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RESUMO
STUDIES OF THE ABSORBED ENERGY INPUT TYPES IN POLYMERIC SURGE ARRESTERS AND
TEMPERATURE MEASUREMENTS
ABSTRACT
The thermoelectrical behavior of a polymeric surge arrester for distribution system was studied with the
purpose of evaluting the effectiveness of computer simulations as tool for assessing the operational
conditions of the equipment. Therefore, overvoltage tests were performed in laboratory, and computer
simulations related to these tests and the exposure to environmental conditions were elaborated. In order to
perform the simulations, the software COMSOL Multiphysics®, which is based on the Finite Element Method
(FEM) was used. It was verified that measured and simulated values were in agreement. Furthermore, data
and images obtained from the environmental conditions simulations were consistent. Thus, it is possible
conclude that computer simulations can be used, alongside with thermography, as a non invasive tool for
decision-make regarding the operational conditions of field installed surge arresters. The studies resulted in
a paper presented in SBSE 2016.
1
Aluno do Curso de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica, UFCG, Campina Grande, PB, e-mail:
arthur.andrade @ee.ufcg.edu.br
2
Engenharia Elétrica, Professor Doutor, Departamento de Engenharia Elétrica, UFCG, Campina Grande, PB, e-mail:
edson@dee.ufcg.edu.br
INTRODUÇÃO
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para-raios
Os para-raios são utilizados na proteção de sistemas elétricos contra os efeitos dos surtos
atmosféricos e de manobra, evitando que surtos temporários, provocados por descargas
atmosféricas ou manobras no sistema, se propaguem através das linhas e atinjam os
equipamentos da subestação. Atualmente, para-raios poliméricos de pequeno porte vêm sendo
usados na proteção de transformadores de distribuição de maior potência.
Os componentes ativos do para-raios são os varistores, resistores não lineares que
conferem a característica protetiva do equipamento. Durante o século passado, foram
utilizados varistores de SiC (carbeto de silício). Desde seu surgimento, porém, os varistores de
óxido de zinco vêm gradativamente substituindo seu antecessor, devido à sua característica
não-linear mais acentuada, que lhe torna mais eficaz enquanto elemento de proteção. O
formato de um elemento varistor é geralmente cilíndrico, e seu diâmetro é escolhido de acordo
com a capacidade de absorção de energia desejada para o equipamento, variando de 30 mm
para sistemas de distribuição até 100 mm ou mais para sistemas de alta ou extra-alta tensão
(HINRICHSEN, 2001). Quanto maiores as suas dimensões, mais difícil se torna conseguir uma
boa homogeneidade na distribuição interna do óxido de zinco. Esse fato limita o tamanho
máximo de um varistor comercial. Exemplos típicos podem ser vistos na Figura 1.
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Figura 2 – Para-raios de ZnO classe distribuição. Fonte: (BALESTRO, Catálogo do
produto).
Nos últimos anos, mais precisamente desde o fim da década de 1970, tem havido o
crescimento do uso de para-raios com revestimento polimérico no sistema energético brasileiro.
Esse tipo de para-raios apresenta diversas vantagens com relação aos que são fabricados com
invólucro cerâmico, pois na maioria dos casos o invólucro é injetado diretamente no material de
fibra de vidro que envolve os varistores, impedindo assim a ocorrência de espaços no corpo do
equipamento, o que pode evitar o envelhecimento dos para-raios causado pela umidade, ou
poluição atmosférica. Além disso, em caso de uma explosão provocada por falha, o potencial
de causar dano é menor no caso do revestimento polimérico. A explosão de um para-raios com
invólucro de porcelana pode danificar equipamentos próximos e, o que é mais importante, o
espalhamento de estilhaços representa um risco de vida para pessoas que porventura estejam
no local (INMR, 2016). Imagens de uma falha desse tipo podem ser vistas na Figura 3.
Figura 3 – Falha catastrófica em para-raios com invólucro de porcelana. Fonte: (INMR, 2016)
J = C·EB . (1)
4
Na Equação 1, as constantes C e B são definidas para três diferentes regiões, de acordo
com os dados contidos na Tabela 1:
E (kV/cm) C B
E< 2,15 1,20 ∙ 10-5 1,74
2,15 <E< 3,24 3,1 ∙ 10-16 33,6
3,24 <E< 4,89 2,36 ∙ 10-5 10,33
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Entrada de Energia Solar
Os para-raios normalmente são instalados a céu aberto e durante o dia recebem uma
considerável entrada de energia solar. A entrada de energia solar em um objeto promove a
elevação de sua temperatura (COSTA, 1999).
No topo da atmosfera, a densidade de potência solar tem o valor médio de 1367 W/m²,
quando medida num plano perpendicular à direção de propagação da luz. Apenas uma fração
dessa radiação atinge a superfície terrestre, devido ao ângulo de incidência e à reflexão e
absorção dos raios solares pela atmosfera. Esta fração que atinge o solo é constituída por uma
componente direta (ou de feixe) e por uma componente difusa.
O valor do coeficiente de transmissão da atmosfera depende da espessura e da
constituição da camada atmosférica que envolve a Terra, formada por vapores de água,
poeiras, dióxido de carbono, etc. O valor igual a 0,72 representa uma boa aproximação
(BEZERRA, 1986).
A magnitude da energia solar incidente em uma localidade é diretamente relacionada às
suas coordenadas geográficas e ao dia do ano em questão. Dessa forma, é necessário
especificar os dados de modo a realizar um estudo criterioso do efeito da radiação solar em um
período de tempo específico. A quantidade de nuvens no céu também exerce influência direta
na quantidade de energia transferida.
Duas grandezas são essenciais para o estudo da transferência de energia via radiação: a
emissividade e absortância. Emissividade (ε) de um material é definida como a razão entre a
energia irradiada por um determinado material e a energia irradiada por um corpo negro (ε=1).
Qualquer objeto que não seja um verdadeiro corpo negro tem emissividade menor que um e
superior a zero. Absortância (α) ou poder de absorção é a fração de radiação absorvida em
relação à radiação incidente em um corpo.
A importância do estudo da influência da radiação solar sobre o mapa de temperatura de
um para-raios se dá pelo fato de que, embora o mesmo possa atingir altas temperaturas
quando da ocorrência de surtos, em estado normal de operação a potência elétrica absorvida
por ele é muito reduzida, de forma que sua temperatura tende a ser aproximadamente igual à
ambiente. Entretanto, a energia absorvida por radiação solar acarreta em um acréscimo
adicional de temperatura, o qual, se não levado em consideração, pode levar a conclusão que
o para-raios se encontra em pior estado de conservação do que na realidade está.
O valor da irradiação solar em determinada localidade da superfície terrestre é
determinado por diversos fatores, entre eles: localização geográfica, dia do ano e também
fatores estocásticos como o tempo e a distribuição de nuvens na localidade, no momento em
questão. A título de exemplo, é apresentada a Figura 4, onde são exibidos os valores de
irradiação solar no verão de Campina Grande, em 2004.
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Termovisão (ou Termografia)
Diversos problemas com importância para a engenharia podem ser descritos em termos de
equações diferenciais parciais, como a equação de Poisson, equação de Laplace, equação de
Helmholtz, Navier-Stokes, etc. (VILACHÁ, 2012). Todavia, com exceção de alguns casos
particulares, não é possível obter uma solução analítica exata para estes problemas
(PEREIRA, 2005). Segundo Huebner (1995), o MEF apresenta como atrativo a capacidade de
oferecer uma forma de solução de problemas complexos e contínuos, subdividindo-os em
vários problemas menores, discretos e correlacionados entre si.
Nos últimos anos, o método tem sido bastante aplicado principalmente pela precisão dos
seus resultados, além da sua versatilidade, pois o MEF pode ser utilizado para resolver desde
problemas que tratem de distribuição de campos elétricos até propagação de calor (ALVES,
2014).
Além de permitir a análise de problemas práticos, o MEF diminui custos de projeto, pois
permite a simulação computacional de vários fenômenos físicos e seus efeitos, antes da
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construção de um protótipo do equipamento. As suas principais áreas de aplicação incluem:
projeto e análise de estruturas, análise de escoamento de fluidos, distribuição de temperaturas
e eletromagnetismo (PEREIRA, 2004).
Comsol Multiphysics
MATLAB
8
principais funções: construção de gráficos e compilação de funções, manipulação de funções
específicas de cálculo e variáveis simbólicas.
MATERIAL E MÉTODOS
9
O esquema apresentado na Figura 8 foi reproduzido no COMSOL, e os resultados foram
avaliados e comparados com os obtidos experimentalmente.
O diagrama do circuito utilizado e uma fotografia da plataforma experimental montada podem ser vistos
nas Figuras 9 e 10. A fonte de tensão CA variável de 5 kVA é ligada em serie com um resistor limitador de
corrente de 282 kΩ. Para energizar a plataforma experimental, foi necessário utilizar uma bancada de
medição, a qual controla a tensão no secundário do transformador elevador, fornece os valores da tensão
aplicada e possui uma saída do divisor de tensão, a qual foi medida, juntamente com a corrente no resistor
shunt. Os respectivos terminais foram conectados a um osciloscópio, tendo sido feitas aquisições periódicas
das formas de onda observadas.
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Simulações
Na Tabela 2, podem ser verificados os valores das constantes físicas que foram utilizadas no programa
de simulação para os materiais simulados.
Da literatura, a relação do calor específico dos varistores com a temperatura foi assumida como sendo
da forma c(T) = 4,4 T – 745,9, com a temperatura expressa em K.
Para calcular a potência absorvida pelo para-raios, foi realizada uma aquisição dos dados obtidos no
osciloscópio para o computador, onde uma rotina para cálculo da potência média em cada teste foi
desenvolvida no ambiente Matlab®.
Depois da atribuição dos parâmetros físicos necessários, o método de estudo Joule Heating é
selecionado no COMSOL®. O método lida com aquecimento por efeito Joule.
A geometria do para-raios foi importada a partir de um desenho previamente construído com o uso do
software de desenho auxiliado por computador AutoCad®. Depois disso, foi feita a atribuição de materiais
com suas respectivas características físicas, conforme explicitado na Tabela 2, aos diferentes domínios do
equipamento a ser estudado.
Após a preparação, o programa produz uma malha com elementos geométricos, de forma a discretizar
o problema a ser resolvido pelo MEF, e a simulação propriamente dita se inicia. Escolhendo o modo de
estudo Time dependent, o programa pode fornecer mapas de temperatura do para-raios para valores de
tempo pré-selecionados, sendo também possível obter a evolução temporal da temperatura simulada em
pontos específicos. Foram exportados dados da temperatura em pontos pré-selecionados no interior da
coluna de varistores e no revestimento polimérico. No Matlab®, os dados foram utilizados para o desenho de
gráficos da temperatura nos pontos de interesse, em função do tempo.
Na etapa final da pesquisa, foram realizadas simulações do efeito conjunto da entrada elétrica de
energia com as condições ambientais – temperatura e radiação solar. Para isso, a potência elétrica
absorvida pelo para-raios foi medida para os casos de operação em tensão de operação normal (8 kV) e
para a sua tensão nominal (12 kV). Foram obtidos valores de potência de 0,32 W e 5,09 W,
respectivamente, os quais foram usados como modelo experimental para a simulação, na qual foram
utilizados os módulos Electric currents e Heat Transfer with Surface-to-Surface Radiation para analisar a
influência das condições ambientais sobre o mapa de temperatura do para-raios ao longo do dia. Na
simulação, foi utilizado um modelo para a temperatura ambiente obtido a partir de dados do site
meteorológico Climatempo.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um exemplo das formas de onda de corrente e tensão elétrica obtidas no osciloscópio pode ser visto na
Figura 11.
Gráficos da tensão e corrente no para-raios podem, então, ser obtidos. Um gráfico correspondente a
primeira etapa do teste pode ser examinado na Figura 12.
Como pode ser visto nas Figuras 11 e 12, as formas de onda da corrente elétrica se apresentam
distorcidas e adiantadas em relação à tensão, evidenciando o caráter capacitivo acentuado da região de
menor corrente e também a característica não linear dos varistores. Pode-se perceber também que mesmo
a tensão da fonte apresenta certo nível de distorção harmônica. Para realizar uma análise em frequência de
ambos os sinais, foi utilizando um algoritmo em Matlab®. O valor obtido para a distorção harmônica da
tensão foi de aproximadamente 6,0%. A distorção da corrente foi calculada em 54,8%. Um gráfico do
espectro da corrente, calculado para as primeiras 15 harmônicas, pode ser examinado na Figura 13, no qual
se constata a existência apenas de harmônicas ímpares, devido à simetria de meia onda. Os valores
registrados no eixo vertical são os valores de pico das harmônicas.
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Figura 13 – Espectro da corrente elétrica no para-raios
Os dados obtidos foram utilizados para calcular a potência elétrica média absorvida pelo para-raios. Na
Tabela 3, encontram-se os valores obtidos nas três etapas do teste.
A partir dos dados da Tabela 3, verificou-se que um aumento de 2,2% no valor eficaz da tensão
aplicada da etapa 3 em relação à da etapa 2 acarretou em um aumento de 49,0% na potência elétrica
dissipada no para-raios. Isso se deveu ao fato de que o para-raios testado se encontra na área de transição
entre suas regiões 1 e 2 (esta sendo não linear), na qual um pequeno aumento na tensão provoca uma
diminuição da impedância dos varistores e consequente aumento da corrente elétrica absorvida.
Na Figura 14, é apresentada a forma de onda da potência absorvida pelo para-raios, para uma das
janelas de tempo registradas na primeira etapa do teste.
Resultados do ensaio
Com o objetivo de facilitar a visualização dos resultados obtidos com a termografia e a comparação com
as simulações computacionais, foram definidos 4 pontos específicos no para-raios de teste, os quais
tiveram suas temperaturas monitoradas, e 2 pontos no para-raios simulado. Estes pontos estão
representados na Figura 15.
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(a) (b)
Figura 15– (a) Pontos definidos na superfície do para-raios de teste. (b) Pontos definidos na superfície e
interior do para-raios simulado.
Na Figura 16, é mostrada a evolução da temperatura no ponto 3 da Figura 16 durante o ensaio. A curva
cheia, em vermelho, representa os valores das temperaturas obtidas na simulação quando foram aplicadas
as potências indicadas na Tabela 3, segundo o esquema indicado na Figura 9. A curva pontilhada, em azul,
representa a curva experimental de temperatura, esboçada utilizando os valores medidos na superfície do
para-raios. Os valores medidos estão indicados por pontos verdes.
Também foram traçados gráficos da simulação de resposta térmica para os pontos indicados na Figura
15a e o ponto central da coluna de varistores da Figura 15b. As curvas de temperatura podem ser
observadas na Figura 16.
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Figura 17 – Temperaturas simuladas.
Ao analisar a Figura 17, foram observadas diferenças de temperatura de até aproximadamente 3ºC
entre os varistores e o invólucro. As temperaturas obtidas para os três pontos situados na superfície do
invólucro estão muito próximas.
Ainda com o intuito de comparar as simulações com as medições termográficas, foram selecionadas
algumas imagens do termovisor em determinados instantes do ensaio. Na Figura 18, é possível ver no
mapa térmico do para-raios alguns instantes antes do final da segunda aplicação de tensão (13,7 kV). Na
Figura 19, está representada a configuração térmica 30 minutos após a segunda aplicação de tensão (13,7
kV). Já na Figura 20, podem ser vistos os níveis de temperatura após a aplicação da última tensão
considerada (14 kV); e por fim, na Figura 21 são mostradas as temperaturas no fim do último resfriamento.
De forma a quantificar o nível de confiança atribuído à comparação das curvas da Figura 16, os valores
de temperatura nos 30 pontos medidos foram comparados com as estimativas pontuais simuladas para os
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respectivos tempos. Definindo o n-ésimo erro como 𝜖n = Tmed -Tsimn , seu valor médio e média quadrática
n
foram calculados:
30
1
𝜖̅= ∑ 𝜖n = 0,20ºC. (2)
30
n=1
30
1
𝜖̅q =√ ∑ 𝜖n2 = 0,77ºC. (3)
30
n=1
30
1
χ2 = ∑ 𝜖n2 = 17,61. (4)
σ2
n=1
Então:
P(χ2 ≥17,61 | N=30) ≅ 96%. (5)
Isso significa que a probabilidade de que as medidas obtidas realmente estejam sendo governadas pela
lei prevista é de aproximadamente 96%.
No término da etapa anterior do projeto, foi proposta a simulação de um para-raios submetido à entrada
de energia nas formas elétrica e solar. Assim, foi realizada uma simulação de um para-raios tipo
distribuição, começando às 5 h da manhã, submetido à entrada de energia da rede e às condições
ambientais. Quatro pontos no exterior do revestimento polimérico, aproximadamente nas direções dos
quatro pontos cardeais (leste, oeste, norte e sul) foram escolhidos para elaboração de gráficos. Também foi
obtida a temperatura no ponto central da coluna de varistores. Na Figura 22, pode ser visualizada a
evolução de temperatura para o para-raios simulado operando sob tensão normal.
16
O gráfico da evolução de temperatura nos mesmos pontos, referente à simulação do para-raios
submetido à tensão nominal, é mostrado na Figura 23.
A Figura 22 sugere que, quando em estado normal de operação, o mapa de temperatura do para-raios
é definido em sua maior parte pelas condições ambientais. Pode ser visto que a temperatura simulada nos
varistores apresentou valores próximos aos das temperaturas no invólucro. A temperatura em certos pontos
do invólucro superou a temperatura do ponto central. Isso ocorreu no ponto L, submetido diretamente à
radiação no início da manhã, o qual apresentou um valor de aproximadamente de 27ºC, em torno das 7 h. A
temperatura no ponto O atingiu a 33,5ºC às 15h39, sendo a maior temperatura simulada neste caso. Em
geral, os outros pontos apresentaram valores próximos ao da temperatura ambiente.
Já na simulação do para-raios submetido à tensão nominal, foram obtidos valores de temperatura
maiores. O centro dos varistores apresentou a maior temperatura na maior parte do tempo, exceto nos
horários explicitados anteriormente, nos quais os pontos submetidos à radiação solar atingiram valores
próximos ao dos varistores. Observa-se, em ambas as figuras, um equilíbrio entre as temperaturas no
revestimento polimérico após o pôr-do-sol.
A título de ilustração, são mostrados na Figura 24 mapas de temperatura referentes à simulação da
Figura 22.
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CONCLUSÃO
Nesta etapa da pesquisa, foi verificada a efetividade do uso de simulações computacionais como uma
ferramenta auxiliar no monitoramento de para-raios com revestimento polimérico. O método proposto pode
ser utilizado, em conjunto com termografia, para o monitoramento não invasivo de para-raios instalados em
campo.
Por meio das figuras obtidas, foi verificado que os valores medidos na superfície do para-raios são
semelhantes aos valores obtidos na simulação. Esse fato atestou a validade das constantes físicas
utilizadas, indicando que a temperatura da coluna de varistores pode ser estimada com uma precisão
razoável ao comparar uma imagem termográfica obtida em campo com a correspondente simulação.
Estimar a temperatura interna do para-raios permite diagnosticar com maior precisão o estado de
conservação do para-raios, sendo possível definir valores aceitáveis de temperatura em seu invólucro,
acima dos quais deva ser tomada a decisão de substituição do equipamento.
O estudo dos efeitos da radiação solar e da temperatura ambiente sobre o mapa de temperatura de um
para-raios permite uma maior segurança na avaliação do seu estado de operação, uma vez erros de
diagnóstico podem ocorrer caso imagens termográficas obtidas em campo sejam comparadas com
simulações com valores de contorno diferentes. Tais simulações de condições ambientais podem também
ser realizadas em outros equipamentos presentes em uma subestação.
Ao longo da pesquisa, o bolsista solidificou conceitos e aprofundou seu conhecimento acerca do tema
proposto, tendo enfatizado o estudo eletrotérmico de para-raios de revestimento polimérico e o teste do
método de monitoramento. Na próxima etapa da pesquisa, o foco será direcionado a um estudo dos para-
raios de invólucro cerâmico e à aplicação do método na definição de critérios de monitoramento para
diferentes modelos de para-raios.
Os estudos realizados nesta etapa da pesquisa resultaram em um artigo publicado e apresentado no
Simpósio Brasileiros de Sistemas Elétricos (SBSE 2016), realizado em Natal – RN, no período de 22 a 25
de maio de 2016.
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ALVES, H. M. M. Estudos dos Efeitos da Propagação de Calor em Para-raios Poliméricos pelo Método
dos Elementos Finitos. Publicado em: Relatório Parcial PIBIC, ano 2013/2014.
BEZERRA, A. M. Aplicações térmicas da energia solar. 2ª Ed. João Pessoa, UFPB/Editora Universitária,
1986.
INMR. Assessing Condition of Substation Surge Arresters. INMR Magazine, 2016. Disponível em
<http://www.inmr.com/assessing-condition-substation-surge-arresters/>. Acesso em: 20 de jul, 2016.
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Fuga Total. Tese (Doutorado) — Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, Julho, 2012.
NIGOL, O. Methods for analyzing the performance of gapless metal oxide surge arresters. IEEE
Trans. on Power Delivery, vol. 7, n. 3, p. 1656-1665, July, 1992.
PEREIRA, O. (2005). Introdução ao Método dos Elementos Finitos na Análise de Problemas Planos
de Elasticidade. Disponível em: Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Lisboa:
<http://www.civil.ist.utl.pt/ae2/IMEFAPPE.pdf>. Acesso em 17 mai. 2012.
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