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ERA VARGAS

Antecedentes - No fim da década de 1920, o descontentamento com os rumos do Brasil era geral. Vários grupos sociais, trabalhadores,
classe média e até jovens militares e setores da oligarquia, queriam participar do poder.
Este poder, até então, era controlado por fazendeiros de São Paulo e Minas Gerais, através da política do café-com-leite.
A grande quantidade de revoltas e movimentos sociais que ocorreram durante a República Velha passaram a tornar o poder dos
cafeicultores cada vez mais insustentável. Foi neste contexto que ocorreu a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.

Revolução de 1930
Nas eleições de 1930, até os fazendeiros mineiros deixaram de apoiar o governo federal. Isto por que o presidente paulista
Washington Luís rompeu com a política do café-com-leite, indicando um outro paulista – Júlio Prestes – para assumir o governo.
Os mineiros não gostaram. Em 1930, nas eleições presidenciais, apoiaram a chapa de oposição lançada pela Aliança Liberal,
tendo o gaúcho Getúlio Vargas como candidato a presidente e o paraibano João Pessoa como vice.
Júlio Prestes venceu as eleições, mas sob acusação de fraude. Algum tempo depois, João Pessoa foi assassinado. Estes fatos
levaram os aliados de Getúlio a pegar em armas contra o governo, estourando a Revolução de 1930.
Em 24 de outubro de 1930, Washington Luís foi deposto. Em 03 de novembro, Getúlio Vargas assumiu a presidência como
chefe da revolução. Este fato acabou com a República Velha (1889-1930) e iniciou a Era Vargas. A Era Vargas é dividida, oficialmente,
em Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.

Governo Provisório
O governo provisório durou de 1930 a 1934. Getúlio Vargas assumiu a presidência em caráter provisório, até que fossem
convocadas novas eleições.
Neste período, Getúlio concentrou todo o poder em suas mãos. O Congresso foi fechado. Os governadores – chamados de
interventores – eram nomeados por Getúlio.
Getúlio começou seu governo atendendo às principais reivindicações dos trabalhadores: criou o salário mínimo, estabeleceu
jornada de oito horas de trabalho, repouso remunerado, férias e indenização trabalhista.
Por outro lado, o governo também começou a exercer um controle muito grande sobre os trabalhadores, limitando o poder dos
sindicatos. Os trabalhadores não tinham liberdade para se manifestar.
Os paulistas, de modo especial os fazendeiros do café, não se conformavam com a derrota sofrida na revolução de 1930 e
queriam reconquistar o controle do governo. Este fato levou a eclosão da Revolução Constitucionalista.

Revolução Constitucionalista de1932


A Revolução Constitucionalista ocorreu em São Paulo, em 1932. Além da derrota sofrida em 1930, os paulistas não aceitavam
o interventor que Getúlio tinha nomeado para o estado.
Esta revolução foi chamada de constitucionalista pois seus líderes diziam defender o fim do governo provisório e a elaboração
de uma nova constituição.
Em maio de 1932, tornaram-se mais intensas as manifestações contra o governo provisório. Os manifestantes assaltaram uma
casa de armas e redações de jornais que eram a favor do governo.
Em resposta, as forças do governo federal reagiram e quatro estudantes foram mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo –
MMDC – se tornaram o símbolo da revolução, que estourou em 9 de julho de 1932.
Apesar do grande esforço de resistência e da cooperação do povo de São Paulo, a superioridade das forças federais era
evidente. Assim, os paulistas renderam-se em 28 de setembro de 1932.

Constituição de 1934
Embora derrotados, os constitucionalistas de 1932 conseguiram parte de seus objetivos, pois Getúlio apressou-se em convocar
eleições para a Assembleia Constituinte. O objetivo era criar uma nova constituição para o país.
Essas eleições aconteceram em maio de 1933. Foram as primeiras realizadas após a revolução de 1930 e ocorreram de forma
diferente das eleições praticadas na República Velha.
Por exemplo, o voto se tornou secreto e obrigatório. Todos os brasileiros alfabetizados acima de 18 anos puderam votar,
inclusive as mulheres. A Justiça Eleitoral organizou e fiscalizou estas eleições.
A Assembleia Constituinte foi instalada no dia 15 de novembro de 1933. A nova Constituição, a segunda do período
republicano, foi promulgada no dia 16 de julho de 1934.
No geral, a Constituição de 1934 estava mais voltada para os interesses da população. Além da garantia de vários direitos para
os trabalhadores, havia um capítulo sobre a educação e a cultura.

Governo Constitucional
O governo constitucional durou de 1934 a 1937. A Constituição de 1934 previa a eleição direta para presidente da República.
Porém, Getúlio foi eleito pela Assembleia Constituinte para exercer mandato até 1938.
Durante este período, Getúlio Vargas teve que lidar com grupos que fizeram oposição ao seu governo.
Dentre estes grupos, estavam os comunistas e integralistas, representantes da esquerda e da direita no Brasil, respectivamente.

Comunistas
Mesmo com as mudanças efetuadas no Brasil em favor dos trabalhadores, haviam correntes políticas que defendia mudanças
mais profundas e imediatas no país.
Dentre estas correntes, destacava-se o Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922. Proibido de funcionar
livremente, esse partido passou a agir na ilegalidade, tendo Luís Carlos Prestes como um dos principais líderes.

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Os comunistas se juntaram a outros grupos políticos que tinham ideias semelhantes às suas e formaram a Aliança Nacional
Libertadora (ANL). Essa frente popular defendia a derrubada do governo através de uma revolução.
Assim, o governo via a Aliança Nacional e suas ideias como um perigo que devia ser derrotado. Por isso, em julho de 1935, o
governo proibiu as atividades da Aliança Nacional Libertadora.
Em novembro de 1935, os comunistas organizaram uma rebelião, chamada Intentona Comunista. Porém, o governo agiu rápido
e prendeu os revoltosos, dentre eles Luís Carlos Prestes e Olga Benário, sua esposa.

Integralistas
Oposto à Aliança Nacional Libertadora, havia a Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo escritor Plínio Salgado.
Os integralistas eram anticomunistas e tinham o apelido de camisas verdes ou “galinhas verdes”, por causa da cor do uniforme
que usavam. O conflito entre integralistas e comunistas era comum.
O governo, no geral, tinha simpatia pelos integralistas. Porém, quando Getúlio Vargas conseguiu o poder total nas mãos, em
1937, mandou fechar a Ação Integralista Brasileira. Os integralistas se revoltaram. Em maio de 1938, atacaram a sede do governo no
Palácio Guanabara, com o objetivo de matar Getúlio. Mas a ação foi reprimida pelas forças do governo.

Estado Novo
O governo do Estado Novo durou de 1937 a 1945. Ele foi implantado por Getúlio para conseguir se manter no poder, já que
novas eleições estavam marcadas para 1938.
Para se manter no poder, Getúlio inventou uma conspiração comunista, com ajuda do capitão Olímpio Mourão Filho. Esta
conspiração foi relatada no chamado Plano Cohen.
O plano previa que haveria greves, assassinato de líderes políticos e igrejas incendiadas. Getúlio convenceu as forças armadas
que só uma ditadura conseguiria controlar os comunistas.
Assim, as forças armadas apoiaram o golpe de Getúlio, preparado para o dia 10 de novembro de 1937. Neste dia, foi instalado o
chamado Estado Novo, que acabou caracterizado como ditadura.
Com amplos poderes nas mãos, Getúlio fechou o Congresso Nacional, acabou com os partidos políticos, censurou a imprensa e
passou a nomear pessoalmente os interventores dos estados brasileiros.

DIP
Para fazer a propaganda de Getúlio e do Estado Novo, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), em
dezembro de 1939.
O DIP foi criado para controlar, orientar e coordenar a propaganda oficial, que se fazia em torno da figura de Getúlio Vargas.
Abrangia a imprensa, a literatura, o teatro, o cinema, o esporte e quaisquer outras manifestações culturais.
Além disso, grandes festas cívicas eram organizadas em homenagem a Vargas, de modo especial no Dia do Trabalho, no dia 1º
de maio. Estas festas também ocorriam o aniversário de Getúlio, no dia 19 de abril.
O rádio foi um meio de comunicação muito utilizado por Getúlio, com a criação do programa “Hora do Brasil”. Este foi um
dos meios através dos quais, Getúlio construiu a imagem de “pai dos pobres”.
Esta imagem construída por Getúlio Vargas e seus assessores constitui o chamado populismo, ou seja, prática que consiste em
estabelecer uma relação direta e emocional do povo com o governante.

Centralização Econômica
A economia também passou a estar diretamente ligada ao presidente da República, que governava com auxílio de conselhos
técnicos.
O governo do Estado Novo deu muita importância à indústria nacional. Para ajudar a desenvolver a indústria, planejou a
hidrelétrica de Paulo Afonso, no rio São Francisco.
Fundou a Companhia Vale do Rio Doce, para extrair e exportar ferro e criou o Conselho Nacional do Petróleo.
Uma das obras mais importantes foi a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, em 1943. A
companhia passou a fornecer aço para a indústria nacional.

Fim da Era Vargas


Em 1942, Getúlio Vargas entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Estados Unidos, contra os países do Eixo (Alemanha,
Itália e Japão).
A Força Expedicionária Brasileira (FEB), criada em 1943, levou 25 mil soldados – os chamados pracinhas – para combater na
Itália em agosto de 1944.— Em 1945, a guerra acabou com a vitória dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética). As
ditaduras totalitárias chegaram ao fim na Alemanha e na Itália.
Com a volta dos pracinhas ao Brasil, na festa da vitória, boa parte da população passou a se manifestar contra a ditadura de
Getúlio. Foram erguidas faixas contra o Estado Novo e a favor da democracia.
Diante das pressões, Getúlio Vargas convocou eleições, concedeu anistia aos presos políticos e deu liberdade para a
organização de partidos políticos. Em outubro de 1945, as forças armadas forçaram Getúlio a deixar o poder.

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ERA VARGAS (1930-1945) - A Revolução de 1930 foi decisiva para a mudança de rumos da história brasileira.
Ao afastar do poder os fazendeiros do café, que o vinham controlando desde o governo de Prudente de Morais, em
1894, pavimentou o caminho para uma significativa reorientação da política econômica do país.
Tendo cortado o cordão umbilical que unia o café às decisões governamentais atinentes ao conjunto da economia e
da sociedade brasileiras, a Revolução ensejou uma dinamização das atividades industriais. Até 1930, os impulsos
industrialistas derivavam do desempenho das exportações agrícolas.
A partir de 1930, a indústria passa a ser o setor mais prestigiado da economia, concorrendo para importantes
mudanças na estrutura da sociedade. Intensifica-se o fluxo migratório do campo para os centros urbanos mais
industrializados, notadamente São Paulo e Rio de Janeiro, que, adicionado ao crescimento vegetativo da população,
proporciona uma maior oferta de mão-de-obra e o aumento do consumo.
Entre 1929 e 1937 a taxa de crescimento industrial foi da ordem de 50%, tendo-se verificado, no mesmo período, a
criação de 12.232 novos estabelecimentos industriais no país.
Desse modo, independentemente das origens sociais e das motivações mais imediatas dos revolucionários, não há
dúvida de que a Revolução de 1930 constituiu uma ruptura no processo histórico brasileiro.

Significado da era Vargas: - Getúlio implantou no país um novo estilo político - O POPULISMO - e um modelo
econômico baseado no intervencionismo estatal objetivando desenvolver um capitalismo industrial nacional (processo de
substituição de importações).
Populismo é um fenômeno típico da América Latina, durante o séc. XX, no momento de transição para estruturas
econômicas mais modernas. Ele significa "política de massas", política que utiliza as massas como elemento fundamental
nas regras do jogo.
Caracteriza-se pelo contato direto da liderança e o povo. Através dele, Getúlio lutou contra as oligarquias, manteve
o povo sob controle assumindo uma imagem paternalista e consolidou a indústria dentro de um esquema intervencionista.
Não se tratava de povo no governo, mas de manipulação do povo para benefício do próprio líder carismático e das elites
possuidoras.

Governo provisório (1930-34) - fatos marcantes:


A Revolução constitucionalista de SP (1932): a pretexto de democratizar e constitucionalizar o país, os
cafeicultores de SP tentaram voltar ao poder. Foram duramente reprimidos. Vargas, numa atitude claramente populista,
concilia-se com os vencidos: nomeia paulistas para cargos chaves e mantém a política de valorização do café.
A constituição de 1934: inspirada na constituição democrática de Weimar (Alemanha), a 3 constituição brasileira
foi promulgada com as seguintes características: federalismo, eleições diretas (a partir de 38 - até lá Vargas seria o
presidente) e secretas, voto feminino, representação classista no congresso e leis sociais (salário mínimo e legalização dos
sindicatos). Apesar dos avanços, ela não tocou na estrutura agrária e nem regulou as leis sociais o que impedia sua
aplicação.

Governo constitucional (1934-37) - fatos marcantes:


A "intentona" comunista (1935): as contradições sociais aguçadas com o desenvolvimento industrial fortaleceram
o partido comunista. O objetivo do PC era criar alianças com setores mais progressistas da sociedade por isso criou a
Aliança Nacional Libertadora (ANL) com um programa nacionalista, antifascista e democrático.
Com a repressão de Vargas a ANL, os comunistas passaram a preparar uma insurreição armada. Devido a não
participação popular, a intentona terminou em uma "quartelada" fracassada liderada por Prestes. Os dois anos que se
seguiram foram marcados pelo fechamento político (estado de sítio) que prenunciava a ditadura que se iniciaria em 1937.
A ascensão da ideologia fascista: A ação integralista brasileira (AIB), liderada por Plínio Salgado, foi a expressão
típica do modelo fascista no Brasil. Propunha o culto ao seu líder e uma retórica agressiva anticomunista e nacionalista. O
integralismo apoiou entusiasticamente o Golpe de 37, no entanto, Vargas não dividiu os privilégios do poder com a AIB.
O plano COHEN: Em determinado momento, o governo anunciou ter descoberto um plano comunista subversivo
e o utilizou para dar o golpe de estado em 1937 cancelando as eleições de 1938. Na verdade, o plano era falso e foi apenas o
pretexto para a ditadura. Iniciava-se o ESTADO NOVO.

O Estado Novo (1937-45) - fatos marcantes:


A constituição de 1937 (a "polaca"): outorgada e fascista. Estabelecia que o presidente teria o poder nas mãos
enquanto não se convocasse um plebiscito para aprová-la (o que não aconteceu).
A ditadura: os partidos foram suprimidos, o legislativo suspenso, a censura estabelecida pelo departamento de
imprensa e propaganda (DIP), centralizaram-se as funções administrativas através do departamento de administração do
serviço público (DASP), as liberdades civis deixaram de existir.
A economia: aprofundamento da industrialização através do processo de substituição de importações nos setores de
bens de consumo não duráveis (tecidos e alimentos) e, principalmente, dos bens intermediários (metalurgia e siderurgia). O
estado arcou com o ônus da industrialização numa demonstração de nacionalismo econômico: foram criados a vale do rio
doce, a siderúrgica nacional e o conselho nacional de petróleo (nacionalização do refino, não a estatização).

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A questão social: criou-se o salário mínimo (1940), a consolidação das leis trabalhistas (1943) e os sindicatos
passaram a ser controlados pelo ministério do trabalho. Deixava-se claro a combinação entre paternalismo estatal e
fascismo. O estado passava a controlar as relações entre capital e trabalho (CORPORATIVISMO).
A 2 guerra mundial e a queda de Vargas: até 1941, o Brasil manteve-se neutro na guerra com declarada simpatia
pelos fascistas. Em 1942, porém, a ajuda americana para construção da usina de Volta Redonda foi decisiva para que
Vargas declarasse guerra ao EIXO. A contradição entre a política externa e a realidade interna do regime se torna patente
forçando a abertura do regime.
A abertura aconteceu em 1945: Surgiram partidos políticos como a UDN (burguesia financeira urbana ligada ao
capital estrangeiro), o PSD (oligarquias agrárias), o PTB (criado por Vargas - massas operárias), o PCB (intelectualidade).
Ao mesmo tempo, Getúlio adotava um discurso cada vez mais nacionalista e articulava o movimento QUEREMISTA,
favorável a sua permanência nos cargo. Em 1945, o exército derrubou o presidente evitando o continuísmo.
ERA VARGAS
Período no qual o Brasil foi governado pelo presidente Getúlio Vargas. Foi um período longo e marcado por inúmeras
mudanças políticas, econômicas e sociais no Brasil.

COMO COMEÇOU A ERA VARGAS?


A Era Vargas começou em 1930, quando Getúlio assumiu o poder por meio de um golpe. Antes de Vargas, o país vivia um
momento denominado República Oligárquica, no qual o poder pertencia a poucos. Durante este período, os presidentes
eram sempre os grandes coronéis cafeicultores de São Paulo ou grandes produtores de leite, de Minas Gerais, o que tornou
o período conhecido como República do Café com Leite.

O fim da República Oligárquica se deu com a Revolução de 1930, organizada pela Aliança Liberal em parceria com
exército. Quando Julio Prestes (presidente eleito) foi deposto, Getúlio Vargas assumiu a presidência num governo
provisório.

GOVERNO PROVISÓRIO (1930 ATÉ 1934)


Foi o primeiro período da Era Vargas. O governo provisório foi o período no qual Getúlio Vargas reorganizou e centralizou
o poder. Graças ao apoio que recebeu do exército durante a Revolução de 1930, Getúlio nomeou diversos militares como
interventores, dando-lhes grandes cargos no governo. Esta medida gerou revolta e originou a Revolução Constitucionalista
de 1932, na qual os paulistanos exigiam uma nova Constituição.

Apresar de conseguir conter a revolta, Getúlio Vargas convocou eleições para uma nova Assembléia Constituinte. Em 1934,
foi promulgada uma nova Constituição no Brasil. Esta nova Constituição garantia o direito ao voto feminino, o voto secreto
e criou uma nova legislação trabalhista, o que garantiu a Vargas mais um mandato como presidente.

GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934 ATÉ 1937)


Durante este período, o governo de Vargas era enfrentado por duas alianças: a AIB (Ação Integralista Brasileira), que
defendia ideais conservadores e fascistas, e a ANL (Aliança Nacional Libertadora), que defendia a reforma agrária e o
comunismo.

Após algumas tentativas de golpe lideradas pelos comunistas, o que ficou conhecido como Intentona Comunista, o
presidente Vargas passou a afirmar que o Brasil sofria uma ameaça comunista. Por conta disso, ele conseguiu anular a
eleição que estava marcada para o ano de 1937. Porém, ao anunciar o Plano Cohen, alegando que se tratava de outra
tentativa de golpe comunista, Vargas anulou também a Constituição de 1934 e deu início ao Estado Novo.

Estado Novo (1937 até 1945)

O Estado Novo foi o período de maior centralização do poder de Vargas, uma verdadeira ditadura. Além de censurar os
meios de comunicação, Getúlio reprimiu a atividade política, prendeu seus inimigos políticos e deu continuidade a sua
política trabalhista, criando a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a Carteira de Trabalho, o salário mínimo, dentre
outros.
Um fato marcante sobre o período foi participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. A Era Vargas chegou ao fim em
1945, quando o general Eurico Gaspar Dutra venceu as eleições. Porém, Getúlio Vargas retornou ao poder em 1951.

GOVERNO DEMOCRÁTICO (1951 ATÉ 1954)


Getúlio Vargas retorna ao poder em 1951, agora de forma democrática. Devido ao cenário político e econômico mundial,
marcado pelos resultados finais da Segunda Guerra Mundial, Vargas precisou enfrentar alguns problemas ao longo do
período, como a oposição entre os liberalistas e os nacionalistas. Foi neste período que foi criada a Petrobrás, um grande
marco do governo Vargas.
Quando Carlos Lacerda, um dos principais inimigos do governo Vargas, sofreu uma tentativa de atentado vinda do guarda-
costas do presidente, a oposição criou forças para exigir sua renúncia. Sem querer deixar a presidência daquela maneira,
Getúlio Vargas cometeu suicídio em agosto de 1954.

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Comparando ditaduras: Estado Novo e Regime Militar
A democracia brasileira é muito frágil. Durante nossos 130 anos de República, o Brasil
passou por duas experiências ditatoriais. Além disso, o final do Século XIX e início do XX, o
sistema eleitoral brasileiro era muito duvidoso: os poderes oligárquicos, principalmente de São
Paulo e Minas Gerais, minavam a base da essência das diretrizes democráticas nacionais.

Uma ditadura é o ápice de um caráter autoritário de um governo. De 1937 a 1945 (Estado


Novo) e de 1964 a 1985 (Ditadura Civil-Militar), o Brasil passou por momentos sombrios aos
direitos liberais do cidadão. Caso tomemos para análise esses dois momentos, percebemos alguns
fatores de convergência e algumas diferenças entre esses dois regimes de exceção. Para
transformar essa análise em algo mais didático, trataremos sobre alguns pontos principais em
tópicos para auxiliar na preparação vestibulanda.

Semelhanças

Centralismo: os dois regimes caracterizavam-se por uma construção de Estado que suprimisse a
autonomia dos estados nacionais.
Censura: a liberdade de expressão e de opinião eram cerceadas, evitando assim a disseminação
de críticas oposicionistas ao governo.
Nacionalismo: os dois regimes prezaram pela exaltação da cultura brasileira, desenvolvendo
padrões cívicos para a figura do brasileiro.
Anticomunismo: a aversão às ideologias de esquerda em geral foi característica marcante desses
governos.
Perseguições políticas: tanto Getúlio Vargas quanto os militares perseguiram seus opositores
políticos.

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