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SANTOS – SP
JUNHO/2016
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista “Rubens Lara”
Curso Superior de Tecnologia em Logística
Orientador
Professor MSc. Álvaro Camargo Prado
Coorientador
Professor Dr. Mario Nogueira Neto
SANTOS – SP
2016
Faculdade de Tecnologia Rubens Lara
Banca Examinadora:
Orientador:___________________________________________________________
Prof. MSc. Álvaro Camargo Prado
Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista
Membro:______________________________________________________________
Prof. MSc. Júlio César Mota Martins de Almeida
Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista
Membro:______________________________________________________________
Prof. Marcos Fernando Prandi
Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista
SANTOS – SP
JUNHO/2016
DEDICATÓRIA
Agradecemos primeiramente a Deus, por ser essencial em nossas vidas e que esteve
presente nessa longa jornada.
Aos nossos familiares, por serem à base de nossas vidas, que de forma especial e
carinhosa, nos deram força e coragem para enfrentar os momentos de dificuldades e nos
impulsionaram a buscar mais conhecimento e seguir em frente em nossa trajetória.
Aos nossos amigos, por acreditarem em nossa capacidade e nos estimular diariamente.
Ao nosso orientador Prof. MSc. Álvaro Camargo Prado, por ter se disponibilizado em
nos acompanhar durante as pesquisas de campo, pelas correções e incentivo durante a realização
do nosso trabalho de conclusão de curso.
Ao nosso co-orientador Prof. Dr. Mário Nogueira Neto, pelas instruções repassadas em
como construir e conduzir este trabalho.
Ao coordenador do curso de Logística Prof. MSc. Júlio César Mota Martins de Almeida,
por se disponibilizar em auxiliar e visualizar o trabalho durante a sua elaboração.
A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração por todo suporte ao
longo desses anos em nos proporcionar alcançar o término deste curso.
A equipe dos Centros de Distribuição das empresas Dicico e Magazine Luiza, por nos
recepcionarem e solicitarem todas as informações necessárias para a realização de nossa
pesquisa de campo e elaboração deste trabalho.
A Prof. Gisele Esteves Prado, por disponibilizar parte de seu tempo para nos orientar e
realizar a formatação técnica deste trabalho.
Ao Clóvis Dantas Ferreira, esposo de uma das integrantes deste grupo, que nos
acompanhou desde o início e por todo suporte na elaboração, pesquisas e ideias para que este
trabalho pudesse ser executado.
Esse trabalho tem por objetivo abordar a importância de um centro de distribuição para atender
a demanda de lojas físicas e cliente final. Serão abordados: cada etapa dos processos logísticos
realizados em um centro de distribuição. Descreveremos seu funcionamento, tipo de layout,
distribuição das mercadorias, os canais de distribuição utilizados, recebimento, separação,
Cross Docking e os softwares e mecanismos de apoio para as operações. Maior ênfase será
dada ao comparativo entre os centros de distribuição analisados, ressaltando seus pontos
positivos e negativos encontrados durante nossa pesquisa de campo e como cada centro de
distribuição, em segmentos de mercado diferentes, trabalham para atender a demanda e
satisfazer seus clientes.
This work has as objective to broach the importance of a distribution center to meet the stores
and final customers demands. Each stage of the logistic process done at the distribution center
will be approached, describing its operation, layout types, merchandise distribution, common
distribution channels, receipt, separation, cross docking and softwares and mechanisms for
supporting the operations. Emphasis will be given on the comparison between the analised
distribution centers, highlighting their positive and negative points found during our field
research and how each distribution center, working on different market segment, work to meet
and satisfy clients demand.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
2 LOGÍSTICA – UMA FUNÇÃO ESSENCIAL NA EMPRESA ...................................... 14
3 A LOGÍSTICA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS – SUPPLY CHAIN
MANAGEMENT .................................................................................................................... 16
3.1 Distribuição Física .......................................................................................................... 16
3.2 Canais de distribuição ..................................................................................................... 17
4 CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO ......................................................................................... 19
4.1 Layout ............................................................................................................................. 23
4.1.1 Tipos de Layout .................................................................................................................... 24
4.2 Recebimento ................................................................................................................... 25
4.3 Separação dos Pedidos (Picking) .................................................................................... 26
4.4 Cross Docking................................................................................................................. 28
4.5 Sistemas de Informação .................................................................................................. 30
4.5.1 Softwares de Apoio ............................................................................................................... 31
4.5.2 Warehouse Management System – WMS (Sistemas de Gestão de Armazéns) .................. 33
4.5.3 Código de Barras (leitor óptico) e RFID ............................................................................. 34
4.6 Comparativo – Antes e Depois ....................................................................................... 37
4.7 Vantagens do CD ............................................................................................................ 38
5 CENÁRIO COMPARATIVO DAS EMPRESAS ............................................................ 39
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 48
APÊNDICE A – ENTREVISTA COM O GERENTE DE RH DO CD DA DICICO
CRISTIANO GOMES ............................................................................................................ 53
APÊNDICE B – ENTREVISTA COM O ANALISTA DE TREINAMENTO E
DESENVOLVIMENTO DO CD DA MAGAZINE LUIZA – ERICK SERAPIÃO ........ 55
12
1 INTRODUÇÃO
As demandas atendidas são de clientes na própria loja (cliente interno) e pessoas físicas
(cliente externo) que vão até loja e os clientes que solicitam os seus pedidos através de
encomendas via e-Commerce, canal da internet com pedidos on-line, e ainda em menor
quantidade, cliente pessoa jurídica.
Essa pesquisa justifica-se pela importância de um Centro de Distribuição estruturado no
gerenciamento logístico de uma empresa agregando valor e satisfação do cliente.
Como a criação de um Centro de Distribuição (CD) em um local estratégico poderá
agregar valor e influenciar na capacidade de atender a demanda dos consumidores na entrega
rápida e eficaz dos pedidos, reduzindo custos e desperdícios?
Objetivando identificar as vantagens na utilização dos Centros de Distribuição e as
melhorias que podem ser feitas, para que seja bem aproveitado.
14
Nos anos 90 com a necessidade de atuar com questões mais táticas e internas, surgiu o
Supply Chain Management – SCM (Gestão da Cadeia de Suprimentos), que passou a atuar de
maneira estratégica na cadeia produtiva das organizações.
Segundo Pozo (2010), “Supply Chain Management tem representado uma nova e
promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de
forma efetiva. SCM nos direciona para uma atitude em que as empresas devem definir suas
estratégias competitivas através de um posicionamento, tanto como fornecedores, quanto como
clientes dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem”.
É importante que SCM abranja toda cadeia produtiva, desde a relação da empresa com
os fornecedores, até a relação empresa com clientes, essa ligação introduz uma mudança
importante no desenvolvimento da visão competitiva do mercado.
Segundo Bowersox, Cooper e Closs (2014), “a logística ao contrário da gestão da cadeia
de suprimentos, é o trabalho exigido para mover e posicionar o inventário na cadeia de
suprimentos. Como tal, a logística é um subconjunto e ocorre dentro da estrutura mais
abrangente de uma cadeia de suprimentos”.
Atualmente, se há integração da administração de materiais em sua totalidade,
distribuição dos produtos e serviços e satisfação do cliente, a logística é considerada perfeita.
Segundo Pozo (2015), “a visão atual é das redes cooperativas com elo de forte competitividade
das cadeias produtivas do binômio: Logística e Supply Chain Management, o gerenciamento
da cadeia de suprimentos formando as atividades de suprimentos de insumos, de distribuição
de produtos acabados e alguns fluxos reversos relacionados aos processos produtivos em geral,
que vêm sendo tratados de formar cada vez mais ampla”.
ao cliente. Para Coughlan, Anne T. et al (2001), o gerenciamento pode ser dividido em seis
etapas: segmentação, posicionamento, estabelecimento de novos canais, aperfeiçoamento dos
canais existentes, definição de alvos e implantação do canal.
Diagnosticar conflitos nos canais de distribuição é algo natural ao se considerar, por
mais que exista uma dependência de fabricantes, distribuidores e consumidores, nem sempre
conseguimos encontrar um alinhamento entre as partes. De acordo com Barnes (2002), os
relacionamentos entre fornecedores e varejistas são tão importantes quanto os funcionários,
pois são vistos como representantes das empresas aos olhos dos clientes.
4 CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
20
4.1 Layout
O layout baseado no giro dos produtos é mostrado na Figura 4. Dessa forma, os produtos
de maior giro devem ser colocados na região mais próxima da separação (1). As esteiras (7)
eliminam a movimentação na recepção da lista de produtos e no envio para o despacho. Existe
uma área (2) reservada para armazenagem e coleta de produtos de pequenas dimensões e alto
volume. Deve ser planejada uma área para o recebimento (3) de produtos que alimentarão as
regiões (1) e (2). De forma análoga, uma área de expedição (4) deve ser dimensionada com
linhas suficientes para evitar a acumulação ou fila na linha de picking. As esteiras que levam
os pedidos completos da área de picking para a área de expedição (5) devem possuir altura
elevada para aproveitamento do espaço em chão. Na região (6) os produtos de pequeno e médio
volume são armazenados em paletes. A área (8) representa as docas do CD.
Figura 4 – Baseada no giro dos produtos
25
Todas essas formas de layout, somente são possíveis de serem adotados, através de um
bom nível de serviços logísticos. Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de
bens e serviços é gerenciado. O nível de serviço é fator-chave do conjunto de valores logísticos
que as empresas oferecem aos seus clientes para assegurar a fidelidade. Entretanto, este nível
de serviço tem um custo, quanto maior o nível de serviço, maior tende a ser seu custo associado
(BALLOU, 2010).
4.2 Recebimento
soluções tecnológicas que poderão apenas trazer à empresa um acréscimo de custos quando a
solução poderia constar apenas na alteração das estratégias de organização dos operadores
(RODRIGUES, 2007).
Com base nestes conceitos, Rodrigues (2007) divide em quatro estratégias de recolha
de produtos, sendo elas:
• Picking Discreto - Neste método, é apenas um operador que inicia e completa a recolha,
coletando apenas um produto por pedido. Corresponde à forma de recolha de produtos
mais fácil a operar, tendo um baixo índice de erro associado. Apesar da margem de erro
ser reduzida, é o método que origina um maior decréscimo da produtividade devido ao
excesso de tempo perdido durante os deslocamentos (PATRICK, 2010).
• Picking por zona - A área de armazenagem é dividida em zonas, conforme os
produtos nelas existentes, e cada zona estão a cargo de um operador. Em face de um pedido (de
vários produtos), cada operador recolhe, das suas respectivas zonas, esses produtos e deposita-
os numa área comum de consolidação. Isto significa que podem existir vários trabalhadores a
operar para apenas um pedido o que é vantajoso em termos de deslocamento, reduzindo-a
substancialmente. A maior dificuldade deste método é balancear os artigos e equipamentos de
apoio existentes em armazém, segundo o seu giro, de forma a não sobrecarregar uma zona com
pedidos. Contudo, as zonas mais produtivas terão que ser as melhores equipadas (BARROS,
2005).
• Picking por lote - Neste tipo de atividade, há acumulação de pedidos e por cada
deslocamento do operador à área de produto pretendido, este acerta com a soma das
quantidades pedidas. Este método resulta numa maior produtividade do operador desde
que o número de produtos a recolher esteja de acordo com capacidade física do
trabalhador. Apesar disto, o índice de erro neste método aumenta quando a separação e
ordenação dos pedidos (PATRICK, 2010).
• Picking por onda - É um método similar ao picking discreto: a cada operador
corresponde a coleta de um produto. A diferença consiste no número de agendamentos de
pedidos num turno, que é maior, acabando por se verificar a existência de um picking agregado.
Assim, os produtos são recolhidos em certos períodos do dia, trazendo vantagens para a
conciliação do picking com a recepção e expedição de produtos. Outra vantagem deve-se a esta
metodologia pode-se fundir a outros métodos de picking, como é o caso do picking por zona.
Mais uma vez, ter e manter um balanceamento apurado da linha é fulcral para esta atividade de
forma a evitar a sobrecarga de operadores ou equipamentos (BARROS, 2005).
28
• Bucket Brigades - Outra nova estratégia de picking fora desenvolvida por professores
da prestigiada Geórgia Tech (Universidade da Geórgia) e já é usada em várias empresas de
renome como é o caso da Readers Digest, Blockbuster Music ou Mitsubishi Consumer
Electronics América. Esta estratégia denominada de Bucket Brigades tem como função auto-
balancear as linhas de produção dessas empresas. Isto é, através do aumento ou diminuição das
taxas de pedido, o sistema se auto-organiza, evitando o sobrecarregamento de operadores e/ou
equipamentos (RODRIGUES, 2007).
A atividade de picking presente nos depósitos, possui custos representativos na
armazenagem, podendo chegar até 75% do custo total de operação de um depósito (COYLE¹
et al., 1996 apud PETERSEN; AASE ,2004).
Para o planejamento de um sistema de picking, além os equipamentos e sistemas
envolvidos na armazenagem, é necessário definir uma estratégia para a coleta e separação de
produtos de forma a atender as exigências de produtividade e flexibilidade da linha. A
simulação é uma ferramenta útil no teste de alternativas diferentes de solução para o picking.
eficiente ao consumidor), os fabricantes estão mais atentos a esta prática, mais econômica e
rápida, de fornecimento. O cross-docking é um conceito de operação logística interessante
como resposta a essas necessidades. Ele acelera o fluxo de mercadorias, reduz os custos por
condensar cargas e, idealmente, dispensa armazenagem.
A grande diferença entre o modelo tradicional e o cross docking é que no modelo
tradicional as mercadorias chegavam e eram armazenadas até solicitadas pelos clientes, a
produção era realizada para stock e empurrada para o cliente, no cross docking as mercadorias
chegam (just in time) na medida em que o cliente já as solicitou ou esta em vias de solicitá-las,
pelo que são imediatamente processadas e enviadas, eliminando assim a necessidade de
armazenagem (CARVALHO; DIAS 2004).
O cross-docking envolve o transporte dos produtos, assim que estes estejam prontos
para o uso (uma vez manufaturados ou recebidos), sem armazená-los. Em termos práticos,
o cross-docking essencialmente significa que o armazém (CD) torna-se o maior interessado no
fluxo dos produtos, opondo-se ao seu armazenamento. De acordo com CHING (2001), existem
três níveis de cross-docking:
Nível 1 é o do cross-docking paletizado, em que os produtos chegam de várias fábricas
ou fornecedores e vão em outro veículo diretamente para clientes, sem nenhuma outra seleção
ou preparação;
Nível 2 é o do cross-docking com separação, em que os produtos são recebidos e
separados por caixas para uma região específica;
Nível 3 é o do cross-docking com separação e reembalagem. Esse é o nível em que o
conceito de depósito expande para atividades que são tradicionalmente realizadas nas fábricas
e, assim posiciona a função de distribuição como uma peça vital ao sucesso de uma empresa.
30
Fonte: NOGUEIRA, Amarildo de Souza. Logística Empresarial: uma visão local com pensamento globalizado. 1
ed. São Paulo: Atlas, 2012.
Fonte: Os autores
competitivas por meio da boa gestão de seus recursos. Entre as diversas funcionalidades
abordadas por este sistema, Marques (2002) aponta três como suas possíveis divisões:
monitoramento e controle de processos, apoio à negociação e auditoria de frete, planejamento
e execução.
É possível citar alguns benefícios percebidos com a utilização do WMS, como: melhor
aproveitamento do espaço (devido à boa gestão dos estoques), confiabilidade do
armazenamento e agilidade no resgate dos pedidos ao armazém. Barros (2005) aponta que, para
que esses benefícios possam ser alcançados, há dois fatores fundamentais como:
comprometimento da alta administração e uso da estrutura organizacional adequada à cultura e
à situação do momento.
Ele tem como objetivo oferecer suporte gerenciando os espaços, os estoques e alocação
de pessoas e equipamentos, usando ostensivamente tecnologia radiofrequência, possibilitando
a visão real do movimento no armazém no momento em que acontece.
Alguns equipamentos são necessários para seu funcionamento, como computadores
compatíveis, leitores ópticos, terminais de radiofrequência, impressoras, equipamentos
automatizados específicos de movimentação e estocagem de materiais (BANZATO, 1998).
O WMS é uma ferramenta para picking dos produtos, determinando o melhor caminho
para realizar a coleta dos produtos, ele também organiza a armazenagem dos produtos nos locais
adequados, assim reduzindo custos.
a) EAN/UCC-8;
b) EAN/UCC-13;
c) EAN/UCC-14;
d) UCC-12;
A numeração EAN/UCC-8 é destinada a unidades muito pequenas, como bombons,
chicletes, chocolates entre outros, compostos por oito dígitos representando o número da
empresa e do produto. EAN/UCC-13 são de uso exclusivo do varejo, utilizado em itens
unitários e em embalagens multipacks e formado por 13 dígitos. Tanto um código como o outro
são interpretados pelo leitor óptico dos check-outs.
Para caixas, fardos e contêineres são utilizados a numeração EAN/UCC-14, mas os
produtos precisam ser iguais. É composto por 14 dígitos, sendo processada apenas no
recebimento dos centros de distribuição. Já a numeração UCC-12 era aplicada para em itens
exportados para o EUA e Canadá até Janeiro de 2015 (ARBACHE et al., 2011).
Uma grande vantagem do código de barras é que os dados dos produtos são armazenados
em um banco de dados e podem ser alterados conforme a vontade do cliente, lido através de
leitura óptica.
RFID (Radiofrequência) também chamada de etiqueta eletrônica ou smart tag (etiqueta
inteligentes) devido à capacidade de armazenar informações em um chip instalado em sua
estrutura (ARBACHE et al., 2011). Essa tecnologia vem prometendo uma nova revolução no
mercado de identificação e rastreabilidade.
Radiofrequência, de Acordo com o Bowersox, Cooper e Closs (2014), é uma técnica de
alta confiabilidade para identificar, coletar, rastrear, controlar e transmitir dados
eletronicamente, por meio de frequência modulada (entre 134.2 e 124.2 KHz). Assim que o
sinal é captado (por proximidade), decodificado e lido, uma mensagem é transmitida por
radiofrequência para uma base de rádio, que converte o sinal em sinal elétrico e transmite para
o computador, ou seja, informação para o sistema.
Algumas funções são: o estacionamento e pesagem de veículos, o controle e o
rastreamento dos equipamentos internos, o acesso de empregados e visitantes, controle de
cargas, registro, movimentação e armazenagem de produtos, controle de inventários,
gerenciamento de frotas de contêiner, entre outras. Mas para isso são necessários alguns
equipamentos como controlador de rede, gateways de rede, antenas, modem, terminal manual
ou para veículos, esse sistema se complementa com leitoras de código de barras, canetas óticas,
impressoras desktop e leitoras portáteis para código de barras. Conforme figura 8:
36
Fonte: Os autores
estimulados ao se passar o produto por um portal relativamente pequeno que possui leitoras
embutidas. Visto que é necessário passar o produto por um portal para que os chips passivos
funcionem, eles só podem ser usados para rastrear a entrada, a saída e a movimentação em torno
da instalação.
A eliminação de erros decorrentes de processos manuais, redução de tempo de
permanência de caminhões no embarque/descarga, aumento da produtividade, pois há um
aumento da agilidade e redução de custos operacionais são alguns dos benefícios que se
destacam no uso da radiofrequência.
O custo elevado da RFID é o seu maior problema, pois acarreta a baixa adesão dessa
tecnologia. Segundo Arbache et al. (2011) há muitas barreiras ainda devem ser vencidas para
que a RFID seja amplamente adotada pelo varejo e pela indústria, porém é certo que esta
tecnologia, com todas as vantagens, será implementada em breve por diversas cadeias de
suprimentos.
Para Taboada (2009), o autor considera as seguintes desvantagens do sistema:
• Carência de padronização das frequências;
• Limitações no alcance das antenas de transmissão na presença de materiais
metálicas, que podem funcionar como barreiras;
• Rejeições por parte de segmento do mercado, devido à possibilidade de invasão de
privacidade do consumidor.
Antigamente, os CDs não dispunham de tecnologias que pudessem usar a seu favor
como forma de coordenar suas diversas atividades, o fluxo de informações era documentado
principalmente em papel, resultando em lenta transferência de informações, sendo a mesma,
pouco confiável e propenso a erros. Segundo Pires (2009), o fluxo de informação documentado
em papel aumenta o custo e diminui a velocidade operacional reduzindo a satisfação do cliente
pela dificuldade em disponibilizar uma informação quando solicitada, proporcionando perda no
mercado em que atua.
Segundo Paiva (2013), a operação de um centro de distribuição (CD) envolve uma
coordenação detalhada de suas diversas atividades. Para atingir uma eficiência maior nas
operações, os CDs costumam investir pesadamente em tecnologia de softwares. No entanto,
algumas vezes se deixa de lado um dos pontos mais críticos para a eficiência e redução de
custos: os processos, claro que a tecnologia tem um papel crucial na otimização das atividades,
38
mas sem os processos adequados o CD não terá bons resultados. Deve-se monitorar a mudança
na realidade operacional do CD para modificar os processos de forma correspondente, usar os
mesmos processos antigos para uma operação que cresce em complexidade somente levará a
um maior índice de erros, baixa produtividade e atraso nas entregas.
Em um mercado altamente competitivo os CDs têm um papel fundamental nesse
processo por permitir a redução de custos, agilidade ao processo de entrega de produtos,
melhoria no uso dos recursos, apoio ao processo de venda e pós-venda, cumprimento do tempo
de entrega e precisão no atendimento. Os Centros de Distribuições surgem no momento em que
muitas empresas buscam a eficácia de seus produtos e os tem como principal foco para
aperfeiçoamento e manter o padrão de qualidade, mas quando se trata em relação à distribuição
efetiva de sua mercadoria até o cliente final, optam por esse tipo de controle, a utilização de
grandes centros de distribuições.
4.7 Vantagens do CD
Foi realizado um estudo de caso, nos meses de Setembro e Outubro do ano de 2015, nos
centros de distribuição de duas redes varejistas, sendo elas: Magazine Luiza e Dicico. Com o
propósito de entender o funcionamento e a forma de trabalho que cada empresa adota na
40
são utilizados 200 caminhões por dia, com capacidade de entrega 800 a 900 toneladas,
atendendo 1.800 clientes por dia.
Já no Magazine Luiza, utilizam caminhões do tipo Baú, pois suas mercadorias saem da
expedição estrechadas e é movimentada por empilhadeiras. Apenas uma parte da frota é
terceirizada, o restante são frotas próprias que realizam a distribuição de mercadorias entre filias
e toda frota possui sistema de rastreamento.
No setor de recebimento de mercadorias, o CD da Dicico comporta 36 docas no total,
sendo 18 de entrada, e atende 2 caminhões por doca. O Magazine Luiza possui 30 docas de
recebimento, sendo 168 no total, ambas no ato do recebimento, fazem a conferência da
mercadoria recebida com a nota fiscal.
Na Dicico, a separação dos pedidos, é utilizado o sistema de código de barras e RFID
onde sua leitura é feita através de um coletor, que gera automaticamente o endereçamento das
mercadorias (rua, prateleira, posição, andar, lado, nível, pilha), e esse sistema é integrado com
o software do WMS. Abaixo as figuras 9 e 10, representam o endereçamento das ruas e os
códigos de barra.
Figura 9 – Endereçamento das Ruas
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
O Magazine Luiza utiliza o sistema Gemco (sistema de gestão voltado para o
gerenciamento de empresas comerciais de médio e grande porte, aliando alta capacidade de
gestão com tecnologia), onde integra todas as áreas da empresa, e também realiza o
acompanhamento de entrada e saída de notas fiscais nas lojas e nos CDs. O software WMS está
em fase de implementação.
A Dicico possui 18 docas de expedição e o Magazine Luiza 138 docas, nessa etapa, o
processo consiste basicamente na verificação e carregamento dos produtos no veículo,
envolvendo algumas atividades como: conferência do pedido, preparação dos documentos de
43
Fonte: Os autores
Os palletes utilizados pela Dicico são os PBR (Palete padrão Brasileiro) e descartáveis,
os tipos de empilhadeiras encontradas no centro de distribuição foram: elétricas e transpaleteira
44
elétrica. No Magazine Luiza também utilizam os paletes PBR e as empilhadeiras são: elétrica,
clump, plataforma elevatória, transpaleteira elétrica.
Figura 12 – Pallete PBR
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
45
Dicico:
• Devido à fragilidade das mercadorias e a falta de atenção e/ou cuidado no manuseio,
ocorrem danos nos materiais (movimentação e armazenagem);
• Os materiais danificados não possuem uma política definida quanto ao descarte e
reutilização;
• Durante o transporte, o material que for danificado, não gera prejuízo financeiro direto
para empresa, o mesmo fica destinado ao motorista assim como a carga, no entanto, a
imagem da empresa sofre um impacto, perdendo a credibilidade perante o mercado;
• Atraso no recebimento das mercadorias dos fornecedores, impactando toda a cadeia de
suprimentos e consequentemente o cliente final;
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Magazine Luiza:
• Avaria das mercadorias no processo de movimentação, armazenagem e transporte (Ex:
Paletes em mal estado de conservação, com pregos aparentes, que em contato com a
carga, geram danos ao material);
• Atraso no recebimento das mercadorias dos fornecedores, impactando toda a cadeia de
suprimentos e consequentemente o cliente final;
• Trocas e devoluções de mercadoria (avarias ou desistência);
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
APTE, Uday M.; VISWANATHAN, S. Effective cross docking for improving distribution
efficiencies. International Journal Of Logistics Research And Applications: A Leading
Journal Of Supply Chain Management. p. 291-302. 2000. Disponível em:
<http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/713682769>. Acesso em: 04 fev. 2016.
BARNES, James G. Segredos da gestão pelo relacionamento com os clientes - CRM. Rio
de Janeiro: Qualitymark, 2002.
BESSA, Marcos James Chaves; CARVALHO, Tereza Monnica Xavier Bacelar de.
Tecnologia da informação aplicada à logística. Ver. Cent. Ciênc. Admin, v. 11, especial,
p.120-127. 2005. Disponível em:
<http://tecspace.com.br/paginas/aula/faccamp/TI/Texto11.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2016.
BOWERSOX, Donald J.; COOPER, M. Bixby; CLOSS, David J.. Gestão Logística de
Cadeias de Suprimentos. 4. ed. São Paulo: Bookman Companhia, 2014. 455 p.
COYLE, J.J.; BARDI, E.J.; LANGLEY Jr, C.J. The Management of Business Logistics. 6.
ed. St Paul: West Publishing Co. 1996.
CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2001.
COUGHLAN, Anne T.et al. Canais de marketing e distribuição. 6.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
LAUDON, Keneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais. 7.ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2007.
NOGUEIRA, Amarildo de Souza. Logística Empresarial: uma visão local com pensamento
globalizado. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PIRES, Silvio R. I., Gestão da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Atlas. 2009.
Simchi-Levi, Kaminsky, and Simchi-Levi. Designing and Managing the Supply Chain. II E
Outstanding Publication Award and the Joint Publishers Book of the Year Award. 2000.
Boston: Richard D. Irwin, Inc. 100 p.
1) Como foi a escolha e motivos para escolherem o local que está o Centro de
Distribuição?
Local estratégico, perto das principais rodovias.
2) Quais são as atividades realizadas dentro do Centro de Distribuição? Alguma
atividade diferenciada para algum produto?
Recebimento, conferência, separação, alocamento e expedição.
3) Quais as técnicas de armazenagem? Quais os meios de transportes utilizados?
Armazenagem vertical. Caminhões; empresa terceirizada. Não há projeto de ter uma
empresa própria de transporte (100% terceirizado). Utilizam 3 tipos de caminhões e em média
200 caminhões por dia. Tipo mais utilizado Vuc.
4) Quais os equipamentos disponíveis?
Empilhadeiras elétricas e transpaleteiras.
5) Qual o tipo de software utilizado no gerenciamento do CD para controle e
acompanhamento?
SAP – controla estoque da loja e cria rotas para lojas ou clientes;
WMS – para alocação de mercadorias no endereço
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1) Como foi a escolha e motivos para escolherem o local que está o Centro de
Distribuição?
Local estratégico, perto das principais rodovias.
2) Quais são as atividades realizadas dentro do Centro de Distribuição? Alguma
atividade diferenciada para algum produto?
Recebimento, conferência, separação, alocamento e expedição.
3) Quais as técnicas de armazenagem? Quais os meios de transportes utilizados?
Armazenagem vertical. Caminhões; apenas uma parte da frota é terceirizada. Frota
própria entre filiais.
4) Quais os equipamentos disponíveis?
Transpaleteira elétrica, Clump e Plataforma elevatória.
5) Qual o tipo de software utilizado no gerenciamento do CD para controle e
acompanhamento?
GEMCO – sistema de gestão voltado para o gerenciamento de empresas comerciais de
médio e grande porte, aliando alta capacidade de gestão com tecnologia.
WMS – Será implantado 2016.
6) Qual a capacidade atual de entrega no CD?
12 a 15 caminhões por turno (3 turnos). O CD funciona 24 horas.
7) Quantas docas para entradas e saídas de mercadorias?
138 docas expedição. 30 recebimento.
8) Quais são os tipos de pallets utilizados no CD? E qual a capacidade de cada
um?
Pallet PBR (1200 kgs).
9) Quantas lojas o CD local atende?
A Magazine Luiza conta com 9 CDs e 796 lojas, espalhadas em 16 estados.
10) Quantos colaboradores foram a equipe do CD e quais são os setores e suas
responsabilidades?
Cerca de 22.000 colaboradores.
11) Existe algum projeto de expansão do CD?
No momento não.
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