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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

Português para a Fundação Carlos Chagas


(teoria e questões comentadas)

Aula 02
Chegamos à nossa segunda aula!
E você? Realmente está entendendo a matéria? Percebeu como é
importante o assunto verbo na prova da Fundação Carlos Chagas?
Numa prova de 20 questões, normalmente caem duas questões do
assunto verbo. O tema desta aula também é muito importante: cerca de
quatro questões na prova. Então atenção na teoria, porque vamos praticar
bastante!!!
Olha, estudar para um concurso é como correr numa maratona. A
vontade, a dedicação e a persistência fazem toda a diferença. Digo isso porque
não podemos sair correndo muito rápido neste tipo de corrida, deve-se sentir
se o corpo está bem adaptado, se estamos bem disciplinarmente, focando na
distância e no objetivo.
Assim também é o concurso. Estamos ainda no início da nossa corrida.
Estamos nos adaptando ao volume de matérias, tipo de questões, didática do
professor. Tudo isso é adaptação.
Dessa forma, se você estudou as aulas anteriores em ambiente onde
algumas pessoas transitam e tiram sua atenção, você não está bem adaptado
para a nossa “maratona”. Ajeite-se em local sem trânsito, evite a dispersão,
principalmente na hora da realização das questões. Local barulhento ou que
possua pessoas que, de vez em quando, querem conversar atrapalha seu
desenvolvimento. Por isso, procure um local claro, silencioso e, de preferência,
que as pessoas o/a esqueçam lá.
Bom, agora tratemos dos assuntos de nossa aula de hoje: a
concordância e as vozes verbais. Basicamente devemos trabalhá-los com um
só objetivo: a flexão do verbo.

Concordância Verbal e vozes verbais

Para entrarmos neste assunto, devemos entender a sintaxe.


O que é sintaxe?
A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração. Nas
próximas aulas, falaremos muito sobre a sintaxe, mas agora cabe entender
basicamente que uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente se
flexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e relaciona-se com o
predicado (o que se fala), de acordo com a transitividade.

Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos na
estrutura SVO (sujeito→verbo→complemento).

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1. O candidato realizou a prova.


2. duvidou do gabarito.
3. enviou recursos à banca examinadora.
4. tem certeza de sua aprovação.
5. viajou.
6. estava tranquilo.

sujeito predicado
Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear no
verbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer
aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois a
Fundação Carlos Chagas tem uma forma bem própria de cobrar isso em prova.
Veja os verbos elencados nos exemplos. Todos eles estão no singular.
Isso ocorreu porque eles dizem respeito a um termo, que é o sujeito “O
candidato”. Se ele está no singular, é natural que o verbo também esteja. Já
que o verbo se flexiona de acordo com o sujeito, a gramática dá o nome a isso
de “concordância verbal”. Há um capítulo que trata só deste assunto em
qualquer gramática por aí.
Mas há tanta regra de concordância, será que temos que decorar tudo?
Definitivamente não! Você deve entender quem é o sujeito, qual é o tipo,
para saber flexionar o verbo. Então nada daquela decoreba da concordância
verbal, para esta banca.

Concordância verbal

1. O candidato realizou a prova.


2. duvidou do gabarito.
3. enviou recursos à banca examinadora.
4. tem certeza de sua aprovação.
5. viajou.
6. estava tranquilo.

sujeito predicado

Vimos, simplificadamente, a relação do sujeito com o verbo, chamada de


concordância verbal. Daqui a pouco aprofundaremos nisso.
Para não perdermos tempo lá na frente, temos que identificar os termos
principais.
Veja agora a relação do verbo dentro do predicado. Nas frases de 1 a 4,
os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam dos vocábulos
posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou o quê?,
duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?

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Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para
terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o
complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não
consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa
forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora”
e “certeza” completam o sentido destes verbos.
Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a preposição seria um
obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a
preposição, o trânsito é livre, direto.
Então observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o
termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o
complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado
(indireto) tendo em vista a preposição “de”.
Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é
chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida
pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu
complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo
verbo: um(direto) e outro(indireto).
A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o
complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal
indireto é o objeto indireto(OI).
Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo
de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige,
é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo na gramática que trabalha
só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual
veremos nas próximas aulas. Mas agora cabe apenas entender a estrutura
abaixo. Veja:
Regência Verbal

1. O candidato realizou a prova.


VTD + OD
2. duvidou do gabarito.
VTI + OI
3. enviou recursos à banca examinadora.
VTDI + OD + OI

sujeito predicado
Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter
transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel,
etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para
ter sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a alguém
ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é fiel a
algo ou a alguém.
Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual
é chamado de complemento nominal (CN).

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Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito


na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante,
podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser
transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por
isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o
complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Falamos que o
nome exige complemento, mas tudo depende do contexto.
Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do
verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência
Nominal. Veja a frase 4:
Regência Nominal

4. O candidato tem certeza de sua aprovação.


VTD + OD + CN

sujeito predicado
Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o
nome “certeza”: certeza de sua aprovação.
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4
(VTD + OD + CN).
Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum
complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura
posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas
circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o
candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como
viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o
valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas
há mais e veremos isso nas próximas aulas. Então veja como ficaria:

O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.

sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv Adj Adv Adj Adv
tempo modo causa

O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode


aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos
inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o
adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”.
Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e
sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrem esses tipos verbais,
dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado,
assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura:

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Predicado verbal = VTD + OD


VTI + OI
VTDI + OD + OI
VI
Esse é o esquema básico, e nada impede de haver adjunto adverbial e
complemento nominal em todos eles; mas isso é assunto para as próximas
aulas.
Falta apenas um tipo de verbo: o de ligação.
Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo.
O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se
flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta
característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo
que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo.
O predicativo serve normalmente para caracterizar o sujeito e por isso se
flexiona com ele. Se o sujeito fosse “candidata”, naturalmente o predicativo
seria “tranquila". A essa flexão de um predicativo em relação ao sujeito damos
o nome de Concordância Nominal. Na gramática, há um capítulo só para a
concordância nominal, e a flexão do predicativo em relação ao sujeito é um
dos pontos principais, mas isso veremos adiante.
O predicativo sempre será núcleo do predicado, por causa disso seu
predicado é chamado de Predicado Nominal, com a seguinte estrutura:
Predicado Nominal = VL + predicativo
O predicativo não ocorre somente no predicado nominal, ele também
pode fazer parte do predicado verbo-nominal; mas isso é assunto para outra
aula. Por enquanto, é importante entender a seguinte estrutura:

Concordância verbal
Regência verbal
1. O candidato realizou a prova.
VTD + OD
2. duvidou do gabarito.
VTI + OI
3. enviou recursos à banca examinadora. Predicado
VTDI + OD + OI Verbal
Regência nominal
4. tem certeza de sua aprovação.
VTD + OD + CN
5. viajou.
VI
6. estava tranquilo. Predicado
VL + predicativo Nominal

Concordância nominal

sujeito predicado

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Pronto, reconhecemos os tipos de verbos, agora fica mais fácil


trabalharmos o sujeito.
O sujeito é um termo da oração do qual se declara alguma coisa, ele
possui um núcleo (palavra de valor substantivo) e geralmente algumas
palavras de valor adjetivo que servem para caracterizá-lo. Veja a oração
abaixo.
As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes.

sujeito Predicado nominal

O verbo de ligação “foram” e o predicativo “excelentes” flexionaram-se


no plural porque o substantivo “viagens” está no plural. Esse substantivo, por
ser a palavra principal dentro do sujeito e não ser antecedido de preposição,
possui a função sintática de núcleo do sujeito. Ele leva o verbo “foram” a
concordar com ele (concordância verbal) e o predicativo “excelentes” também
(concordância nominal). Além disso, dentro do sujeito, há palavras que servem
para caracterizá-lo: “As”, “primeiras” e “de Joaquim”. Essas palavras têm o
nome de adjunto adnominal, cujo papel é caracterizar o núcleo e se flexionar
de acordo com ele (concordância nominal). Note que, dentro do sujeito,
apenas a expressão “de Joaquim” não sofreu flexão, isso porque é uma
locução; assim a preposição (de) e o sentido impedem essa flexão. Veja as
funções sintáticas:
Concordância nominal

As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes.


Adj Adn Adj Adn núcleo Adj Adn verbo de predicativo
ligação

sujeito Predicado nominal

Agora que também já conhecemos a estrutura do sujeito (núcleo +


adjuntos adnominais), vamos aos tipos dele. Lembre-se: não é para decorar,
mesmo porque a banca não pede o nome, mas como o verbo vai ficar
flexionado.

Tipos de sujeito
1. Determinado
É o sujeito que se pode identificar com precisão a partir da concordância
verbal ou do contexto. Pode dividir-se em:
a) Simples: constituído de apenas um núcleo (palavra de valor
substantivo).
Uma boa Constituição é desejada por todos.
Adj Adn Adj Adn núcleo
sujeito simples predicado

Muito cuidado quando o sujeito é extenso, pois o verbo fica distante do


núcleo do sujeito e algumas vezes pode haver confusão na flexão do verbo.
Veja:

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O valor das mensalidades do curso preparatório para a carreira


jurídica subiu muito no último semestre.

Veja uma frase na prova da FCC!!! (TRT MG 2009 – Técnico)


O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase?
...... (atingir) a quem quer que descumpra a LRF rigorosas sanções,
inclusive a da perda de liberdade.
SIM. O sujeito de “atingir” é a expressão “rigorosas sanções”. A
Fundação Carlos Chagas deixou o sujeito bem distante do verbo justamente
para confundir o candidato. A ordem natural dos termos seria:
Rigorosas sanções, inclusive a da perda de liberdade, atingem a quem quer
que descumpra a LRF.
Perceba que o verbo “atingem” é transitivo indireto, o termo “a quem
quer que descumpra a LRF” funciona como objeto indireto. Sabendo-se que o
verbo não pode concordar com o objeto, mas com o sujeito, é o termo
“Rigorosas sanções” que leva o verbo para o plural.

Veja outra frase na prova da FCC!!! (TRT MG 2009 – Técnico)


O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase?
O estabelecimento de normas e prazos para a divulgação das contas públicas
...... (favorecer) a fiscalização popular.
NÃO. O sujeito de “favorecer” é a expressão “O estabelecimento de
normas e prazos para a divulgação das contas públicas”. Agora os termos
estão na ordem normal. A FCC quis confundir o candidato inserindo o adjunto
adnominal composto “de normas e prazos”. Muita gente acaba confundindo
esse elemento composto, pensando que o verbo deveria ficar no plural, mas
note que este termo é iniciado pela preposição “de”, com a função de adjunto
adnominal. O verbo concorda com o núcleo do sujeito “estabelecimento”, que
está no singular. Assim:
O estabelecimento de normas e prazos para a divulgação das contas públicas
favorece a fiscalização popular.
Perceba que o verbo “favorece” é transitivo direto e o termo “a
fiscalização popular” é o objeto direto.

Veja outra frase na prova da FCC!!! (TRT MG 2009 – Técnico)


A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase?
A maior diversidade entre as plantas conhecidas do Cerrado estão na família
dos capins e de outras plantas herbáceas.

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NÃO. A banca quis confundir o candidato, colocando o verbo “estão”


concordando com “plantas”, porém esta palavra está precedida da preposição
“entre”, o que mostra que não é o núcleo do sujeito. O verbo deve flexionar-se
no singular, porque o núcleo é o substantivo “diversidade”. Veja:
A maior diversidade entre as plantas conhecidas do Cerrado está na família
dos capins e de outras plantas herbáceas.
Veja outra frase na prova da FCC!!! (TRT MG 2009 – Técnico)
A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase?
A região do Cerrado, com a beleza e a biodiversidade de suas plantas,
algumas delas usadas como medicamentos, representam um enorme tesouro,
boa parte ainda desconhecido.
NÃO. A banca inseriu um monte de palavras no plural “plantas”,
“algumas”, “delas”, “medicamentos”, entre o sujeito e o verbo. Tudo isso para
confundir o candidato; mas nenhuma delas é o núcleo do sujeito. O verbo deve
flexionar-se no singular por concordar com o núcleo do sujeito “região”.
Pode-se ficar na dúvida quanto à flexão no masculino de “desconhecido”.
Este adjetivo se refere a “boa parte”, por isso o natural seria sua flexão no
feminino; mas não há erro na concordância no masculino, tendo em vista que
implicitamente entendemos a referência ao substantivo “tesouro”. Veja:
A região do Cerrado, com a beleza e a biodiversidade de suas plantas,
algumas delas usadas como medicamentos, representa um enorme tesouro,
boa parte ainda desconhecido.
Deve-se notar que normalmente o verbo concorda com o núcleo do sujeito.
Se ele estiver no singular, o verbo flexionar-se-á no singular; se estiver no
plural, verbo no plural. Mas não se pode dizer que será sempre assim. Por isso
listaremos a seguir a concordância verbal com base no sujeito simples, mas
somente as cobradas pela FCC.
Algumas vezes encontramos como sujeito as expressões partitivas a maior
parte, grande parte, a maioria, grande número. Quando acompanhadas
de adjunto adnominal no plural, elas fazem o verbo concordar com o núcleo do
sujeito ou com o especificador (Adjunto Adnominal).
A maior parte dos constituintes se retirou.
Grande parte dos torcedores aplaudiram a jogada.
A maioria dos constituintes votou.
O mesmo pode ocorrer com o substantivo coletivo com especificador que no
plural (adjunto adnominal) pode levar o verbo ao singular ou ao plural. Veja:
Um bando de ladrões invadiu a festa.
Essa é a concordância literal, pois o substantivo coletivo “bando” é o núcleo
do sujeito. Porém, percebemos que esse vocábulo não possui a carga
semântica (sentido) principal dentro do sujeito, pois o vocábulo “ladrões”
denota mais clareza sobre o ser sobre quem se está falando. Por essa
possibilidade de interpretação, vários autores começaram a concordar com o
especificador, por isso é lícito concordar com o adjunto adnominal, para
enfatizá-lo.

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Um bando de ladrões invadiram a festa.


b. Sujeito composto: formado por mais de um núcleo:
Manuel e Cristina pretendem casar-se.
núcleo conjunção núcleo predicado
aditiva

Deve-se notar que normalmente o verbo concorda no plural, tendo em vista


haver dois ou mais núcleos, mas nem sempre ocorrerá assim.
Quando o sujeito composto estiver posposto ao verbo, o verbo poderá
concordar com todos os núcleos (plural) ou com o mais próximo (concordância
atrativa):
Discutiram muito o chefe e o funcionário.
Discutiu muito o chefe e o funcionário.
Se houver ideia de reciprocidade, verbo vai para o plural:
Estimam-se o chefe e o funcionário.
Quando o verbo “ser” está acompanhado de substantivo plural, o verbo
também se pluraliza:
Foram vencedores Pedro e Paulo.
c. Oculto ou desinencial: é o que ocorre quando a terminação verbal
(primeiras e segundas pessoas e a terceira do imperativo) dispensa o uso do
pronome pessoal correspondente:
Estou muito feliz. (eu)
Estás muito feliz. (tu)
Para o teu carro. (tu no imperativo)
Pare o seu carro. (você no imperativo)
Voltaremos logo! (nós)
Voltastes logo! (vós)
d. Elíptico: aquele que mantém o verbo na 3ª pessoa do discurso e
obrigatoriamente necessita do contexto para permitir saber de quem se trata.
Os alunos ficaram descontentes com a atitude do professor. Deixaram de ir à
aula no dia seguinte.
Percebe-se que o sujeito do verbo “ficaram” está determinado pela
escrita no texto, porém o sujeito da locução verbal “deixaram de ir” está
implícito no contexto, por omissão, para que não haja repetição da palavra
“alunos”. Por esse motivo, temos o sujeito elíptico, que significa omissão. Ele
depende exclusivamente do contexto, sem ele não há sujeito elíptico, mas sim,
sujeito indeterminado, o qual veremos em seguida.
Algumas gramáticas admitem a elipse fazendo parte do sujeito oculto.
Para elas, o sujeito oculto (ou desinencial) é mais amplo, não necessita possuir
verbo na primeira ou segunda pessoas, mas também admite a terceira. Basta
que não haja literalmente a palavra no texto, mas esteja facilmente
subentendida. Bom, mas isso é apenas nomenclatura, algo que a FCC não
cobra, ela quer que você atente a que palavra o verbo se refere, para saber a
concordância.

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2. Indeterminado
Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Há dois casos muito cobrados pela FCC, sempre
focando a flexão do verbo:
a) Com o verbo na terceira pessoa do plural sem o sujeito escrito no texto:
Falaram bem de você.
Colocaram o anúncio.
Alugaram o apartamento.
Observe que não há referência a outra palavra como o verbo do sujeito
elíptico faz.
b) Com o “índice de indeterminação do sujeito” se e verbo no singular:
Precisa -se de ajudantes.
VTI IIS objeto indireto

Os verbos transitivos indiretos (VTI), intransitivos (VI) e de ligação (VL),


quando acrescidos do pronome “se” (índice de indeterminação do sujeito),
terão sujeito indeterminado e devem ficar sempre no singular:
Trata-se de casos delicadíssimos. (verbo transitivo indireto)
Vive-se melhor fora das cidades grandes. (verbo intransitivo)
É-se muito pretensioso na adolescência. (verbo de ligação)
3. Oração sem sujeito
Ocorre quando a oração tem apenas o predicado, isto é, o verbo é
impessoal. É importante saber quando uma oração não possui sujeito, tendo
em vista que o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular. Os
casos mais importantes ocorrem com:
I - Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Venta muito naquela cidade. Amanhã não choverá.
Nevava bastante. Choveu pouco no último mês.
Há de se ressaltar que não ocorre sujeito nesse tipo de construção, pois
o suposto sujeito manteria o mesmo radical do verbo, o que implicaria uma
repetição viciosa. (A chuva chover; O vento ventar; A neve nevar).
Justamente por isso muitos compositores e poetas utilizam essa
repetição por sonoridade, estilo; estrutura altamente produtiva numa
linguagem literária. Nesse caso, passaria a sujeito determinado simples, como
nos exemplos.
Mas também pode ocorrer a possibilidade de o sujeito não receber o
mesmo radical do verbo, como em “Amanheceu um lindo dia!”; “Amanheceram
lindos dias!”. Esse verbo passa a ter sujeito determinado simples.
Por esse princípio, quando esses verbos estão empregados de forma
figurada, naturalmente recebem sujeito com radical distinto; assim o verbo
concorda com ele:
Choveram recursos contra a última questão da prova. (“recursos” é sujeito)

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II - Verbo haver significando existir, ocorrer:


Havia muitas pessoas na sala.
Há vários problemas na empresa.
Tome cuidado quando esse verbo for o principal numa locução verbal.
Seu verbo auxiliar não pode se flexionar. Veja:
Deve haver vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo)
Tem havido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo)
Está havendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo)
Mas, quando se substitui o verbo “haver” por seus sinônimos “existir” ou
“ocorrer”, passa-se a sujeito determinado simples. Veja:
Existem vários problemas na empresa. (“vários problemas” é o sujeito)
Devem existir vários problemas na empresa.(“vários problemas” é o sujeito)
Têm ocorrido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é o sujeito)
Estão ocorrendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é o sujeito)
III - Verbos haver e fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural:
Já faz meses que não viajo com ele. (É a primeira oração que não tem sujeito)
Há três anos não vejo minha família. (É a primeira oração que não tem sujeito)
Há quatro dias não a vejo. (É a primeira oração que não tem sujeito)
Faz muito frio na Europa.
IV- Verbos ser, estar e ir (este, quando seguido de para) na indicação de
tempo.
São três horas.
Hoje são dez de setembro.
Hoje está muito frio.
Já vai para 4 anos que não leio esse jornal. (É a primeira oração que não tem sujeito)
Observe que o verbo “ser” concorda com a quantidade de tempo. Não
quer dizer que “três horas” e “dez de setembro” (nas orações acima) sejam
sujeitos.
Observação: Deve-se lembrar que todos os verbos vistos podem fazer parte
de uma locução verbal. Assim, sendo eles os verbos principais, devem os
verbos auxiliares flexionar-se conforme visto acima:
Deve ventar muito naquelas cidades.
Amanhã não deve chover.
Podia haver muitas pessoas na sala.
Pode ter havido muitas pessoas na sala.
Está fazendo muito frio na Europa.
Devem ser três horas.
Já deve ir para quatro anos que não leio esse jornal.

Veja uma frase na prova da FCC!!! (TRT 18R 2008 Técnico)


O termo sublinhado está corretamente flexionado?
Com a vigência do acordo recente entre países de língua portuguesa, pode
haver mudanças na ortografia.

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SIM. A locução “pode haver” possui o verbo “haver” no sentido de


“existir, ocorrer”, por isso é impessoal, devendo se flexionar no singular.
Veja como caiu nas provas da FCC!!!!
Questão 1
Prova: TRT 18ªR 2008 técnico
A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
(A) A tendência a diminuir o tempo de escrita, aproximando-a ao ritmo da
fala, é percebida nas conversas que os adolescentes costumam manter pela
internet.
(B) Já foi feito mudanças na língua portuguesa em situações em que eram
bem menos intensas o ritmo de entrada de palavras e conceitos no cotidiano
das pessoas.
(C) A correspondência eletrônica que vem substituindo os padrões de
comunicação oficial estão se tornando mais informais e rápidas, especialmente
nas empresas privadas.
(D) A revolução digital ampliou o léxico de muitos idiomas, o português entre
eles, e os fizeram pela incorporação de inúmeras palavras vindas diretamente
do inglês.
(E) O número total de falantes de uma língua são essenciais na determinação
da importância que devem ter esse idioma em relação aos demais.

Questão 2
Prova: TRE MG 2009 Técnico
Se for passado para o plural o termo grifado, deverá permanecer no singular
o verbo que está em:
(A) ... e o processo de desertificação do país continua em crescimento
assombroso.
(B) Só haverá esperança para os vastos espaços das Geraes ...
(C) "Ainda bem que existe o Parque" ...
(D) ... exclama o vaqueiro ...
(E) ... onde acontece o surpreendente espetáculo da bioluminescência ...

Vimos os tipos de sujeito importantes para a concordância verbal,


reforçamos com algumas questões. Mas você vai notar que a maioria das
questões de concordância se refere ao sujeito determinado simples, o qual
pode aparecer, além das formas vistas anteriormente, também da seguinte
forma:
A concordância utilizando o pronome
apassivador “se”:
Vimos que o pronome “se”, com o verbo transitivo indireto (VTI),
intransitivo (VI) e de ligação (VL), tem o nome de índice de indeterminação do
sujeito (IIS). Com isso o verbo fica flexionado obrigatoriamente na terceira
pessoa do singular.
Agora, veremos o pronome “se” com o verbo transitivo direto (VTD) ou
com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI). Esse “se” é chamado de
pronome apassivador. Isso força a seguinte estrutura:

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VTD + se + sujeito paciente


É natural você fazer a seguinte pergunta: se o verbo é transitivo direto,
onde está o objeto direto?
Bom, como dissemos que esse pronome “se” é o apassivador (P Ap),
então temos voz passiva sintética. Na voz passiva, não existe objeto direto. O
termo que seria o objeto direto passou a ser o sujeito paciente. Isso será visto
adiante na transposição de voz verbal.
Por enquanto, tenha em mente a estrutura anterior. Isso ocorre em
muitas questões de concordância verbal. Veja como:

Aluga-se casa. Alugam-se casas.


VTD +PAp+ sujeito paciente VTD + PAp + sujeito paciente

Veja que “aluga” é verbo transitivo direto. Assim, o pronome “se” é


apassivador e o termo posterior “casa” é o sujeito paciente. Toda vez que
tivermos esta estrutura passiva sintética, troque-a pela analítica (casa é
alugada), para ter certeza de que realmente há voz passiva. Veja no segundo
exemplo. O sujeito ficou no plural (“casas”), por isso o verbo também se
flexionou no plural: “Alugam”. Transpondo para a analítica (casas são
alugadas), confirmamos que temos voz passiva.

Veja uma frase na prova da FCC!!! (TRT 18R 2008 Técnico)


O termo sublinhado está corretamente flexionado?
Observa-se subversões à norma culta diariamente, nos bate-papos pela
internet.
NÃO. O verbo “observa” é transitivo direto (alguém observa algo) e o
vocábulo “se” possivelmente é o pronome apassivador. Para se ter certeza
disso, basta transpormos para a voz passiva analítica: subversões são
observadas...
Como há coerência, realmente o “se” é pronome apassivador e com isso
“subversões” é o sujeito paciente. Dessa forma, o verbo deve ser flexionado no
plural: Observam-se. Veja a reescrita:
Observam-se subversões à norma culta diariamente, nos bate-papos pela
internet.

O pronome apassivador não ocorre só com o verbo transitivo direto


(VTD). Ele também ocorre com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI):

VTDI + se + OI + sujeito paciente


Veja a aplicação:
Enviaram-se ao gerente pedidos de aumento.
VTDI + PAp + OI + sujeito paciente

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Para se ter certeza de que há pronome apassivador, basta


transformarmos para a voz passiva analítica:
Pedidos de aumento foram enviados ao gerente.
Essas construções podem ser estruturadas também com locução verbal.
Para isso, basta observar a transitividade do verbo principal (sempre o último).
Veja:
Deve-se alugar casa. Devem-se alugar casas.
P Ap + VTD + sujeito paciente P Ap + VTD + sujeito paciente

Estão-se enviando ao gerente pedidos de aumento.


P Ap + VTDI + OI + sujeito paciente

Veja uma frase na prova da FCC!!! (BACEN 2005 – Analista)


Na proposta de uma nova redação para uma frase do texto, cometeu-se
um deslize quanto à concordância verbal em:
Devem-se notar, comparando-se as massas do século XVI e os
migrantes da globalização, um quadro de semelhanças que não exclui uma
importante diferença.
Note que a locução verbal “devem-se notar” possui o verbo principal
“notar”, o qual é transitivo direto (alguém nota algo). Assim o pronome “se”
pode ser apassivador, havendo, portanto, a voz passiva sintética. Para se ter
certeza disso, SEMPRE devemos passar para a voz passiva analítica (um
quadro deve ser notado). Dessa forma, o termo “quadro” é realmente o
núcleo do sujeito paciente. Se este termo está no singular, a locução verbal
deve se flexionar no singular. A banca afastou o sujeito do seu verbo por meio
de uma estrutura adverbial entre vírgulas. Fez isso apenas para nos confundir,
mas você não vai cair nesta!!!! Veja a reescrita:

Deve-se notar, comparando-se as massas do século XVI e os migrantes


da globalização, um quadro de semelhanças que não exclui uma importante
diferença.

Concordância com o pronome relativo “que”:


Este pronome inicia uma oração subordinada adjetiva (a categorização
das orações será vista nas próximas aulas) e serve para retomar um
substantivo anterior. Ele pode cumprir várias funções sintáticas e a que nos
interessa muito para a prova é a função sintática de sujeito:
Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.
A oração grifada possui o verbo “cuida”, o qual é transitivo indireto. Seu
objeto indireto é “de crianças carentes”. Assim o termo que falta é o sujeito.
Perceba que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “instituição”.
Assim, quando lemos “que”, entendemos “instituição” e então teríamos: “a
instituição cuida de crianças carentes”. Veja:

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objeto indireto
sujeito VTI
Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.
objeto indireto
sujeito VTI
Conversei com o fundador da instituição. A instituição cuida de crianças carentes.

É fácil achar o pronome relativo: basta substituí-lo pelos também


pronomes relativos “o qual, a qual, os quais, as quais”.

Concordância com o pronome relativo “o qual” e


suas variações (a qual, os quais, as quais):
Este pronome também inicia uma oração subordinada adjetiva (a
categorização das orações será vista nas próximas aulas).

Algumas leis que estão em vigor no país deverão ser revistas.

Algumas leis as quais estão em vigor no país deverão ser revistas.

Note que “Algumas leis” é o sujeito da locução verbal “deverão ser


revistas” e o pronome relativo “que” (ou “as quais”) é o sujeito do verbo
“estão”. Quando se lê “que” ou “os quais”, devemos entender o substantivo
“leis”: leis estão em vigor no país.

Veja uma frase na prova da FCC!!! (TRT MG 2009 – Técnico)


O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da frase?
No que ...... (dizer) respeito aos desmandos nos gastos, as normas e as
sanções da LRF são inflexíveis.
NÃO. Note que a oração “que diz respeito aos desmandos nos gastos”
possui o verbo “diz”, o qual é transitivo direto. O objeto direto é “respeito”. O
substantivo “respeito” pede o complemento nominal “aos desmandos nos
gastos”. Assim, falta o sujeito “que”. Esse pronome relativo retoma o pronome
demonstrativo “o” (singular). No lugar do “que” podemos entender “aquilo”:
...aquilo diz respeito aos desmandos nos gastos...
No que diz respeito aos desmandos nos gastos, as normas e as sanções da
LRF são inflexíveis.
Assim, o pronome relativo na função de sujeito, com o substantivo
anterior no singular leva verbo para o singular.
Veja outra frase na prova da FCC!!! (TRT MG 2009 – Técnico)
O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase?

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As operações de que ...... (cuidar) a LRF trarão maior disciplina e


seriedade na gestão das verbas públicas.
NÃO. O sujeito de “cuidar” é a expressão “a LRF”. Neste caso, devemos
analisar apenas a oração com base no verbo em negrito:
... de que cuida a LRF...”
Agora fica mais clara a interpretação de que a LRF cuida de algo. Dentre
os termos desta oração, o único que não possui preposição é “a LRF”, por isso
esta expressão leva o verbo para o singular. Agora o pronome relativo tem a
função de objeto indireto. Veja:
OI

As operações de que cuida a LRF trarão maior disciplina e seriedade na


gestão das verbas públicas.

Obs.: As várias funções sintáticas do pronome relativo serão vistas em


outra aula.

Concordância verbal com o sujeito oracional:


Quando o sujeito recebe um verbo, passa a ser uma oração. Essa oração
força o verbo para o singular. Veja a frase abaixo, com sujeito determinado
simples:
É fundamental o estudo organizado.
VL + predicativo (sujeito simples)
Período simples

Chamamos de período simples o enunciado que possua apenas uma


oração (um verbo). Neste caso, o verbo “É” (de ligação) serve para ligar o
predicativo ao sujeito determinado simples “o estudo organizado”, por isso se
flexiona no singular.
Note agora que este sujeito pode receber um verbo, passando a ser
considerado um sujeito oracional. Veja:
É fundamental que você estude organizadamente.
VL + predicativo Suj + VI + adjunto adverbial de modo
oração principal oração subordinada substantiva subjetiva
período composto

Agora passamos a ter duas orações (dois verbos: “É” e “estude”), por
isso temos um período composto. Veja que antes tínhamos o sujeito “o estudo
organizado”, agora temos o sujeito oracional “que você estude
organizadamente”.
Note na estrutura acima que este sujeito oracional possui um verbo
intransitivo. Este verbo tem seu sujeito (“você”) e um adjunto adverbial de
modo (“organizadamente”). Assim, note que, sempre que tivermos um verbo,
é natural que haja um tipo de sujeito relacionado a ele e também um
complemento verbal, quando possível.
Neste sujeito oracional, perceba a conjunção integrante “que”, ela faz
com que o verbo nesta oração seja conjugado em tempo e modo verbal
(“estude”: presente do subjuntivo).

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Agora veja o período abaixo. Retiramos a conjunção integrante “que”.


Naturalmente reduzimos o número de palavras da oração, por isso a
chamamos de oração reduzida. Isso faz com que o verbo deixe de ser
conjugado em modo e tempo verbal (“estude”) e passe para a forma nominal
infinitiva: “estudar”. Veja:
É fundamental você estudar organizadamente.
VL + predicativo Suj + VI + adjunto adverbial de modo
oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo)
período composto

O sujeito oracional é chamado de oração subordinada substantiva


subjetiva. Esta oração possui várias funções sintáticas, mas cabe agora
trabalharmos apenas o valor de sujeito.
Tudo isso foi visto com a única e exclusiva intenção de você perceber
que toda vez que tivermos um verbo referindo-se ao sujeito oracional,
obrigatoriamente deverá permanecer na terceira pessoa do singular.
Para ficar bem claro. Quando tivermos um sujeito oracional, troquemos
pela palavra ISSO. Como este vocábulo está no singular, o verbo também
estará. Vamos fazer um teste:
Veja alguns exemplos com orações desenvolvidas:

É preciso que se adotem providências eficazes.


VL + predicativo + sujeito oracional

Parece estar comprovado que soluções mágicas não funcionam.


Locução verbal de ligação + predicativo + sujeito oracional

Isso é preciso.
Isso parece estar comprovado.
Convém que você fique. Isso convém.
VI + sujeito oracional

Veja alguns exemplos com orações reduzidas:

É preciso adotarem-se providências eficazes.


VL + predicativo + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)

Parece estar comprovado não funcionarem soluções mágicas.


Locução verbal de ligação + predicativo + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)

Isso é preciso.
Parece ser ela a pessoa indicada.
VI + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)
Isso parece estar comprovado.
Isso parece.
Coube-nos sustentar aquela informação. Isso nos coube.
VTI + OI + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)

Veja uma frase na prova da FCC!!! (TRE MG 2009 – Técnico)


Muitos prefeitos entendem que não ...... (dever) caber a eles empenhar
verbas para o ensino fundamental e o atendimento básico de saúde.

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A banca pedia para verificar se o verbo entre parênteses deveria se


flexionar no plural. Neste caso não, pois o sujeito da locução verbal “dever
caber” é toda a oração “empenhar verbas para o ensino fundamental e o
atendimento básico de saúde”; por isso a locução verbal deve ficar
obrigatoriamente no singular:

Muitos prefeitos entendem que não deve caber a eles empenhar verbas
para o ensino fundamental e o atendimento básico de saúde.

Veja como caiu nas provas da FCC!!!!

Questão 3
Prova: TRT 2ªR 2008 técnico
A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
(A) Existe desafios comuns às áreas urbanas densamente povoadas, no
mundo todo, sendo um deles o trânsito, responsáveis pela poluição
atmosférica em uma metrópole.
(B) A África é o continente em que ocorrem, de forma mais rápida, a migração
das zonas rurais para as áreas urbanizadas, principalmente em virtude de
guerras e de secas.
(C) Há um século, o maior número de megalópoles se concentrava em países
ricos; atualmente a maioria delas está nos países em desenvolvimento.
(D) Na maioria dos países emergentes o crescimento das cidades acontecem
sem nenhum planejamento, criando problemas ao poder público difícil de
resolver.
(E) O maior atrativo para a vida nas cidades é as possibilidades de desfrutar
mais de saúde, educação, lazer, elementos que garante qualidade de vida aos
moradores.

Questão 4
Prova: TRT 16ªR 2009 técnico
A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:
(A) É somente acima de 20% que as taxas de umidade do ar se torna
saudável para que as pessoas respirem normalmente.
(B) A existência de florestas em várias regiões é garantia de melhor
distribuição de chuvas, por conta da umidade que gera as nuvens.
(C) Vale para todo mundo as explicações para os fenômenos climáticos
extremos que está ocorrendo em diversos países.
(D) A água nas regiões quentes de florestas evaporam mais do que nos
oceanos, e o fluxo de ar úmido se dirige para o continente.
(E) Sempre haverão pesquisadores dispostos a questionar as bases de novas
teorias, até que elas os convença de sua validade.

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Questão 5
Prova: TRT 20ªR 2002 Analista
A concordância nas frases abaixo, adaptadas do texto, está correta em
(A) Os números iniciais do Censo 2000 mostram que o consumo nas diversas
regiões brasileiras são distribuídas de maneira desigual e contrastante.
(B))Constituem uma proporção relativamente pequena as famílias brasileiras
que podem dar-se ao luxo de serem sustentadas por um único membro.
(C) Alguns dados resultantes do Censo 2000 parece incompatível com aqueles
que assinalam o aumento do consumo de bens duráveis, no mesmo período.
(D) A qualidade de vida dos brasileiros, refletida principalmente na saúde,
dependem de aspectos importantes na área de serviços, como a de
saneamento básico.
(E) Os dados referentes à economia informal não é captados pelas
estatísticas, o que geram algumas situações aparentemente contraditórias.

Questão 6
Prova: TRT 23ªR 2007 Técnico
A frase em que a concordância verbo-nominal NÃO respeita a norma culta é:
(A) O frio e o clima seco de montanha possibilitaram a conservação, de um
modo admirável, de um corpo mumificado, assim como de seus objetos
pessoais.
(B) Os representantes do homem de Neandertal não deixou sinais evidentes
de rituais que pudesse dar testemunho da criatividade característica da
espécie humana.
(C) O mais provável ponto de partida de nossos ancestrais parece ter sido o
continente africano, habitado por um dos ramos extintos da evolução do
homem.
(D) Encontraram-se vestígios fósseis que comprovam a origem do homem de
Cro-magnon bem distantes de seu local de origem.
(E) A mais antiga múmia foi encontrada numa geleira dos Alpes, inteiramente
preservada, até mesmo com roupas intactas.

Questão 7
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
Na reconstrução de uma frase do texto, desrespeitou-se a concordância
verbal em:
(A) Às economias nacionais não se permite, modernamente, que se
desenvolvam de modo autônomo e competente.
(B) Ainda não se encontraram, para essas duas tendências contraditórias,
quaisquer possibilidades de harmonização.
(C) Quando não se está ligado ao progresso da vida moderna, como ocorre
com boa parte dos brasileiros, paga-se com as consequências do atraso.
(D) Devem-se às oscilações dos líderes da economia mundial boa parcela do
desequilíbrio da nossa própria economia.
(E) Devido à dificuldade de se ajustarem ao ritmo variável da economia
mundial, há medidas que, mesmo necessárias, deixamos de tomar.

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Questão 8
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
Para se atender às normas de concordância, é preciso corrigir a forma verbal
sublinhada na frase:
(A) Não nos parece que sejam irrelevantes quaisquer medidas que visem à
preservação de línguas utilizadas pelas minorias.
(B))Que não se meça esforços para se preservar ou resgatar um fato cultural
que ajude a compreender o nosso passado histórico.
(C) Tem havido muitas pressões para garantir os direitos das minorias, tais
como a utilização e a veiculação de línguas que resistem ao desaparecimento.
(D) As populações a quem interessa preservar seus direitos históricos devem
unir-se e mobilizar-se contra medidas autoritárias.
(E) Caso politicamente não convenha às autoridades do Ministério das
Comunicações proibir o programa “Nheengatu”, este será mantido em sua
forma original.
Questão 9
Prova: TRT 24ªR 2006 Técnico
A concordância está correta na frase:
(A))Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da região,
investiram em projetos voltados para atividades que não prejudiquem o meio
ambiente.
(B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa
um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de visitantes.
(C) As visitas a algum santuário ecológico deve ser agendado com
antecedência e feito em pequenos grupos de turistas, monitorados por guias
treinados.
(D) Romarias religiosas e festas folclóricas serve como atração a grande parte
de turistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do Brasil.
(E) O potencial turístico da região central do país abrangem atividades
variadas, que justifica os novos e múltiplos investimentos no setor.
Questão 10
Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
Quanto às normas de concordância verbal, está inteiramente correta a frase:
(A) Einstein não deseja que se acusem os físicos de se omitirem quanto às suas
responsabilidades depois da guerra, para cujo fim deram importante contribuição.
(B) A todos aqueles que ajudaram a criar a nova e terrível arma devem-se
responsabilizar por toda e qualquer omissão diante da construção do futuro da
humanidade.
(C) Não cabem aos físicos, de fato, tomar as medidas que redundem no efetivo
controle da utilização da nova arma, o que não significa que eles devam se omitir
sobre o assunto.
(D) Se a quaisquer dos físicos fossem permitido tomar decisões quanto à
utilização da nova arma, provavelmente haveria nelas mais sensatez do que nas
dos políticos.
(E) Não se impute aos físicos todas as responsabilidades por alguma desastrosa
utilização da nova arma, pois não pertencem a eles as iniciativas políticas.

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Questão 11
Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
O verbo indicado entre parênteses deverá se flexionar numa forma do plural
para preencher adequadamente a lacuna da frase:
(A))Ao percalço que ...... (haver) de enfrentar, responderam os romeiros com
um ato de fé.
(B) Aos romeiros não ........... (convir) dificultar as coisas para a Providência
divina.
(C) Tem gente que só diante dos grandes perigos é que ...... (persignar-se).
(D) Aqueles a quem não ...... (mover) a fé abalam-se pelo temor.
(E) Não ...... (queixar-se) das águas fortes quem as cruza com fé maior.

Questão 12
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
(A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
acepções de Ética.
(B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com muita
frequência, associada aos valores morais.
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam de
ter a dignidade humana como balizamento.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor de
que se impregna a conduta dos indivíduos.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstâncias,
atentar para a observância dos valores éticos.

Questão 13
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
Questão: O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de as
recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas.
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a
providência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as sobras
de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano.
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto.
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razoável
de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros.

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Questão 14
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do
singular para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(A) Não ...... (costumar) registrar-se, na conversa usual entre os
passageiros, quaisquer reclamações contra a rotina barulhenta da viagem.
(B) ...... (dever) agradar aos ruidosos passageiros toda essa parafernália
eletrônica, que os dispensa de refletir sobre si mesmos.
(C) Momentos de solidão e contemplação ...... (haver) de perturbar os que se
entregam gostosamente aos estímulos eletrônicos.
(D) Já quase não se ...... (ver), numa viagem de ônibus, passageiros
ensimesmados, olhando vagamente pela janela.
(E) Não ...... (convir) a muita gente esses momentos únicos de reflexão, que
uma viagem de ônibus podia propiciar.

Questão 15
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
Há um deslize na concordância verbal da seguinte frase:
(A) Aos golpes mais duros da vida responde uma amizade verdadeira com
palavras e gestos de solidariedade.
(B) Nunca haverão de nos faltar, quando contamos com amigos verdadeiros, a
força justa das palavras certas.
(C) Assim como ninguém vive sem o préstimo da água, não se superam os
infortúnios sem o apoio de um amigo verdadeiro.
(D) Os sofrimentos que pesam sobre alguém haverão de ser mais leves com a
companhia solidária de um amigo leal.
(E) Importa, acima de todas as coisas, poder contar com a lealdade e os bons
préstimos que nos oferece a amizade verdadeira.

Questão 16
Prova: TRT 2ªR 2008 Analista
As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas em:
(A) Costumam haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez.
(B) Não se devem imputar aos muito tímidos a culpa por sua notoriedade.
(C) Não deixam de ocorrer a um tímido as vantagens de sua timidez.
(D) Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez.
(E) O fato de serem tímidas não impossibilitam as pessoas de serem notadas.

Questão 17
Prova: TRT 2ªR 2008 Analista
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da frase:
(A) Entre as várias qualidades de seus poemas ...... (destacar-se), acima de
todas, a virtude da contenção.
(B) Como não ...... (haver) de surpreender, em seus poemas, a precisão dos
recursos estilísticos?
(C) Aos poetas confessionais ...... (costumar) apresentar-se o risco de
excessos emotivos.

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(D) Mais que tudo me ...... (agradar), naquele livro, os recursos formais que
intensificavam o lirismo.
(E) As duas práticas a que ...... (fazer) referência o texto não são, de fato,
inconciliáveis.

Questão 18
Prova: CEAL 2008 Advogado
Quanto à concordância verbal, há um deslize na construção da seguinte
frase:
(A) Em muitos de nós reconhece o autor a ação de vivos preconceitos contra a
candidatura de atores, profissionais com quem costumamos manter uma
dúbia relação de respeito e menosprezo.
(B) Muitos atores acreditam-se pessoas dotadas de um especial talento, mas
muitos de nós também demonstramos, no dia a dia, uma notável capacidade
de representação.
(C) Manifesta-se o autor contra o preconceito, tão disseminado entre nós, de
que às pessoas comuns não cabe ocupar um posto público, devendo este
reservar-se aos profissionais da política.
(D) Quando Schwarzenegger se candidatou ao governo da Califórnia, muitas
piadas houve; revelou-se nelas, além da hostilidade, o preconceito dos que
têm reservas em relação aos atores.
(E))Reações tão destemperadas a uma candidatura, como as que houve em
relação a Schwarzenegger, só se viu quando o nome de Ronald Reagan foi
lançado na campanha presidencial.

Questão 19
Prova: CEAL 2008 Advogado
Justifica-se inteiramente o emprego na forma plural de ambos os elementos
sublinhados na seguinte frase:
(A))Já que se desprezam os atores, por que não se corrigem as mentiras da
vida de cada um?
(B) A esses eleitores impõem-se admitir os preconceitos de que se nutrem seu
julgamento na hora de importantes decisões.
(C) Nenhum dos votos, nas democracias, deixam de ter conseqüências, já que
a todos se darão a mesma acolhida, com o mesmo peso.
(D) O que nessas frases se sugerem, quanto ao ator e seus filmes, é que, por
serem medíocres, a eles não se devem reagir senão com desprezo.
(E) Teriam havido momentos, na História, em que se viessem a retribuir aos
atores apenas com aplausos e homenagens?

Questão 20
Prova: CEF 2011 Advogado
Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal na frase:
(A) Sobrevieram à tragédia de 11/9 consequências profundas, como a psicose
coletiva a que se renderam muitos cidadãos novaiorquinos.
(B) Agregou-se ao cotidiano de Nova York, a despeito das medidas de
segurança, sentimentos de medo e desconfiança generalizados.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

(C) Uma certa soberba, característica dos americanos, mesmo depois do


atentado de 11/9 não se aplacaram.
(D) Muitas vezes decorre de uma grande tragédia coletiva, como a de 11/9,
sentimentos confusos, como os da humilhação, da revolta e da impotência.
(E) Sobrevivem até mesmo depois de grandes tragédias a tendência dos
homens ao prosaísmo e ao mau gosto, como no uso da expressão dez de
setembro.

As vozes verbais ativa e passiva


Vimos anteriormente os tipos de sujeito, para entendermos a
concordância.
A partir de agora, precisamos entender os tipos básicos de vozes verbais
(ativa e passiva) para aprofundarmos na concordância, além de iniciar assunto
novo: a transposição das vozes verbais e reconhecer o pronome apassivador
“se”.

As vozes verbais ativa e passiva


A voz verbal baseia-se no sujeito. Quando o sujeito é agente, a voz é
chamada de ATIVA. Quando o sujeito sofre a ação, ou seja, é paciente; a voz
é chamada de PASSIVA.
A estrutura da voz ativa é basicamente a das seis frases inseridas no
início do nosso estudo, quando falamos sobre os tipos básicos de predicação
(verbal e nominal):
VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI; VL + predicativo.

Predicado verbal Predicado nominal

Admite-se a transposição para voz passiva quando há VTD ou


VTDI:

Veja o esquema abaixo:

Voz ativa (sujeito agente)


O candidato realizou a prova.
VTD
sujeito agente OD (paciente)

Voz passiva (sujeito paciente)


A prova foi realizada pelo candidato.
VTD
sujeito paciente agente da passiva

Você percebeu que o sujeito da voz ativa é agente (“O candidato”).


Quando este termo agente passa para a voz passiva, automaticamente, muda
o nome para agente da passiva (“pelo candidato”).
Quando temos a voz ativa, o objeto direto (“a prova”) é o termo paciente
(sofre a ação que o sujeito realiza). Ao passarmos para a voz passiva, este
termo paciente passa a ter a função de sujeito paciente (“A prova”).

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Para transpormos da voz ativa para a passiva, devemos inserir o verbo


“ser”, no mesmo tempo que o verbo original. Por isso “realizou” transformou-
se em “foi realizada”.
Veja agora a transposição com outros tempos verbais. Perceba a
inserção do verbo “ser” no mesmo tempo do verbo original:

O candidato realiza a prova. O candidato realizava a prova.

A prova é realizada pelo candidato. A prova era realizada pelo candidato.

O candidato realizará a prova. O candidato realizaria a prova.

A prova será realizada pelo candidato. A prova seria realizada pelo candidato.

Simples, não é?
Bom, e quando temos o sujeito indeterminado? Naturalmente o agente da
passiva também será indeterminado. Veja:

Voz ativa (sujeito agente)


Realizaram a prova.
VTD
sujeito indeterminado
OD (paciente)
agente
Voz passiva (sujeito paciente)
A prova foi realizada.
VTD
sujeito paciente agente da passiva indeterminado

Mudando os tempos, teríamos:

O candidato Realizam a prova. O candidato Realizavam a prova.

A prova é realizada. A prova era realizada.

O candidato Realizarão a prova. O candidato Realizaria a prova.

A prova será realizada. A prova seria realizada.

Quando houver uma locução verbal na voz ativa, basta inserir o verbo
“ser” na mesma forma nominal do verbo principal, para que este verbo
principal fique no particípio. Veja:

O candidato tem realizado a prova.

A prova tem sido realizada pelo candidato.

O candidato está realizando a prova.

A prova está sendo realizada pelo candidato.

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O candidato vai realizar a prova.

A prova vai ser realizada pelo candidato.

Indeterminado o sujeito agente, teríamos:

O candidato Têm realizado a prova.

A prova tem sido realizada.

O candidato Estão realizando a prova.

A prova está sendo realizada.

O candidato Vão realizar a prova.

A prova vai ser realizada.


Nós conhecemos anteriormente o pronome apassivador “se”. Ele ocorre
quando há os esquemas : VTD + se + sujeito paciente
VTDI + se + OI + sujeito paciente
Agora vamos juntar essas vozes verbais para ficar mais claro. Veja:
Voz ativa
(sujeito agente) Realizaram a prova.
VTD
sujeito indeterminado
OD (paciente)
agente
Voz passiva analítica
(sujeito paciente) A prova foi realizada.
VTD
sujeito paciente agente da passiva indeterminado

Voz passiva sintética:


(sujeito paciente) Realizou-se a prova.
VTD P Ap sujeito
paciente

Veja como caiu nas provas da FCC!!!


Questão 21
Prova: TRT 2ªR 2008 Técnico
Essa situação é agravada pelo fato de quinze desses gigantes estarem
localizados em países pobres ou emergentes.
O verbo que admite o mesmo tipo de transposição ocorrida no exemplo
grifado acima está também grifado na frase:
(A) Em todo o mundo muitas cidades crescem sem nenhum planejamento.
(B) A maior parte da população do planeta já mora em cidades.
(C) A vida em cidades depende de normas comuns de comportamento.
(D) A população das grandes cidades está sujeita a problemas de trânsito e de
violência.
(E) Neste ano a população urbana ultrapassará o número de moradores das
áreas rurais.

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Questão 22
Prova: TRT 20ªR 2002 Analista
A pobreza extrema e inelutável reduz a competitividade do país.

Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal grifada passa a
ser
(A) tinham reduzido.
(B) estará reduzida.
(C) é reduzida.
(D) foram reduzidas.
(E) está reduzindo.

Questão 23
Prova: PB GAS 2007 Advogado
A voz verbal da construção “atribui-se ao fator velocidade um prestígio tão
absoluto” permanecerá a mesma caso se substitua o elemento sublinhado por
(A) atribuímos.
(B) há quem atribua.
(C) é atribuído.
(D) atribuem.
(E) costuma-se atribuir.

Questão 24
Prova: TRT 24ªR 2006 Técnico
A captura ilegal de animais silvestres só é superada pelo tráfico de drogas e
de armas.
Transpondo-se a frase acima para a voz ativa, a forma verbal grifada passa a
ser
(A))supera.
(B) superaram.
(C) está superando.
(D) tinha superado.
(E) vai estar sendo superada.

Questão 25
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores morais
dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser:
(A) seria dado.
(B) teriam dado.
(C) seriam dados.
(D) teriam sido dados.
(E) fora dado.

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Questão 26
Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
Transpondo-se para a voz passiva o segmento que os inimigos da humanidade
a obtivessem antes de nós, a forma verbal resultante deverá ser
(A) tivessem obtido.
(B) seria obtida.
(C) fosse obtida.
(D) viessem a obter.
(E) teria sido obtida.

Questão 27
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
É exemplo de correta transposição da voz ativa para a passiva:
(A))O nível de vida dessas populações as coloca à margem da modernidade =
Essas populações são colocadas à margem da modernidade por seu nível de
vida.
(B) Até agora não se estabeleceu a difícil harmonia entre essas duas
tendências = Até agora não foi estabelecida a difícil harmonia entre essas
duas tendências.
(C) Desenvolvem-se necessidades locais muito específicas = Foram
desenvolvidas necessidades locais muito específicas.
(D) Os países dependem, cada vez mais, dos centros do imperialismo
econômico = Os países são dependentes, cada vez mais, dos centros do
imperialismo econômico.
(E) A nossa economia deve se ajustar a um ritmo variável = A nossa
economia deve ser ajustada por um ritmo variável.

Questão 28
Prova: TRE MG 2009 Analista
A frase em que se admite transposição da forma verbal para a voz passiva é:
(A) Pude assistir a um documentário sobre a atuação dos irmãos Vilas-Boas.
(B) Mais que bem armada, melhor se essa cultura fosse mais justa.
(C) Cláudio Vilas-Boas estava consciente da tensão daquele momento.
(D) O documentário viria a assumir o valor de um testamento.
(E) São muito impressionantes os gestos de recusa do chefe indígena.

Questão 29
Prova: TRT 16ªR 2009 técnico
... eis a frase leiga e padrão que mais se fala e mais se ouve nas queixas ...

O segmento grifado acima pode ser corretamente substituído, sem alteração


do sentido original, por:
(A) mais vem sendo falado e mais vem sendo ouvido.
(B) mais é falada e mais é ouvida.
(C) mais tinham falado e mais tinham ouvido.
(D) mais se falaram e mais se ouviram.
(E) mais foram falados e mais foram ouvidos.

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Questão 30
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
Transpondo-se para a voz ativa a frase Nossos reveses podem ser
consolados pela palavra amiga, a forma verbal resultante será:
(A) terá consolado.
(B) hão de consolar-se.
(C) poderiam consolar.
(D) pode consolar.
(E) haverá de consolar.

Questões cumulativas de revisão


Questão 31
Prova: TRT 3ªR 2009 Analista
Deixando de lado o debate técnico sobre tal conceito, tomemos uma definição
mínima ...
O verbo cuja flexão é idêntica à do grifado acima está também grifado na
frase:
(A) Reconhecemos, embora constrangidos, que os jogadores não fizeram hoje
uma boa partida.
(B) Esperemos, todos, que nossos valorosos jogadores se consagrem
campeões nesta temporada.
(C) Sabemos agora que a decisão final do campeonato se transformará em
uma grande festa.
(D) Pretendemos, nós, torcedores, visitar as dependências do clube ainda
antes das reformas.
(E) Queremos que alguns dos troféus conquistados pelo clube fiquem expostos
ao público.

Questão 32
Prova: TRT 3ªR 2009 Técnico
Fragmento de texto:
Escuta a hora formidável do almoço
na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se.
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas
vitaminosas.
Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos!
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa,
olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso.
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é
tempo de comida,
mais tarde será o de amor.
Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios,
forma indecisa, evoluem.
O esplêndido negócio insinua-se no tráfego.
Multidões que o cruzam não veem. É sem cor e sem cheiro.

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Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul,


vem na areia, no telefone, na batalha de aviões,
toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem.
Escuta a hora espandongada da volta.
Homem depois de homem, mulher, criança, homem,
roupa, cigarro, chapéu, roupa, roupa, roupa,
homem, homem, mulher, homem, mulher, roupa, homem
imaginam esperar qualquer coisa,
e se quedam mudos, escoam-se passo a passo, sentam-se,
últimos servos do negócio, imaginam voltar para casa,
já noite, entre muros apagados, numa suposta cidade, imaginam.
(Carlos Drummond de Andrade. Nosso tempo, in Poesia
completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 128)

Escuta a hora formidável do almoço//na cidade. (1º e 2º versos)


O verbo flexionado da mesma forma que o grifado acima está no verso:
(A) ... vem na areia, no telefone, na batalha de aviões ...
(B) ... toma conta de tua alma ...
(C) As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas.
(D) Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa...
(E) Come, braço mecânico ...

Questão 33
Prova: Banco Central 2005 Analista
Estão corretamente flexionadas e articuladas as formas verbais da frase:
(A) Para que não sobrevissem maiores violência, seria preciso interferir nesse
processo de acumulação, que a tantos destitue das mínimas condições de
sobrevivência.
(B) O autor do texto e seu colega Elio Gaspari conviram em que os “cidadãos
descartáveis” constituíssem o efeito vivo do funcionamento da máquina
liberal.
(C) Para que se extingua essa expropriação histórica, fazer-se-ia necessário
que haja pleno controle do processo de acumulação.
(D) Os sonhos que advirem da contínua sedução que sobre nós exerce a
máquina neoliberal estariam condenados à insatisfação.
(E)) Por não terem podido resistir à expropriação de seus pedacinhos de terra,
os servos feudais não contiveram um processo que só fez crescer ao longo dos
séculos.

Questão 34
Prova: Def Pública SP 2010 Analista
Está plenamente adequada a correlação entre tempos e modos verbais na
frase:
(A) Ainda jovem, o antropólogo houvera trabalhado no Brasil, razão por que
os brasileiros muito haverão de se compungir com sua morte recente.
(B) A ação de Lévi-Strass daria um novo perfil à antropologia, que propiciasse
uma nova abertura e ainda a reunira com as ciências humanas.

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(C) Ao abrir e consolidar uma perspectiva generosa para a antropologia, ele


deixou um legado de que também as novas gerações se beneficiarão.
(D) Caso os preconceitos fossem combatidos com a tenacidade de Lévi-
Strauss, muitos sofrimentos inúteis haverão de ser evitados.
(E) Antes de escrever Raça e história, Lévi-Strauss tem contribuído para
uma verdadeira revolução na antropologia, quando publica clássicos dessa
área.

Respostas
Questão 1
Prova: TRT 18ªR 2008 técnico
Gabarito: A
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) A tendência a diminuir o tempo de escrita, aproximando-a ao ritmo da fala,
é percebida nas conversas que os adolescentes costumam manter pela
internet.
Esta é a alternativa correta, pois o sujeito “A tendência” leva a locução
verbal passiva “é percebida” para o singular e feminino. Note que o pronome
“a”, em “aproximando-a”, concorda com “escrita”, por isso está flexionado
corretamente. A locução “costumam manter” encontra-se no plural, porque
concorda com o sujeito “os adolescentes”.
b) Já foram feitas mudanças na língua portuguesa em situações em que era
bem menos intenso o ritmo de entrada de palavras e (de) conceitos no
cotidiano das pessoas.
A locução verbal “foram feitas” deve ser flexionada no plural e feminino
para concordar com o núcleo do sujeito “mudanças”. O verbo de ligação “era”
e seu predicativo “intenso” deve concordar com “ritmo”, que é o núcleo do
sujeito. É importante perceber que o adjunto adnominal está composto, e uma
preposição “de” ficou subentendida: “ritmo de entrada de palavras e (de)
conceitos”.
c) A correspondência eletrônica que vem substituindo os padrões de
comunicação oficial está se tornando mais informal e rápida,
especialmente nas empresas privadas.
A locução verbal “está se tornando” deve flexionar-se no singular, pois
seu sujeito “A correspondência eletrônica” encontra-se no singular. Esta
locução verbal é de ligação, por isso “informal” e “rápida” são predicativos
compostos do sujeito, devendo concordar com este mesmo sujeito. Portanto,
singular e feminino.
d) A revolução digital ampliou o léxico de muitos idiomas, o português entre
eles, e o fez pela incorporação de inúmeras palavras vindas diretamente do
inglês.
A expressão “A revolução digital” é o sujeito dos verbos “ampliou” e
“fez”, por isso devem flexionar-se no singular. O pronome demonstrativo
reduzido “o” retoma a estrutura “ampliou o léxico de muitos idiomas”; por isso
deve se flexionar no singular e masculino.

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e) O número total de falantes de uma língua é essencial na determinação da


importância que deve ter esse idioma em relação aos demais.
O núcleo do sujeito (“número”) leva o verbo de ligação “é” e seu
predicativo “essencial” para o singular. A locução verbal “deve ter” flexiona-se
obrigatoriamente no singular, por concordar com o sujeito “esse idioma”. Note
que essa locução é transitiva direta e seu objeto direto é o “que”, o qual
retoma “importância”. Veremos o uso desse “que” adiante.

Questão 2
Prova: TRE MG 2009 Técnico
Gabarito: B
Comentário: Note que a banca sublinhou um termo em cada frase. O verbo
só vai para o plural se este termo sublinhado for o sujeito e é justamente isso
que a banca quer que você note.
Somente na alternativa (B) o termo sublinhado não é o sujeito, pois
vimos que o verbo “haver”, no sentido de “existir, ocorrer”, não possui
sujeito; por isso o verbo flexiona-se no singular. O termo “esperanças” é o
objeto direto do verbo “haverá”.
Agora veja que todos os termos sublinhados são o sujeito da oração:
(A) os processos de desertificação do país continuam em crescimento assombroso.
sujeito VI Adj Adv de modo
(C) "Ainda bem que existem os Parques" ...
VI sujeito
(D) ... exclamam os vaqueiros ...
(OD está no texto) VTD sujeito
(E) ... onde acontecem os surpreendentes espetáculos da bioluminescência ...
Adj Adv lugar VI sujeito

Questão 3
Prova: TRT 2ªR 2008 Técnico
Gabarito: C
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Existem desafios comuns às áreas urbanas densamente povoadas, no
mundo todo, sendo um deles o trânsito, responsável pela poluição
atmosférica em uma metrópole.
O verbo “Existem” deve ser flexionado no plural, porque seu sujeito
determinado simples “desafios comuns” está também no plural. Além disso, o
adjetivo “responsável” está caracterizando “trânsito”, por isso deve se
flexionar no singular.
b) A África é o continente em que ocorre, de forma mais rápida, a migração
das zonas rurais para as áreas urbanizadas, principalmente em virtude de
guerras e de secas.
O verbo “ocorre” flexiona-se no singular, porque seu sujeito
determinado simples “a migração das zonas rurais para as áreas urbanizadas”
possui núcleo no singular (migração).
c) Há um século, o maior número de megalópoles se concentrava em países
ricos; atualmente a maioria delas está nos países em desenvolvimento.

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Esta é a correta, porque o verbo “Há” traduz valor de tempo decorrido, por
isso, mesmo que “um século” estivesse flexionado no plural, este verbo não se
flexionaria no plural. O verbo “concentrava” está também corretamente
flexionado no singular, haja vista que o núcleo do sujeito está no singular
(número). O verbo “está” flexionou-se corretamente no singular para
concordar com “maioria”. Por serem expressões partitivas, o termo “maior
número de megalópoles” e “a maioria delas” podem levar os seus respectivos
verbos a se flexionarem também no plural. Portanto, esta é a alternativa
correta.
d) Na maioria dos países emergentes o crescimento das cidades acontece
sem nenhum planejamento, criando problemas ao poder público difíceis de
resolver.
O verbo “acontece” deve se flexionar no singular, por concordar com o
núcleo do sujeito determinado simples “o crescimento das cidades”. O adjetivo
“difíceis” se refere ao substantivo “problemas”, por isso deve se flexionar no
plural.
e) O maior atrativo para a vida nas cidades é as possibilidades de desfrutar
mais de saúde, educação, lazer, elementos que garantem qualidade de vida
aos moradores.
A princípio, o candidato poderia pensar que a concordância do verbo “é”
estaria errada; porém há dupla possibilidade de concordância. A regra é a
seguinte: quando há verbo de ligação “ser” com sujeito e predicativo com
núcleo de valor substantivo (como é o caso nesta frase), o verbo “ser” pode
concordar tanto com o sujeito, quanto com o predicativo. Assim, não estaria
errada a construção “O maior atrativo para a vida nas cidades são as
possibilidades...”. Normalmente a tendência é concordar com o termo plural,
mas o singular também é aceito na norma culta. Entretanto, o problema
encontra-se com o verbo garantir. Este deve se flexionar no plural, porque seu
sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma “elementos”, levando o
verbo para o plural (garantem).

Questão 4
Prova: TRT 16ªR 2009 Técnico
Gabarito: B
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) É somente acima de 20% que as taxas de umidade do ar se tornam
saudáveis para que as pessoas respirem normalmente.
O núcleo do sujeito “as taxas de umidade do ar” leva o predicado
nominal para o plural – tanto o verbo de ligação “se tornam”, quanto o
predicativo do sujeito “saudáveis”.
b) A existência de florestas em várias regiões é garantia de melhor
distribuição de chuvas, por conta da umidade que gera as nuvens.
Esta é a alternativa correta, pois os sujeitos no singular levam os verbos
para o singular, corretamente.
c) Valem para todo mundo as explicações para os fenômenos climáticos
extremos que estão ocorrendo em diversos países.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

O verbo “Valem” deve se flexionar no plural por concordar com o núcleo


do sujeito (“explicações”). Este verbo é transitivo indireto e seu objeto
indireto é “para todo mundo”.
A locução verbal “estão ocorrendo” deve se flexionar no plural por
possuir como sujeito o pronome relativo “que”, o qual retoma “fenômenos
climáticos extremos”.
d) A água nas regiões quentes de florestas evapora mais do que nos
oceanos, e o fluxo de ar úmido se dirige para o continente.
O verbo “evapora” deve se flexionar no singular, porque seu sujeito
encontra-se no singular (A água). A expressão “nas regiões quentes de
florestas” é um adjunto adverbial de lugar. A banca optou por deixá-lo sem
vírgulas para tentar confundir o candidato a achar o núcleo do sujeito.
e) Sempre haverá pesquisadores dispostos a questionar as bases de novas
teorias, até que elas os convençam de sua validade.
O verbo “haverá” deve se flexionar no singular, por ser impessoal (não
possuir sujeito), no sentido de “existir, ocorrer”. O verbo “convençam” possui
como sujeito “elas”, por isso deve se flexionar no plural.

Questão 5
Prova: TRT 20ªR 2002 Analista
Gabarito: B
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Os números iniciais do Censo 2000 mostram que o consumo nas diversas
regiões brasileiras é distribuído de maneira desigual e contrastante.
A locução verbal da voz passiva “é distribuído” deve ser flexionada no
masculino e singular, por concordar com o sujeito “o consumo”.
b) Constituem uma proporção relativamente pequena as famílias brasileiras
que podem dar-se ao luxo de serem sustentadas por um único membro.
Esta é a alternativa correta. O verbo “Constituem” está corretamente
flexionado no plural por concordar com o sujeito “as famílias brasileiras”. Note
que esse verbo é transitivo direto, por isso “uma proporção relativamente
pequena” é o objeto direto. A locução verbal “podem dar” tem como sujeito o
pronome relativo “que”, o qual retoma “as famílias brasileiras”. Por isso esta
locução flexionou-se corretamente no plural.
c) Alguns dados resultantes do Censo 2000 parecem incompatíveis com
aqueles que assinalam o aumento do consumo de bens duráveis, no mesmo
período.
O verbo de ligação “parecem” e o predicativo “incompatíveis” devem se
flexionar no plural, por concordar com o seu sujeito “Alguns dados resultantes
do Censo 2000”. Note que o verbo “assinalam” está corretamente flexionado
no plural, tendo em vista o seu sujeito “que” retomar o pronome
demonstrativo “aqueles”.
d) A qualidade de vida dos brasileiros, refletida principalmente na saúde,
depende de aspectos importantes na área de serviços, como a de
saneamento básico.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

O sujeito “A qualidade de vida dos brasileiros” leva o verbo “depende” a


flexionar-se obrigatoriamente no singular. Note que o artigo “a” deixa implícito
o substantivo “área”; por isso a flexão deste artigo está correta.
e) Os dados referentes à economia informal não são captados pelas
estatísticas, o que gera algumas situações aparentemente contraditórias.
O sujeito “Os dados referentes” leva obrigatoriamente a locução verbal
da voz passiva “são captados” para o plural e masculino. Além disso, o verbo
“gera” é transitivo direto, seu objeto direto é “algumas situações
aparentemente contraditórias”, o sujeito é o pronome relativo “que”, o qual
retoma o pronome demonstrativo reduzido “o”. Por isso esse verbo deve se
flexionar no singular.

Questão 6
Prova: TRT 23ªR 2007 Técnico
Gabarito: B
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) O frio e o clima seco de montanha possibilitaram a conservação, de um
modo admirável, de um corpo mumificado, assim como de seus objetos
pessoais.
O verbo “possibilitaram” concorda corretamente no plural com seu
sujeito composto “O frio e o clima”.
b) Os representantes do homem de Neandertal não deixaram sinais
evidentes de rituais que pudessem dar testemunho da criatividade
característica da espécie humana.
O verbo “deixaram” deve se flexionar no plural, pois o seu sujeito
determinado simples “Os representantes do homem de Neandertal” possui
núcleo no plural, forçando o verbo para o plural. O verbo “pudessem” tem
como sujeito o pronome relativo “que”. Este pronome retoma a expressão
“sinais evidentes de rituais”, forçando este verbo também ao plural. Portanto
esta é a alternativa incorreta.
c) O mais provável ponto de partida de nossos ancestrais parece ter sido o
continente africano, habitado por um dos ramos extintos da evolução do
homem.
A locução verbal “parece ter sido” flexionou-se corretamente no
singular, porque o seu sujeito determinado simples “O mais provável ponto de
partida de nossos ancestrais” possui núcleo no singular (“ponto”).
d) Encontraram-se vestígios fósseis que comprovam a origem do homem de
Cro-magnon bem distantes de seu local de origem.
O verbo “encontraram” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador. Isso faz com que “vestígios fósseis” seja o sujeito paciente, por
isso o verbo está corretamente flexionado. O verbo “comprovam” está no
plural, porque seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma “vestígios
fósseis”. O adjetivo “distantes” concorda com o nome a que se refere: o
substantivo “vestígios”.
e) A mais antiga múmia foi encontrada numa geleira dos Alpes, inteiramente
preservada, até mesmo com roupas intactas.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

A locução verbal da voz passiva “foi encontrada” concorda corretamente


com o seu sujeito “A mais antiga múmia”, cujo núcleo (múmia) encontra-se
no singular. Note que “preservada” concorda com “múmia”, por isso está
corretamente flexionada.

Questão 7
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
Gabarito: D
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Às economias nacionais não se permite, modernamente, que se
desenvolvam de modo autônomo e competente.
O verbo “permite” está corretamente no singular, pois é transitivo direto
e indireto, antecipado do pronome apassivador “se”. Seu objeto indireto é “Às
economias nacionais” e o sujeito paciente é a oração subordinada substantiva
subjetiva “que se desenvolvam de modo autônomo e competente”. Note que
essa oração pode ser substituída pela palavra “isso” e, quando há pronome
apassivador, deve-se transformar a estrutura em voz passiva analítica para se
confirmar o valor desse pronome. Assim: Isso não é permitido às economias
nacionais.
Dentro da oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo
“desenvolvam” encontra-se no plural, tendo em vista que seu sujeito está
elíptico, subentendido, por retomar a expressão “economias nacionais”. Isso
ocorre porque o verbo “desenvolvam” é transitivo direto e o pronome “se” é
apassivador. Assim, realmente se subentende o sujeito paciente “economias
nacionais” (que as economias nacionais sejam desenvolvidas).
b) Ainda não se encontraram, para essas duas tendências contraditórias,
quaisquer possibilidades de harmonização.
O verbo “encontraram” está corretamente flexionado no plural, pois ele
é transitivo direto e está antecedido do pronome apassivador “se”. Por isso
“quaisquer possibilidades de harmonização” é o sujeito paciente. Para tanto,
devemos confirmar com a transposição para a voz passiva analítica: Ainda não
foram encontradas quaisquer possibilidades de harmonização.
c) Quando não se está ligado ao progresso da vida moderna, como ocorre com
boa parte dos brasileiros, paga-se com as consequências do atraso.
A locução verbal “está ligado” é transitiva indireta. O pronome “se” é
índice de indeterminação do sujeito. Note que realmente não se consegue
identificar o sujeito neste contexto. A expressão “ao progresso da vida
moderna” é objeto indireto.
O verbo “ocorre” é transitivo indireto, neste contexto, e o objeto indireto
é “com boa parte dos brasileiros”. O sujeito deste verbo é elíptico
(subentendido), retomando a construção “não está ligado ao progresso da
vida moderna”. Por retomar essa oração, está flexionado no singular.
O verbo “paga”, neste contexto, é intransitivo. Por isso, o “se” é índice
de indeterminação do sujeito e este verbo deve ficar no singular. Veja que a
expressão “com as consequências do atraso” é apenas o adjunto adverbial de
modo.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

d) Deve-se às oscilações dos líderes da economia mundial boa parcela do


desequilíbrio da nossa própria economia.
O verbo “deve” é transitivo direto e indireto e o pronome “se” é
apassivador. Com isso o objeto indireto é “às oscilações dos líderes da
economia mundial” e o sujeito paciente é “boa parcela do desequilíbrio da
nossa própria economia”. Por isso, o verbo deve se flexionar no singular.
Devemos passar para a voz passiva analítica para se ter certeza: boa parcela
(...) é devida às oscilações. Esta é a alternativa a ser marcada.
e) Devido à dificuldade de se ajustarem ao ritmo variável da economia
mundial, há medidas que, mesmo necessárias, deixamos de tomar.
O verbo “ajustarem” encontra-se no plural porque seu sujeito está
subentendido, referindo-se a “medidas”. Note que o substantivo “medidas” é o
objeto direto do verbo impessoal “há”. A locução verbal “deixamos de tomar”
encontra-se flexionada na primeira pessoa do plural porque o sujeito é oculto
“nós”.

Questão 8
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
Gabarito: B
Comentário: Note que a questão trata apenas da concordância dos verbos
sublinhados, sobre os quais haverá o comentário abaixo:
a) Não nos parece que sejam irrelevantes quaisquer medidas que visem à
preservação de línguas utilizadas pelas minorias.
O verbo “parece” é transitivo indireto, neste contexto. Seu objeto
indireto é “nos” e seu sujeito é a oração subordinada substantiva “que sejam
irrelevantes quaisquer medidas” (Isso não nos parece). Portanto, o verbo
está corretamente flexionado na terceira pessoa do singular.
b) Que não se meçam esforços para se preservar ou resgatar um fato cultural
que ajude a compreender o nosso passado histórico.
O verbo “meçam” é transitivo direto. Como está precedido de pronome
apassivador “se”, seu sujeito paciente é “esforços”, forçando o verbo a se
flexionar na terceira pessoa do plural. Por isso esta é a alternativa a ser
marcada. Confirme se realmente é pronome apassivador com a transposição
para a voz passiva analítica: que não sejam medidos os esforços.
c) Tem havido muitas pressões para garantir os direitos das minorias, tais
como a utilização e a veiculação de línguas que resistem ao desaparecimento.
A locução verbal “Tem havido” possui o verbo principal “havido” no
sentido de existir, ocorrer. Assim, essa locução é impessoal, não possuindo
sujeito, e o verbo auxiliar “Tem” está corretamente flexionado na terceira
pessoa do singular.
d) As populações a quem interessa preservar seus direitos históricos devem
unir-se e mobilizar-se contra medidas autoritárias.
O verbo “interessa” é transitivo indireto e seu objeto indireto é “a
quem”. O verbo está corretamente flexionado na terceira pessoa do singular,
porque concorda com seu sujeito, que é a oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo “preservar seus direitos históricos”.

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e) Caso politicamente não convenha às autoridades do Ministério das


Comunicações proibir o programa “Nheengatu”, este será mantido em sua
forma original.
O verbo “convenha” é transitivo indireto e seu objeto indireto é “às
autoridades do Ministério das Comunicações”. Este verbo está corretamente
flexionado na terceira pessoa do singular porque novamente o sujeito é uma
oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo: “proibir o
programa “Nheengatu”. (Isso convenha às autoridades.)

Questão 9
Prova: TRT 24ªR 2006 Técnico
Gabarito: A
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da região,
investiram em projetos voltados para atividades que não prejudiquem o meio
ambiente.
Esta é a alternativa correta, pois o verbo “investiram” está no plural por
concordar com o seu sujeito “Alguns proprietários”. As duas orações
sublinhadas são iniciadas pelo pronome relativo “que” em duas ocorrências.
Esses pronomes estão na função de sujeito e recuperam substantivos plurais,
por isso os verbos “perceberam” e “prejudiquem” encontram-se corretamente
flexionados na terceira pessoa do plural.
b) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central
representam um paraíso que não foi feito para o turismo de massas de
visitantes.
O verbo “representam” deve se flexionar na terceira pessoa do plural
para concordar com o núcleo do sujeito “maravilhas”. Além disso, na oração
grifada acima, o pronome relativo “que” funciona como sujeito e retoma
“paraíso”; por isso a locução verbal da voz passiva “foi feito” deve se flexionar
na terceira pessoa do singular, com particípio no masculino.
c) As visitas a algum santuário ecológico devem ser agendadas com
antecedência e feitas em pequenos grupos de turistas, monitorados por guias
treinados.
Há duas locuções verbais da voz passiva no período: “devem ser
agendadas” e “feitas”. Note que a segunda locução deixa subentendidos os
verbos auxiliares “devem ser”, apresentando explicitamente apenas o verbo
principal “feitas”. Essas locuções verbais concordam com o núcleo do sujeito
“visitas”, por isso se flexionam no plural e no feminino.
d) Romarias religiosas e festas folclóricas servem como atração a
grande parte de turistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do Brasil.
O verbo “servem” deve ser flexionado na terceira pessoa do plural para
concordar com seu sujeito composto “Romarias religiosas e festas folclóricas”.
A oração subordinada adjetiva, sublinhada acima, possui o pronome
relativo “que” na função de sujeito, o qual retoma o substantivo “parte”, por
isso o verbo está corretamente flexionado na terceira pessoa do singular.

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Deve-se ressaltar que este pronome relativo poderia ter retomado


também o substantivo “turistas”. Assim, o verbo poderia ficar também no
plural: “desejam”.
e) O potencial turístico da região central do país abrange atividades variadas,
que justificam os novos e múltiplos investimentos no setor.
O verbo “abrange” deve se flexionar na terceira pessoa do singular para
concordar com o núcleo do seu sujeito “potencial”. A oração sublinhada é
subordinada adjetiva e o pronome relativo “que” está na função de sujeito,
retomando “atividades variadas”, por isso o verbo “justificam” deve se
flexionar na terceira pessoa do plural.

Questão 10
Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
Gabarito: A
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Einstein não deseja que se acusem os físicos de se omitirem quanto às suas
responsabilidades depois da guerra, para cujo fim deram importante
contribuição.
O verbo “acusem” é transitivo direto e indireto. Seu objeto indireto é a
oração subordinada substantiva “de se omitirem”. O “se” é o pronome
apassivador, por isso “os físicos” é o sujeito paciente, forçando o verbo a
flexionar-se no plural. Dentro da oração subordinada substantiva objetiva
indireta “de se omitirem”, o verbo “omitirem” é transitivo direto e o pronome
apassivador “se” faz entender que o sujeito paciente está subentendido (os
físicos). Esse é o chamado sujeito elíptico, pois apenas o contexto nos mostra
a quem o verbo se refere.
Como vimos nos comentários anteriores, sempre que tivermos o
pronome apassivador, devemos confirmá-lo, transpondo para a voz passiva
analítica: os físicos serem omissos. (Note o particípio irregular)
Da mesma forma que o sujeito de “omitirem”, o sujeito de “deram”
também é elíptico, subentendendo “os físicos”.
b) A todos aqueles que ajudaram a criar a nova e terrível arma deve-se
responsabilizar por toda e qualquer omissão diante da construção do futuro
da humanidade.
Na oração subordinada adjetiva (sublinhada acima), seu sujeito é o
pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome demonstrativo “aqueles”.
Assim, o verbo “ajudaram” está corretamente flexionado no plural.
A oração principal seria: “A todos aqueles deve-se responsabilizar por
toda e qualquer omissão diante da construção do futuro da humanidade”.
Nesta oração não há termo sem preposição. Isso indica que o verbo
“responsabilizar”, neste contexto, não é transitivo direto. Assim, o pronome
“se” é o índice de indeterminação do sujeito e esta locução verbal deve se
flexionar no singular. Por tudo isso, entende-se que “A todos aqueles” é o
objeto indireto e “por toda e qualquer omissão” é o adjunto adverbial de
causa.

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c) Não cabe aos físicos, de fato, tomar as medidas que redundem no efetivo
controle da utilização da nova arma, o que não significa que eles devam se
omitir sobre o assunto.
O verbo “cabe” é transitivo indireto. Seu objeto indireto é “aos físicos” e
seu sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo
“tomar as medidas”. Então esse verbo deve se flexionar na terceira pessoa do
singular. O verbo “redundem” faz parte de uma oração subordinada adjetiva,
ele se encontra corretamente flexionado no plural, porque seu sujeito é o
pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo “medidas”. A outra
oração subordinada adjetiva também possui como sujeito o pronome relativo
“que”, mas este retoma o pronome demonstrativo reduzido “o”, por isso o
verbo está corretamente flexionado no singular.

d) Se a quaisquer dos físicos fosse permitido tomar decisões quanto à


utilização da nova arma, provavelmente haveria nelas mais sensatez do que
nas dos políticos.
A locução verbal “fosse permitido” deve se flexionar no singular, porque
tem como sujeito a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo “tomar decisões”. O verbo “haveria” está corretamente empregado
porque está no sentido de “existir, ocorrer”, por isso é impessoal e se
flexionou no singular.

e) Não se imputem aos físicos todas as responsabilidades por alguma


desastrosa utilização da nova arma, pois não pertencem a eles as iniciativas
políticas.
Os verbos “imputem” e “pertencem” possuem a mesma transitividade:
transitivos direto e indireto. Os objetos indiretos são “aos físicos” e “a eles” e
os sujeitos que os induzem à concordância na terceira pessoa do plural são
“todas as responsabilidades” e “as iniciativas políticas”, respectivamente.

Questão 11
Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
Gabarito: A
Comentário: Lembre-se de que a questão pede verbo no plural.
Na alternativa A, o verbo haver deve se flexionar na terceira pessoa do
plural, pois o sujeito da locução “hão de enfrentar” é “elíptico e subentende o
termo “os romeiros”. Por isso é a alternativa correta. Vale ressaltar que essa
locução é transitiva direta e seu objeto direto é o pronome relativo “que”, o
qual retoma “percalço” (hão de enfrentar o percalço).
Na alternativa B, o verbo convir é transitivo indireto e deve se flexionar
na terceira pessoa do singular porque seu sujeito é a oração “dificultar as
coisas para a Providência divina”. Perceba que o termo plural “Aos romeiros” é
apenas objeto indireto.
Na alternativa C, o verbo persignar deve se flexionar na terceira
pessoa do singular, pois seu sujeito elíptico é “gente”.

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Na alternativa D, o verbo mover deve se flexionar na terceira pessoa do


singular, porque é transitivo direto e seu sujeito é “a fé”. O pronome “quem”
encontra-se precedido de preposição, pois está na função sintática de objeto
direto preposicionado.
Na alternativa E, o verbo queixar é transitivo indireto. Seu objeto
indireto é “das águas fortes”. Note que o pronome “se” integra o verbo, ele
não é nem apassivador, nem índice de indeterminação do sujeito, mas isso
nós veremos na nossa aula de pronomes. Este verbo deve se flexionar na
terceira pessoa do singular, porque seu sujeito é a oração “quem as cruza
com fé maior”.
Questão 12
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
Gabarito: E
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Costuma-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três acepções
de Ética.
A locução verbal “Costuma especular”, no contexto em que se encontra,
é intransitiva, pois “nos meios acadêmicos” é adjunto adverbial de lugar e “em
torno de três acepções de Ética” é adjunto adverbial de assunto. Por isso o
pronome “se” é índice de indeterminação do sujeito, forçando o verbo a se
flexionar na terceira pessoa do singular.

b) As referências que se fazem à natureza da ética consideram-na, com muita


frequência, associada aos valores morais.
O verbo “fazem” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e por
isso o pronome relativo “que” é o sujeito paciente, o qual retoma
“referências”. A expressão “à natureza” é o complemento nominal. Assim, este
verbo deve se flexionar na terceira pessoa do plural (as referências à natureza
são feitas).
c) Não coubesse aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam de ter a
dignidade humana como balizamento.
O verbo “coubesse” deve se flexionar na terceira pessoa do singular,
porque seu sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo “aproximar-se da ética”. O termo no plural “aos juristas” é apenas
objeto indireto.
d) Não deriva das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor de que
se impregna a conduta dos indivíduos.
O verbo “deriva” é transitivo indireto, seu objeto indireto é “das teorias”
e seu sujeito é “o efetivo valor”, por isso o verbo deve se flexionar na terceira
pessoa do singular. O verbo “impregna” está corretamente flexionado no
singular, haja vista ser transitivo direto e indireto. Seu objeto indireto é “de
que”, o pronome “se” é apassivador, por isso “a conduta dos indivíduos” é o
sujeito paciente (a conduta dos indivíduos é impregnada de...).
e) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstâncias,
atentar para a observância dos valores éticos.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

O verbo “Convém” é transitivo indireto, “aos filósofos e juristas” é o


objeto indireto e o sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva
“atentar para a observância dos valores éticos”. Por isso este verbo está
corretamente flexionado.

Questão 13
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
Gabarito: D
Comentário: Lembre-se de que a questão pede verbo no plural.
a) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não deixa de as recolher
quem não pode pagar pelas boas e bonitas.
A locução verbal “deixa de recolher” é transitiva direta. Seu objeto
direto é “Frutas e verduras”. Observe que o pronome oblíquo átono “as”
retoma a mesma expressão, por isso é o objeto direto pleonástico (o qual será
estudado em outra aula). Esta locução verbal deve se flexionar no singular
porque seu sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva “quem não
pode pagar pelas boas e bonitas”.
b) Deve-se aos ruidosos funcionários da limpeza pública a providência que
fará esquecer que ali funcionou uma feira.
O verbo “Deve” é transitivo direto e indireto, então “aos ruidosos
funcionários da limpeza pública” é o objeto indireto, o pronome “se” é
apassivador. Por isso o sujeito paciente é “a providência”, fazendo com que o
verbo se flexione na terceira pessoa do singular (a providência é devida aos
ruidosos...).
c) Não alude aos feirantes mais generosos, que oferecem as sobras de seus
produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano.
O verbo “alude” é transitivo indireto, a expressão “aos feirantes mais
generosos” é o objeto indireto, a oração entre vírgulas é adjetiva e o sujeito
desse verbo é “a observação do autor sobre o egoísmo humano”. Portanto
deve se flexionar no singular.
d) A pouca gente deixam de sensibilizar os penosos detalhes da coleta, a que
o narrador deu ênfase em seu texto.
A locução verbal “deixam de sensibilizar” é transitiva direta, seu sujeito
é “os penosos detalhes da coleta”, por isso o verbo se flexiona no plural. A
expressão “A pouca gente” é o objeto direto preposicionado.
e) Não cabe aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razoável de
alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros.
O verbo “Cabe” flexiona-se na terceira pessoa do singular por concordar
com o sujeito oracional “criticar o lucro razoável de alguns feirantes”. Note
que “aos leitores” é apenas objeto indireto.

Questão 14
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
Gabarito: B
Comentário: Lembre-se de que a questão pede verbo no singular.
a) Não costumam registrar-se, na conversa usual entre os passageiros,
quaisquer reclamações contra a rotina barulhenta da viagem.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

A locução verbal “costumam registrar” deve se flexionar no plural,


porque é transitiva direta, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente
(“quaisquer reclamações”) está no plural.
b) Deve agradar aos ruidosos passageiros toda essa parafernália eletrônica,
que os dispensa de refletir sobre si mesmos.
A locução verbal “Deve agradar” é transitiva indireta, “aos ruidosos
passageiros” é o objeto indireto e “toda essa parafernália eletrônica” é o
sujeito, por isso essa locução verbal deve se flexionar no singular.
c) Momentos de solidão e contemplação hão de perturbar os que se
entregam gostosamente aos estímulos eletrônicos.
A locução “hão de perturbar” deve flexionar-se no plural, tendo em vista
que seu sujeito “Momentos de solidão e contemplação” possui núcleo no
plural.
d) Já quase não se veem, numa viagem de ônibus, passageiros
ensimesmados, olhando vagamente pela janela.
O verbo “veem” deve se flexionar no plural, tendo em vista ser
transitivo direto, haver o pronome apassivador “se” e, com isso, o sujeito
paciente é “passageiros ensimesmados” (passageiros ensimesmados quase
não são vistos...).
e) Não convêm a muita gente esses momentos únicos de reflexão, que uma
viagem de ônibus podia propiciar.
O verbo “convêm” é transitivo indireto, “a muita gente” é objeto indireto
e “esses momentos únicos de reflexão” é o sujeito, forçando o verbo a se
flexionar no plural.

Questão 15
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
Gabarito: B
Comentário: Abaixo, está sublinhado o sujeito e negritado o verbo para
melhor visualização da estrutura.
a) Aos golpes mais duros da vida responde uma amizade verdadeira com
palavras e gestos de solidariedade.
O verbo “responde” está corretamente flexionado, porque é transitivo
indireto, neste contexto. O termo “uma amizade verdadeira” é o sujeito e “Aos
golpes mais duros da vida” é o objeto indireto.
b) Nunca haverá de nos faltar, quando contamos com amigos verdadeiros, a
força justa das palavras certas.
A locução verbal “haverá de faltar” é transitiva indireta e deve se
flexionar no singular, porque seu sujeito está no singular. O pronome “nos” é
o objeto indireto. Esta é a alternativa a ser marcada.
c) Assim como ninguém vive sem o préstimo da água, não se superam os
infortúnios sem o apoio de um amigo verdadeiro.
Está explícito que o verbo “vive” concorda corretamente com seu sujeito
“ninguém”. O verbo “superam” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador, por isso o sujeito paciente é “os infortúnios” (os infortúnios não
são superados).

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

d) Os sofrimentos que pesam sobre alguém haverão de ser mais leves com
a companhia solidária de um amigo leal.
A locução verbal “haverão de ser” faz parte da oração principal e tem
como sujeito “Os sofrimentos”, já o verbo “pesam” faz parte da oração
subordinada adjetiva e tem como sujeito o pronome relativo “que”, o qual
ocupa a função de sujeito e retoma o substantivo “sofrimentos”, levando o
verbo também ao plural.
e) Importa, acima de todas as coisas, poder contar com a lealdade e os bons
préstimos que nos oferece a amizade verdadeira.
O verbo “importa” é intransitivo e se flexiona no singular, porque seu
sujeito é a oração “poder contar com a lealdade e os bons préstimos”. O verbo
“oferece” é transitivo indireto, seu sujeito é “a amizade verdadeira” e o objeto
indireto é “nos”.

Questão 16
Prova: TRT 2ªR 2008 Analista
Gabarito: C
Comentário: A palavra em negrito foi corrigida e a sublinhada é a referência
para a concordância.
a) Costuma haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez.
A locução verbal “Costuma haver” deve se flexionar no singular, porque o
verbo principal “haver” encontra-se no sentido de existir, por isso é impessoal e
seu verbo auxiliar “Costuma” deve permanecer na terceira pessoa do singular.
Note que “traços marcantes de timidez” é o objeto direto.
b) Não se deve imputar aos muito tímidos a culpa por sua notoriedade.
A locução verbal “deve imputar” é transitiva direta e indireta. A expressão
“aos muito tímidos” é o objeto indireto, o pronome “se” é apassivador; portanto
“a culpa” é o sujeito paciente (a culpa não deve ser imputada).
c) Não deixam de ocorrer a um tímido as vantagens de sua timidez.
A locução verbal “deixam de ocorrer” é transitiva indireta; por isso “a um
tímido” é o objeto indireto e “as vantagens de sua timidez” é o sujeito. Assim,
esta é a alternativa correta.
d) Interessa a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez.
O verbo “Interessa” deve se flexionar no singular, porque seu sujeito é a
oração “encobrir aspectos de sua timidez“. Note que esse verbo é transitivo
indireto e “a certos extrovertidos” é o objeto indireto.

e) O fato de serem tímidas não impossibilita as pessoas de serem notadas.

Há três núcleos verbais, portanto três orações. O verbo “impossibilita” faz


parte da oração principal e deve concordar na terceira pessoa do singular com o
sujeito “O fato”. Este verbo é transitivo direto e indireto e seu objeto direto é “as
pessoas” e seu objeto indireto é a oração subordinada substantiva objetiva
indireta reduzida de infinitivo “de serem notadas”. Esta oração possui o sujeito
elíptico, pois está subentendido pelo contexto “as pessoas”. O substantivo “fato”
teve seu sentido completado pela oração subordinada substantiva completiva
nominal “de serem tímidas”. O sujeito deste predicado também está elíptico, pois
se subentende o termo “as pessoas”.

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Questão 17
Prova: TRT 2ªR 2008 Analista
Gabarito: D
Comentário: Lembre-se de que a questão pede verbo no plural.
a) Entre as várias qualidades de seus poemas destaca-se, acima de todas, a
virtude da contenção.
O verbo “destaca” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e
com isso o sujeito paciente “a virtude da contenção” leva o verbo a concordar
no singular (a virtude da contemplação é destacada).
b) Como não há de surpreender, em seus poemas, a precisão dos recursos
estilísticos?
A locução verbal “há de surpreender” é intransitiva, seu sujeito é a
expressão “a precisão dos recursos estilísticos”, por isso deve se flexionar no
singular.
c) Aos poetas confessionais costuma apresentar-se o risco de excessos
emotivos.
A locução verbal “costuma apresentar” é transitiva direta e indireta, seu
objeto indireto é “Aos poetas confessionais” e seu sujeito paciente é “o risco
de excessos emotivos”. Por isso, essa locução verbal deve se flexionar no
singular (o risco de excessos emotivos costuma ser apresentado aos poetas).
d) Mais que tudo me agradam, naquele livro, os recursos formais que
intensificavam o lirismo.
O verbo “agradam”, neste contexto, é transitivo indireto; por isso o
pronome “me” é o objeto indireto e “os recursos formais” é o sujeito que força
o verbo a se flexionar no plural.
e) As duas práticas a que faz referência o texto não são, de fato,
inconciliáveis.
O verbo “faz” é transitivo direto e deve se flexionar no singular porque
seu sujeito é “o texto”. Note que seu objeto direto é o substantivo
“referência”. Este nome exige o complemento nominal “a que”. O pronome
relativo “que” retomou a expressão “As duas práticas”.

Questão 18
Prova: CEAL 2008 Advogado
Gabarito: E
Comentário: Abaixo, está sublinhado o sujeito e negritado o verbo para
melhor visualização da estrutura.

a) Em muitos de nós reconhece o autor a ação de vivos preconceitos contra


a candidatura de atores, profissionais com quem costumamos manter uma
dúbia relação de respeito e menosprezo.
O verbo “reconhece” é transitivo direto e indireto e se flexiona
corretamente no singular, por concordar com o seu sujeito “o autor”. O objeto
direto é “a ação de vivos preconceitos” e o objeto indireto é “Em muitos de
nós”. A locução “costumamos manter” possui concordância correta, porque o
sujeito oculto “nós” está subentendido. Esta locução é transitiva direta e seu
objeto direto é “uma dúbia relação de respeito e menosprezo”.

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b) Muitos atores acreditam-se pessoas dotadas de um especial talento, mas


muitos de nós também demonstramos, no dia a dia, uma notável capacidade
de representação.
Os dois verbos estão flexionados corretamente: o verbo “acreditam-se”
concorda com seu sujeito “Muitos atores”, enquanto o verbo “demonstramos”
pode concordar tanto com “muitos”, quanto com “nós”.
c) Manifesta-se o autor contra o preconceito, tão disseminado entre nós, de
que às pessoas comuns não cabe ocupar um posto público, devendo este
reservar-se aos profissionais da política.
O verbo “Manifesta” está corretamente flexionado porque concorda com
seu sujeito “o autor”. O verbo “cabe” é transitivo indireto, seu objeto indireto
é “às pessoas comuns” e seu sujeito é oracional (“ocupar um posto público”);
por isso este verbo está também corretamente flexionado. O termo “este” é
sujeito da locução verbal “devendo reservar-se”. Por isso “reservar-se”
encontra-se no singular.

d) Quando Schwarzenegger se candidatou ao governo da Califórnia, muitas


piadas houve; revelou-se nelas, além da hostilidade, o preconceito dos que
têm reservas em relação aos atores.
O verbo “candidatou” possui o sujeito “Schwarzenegger”, o verbo
“houve” possui sentido de existir, por isso é impessoal e se flexiona no
singular. O verbo “revelou” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador,
então este verbo deve concordar com seu sujeito paciente “o preconceito dos”
(o preconceito foi revelado). O verbo “têm” flexiona-se corretamente no plural
porque seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome
demonstrativo “os”.
e) Reações tão destemperadas a uma candidatura, como as que houve em
relação a Schwarzenegger, só se viram quando o nome de Ronald Reagan foi
lançado na campanha presidencial.
O verbo “viram” é transitivo direto e deve concordar no plural com o seu
sujeito paciente “Reações”, pois há voz passiva sintética por ocorrência do
pronome apassivador “se” (reações foram vistas). Naturalmente, “Ronald
Reagan” é o sujeito da locução verbal “foi lançado”. O verbo “houve” é
impessoal. Portanto, esta é a alternativa a ser marcada.
Questão 19
Prova: CEAL 2008 Advogado
Gabarito: A
Comentário: Abaixo serão expostos em negrito os verbos corrigidos
gramaticalmente. Perceba que a alternativa correta deve ter os dois verbos
sublinhados no plural.
a) Já que se desprezam os atores, por que não se corrigem as mentiras da
vida de cada um?
Os verbos “desprezam” e “corrigem” possuem a mesma transitividade:
ambos são transitivos diretos, os pronomes “se” são apassivadores; assim,

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

“os atores” e “as mentiras” são sujeitos pacientes, determinando a


concordância dos dois verbos no plural (os atores são desprezados; as
mentiras não são corrigidas). Portanto, esta é a alternativa correta.
b) A esses eleitores impõe-se admitir os preconceitos de que se nutre seu
julgamento na hora de importantes decisões.
O verbo “impõe” deve ser flexionado no singular por ser transitivo direto
e indireto, seguido de pronome apassivador, consequentemente seu sujeito
paciente é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo
“admitir os preconceitos” (admitir os preconceitos é imposto a esses
eleitores). Note que o objeto indireto é “A esses eleitores”.
O verbo “nutre” também é transitivo direto e indireto, seguido do
pronome apassivador “se”, com isso o sujeito paciente é “seu julgamento”
(seu julgamento é nutrido de...). Veja que o objeto indireto é “de que”. Este
pronome relativo “que” retoma “preconceitos”.
c) Nenhum dos votos, nas democracias, deixa de ter consequências, já que a
todos se dará a mesma acolhida, com o mesmo peso.
O verbo “deixa” deve se flexionar no singular porque o núcleo do seu
sujeito é “nenhum”. O verbo “dará” é transitivo direto e indireto. Como há
pronome apassivador, “a mesma acolhida” é o sujeito paciente que induz o
verbo a se flexionar no singular (a mesma acolhida será dada a todos). Note
que “a todos” é o objeto indireto.

d) O que nessas frases se sugere, quanto ao ator e seus filmes, é que, por
serem medíocres, a eles não se deve reagir senão com desprezo.
O verbo “sugere” é transitivo direto, neste contexto. Como há pronome
apassivador “se”, o seu sujeito paciente é o pronome relativo “que”, o qual
retoma o pronome demonstrativo reduzido “o” (aquilo é sugerido nessas
frases). Por isso este verbo deve se flexionar no singular. A locução verbal
“deve reagir” é transitiva indireta, o pronome “se” é o índice de
indeterminação do sujeito e “a eles” é o objeto indireto. Portanto o verbo deve
se flexionar no singular.
e) Teria havido momentos, na História, em que se viesse a retribuir aos
atores apenas com aplausos e homenagens?
A locução verbal “Teria havido” deve se flexionar no singular, porque o
verbo principal “havido” está no sentido de existir, ocorrer; por isso é
impessoal e não deixa seu verbo auxiliar se flexionar. A locução verbal “viesse
a retribuir” é, neste contexto, transitiva indireta, o que indica que o pronome
“se” é índice de indeterminação do sujeito. Por isso, esta locução deve ser
flexionada no singular.
Questão 20
Prova: CEF 2011 Advogado
Gabarito: A
Comentário: Abaixo serão expostos em negrito os verbos já corrigidos
gramaticalmente.
a) Sobrevieram à tragédia de 11/9 consequências profundas, como a psicose
coletiva a que se renderam muitos cidadãos novaiorquinos.

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O verbo “sobrevieram” é transitivo indireto e seu sujeito é


“consequências profundas”. Note que “à tragédia de 11/9” é objeto indireto.
O verbo “renderam” é transitivo direto e indireto e seu sujeito é “muitos
cidadãos novaiorquinos”.
O pronome “se”, neste contexto, não é apassivador, pois não
entenderíamos muitos cidadãos foram rendidos a algo. Na realidade, “os
cidadãos” não é sujeito paciente, mas agente. Entende-se que foram os
cidadãos que agiram, deixaram-se render. Damos o nome a este pronome de
reflexivo, o qual será visto em outra aula.
Bom, o nome do pronome não importa, o que interessa é que você
entenda que “muitos cidadãos” é o sujeito. Portanto, esta é a alternativa
correta.
b) Agregaram-se ao cotidiano de Nova York, a despeito das medidas de
segurança, sentimentos de medo e desconfiança generalizados.
O verbo agregar deve se flexionar no plural, porque possui pronome
apassivador “se” e seu sujeito paciente é “sentimentos de medo e
desconfiança generalizados”. Note que esse verbo é transitivo direto e
indireto, por isso “ao cotidiano de Nova York” é o objeto indireto.
c) Uma certa soberba, característica dos americanos, mesmo depois do
atentado de 11/9 não se aplacou.
O verbo aplacar é transitivo direto e o pronome “se” é apassivador, por
isso esse verbo deve se flexionar no singular para concordar com seu sujeito
paciente (“Uma certa soberba”).
d) Muitas vezes decorrem de uma grande tragédia coletiva, como a de 11/9,
sentimentos confusos, como os da humilhação, da revolta e da impotência.
O verbo decorrer é transitivo indireto, seu objeto indireto é “de uma
grande tragédia coletiva” e seu sujeito é “sentimentos confusos”, forçando o
verbo para o plural.
e) Sobrevive até mesmo depois de grandes tragédias a tendência dos
homens ao prosaísmo e ao mau gosto, como no uso da expressão dez de
setembro.
O verbo “Sobrevive” é intransitivo e deve concordar com o seu sujeito
singular “a tendência dos homens”.

Questão 21
Prova: TRT 2ªR 2008 Técnico
Gabarito: E
Comentário: A banca, neste caso, pede que o candidato observe qual verbo
admite transposição de voz passiva para ativa e vice-versa. Sabe-se que são
os verbos transitivo direto ou transitivo direto e indireto que podem ser
transpostos nessas vozes verbais. Basta, então, reconhecê-los.
Na alternativa (A), o verbo “crescem” é intransitivo; então só há voz ativa.
Na alternativa (B), o verbo “mora” também é intransitivo; então só há voz
ativa.
Na alternativa (C), o verbo “depende” é transitivo indireto; então só há voz
ativa.

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Na alternativa (D), “está” é verbo de ligação; então só há voz ativa.


A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “ultrapassará” é transitivo direto,
sendo “a população urbana” sujeito e “o número de moradores das áreas
urbanas” objeto direto. Transpondo-se para a voz passiva, teríamos:
O número de moradores das áreas rurais será ultrapassado pela população
urbana.

Questão 22
Prova: TRT 20ªR 2002 Analista
Gabarito: C
Comentário: O verbo “reduz” é transitivo direto. Seu objeto direto é “a
competitividade do país”, o qual se transforma em sujeito paciente, levando o
verbo a concordar com ele. O que antes era sujeito agente (A pobreza
extrema) passa a agente da passiva. Veja:
Voz ativa: A pobreza (...) reduz a competitividade do país.
(sujeito agente) VTD (OD)

Voz passiva: A competitividade do país é reduzida pela pobreza.


(sujeito paciente) (agente da passiva)

Questão 23
Prova: PB GAS 2007 Advogado
Gabarito: C
Comentário: O verbo “atribui” é transitivo direto e indireto. O “se” é
pronome apassivador, “um prestígio tão absoluto” é o sujeito paciente e “ao
fator velocidade” é o objeto indireto. Com isso, vimos que há voz passiva
sintética. A questão pede para conservar a voz desta oração, que é passiva.
Basta passarmos para a passiva analítica:
“um prestígio tão absoluto é atribuído ao fator velocidade”.

Questão 24
Prova: TRT 24ªR 2006 Técnico
Gabarito: A
Comentário: A locução verbal “é superada” encontra-se na voz passiva e no
tempo presente do indicativo. Seu sujeito paciente é “A captura ilegal de
animais silvestres” e o agente da passiva é “pelo tráfico de drogas e de
armas”. Assim, na transposição para a voz ativa, deve-se retirar o verbo “é” e
o verbo principal deve conservar o presente do indicativo. Portanto a
alternativa correta é (A):
Voz ativa: O tráfico (...) supera a captura (...).
(sujeito agente) VTD (OD)

Voz passiva: A captura (...) é superada pelo tráfico (...).


(sujeito paciente) (agente da passiva)

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Questão 25
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
Gabarito: A
Comentário: Observe o esquema:
Voz ativa: ... os valores morais dariam o balizamento...
(sujeito agente) VTD (OD)

Voz passiva: ...o balizamento seria dado pelos valores morais.


(sujeito paciente) (agente da passiva)

Questão 26
Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
Gabarito: C
Comentário: Note que o sujeito agente é “os inimigos da humanidade” (o
qual, na transposição para a voz passiva, se transformará em agente da
passiva) e o objeto direto é o pronome “a” (o qual, na transposição, passa a
sujeito paciente). Esse pronome é feminino e singular; portanto pode ser
substituído pelo pronome pessoal do caso reto “Ela” para assumir a função de
sujeito. Deve-se inserir o verbo “ser” no mesmo tempo verbal (pretérito
imperfeito do subjuntivo: fosse. Assim:
Voz ativa: ... os inimigos da humanidade a obtivessem...
(sujeito agente) (OD) VTD

Voz passiva: ... ela fosse obtida pelos inimigos da humanidade...


(sujeito paciente) (agente da passiva)

Questão 27
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
Gabarito: A
Comentário:
Alternativa (A):
1. O nível de vida dessas populações as coloca à margem da modernidade.

2. Essas populações são colocadas à margem da modernidade por seu


nível de vida.

Na frase 1, o verbo “coloca” é transitivo direto. Seu sujeito agente é “O


nível de vida dessas populações” e o objeto direto é “as”, o qual retoma a
expressão “populações”. Transpondo-se para a voz passiva, o que era sujeito
agente vira agente da passiva e o que era o objeto direto passa a sujeito
paciente. Portanto, esta é a alternativa correta.

Alternativa (B):
1. Até agora não se estabeleceu a difícil harmonia entre essas duas
tendências.
2. Até agora não foi estabelecida a difícil harmonia entre essas duas
tendências.

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A frase 1 está na voz passiva sintética, com pronome apassivador “se”,


verbo transitivo direto “estabeleceu” e o sujeito paciente “a difícil harmonia”.
A frase 2 conservou o verbo na mesma voz passiva, porém passou à analítica,
pois foi retirado o pronome apassivador e inserido o verbo ser no mesmo
tempo verbal. Com isso o sujeito continua sendo paciente, o que confirma a
voz passiva.
Para encontrar a voz ativa, basta retirar o pronome “se” e deixar o
verbo na terceira pessoa do plural:
Até agora não estabeleceram a difícil harmonia entre essas duas tendências.
Alternativa (C):
1. Desenvolvem-se necessidades locais muito específicas.
2. Foram desenvolvidas necessidades locais muito específicas.
Da mesma forma que a alternativa (B), esta também possui as vozes
passivas sintética e analítica. A transposição para a voz ativa seria apenas a
retirada do pronome apassivador e a conservação do verbo na terceira pessoa
do plural:
Desenvolvem necessidades locais muito específicas.
Alternativa (D):
1. Os países dependem, cada vez mais, dos centros do imperialismo
econômico.
2. Os países são dependentes, cada vez mais, dos centros do
imperialismo econômico.
Na frase 1, o verbo “dependem” é transitivo indireto, por isso há voz
ativa e não se pode transformar em voz passiva. Na frase 2, permanece a voz
ativa com verbo de ligação “são” e o predicativo “dependentes”.
Alternativa (E):
1. A nossa economia deve se ajustar a um ritmo variável.
2. A nossa economia deve ser ajustada por um ritmo variável.
Na frase 1, a locução verbal “deve se ajustar” é transitiva direta e
indireta. “a um ritmo variável” é OI, o pronome “se” é apassivador, por isso
há voz passiva sintética.
Na frase 2, há voz passiva analítica, em que o sujeito “A nossa
economia” é paciente. O termo “por um ritmo variável” é o agente da passiva.
Assim, ocorrem nas frases as vozes passivas sintética e analítica,
respectivamente.

Questão 28
Prova: TRE MG 2009 Analista
Gabarito: D
Comentário: A estrutura que admite transposição para a voz passiva deve
possuir verbo transitivo direto (VTD) ou transitivo direto e indireto (VTDI).
Basta apenas reconhecer este tipo de verbo.
Na alternativa (A), o verbo “assistir” é transitivo indireto,
automaticamente a voz é ativa.
Na alternativa (B), o verbo “fosse” é de ligação. Por isso há voz ativa.
Na alternativa (C), o verbo “estava” é de ligação. Por isso há voz ativa.
A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “assumir” é transitivo direto.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

Transpondo-se para a voz passiva, o objeto direto “o valor de um testamento”


passa a sujeito paciente, e o sujeito agente “O documentário” passaria a
agente da passiva. Veja a reescrita:
O valor de um testamento viria a ser assumido pelo documentário.
Na alternativa (E), o verbo “São” é de ligação. Por isso há voz ativa.
Questão 29
Prova: TRT 16ªR 2009 Técnico
Gabarito: B
Comentário: As estruturas “se fala” e “se ouve” fazem parte da voz passiva
sintética, pois estes verbos são transitivos diretos e possuem pronome
apassivador. Nesta estrutura, o sujeito paciente é “a frase leiga e padrão”.
A banca quer que o candidato transponha da voz passiva sintética para
a analítica. Basta que se retire o pronome apassivador “se”, os verbos “fala”,
“ouve” devem receber o verbo “ser” no mesmo tempo verbal (é) e ficar no
particípio e feminino “falada”, “ouvida”; pois o sujeito paciente continua o
mesmo: o pronome relativo “que”. Ele retoma a expressão “a frase leiga e
padrão”.
Por isso a construção correta seria: mais é falada e mais é ouvida .
Questão 30
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
Gabarito: D
Comentário: Para transpor para a voz ativa, basta retirar o verbo “ser” e
atentar-se quanto aos termos sujeitos, tendo em vista a concordância verbal.
Observe o esquema:

Voz ativa: A palavra amiga pode consolar nossos reveses.


(sujeito agente) VTD (OD)

Voz passiva: Nossos reveses podem ser consolados pela palavra amiga.
(sujeito paciente) (agente da passiva)

Questão 31
Prova: TRT 3ªR 2009 Analista
Gabarito: B
Questão: O verbo “tomemos” encontra-se no imperativo afirmativo. Os
verbos das alternativas (A), (C), (D) e (E) estão no presente do indicativo. O
verbo “Esperemos” está no presente do subjuntivo; porém a flexão do
presente do subjuntivo e do imperativo na 1ª pessoa do plural é a mesma. E
foi isso o cobrado na questão. Não se pediu mesmo tempo verbal, mas mesma
flexão; assim a alternativa (B) é a correta.
Questão 32
Prova: TRT 3ªR 2009 Técnico
Gabarito: E
Comentário: O verbo “Escuta” encontra-se no imperativo afirmativo. Abaixo
cada frase relacionada ao verbo será transcrita para melhor entendimento do
tempo verbal.

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

Na alternativa (A), o verbo “vem” encontra-se no presente do indicativo.


Perceba que apenas é feita uma declaração sobre o “esplêndido negócio”:
(O esplêndido negócio) Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul,
vem na areia, no telefone, na batalha de aviões, toma conta de tua alma e
dela extrai uma porcentagem.
Na alternativa (B), o verbo “toma” encontra-se também no presente do
indicativo. O sujeito do verbo “toma” está elíptico e sugere a mesma
expressão vista acima:
(O esplêndido negócio) Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul,
vem na areia, no telefone, na batalha de aviões, toma conta de tua alma e
dela extrai uma porcentagem.
Na alternativa (C), o verbo “sugam” encontra-se também no presente
do indicativo. Note que novamente é feita uma declaração:
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas.
Na alternativa (D), o verbo “choram” encontra-se também no presente
do indicativo. Também há declaração:
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa...
Na alternativa (E), o verbo “Come” encontra-se no imperativo
afirmativo. Veja que se fala diretamente com o interlocutor: “braço mecânico”.
É dada uma ordem a ele. Portanto, esta é a alternativa correta.
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida, mais
tarde será o de amor.

Questão 33
Prova: Banco Central 2005 Analista
Gabarito: E
Comentário: Veja a reescrita com as correções tanto nas flexões, quanto nas
combinações dos tempos e modos verbais.
(A) Para que não sobreviessem maiores violências, seria preciso interferir
nesse processo de acumulação, que a tantos destitui das mínimas condições
de sobrevivência. (correlação nº 2)
A banca errou na flexão do substantivo “violência” e isso não estava previsto
na questão. Foi erro de digitação mesmo!!!
(B) O autor do texto e seu colega Elio Gaspari convieram em que os
“cidadãos descartáveis” constituíssem o efeito vivo do funcionamento da
máquina liberal.
O verbo “convieram” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo, forçando
o verbo “constituíssem” no pretérito imperfeito do subjuntivo.
(C) Para que se extinga essa expropriação histórica, fazer-se-á necessário
que haja pleno controle do processo de acumulação. (correlação nº 3)
(D) Os sonhos que advierem da contínua sedução que sobre nós exerce a
máquina neoliberal estarão condenados à insatisfação. (correlação nº 1)
(E)) Por não terem podido resistir à expropriação de seus pedacinhos de terra,
os servos feudais não contiveram um processo que só fez crescer ao longo dos
séculos.
O verbo “terem” encontra-se no infinitivo flexionado. Os dois verbos seguintes
estão no mesmo tempo verbal: pretérito perfeito do indicativo.

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Questão 34
Prova: Def Pública SP 2010 Analista
Gabarito: C
Comentário: Veja a reescrita com as correções tanto nas flexões, quanto nas
combinações dos tempos e modos verbais.
(A) Ainda jovem, o antropólogo trabalhava no Brasil, razão por que os
brasileiros muito hão de se compungir com sua morte recente.
Com o verbo no pretérito imperfeito do indicativo (trabalhava), quer-se
enfatizar o aspecto durativo da ação do antropólogo ainda jovem. O verbo
“hão” revela uma possibilidade.
(B) A ação de Lévi-Strass daria um novo perfil à antropologia, que propiciasse
uma nova abertura e ainda a reunisse com as ciências humanas.
(Correlação nº 2)
(C) Ao abrir e consolidar uma perspectiva generosa para a antropologia, ele
deixou um legado de que também as novas gerações se beneficiarão.
Foi marcado o momento (Ao abrir e consolidar), então o pretérito perfeito do
indicativo (deixou) pontua este momento no passado. O verbo “beneficiarão”
transmite a possibilidade no futuro.
(D) Caso os preconceitos fossem combatidos com a tenacidade de Lévi-
Strauss, muitos sofrimentos inúteis haveriam de ser evitados.
(Correlação nº 2)
(E) Antes de escrever Raça e história, Lévi-Strauss contribuiu para uma
verdadeira revolução na antropologia, quando publicou clássicos dessa área.
Perceba novamente um momento marcado no passado (“Antes de”), com isso
os dois verbos no pretérito perfeito do indicativo é o mais adequado.

O que devo tomar nota como mais importante?


• A estrutura VTD + se + sujeito paciente. Isso é cobrado tanto no
reconhecimento de vozes verbais (voz passiva sintética), quanto na
concordância verbal.
• A transposição das vozes verbais de acordo com o seguinte esquema:

Voz ativa:
(sujeito agente) O candidato realizou a prova.
VTD
sujeito agente OD (paciente)

Voz passiva analítica:


(sujeito paciente) A prova foi realizada pelo candidato.
VTD
sujeito paciente agente da passiva

Voz passiva sintética:


(sujeito paciente) Realizou-se a prova.
VTD P Ap sujeito
paciente

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PORTUGUÊS P/ FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

• A concordância com o pronome relativo (que= o qual, a qual, os


quais, as quais) na função de sujeito. Quando este pronome retoma
substantivo plural, o verbo vai para o plural.
• A concordância com sujeito oracional será sempre na 3ª pessoa do
singular.

Índice de provas analisadas nesta aula:

Prova: TRT 20ªR 2002 Analista


Prova: TRT 21ªR 2003 Analista
Prova: TRT 24ªR 2003 Analista
Prova: BACEN 2005 – Analista
Prova: TRT 24ªR 2006 Técnico
Prova: TRT 23ªR 2007 Técnico
Prova: PB GAS 2007 Advogado
Prova: TRT 2ªR 2008 Analista
Prova: TRT 2ªR 2008 técnico
Prova: TRT 18ªR 2008 Analista
Prova: TRT 18ªR 2008 Técnico
Prova: TRT 19ªR 2008 Analista
Prova: CEAL 2008 Advogado
Prova: TRE MG 2009 Analista
Prova: TRE MG 2009 Técnico
Prova: TRT 3ªR 2009 Analista
Prova: TRT 3ªR 2009 Técnico
Prova: TRT 16ªR 2009 técnico
Prova: DNOCS 2010 Superior
Prova: Def Pública SP 2010 Analista
Prova: MPE RS 2010 Superior
Prova: MPE SE 2010 Superior
Prova: TCM CE 2010 Superior
Prova: TRT 12ªR 2010 Médio
Prova: CEF 2011 Advogado

Você notou que, nesta aula, o número de provas baixou? Isso ocorreu
porque esses dois assuntos (concordância e vozes verbais) são muito
cobrados. Bastaram poucas provas para chegarmos a 30 questões. Pode ter
certeza de que, nas questões de revisão daqui para frente, teremos muitas
outras para praticar.

Grande abraço!!!
Até a próxima semana!!!

Professor Terror

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