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XIII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

16, 17 e 18 de novembro de 2016.


Campina Grande, Paraíba, Brasil

ESTUDOS DOS TIPOS DE ENTRADA DE ENERGIA ABSORVIDA POR PARA-RAIOS


POLIMÉRICOS E MEDIÇÕES DE TEMPERATURA

Arthur Francisco Andrade1, Edson Guedes da Costa2

RESUMO

O comportamento eletrotérmico de um para-raios polimérico de sistema de distribuição foi estudado


como objetivo de avaliar a eficácia do uso de simulações computacionais como ferramenta de
monitoramento das suas condições operativas. Para tanto, ensaios de aplicação de sobretensão foram
realizados em laboratório, e simulações computacionais, dos ensaios e de exposição do para-raios à
condições ambientais, foram elaboradas. Para as simulações, foi utilizado o software COMSOL
Multiphysics® que se baseia no Método dos Elementos Finitos (MEF). Foi verificado que simulação e
valores medidos no ensaio estavam em concordância. Além disso, os dados e imagens obtidos na
simulação de condições ambientais se mostraram coerentes. Conclui-se assim, que simulações
computacionais, em conjunto com termovisão, podem ser utilizadas como uma ferramenta não invasiva na
tomada de decisão acerca das condições operativas de para-raios instalados em campo. Os estudos
realizados resultaram em um artigo apresentado no SBSE 2016.

Palavras-chave: Para-raios, Simulações computacionais, Temperatura, Termografia.

STUDIES OF THE ABSORBED ENERGY INPUT TYPES IN POLYMERIC SURGE ARRESTERS AND
TEMPERATURE MEASUREMENTS

ABSTRACT

The thermoelectrical behavior of a polymeric surge arrester for distribution system was studied with the
purpose of evaluting the effectiveness of computer simulations as tool for assessing the operational
conditions of the equipment. Therefore, overvoltage tests were performed in laboratory, and computer
simulations related to these tests and the exposure to environmental conditions were elaborated. In order to
perform the simulations, the software COMSOL Multiphysics®, which is based on the Finite Element Method
(FEM) was used. It was verified that measured and simulated values were in agreement. Furthermore, data
and images obtained from the environmental conditions simulations were consistent. Thus, it is possible
conclude that computer simulations can be used, alongside with thermography, as a non invasive tool for
decision-make regarding the operational conditions of field installed surge arresters. The studies resulted in
a paper presented in SBSE 2016.

Keywords: Surge arresters, Computer simulations, Temperature, Thermography

1
Aluno do Curso de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica, UFCG, Campina Grande, PB, e-mail:
arthur.andrade @ee.ufcg.edu.br
2
Engenharia Elétrica, Professor Doutor, Departamento de Engenharia Elétrica, UFCG, Campina Grande, PB, e-mail:
edson@dee.ufcg.edu.br
INTRODUÇÃO

Para-raios (ou supressores de surto) são equipamentos de proteção presentes nos


sistemas elétricos, sendo utilizados para salvaguardar outros equipamentos do sistema dos
efeitos de surtos provocados por descargas atmosféricas ou manobra. Eles são comumente
empregados em subestações e também em transformadores de distribuição de maior potência.
Dessa forma, eles contribuem decisivamente para o aumento da confiabilidade e continuidade
de operação dos sistemas os quais protegem.
A partir da década de 1970, para-raios baseados em varistores de ZnO (Óxido de Zinco)
vem gradativamente substituindo os para-raios de SiC. Devido ao fato de, em um sistema
elétrico moderno, o para-raios apresentar um custo comparativamente baixo, a princípio
poderia se pensar em deixar em segundo plano a inspeção e manutenção destes
equipamentos, substituindo-os sempre que necessário. Entretanto, a grande quantidade de
para-raios presentes em um sistema elétrico torna proibitiva a sua substituição indiscriminada,
tornando necessário um acompanhamento criterioso de sua operação no sistema a fim de se
conseguir prolongar sua vida útil o máximo possível.
Devido à importância dos para-raios para os sistemas elétricos faz-se necessário o
desenvolvimento e aprimoramento de técnicas e procedimentos para o correto monitoramento
e diagnóstico do estado dos para-raios instalados em campo, pois eventuais falhas podem
conduzir a desligamentos não programados, danos a outros equipamentos de uma subestação
e principalmente, podem implicar em risco de morte aos profissionais que trabalham em
campo. Falhas se traduzem em prejuízos financeiros às concessionárias de energia elétrica,
sejam através de multas por parte dos órgãos reguladores, processos judiciais ou danos à
imagem das empresas.
Atualmente, duas ferramentas vêm sendo bastante utilizadas no monitoramento de para-
raios em sistemas de alta tensão: a análise de imagens termográficas e a medição da corrente
de fuga (LIRA, 2012). A linha de pesquisa da qual este trabalho faz parte trata do
desenvolvimento de simulações computacionais como forma de definir um comportamento
térmico aceitável para o para-raios instalado em campo. No estágio atual da pesquisa,
pretende-se verificar a precisão das simulações computacionais, confrontando-as com
medições térmicas realizadas em laboratório.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para-raios

Os para-raios são utilizados na proteção de sistemas elétricos contra os efeitos dos surtos
atmosféricos e de manobra, evitando que surtos temporários, provocados por descargas
atmosféricas ou manobras no sistema, se propaguem através das linhas e atinjam os
equipamentos da subestação. Atualmente, para-raios poliméricos de pequeno porte vêm sendo
usados na proteção de transformadores de distribuição de maior potência.
Os componentes ativos do para-raios são os varistores, resistores não lineares que
conferem a característica protetiva do equipamento. Durante o século passado, foram
utilizados varistores de SiC (carbeto de silício). Desde seu surgimento, porém, os varistores de
óxido de zinco vêm gradativamente substituindo seu antecessor, devido à sua característica
não-linear mais acentuada, que lhe torna mais eficaz enquanto elemento de proteção. O
formato de um elemento varistor é geralmente cilíndrico, e seu diâmetro é escolhido de acordo
com a capacidade de absorção de energia desejada para o equipamento, variando de 30 mm
para sistemas de distribuição até 100 mm ou mais para sistemas de alta ou extra-alta tensão
(HINRICHSEN, 2001). Quanto maiores as suas dimensões, mais difícil se torna conseguir uma
boa homogeneidade na distribuição interna do óxido de zinco. Esse fato limita o tamanho
máximo de um varistor comercial. Exemplos típicos podem ser vistos na Figura 1.

Figura 1 – Varistores de ZnO em diversas dimensões. Fonte: (ABB, 2001)

O para-raios é projetado para suportar o aumento de temperatura durante sobretensões


temporárias ou a ocorrência de surtos isolados, voltando a sua condição de operação normal
sem aquecimento excessivo. Se esta sobretensão perdurar por um tempo mais longo ou, no
caso da ocorrência de surtos, se vierem a ocorrer surtos subsequentes, as pastilhas sofrem um
aquecimento maior, podendo dar-se o caso de que a quantidade de energia térmica gerada
nos varistores se torna maior que a sua capacidade de dissipação térmica. Neste caso, o para-
raios entra num processo contínuo de elevação de temperatura e corrente de fuga, chamado
avalanche térmica, o qual pode causar a sua destruição (COSTA, 1999).
Os para-raios atualmente utilizados possuem uma estrutura física relativamente simples,
que difere em alguns componentes dependendo do tipo e do sistema ao qual o equipamento
deve oferecer proteção. Supressores de surto atuantes em sistemas de distribuição, por
exemplo, são formados por uma coluna de varistores de ZnO envolta por uma camada de fibra
de vidro, que por sua vez, é revestida por um material polimérico ou de porcelana. Um para-
raios comercial classe distribuição pode ser visto na Figura 2.

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Figura 2 – Para-raios de ZnO classe distribuição. Fonte: (BALESTRO, Catálogo do
produto).

Nos últimos anos, mais precisamente desde o fim da década de 1970, tem havido o
crescimento do uso de para-raios com revestimento polimérico no sistema energético brasileiro.
Esse tipo de para-raios apresenta diversas vantagens com relação aos que são fabricados com
invólucro cerâmico, pois na maioria dos casos o invólucro é injetado diretamente no material de
fibra de vidro que envolve os varistores, impedindo assim a ocorrência de espaços no corpo do
equipamento, o que pode evitar o envelhecimento dos para-raios causado pela umidade, ou
poluição atmosférica. Além disso, em caso de uma explosão provocada por falha, o potencial
de causar dano é menor no caso do revestimento polimérico. A explosão de um para-raios com
invólucro de porcelana pode danificar equipamentos próximos e, o que é mais importante, o
espalhamento de estilhaços representa um risco de vida para pessoas que porventura estejam
no local (INMR, 2016). Imagens de uma falha desse tipo podem ser vistas na Figura 3.

Figura 3 – Falha catastrófica em para-raios com invólucro de porcelana. Fonte: (INMR, 2016)

Apesar de todas as vantagens que para-raios poliméricos oferecem, é necessário salientar


que esse tipo de para-raios advém de um processo de fabricação relativamente recente, sendo
ainda necessário o desenvolvimento de estudos que formem uma base de dados abrangente
sobre o seu comportamento.
No artigo Methods for Analyzing the Performance of Gapless Metal Surge Arresters, o
pesquisador O. Nigol (1992) apresenta um modelo experimental para o comportamento elétrico
dos varistores. Ele apresenta a equação empírica que relaciona a densidade de corrente J (em
A/cm²) e a magnitude do campo elétrico E (em kV/cm) em varistores de óxido de zinco é da
forma

J = C·EB . (1)

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Na Equação 1, as constantes C e B são definidas para três diferentes regiões, de acordo
com os dados contidos na Tabela 1:

Tabela 1–Característica J x E para um varistor de ZnO típico

E (kV/cm) C B
E< 2,15 1,20 ∙ 10-5 1,74
2,15 <E< 3,24 3,1 ∙ 10-16 33,6
3,24 <E< 4,89 2,36 ∙ 10-5 10,33

A característica de alta não linearidade presente na relação tensão - corrente elétrica do


varistor confere ao para-raios a capacidade de se comportar aproximadamente como um
circuito aberto na tensão normal de operação. Portanto, a interferência no sistema em que está
instalado é mínima em condições normais. Se o para-raios, porém, for submetido a uma
sobretensão, ele permite a passagem de correntes da ordem de quiloampères, protegendo os
equipamentos em cuja linha ele está conectado. Essa propriedade permitiu que para-raios
fossem ligados diretamente ao sistema elétrico, pois em condições normais de operação existe
apenas uma corrente de fuga, em geral da ordem de microampères e, portanto, as perdas de
energia são praticamente desprezíveis.
Deve ser observado que as propriedades dos varistores de ZnO variam em função da
granulometria e das técnicas de fabricação e que, portanto, é conveniente, ao realizar estudos
desse tipo com componentes de diferentes fabricantes ou séries, que a característica J x E seja
obtida.
No processo de escolha de um para-raios, duas variáveis devem ser destacadas:

1. A MCOV (máxima tensão de operação contínua) de um para-raios a óxido metálico sem


centelhadores é o maior valor de tensão (RMS) em frequência industrial que aplicado ao
para-raios, resulta em comportamento termicamente estável, após um ensaio de ciclo de
serviço padrão.
2. A Tensão Nominal de Ciclo de Operação (Un) de um para-raios a óxido metálico sem
centelhadores é um valor de tensão em frequência industrial, definido em norma, superior
a “Máxima Tensão de Operação Contínua”, que aplicado ao para-raios, resulta, por um
período de tempo determinado, em um comportamento considerado satisfatório.
(MARTINEZ, 1994)

Propagação de Calor em Para-raios

O para-raios é projetado para suportar o aumento de temperatura durante sobretensões


temporárias ou a ocorrência de surtos isolados, voltando a sua condição de operação normal
sem aquecimento excessivo (COSTA, 1999).
Estando ligado continuamente à rede elétrica, o para-raios é submetido a perdas Joule. Em
um para-raios em estado normal de conservação, estas perdas são desprezíveis, e a
componente predominante da corrente elétrica total no equipamento é capacitiva. Porém,
segundo Álvares (2008) apud (FRANCO, 2001), caso o aquecimento conduza o para-raios a
atingir uma determinada temperatura, ocorre o processo cíclico: aumento da temperatura, da
corrente resistiva, da potência, da temperatura. Essa ocorrência poderá se desenvolver até
levar a falha no varistor.
Diversas são as técnicas atualmente desenvolvidas para o monitoramento de para-raios.
Entretanto, não existe ainda um consenso em relação à melhor técnica de monitoramento a ser
aplicada, devido às diversas vantagens e desvantagens apresentadas por cada uma delas,
nem tampouco há uma análise posterior dos resultados que possa identificar e classificar os
possíveis problemas detectados através do monitoramento (HEINRICH, 2001). Atualmente,
duas ferramentas vêm sendo bastante utilizadas no monitoramento de para-raios em sistemas
de alta tensão: a análise de imagens termográficas e a medição da corrente de fuga em para-
raios (LIRA, 2012).

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Entrada de Energia Solar

Os para-raios normalmente são instalados a céu aberto e durante o dia recebem uma
considerável entrada de energia solar. A entrada de energia solar em um objeto promove a
elevação de sua temperatura (COSTA, 1999).
No topo da atmosfera, a densidade de potência solar tem o valor médio de 1367 W/m²,
quando medida num plano perpendicular à direção de propagação da luz. Apenas uma fração
dessa radiação atinge a superfície terrestre, devido ao ângulo de incidência e à reflexão e
absorção dos raios solares pela atmosfera. Esta fração que atinge o solo é constituída por uma
componente direta (ou de feixe) e por uma componente difusa.
O valor do coeficiente de transmissão da atmosfera depende da espessura e da
constituição da camada atmosférica que envolve a Terra, formada por vapores de água,
poeiras, dióxido de carbono, etc. O valor igual a 0,72 representa uma boa aproximação
(BEZERRA, 1986).
A magnitude da energia solar incidente em uma localidade é diretamente relacionada às
suas coordenadas geográficas e ao dia do ano em questão. Dessa forma, é necessário
especificar os dados de modo a realizar um estudo criterioso do efeito da radiação solar em um
período de tempo específico. A quantidade de nuvens no céu também exerce influência direta
na quantidade de energia transferida.
Duas grandezas são essenciais para o estudo da transferência de energia via radiação: a
emissividade e absortância. Emissividade (ε) de um material é definida como a razão entre a
energia irradiada por um determinado material e a energia irradiada por um corpo negro (ε=1).
Qualquer objeto que não seja um verdadeiro corpo negro tem emissividade menor que um e
superior a zero. Absortância (α) ou poder de absorção é a fração de radiação absorvida em
relação à radiação incidente em um corpo.
A importância do estudo da influência da radiação solar sobre o mapa de temperatura de
um para-raios se dá pelo fato de que, embora o mesmo possa atingir altas temperaturas
quando da ocorrência de surtos, em estado normal de operação a potência elétrica absorvida
por ele é muito reduzida, de forma que sua temperatura tende a ser aproximadamente igual à
ambiente. Entretanto, a energia absorvida por radiação solar acarreta em um acréscimo
adicional de temperatura, o qual, se não levado em consideração, pode levar a conclusão que
o para-raios se encontra em pior estado de conservação do que na realidade está.
O valor da irradiação solar em determinada localidade da superfície terrestre é
determinado por diversos fatores, entre eles: localização geográfica, dia do ano e também
fatores estocásticos como o tempo e a distribuição de nuvens na localidade, no momento em
questão. A título de exemplo, é apresentada a Figura 4, onde são exibidos os valores de
irradiação solar no verão de Campina Grande, em 2004.

Figura 4 – Irradiação solar diária durante o verão de 2004 em Campina Grande-PB.


Fonte: (HENRIQUE, 2006)

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Termovisão (ou Termografia)

A termografia é uma técnica de monitoramento que tem sido amplamente aplicada,


inclusive para para-raios de ZnO. Esta técnica se baseia no mesmo princípio da fotografia,
contudo na imagem é registrada a distribuição de radiação infravermelha emitida pelo objeto e,
consequentemente, sua distribuição de temperatura. Sua principal vantagem é o fato de ser
uma técnica não destrutiva realizada a distância, indicada para o monitoramento de
equipamentos operando sob altos níveis de tensão ou conduzindo uma corrente elevada
(KORENDO e FLORKOWSKI, 2001). Além disso, mesmo fornecendo apenas as temperaturas
na superfície externa do equipamento, a termovisão, quando associada a um sistema de
simulação eletrotérmica, (COSTA, 1999) permite estimar a temperatura em pontos internos ao
invólucro do para-raios, tais como a superfície dos varistores. Dessa forma, a temperatura
externa do para-raios serve como base para uma avaliação estimada da situação térmica do
interior da coluna de varistores de ZnO e, consequentemente, do estado de conservação do
para-raios. Na Figura 5 está representada a distribuição de calor em um para-raios tipo
estação, vista através de uma imagem termográfica.

Figura 5 – Imagem termográfica indicando a distribuição de temperatura externa no para-raios.


Fonte: (ALVES, 2014)

Simulações computacionais oferecem diversas vantagens, desde o custo, que é menor


quando comparado a outras técnicas de análise, à possibilidade de visualizar e estudar os
resultados de diversas formas. Por isso, nos últimos anos, sua utilização tem sido cada vez
mais frequente. Dessa forma, acredita-se que aliar a leitura termográfica às simulações pode
oferecer informações mais completas e confiáveis, tornando o processo de monitoramento de
para-raios mais eficiente.

Método dos Elementos Finitos

Diversos problemas com importância para a engenharia podem ser descritos em termos de
equações diferenciais parciais, como a equação de Poisson, equação de Laplace, equação de
Helmholtz, Navier-Stokes, etc. (VILACHÁ, 2012). Todavia, com exceção de alguns casos
particulares, não é possível obter uma solução analítica exata para estes problemas
(PEREIRA, 2005). Segundo Huebner (1995), o MEF apresenta como atrativo a capacidade de
oferecer uma forma de solução de problemas complexos e contínuos, subdividindo-os em
vários problemas menores, discretos e correlacionados entre si.
Nos últimos anos, o método tem sido bastante aplicado principalmente pela precisão dos
seus resultados, além da sua versatilidade, pois o MEF pode ser utilizado para resolver desde
problemas que tratem de distribuição de campos elétricos até propagação de calor (ALVES,
2014).
Além de permitir a análise de problemas práticos, o MEF diminui custos de projeto, pois
permite a simulação computacional de vários fenômenos físicos e seus efeitos, antes da

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construção de um protótipo do equipamento. As suas principais áreas de aplicação incluem:
projeto e análise de estruturas, análise de escoamento de fluidos, distribuição de temperaturas
e eletromagnetismo (PEREIRA, 2004).

Comsol Multiphysics

O software COMSOL Multiphysics®3 é uma plataforma voltada à resolução de problemas


físicos utilizando-se de métodos numéricos. Na linha de pesquisa atual, vem sendo utilizados
os seguintes módulos do software:
 Joule heating (aquecimento por efeito Joule): engloba os módulos específicos Electric
currents (correntes elétricas), que define grandezas elétricas e Heat transfer in solids
(transferência de calor em sólidos), que lida com o problema da propagação de calor;
 Heat transfer with surface-to-surface radiation (Transferência de calor com radiação entre
superfícies): equivalente ao módulo Heat transfer in solids, mas fornece ferramentas
para definir fontes de radiação externas e trocas de radiação entre objetos. Esse módulo
permite a utilização da radiação solar como uma fonte de calor para o objeto em estudo.
Para isso, é possível inserir as coordenadas geográficas e data em estudo, de modo a
simular a trajetória solarem determinada localidade e data.
Para que seja possível a simulação da entrada de energia no para-raios, é necessário fazer
um desenho da peça inteira ou do componente a ser analisado. O desenho dos objetos a
serem modelados pode ser realizado no próprio programa, mas no caso de geometrias mais
complexas é preferível importar desenhos prontos de softwares de desenho auxiliado por
computador, tais como o AutoCAD®4.
O software também permite a importação de geometrias desenhadas em outros softwares
de modelagem em diversos formatos (BARROS, 2013). O COMSOL Multiphysics® permite a
resolução de problemas físicos de diversas naturezas. Como ilustração, é apresentada na
Figura 6 um mapa da magnitude do campo magnético produzido por uma bobina solenoide.

Figura 6 – Campo magnético produzido por um solenoide calculado pelo COMSOL.

MATLAB

MATLAB®5 (MATrix LABoratory) é uma plataforma interativa para cálculo numérico e


programação, sendo também considerado como uma linguagem de script de alto nível. O
MATLAB® integra análise numérica, cálculo com matrizes, processamento de sinais e
construção de gráficos em um ambiente em que problemas e soluções são expressos
utilizando linguagem mais voltada para a matemática do que a programação tradicional. Ele
pode ser utilizado como calculadora ou como linguagem de programação, com uma lógica
similar ao C/C++, porém voltado à linguagem matemática. O software conta com ferramentas
para a criação e manipulação de matrizes, como seu próprio nome indica, e tem como

3 COMSOL Multiphysics é marca registrada da Comsol AB.


4 AutoCAD é marca registrada de Autodesk, Inc.
5 MATLAB é marca registrada da TheMathWorks.

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principais funções: construção de gráficos e compilação de funções, manipulação de funções
específicas de cálculo e variáveis simbólicas.

MATERIAL E MÉTODOS

Dados do Para-raios em Estudo

O modelo estudado nesta etapa da pesquisa é um para-raios de sistemas de distribuição


polimérico, de um fabricante tradicional, classe 1, tipo PBP-12/10. Ele apresenta tensão
nominal de 12 kV e sua máxima tensão de operação contínua (MCOV) é de 10,2 kV. Sua
corrente nominal é 10 kA. Uma fotografia de um modelo similar ao utilizado pode ser vista na
Figura 2.

Método de teste e fluxograma

O método utilizado para testar a correlação entre o comportamento térmico do para-raios


em campo e a simulação, consistiu em, no laboratório, realizar a aplicação de sobretensão em
frequência industrial, registrar as formas de onda elétricas e usá-las para calcular a potência
elétrica absorvida pelo para-raios. Esse valor de potência foi utilizado como variável de entrada
na simulação computacional, e os mapas de temperatura simulados foram comparados com os
obtidos por meio de termografia. O termovisor utilizado é um FLIR P60. O fluxograma do
método de teste pode ser observado na Figura 7.

Figura 7 – Fluxograma do teste.

Ensaio de um para-raios submetido à sobretensão

Com o intuito de promover esforços elétricos e térmicos no para-raios, foram aplicadas


sobretensões com níveis variados, segundo o esquema mostrado na Figura 9. Nele, um valor
de tensão deve ser aplicado durante 15 minutos, seguido por 30 minutos de resfriamento. As
temperaturas medidas pelo termovisor devem ser anotadas durante as aplicações das tensões.
As anotações devem ser feitas a cada 3 minutos no aquecimento e a cada 5 minutos durante o
resfriamento.

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O esquema apresentado na Figura 8 foi reproduzido no COMSOL, e os resultados foram
avaliados e comparados com os obtidos experimentalmente.

1- Aplicação de 13,8 kV por 15 minutos; 3- Aplicação de 13,7 kV por 15 minutos;


2- Resfriamento por 30 minutos; 4- Aplicação de 14 kV por 15 minutos;

Figura 8 – Esquema gráfico do ensaio realizado.

O diagrama do circuito utilizado e uma fotografia da plataforma experimental montada podem ser vistos
nas Figuras 9 e 10. A fonte de tensão CA variável de 5 kVA é ligada em serie com um resistor limitador de
corrente de 282 kΩ. Para energizar a plataforma experimental, foi necessário utilizar uma bancada de
medição, a qual controla a tensão no secundário do transformador elevador, fornece os valores da tensão
aplicada e possui uma saída do divisor de tensão, a qual foi medida, juntamente com a corrente no resistor
shunt. Os respectivos terminais foram conectados a um osciloscópio, tendo sido feitas aquisições periódicas
das formas de onda observadas.

Figura 9 – Diagrama do circuito de teste para medições de tensão e corrente elétrica.

Figura 10 – Fotografia da montagem experimental utilizada.

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Simulações

Na Tabela 2, podem ser verificados os valores das constantes físicas que foram utilizadas no programa
de simulação para os materiais simulados.

Tabela 2– Constantes Atribuídas aos Materiais Presentes na Simulação


Calor Condutividade
Densidade Absortividade
Material Específico Térmica Emissividade
(kg/m³) solar
(J/(kg∙K)) (W/(m∙K))
Alumínio 2700 900 238 0,4 0,5

Polímero 1270 1800 0,26 0,9 0,9

ZnO 5650 f(T) 23 - -

Da literatura, a relação do calor específico dos varistores com a temperatura foi assumida como sendo
da forma c(T) = 4,4 T – 745,9, com a temperatura expressa em K.
Para calcular a potência absorvida pelo para-raios, foi realizada uma aquisição dos dados obtidos no
osciloscópio para o computador, onde uma rotina para cálculo da potência média em cada teste foi
desenvolvida no ambiente Matlab®.
Depois da atribuição dos parâmetros físicos necessários, o método de estudo Joule Heating é
selecionado no COMSOL®. O método lida com aquecimento por efeito Joule.
A geometria do para-raios foi importada a partir de um desenho previamente construído com o uso do
software de desenho auxiliado por computador AutoCad®. Depois disso, foi feita a atribuição de materiais
com suas respectivas características físicas, conforme explicitado na Tabela 2, aos diferentes domínios do
equipamento a ser estudado.
Após a preparação, o programa produz uma malha com elementos geométricos, de forma a discretizar
o problema a ser resolvido pelo MEF, e a simulação propriamente dita se inicia. Escolhendo o modo de
estudo Time dependent, o programa pode fornecer mapas de temperatura do para-raios para valores de
tempo pré-selecionados, sendo também possível obter a evolução temporal da temperatura simulada em
pontos específicos. Foram exportados dados da temperatura em pontos pré-selecionados no interior da
coluna de varistores e no revestimento polimérico. No Matlab®, os dados foram utilizados para o desenho de
gráficos da temperatura nos pontos de interesse, em função do tempo.
Na etapa final da pesquisa, foram realizadas simulações do efeito conjunto da entrada elétrica de
energia com as condições ambientais – temperatura e radiação solar. Para isso, a potência elétrica
absorvida pelo para-raios foi medida para os casos de operação em tensão de operação normal (8 kV) e
para a sua tensão nominal (12 kV). Foram obtidos valores de potência de 0,32 W e 5,09 W,
respectivamente, os quais foram usados como modelo experimental para a simulação, na qual foram
utilizados os módulos Electric currents e Heat Transfer with Surface-to-Surface Radiation para analisar a
influência das condições ambientais sobre o mapa de temperatura do para-raios ao longo do dia. Na
simulação, foi utilizado um modelo para a temperatura ambiente obtido a partir de dados do site
meteorológico Climatempo.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Cálculo da potência elétrica absorvida no ensaio

Um exemplo das formas de onda de corrente e tensão elétrica obtidas no osciloscópio pode ser visto na
Figura 11.

Figura 11– Formas de onda obtidas no osciloscópio

Gráficos da tensão e corrente no para-raios podem, então, ser obtidos. Um gráfico correspondente a
primeira etapa do teste pode ser examinado na Figura 12.

Figura 12– Tensão e corrente elétrica no para-raios

Como pode ser visto nas Figuras 11 e 12, as formas de onda da corrente elétrica se apresentam
distorcidas e adiantadas em relação à tensão, evidenciando o caráter capacitivo acentuado da região de
menor corrente e também a característica não linear dos varistores. Pode-se perceber também que mesmo
a tensão da fonte apresenta certo nível de distorção harmônica. Para realizar uma análise em frequência de
ambos os sinais, foi utilizando um algoritmo em Matlab®. O valor obtido para a distorção harmônica da
tensão foi de aproximadamente 6,0%. A distorção da corrente foi calculada em 54,8%. Um gráfico do
espectro da corrente, calculado para as primeiras 15 harmônicas, pode ser examinado na Figura 13, no qual
se constata a existência apenas de harmônicas ímpares, devido à simetria de meia onda. Os valores
registrados no eixo vertical são os valores de pico das harmônicas.

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Figura 13 – Espectro da corrente elétrica no para-raios

Os dados obtidos foram utilizados para calcular a potência elétrica média absorvida pelo para-raios. Na
Tabela 3, encontram-se os valores obtidos nas três etapas do teste.

Tabela 3 – Valores de Potência Ativa Obtidos


Etapa 1 2 3
Tensão (kV) 13,8 13,7 14,0

Potencia media absorvida (W) 11,83 11,15 16,61

A partir dos dados da Tabela 3, verificou-se que um aumento de 2,2% no valor eficaz da tensão
aplicada da etapa 3 em relação à da etapa 2 acarretou em um aumento de 49,0% na potência elétrica
dissipada no para-raios. Isso se deveu ao fato de que o para-raios testado se encontra na área de transição
entre suas regiões 1 e 2 (esta sendo não linear), na qual um pequeno aumento na tensão provoca uma
diminuição da impedância dos varistores e consequente aumento da corrente elétrica absorvida.
Na Figura 14, é apresentada a forma de onda da potência absorvida pelo para-raios, para uma das
janelas de tempo registradas na primeira etapa do teste.

Figura 14– Potência elétrica instantânea no para-raios

Resultados do ensaio

Com o objetivo de facilitar a visualização dos resultados obtidos com a termografia e a comparação com
as simulações computacionais, foram definidos 4 pontos específicos no para-raios de teste, os quais
tiveram suas temperaturas monitoradas, e 2 pontos no para-raios simulado. Estes pontos estão
representados na Figura 15.
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(a) (b)
Figura 15– (a) Pontos definidos na superfície do para-raios de teste. (b) Pontos definidos na superfície e
interior do para-raios simulado.

Na Figura 16, é mostrada a evolução da temperatura no ponto 3 da Figura 16 durante o ensaio. A curva
cheia, em vermelho, representa os valores das temperaturas obtidas na simulação quando foram aplicadas
as potências indicadas na Tabela 3, segundo o esquema indicado na Figura 9. A curva pontilhada, em azul,
representa a curva experimental de temperatura, esboçada utilizando os valores medidos na superfície do
para-raios. Os valores medidos estão indicados por pontos verdes.

Figura 16– Comparação entre temperaturas simulada e medida em laboratório.

Também foram traçados gráficos da simulação de resposta térmica para os pontos indicados na Figura
15a e o ponto central da coluna de varistores da Figura 15b. As curvas de temperatura podem ser
observadas na Figura 16.

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Figura 17 – Temperaturas simuladas.

Ao analisar a Figura 17, foram observadas diferenças de temperatura de até aproximadamente 3ºC
entre os varistores e o invólucro. As temperaturas obtidas para os três pontos situados na superfície do
invólucro estão muito próximas.
Ainda com o intuito de comparar as simulações com as medições termográficas, foram selecionadas
algumas imagens do termovisor em determinados instantes do ensaio. Na Figura 18, é possível ver no
mapa térmico do para-raios alguns instantes antes do final da segunda aplicação de tensão (13,7 kV). Na
Figura 19, está representada a configuração térmica 30 minutos após a segunda aplicação de tensão (13,7
kV). Já na Figura 20, podem ser vistos os níveis de temperatura após a aplicação da última tensão
considerada (14 kV); e por fim, na Figura 21 são mostradas as temperaturas no fim do último resfriamento.

Figura 18 – Comparação entre as temperaturas Figura 19 – Comparação entre as temperaturas


do para-raios de teste e simulado alguns do para-raios de teste e simulado no início da
instantes antes do final da etapa 3. etapa 4.

Figura 21 – Comparação entre as temperaturas


Figura 20 – Comparação entre as temperaturas do para-raios de teste e simulado no final do
do para-raios de teste no final da etapa 4. teste.

De forma a quantificar o nível de confiança atribuído à comparação das curvas da Figura 16, os valores
de temperatura nos 30 pontos medidos foram comparados com as estimativas pontuais simuladas para os

15
respectivos tempos. Definindo o n-ésimo erro como 𝜖n = Tmed -Tsimn , seu valor médio e média quadrática
n
foram calculados:
30
1
𝜖̅= ∑ 𝜖n = 0,20ºC. (2)
30
n=1

30
1
𝜖̅q =√ ∑ 𝜖n2 = 0,77ºC. (3)
30
n=1

O erro médio quantifica a polarização da estimativa. Já a média quadrática do erro é um indicativo do


quão fielmente a curva simulada segue a curva experimental, isto é, do quanto elas estão sobrepostas.
Por fim, foi realizado um teste de χ² (qui-quadrado). Esse teste permite determinar quão boa é a
concordância entre um conjunto de medidas e a relação esperada. Consultando a folha de dados do
termovisor, foi constatado que o mesmo possui uma incerteza de ±2ºC. Sabendo disso, o desvio padrão da
leitura foi tomado como sendo 1ºC, para um intervalo de confiança de 95%. Assim, foi calculado o valor do
parâmetro χ²:

30
1
χ2 = ∑ 𝜖n2 = 17,61. (4)
σ2
n=1

Então:
P(χ2 ≥17,61 | N=30) ≅ 96%. (5)

Isso significa que a probabilidade de que as medidas obtidas realmente estejam sendo governadas pela
lei prevista é de aproximadamente 96%.

Simulação de para-raios em operação submetido a condições ambientais

No término da etapa anterior do projeto, foi proposta a simulação de um para-raios submetido à entrada
de energia nas formas elétrica e solar. Assim, foi realizada uma simulação de um para-raios tipo
distribuição, começando às 5 h da manhã, submetido à entrada de energia da rede e às condições
ambientais. Quatro pontos no exterior do revestimento polimérico, aproximadamente nas direções dos
quatro pontos cardeais (leste, oeste, norte e sul) foram escolhidos para elaboração de gráficos. Também foi
obtida a temperatura no ponto central da coluna de varistores. Na Figura 22, pode ser visualizada a
evolução de temperatura para o para-raios simulado operando sob tensão normal.

Figura 22 – Evolução da temperatura nos pontos selecionados, ao longo do dia.

16
O gráfico da evolução de temperatura nos mesmos pontos, referente à simulação do para-raios
submetido à tensão nominal, é mostrado na Figura 23.

Figura 23 – Evolução da temperatura do para-raios submetido à tensão nominal.

A Figura 22 sugere que, quando em estado normal de operação, o mapa de temperatura do para-raios
é definido em sua maior parte pelas condições ambientais. Pode ser visto que a temperatura simulada nos
varistores apresentou valores próximos aos das temperaturas no invólucro. A temperatura em certos pontos
do invólucro superou a temperatura do ponto central. Isso ocorreu no ponto L, submetido diretamente à
radiação no início da manhã, o qual apresentou um valor de aproximadamente de 27ºC, em torno das 7 h. A
temperatura no ponto O atingiu a 33,5ºC às 15h39, sendo a maior temperatura simulada neste caso. Em
geral, os outros pontos apresentaram valores próximos ao da temperatura ambiente.
Já na simulação do para-raios submetido à tensão nominal, foram obtidos valores de temperatura
maiores. O centro dos varistores apresentou a maior temperatura na maior parte do tempo, exceto nos
horários explicitados anteriormente, nos quais os pontos submetidos à radiação solar atingiram valores
próximos ao dos varistores. Observa-se, em ambas as figuras, um equilíbrio entre as temperaturas no
revestimento polimérico após o pôr-do-sol.
A título de ilustração, são mostrados na Figura 24 mapas de temperatura referentes à simulação da
Figura 22.

Figura 24–Mapas de temperatura no para-raios: (a) às 8h. (b) às 12h.

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CONCLUSÃO

Nesta etapa da pesquisa, foi verificada a efetividade do uso de simulações computacionais como uma
ferramenta auxiliar no monitoramento de para-raios com revestimento polimérico. O método proposto pode
ser utilizado, em conjunto com termografia, para o monitoramento não invasivo de para-raios instalados em
campo.
Por meio das figuras obtidas, foi verificado que os valores medidos na superfície do para-raios são
semelhantes aos valores obtidos na simulação. Esse fato atestou a validade das constantes físicas
utilizadas, indicando que a temperatura da coluna de varistores pode ser estimada com uma precisão
razoável ao comparar uma imagem termográfica obtida em campo com a correspondente simulação.
Estimar a temperatura interna do para-raios permite diagnosticar com maior precisão o estado de
conservação do para-raios, sendo possível definir valores aceitáveis de temperatura em seu invólucro,
acima dos quais deva ser tomada a decisão de substituição do equipamento.
O estudo dos efeitos da radiação solar e da temperatura ambiente sobre o mapa de temperatura de um
para-raios permite uma maior segurança na avaliação do seu estado de operação, uma vez erros de
diagnóstico podem ocorrer caso imagens termográficas obtidas em campo sejam comparadas com
simulações com valores de contorno diferentes. Tais simulações de condições ambientais podem também
ser realizadas em outros equipamentos presentes em uma subestação.
Ao longo da pesquisa, o bolsista solidificou conceitos e aprofundou seu conhecimento acerca do tema
proposto, tendo enfatizado o estudo eletrotérmico de para-raios de revestimento polimérico e o teste do
método de monitoramento. Na próxima etapa da pesquisa, o foco será direcionado a um estudo dos para-
raios de invólucro cerâmico e à aplicação do método na definição de critérios de monitoramento para
diferentes modelos de para-raios.
Os estudos realizados nesta etapa da pesquisa resultaram em um artigo publicado e apresentado no
Simpósio Brasileiros de Sistemas Elétricos (SBSE 2016), realizado em Natal – RN, no período de 22 a 25
de maio de 2016.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pela manutenção das bolsas, PIBIC e produtividade em pesquisa;


Aos colegas do Grupo de Sistemas Elétricos (GSE) do Departamento de Engenharia Elétrica, onde este
trabalho foi desenvolvido, por todo o apoio e contribuição, em especial Helem Monyelle de Melo Alves, pela
amizade e companheirismo.
O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – Brasil.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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