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A língua de sinais foi produzida dentro das comunidades surdas de cada país e
devido a isso é considerada como um idioma. Cada país possui a sua forma de
linguagem de sinais que diferem de um país ao outro. A Língua de Sinais Americana
(ASL) difere, por exemplo, da Língua de Sinais Francesa (LSF) e assim ocorre com todos
os países. Há também as variações regionais dentro de um mesmo país, ou seja, uma
palavra pode ser sinalizada de uma forma em São Paulo e de outra forma no Rio de
Janeiro, assim como gírias.
A língua de sinais tem um caráter natural e vai sendo ensinada e modificada de
geração em geração.
Para que isso seja melhor explicado, vamos conhecer um pouco sobre as
variações linguísticas.
Pode ser considerada uma variação regional quando os sinais variam de
Pode ser considerada uma variação regional quando os sinais variam de uma região
para outra no mesmo país. Por exemplo, a palavra verde é simbolizada de formas
diferentes no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Curitiba.
É considerada variação social quando se varia a configuração das mãos e ou do
movimento, sem modificar o sentido do sinal. Por exemplo, na palavra conversar, a
mão receptora pode estar aberta ou fechada.
Os sinais também podem sofrer mudanças históricas, ou seja, com o passar dos
anos, um sinal pode sofrer alterações de acordo com as gerações.
Estes foram alguns exemplos das variações linguísticas em LIBRAS. Entendamos
agora alguns exemplos de iconicidade e arbitrariedade nos sinais.
Para praticar a língua de sinais utiliza-se gesto, visão e espaço. Devido a isso,
muitas pessoas pensam que a LIBRAS é uma representação fiel do referente, ou seja,
de que são desenhos no ar daquilo a que se refere. Mas não é sempre assim. Existem
sinais icônicos, ou seja, que reproduzem a imagem do referente ou que fazem alusão a
ele. Mas também existem os sinais arbitrários, que são aqueles que não mantêm
relação de semelhança alguma com o referente.
São exemplos de sinais icônicos: avião, borboleta, árvore, livro, casa, telefone.
Estes sinais se assemelham muito com a forma ou com o uso atribuído a esses
referentes.
São exemplos de sinais arbitrários: depressa, perdoar, mas, por que, namorado.
Não existe uma relação entre significado e sinal, e isso serve de exemplo porque
qualquer palavra, qualquer que seja sua complexidade, é representada por um sinal.
Vejamos agora, um pouco da estrutura gramatical em LIBRAS. A estrutura
gramatical é organizada em três parâmetros principais que são: a configuração da
mão, o movimento e o ponto de articulação.
Configuração da mão é o desenho da mão durante a realização do sinal.
Segundo pesquisas, existem em LIBRAS quarenta e três configurações diferentes das
mãos, sendo que 26 destas são as representações das letras.
Ponto de articulação é o local do corpo onde será realizado o sinal. O sinal pode
ser indicado, por exemplo: na boca, na barriga, no peito.
Durante a realização do sinal, a mão se desloca no espaço. Isso é denominado
movimento. Existem várias direções do movimento. Um movimento pode ser
unidirecional quando se movimenta em uma única direção. Pode ser bidirecional
quando se movimenta para duas direções podendo usar uma ou ambas as mãos. E
também pode ser multidirecional quando explora várias direções.
Ainda detalhando os movimentos, eles podem ser retilíneos (movimentos
retos), helicoidais (espiral), circulares, semicirculares, sinuosos (curvilíneo) ou angular
(zigue-zague).
A realização dos sinais pode ser com a mão dominante ou ambas as mãos. A
posição da palma da mão poderá ser para cima, para baixo, para o lado, para a frente.
A mão poderá entrar em contato com o corpo de diversas formas, com um toque ou
um risco, por exemplo.
Por exemplo:
Formação de palavras
Palavras compostas:
Exemplo
• Comer sem parar: COMER - COMER - COMER
• Beber sem parar: BEBER - BEBER – BEBER
Existem sinais que apesar de terem uma única forma, têm vários significados.
Ex.: Mergulhar/ mergulhador/ mergulho
• Doce/ adocicado/ dulcificar/ adoçar/ edulcorar/ guloseima
Em LIBRAS faz-se também o uso de gírias que não podem ser traduzidas para a
Língua Portuguesa, pois variam de acordo com o contexto e porque partem de uma
ideia criada pelos deficientes auditivos. Além das gírias, há também os gestos
informais para determinadas palavras, criados para conversas entre jovens e pessoas
íntimas.