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Moral e ética na umbanda

Cirurgia moral
A Umbanda é de todas as caras e cores, raças e
odores, sons e sabores.
Ela vêm de Zambi, o seu idealizador - o Deus de tudo e
de todos mantenedor.
Vovó Maria Conga
A Umbanda é uma Religião. Isto é um fato. A par dos princípios
sadios e básicos que norteiam a religião, muitas pessoas, desde
o início do culto, sempre pugnaram pela elevação da Umbanda
nos mais diferentes aspectos. Entre eles, o cunho subjetivo
(pessoal) sempre foi alvo das mais contundentes discussões.
Temas como Moral, Ética, Conduta Mediúnica etc., sempre foram
objetos de polêmicas, onde cada um por si, tenta fazer ver aos
outros que tal ou qual conduta é certa ou errada.
Forças antagônicas
- a força da Moral, dos bons costumes, da Ética, da
Espiritualidade Superior, da verdade;

- a força da subjugação, da mentira, da


permissividade e da parcialidade.
Existem aqueles que apenas servem-se ou tentam servir-se da
religião para os seus próprios interesses. Não esclarecem
nem difundem os sublimes ensinamentos e metas do astral
superior; pregam ritualísticas sem base, sem fundamentos;
fazem do terreiro de Umbanda uma apoteose performática
para encher os olhos, não discutem abertamente os
problemas na religião, porque, se discutirem, colocarão sob
avaliação as suas condutas distorcidas.
Para falar de ética e moral se faz necessário definir os
termos
Moral = Parte da filosofia que estuda o comportamento humano à luz
dos valores e prescrições que regulam a vida das sociedades;

Ética = Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios


que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento
humano, refletindo especialmente a respeito das normas, valores,
prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.
Orientando a ação humana para o máximo de harmonia, universalidade,
excelência ou perfectibilidade, o que implica a superação de paixões e
desejos irrefletido.
Outros termos, no mesmo dicionário são necessários para dar
continuidade, ou seja;
Inteligência = Capacidade de apreender e organizar os dados de uma
situação, em circunstâncias para as quais de nada servem o instinto, a
aprendizagem e o hábito.

Pensamento = Faculdade que tem como objetivo o conhecimento;


inteligência.

Instinto = Esquema de comportamento herdado, próprio de uma espécie


de animal, que pouco varia de um indivíduo para outro ou no tempo e
que parece cumprir uma finalidade a necessidade de sobrevivência do
ser.
Dito isto, podemos dar continuidade ao diálogo sobre moral e ética
A Ética, por exemplo, conjunto de princípios e deveres
que o homem tem para com Deus e a sociedade, é um
fator que deve preponderar em qualquer pessoa que
queira ver a Umbanda fortalecer-se espiritualmente
enquanto religião. Para que tal progresso ocorra torna-se
necessário trazermos à tona os focos destoantes do
comportamento dos próprios umbandistas.
Os umbandistas não devem temer discutir os
aspectos subjetivos, materiais e espirituais da religião,
pois são sabedores que tal ação só melhorará a nossa
religiosidade, fazendo com que no futuro tenhamos
uma Umbanda melhor, mais estruturada perante as
comunidades, mais consciente e com médiuns e
assistentes engajados num mesmo ideal.
Quanto àqueles que insistem em esconder os
problemas da religião, escondendo-se atrás de falsos
segredos fazem-nos porque, ocultando os focos
destoantes, estarão camuflando as aberrações
ético-espirituais de si mesmos, contaminados que
estão de condutas que os costumes, o caráter e a
honestidade sempre repeliram ao longo da formação
da consciência planetária.
Compreendo a ética
Para compreender a ética é necessário conjugar os três verbos
transitivos na primeira pessoa do singular; QUERER – PODER – DEVER

EU QUERO – O querer é direito de todos os homens, toda sociedade


têm seu desenvolvimento por este ato.

EU POSSO - Todo homem e a sociedade podem fazer o que quiser.

EU DEVO - Todo homem tem obrigações que devem o não devem


cumprir.
E aí fazemos um jogo de palavras com nossa mente; nem
tudo que eu quero é bom para a coletividade e assim vou
prejudicar alguém. Nem tudo eu posso fazer, pois, estarei
agindo da mesma maneira com a coletividade e não devo
deixar de fazer algo que possa ajudar esta mesma
coletividade. Assim colocando os outros em primeiro lugar
não corremos o risco de sermos antiético. Dito isto há um
axioma de que todo homem egoísta é antiético.
EGOÍSMO = amor exagerado aos próprios valores e
interesses a despeito dos de outrem, exclusivismo que leva
uma pessoa a se tomar como referência a tudo; excessiva
vaidade, pretensão, orgulho, presunção. Interesse que o
ego tem por si próprio.

FICAMOS ASSIM: Nem tudo que eu quero, eu posso. Nem


tudo que eu posso eu devo. Vou ser feliz quando, o que eu
quero eu posso e o que posso eu devo.
Código de Ética do Umbandista
Art. 1º - Zelar pelo bom nome e engrandecimento da Art. 6º - Praticar sempre o ato salutar de lavar as mãos
Umbanda, agindo sempre com corretismo, antes de todos os trabalhos, considerando que nossas
desprendimento e humildade, fazendo do exemplo o mãos são as varinhas mágicas por onde nossos
cartão de apresentação de sua religião. mentores espirituais tentarão passar a mais pura energia
Art. 2º - Ter sempre uma disciplina consciente em todos cósmica.
os momentos, principalmente nos trabalhos do seu Art. 7º - Procurar com o maior empenho possível o seu
templo. aperfeiçoamento moral e espiritual.
Art. 3º - Comparecer pontualmente ao seu templo nos Art. 8º - Cultivar o espírito da autocrítica, para poder
trabalhos normais e àqueles que forem designados, adquirir e sanar os seus conflitos e as suas barreiras
salvo por motivo de força maior. interiores, promovendo cada vez mais seu crescimento
Art. 4º - Nunca negar auxílio, nem material, nem espiritual, para que a Umbanda encontre em si um canal
mediúnico aos irmãos de corrente, independente de suas refletido de sua luz divina.
possibilidades, sendo sempre dedicado, fraterno e Art. 9º - Manter o recinto de seu templo unicamente
cultivando o espírito de união. conversa de fins espirituais e educativos, que visem o
Art. 5º - Ter sempre em mente que o homem é aquilo que progresso moral e a maior propagação da doutrina
irradia, por isso quando for participar dos trabalhos, umbandista.
cuide de seu corpo segundo determina a lei de Umbanda, Art. 10º - Respeitar, cultivar e preservar a liderança
mantenha seu uniforme adequadamente composto e exercida pelo Guia-Chefe em todos os sentidos.
limpo.
Art. 11º - No que lhe compete, dedicar-se Art. 16º - Sempre que não puder comparecer a
inteiramente para que os trabalhos possam ocorrer um trabalho, procurar justificar-se com
de maneira disciplinada e harmoniosa. antecedência ou na primeira oportunidade.
Art. 12º - Por ocasião dos trabalhos, manterem Art. 17º - Apoiar, como não poderia deixar de
silêncio, postura e concentração, evitando cruzar
serem, todas as decisões e eventos de seu
braços ou pernas etc.
templo e da federação a que for filiado.
Art. 13º - Aplicar-se intensamente para que os
Art. 18º - Respeitar as entidades espirituais, bem
futuros médiuns e adeptos de sua religião possam
ter confiança e segurança no seu desenvolvimento. como os membros da Diretoria Administrativa
Art. 14º - Conhecer todos os pontos cantados e do seu Templo ou da Federação a que for
adotados no seu templo. filiado, bem como as autoridades constituídas
Art. 15º - Jamais afastar-se de uma corrente do País.
mediúnica ou de um templo sem devido Art. 19º - Acatar as deliberações da Diretoria do
conhecimento do Guia-Chefe e o consequente templo que frequentar.
desligamento espiritual, para evitar futuros Art. 20º - Submeter-se as decisões transitadas
comprometimentos antiético. em julgamento, quando for incriminado em
alguma falta.
Art. 21º - Ocupar com responsabilidade e zelo os Art. 26º - Saber cantar o Hino Nacional, da
cargos a que for eleito ou designado cumprindo seu Umbanda e da Federação a que for filiado, em
mandato até o final, exceto por motivo de força postura cívica e de respeito.
maior. Art. 27º - Cultivar a Lei do Perdão, que é “Só
Art. 22º - Ter um comportamento ético e de respeito
perdoando que se é perdoado”.
quando for visitar outro templo, pessoalmente ou
Art. 28º - Executando-se as decisões e
em grupo, evitando demonstrações ou exibições de
restrições impostas pelo Guia-Chefe, é
conhecimentos ou forças, que, aliás, comprovam
um alto grau de ignorância. permitido praticar todos os atos legais,
Art. 23º - Respeitar todos os reinos da natureza, garantidos pela Constituição Federal.
locais de onde provém a energia usada pela magia Art. 29º - Qualquer transgressão deste código
dos Orixás. de ética deverá ser punida pelo Regimento
Art. 24º - Manter-se rigorosamente em dia com o Interno dos Templos.
pagamento de sua mensalidade, visto que o templo Art. 30º - Os casos omissos no presente Código
tem compromissos pecuniários a serem saldados. de Ética serão resolvidos pela Diretoria
Art. 25º - É vetado discutir política dentro das Administrativa, na falta de competência, pelo
dependências do templo.
Guia-Chefe do Templo.
Art. 31º - Toda punição imposta
pelo templo, por falta
considerada “grave”, deverá ser
informada a Federação ao qual
seja filiado, para conhecimento e
registro.
Art. 32º - Toda a vez que a
direção de um templo se julgar
incompetente para tomar
qualquer medida punitiva, contra
um seu filiado, poderá submeter
o assunto à competência
estatutária da Federação ao qual
seja filiado, que auxiliará no
cumprimento da decisão tomada.
Saravá

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