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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO,
ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO EDUCACIONAL

PRISCILLA ANDRADE RAMOS PATRICIO DO NASCIMENTO

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: TEORIA E PRÁTICA

São Gonçalo
2010
PRISCILLA ANDRADE RAMOS PATRICIO DO NASCIMENTO

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: TEORIA E PRÁTICA

Projeto apresentado à Disciplina Metodologia


Científica do curso de Pós-Graduação em
Gestão em Administração, Orientação e
Supervisão Educacional da Universidade
Salgado de Oliveira – UNIVERSO, como parte
de requisitos para conclusão do curso.

Orientador: Professora Glória de Fátima Veiga


dos Santos
Mestrado e Doutorado em Gestão em
Educação.

São Gonçalo
2010
SUMÁRIO

1. TEMA....................................................................................................04
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA....................................................................05
3. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................06
4. OBJETIVOS DA PESQUISA................................................................07
5. JUSTIFICATIVA DO TEMA..................................................................08
6. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE...........................................................11
7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................12
8. METODOLOGIA...................................................................................15
9. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EDUCAÇÃO............16
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................17
TEMA - Orientação Educacional: teoria e prática

TÍTULO – As possibilidades e limites de atuação do Orientador Educacional


DELIMITAÇÃO DO TEMA – As possibilidades e limites de atuação do Orientador
Educacional no cotidiano escolar.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA – A atuação do Orientador Educacional contribui
para uma educação de qualidade. Quais são as possibilidades e limites de atuação
do Orientador Educacional na prática cotidiana?
OBJETIVOS DA PESQUISA

GERAL: Pesquisar como acontece o trabalho do Orientador Educacional no


cotidiano escolar investigando suas possibilidades e limites de atuação.

ESPECÍFICOS:
 Apontar os dilemas vivenciados pelos Orientadores Educacionais.
 Relatar como alguns autores descrevem a atuação do Orientador
Educacional.
JUSTIFICATIVA

Por acreditar que seja possível a construção de uma Orientação Educacional


vista como uma prática social ampla, tão repleta de desafios, é que desenvolvi esta
pesquisa, com o propósito de analisar possibilidades e limites de atuação do
orientador educacional. Outro motivo que me moveu para a escolha desse tema foi o
interesse despertado para pesquisar com mais profundidade as perspectivas
teóricas e práticas que ressaltam a importância da sua atuação na cultura
organizacional da escola.
Percebi que o desenvolvimento deste projeto trará benefício direto para a
educação e a sociedade em geral. Esse é um tema relevante a ser pesquisado e
apresentará pontos para discussão e percepção da importância do profissional em
todas as escolas de educação básica do país. O Orientador Educacional, por ajudar
a comunidade escolar a compreender os diferentes processos pelos quais passa
esta comunidade, tem um significativo papel formativo, pois os elementos sócio-
culturais que sustentam a autoridade são a todo o momento mobilizados.
O orientador educacional vivencia alguns dilemas no seu cotidiano escolar,
um deles é o acúmulo de trabalho atribuído ao orientador. Para Milet (2001), os
alunos trazem para dentro da escola a sua realidade, ou seja, as dificuldades, a
fome, a miséria, o compromisso de trabalhar para ajudar os pais. A autora apresenta
o papel do Orientador Educacional, na qual este venha resgatar o aluno, ao
considerar a sua realidade de vida e fazê-la ser discutida, pensada, debatida em
todos os momentos da vida escolar.

No entanto, Grinspun cita algumas dificuldades que interferem na atuação do


orientador educacional, tais como: a forte influência da Psicologia numa identificação
terapêutica, considerando o aluno como único responsável pelo sucesso ou
fracasso; atribuições dispersas e mal definidas; e falta de uma formação continuada,
entre outros.
Outro dilema do Orientador Educacional é de ordem conjuntural, que limita o
trabalho do orientador, como o despreparo da família no exercício de seu papel, falta
de profissionais, principalmente a saúde, para quem encaminhar alunos que
necessitam de atendimento específico, formação docente que se revela insuficiente
para a adequada atuação no processo ensino aprendizagem. Além dos fatores
estruturais como as condições do espaço físico e falta de materiais.
Tanto fatores estruturais quanto conjunturais estão presentes na fala de Melo
(1994, p.105)

Voltamos a afirmar que só a compreensão das condições concretas já


colocadas pelo desenvolvimento do processo de produção como condição
essencial para o encaminhamento dessa prática social tornará possível a
solução real das questões colocadas por essa mesma prática social para
serem resolvidas. E dentre essas questões coloque-se também a
Orientação Educacional.

Ao fazer uma análise quanto ao papel da Orientação Educacional em uma


escola que é parte integrante de uma sociedade, que tem seu papel a desempenhar
neste momento histórico, enfatiza que:

[...] o papel da Orientação Educacional no contexto atual, deslocou-se dos


alunos-problemas para todos os problemas dos alunos/ da escola e
refletindo, analisando, interferindo sobre esses problemas em tempos de
globalização e da pós-modernidade. Devemos trabalhar, com o aluno, na
possibilidade de sua totalidade, desenvolvendo o sentido da singularidade,
da autonomia, da dimensão da solidariedade, no verdadeiro significado do
humano (GRINSPUN, 2003, online).

Uma pesquisa feita no Estado do Paraná pela Psicóloga e Mestre em


Administração Denise Ferreira, mostra que o orientador educacional, ao deparar-se
com a impossibilidade de cumprir as exigências da função, vive um conflito
estrutural entre fazer um trabalho perfeito e as possibilidades reais de sua
execução.

Em busca de subsídios para análise realizou-se na Rede de Ensino do


Estado do Paraná, no município de Santo Antônio Platina, diz que o orientador
educacional era impossibilitado de trabalhar, pois havia uma junção de tarefas que
até então eram realizadas pelo orientador, que passaram a ser desenvolvidas pelo
professor pedagogo, com o intuito de contenção de despesas. No entanto, diz a
autora Denise Freitas:

A formação desses profissionais foi específica, portanto em sua


grande maioria, não possuem embasamento teórico para cumprir
as exigências que lhe são postas diariamente e o que, muitas
vezes, acontece é que o pedagogo acaba atirando para todos os
lados e, à medida que é utilizado, serve para “apagar incêndios”, o
que, por fim, descaracteriza seu papel.

Encontram-se aqui evidências de que a confusão acerca da identidade do


orientador educacional ultrapassa os limites de sua própria atuação sendo fruto do
contexto organizacional da escola que pode ser ampliado para a questão
educacional cuja problemática decorre do modo como está organizada a sociedade
hoje. Neste ponto cabe citar Marx (1977online):

[...] indivíduos produzindo em sociedade, portanto uma produção de


indivíduos essencialmente determinada, este é naturalmente o ponto de
partida. O caçador e o pescador individuais e isolados, de que partem
Ricardo e Smith, pertencem a inocente ficções do século XVIII.

A remoção da maior parte dos obstáculos citados não pode partir apenas de
vontades individuais, precisará ser fruto do esforço coletivo e dependerá das
mudanças que se prenunciam na organização do trabalho e no delineamento de
novos valores sociais.
No que se refere à metodologia, no primeiro momento, fiz um levantamento
bibliográfico preliminar sobre os temas principais como: o campo de atuação do
orientador educacional, e a sua relação com a teoria e a prática, além de um
levantamento histórico da profissão. Li alguns referenciais teóricos sobre a atuação
do orientador educacional levando em consideração as realidades escolares que
se diferenciam.
FORMULAÇÂO DE HIPÓTESE – O que acontece geralmente é uma indefinição das
funções do Orientador Educacional devido ao acúmulo de trabalho atribuído ao
orientador, dificultando, muitas vezes, a clareza quanto ao seu papel dentro da
instituição.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação:

A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,


inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica,
será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a
base comum nacional. (LDB 9394/96).

Grinspun denomina como terapêutico o primeiro modelo de orientação educacional,


neste sentido enfatiza:

Orientação Educacional (...) não é um espaço para resolver problemas. Até


porque, se assim o fosse, o que seria do Orientador com tantos problemas
que os jovens trazem para a escola? (...) seria necessário um
superprofissional para intermediar tantos conflitos e promover algum tipo de
modificação. (GRINSPUN, 2003, online).

Segundo a autora,
(...) o trabalho do orientador tem uma conotação de pluralidade dos
objetivos, que envolve, além dos aspectos pessoais do aluno, os aspectos
políticos e sociais do cidadão. A Orientação, por certo, procurará
compreender e ajudar o aluno inserido no seu próprio contexto, com suas
culturas e seus próprios valores (Ibid., 2001, online).

A autora objetiva refletir e analisar a Orientação Educacional diante das perspectivas


atuais da escola, numa dimensão pedagógica com ênfase num conhecimento que
promova/possibilite a transformação do sujeito, da escola, e da própria sociedade.
Deve-se identificar o papel da Orientação Educacional na escola, as possibilidades
de um trabalho articulado, na qual a mediação é o eixo da realização das atividades
escolares. A autora considera:

(...) a Orientação Educacional como parte de um todo, faz parte da escola


que com ela interagi permanentemente, assim como com a própria
sociedade (Ibid., 2003, online).

E continua em seu discurso, falando sobre a importância da Orientação Educacional,


seu papel e funções, bem como, sobre os objetivos esperados:
A Orientação Educacional transformará a escola instrutiva de nosso meio na
escola viva, pesquisadora e orientadora das aptidões e dos interesses...
Guiará os alunos de acordo com suas singularidades, para que possam ter
maior rendimento, suas virtualidades vocacionais (...). Buscará realizar esse
equilíbrio com que a escola se adapte às necessidades e aspirações dos
alunos e os prepare para as exigências profissionais e sociais futuras. (Ibid.,
2000, online).

Segundo Heloísa Lück (1991),


Planejar a Orientação Educacional implica delinear o seu sentido, os seus
rumos, a sua abrangência e as perspectivas de sua atuação. Vale dizer
que esse planejamento envolve antes de tudo, uma visão global sobre a
natureza da Educação, da Orientação Educacional e de suas
possibilidades de ação.

NÓVOA (1999, p. 25) diz que:

(...) o funcionamento de uma organização escolar é fruto de um


compromisso entre a estrutura formal e as interações que se produzem no
seu seio, nomeadamente entre grupos com interesses distintos.

Para Grinspun (2000):

A Orientação Educacional é o eixo da moderna educação do adolescente.


Por seu intermédio, especialmente, a escola assume a grande função de
formar personalidades... A evolução da Orientação Educacional acompanha
o movimento pedagógico contemporâneo... A Orientação Educacional é fio
condutor, o instrumento ordenador.

Hoje o Orientador Educacional, no discurso de GRINSPUN (2002), não atua mais


por ser uma profissão que deva existir pela “obrigação”, pois na Lei 9394/96 não há
a obrigatoriedade da Orientação,

(...) mas por efetiva consciência profissional, o orientador tem espaço


próprio junto aos demais protagonistas da escola para um trabalho
pedagógico integrado, compreendendo criticamente as relações que se
estabelecem no processo educacional (GRINSPUN, 2002, p.28).

Ao que se diz respeito a teoria e prática, esse assunto também é discutido por
GRINSPUN, a qual coloca três aspectos sobre o assunto:

(...) a primeira é que a teoria depende da prática, uma vez que esta
determina o horizonte do desenvolvimento e o progresso do conhecimento;
a segunda é que a teoria tem como finalidade a prática, no sentido de uma
antecipação ideal de uma prática que não existe; e a terceira é o fato de que
a unidade entre a teoria e a prática pressupõe necessariamente a
percepção da prática como atividade objetiva e transformadora da realidade
natural e social (...). Por ser transformadora da realidade, a prática é
criadora (Ibid, 2002, p. 34).

A Autora, (2005, p. 93) afirma:

A Orientação Educacional deve ser vista como uma área que pode caminhar
junto com todos que buscam uma educação de melhor qualidade e, se
possível, numa dimensão mais ampla de um mundo melhor.
METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste, a autora optou pela pesquisa bibliográfica. O


presente estudo está dividido em 5 etapas, a saber:
a. Levantamento do referencial teórico;
b. Seleção do referencial teórico apropriado à presente investigação;
c. Leitura crítico-analítica do referencial selecionado;
d. Organização dos dados levantados;
e. Elaboração do relatório final.
PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA

ETAPAS E AÇÕES JUNHO JULHO

Escolha do tema x
Delimitação do tema x
Formulação do problema x
Objetivos da pesquisa x
Formulação de hipótese x
Levantamento bibliográfico x
Leitura analítica x
Apresentação do projeto x
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL/LDBEN, nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,


Brasília. MEC, 1996.

FREITAS, Denise Vilane Veiga de. A IDENTIDADE E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO


NO CONTEXTO ESCOLAR NO ESTADO DO PARANÁ.

GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas


e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002.

_________, M.P.S.Z. O papel da orientação educacional diante das perspectivas


atuais da escola. In._________. Supervisão e orientação educacional perspectivas
de integração na escola. São Paulo: Cortez, 2003, p. 69-98).

LÜCK, Heloísa. Plano Anual de Ação. In: Planejamento em orientação


Educacional. Vozes, s/d, p. 43-67.

MELO, Sonia Maria Martins de. Orientação Educacional: do consenso ao conflito.


Papirus Editora: São Paulo, 1994.

MILET, R.M.L. Um trabalho integrado: Supervisão Educacional/Orientação


Educacional. In: ALVES, N.; GARCIA, R.L. (orgas). O fazer e o pensar dos
supervisores e orientadores educacionais. 7ª ed. São Paulo: Loyola, 2001, p.57-61.

NÓVOA, António. As ciências da educação e os processos de mudança. In.


PIMENTA, Selma Garrido (Coord). Pedagogia ciência da educação? 5ª ed. São
Paulo: Cortez, p. 71-106, 2006.

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