diferentes resposta. Vamos lembrar
algumas?
3. Há solução para os nossos pecados? (Justifique sua resposta.)
EVANGELISMO: Não esqueça o cartão de relacionamentos. Peça
que cada um diga um nome que está no seu cartão de oração. Orem
pela salvação dos amigos.
25 de MARÇO
Sal (Mateus 5.13)
ENCONTRO: Atualmente, qual tem sido o tempero da sua vida?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 27. Peça que cada um destaque o
verso que mais lhe chamou atenção. Orem agradecendo a Deus por
ser a nossa fortaleza.
PERGUNTAS:
1. Quais têm sido os dissabores da nossa vida?
2. De que maneira contribuímos com a injustiça?
3. Como fazer uma terra apodrecida voltar a ter sabor?
EVANGELISMO: Ouçam os pedidos de oração. Divida em trios
para orem uns pelos outros.
1 de ABRIL
Que elogio buscamos? (Filipenses 1.9-11)
ENCONTRO: Cite duas qualidades que você possui.
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 105. Pergunte sobre motivos de
gratidão. Orem juntos.
PERGUNTAS:
1. De que modo Deus espera que vivamos?
2. Deus já nos aprovou. Esta compreensão nos ajuda de que
modo?
3. De que modo devemos proceder em nosso modo de viver?
EVANGELISMO: Divida em duplas de oração. Além de orar pelos
pedidos uns dos outros, incentive a que troquem os nomes dos
amigos para que orem uns pelos amigos do outro.
8 de ABRIL
A excelência da Bíblia (Romanos 8.14)
ENCONTRO: Como foi que você passou a ter contato com Bíblia?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 119.105. Vamos citar lições que
aprendemos na Bíblia e aplicamos ao nosso vivar diário. Orem
agradecendo as orientações da Palavra de Deus.
PERGUNTAS:
1. A Bíblia é para nós uma história de amor. Que história é essa?
2. Leia Romanos 8.14. O que o texto nos ensina?
3. De acordo com o texto de 2Timóteo 3.15-16, quem se deixa
guiar pela Bíblia o que receberá?
EVANGELISMO: Ouça os pedidos de oração. Orem uns pelos
outros. Não esqueça de incentivar seu grupo a convidar os amigos
para o PG.
15 de ABRIL
Supervencedores (Salmo 90.17)
ENCONTRO: Você já venceu alguma competição? Compartilhe.
EXALTAÇÃO: Leiam o Romanos 8.37-39. Orem agradecendo as
vitórias que podemos obter, se estivermos com Cristo.
PERGUNTAS:
1. Que mensagem encontramos no texto de Romanos 8.35 e 37?
2. Para Deus, o que é vitória?
3. Em que você gostaria de ser vitorioso?
EVANGELISMO: Peça que cada um repita o nome de um amigo,
para que juntos possam orar por todos.
22 de ABRIL
A capa, os livros e os pergaminhos, 1/3 (2Timóteo 4.13)
ENCONTRO: Você já esqueceu algo em algum lugar e não pôde
recuperar?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 95. Peça que cada um cite um alegria
da vida. Orem agradecendo.
PERGUNTAS:
O que o uso de uma capa pode nos lembrar?
4. O que é necessário na tarefa de cuidar de nós mesmos?
5. Que hábitos você tem desenvolvido, para cuidar de si mesmo?
EVANGELISMO: Desafie seu grupo a compartilhar o amor de
Deus com amigos e familiares.
29 de ABRIL
As mãos que precisamos (Atos 11.25-26)
ENCONTRO: Você precisou de alguma ajuda, recentemente?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 136. Peça que cada um cite o verso
de gratidão que mais gostou no texto lido. Tenham orações de
gratidão.
PERGUNTAS:
1. O que Barnabé significou na trajetória de Paulo?
2. Por que muitos recusam ajuda?
3. De modo prático, como podemos ajudar uns aos outros?
EVANGELISMO: Divida o grupo em trios e orem uns pelos amigos
do outro, para que Deus os ajude a ajudar.
6 de MAIO
A corda da esperança (Filipenses 1.6)
ENCONTRO: Se alguém quiser lhe proporcionar um dia feliz,
como seria este dia?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 31. Peça que cada um compartilhe
o que sentiu com a leitura do texto. Orem juntos agradecendo a
grandiosidade do nosso Deus.
PERGUNTAS:
1. Você já se sentiu sem esperanças diante de um fato da vida? O
que o ajudou? (Resposta livre.)
2. O que fazer diante dos acontecimentos
que não podemos mudar?
R: Onde estiver o nosso tesouro, ali estará o nosso coração.
3. O que o texto de Filipenses 1.6 quer nos dizer?
EVANGELISMO: Forme duplas de oração. Orem pelos amigos que
desejam levar a Cristo e orem uns pelos outros.
13 de MAIO
A promessa da coragem (Josué 1.9)
ENCONTRO: O que você acha que Deus espera de você?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 40. Fale do Salmo e suas promessas
de auxílio em meio às dificuldades. Orem agradecendo a Deus por
ser sempre o nosso socorro.
PERGUNTAS:
1. Quais medos rondam a sua vida atualmente?
2. Quando é que precisamos de coragem?
3. Qual a mensagem do texto de Josué 1.9?
EVANGELISMO: Dê oportunidades para os pedidos de oração.
Ministre a cada um. Orem também pelas pessoas que desejam que
conheçam Jesus como Salvador.
20 de MAIO
A companhia da aflição (João 15.33)
ENCONTRO: O que Deus lhe ensinou nesta semana?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 42. Enfatize que Deus está conosco
também em momentos de aflição. Orem agradecendo a Deus por
nos ajudar em dias difíceis.
PERGUNTAS:
1. Atualmente, quais têm sido as nossas aflições?
2. Quando estava em profunda aflição, antes da crucificação, o
que Jesus pediu ao Pai?
3. Deus sempre nos livra das aflições?
4. Quando a aflição persiste, o que devemos fazer?
EVANGELISMO: Faça um “amigo oculto” de oração. Sorteie
os nomes, para que cada ore pelo nome que tirou. Na próxima
reunião, os nomes devem ser revelados, e o “presente” será um
versículo que contenha uma promessa, que cada um deve trazer
escrito em um cartão para seu amigo.
27 de MAIO
A santidade muda o mundo (Apocalipse 2.17)
ENCONTRO: Que pessoa tem sido um exemplo de fidelidade a
Deus, para você?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 27. Pergunte quais promessas
encontramos neste Salmo. Depois, tenham um momento de
gratidão pelas promessas do nosso Deus.
PERGUNTAS:
1. Convivendo com os que não levam Deus a sério o que
aprendemos?
2. De que modo podemos fazer diferença no mundo?
3. Santo quer dizer “separado”. Quais os desafios para sermos
“santos”?
4. O exemplo de uma pessoa santa muda o mundo? Por que?
EVANGELISMO: Faça duplas, na qual cada um deve dizer ao outro,
o nome do amigo pelo qual está orando, para que seja salvo por
Cristo. Orem pelos amigos uns dos outros.
3 de JUNHO
O Deus que nos supre (Filipenses 4.19)
ENCONTRO: Qual a sua promessa bíblica favorita?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 7. Pergunte de que forma cada um
tem sentido o cuidado e o amparo de Deus. Orem agradecendo as
experiências de cada um.
PERGUNTAS:
1. Qual a diferença entre desejo e necessidade?
2. O Deus da Bíblia é um Deus pessoal. O que isto quer dizer?
3. O que significa a expressão: “Deus nos supre de acordo com a
nossa necessidade”
EVANGELISMO: Divida em trios para que cada um faça seu
pedido de oração. Orem uns pelos outros. Nunca esqueça de
incentivar a oração pelos amigos que precisam de Jesus.
10 de JUNHO
A tradição, 1/2 (Mateus 15.3-6)
ENCONTRO: Existe algum hábito vindo dos seus pais e que na sua
família hoje também é observado?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 8. Pergunte quais elementos da
criação mais chamam a atenção de cada um. Orem agradecendo a
Deus pelo mundo maravilhoso que criou.
PERGUNTAS:
1. “É impossível uma vida sem tradição. Mas nem toda tradição é
boa”. Esta afirmação é correta?
2. Por que devemos avaliar as tradições?
3. Quais tradições devemos nos posicionar contra?
EVANGELISMO: Leve uma cartolina com a frase: “orando por
nossos amigos”. Leve caneta pilot e peça que cada um escreva na
cartolina o nome de um amigo pelo qual esteja orando para que
seja salvo por Cristo. Orem juntos pela lista.
17 de JUNHO
Precisamos de religião? (Mateus 7.12)
ENCONTRO: Como seria um dia feliz para você?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 71. Pergunte de que modo cada um
sente o cuidado de Deus. Orem em frases agradecendo pelo que
ouviram de cada um.
PERGUNTAS:
1. De acordo com o texto de Mateus 7.12, qual a essência de tudo
o que a Palavra de Deus nos ensina?
2. Como definir uma religião pobre?
3. Qual deve ser o “serviço” da religião?
EVANGELISMO: Orem uns pelos outros. Dê oportunidade para
testemunhos acerca de orações respondidas. Orem sempre pelos
amigos.
24 de JUNHO
Essencialmente iguais. Deuteronômio 24.24-25
ENCONTRO: O que você faz quando se sente maltratado por
alguém?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 61. Destaque o verso 3 e pergunte
que sentimentos experimentamos lendo este verso. Orem
agradecendo a presença de Deus em nossas vidas.
PERGUNTAS:
1. Qual conselho encontramos em Deuteronômio 24.24-25?
2. Como devem ser tratados os nossos empregados?
3. Devemos tratar os iguais com igualdade. O que nos leva a
tratamentos desiguais?
EVANGELISMO: Tenham um tempo de oração pelos nossos
semelhantes que sofrem pelas desigualdades. Orem pelos amigos,
para que conheçam Jesus como Salvador.
1 de JULHO
Temer a Deus, 1/3 (Provérbios 1.7)
ENCONTRO: Quem é Deus para você?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 53. Destaque o quanto confiar em
Deus faz a nossa vida mais alegre, mais cheia de esperança. Orem
agradecendo o quanto somos abençoados por Deus.
PERGUNTAS:
1. De acordo com o texto de Provérbios 1.7, em que se baseia a
sabedoria?
2. O que é “temer a Deus?”
3. Quando falta o “temor” a Deus, o que falta na vida das pessoas?
EVANGELISMO: Ouça os pedidos de oração. Ministre a todos.
Orem também pelos amigos que precisam de Jesus.
8 de JULHO
O nome e o lugar da esperança (João 14.2)
ENCONTRO: Quando você era criança, como imaginava o céu?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 88. Enfatize que Deus jamais falha,
sempre está conosco. Orem agradecendo por isso.
PERGUNTAS:
1. Qual a melhor perspectiva que podemos ter na vida?
2. O que você imagina sobre o céu, além do que a Bíblia narra?
3. Quais os contrastes de nossa vida hoje e a realidade do céu?
EVANGELISMO: Peça que cada um cite o nome de um vizinho.
Orem juntos pedindo que Deus conceda oportunidades para
testemunho a estes vizinhos.
15 de JULHO
O mundo da mentira (2Coríntios 13.8)
ENCONTRO: Você já foi punido por uma mentira?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 146. Pergunte ao grupo quais
motivos temos para louvar ao Senhor. Façam orações de louvores!
PERGUNTAS:
1. Você já foi punido por uma mentira?
2. Por que mentimos?
3. Podemos aprender falar a verdade?
EVANGELISMO: Orem juntos para que a verdade do evangelho
seja pregada, por nós, aos nossos amigos.
22 de JULHO
A síntese (Romanos 3.23-24; Romanos 6.23)
ENCONTRO: Quem é a pessoa que conduziu você a Jesus?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 124. Vamos imaginar como seria
nossa vida sem Deus! Ouça as respostas e depois tenha um tempo
de oração agradecendo o grande amor de Deus por nós.
PERGUNTAS:
1. Em que sentido o evangelho faz bem à nossa autoestima?
2. Por que o evangelho de Jesus é exuberante?
3. Qual a síntese dos textos de Romanos 3.23-24 e Romanos 6.23?
EVANGELISMO: Incentive seu grupo a convidar visitantes para o
PG. Orem uns pelos outros.
29 de JULHO
O dom (2Coríntios 2.15)
ENCONTRO: Vamos lembrar o nome de alguém que o tenha
ajudado muito em sua jornada?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 92. Peça aos participantes que
mencionem seus motivos de gratidão. Orem agradecendo ao
Senhor pelas bênçãos relatadas no grupo.
PERGUNTAS:
1. Como você se sente quando é convidado para um aniversário,
casamento, formatura? O que a nossa presença diz a quem nos
convidou?
2. Qual o valor da amizade para você?
3. Leiam os textos, descrevendo o que eles nos ensinam sobre
como devem ser os nossos relacionamentos (Colossenses 3.17.
Colossenses 4.6. 2Coríntios 2.15)
EVANGELISMO: Orem pelas famílias de cada um. Lembrem
sempre da importância de convidar visitantes.
5 de AGOSTO
Vasos de barro (2Coríntios 4.7)
ENCONTRO: Que amigo marcou sua vida e por que?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 138. Leiam juntos o verso 7 e
agradeçam os livramentos do Senhor.
PERGUNTAS:
1. Os textos abaixo mostram o que acontece conosco, em nosso
dia-a-dia.
Vamos ler os textos e comentar cada um.
Todos murchamos como folhas (Isaías 64.6).
Todos secamos como a relva (Salmo 112.11).
Todos desaparecemos como a neblina (Tiago 4.14).
2. De acordo com o texto de 2Coríntios 4.7, a que somos
comparados e por que?
3. Podemos ser felizes sendo vasos de barro? Como?
EVANGELISMO: Ouça os pedidos de oração. Orem pelos amigos
que estão com dificuldades. Lembre a importância de convidar
amigos para o PG.
12 de AGOSTO
A singularidade de Cristo (João 10.10)
ENCONTRO: Você já sentiu vítima de algum preconceito?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 32. Perguntes sobre momentos felizes nesta
semana que passou. Agradeçam a Deus por estes momentos especiais.
PERGUNTAS:
1. Quais escolhas você considera que foram certas em sua vida?
2. Que preço Jesus pagou, escolhendo nos tornar seus herdeiros?
3. Do que precisamos para chegar a Deus?
4. Que mensagem nos traz o texto de João 10.10?
EVANGELISMO: Orem juntos pedindo que Deus nos ajuda a
19 de AGOSTO
O caminho da perseverança (Salmo 62.5; Romanos 15.13)
ENCONTRO: Atualmente, quais são os seus maiores sonhos?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 66. Comentem sobre as coisas
admiráveis do nosso Deus: poder, amor, perdão, cuidado. Façam
orações frases de louvor a Deus.
PERGUNTAS:
1. De que modo podemos desenvolver a perseverança em
nossas vidas?
2. Para que a perseverança cresça, o que podemos fazer?
3. Como fazer para robustecer a perseverança?
EVANGELISMO: Reflita com o grupo sobre o nível da nossa
perseverança, na evangelização.
26 de AGOSTO
Cuidemos de nós mesmos (1Timóteo 4.16)
ENCONTRO: Atualmente, por quem você se sente cuidado?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 133. De que modo você tem sido
abençoado pela comunhão no PG? Orem agradecendo a Deus pelas
suas amizades.
PERGUNTAS:
1. Quando Deus criou o ser humano, deu-lhe uma tarefa. Que
tarefa foi essa?
2. Cuidar do outro nos traz muitos benefícios. Quais seriam?
3. Antes de cuidar do outro, o que precisamos fazer?
4. O que você tem feito no cuidado de si mesmo?
EVANGELISMO: Temos tido o cuidado de orar por nossos amigos
que precisam de Jesus? O que mais podemos fazer neste sentido?
3 de SETEMBRO
Todo cuidado é pouco (1Tessalonicenses 5.21 – Gálatas 6.9)
ENCONTRO: Que frase dita por seus pais lhe servem como lição
até hoje?
EXALTAÇÃO: Leiam Provérbios 1.1-7. Vamos relembrar e
agradecer a Deus por pessoas que nos tenham ensinado através de
suas vidas.
PERGUNTAS:
1. Que mensagem encontramos no texto de 1Timóteo 4.16?
2. De que modo cuidamos daquilo que ensinamos?
3. Vamos ler os textos de 1Tessalonicenses 5.21 e Gálatas 6.9 e
verificar o que eles nos ensinam.
EVANGELISMO: Nosso modo de viver é a melhor forma de falar
de Jesus. De que modo temos feito isso?
10 de SETEMBRO
O poder de que precisamos (Atos 1.8)
ENCONTRO: Vamos relembrar as grandes alegrias da vida. Qual
é a sua?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 81. Orem agradecendo a Deus, fonte
da nossa alegria.
PERGUNTAS:
1. Depois que Jesus morreu, seus seguidores ficam atônitos. No
entanto, ele lhes deu um aviso que mudaria tudo. Que aviso foi
este, segundo Atos 1.8?
2. Para que serviria este poder?
3. Revestidos do poder de Deus, a que somos encorajados?
EVANGELISMO: Reflita com o grupo sobre a necessidade de
sermos revestidos do poder de Deus, no compartilhar o evangelho.
Revise o cartão de relacionamentos.
17 de SETEMBRO
O prazer de obedecer (Deuteronômio 11.8-17)
ENCONTRO: Que consequência ruim você já sofreu, por causa de
uma desobediência?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 81. Orem agradecendo a Deus, fonte
da nossa alegria.
PERGUNTAS:
1. Por que por vezes temos tanta dificuldade em obedecer?
2. Qual a promessa de Deus para os obedientes, de acordo com o
texto de Deuteronômio 11.8-17?
3. Que entendimento tornará a obediência, um caminho
mais fácil?
EVANGELISMO: Proclamar o evangelho, é um ato de obediência.
De que modo temos feito isto?
24 de SETEMBRO
Em busca da alegria (João 15.11)
ENCONTRO: Qual foi a sua última grande alegria?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 16. Enfatize que, na presença do
Senhor, temos a verdadeira alegria. Orem agradecendo as alegrias
de nossas vidas.
PERGUNTAS:
1. Jesus estabeleceu a motivação de sua vida, descrita no texto de
João 15.11. Qual é esta motivação?
2. O que é viver em alegria completa?
3. Onde começa esta alegria completa?
4. O que em sua vida, atualmente, você faz com muita alegria?
EVANGELISMO : Peçamos a Deus que nos encha de alegria ao
compartilhar a mensagem do evangelho. Orem uns pelos outros.
7 de OUTUBRO
Livre-se da sua capa (Marcos 10.46-52)
ENCONTRO: O que o ajuda a vencer as dificuldades da vida?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 101 e tenham momento de exaltação
a Deus, por sua fidelidade para conosco.
PERGUNTAS:
1. Leiam o texto de Marcos 10.46-52. Qual foi a melhor iniciativa
do cego Bartimeu?
2. O texto nos diz que Bartimeu lançou de lado a sua capa. O que
este gesto nos ensina?
3. Vamos pensar em coisas que podemos jogar fora. Quais
seriam?
4. Pedro lutou contra seu temperamento. Davi com sua
sexualidade desenfreada. Jacó lutou contra sua desonestidade.
E o que aconteceu com estes três homens?
EVANGELISMO: Revise o cartão de relacionamentos e orem pelos
amigos.
14 de OUTUBRO
O que lhe falta? João 20.29
ENCONTRO: Qual foi o presente mais especial que você já
ganhou?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 100. O texto diz que Deus nos fez e
somos dele. Que sentimentos experimentamos ao lembrar disto?
Orem agradecendo a Deus, por ser um Pai tão amoroso.
PERGUNTAS:
1. Crer em Jesus mudou em que a sua vida?
2. Por que os que crêem são mais felizes?
3. Por que é importante que leiamos os Evangelhos?
EVANGELISMO: Precisamos agir para que nossos amigos creiam.
Invistam tempo orando pelos amigos que precisam crer.
21 de OUTUBRO
Venha para a vida (Mateus 12.9-14)
ENCONTRO: Defina sua vida atual, usando as estações do ano, e
(Justifique sua resposta.)
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 106. Vamos completar a frase: “Deus
é bom porque ...”. Orem agradecendo a bondade do Senhor.
PERGUNTAS:
1. De que modo o homem do relato bíblico foi desafiado?
2. Quando é que Jesus nos confronta?
3. Sempre que somos confrontados, Jesus espera uma resposta.
Qual deve ser a resposta?
EVANGELISMO: Muitas pessoas precisam ser confrontadas com a
mensagem do evangelho. Vamos orar por elas?
28 de OUTUBRO
A arte de falar bem do outro (Provérbios 11.12)
ENCONTRO: Que elogio você gostou de ter recebido?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 92. Peça que digam frases exaltando
a grandeza do nosso Deus. Orem agradecendo!
PERGUNTAS:
1. Que atitude prevalece: falar bem ou falar mal do outro?
2. Qual a mensagem de Provérbios 11.12?
3. Faça um círculo com as pessoas presentes. Peça que cada um
diga uma qualidade acerca do seu amigo da direita!
EVANGELISMO: Temos uma excelente mensagem para proclamar:
o amor de Deus. Façamos isto para os nossos amigos.
4 de NOVEMBRO
Não desperdice sua tribulação (2Coríntios 1.3)
ENCONTRO: De que modo você se sente ajudado, em meio à
tribulação?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 123. Peça que narrem situações em
que cada um pode se sentir alvo das misericórdias de Deus. Orem
agradecendo.
PERGUNTAS:
1. Qual o método de Deus para sermos ajudados na tribulação?
2. O que é necessário para consolar o outro?
3. O que sentimos quando somos consolados?
4. Quem nos consola?
EVANGELISMO: Orem pelos nomes que cada um tem no seu
cartão de relacionamento.
11 de NOVEMBRO
As provas nos moldam (Gênesis 32.22-31)
ENCONTRO: O que você mais admira na natureza bela criada por
Deus?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 148. Orem exaltando o Senhor pela
seu grande poder.
PERGUNTAS:
1. O que representa para nós a luta de Jacó com o anjo?
2. O que a experiência de Jacó nos ensina?
3. Como seria uma vida sem as provações?
EVANGELISMO: Orem pelos amigos e vizinhos que estão passando
por provações. Deus pode tornar-se real neste tempo da vida de
cada um.
18 de NOVEMBRO
Uma jornada de descobertas (Gênesis 12.1-9)
ENCONTRO: O que mudou em sua vida depois que você começou
a fazer parte de um PG?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 121. Pergunte sobre momentos em
que Deus foi o socorro de cada um. Orem agradecendo as bênçãos
compartilhadas.
PERGUNTAS:
1. Que aventura você gostaria de experienciar como uma nova
descoberta em sua vida?
2. O que mudou na vida de Abraão quando saiu de Ur?
3. O que você tem descoberto sobre Deus, ao longo da sua
caminhada, e que gostaria de compartilhar?
4. Como descobrir mais sobre Deus?
EVANGELISMO: Leve tiras de papel. Peça que cada participante
escreva o nome de um amigo ou vizinho que precisa de Jesus.
Depois misture, faça um amigo oculto de oração, para que cada um
ore pelo amigo do outro.
25 de NOVEMBRO
O prazer da generosidade (1João 3.16-17)
ENCONTRO: Qual foi a última vez que você foi alvo da
generosidade de alguém?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 37 . Enfatize a importância da
bondade. Orar agradecendo a bondade de Deus.
PERGUNTAS:
1. Qual deve ser nosso comportamento no exercício da
generosidade?
2. De modo prático, como ser generosos com o próximo usando
o nosso dinheiro?
3. De que modo podemos ser generosos com a causa de Deus?
EVANGELISMO: Orem pelos carentes. Sejamos o amor de Deus na
vida das pessoas.
2 de DEZEMBRO
Presença e comunhão (Números 9.23)
ENCONTRO: Você prefere dar ou receber ordens?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 63. Destaque o verso 3 e pergunte
os motivos que temos para exaltar o nosso Deus. Façam orações de
exaltação.
PERGUNTAS:
1. Números 9.23 narra as ordens dadas por Deus. De que modo
eram recebidas?
2. Moisés ouvia a voz de Deus, mas nunca o viu? E nós?
3. Qual deve ser a nossa postura diante das ordens de Deus?
EVANGELISMO: Para refletir: Temos anunciado as boas novas de
salvação? Orem pelos amigos.
9 de DEZEMBRO
Nada de remendo, 1/2 (Mateus 9.16)
ENCONTRO: Como você se sente quando pode ajudar alguém?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 146. Peça que cada um destaque um
palavra do texto. Palavra, não frase. Orem juntos.
PERGUNTAS:
1. De acordo com o texto de Mateus 9.16, o que Jesus quis
ensinar?
2. Para as coisas ruins que acontecem na vida, qual a resposta do
legalismo?
3. Diante da mesma pergunta, qual a resposta da graça?
EVANGELISMO: O que podemos fazer para espalhar a mensagem
da graça de Deus?
16 de DEZEMBRO
Nada de remendo, 2/2 (Efésios 2.10)
ENCONTRO: Quem falou de Jesus para você?
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 146. Peça que cada um destaque uma
frase do texto. Orem juntos.
PERGUNTAS:
1. Depois que você conheceu Jesus, o que mudou em sua vida?
2. De que depende a nossa salvação?
3. Qual a mensagem de 2Coríntios 5.17?
EVANGELISMO: Leve muda de plantinhas. (Em alguns lugares
próprios, custam pouco.) Ofereça uma para membro do seu PG.
Desafie o grupo e dar o nome de um amigo para a plantinha.
Diariamente ela precisa ser cuidada e regada. E ajudará cada um
a lembrar de orar pelo amigo, fazer contato com ele, ajudá-lo a
experimentar a salvação.
23 de DEZEMBRO
Histórias a lembrar
Encontro especial do PG.
Aproveite a data para comemorar o Natal com seu PG, seja um
jantar, um passeio, uma ceia especial, um piquenique.
Dê oportunidades para testemunhos. Cantem músicas de Natal.
Convidem os amigos!
Aproveite para fazer uma avaliação do que foi o PG para cada um,
durante o ano.
30 de DEZEMBRO
Aberto para balanço (Isaías 64.4)
ENCONTRO: Compartilhe uma bênção que você recebeu no ano
que se finda.
EXALTAÇÃO: Leiam o Salmo 150 e agradeçam a Deus pela vida,
pelas bênçãos do ano que se finda.
PERGUNTAS:
1. O que você gostaria de ter feito este ano, mas não foi possível?
2. De que modo nosso tempo deve ser gasto?
3. Neste tempo de festas e comemorações, o que pensar sobre a
generosidade, de acordo com o texto de 2Coríntios 8.2?
EVANGELISMO: Quantas pessoas eu levei a Jesus Cristo neste ano?
O que pode ser melhorado neste sentido, no próximo ano?
“Amigos se separam, mas não tem que ser para sempre.” (9 DE JANEIRO)
“Quem é realmente gentil não permite que a mão esquerda saiba o que a
direta ofereceu ao outro. Se houver alguma recompensa, virá de Deus, do jeito
de Deus.” (17 DE JANEIRO)
“Precisamos abandonar de vez a ideia de que coisas ruins são castigos de
Deus, como se Ele quisesse nos ensinar alguma verdade ou se vingar de uma
falha nossa.” (21 DE JANEIRO)
“Sempre devemos nos lembrar que não há conquistas solitárias.
Certos disto, sempre devemos agradecer aos que correram conosco,
apostaram em nossos sonhos ou desenrolaram os tapetes para os
nossos voos.” (2 DE FEVEREIRO)
“Acreditar na paz, desejada e experimentada dentro de nós mesmos, é uma
missão com a qual precisamos nos envolver.” (17 DE FEVEREIRO)
“Para que a esperança não morra, precisamos manter, mesmo que
obscurecida pelas dificuldades, a certeza que a graça de Deus sobre nossas
vidas é uma oferta absolutamente definitiva, que nunca perde a sua validade.”
(23 DE FEVEREIRO)
“Quando a figueira não florir, olharei para as muitas fotos do álbum em
que ela brilha em toda a sua beleza e frutifica em toda a sua força.” (9
DE MARÇO)
“Para não desperdiçar a felicidade, não acredite nas pessoas amargas, aquelas
que dizem que felicidade não existe. Talvez elas queiram universalizar a sua
tristeza, que não precisa alcançar você.” (20 DE MARÇO)
“Se a depressão chegou, não somos culpados. Ela não é o efeito de uma causa
que podíamos ter evitado. Ela não veio em consequência de nossa ignorância.
Ela não é um castigo que Deus nos enviou para nos punir ou para nos ensinar
a viver.” (23 DE MARÇO)
“Quem está com câncer não está condenado a morrer. Antes, está desafiado a
crer. A crer que Deus é maior que a sua doença.” (7 DE ABRIL)
“Até quando precisaremos parecer o que não somos, exibir o que não temos,
comprar abraços e afetos como se fossem objetos, se o amor de Deus nós já
recebemos?” (9 DE ABRIL)